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CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO

DISCIPLINA: PROCESSO PENAL II


PROF.ª: PATRÍCIA BORGES MOURA
1ª AVALIAÇÃO PARCIAL – 2ª Parte DATA: 19/09/2017 TURMA: SR DIN81-3N

NOME(S):_______________________________________________________________ NOTA:________
_______________________________________________________________

Das Questões e Processos Incidentes

Das questões prejudiciais

01. Suscitada questão prejudicial obrigatória, terá como consequência: (0,5 ponto)
(A) a suspensão do curso da ação penal até a solução da controvérsia sobre o estado das
pessoas no Juízo Cível, por sentença transitada em julgado.
(B) a suspensão do curso do inquérito policial e da ação penal, vedada a produção de prova.
(C) a suspensão da ação penal por prazo determinado, que poderá ser razoavelmente
prorrogado, se a demora não for imputável à parte.
(D) a suspensão do processo e, tratando-se de ação penal pública ou privada, a intervenção do
Ministério público na causa cível, para o fim de promover-lhe o rápido andamento.

Das exceções processuais

02. Entendendo não ser competente para a causa o Juiz que recebeu a denúncia, a defesa arguiu
exceção de incompetência, tendo sido aberta vista dos autos ao Ministério Público, que concordou
com a excipiente. Se o Juiz rejeitar a exceção, (0,5 ponto)
(A) poderá o Ministério Público exigir a remessa dos autos ao Juiz competente, em se
tratando de incompetência absoluta.
(B) continuará o feito, não cabendo recurso da decisão do Juiz que se dá por competente.
(C) prosseguirá no feito, mas deverá suscitar conflito negativo de competência.
(D) poderá o Ministério Público interpor recurso em sentido estrito.

03. a) Pode ser alegada suspeição de jurado, em se tratando de Júri Popular? b) Qual o procedimento?
(1,0 ponto)
a)Pode sim, cada jurado é obrigado a responder várias obrigações, algumas vezes são de
características de função jurisdicional, buscando ser imparcial, as regras de suspeição, deste modo de
impedimento ou incompatibilidade, todas aplicáveis aos juízes togados. Alguns exemplos são marido
e mulher, sogro e genro, irmão entre outros.
b)Desta forma o jurado deve conhecer de oficio o impedimento, mas também as partes podem
apontar oralmente no momento do julgamento.

04. a) Qual o procedimento, caso o juiz contra o qual se alega suspeição não acolher o pleito,
pretendendo permanecer na presidência do processo? b) Há obrigatoriedade de suspensão do feito
enquanto se processa a exceção? (1,0 ponto)
Julgadas procedentes as exceções, salvo a de suspeição, cabe recurso em sentido estrito. Se
improcedentes, caberá habeas corpus com fundamento no art. 648, VI do CPP. Procedente a exceção
de suspeição e o motivo alegado for ilegal, cabe ao substituto legal comunicar o fato ao tribunal para
as medidas disciplinares. Quando a parte apresenta a petição requerendo a suspeição, o juiz não
aceita os termos da suspeição, o juiz mandara autuar a petição da suspeição em apartado, haverá um
procedimento apenso ao principal, a onde tramitara a suspeição, ao determinar a atuação em apartado
da suspeição, o juiz dará uma resposta aos termos dessa suspeição em três dias. Podendo inclusive
arrolar testemunhas após ele vai determinar que os autos da exceção sejam remetidos em 24 horas ao
juiz ou tribunal a quem competir o julgamento da exceção.
b) Não é necessário, as exceções não suspendem o processo principal, cujo andamento pode
sim ser sustado, se a parte contraria reconhecer o fundamento da argüição, ‘’Mesmo sem esse
reconhecimento, o juiz pode, de ofício, determinar a suspensão se entender que a alegação tem
consistência, a fim de evitar a prática de atos que podem ser inúteis se o processo vier a ser extinto,
ou declarados nulos se procedente a exceção. O Código (art. 102) prevê a possibilidade de sustação
do processo principal quando “a parte contrária reconhecer a procedência da arguição”, mas é
evidente que a parte contrária não precisa, desde logo, aceitar a alegação do excipiente. Basta que
reconheça que tem fundamento razoável e que, dado o risco de nulificação ou inutilidade dos atos
que forem praticados, melhor é que se aguarde o resultado da exceção. É certo que na apreciação da
suspensão, ou não, do processo principal, o juiz deverá levar em consideração o estado da causa e
fatores como o possível perecimento da prova, a intercorrência da prescrição etc’’ (GRECO FILHO,
2012, p.260).

