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Técnico em Qualidade

Logística

2015

Prof. Amauri Ap. Aguiar


Sumário

Definição de logística ___________________________________________________ 3


Supply Chain Management (SCM) - Gestão da Cadeia de Suprimentos ___________ 5
Planejamento Logístico _________________________________________________ 6
Características do produto _____________________________________________ 13
Elemento de serviço ao cliente __________________________________________ 14
Medidas logísticas do serviço ao cliente ___________________________________ 15
Identificando o nível Do Serviço (atendimento) _____________________________ 17
Processamento de pedido e sistema de informação _________________________ 20
Administração de estoques _____________________________________________ 23
Transportes _________________________________________________________ 32
Previsão dos Requisitos da Cadeia de Suprimentos __________________________ 56
Referências __________________________________________________________ 63
E o meu produto? Onde está?

“Efetuei a compra dia 26 de novembro e tinha o prazo de 10 dias úteis para a entrega. Já se passaram
vinte e cinco dias e até o momento a mercadoria não foi entregue no local especificado”.

“Venho manifestar minha indignação com a Empresa XZ. Realizei a compra de um produto em
28/11/2014 com data de entrega final para 15/12/2014. Realizei o pagamento por boleto bancário.
Todas as empresas concorrentes onde realizei compras já entregaram os meus pedidos e a Empresa
XZ é a única que não entregou o meu pedido e para piorar entrei em contato pelo chat para obter
informações e nada. Para piorar, tenho colegas de trabalho que pagaram suas compras dois dias
após o pagamento das minhas e já receberam o produto em casa”.

Tomando como base as reclamações acima, estabeleça uma série de razões que possam ter
contribuído para esses atrasos indesejáveis.
3

Definição de logística

A origem da palavra logística vem do francês logistique e é derivada do grego (logos = razão),
significando a arte de calcular ou a manipular os detalhes de uma operação. Parte da arte
militar que trata do apoio às tropas no que diz respeito à alimentação, municiamento, saúde,
transportes, etc.
A logística é a essência do comércio. Ela contribui decisivamente para melhorar o padrão
econômico de vida geral. As atividades logísticas são a ponte que faz a ligação entre locais de
produção e mercados separados por tempo e distâncias.
Definição promulgada pelo Council of Logistics Management (CLM): logística é o processo de
planejamento, implantação e controle do fluxo eficiente e eficaz de mercadorias, serviços e
das informações relativas desde o ponto de origem até o ponto de consumo com o propósito de
atender às exigências dos clientes.

Missão da Logística
A missão da logística é dispor a mercadoria ou o serviço certo, no lugar certo,
no tempo certo e nas condições desejadas, ao mesmo tempo em que fornece a maior
contribuição à empresa.

O fluxo das mercadorias deve ser acompanhado desde o ponto em que existem como
matérias-primas até aquele em que são descartadas.
4

Essa definição sugere igualmente ser a logística um processo, o que significa que inclui
todas as atividades importantes para a disponibilização de bens e serviços aos consumidores
quando e onde estes quiserem adquiri-los.

EXERCÍCIO 1

1 - Comente sobre a influência da distância (geográfica) entre o produtor (local onde os


produtos são produzidos) e o consumidor (local onde os produtos serão consumidos).
2 – Sistemas de transportes podem interferir nesta influência? Como?

3 – Pense em outros sistemas que também possam interferir.

Gestão Logística - Limites e Relacionamentos


As atividades da gestão de logística geralmente incluem o gerenciamento de
transporte de entrada e saída, gerenciamento de frota, armazenagem, manuseio de materiais,
atendimento de pedidos, projeto de redes logísticas, gerenciamento de estoque,
planejamento de oferta / demanda e o gerenciamento de logística de terceiros prestadores de
serviços.
Em graus variados, a função logística também inclui planejamento de aquisição e
fornecimento, produção e programação, empacotamento e montagem e atendimento ao
cliente.

EXERCÍCIO 2. Grupos de 4 a 5 alunos – 15 minutos:


Na opinião do grupo, há logística na realização de shows? Se sim, como “ela” acontece?
5

Logística empresarial

Suprimento físico Distribuição física


Fontes de Empresas/
Cliente
Suprimentos Operações
•Transportes
•Transportes
•Manutenção de estoques
•Manutenção de estoques
•Processamento de pedidos
•Processamento de pedidos
•Aquisição
•Programação de produtos
•Embalagem protetora
•Embalagem protetora
•Armazenagem
•Armazenagem
•Manuseio de materiais
•Manuseio de materiais
•Manutenção de
•Manutenção de informações
informações

Supply Chain Management (SCM) - Gestão da Cadeia de


Suprimentos
“A SCM abrange o planejamento e a gestão de todas as atividades envolvendo busca
de fontes de suprimentos, conversão e todas as atividades de gestão logística. De forma
importante inclui também a coordenação e colaboração com parceiros de canal, que podem
ser fornecedores, intermediários, terceiros provedores de serviços e clientes. Na sua essência
a SCM integra a gestão da oferta e da demanda entre e através das empresas.”
Council of Supply Chain Management Professionals (CSCMP)
http://cscmp.org/

Portanto, uma cadeia de suprimentos compreende o fluxo de produtos e serviços


a partir de: fabricantes de matérias-primas, fabricantes de produtos intermediários,
fabricantes do produto final, atacadistas e distribuidores e os varejistas; conectado por
atividades de transporte e armazenagem e integrado por meio de informações,
planejamento e atividades de integração; custo e níveis de serviço.
6

Atividades da Cadeia de Suprimentos

Atividades – chave Atividades de suporte


1. Padrões de serviço ao cliente 1. Armazenagem
2. Transportes 2. Manuseio de materiais
3. Administração de estoques 3. Compras
4. Fluxo de informações e processamento de
4. Embalagem protetora
pedidos
5. Cooperar com a produção/ operação
6. Manutenção de informação

Planejamento Logístico
Situação:
Camila, Thais e Monique são três bem sucedidas empresárias. Faz dois anos que elas
criaram a empresa CMT Confeitaria situada à Rua Tangerina, Vila Queiroz, Limeira, SP. A partir
de 2012 essa empresa aumentou 70% o volume de vendas. A maioria das vendas é feita por
telefone e entrega em domicílio.
A três empresárias são extremamente preocupadas com a qualidade do produto e do
atendimento, por isso, jamais aceitarão o fato de um cliente ser mal atendido ou não receber
um produto com qualidade.
Logo após o comunicado feito pelas empresárias de que a empresa passará a produzir
diversos tipos de doces, a equipe de produção não tardou em apresentar suas preocupações
relativas ao espaço físico.
EXERCÍCIO 3: considerando o contexto acima, organize todas as atividades que você
considera fundamentais para a empresa manter seus padrões de qualidade. Vamos dar muita
atenção à logística apresentando as atividades e propostas que possam preservar e melhorar,
ainda mais, o nível de serviço ao cliente.
Para tanto, inicie com o “recebimento” do pedido terminando com a entrega do
produto ao cliente:
1. Como o “serviço” será oferecido.
2. Estratégias de estoque.
3. Estratégias de localização.
4. Estratégia de transportes.
5. Estabeleça alguns índices de medida de desempenho.
7

A logística, no âmbito operacional, busca constantemente respostas à seguinte questão: como


encaminhar o produto de maneira eficaz e eficiente através do canal logístico
estrategicamente planejado (Ronald Ballou)?

Desta forma, o planejamento deve considerar quatro grandes áreas:


 níveis de serviços ao cliente;
 localização das instalações;
 decisões sobre estoques;
 e decisões sobre transportes.
Cada uma das três últimas áreas acima promove impactos significativos sobre o
projeto do sistema logístico e, principalmente, na vida do cliente.

Estratégia da Estocagem
Estratégia de Transporte
 Níveis dos estoques
 Meios de transportes
 Disposição
estoquesdos estoques
 Roteamento/cronograma dos
 Métodos de controle envios
Disposição dos e
Objetivos  Tamanho/consolidação dos
de serviço embarques
ao cliente

Estratégia de Localização
 Quantidade, área e localização das instalações.
 Determinação de pontos de estocagem para as fontes de
abastecimento
 Demarcação de demanda s pontos de estocagem ou fontes de
abastecimentos
 Armazenamento público/próprio

Definindo o Atendimento (Serviço) ao Cliente


Serviço ao cliente é geralmente definido como um meio pelo qual as empresas buscam
diferenciar seus produtos, manter os clientes fiéis, aumentar as vendas e melhorar os lucros.
O nível de serviço indica o quanto queremos estar seguros frente às variabilidades que
ocorrem, ou seja, frente aos desvios padrões da demanda e do lead time.
É necessário encontrar os níveis ótimos de serviço. Avaliar a relação custo versus
serviço.

 Maior precisão no envio dos produtos (data, quantidade, produto certo).


 Muita rapidez no fluxo de informações: respostas rápidas a seus clientes.
 Reposição imediata de produtos não conformes.
8

A escolha do tipo de distribuição dos produtos deve considerar, simultaneamente, o


custo total associado a cada alternativa e o resultado do atendimento ao cliente, ou seja, ter o
produto na loja quando o consumidor final quiser comprá-lo.
Uma distribuição escalonada permite que o varejo opere com menos estoque,
resultado de entregas mais frequentes a partir do centro de distribuição. Além disso, um
melhor balanceamento entre sobras e faltas pode decorrer da revisão, sempre que necessário,
das quantidades solicitadas ao centro de distribuição.
Quanto menor for o nível de serviço, menor é o número exigido de locais de estocagem
e os transportes são mais baratos. Em compensação, quanto maior for o nível, a situação será
oposta a anterior.
Quanto melhor for o nível dos serviços prestados aos clientes, menor será o número
de clientes perdidos em decorrência da falta de estoque, entrega lenta e sem confiabilidade e
atendimentos inadequados de pedidos.
O que o cliente geralmente avalia:
 Preço
 A qualidade do produto
 Serviço
Serviço é parte integrante do mix de marketing (quatro P’s) de:
 Preço Aqui ocorre o
 Produto atendimento
ao cliente
 Promoção
 Ponto de Venda (Distribuição física)
A disponibilidade do produto e o tempo do ciclo de pedido são variáveis dominantes
da distribuição física, pois serviço inclui elementos que vão desde a disponibilidade do produto
até a manutenção pós venda.

