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Câmara de Civil do Crea-PA

analisa laudo sobre causas do


desabamento do edifício Real
Class
O Grupo de Análise Experimental de Estruturas e Materiais da Universidade
Federal do Pará entregou, no último dia 11, ao Crea-PA, o laudo contendo as
causas que levaram à queda do edifício Real Class, no dia 29 de janeiro. Em
análise pela Câmara Especializada de Engenharia Civil do Regional, caso seja
constatada, no laudo, a existência de negligência, imprudência ou imperícia,
ele será encaminhado à Comissão de Ética do Conselho, que apurará as
responsabilidades e decidirá sobre a penalidade a ser aplicada.

Dependendo do resultado, o engenheiro responsável pela obra poderá receber


penas que vão desde a advertência individual até a cassação do registro
profissional. O presidente do Crea-PA, José Leitão de Almeida Viana ressalta
que, durante o trâmite processual no Sistema Confea/Crea, será sempre
garantido a ele o direito ao contraditório e à ampla defesa. “Certamente o
responsável será chamado e poderá apresentar sua defesa a todas as instâncias
do Conselho”, afirma Viana. De acordo com o laudo, o acidente ocorreu
devido a erro de concepção estrutural do projeto, que levou ao colapso do
prédio quando a estrutura foi submetida a uma combinação elevada de
carregamentos verticais e horizontais. O texto revela que os 25 pilares da obra
eram estreitos, mas peritos prosseguem o trabalho na área onde o edifício
desabou. Foram analisados projetos de arquitetura, de estrutura, de fundações,
além de laudos de sondagem e realização de ensaios em amostras de aço e
concreto colhidos no local. O estudo detectou que o concreto e o aço
empregados na estrutura apresentavam resistências compatíveis com as
recomendadas pelas normas brasileiras e que as fundações foram corretamente
projetadas considerando-se as cargas informadas no projeto estrutural. No
entanto, considerando as recomendações normativas para dimensionamento de
estruturas de concreto, para carregamentos verticais e para o vento, observou-
se que o projeto estrutural executado não atendia tais recomendações, sendo a
situação mais crítica referente à atuação do vento. Além disso, verificou-se
que diversos pilares no nível do pavimento térreo não apresentavam
resistência compatível com os espaços atuantes, com alguns apresentando
rupturas bruscas, sem avisos (fissuras). Após a finalização do laudo pela
UFPA, peritos do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves prosseguem
os trabalhos na área onde o edifício desabou. No dia 13 de março foram
coletadas mais seis amostras de concreto e três de ferro que devem passar por
testes de resistência e contraprova. As amostras foram retiradas de locais onde
ainda restam ligações entre seções de pilares e blocos de fundação. Três
amostras serão colocadas numa prensa para verificar a resistência do concreto
e outras três irão servir de contraprova. A princípio, sete profissionais estavam
envolvidos no trabalho de coleta e análise no local. Hoje são três peritos em
campo e os outros ficam no trabalho de escritório, analisando os depoimentos
do inquérito, documentos, laudos de sondagem, projeto estrutural e
arquitetônico e alvará da obra. A estimativa é que o laudo pericial seja
concluído até a primeira quinzenal de abril. No entanto, o prazo oficial para a
conclusão é de 120 dias contando da data do sinistro (o colapso do prédio),
caso seja preciso fazer mais testes e análises. Fonte: Conselho Federal de
Engenharia, Arquitetura e Agronomia Confea Ascom Crea-AM

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