05. Qual o procedimento para as exceções de litispendência e de coisa julgada? (0,5 ponto)

O procedimento da exceção de litispendência é semelhante ao da exceção de incompetência,


nos termos do art. 110 do CPP. Fazemos uma única ressalva: enquanto a incompetência relativa
está sujeita à preclusão, ou seja, não sendo argüido oportunamente, o juiz, antes tido como
incompetente, passa a ser competente, a litispendência pode ser argüida a qualquer momento.
Outros sim de modo a se estabelecer qual processo devem ser mantidos e qual deve ser
extinto em face da litispendência, são levados em consideração critérios de prevenção ou de
distribuição. Como esclarece a doutrina, "se um juiz tomou-se prevento em primeiro lugar,
porque decretou uma preventiva ainda na fase do inquérito, ele é o competente para processar o
acusado. Caso não tenha havido motivo para a prevenção, utiliza-se o critério da distribuição,
prevalecendo o juízo que preceder o outro.
O procedimento da coisa julgada praticamente segue os mesmo parâmetros da exceção de
incompetência, conforme o art. 110 do CPP. Então se o juiz reconhecer de oficio a coisa julgada,
extingue o processo e o recurso será de apelação. Então é uma decisão de força definitiva que não
admite recurso em sentido estrito. Com força do artigo 593, II, por impugnação será adequada por
apelação, já na hipótese do juiz julgar procedente a exceção da coisa julgada, o recurso será de
recurso de sentido estrito, (art. 581, III). E se for negado o reconhecimento da coisa julgada,
assim a matéria será questionável em preliminar de futura e eventual apelação, sem prejuízo de
remédios constitucionais, como habeas corpus e mandato de segurança (DE LIMA, 2017, p.
1131).

Dos demais processos incidentes (0,5 ponto cada questão)

06. Quais as modalidades de conflitos de jurisdição? Quem tem competência para dirimi-los?
As modalidades de conflitos de jurisdição constam no artigo 114 CPP, a) dois ou mais juízes
se consideram competentes (conflito positivo) ou incompetentes (conflito negativo) para julgar a
causa;
b) Quando aparecer controvérsia sobre junção ou separação de processos.
Ao contrário da exceção de suspeição, em que só o réu pode suscitar o incidente, no conflito
de jurisdição, podem fazê-lo (art. 115):
a) qualquer das partes (autor e réu);
b) o MP, mesmo quando não for parte;
c) qualquer dos juízes ou tribunais interessados na causa.
Conflito positivo de jurisdição
Ocorre quando dois ou mais juízes se julgam competentes para o conhecimento e julgamento do
mesmo fato delituoso.

Conflito negativo de jurisdição

Ocorre quando dois ou mais juízes se julgam incompetentes para o conhecimento e


julgamento do mesmo fato delituoso.

07. a) Quando tem cabimento o incidente de restituição de coisas apreendidas? b) Qual o remédio
jurídico cabível contra decisão que julga o pedido de restituição de coisa apreendida?
“A rigor, os proventos da infração deveriam ser seqüestrados pelo juiz. Mas, se eventualmente
forem apreendidos pela autoridade policial, o interessado poderá requerer sua restituição ao juiz.
Se houver indeferimento pelo magistrado, tal decisão equivale ao seqüestro e seguirá suas regras
porque o juiz assumiu a responsabilidade pela apreensão. Não há ilegalidade na apreensão
policial porque o próprio Código de Processo Penal, no art. 119, preceitua a proibição de
devolução de coisas proveito da infração e sujeitas a perdimento, reiterada no art. 122; logo,
pressupõe sua apreensão anterior, admitida, ademais, no art. 121”(GRECO FILHO, 2012, p.265 ).
Desta forma quando as coisas são aprendidas não se pode ser devolvidas até o trânsito em
julgado da sentença final, enquanto mantiver interesse ao processo. Assim passado essa etapa,
será devolvidas as coisas para seus donos, artigo 91, II, CP, podendo ser feita pelo juiz ou
autoridade policial, lavrados nos autos do inquérito ou no processo. No incidente de restituição o
reclamante tem prazo de 5 dias para apresentar provas sobre o direito reclamado (art. 120, §1º), o
Ministério Público deve ser ouvido (§3º), só então o juiz deve decidir. Se o caso for de difícil
solução para o juiz penal, deve ser enviado ao juiz civil (§4º). Da decisão que defere ou indefere a
restituição cabe apelação fundamentada no art. 593, II, do CPP.
São três as alternativas da decisão do pedido de restituição, a primeira se refere ao
deferimento do juiz, neste caso entrega ao requerente, cabe apelação, decisão com força
definitiva, art.593, II.
A segunda é o indeferimento, neste caso a posse da coisa ilícita, independente de uma
eventual condenação, também é de apelação, com mesmo fundamento do primeiro. Já o terceiro
é na situação em que o juiz nega pelo motivo que possui duvida em relação a propriedade, ficar
sujeita ao perdimento CP. 91,II, com efeito de condenação. Não se podendo recorrer por motivo
de não ser decisão de força definitiva, nem em relação ao artigo 581, desta forma é necessário
recorrer via cível para declarar sua propriedade, aguardar sentença penal ou apresentar embargos,
referente aos art. 129 e 130 do CPP.