Localização das Instalações


Determinar os custos mais baixos ou a alternativa mais lucrativa.
 Atender a demanda diretamente do centro de produção (fábrica)?
 Diretamente dos fornecedores?
 Dos pontos de estoque?
 Ou direcioná-la por meio de pontos selecionados de armazenamento?

Decisões sobre Estoque


 Empurrar estoques aos pontos de armazenagem ou puxá-los de acordo
com as regras de reposição?

Estratégia de Transporte
Selecionar os modais (ferroviário, rodoviário, hidroviário, aeroviário, dutoviário), o
volume de cada embarque, as rotas e a programação.
9

Sempre considerar a relação de proximidade entre os armazéns, os clientes e os


centros (locais) de produção.

Formulação de Estratégias e a compensação do custo total

Quanto maior for o nível pretendido para satisfazer o cliente, maiores serão os custos
associados a transportes, processamento de pedidos e níveis de estocagem.

Conflitos entre os tipos de custos:

1. Transporte x estoques. Custos decorrentes do serviço de transporte – ferroviário,


rodoviário, aéreo. Aumento do custo de transporte devido o modal versus custo de
estocagem. Se o modal for mais rápido, mais frequente entre uma viagem e outra,
pode-se esperar uma diminuição (necessidade) no volume estocado para cobrir o
tempo entre uma viagem e outra.

2. Nível dos estoques x custo de manutenção. Muito relacionado com estoque de


segurança. Neste caso aumenta o nível dos serviços aos clientes, mas também os
custos de manutenção dos estoques.

3. Quantidade de pontos de estoque x volume de vendas.

4. Distribuição diferenciada. “Nem todos os produtos devem ter o mesmo nível em


matéria de serviços aos clientes.” Os clientes que fazem pedidos em quantidades de
alto volume deveriam ser atendidos diretamente, ficando os atendimentos de todos os
demais para ser feito a partir dos armazéns.

Natureza do produto
Fisicamente o produto apresenta características como forma, peso e volume. Além
disso, aspectos como durabilidade e desempenho. Há ainda, no produto, uma parte intangível:
suporte pós venda imagem da empresa, acessibilidade, treinamento/comunicação sobre a
utilização, rastreamento, etc. Dessa forma, todos esses aspectos e características devem ser
levados em conta durante o projeto do sistema logístico.
Produtos de Consumo
1. Produtos de conveniência – aqueles adquiridos rotineiramente, com frequência e
sem grandes comparações: serviços bancários, jornais, refrigerantes, doces, etc.
Necessitam de ampla distribuição e de vários pontos-de-vendas. Exigem
disponibilidade e acessibilidade. Exemplos de caixas eletrônicos, máquinas
automáticas para compra e retirada dos refrigerantes, bancas de jornal, etc.
2. Produtos de concorrência – os clientes tem por prática, pesquisar e comparar
antes de optarem pela compra: roupas, eletrônicos, planos de turismo, de seguro,
de saúde, automóveis, móveis, etc. Geralmente o número de pontos de estocagem
é pequeno, principalmente quando comparado com o anterior.

3. Produtos de especialidades – os clientes não medem esforços para adquiri-los.


Algumas marcas/modelos de veículos, alguns filmes, bebidas, etc. A marca “fala
muito alto”. Geralmente a distribuição é centralizada e consequentemente, o nível
de serviço não precisa ser tão acentuado.
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4. Produtos Industriais - dirigidos a pessoas e organizações que deles fazem uso na


elaboração de outros bens ou serviços. Existem produtos que fazem parte do
produto final, como matérias-primas e componentes; há aqueles usados no
processo de fabricação, como instalações e equipamentos.

Um grande problema: a partir do momento em que o produto começa a ser bem aceito pelo
mercado, as vendas tendem a crescer rapidamente. O planejamento da distribuição física é
extremamente complicado nesta etapa.

Curva A B C
Segue o conceito 80-20, lei de Pareto: a parte maior das vendas é gerada por um
conjunto de relativamente poucos produtos. Esse conceito é muito útil no planejamento da
distribuição. Os 20% mais bem classificados podem ser chamados de itens “A”, os 30%
seguintes, de itens “B” e os restantes, de itens “C”.
Preço Vendas
Produto
Unitário mensais
Papel higiênico pacote 4 unidades R$ 5,58 392
Detergente Líquido 500 ml R$ 1,24 629
Protetor solar FPS 15 110 ml R$ 16,36 714
Azeite extra virgem oliva 500 ml R$ 9,80 806
Água sanitária 1l R$ 1,66 836
Shampoo 200 ml R$ 16,90 955
Sabonete 90 g R$ 1,37 504
Refrigerante 2 l R$ 3,50 688
Sabão em barra embalagem 5 unidades R$ 5,24 988
Cerveja fardo com 6 unidades R$ 18,00 997
Creme dental tubo 90 gramas R$ 1,58 596
Leite longa vida cx com 12 unidades R$ 31,92 964
Sabão em pó 1 Kg R$ 4,28 986
Desodorante spray 150 ml R$ 4,81 758

A curva ABC é obtida após o cumprimento de alguns passos necessários:


11

1. Dada a tabela, calcular para cada produto o montante obtido no mês, ou seja,
multiplicar as vendas mensais pelo preço unitário, gerando a tabela a seguir:
Preço Vendas R$
Produto
Unitário mensais Mensal
Papel higiênico pacote 4 unidades R$ 5,58 392 2.187,36
Detergente Líquido 500 ml R$ 1,24 629 779,96
Protetor solar FPS 15 110 ml R$ 16,36 714 11.681,04
Azeite extra virgem oliva 500 ml R$ 9,80 806 7.898,80
Água sanitária 1l R$ 1,66 836 1.387,76
Shampoo 200 ml R$ 16,90 955 16.139,50
Sabonete 90 g R$ 1,37 504 690,48
Refrigerante 2 l R$ 3,50 688 2.408,00
Sabão em barra embalagem 5 unidades R$ 5,24 988 5.177,12
Cerveja fardo com 6 unidades R$ 18,00 997 17.946,00
Creme dental tubo 90 gramas R$ 1,58 596 941,68
Leite longa vida cx com 12 unidades R$ 31,92 964 30.770,88
Sabão em pó 1 Kg R$ 4,28 986 4.220,08
Desodorante spray 150 ml R$ 4,81 758 3.645,98

2. Ordenar do maior para o menor os produtos, conforme faturamento mensal (R$


Mensal):

Preço
Vendas
Produto unitário R$ Mensal
mensais
R$
Leite longa vida cx com 12 unidades R$ 31,92 964 R$ 30.770,88
Cerveja fardo com 6 unidades R$ 18,00 997 R$ 17.946,00
Shampoo 200 ml R$ 16,90 955 R$ 16.139,50
Protetor solar FPS 15 110 ml R$ 16,36 714 R$ 11.681,04
Azeite extra virgem oliva 500 ml R$ 9,80 806 R$ 7.898,80
Sabão em barra embalagem 5 unidades R$ 5,24 988 R$ 5.177,12
Sabão em pó 1 Kg R$ 4,28 986 R$ 4.220,08
Desodorante spray 150 ml R$ 4,81 758 R$ 3.645,98
Refrigerante 2 l R$ 3,50 688 R$ 2.408,00
Papel higiênico pacote 4 unidades R$ 5,58 392 R$ 2.187,36
Água sanitária 1l R$ 1,66 836 R$ 1.387,76
Creme dental tubo 90 gramas R$ 1,58 596 R$ 941,68
Detergente Líquido 500 ml R$ 1,24 629 R$ 779,96
Sabonete 90 g R$ 1,37 504 R$ 690,48
TOTAL R$ 105.874,64

3. Calcular o percentual acumulado tanto dos “itens” quanto do faturamento mensal.


Exemplificando para o produto “leite longa vida cx com 12 unidades”, o
faturamento mensal foi de R$ 30.770,88 e o faturamento total mensal foi R$
105.874,64, portanto, o percentual desse produto em relação ao total é (R$
30.770,88/R$ 105.874,64) x 100% = 29,1%. O total de produtos (itens) é 14 e o Leite
12

é um único item, portanto, o percentual em relação a itens é (1/14) x 100% = 7,0%.


De maneira análoga realiza-se os cálculos para os demais produtos, um a um, e
soma-se o percentual ao anterior. Assim, para a “Cerveja fardo com 6 unidades” o
percentual em relação ao faturamento total mensal = (R$ 17.946,00/R$
105.874,64) x 100% = 16,95%. Como nos interessa o acumulado, basta somar esse
percentual ao do Leite, ou seja, percentual acumulado = 29,1% + 16,95% = 46,0%.
Esse cálculo é realizado até o último produto que consta na tabela:

Preço % %
Vendas
Produto unitário R$ Mensal Ordem por
Cumulativa Cumulativa
mensais vendas Total itens
R$ vendas (R$)
Leite longa vida cx com 12 unidades R$ 31,92 964 R$ 30.770,88 1 29,1% 7%
Cerveja fardo com 6 unidades R$ 18,00 997 R$ 17.946,00 2 46,0% 14% A
Shampoo 200 ml R$ 16,90 955 R$ 16.139,50 3 61,3% 21%
Protetor solar FPS 15 110 ml R$ 16,36 714 R$ 11.681,04 4 72,3% 29%
Azeite extra virgem oliva 500 ml R$ 9,80 806 R$ 7.898,80 5 79,8% 36%
B
Sabão em barra embalagem 5 unidades R$ 5,24 988 R$ 5.177,12 6 84,6% 43%
Sabão em pó 1 Kg R$ 4,28 986 R$ 4.220,08 7 88,6% 50%
Desodorante spray 150 ml R$ 4,81 758 R$ 3.645,98 8 92,1% 57%
Refrigerante 2 l R$ 3,50 688 R$ 2.408,00 9 94,3% 64%
Papel higiênico pacote 4 unidades R$ 5,58 392 R$ 2.187,36 10 96,4% 71%
Água sanitária 1l R$ 1,66 836 R$ 1.387,76 11 97,7% 79% C
Creme dental tubo 90 gramas R$ 1,58 596 R$ 941,68 12 98,6% 86%
Detergente Líquido 500 ml R$ 1,24 629 R$ 779,96 13 99,3% 93%
Sabonete 90 g R$ 1,37 504 R$ 690,48 14 100,0% 100%
TOTAL R$ 105.874,64

100,0%
99,3% 100,0%
97,7% 98,6%
96,4%
94,3%
% 90,0% 92,1%
88,6%
84,6%
V 80,0%
e 79,8%
n
70,0% 72,3%
d
a
s 60,0% 61,3%

A 50,0% C
c 46,0%
u 40,0%
m
u B
30,0% 29,1%
l
a
d 20,0%
a
s 10,0%
A

0,0%
13

Na prática não é nada comum a proporção exata de 80 – 20. A ideia central é


apresentar a discrepância acentuada que existe na relação entre as duas variáveis em questão.
Exemplo, 14% de determinados itens vendidos, correspondem a 57% da receita obtida. Veja
que não são necessários os 80 – 20.
EXERCÍCIO 4. A tabela abaixo apresenta os itens comercializados durante o ano por
uma empresa de distribuição localizada na cidade de Cosmópolis. Construa a Curva ABC e tire
suas conclusões.

Vendas
Produto R$
mensais

a R$ 12,00 228
b R$ 12,00 312
c R$ 29,00 494
d R$ 35,00 59
e R$ 42,00 640
f R$ 19,00 85
g R$ 17,00 240
h R$ 6,00 220
i R$ 21,00 150
j R$ 28,00 138
k R$ 22,00 110
l R$ 10,00 190

A: e; c. B: g; j; b; i; a. C: k; d; l; f; h.

Características do produto
 Relação peso-volume: importante na análise dos custos envolvidos. Relação = 1
equivale algo como 1 tonelada do produto por m3. Exemplos: livros, revistas,
enlatados, xampus, etc. Em contrapartida, imaginem um produto muito leve, como
papel higiênico, carteiras usadas em sala de aula, etc., por exemplo. Essa relação é
menor que 1.
 Relação valor-peso: o peso pode até ser alto, porém o valor é pequeno. Exemplo, água
mineral, sal, etc.
 Sustentabilidade;
 Riscos: acidentes, perecibilidade (alimentos, jornais), roubos e furtos, não
conformidade com a legislação.

Características da embalagem do produto

 Agrupar unidades de um produto.


 Informar sobre condições de uso.
 Facilidade para estocar e manusear/movimentar.
 Promover melhor utilização do equipamento de transporte.
14

 Promover proteção ao produto.


 Promover a venda do produto.
 Facilitar o uso do produto.
 Mudar a densidade do produto (boa acomodação nas prateleiras, pallets, etc.).
 Fornecer valor de reutilização para o cliente.

Elemento de serviço ao cliente


Reclamações mais frequentes

Corte frequente
de itens 6%
Outros
7%
Produtos
danificados 12% Atraso na entrega
44%

Produtos ou
qualidade
inadequados 31%

Serviço
ao

Elementos pré- Elementos de Elementos pós-


transação transação transação
 Declaração  Nível de estoque  Instalação,
escrita da  Capacidade de garantia,
política; tratar pedidos alterações,
 Declaração nas em aberto reparos, peças
mãos do cliente  Elementos do de reposições.
– tempo máximo ciclo do pedido  Rastreamento
de entrega;  Tempo (acompanhamen
procedimentos  Transportes to) do produto.
para devoluções;  A precisão do  Queixas e
 Estrutura sistema reclamações dos
organizacional;  Conveniências clientes
15

EXERCÍCIO 5: identificar os elementos mais importantes na visão dos clientes dos sistemas de
“delivery”.

Elementos logísticos mais importantes no serviço ao cliente

Velocidade e a confiabilidade com as quais os produtos (itens) solicitados pelos


clientes podem se tornar disponíveis.
 Entrega no prazo
 Índice de atendimento dos pedidos (order fill rate).
 Condições dos produtos
 Documentação precisa.

Medidas logísticas do serviço ao cliente


 Percentagem de pedidos de clientes enviados por data do pedido estabelecida
pelo cliente.
 Tempo do ciclo do pedido.

Tempo do ciclo do pedido

Tempo de ciclo do pedido contém os elementos básicos de atendimento ao cliente e é


definido como:
O tempo decorrido entre o momento em uma ordem de cliente, ordem de compra ou
pedido de serviço é feita por um cliente e quando ele é recebido pelo cliente. Abrange todos os
eventos mensuráveis em tempo do prazo total para a entrega de um pedido (encomenda).

Os elementos do ciclo do pedido

 O tempo de transporte
 Tempo de transmissão do pedido
 Tempo de processamento e montagem do pedido
 O tempo de produção
 Disponibilidade de estoque
16

Componentes do ciclo do pedido do cliente

TEMPO TOTAL DO CICLO DO PEDIDO

Transmissão do pedido Processamento e montagem do Tempo de aquisição de Tempo de entrega


pedido estoque adicional
1. Preparação das faturas 1. Quando não há estoque,
1. Consolidação do 1. Tempo de embarque do
2. Liberação do crédito tempo adicional para
pedido armazém
3. Montagem do pedido no adquirir estoque da
2. Transmissão dos 2. Tempo de embarque da
armazém. fábrica.
pedidos fábrica
3. Processamento do
embarque

Processamento e
montagem do pedido
Transmissão do Transmissão de
pedido do Cliente itens de pedidos
em aberto

Cliente

Entrega do
pedido
P rocessamento do
pedido, montagem a
partir dos estoques ou
produção

Entrega do
pedido

Restrições sobre o tempo do ciclo

 Prioridades no processamento do pedido


 Padrões /normas (por exemplo, danos e precisão de enchimento)
 Restrições do pedido (por exemplo, tamanho mínimo e cronograma de
colocação)
17

Medindo o desempenho – entender o que o cliente deseja e estabelecer metas para melhor
atendê-lo.
 Percentual de pedidos não atendidos em relação as vendas;
 n º de vezes que o estoque zerou;
 percentual de entregas no prazo;
 n º de pedidos errados;
 tempo de ciclo do pedido (mais abrangente);
 taxa de atendimento;
 % da demanda atendida;
 % dos pedidos atendidos por completo;
 etc.

Identificando o nível Do Serviço (atendimento)


Uma vez estabelecida a curva ABC, pode-se perfeitamente identificar aqueles itens que
merecem um olhar mais atencioso no que se refere à demanda e ao atendimento. Para cada
um desses itens, A e, se for desejo da empresa, também os itens B, aplica-se o controle
estatístico (CEP).

A fração de unidades faltantes é calculada pela relação:

nº esperado de unidades faltantes anualmente


demanda anual total

Desta forma, o nível de atendimento é definido como:

nº esperado de unidades faltantes anualmente


NA  1 
demanda anual total

Um dos controles possíveis de serem usados é o da carta “p”, considerando que unidade
faltante seja análoga a um “defeito” (não conformidade).

Em síntese, um pedido é uma informação que o cliente dirige ao fornecedor. Essa informação
especifica produtos, quantidades, prazos, etc.

A figura abaixo é um exemplo simples de um pedido que abrange vários produtos (linhas):
18

Pneus Rod Seguro Tel: 99 2113 1000


Fax: 99 2113 0001
PEDIDO DE COMPRA
Rua Serafim Bueno de Lima e Souza, 2424 – Boa Fé – Laranjal – SP.

Data: 12/12/2012 Vendedor: Edevaldo Rocha_____________ __Pedido Nº 05266_______


Código Cliente: AWE0015____Nome: Adegesto Patac______________________________
Endereço: Av. Michel Feijó, 9999 Bairro: Pedra Velha. CEP: 19078-999 Cidade: Cabreúva SP.
Tel: 99 4435 9009 Responsável: Emengarda
CNPJ:______________________Insc. Est.:________________________________________

QTDE Emb. Cód. Produtos R$ Unit. R$ Total


20 unid P068 PS22 Pista 220,00 4.400,00
15 unid P415 TR85 185,00 2.775,00
10 unid P099 FH85 Amaranto 320,00 3.200,00
12 unid P032 TH85 Amaranto 180,00 2.160,00
10 unid P039 FG85 135,00 1.350,00
2 unid P326 TG85 345,00 690,00
14 unid P015 MC45 129,00 1.806,00
18 unid P666 TQ99 210,00 3.780,00

TOTAL GERAL 20.161,00

Cada linha se refere a um produto específico.

Dependendo da política de atendimento estabelecida pelo fornecedor, o cliente


poderá ter seu pedido atendido completamente ou não. Por exemplo, na primeira linha o
cliente solicita 20 pneus PS22 Pista, mas o fornecedor possui capacidade para atender apenas
15 unidades (embalagem). Logo, esse pedido não será atendido completamente. Ou então,
alguns dos pneus solicitados poderão estar em falta, portanto o cliente deixará de recebê-los
num primeiro momento.
Order fill rate (índice de atendimento do pedido): é a porcentagem de atendimento
de um pedido ou um grupo de pedidos que pode ser completada (preparada e expedida). Para
algumas empresas, em particular aquelas que vendem produtos muito similares, este índice é
um indicador-chave de serviço ao cliente.
Por exemplo, se um cliente coloca um pedido de 10 unidades de um produto, mas o
estoque (inventário) atual só permite o envio imediato de sete unidades. A taxa de
atendimento é de 70%. É obvio que quanto maior for a taxa de atendimento, maior será
também a satisfação do cliente.
Conforme os controles utilizados pelo fornecedor, o nível de atendimento para o pneu
PS22 Pista é de 0,97, ou 97%, o que indica que há 3% de chances de não tê-lo disponível para
atender ao cliente.
19

Suponhamos que os níveis de atendimento para os demais pneus sejam,


respectivamente 0,92; 0,95; 0,95; 0,98; 0,87; 0,99 e 0,96. Qual será o nível de atendimento
esperado para atender completamente o pedido acima? Lembre-se que embora o controle de
atendimento deva ser realizado por item, um pedido de cliente pode abranger mais de um,
como o exemplo acima.
Utilizando-se dos princípios da probabilidade, nível de atendimento do pedido acima
será: 0,97 x 0,92 x 0,95 x 0,95 x 0,98 x 0,87 x 0,99 x 0,96 = 0,65 ou 65%.
Observações de serviços

 Os elementos do serviço ao cliente são dominantes logísticos na natureza.