08. Com relação ao sequestro como medida assecuratória, assinale a opção correta, de acordo com o
CPP:
(A) Se o indiciado tiver adquirido bens imóveis utilizando os proventos da infração, caberá o
sequestro desses bens, desde que não tenham sido transferidos a terceiro.
(B) Para a decretação de sequestro, é necessária a existência de certeza acerca da proveniência
ilícita dos bens.
(C) O sequestro pode ser embargado pelo acusado, mas não, por terceiro a quem os bens
tenham sido transferidos a título oneroso.
(D) Se for julgada extinta a punibilidade ou absolvido o réu, por sentença transitada em
julgado, o sequestro será levantado.
09. Quanto ao incidente de falsidade, pode-se afirmar que sua finalidade é tão somente fazer com que
a prova documental, da qual se questiona a autenticidade, não tenha valor probatório, ou serve
igualmente para aferir a responsabilidade criminal a respeito da falsidade documental, seja ideológica
ou material (vide arts. 296 ao 305, do CP)?

10. Quanto ao incidente de insanidade mental do acusado, caso o laudo pericial constate que a
doença é superveniente à prática do ilícito, em que termos será possível a internação do acusado em
Instituto Psiquiátrico Forense? Justifique.

11. No curso de uma investigação policial que apurava a ocorrência dos delitos de sonegação fiscal e
evasão de divisas, o Procurador da República "X" requereu ao Juízo Federal Criminal medida
assecuratória, já que obteve documentos que informavam os bens que teriam sido adquiridos pelo
investigado com proventos da infração penal. O Juiz Federal decretou a medida assecuratória, que foi
cumprida a contento.
A partir do caso apresentado, assinale a alternativa que indica a medida assecuratória adotada:
(A) Busca e Apreensão.
(B) Arresto.
(C) Sequestro.
(D) Hipoteca Legal.QUO 92
QUESTÃO 95
12. Acerca de exceções, assinale a opção correta:
(A) Podem ser opostas exceções de suspeição, incompetência de juízo, litispendência,
ilegitimidade de parte e coisa julgada e, caso a parte oponha mais de uma, deverá fazê-lo em
uma só petição ou articulado.
(B) Tratando-se da exceção de incompetência do juízo, uma vez aceita a declinatória, o feito
deve ser remetido ao juízo competente, onde deverá ser declarada a nulidade absoluta dos atos
anteriores, não se admitindo a ratificação.
(C) A exceção de incompetência do juízo, que não pode ser oposta verbalmente, deve ser
apresentada, no prazo de defesa, pela parte interessada.
(D) A parte interessada pode opor suspeição às autoridades policiais nos atos do inquérito,
devendo fazê-lo na primeira oportunidade em que tiver vista dos autos.

III. Questões Práticas

13. Santão de Aquino praticou vários furtos em agências bancárias do Banrisul das cidades de
Catuípe, Augusto Pestana, Ijuí e Cruz Alta, ao longo de dois meses. O Juiz de Direito da 1ª Vara
Criminal da Comarca de Ijuí, perante quem foi oferecida a denúncia narrando apenas o delito
cometido nesta cidade, tendo conhecimento de já ter sido instaurado processo criminal em Cruz Alta
pelos demais delitos, e entendendo pela continuidade delitiva, declarou a incompetência de foro e
enviou os autos para a 2ª Vara Criminal da Comarca de Cruz Alta, onde o juiz titular também se
declarou incompetente para apreciar o feito. Como se denomina esse incidente e qual o Tribunal com
competência para dirimi-lo? Justifique. (1,0 ponto)
14. Hugo Leão, empresário bem-sucedido, está sendo processado criminalmente por sonegação
fiscal. O Ministério Público tem conhecimento de que Hugo adquiriu vários imóveis numa praia em
Santa Catarina, que, segundo apurado por ocasião do inquérito policial, foram adquiridos com os
proventos de suas atividades ilícitas de lesão ao fisco. a) Para o efeito de salvaguardar futura
reparação material, poderia ser tomada alguma providência referente aos imóveis? b)Tal medida
poderia ter sido tomada ainda na fase de investigações? Fundamente. (1,0 ponto)

15. O Ministério ofereceu denúncia por homicídio qualificado contra Papagaio. O advogado do réu,
durante o interrogatório, requereu a instauração de incidente de insanidade mental do mesmo,
alegando sua inimputabilidade, o que foi deferido pelo Juiz que, ao determinar a instauração do
incidente, nomeou como perito Paulo Coimbra, irmão do promotor atuante no caso. Neste caso, há
algum defeito a ser alegado? Em caso afirmativo, identifique-o, indicando qual a solução a ser
tomada e em que momento processual. Justifique sua resposta. (1,0 ponto)
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