 O atraso na entrega é a queixa mais comum de serviço e a velocidade de
entrega é o elemento mais importante serviço.
 A penalidade para a falha do serviço é essencialmente a redução da
clientela, ou seja, perda de vendas.
 É difícil de determinar o efeito da logística no serviço de atendimento ao
cliente sobre as vendas.

Algumas sugestões

1) Processamento dos pedidos


 Tempos, máximo, mínimo e médio de processamento dos pedidos.
 Percentual de pedidos processados nos prazos determinados.
2) Documentação precisa
 Percentagem de documentos dos pedidos contendo erros.
3) Transportes
 Percentagem de entregas no prazo
 Percentagem de pedidos entregue na data estabelecida pelo cliente
 Danos e reclamações
4) Disponibilidade de produtos e estoque
 Percentagem de itens em falta no estoque
 Percentagem de pedidos atendidos completamente
 Índice de atendimento
5) Produtos danificados
 Número de devoluções em relação ao total dos pedidos
 Valor da devolução em relação às vendas totais

EXERCÍCIO 6: Aplicar a carta “p” de atributos no controle estatístico do medicamento


microvlar. Os dados apresentados na tabela abaixo correspondem a um único mês.
Dia 2 3 4 7 8 9 10 11 14 15 16 17 18 21 22 23 24 25 28 29 30 31
Demanda 255 238 209 290 278 252 241 272 236 259 201 252 241 299 202 228 298 244 259 258 240 280
Atendidos 244 225 191 270 259 234 222 260 233 242 187 244 224 286 187 216 289 230 247 246 232 270
20

Solução: fração média de não atendidos p  0,0531e o nível de atendimento = 0,9469. Para
efeitos de controle, LIC = 0,0107 e LSC = 0,0956.

0,12

LSC = 0,0956
0,1

0,08

0,06

0,04

0,02
LIC = 0,0107

0
2 3 4 7 8 9 10 11 14 15 16 17 18 21 22 23 24 25 28 29 30 31

Processamento de pedido e sistema de informação

Pedido
Sales
Compra
order

Preparação do pedido Transmissão do pedido Entrada do pedido


Order Preparation Order Transmittal Order Entry
 Verificação do estoque
• Requesting
 Solicitando produtos • Transferring
 Transferência das • Stock checking
 Checagem da exatidão dos
products or
ou serviços order information
i
informações do pedido. • Accuracy checking
dados
services • Credit checking
 Verificação de crédito
• Back
 Pedido emordering/
atraso
 Cancelamento
order canceling
do pedido
• Transcriptio
 Transcrição
Transcription
 Faturamento
• Billing

Order Status
Relatório Reporting
do status do pedido Order Filling do pedido
Atendimento
• Tracing and tracking • Product retrieval, production, or purchase
 Rastreamento e monitoramento.  Retenção do produto, produção ou aquisição.
• Communicating with • Packing for shipment
 Comunicação  Embalagem para transporte.
customer com o cliente sobre
on order • Scheduling for delivery
o status do pedido.  Programação da entrega.
status • Shipping document preparation
 Preparação dos documentos para expedição.
21

Preparação (atendimento) da remessa do pedido


Regras de processamento que podem afetar a velocidade da preparação
(atendimento) do pedido:
 Primeiro a ser recebido, primeiro a ser processado
 Em primeiro lugar o pedido de menor tempo de processamento
 Os pedidos em ordem de prioridade especificada
 Primeiro os pedidos menores e menos complexos
 Os pedidos com menor prazo de entrega prometido
 Os pedidos com menos tempo restante até a data de entrega prometida.

Fatores que afetam o tempo de processamento do pedido.


 Prioridades do processamento
 Processamento paralelo x sequencial: arranjo das tarefas de processamento
 Exatidão no atendimento
 Pedidos em lotes: pedidos de grupos de clientes para redução de custos
 Pedidos parciais: grandes e não há estoques disponíveis.
 Consolidação do estoque: criação de um volume econômico de transporte.

Sistema de Informação e rastreamento


Exemplo 01
22

Exemplo 02
23

Administração de estoques

Estoque: quando e por quê


Considere uma situação bem peculiar: servir diferentes itens comestíveis e bebíveis às pessoas
que frequentarão sua casa:
1. Você deseja recebe-los muito bem, de tal forma que todos possam se sentir à vontade
e satisfeitos com o que foi servido e com a quantidade disponibilizada.
2. Se o item 1 se tornar realidade, podemos concluir que houve o sucesso pretendido e
que, portanto, você foi preciso ao estabelecer com bastante antecedência a relação
das pessoas que estariam presentes. Como também foi possível determinar o que
(itens) e quanto (quantidade) será comprado, fornecedores, quando, etc.
3. Imagine a impossibilidade de precisar a quantidade de pessoas mas, assim mesmo
você deseja cumprir o item 1 acima. O que fazer? Os imprevistos terão de ser
solucionados no momento em que as pessoas estiverem presentes. Como fazer isso?
Qual o custo? Qual a certeza de que os itens desejados serão adquiridos? Onde
adquiri-los?
Situação semelhante é vivenciada por muitos varejistas que sabem que para manter os lucros
num patamar compensador, precisam levar às lojas os últimos lançamentos da moda o mais
rápido possível:
 pedidos mais precisos, visando estocar apenas o suficiente dos estilos em alta para os
consumidores atuais cada vez mais indecisos e ponderados.

 Até recentemente, muitas lojas ainda usavam o telefone e o fax para efetuarem
pedidos, um processo manual, lento e suscetível a erros. Agora, aplicativos permitem
que estilistas compradores e fabricantes vejam juntos uma mesma peça ou cor de
tecido, eliminando, assim, a necessidade das viagens destes profissionais ao redor do
mundo ou de envio de amostras por postagem.
 Quais os resultados alcançados quando o fornecedor consegue, com frequência
conhecida, atender rapidamente seus clientes?
 O objetivo é ter o produto certo, no lugar certo, na hora certa.
Estocar envolve custos. Como esse tipo de custo ao longo do ano é muito representativo, isso
faz com que haja desenvolvimento de técnicas e métodos que possam minimizá-los. Quando
isso acontece, a organização conquista uma posição a mais de destaque perante a
competitividade.
Algumas empresas japonesas foram pioneiras na introdução do sistema de estoques just- in-
time — um sistema que enfatiza planejamento e programação de modo que os materiais
necessários cheguem “exatamente a tempo” (just-in-time) para seu uso.
Controle de estoque:
1. Estabelecer um modelo matemático que possa descrever o comportamento do sistema de
estoque.
24

2. Por em prática uma política de estoques ótima em relação a esse modelo.


3. Usar um sistema de processamento de informações computadorizado para manter registro
dos níveis de estoques atuais.
4. Utilizar esse registro de níveis de estoque atuais, aplicar a política de estoques ótima para
sinalizar quando e em que níveis reabastecer os estoques.

Quando a demanda em períodos futuros puder ser prevista com precisão razoável, fará
sentido a aplicação de uma política de estoques que suponha que todas as previsões sempre
serão totalmente precisas. Esse é o caso da demanda conhecida em que deve ser usado um
modelo de estoques determinístico. Entretanto, quando a demanda não puder ser prevista
com boa previsão, torna-se necessário usar um modelo de estoques estocástico, no qual a
demanda em qualquer período é uma variável aleatória, em vez de uma constante conhecida.

Razões para não ter estoques:


 CUSTO: estoques são considerados gastos desnecessários (dinheiro pode ser aplicado
em outra coisa e não ficar parado);
 estoques podem encobrir problemas de qualidade;
 isolamento entre os canais da Cadeia de Suprimentos;
 riscos de obsolescência e deterioração;
 ocupa grandes espaços.

Razões para ter estoques:


 melhor atendimento ao cliente;
 resposta mais rápida à mudanças;
 maior disponibilidade de produtos.
 redução de custos;
 economia de produção;
 economia com Transporte/Distribuição;
 redução de compras emergenciais (mais caras);
 contra situações imprevistas.
25

Elementos de custo de estocagem


 Capital investido  Seguro (roubo, estrago e dano)

 Obsolescência  Espaço, instalações

 Pessoal de Manipulação  Manipulação – movimentação

 Manutenção de Equipamento  Manutenção Predial


26

Decisões de Estoque
Quanto Pedir:
 Lote econômico.
Quanto Manter:
 Estoque de ciclo (lote)
 Estoque de segurança
 Estoque de pipeline
 Estoque estratégico
Quando Pedir:
 Ponto de reposição contínuo
 Kanban
 Ponto de reposição periódico
 Ponto de reposição faseado no tempo - TPOP (MRP)

Ponto de Reposição (ressuprimento) e lote Econômico


• O objetivo é determinar quando e em que quantidade reabastecer estoques de modo
a minimizar a soma desses custos por unidade de tempo.
27

Nível de estoque

Ponto de
reposição

Lead Lead Lead Tempo (t)


Time Time Time

• Unidades do produto considerado são supostamente retiradas continuamente do


estoque a uma taxa constante conhecida, representada por d, isto é, a demanda é de d
unidades por unidade de tempo.
• Q = lote de tamanho fixo (unidades) encomendado (seja por meio de compra seja de
produção) para reabastecimento.
• O intervalo de tempo entre a colocação de um pedido e seu recebimento é conhecido
como lead time (prazo de entrega).
• O nível de estoques no qual é feito o pedido é chamado ponto para fazer novo
pedido.
• A quantidade encomendada (Q) para reabastecer estoques chega toda de uma só vez
exatamente quando desejado, isto é, quando o nível de estoques cai a 0. Para
satisfazer essa hipótese, esse ponto para fazer novo pedido precisa ser configurado em
Ponto para fazer novo pedido = (taxa de demanda) x (prazo de entrega).
Modelo do Ponto de Reposição Contínuo (PR)

PR = DDLT + ES
DDLT = Demanda Durante o Lead Time
ES = Estoque de Segurança
Exemplo:
Demanda = 150 unidades por semana
Lead time = 2 semanas
Estoque de segurança = 100 unidades

PR = 150 x 2 + 100 = 400 unidades

Ou seja, quando o estoque atingir 400 unidades ou menos é hora de solicitar


ressuprimento.
28

Para determinar o melhor Lote de ressuprimento pode-se adotar uma abordagem de


custos. Os custos envolvidos com o sistema são:
– Cf custo fixo de fazer um pedido de ressuprimento. É considerado "fixo" pois é um
custo que não varia com a quantidade pedida.
– Ce custo unitário anual de estocagem - é o custo anual armazenagem de uma
unidade do item. Inclui todos os custos incorridos por manter o item em estoque.

CUSTOS DE ARMAZENAGEM (CA)


 são calculados multiplicando o estoque médio (dado pelo tamanho do lote dividido
por dois) mantido pelo custo unitário anual de estocagem.

Q
CA  Ce 
2
CUSTOS DE PEDIDO (CP)
 são calculados multiplicando os custos fixos de um pedido Cf pelo número total de
pedidos feitos ao longo do ano (pela demanda anual DA dividido pelo tamanho de lote
Q.

DA
CP  C f 
Q

Dimensionamento do estoque de ciclo

Como determinar o “tamanho” de lote que proporciona melhor custo?


Q DA
Quando CA  CP então: Ce   Cf  .
2 Q
29

Neste caso “Q” passa a ser o lote econômico Q e

2  DA  C f
Portanto, Qe 
Ce

Definição de lote econômico:

EXERCÍCIO 7:
1. A Agrimotors possui uma fábrica para a montagem de motores utilizados na área agrícola na
cidade de Paulicéia, SP e uma fábrica de montagem de equipamentos na cidade de Pompéia, SP.
Os motores são transportados entre as duas fábricas por caminhão. Cada viagem de caminhão
custa R$1.000,00. A fábrica de motos monta e vende 300 equipamentos por dia. Cada motor
custa R$ 500,00 e o custo anual de manutenção de estoque por motor é R$100,00.
a. Quantos motores a Agrimotors deve transportar em cada caminhão? R: 1249.
b. Qual é o estoque cíclico de motores na Agrimotors? R: 624.
2. A Agrimotors decidiu implementar o sistema JIT na fábrica de montagem de motos. Como
parte dessa decisão, reduziu para 100 o numero de motores transportado em cada caminhão. Se
cada viagem de caminhão ainda custar R$ 1.000,00, como essa decisão vai afetar os custos anuais
da Agrimotors? Qual deveria ser o custo de cada caminhão se um carregamento de 100 motores
for a melhor opção para a Agrimotors? R: custo total aumentará 528,5%. Custo de cada
caminhão R$ 6,4 por viagem.
3. A cadeia de supermercados Não Pague Mais comercializa ração natural para cães. A demanda por
esse produto é de 1.000 caixas por semana. A rede Não Pague Mais possui um custo de
manutenção de estoques de 25% do preço do produto e contrai um custo fixo de transporte de
R$ 200,00 para cada pedido de ressuprimento (reposição) feito junto ao fabricante. Sabendo que
o fabricante cobra R$ 2,00 por caixa de ração natural, quanto a Não Pague Mais deveria pedir em
cada lote de ressuprimento? Se o fabricante oferecer um desconto relâmpago, baixando o preço
para R$ 1,80 durante um mês, de quanto deve ser o pedido da Não Pague Mais diante dessa
redução de preço? Considere o ano com 52 semanas.

Estoque de Segurança
Necessário para suprir as variações que ocorrem na demanda durante o lead time.
30

Cálculo do estoque de segurança: Fator de serviço x desvio padrão durante o lead time.

Eseg  FS    LT , a unidade do lead time deve ser a mesma do desvio padrão.

EXERCÍCIO 8:
1) Uma empresa situada em Engenheiro Coelho atende a uma demanda mensal de 2.000
bicicletas. O desvio padrão,  , é de 200 bicicletas. Como a empresa deseja manter um nível
de serviço (atendimento) de 97%, trabalha com um estoque de segurança de 90 bicicletas.
O tempo, lead time (lt)*, para repor o estoque é de 5 dias, ou 0,167 mês (mesma unidade das
vendas).
* Lead time é o tempo transcorrido entre o instante em que o cliente realiza o seu pedido
junto ao fornecedor e o respectivo recebimento.

Considerando que o estoque de segurança é calculado a partir da fórmula: E seg  z    lt

Verifique se a quantidade de bicicletas mantida como estoque de segurança é suficiente.

E seg = 90 E seg = 153,6548


z= 1,10117 z= 1,88
%= 86,43 %= 97

2) A empresa decide por elevar o nível de serviço para 99%, qual deve ser o estoque de
segurança?
E seg = 190,4339
z= 2,33
%= 99
E seg = 189,6165
z= 2,32
%= 99
31

3) A demanda semanal por celulares Motorola na FNAC é distribuída normalmente com média
300 e desvio de 200. A Motorola demora duas semanas para atender a um pedido da FNAC.
Por outro lado, a FNAC tem por objetivo um nível de serviço por ciclo de 95% e monitora seu
estoque continuamente. Que nível de estoque de segurança a FNAC deve manter? Qual
deveria ser seu ponto de reposição?

4) Um consultório de oftalmologia opera 52 semanas por ano, 6 dias por semana e usa um
sistema de ponto de reposição. Compra lentes de contato descartáveis por $11,70 o par. As
seguintes informações estão disponíveis sobre as lentes:

 Demanda = 90 pares / semana


 Custo de pedir = $54 por pedido
 Custo anual de estocar = 27% do custo do item
 Nível de serviço = 80%
 Lead time = 3 semanas (18 dias de trabalho)
 Desvio padrão da demanda semanal = 15 pares
 Estoque em mãos 320 pares, sem ordens pendentes.

a) Qual o lote econômico de compra? Qual seria o tempo médio entre pedidos?

b) Hoje a clínica usa hoje um tamanho de lote de 500 pares. Qual o custo anual de
estocagem desta política? Qual o custo anual de pedir? Sem calcular o lote econômico, como
você pode concluir a partir dos dois cálculos anteriores que o lote atual é muito grande?

c) Qual seria a economia anual de alterar a política de lotes de 500 unidades para a política
de lotes iguais ao lote econômico?

d) Qual o ponto de ressuprimento?

5) Um SKU possui uma variação entre a previsão mensal e a demanda real (desvio padrão) de
200 unidades. O tempo de transporte para o CD de Pinhais é de 2 dias. Considere que um mês
possui 30 dias. Um mês possui 30 dias.

a) Caso a empresa queira manter um nível de serviço de 98%, qual deve ser o estoque de
segurança a ser mantido no CD de Pinhais?

b) Sabendo que as vendas mensais deste SKU em Pinhais são de 2000 unidades, quantos
dias de estoque de segurança devem ser mantidos?

c) Qual deve ser o ponto de reposição deste SKU no CD de Fortaleza (tempo de


transporte de 6 dias) caso a demanda mensal seja de 900 unidades e o desvio das vendas de
300 unidades?
32

Transportes
O transporte é a movimentação do produto de um local a outro no momento certo, no
local correto, nas condições adequadas a um custo aceitável. Por tanto, seu objetivo é
movimentar produtos de um local de origem até determinado destino a fim de minimizar
custos financeiros, temporais (tempo de estocagem) e ambientais (área de estocagem). O
transporte, segundo BALLOU (2006), é o elemento mais importante em termos de custos
logísticos, pois interfere no valor final do produto e representa de um a dois terços dos custos
logísticos totais.
“Quando os chineses escrevem a palavra ‘crise’, eles fazem isso dentro de duas características:
uma significando: perigo, a outra oportunidade”.

Qualquer melhoria implementada nos meios de transportes pode trazer benefícios aos
clientes, aos fornecedores e aos custos associados à essa atividade. É fácil concluir que quanto
mais precário o sistema de transportes, as vias (hidrovias, estradas, equipamentos), maiores
serão os custos e, dada a dificuldade, clientes sem produtos, devida à localização dos meios de
produção em relação aos clientes e as dificuldades para transportar os produtos causam.
Como atender consumidores de verduras, como alface, aclega, rúcula que estão
localizados a uma distancia significativa dos meios de produção?

Definindo o Sistema de Transporte

Performance

 Tempo médio de trânsito


 Variabilidade do tempo de trânsito
 Perdas e danos
 Outros fatores, incluindo a disponibilidade, a capacidade, frequência de circulação e
vários serviços menos palpáveis.
Custos
 Acessórios ou os encargos especiais
 Linha trajeto
 Terminal/local

Escolhas do transporte

Modais Outros Transportes para pequenas transferências


 Automóvel
 Aereoviário,  UPS (United Parcel Service)
 Bicicleta
 Rodoviário  Federal Express
 Moto,
 Aquaviário  Correio
 Taxi
 Hidroviário  Ônibus
 Marítimo  Eletrônico
 Dutoviário  Pessoa
 Ferroviário
Estudo do caso:
33

Camila, Thais e Lucas são três bem sucedidos empresários. Faz dois anos que eles
criaram a empresa Hortaliça ecológica na cidade de Limeira, SP, à Rua Tangerina, Vila Queiroz.
No ano 2010 essa empresa registrou um aumento de 70% no volume de vendas. A maioria das
vendas é feita por telefone e a entrega em domicílio.
Os três empresários são extremamente preocupados com a qualidade do produto e do
atendimento, por isso, jamais aceitarão o fato de um cliente ser mal atendido ou não receber
um produto com qualidade.
Como o sucesso é muito bom, e também uma grande fonte estimuladora de novas
ideias, os três decidiram ampliar a distribuição de alface orgânica. Além de ampliar o
fornecimento dentro do estado de estado de São Paulo, a empresa atenderá o sul de Minas
Gerais e Mato Grosso do Sul.
Um dos grandes objetivos da empresa é manter as gôndolas dos clientes abastecidas
com o item de maior sucesso da empresa: alface orgânica pré-lavada. Em geral, são
necessários cerca de três dias para entregar o produto ao cliente. Muitas vezes o cliente
argumenta que as gôndolas estão vazias no momento da entrega. Importante considerar
aqueles clientes que fazem pedidos grandes.
Aquaviário Rodoviário Ferroviário Aeroviário Dutoviário
 Usado para transportes  Usado muito para  Produtos de baixo  Produtos de alto valor.  Geralmente limitado
doméstico quando os transporte de produtos valor.  Produtos mais sensíveis a produtos de
produtos são de baixo acabados e semi-acabados.  Muitas matérias- ao tempo (de validade). petróleo e gás
valor.  Produtos de alto a primas  Geralmente rápido em natural.
 Transportes internacionis moderado valor.  É mais lento e longas distâncias e um  Lento, porém
quando os produtos são  Moderadamente rápido e menos fiável que o bom grau de seguro.
de alto valor. confiável. (No Brasil, alto caminhão variabilidade relativa
 Lento e moderada risco de furtos e roubos).
confiabilidade.

Intermodalidade

 Combinação de duas ou mais modalidades de transporte


 Vantagens de custo e/ou serviço
 Livre troca de equipamentos entre os modais
Ferroviário + Rodoviário = piggyback (sobre os ombros: está sobre outra
coisa).

Dutos de transportes
Rodoviário + Aquaviário = fishyback

Definição de container dada pelo Artigo 4º do Decreto nº 80.145 de 15 de agosto de 1977: "O
container é um recipiente construído de material resistente, destinado a propiciar o transporte
de mercadorias com segurança, inviolabilidade e rapidez, dotado de dispositivo de segurança
aduaneira e devendo atender às condições técnicas e de segurança previstas pela legislação
nacional e pelas convenções internacionais ratificadas pelo Brasil".
Aduana: local onde se paga os direitos de entrada ou de saída de mercadorias.

Sistemas de abastecimento

Convencional

Os itens (produtos, matéria-prima, componentes, etc.) são entregues pelos fornecedores na


empresa cliente. Os custos de transporte estão inseridos no preço do produto, ou seja, a
empresa compra no sistema CIF (cost insurance and freight).

Fornecedores
36

MILK RUN (Corrida do leite)


Esse deriva do sistema de um transporte de coleta de leite. O “transportador”
passava nas fazendas sem cruzar caminho na rota, retirava o leite e, em seguida,
entregava a uma empresa de laticínio.
Este sistema consiste na coleta programada de itens (peças, componentes, matéria
prima, etc.) nos fornecedores, num tempo previamente determinado, cumprindo
determinadas rotas, a fim de minimizar o custo de transporte da operação e reduzir o
estoque na cadeia de suprimentos. Os custos de transportes ficam a cargo empresa.
1. Pode ser realizado pela própria empresa (indústria automobilística utiliza muito
esse sistema) que por sua vez, gerencia a melhor rota para seu veículo de
coleta, determinando a quantidade de peças necessárias para coletar em cada
fornecedor, aproveitando melhor a capacidade de seu veículo de transporte.

Fornecedor E Fornecedor D

Fornecedor F Fornecedor C

Rota 2
Rota 1
Fornecedor G
Fornecedor B

Fornecedor H Fornecedor A

2. A empresa pode determinar a melhor roteirização e a quantidade de itens


necessários que devem ser coletadas de cada fornecedor em cada viagem, e a
coleta, propriamente dita, ser realizada por terceiro (transportadora).
3. A empresa determina a quantidade de itens a ser coletada, quando esses
itens serão necessários em suas plantas e um operador logístico executa a tarefa
de determinar a melhor roteirização para a coleta, sempre atendendo o plano de
produção para que a linha de produção não fique desabastecida.
37

Vantagens do sistema Milk Run


1. Minimizar o custo de frete utilizando a total capacidade do veículo de transporte
(volume ou peso), com a melhor roteirização possível para coleta das peças nos
fornecedores.
2. Aumentar a frequência de abastecimento, alimentar a empresa apenas com as
peças necessárias, nas quantidades necessárias, na hora solicitada e dentro das
embalagens padronizadas.
3. Reduzir o número de veículos dentro da empresa e melhorar a coordenação destes
veículos em sua planta fabril.
4. Agilizar a operação de carregamento e descarregamento de materiais, de modo a
eliminar tempos ociosos quando o veículo de coleta de peças está nos
fornecedores e na própria empresa.
5. Nivelar o fluxo diário de recebimento de materiais.
6. Melhorar os serviços prestados, a embalagem padronizada, o aproveitamento de
carga/palete e conseguir maior rapidez na carga e descarga dos veículos de coleta
programada de peças.
7. Reduzir o nível de estoque nos fornecedores. Com a obtenção do programa de
produção necessário para abastecer a empresa (dia programado para coleta das peças
e quantidade a ser fornecida) os fornecedores poderão programar-se para a obtenção
de suas matérias-primas e gerenciar o nível de estoque em suas cadeias.
8. Ferramenta para o sistema Just-in-Time. O Milk Run figura como um processo para a
implantação de um sistema Just-in-Time entre fornecedor e empresa.
9. Melhor administração das embalagens reutilizáveis. As embalagens são padronizadas e
o operador logístico reabastece o fornecedor conforme sua necessidade e em função
do programa de coleta de peças.
10. Redução de avarias no transporte, pois as embalagens são padronizadas e a operação
de transporte é realizada por veículos.

Estudo do caso
A Harley compra componentes de três fornecedores. Os do fornecedor A custam $
5,00 cada e são utilizados a uma taxa de 20.000 unidades por mês. Os componentes
comprados do fornecedor B custam $ 4,00 e são utilizados a uma taxa de 2.500 unidades por
mês. Os componentes comprados do fornecedor C custam $ 5,00 e são utilizados a uma taxa
de 900 unidades por mês. Atualmente a Harley compra um carregamento separado de cada
fornecedor. Como parte do sistema JIT, a Harley decidiu agregar as compras dos três
fornecedores.
A empresa de entrega cobra um custo fixo de $ 400,00 pelo caminhão com uma taxa
adicional de $ 100,00 por parada. Faça uma sugestão de estratégia de ressuprimentos para a
Harley que minimize seu custo anual.
Compare o custo da sua estratégia com o custo atual da Harley efetuando os pedidos
separadamente de cada fornecedor. Qual é o estoque cíclico de cada componente da Harley?
38

CROSS-DOCKING
É um sistema de distribuição física no qual as mercadorias recebidas, em um armazém ou
Centro de Distribuição (CD), não são estocadas, mas, sim, imediatamente preparadas para que
sejam transferidas para o destino final. Neste sistema o tempo de estocagem é mínimo, se
possível, deve ser praticamente nulo. Exemplo típico de aplicação desse sistema pode ser visto
na Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT.

1.000 Kg
A

Fornecedor A

800 Kg
B

Fornecedor B 4.000 Kg
ABCD
1.500 Kg
C Armazém para Consumidor
Consolidação
Fornecedor C

700 Kg
D

Fornecedor D

No sistema Cross Docking a preocupação maior da administração é com o fluxo de


mercadorias e não na armazenagem delas. Dessa forma, torna-se muito importante os
gerenciamentos do fluxo físico e do fluxo de informações, que deve ser contínuo: -
informações precisas sobre a mercadoria, sobre os fornecedores e os clientes.
O uso dessas informações permite o planejamento dos procedimentos e das
operações antes mesmo que as mercadorias sejam recebidas. A organização dos
equipamentos e do pessoal envolvidos fará com que o recebimento e a transferência das
mercadorias para a expedição sejam realizados de forma mais sincronizada, rápida e num
mínimo tempo exigido.
As principais ferramentas e práticas da tecnologia de informação que são essenciais
para o
Cross Docking são:
Scanning (Leitura Óptica): é o processo de ler as informações
contidas nos códigos de barras por meio de leitores ópticos de não-
contato do tipo scanners.
39

Eletronic Data Interchange (EDI): é um meio de intercâmbio de documentos e informações


entre empresas, em formato padrão, via PC.

Código de Barra: é uma composição de uma


informação por meio de gráficos de dígitos
numéricos ou alfanuméricos, utilizando-se da
combinação de barras paralelas, que são legíveis a
scanners de mão.

Rádio Frequência: é capaz de identificar, localizar e


determinar a condição dos itens, promovendo uma redução
do tempo necessário para contabilizar, localizar, monitorar e
controlar a distribuição.
40

Warehouse Management System (WMS): é um sistema de gestão por software que possui um
alto nível de controle e precisão do estoque (inventário).

Roteirização dos Veículos

É um processo que determina uma rota ao longo de uma rede em que o ponto de
partida (origem) seja diferente do ponto de destino; quando há múltiplos pontos de origem e
de destino e, por fim, quando o ponto de origem e de destino são os mesmos.
Princípios para uma boa Roteirização e Programação

1. Carregar caminhões com volumes destinados a paradas que estejam mais próximas
entre si.

Organizar os roteiros dos caminhões por agrupamentos de paradas próximas uma das outras,
minimizando o tráfego entre elas e o tempo total em trânsito.

2. Paradas em dias diferentes devem ser combinadas para produzir agrupamentos


concentrados.

Os segmentos diários programados devem evitar a superposição dos agrupamentos de


paradas, a fim de minimizar o número de caminhões necessários para servir todas as paradas e
também minimizar o tempo de viagem e a distância que percorrerão durante a semana.
41

Comece os roteiros a partir da parada mais distante do depósito

Elaborar agrupamentos de paradas em torno das paradas mais distantes do depósito que
completam a capacidade do caminhão a ser utilizado. Em seguida, seleciona-se outro veículo e
identifica-se a parada mais distando depósito que ainda não tenha caminhão para servi-la,
procedendo-se da mesma forma até que todas as cargas tenham os respectivos veículos e
paradas roteirizados.
Sequenciamento das paradas num roteiro de caminhões deve ter forma de lágrima

Elaborar um sequenciamento de paradas de tal forma que não ocorra superposição


entre elas.

D D
Depot
Depósito Depot
Depósito
(a) Poor routing-- (b) Goodbom
Roteiro routing--
– sem
Roteiro ruim – caminho
paths cross no paths cross
cruzamento
cruzado
42

3. Os roteiros mais eficientes são aqueles que fazem uso dos maiores veículos
disponíveis
A utilização de um veículo com capacidade suficiente para abastecer todas as paradas
de um roteiro minimizará sempre a distância ou tempo total percorrido para servir a todas
paradas.

4. A coleta deve ser combinada nas rotas de entrega em vez de reservada para o final
dos roteiros
As coletas devem ser feitas, tanto quanto possível, ao longo do andamento das
entregas a fim de minimizar o número de superposições de roteiros que tende a ocorrer
quando tais paradas são servidas depois da realização de todas as entregas.

5. Uma parada que é removível de um agrupamento de rota é uma boa candidata para
um meio alternativo de entrega
No caso de paradas isoladas com volume pequeno e que demandam grandes tempos de
condução e despesa do veículo. O uso de caminhões pequenos pode ser uma alternativa mais
econômica ou o uso do serviço de transporte contratado.

EXERCÍCIO 9:

Uma escola localizada na cidade de Limeira, SP, oferece transporte de ônibus para seus
estudantes. O sequenciamento das paradas determina o tempo e a distância requeridos para
completar o roteiro do ônibus. Projete o roteiro mais curto possível do ônibus, dadas as
seguintes circunstâncias:

 somente um ônibus deve ser usado.


 O ônibus sai da escola e retorna a ela.
 Todas as paradas devem ser visitadas.
 Os alunos podem ser coletados e entregues de qualquer lado da rua.
 A coleta ou a entrega na esquina podem ser feitas de uma ou outra rua adjacente.
Nenhum retorno é permitido.
 O ônibus tem capacidade adequada para transportar todos os estudantes na rota.
43
44

6. As limitações das janelas de tempo estreitas devem ser evitadas.


Toda a parada que for forçada a ser servida em um padrão de roteirização menor do que
o desejado deve ter o limite do seu intervalo renegociado e, se possível, ampliado.

7. Método da varredura
Simples, que pode ser calculada a mão.
1. Localize todas as paradas e o “depósito” em um mapa.
2. Trace uma linha a partir do “depósito” em qualquer direção. Gire essa linha no
sentido horário ou anti-horário, até ela fazer a intersecção com uma parada.
3. Para cada parada, verifique se a capacidade do veículo não será ultrapassada.
4. Se a resposta for positiva, exclua a última parada e defina o roteiro.
5. Inicie um novo roteiro com o último ponto (parada) excluído.
6. Dentro de cada roteiro, faça a sequência das paradas a fim de minimizar as
distâncias.
7. O sequenciamento pode ser conseguido mediante a aplicação do método da
forma de lágrima.

EXERCÍCIO 10: As quantidades de coleta estão mostradas na figura ao lado. A empresa usa
camionetas que podem transportar 1.000 unidades. Quantas rotas serão necessárias, quais
paradas deverão estar nas rotas e qual a sequência de paradas deve ser servida pela
camioneta da rota.

S
S
T T

T S
T
T T

S
S S
S
45

EXERCÍCIO 11: A empresa Log 10 é uma distribuidora de frutas congeladas na cidade de


Limeira e todos os dias, exceto aos domingos, ela tem que abastecer 11 restaurantes
localizados conforme figura abaixo e retornar ao depósito localizado a rua Alagoas.
Um único furgão, com capacidade para transportar 20 caixas, é utilizado para a realização
desse serviço e as necessidades de cada restaurante são: rua Três, 4; rua Haiti, 8; rua Pedro
Zaccaria, 12; rua Piauí, 3; rua Santa Lúcia, 9; rua Arthur Vogt, 6; rua Pedro Elias, 9; rua Dário
Roland, 7; rua José Deon, 5, rua José Roque, 6 e rua Dezoito, 6 unidades.
Desenvolva um plano de roteiro urilizando o método da “varredura”. Avaliar a distância
percorrida pelo veículo.

8. Pontos de origem e destino múltiplos – “método do transporte”

O problema nessa situação é combinar os destinos com as fontes e de encontrar as


melhores rotas entre eles. Geralmente ocorre quando há mais de um canal de vendas, fábricas,
ou armazéns para atender a mais de um cliente com o mesmo produto.

Exemplo:

Um fabricante de bijuterias contrata três fornecedores de resina em diferentes locais


para abastecimento de três de suas fábricas. As quantidades contratadas não podem ser
ultrapassadas, mas as demandas da produção precisam ser satisfeitas.
46

A figura abaixo ilustra as possíveis formas de atender às três fábricas partindo dos três
fornecedores. A tarifa de transporte está representada por R$/kg. Essa tarifa é calculada
mediante a rota mais curta entre fornecedor e fábrica. O suprimento e as demandas são
expressos em quilos.

 Custo com transporte em R$ por quilo.

Qual é a melhor solução?

Quanto solicitar a cada fornecedor e para quais fábricas transportar?

Esse tipo de problema é solucionado com o uso da programação linear.


A programação linear é um método muito útil na solução de problemas que envolvem
a distribuição de recursos limitados entre diversas atividades, e as relações entre os vários
recursos, as necessidades de produção, os custos e os lucros. O uso desse método apontará a
melhor maneira possível (ótima) de realizar a distribuição desses recursos, gerando grandes
economias.
 Pela figura 1, acima, podemos resumir a situação apresentada da seguinte maneira:
Fornecedor 1 tem capacidade em atender (oferta) uma demanda de até 400 Kg. Já o
fornecedor 2, 700 kg e o fornecedor 3, 500Kg.
A fábrica 1 apresenta demanda (necessidade) de 600 Kg, a fábrica 2, 500 Kg e a fábrica
3, 300 Kg.
47

Problema 1

Quantos quilos devem ser utilizados de cada um dos fornecedores para atender a cada uma
das fábricas ao menor custo possível? Portanto, deseja-se aperfeiçoar (otimizar, minimizar) o
custo total.

Solução 1

Utilização do método de Vogel

1) Montar a matriz transporte De – Para

PARA
DE
Fábrica 1 Fábrica 2 Fábrica 3 Oferta(1)
Fornecedor 1 R$ 4,00 R$ 7,00 R$ 6,00 400
Fornecedor 2 R$ 5,00 R$ 5,00 R$ 5,00 700
Fornecedor 3 R$ 9,00 R$ 5,00 R$ 8,00 500
Demanda(2) 600 500 300

2) Informar nessa matriz a capacidade de oferta (1) de cada um dos fornecedores e a


demanda (2) de cada um dos clientes.
3) Iniciando pelas linhas da matriz, identificar em cada uma delas os dois menores
custos. Calcular a diferença entre eles (“resíduo”).
4) Repetir essa análise para as colunas.

Linha 1: R$ 6,00 – R$ 4,00 = R$ 2,00 Coluna 1: R$ 5,00 – R$ 4,00 = R$ 1,00


Linha 2: R$ 5,00 – R$ 5,00 = R$ 0,00 Coluna 2: R$ 5,00 – R$ 5,00 = R$ 0,00
Linha 3: R$ 8,00 – R$ 5,00 = R$ 3,00 Coluna 3: R$ 6,oo – R$ 5,00 = R$ 1,00

5) Identificar o resíduo de maior valor. No caso em estudo, é R$ 3,00.


6) Na coluna ou linha que gerou esse resíduo, identificar a “célula” possuidora do
menor custo de transporte. O resíduo R$ 3,00 foi gerado na linha 3 e a célula com
menor custo compreende FORNECEDOR 3 FÁBRICA 2.
7) Alocar a esta tantas unidades quantas forem possíveis. Obedecendo as restrições.
A FÁBRIA 1 necessita (demanda) 500 Kg e o FORNECEDOR 3 possui capacidade para
atender (oferta) 500 Kg. Logo, Solicitaremos a esse fornecedor que abasteça a FÁBRICA
2 com 500Kg. Atendendo plenamente sua demanda.
8) Esgotando-se a oferta ou a demanda, eliminar a linha ou a coluna das análises
posteriores.
No nosso caso, tanto a linha 3 quanto a coluna 2 serão “eliminadas”, pois além da
FÁBRICA 2 ter sua demanda atendida completamente, o FORNECEDOR 3 esgotou sua
capacidade, ou seja, não há como ele abastecer outros clientes.
9) Realizar os passos de 3 a 8, até esgotar a demanda/oferta.
48

10) Matriz Solução

PARA
DE
Fábrica 1 Fábrica 2 Fábrica 3 Oferta
Fornecedor 1 400 0 0 400
Fornecedor 2 200 0 300 700
Fornecedor 3 0 500 0 500
Demanda 600 500 300

11) Cálculo do custo Total: utiliza-se a primeira matriz, De-Para onde estão os valores
unitários dos custos associados ao transporte de cada um dos fornecedores a
cada uma das fábricas e a matriz solução.
 Para a FÁBRICA 1: R$ 4,00 x 400 Kg + R$ 5,00 x 200 = R$ 2.600,00.
 Para a FÁBRICA 2: R$ 5,00 x 500 = R$ R$ 2.500,00.
 Para a FÁBRICA 3: R$ 5,00 x 300 = R$ 1.500,00.

Portanto, o custo total será R$ 6.600,00.

EXERCÍCIO 12:

Uma companhia aérea pode comprar seu combustível para jatinhos a partir de três
fornecedores. As capacidades em galões que cada fornecedor apresenta são as seguintes:
F1 - 320.00;
F2 – 1.270.000;
F3 – 150.000.
As necessidades nos aeroportos, também em galões, são:
A1 – 100.000;
A2 – 1.180.000;
A3 – 300.000.
Custos (R$/galão) associados ao transporte:

A1 A2 A3

F1 R$ 1,46 R$ 1,42 R$ 1,43

F2 R$ 1,45 R$ 1,45 R$ 1,51

F3 R$ 1,39 R$ 1,43 R$ 1,46


49

Determine a quantidade, em galões, que deve ser transportada a partir de cada um dos
fornecedores para cada um dos aeroportos, de modo a se obter o menor custo total.

Aplicação Solver do Excel

Essencialmente, o Solver pesquisa sobre todas as soluções viáveis e encontra a solução


viável que tem o "melhor" valor da célula-alvo (o maior valor para a otimização máxima, o
menor para a otimização mínimo). Essa solução é chamada de solução ótima. Alguns modelos
(versões) do Solver não tem solução ótima e alguns têm uma solução única. Outros modelos
do Solver podem ter várias, na verdade um número infinito de soluções ótimas.

Matriz transporte:

A B C D E F
1 Matriz de transporte - custo por unidade
2 De/para Fábrica 1 Fábrica 2 Fábrica 3 Oferta
3 Fornecedor 1 R$ 4,00 R$ 7,00 R$ 6,00 400
4 Fornecedor 2 R$ 5,00 R$ 5,00 R$ 5,00 700
5 Fornecedor 3 R$ 9,00 R$ 5,00 R$ 8,00 500
6 Demanda 600 500 300

1. As células de C6 a E6 (amarelas) contêm as demandas de cada cliente.


2. As células de F3 a F5 (salmão) contêm a quantidade que cada fábrica pode fornecer.
3. As células de C3 a E5 são o custo de remessa de uma unidade para cada combinação
potencial de fábrica e depósito.
4. Na matriz solução as células para a solução do problema vão da C9 até a E11

A B C D E F
8 De/para Fábrica 1 Fábrica 2 Fábrica 3 Oferta
9 Fornecedor 1 Q(1,1) Q(1,2) Q(1,3) <= 400
10 Fornecedor 2 Q(2,1) Q(2,2) Q(2,3) <= 700
11 Fornecedor 3 Q(3,1) Q(3,2) Q(3,3) <= 500
12 Demanda 600 500 300

5. As células da coluna F9 até F11 são a soma de cada linha indicando quanto de fato está
sendo enviado de cada fábrica na solução candidata.
6. De modo similar, as células de linha C12 a E12 são as somas da quantidade enviada
para cada cliente na solução candidata.
50

7. O custo da solução candidata, matriz custo, é calculado nas células C15 a E17.

A B C D E F
14 De/para Fábrica 1 Fábrica 2 Fábrica 3 Total
15 Fornecedor 1 C(1,1) C(1,2) C(1,3) Soma1
16 Fornecedor 2 C(2,1) C(2,2) C(2,3) Soma2
17 Fornecedor 3 C(3,1) C(3,2) C(3,3) Soma3
18 TOTAL

Esse cálculo é a multiplicação da quantidade enviada na solução candidata pelo custo por
unidade da remessa por uma rota em particular. O custo total mostrado na célula F18 é a
soma de todos esses custos individuais.

Passos - Solver do Excel

Para instalar o recurso Solver (caso não esteja instalado), clique em Suplementos no menu
Ferramentas e, em seguida, selecione o Solver Add-in caixa de seleção. Clique em OK e o Excel
instalará o recurso Solver. Depois que o add-in está instalado, você pode executar o Solver
clicando em Solver no menu Ferramentas.

1. Selecione o menu Ferramentas e, em seguida, Solver no Excel.


2. Definir os parâmetros do Solver. Primeiro, definir a célula de destino. Essa é a célula
em que o custo total associado à solução é calculado. No problema genérico é a célula
F18.
3. Indicar que está sendo minimizada essa célula, selecionando o botão “Min”. O local da
solução é indicado em “Células Variáveis”. No exemplo são as células de C9 a E11.
4. Indicar as restrições para o problema. Para o problema de transporte, deve-se ter a
certeza de que a demanda do cliente será atendida e que a capacidade das fábricas
não seja excedida.
5. Para assegurar que a demanda seja atendida clique em “Adicionar” e realce o intervalo
de células em que é calculada a quantidade total enviada a cada cliente. Esse intervalo
vai da célula C12 à E12 no exemplo. Selecione “=”para indicar que a quantidade
enviada seja igual à demanda. Por fim, no lado direito insira o intervalo de células
onde a verdadeira demanda do cliente foi especificada. Na planilha genérica esse
intervalo vai de C6 a E6.
6. O segundo conjunto de restrições que garante que a capacidade da fábrica não será
excedida é inserido de forma semelhante. O intervalo de células que indicam quanto
está sendo enviado de cada fábrica é de F9 a F11. Esses valores devem ser menores ou
iguais (<=) à capacidade de cada fábrica, que está nas células F3 a F5.
7. Para configurar o Solver, é preciso definir algumas opções: clique no botão “Opções” e
uma tela aparecerá – Opções do Solver. A primeira é “Presumir Modelo Linear”. Essa
opção diz ao Solver que não existem cálculos não-lineares na planilha. A caixa
“Presumir Não-negativos” deve ser selecionada. Isso diz ao Solver que os valores
solução precisam ser maiores ou iguais a zero.
51

8. Clique em “OK” para voltar à caixa principal do Solver e depois clique em “Resolver”
para resolver o problema. O Solver notificará quando encontrar uma solução. Indique
que você deseja que a solução seja salva.
9. Por fim, clique em OK para voltar à tela principal da planilha. A solução estará nas
células C9 a E11.
52

EXERCÍCIO 13:

Uma empresa de beneficiamento de arroz possui quatro filiais em quatro cidades -


Limeira, Leme, Ribeirão Preto e Franca. Todas elas no estado de São Paulo. Atualmente a essa
empresa tem atendido com grande frequência as cidades de Poços de Caldas (MG), Apiaí,
Catanduva e Campos do Jordão, ambas no estado de São Paulo. O custo (R$) por tonelada
transportada entre as cidades, as capacidades de atendimento e as demandas são informados
na tabela abaixo. Usando o método Vogel, determine a quantidade que deve ser adquirida em
cada um dos fornecedores e para quais cidades devem ser enviadas de tal forma que se tenha
o menor custo total.
Matriz de transporte
De/para Poços de Caldas Campos do Jordão Apiaí Catanduva Oferta
Limeira 85 72 90 60 15
Leme 75 93 65 75 6
Ribeirão Preto 60 69 80 95 14
Franca 78 85 66 80 11
Demanda 10 12 15 9

Resp.: 9 toneladas de Limeira para Catanduva; 6 toneladas de Leme e 9 toneladas de Franca


para Apiaí; 10 toneladas de Ribeirão Preto para Poços de Caldas e 6 toneladas de Limeira, 4
toneladas de Ribeirão Preto e 2 toneladas de Franca para a cidade de Campos do Jordão. Custo
total R$ 3.002,00
53

Método de designação – método Húngaro


Nos processos de otimização, sempre
haverá a necessidade de minimizar ou 2
maximizar algumas variáveis, por
exemplo, minimizar gastos com
transportes, tempo gasto, maximizar
lucro, etc.
1
Consideremos a seguinte situação:
Uma empresa do ramo alimentício faz
entregas diárias a cinco grandes
varejos em localidades definidas. O
motorista carrega as mercadorias na
empresa, faz as entregas nas lojas e
retorna à empresa. Os tempos de Empresa 3
viagem entre os “pontos” da rede, em Depósito
minutos, são apresentados na matriz
abaixo. O roteiro a ser traçado deverá 4
proporcionar o menor custo,
portanto, um dos cuidados na
roteirização é evitar que o motorista passe em um mesmo local mais de uma vez.

Para Dep. 1 2 3 4
Dep. X 24 13 7 16
1 10 X 3 23 18
De 2 28 9 X 5 15
3 10 17 15 X 8
4 12 20 13 9 X

Como traçar o roteiro ótimo


1. Somente é possível utilizar o método Húngaro quando a matriz for quadrada, isto é, o nº de
linhas = nº de colunas. Esse número é denominado ordem da matriz. Assim, como a matriz
acima possui cinco linhas e cinco colunas, ela é quadrada e sua ordem é 5.
2. Começando pelas linhas, identificar o menor valor em cada uma delas e subtrai-lo de cada
um dosa valores.

Para Dep. 1 2 3 4 menor Para Dep. 1 2 3 4


Dep. X 24 13 7 16 7 Dep. X 17 6 0 9
1 10 X 3 23 18 3 1 7 X 0 20 15
De 2 28 9 X 5 15 5 De 2 23 4 X 0 10
3 10 17 15 X 8 8 3 2 9 7 X 0
4 12 20 13 9 X 9 4 3 11 4 0 X
54

3. Utilizando a nova matriz obtida, executar o mesmo procedimento, só que agora, com as
colunas:
Para Dep. 1 2 3 4 Para Dep. 1 2 3 4
Dep. X 17 6 0 9 Dep. X 13 6 0 9
1 7 X 0 20 15 1 5 X 0 20 15
De 2 23 4 X 0 10 De 2 21 0 X 0 10
3 2 9 7 X 0 3 0 5 7 X 0
4 3 11 4 0 X 4 1 7 4 0 X
menor 2 4 0 0 0

4. Primeiro teste de otimalidade: cobrir todos os zeros com o mínimo número de retas. As
retas podem tanto ser horizontais ou verticais. Não critério para isso, somente não podem
na diagonal. Começar nas linhas ou colunas com o maior número de zeros:

Para Dep. 1 2 3 4
Dep. X 13 6 0 9
1 5 X 0 20 15
De 2 21 0 X 0 10
3 0 5 7 X 0
4 1 7 4 0 X

O número mínimo de retas é quatro e a ordem da matriz é 5, portanto, não chegamos no


roteiro ótimo, o que faz necessário dar continuidade ao processo.

5. Identificar na matriz o menor valor não coberto por retas. No nosso exemplo, 1.
Subtraí-lo dos demais valores não cobertos por retas. Somá-lo àquele que estiver
coberto por duas retas interceptadas. No exemplo, o 20 e o 5. No caso do X não se
aplica. Portanto, a nova matriz será:

Para Dep. 1 2 3 4
Dep. X 13 5 0 8
1 5 X 0 21 15
De 2 20 0 X 0 9
3 0 6 7 X 0
4 0 7 3 0 X

Como há um número mínimo de retas = 5 = ordem da matriz, é possível realizar a


primeira tentativa de um roteiro a um mínimo custo. O resultado (a roteirização)
compreenderá as células que contem “zeros”. Portanto:
Dep. 3 4 2 1 Dep.

Adotando esse roteiro, o tempo total necessário para atender os quatro clientes
será de 47 minutos.
55

EXERCÍCIO 14:
Um fornecedor de frutas está localizado da cidade 1. Além de abastecê-la, atualmente
também abastece as cidades 2, 3 e 4. Preocupado com a minimização dos custos associados
aos transportes, ele deseja determinar qual o roteiro proporciona a menor quilometragem
total. Obviamente que esse roteiro deverá evitar passar por uma cidade mais de uma vez. Os
dados apresentados na tabela correspondem às distâncias, em quilômetros, entre as cidades.
Cidades 1 2 3 4
1 65 53 37
2 65 95
3 53 95 81
4 37 81
Resp.: 1 4 3 2 1 278 Km
56

Previsão dos Requisitos da Cadeia de Suprimentos


As estimativas dos volumes de produtos e serviços que serão processados pela cadeia de
suprimentos ocorrem na forma de planejamento e previsões.
O que é previsão na Cadeia de Abastecimento?
 Demanda, vendas ou requisitos
 Preços de compra
 Tempos de reabastecimento e entrega
Normalmente a tarefa de prever a demanda está sob a responsabilidade de marketing,
planejamento econômico ou de um grupo específico. os níveis da demanda e os momentos em
que ocorrem afetam diretamente os índices de capacidade, as necessidades financeiras e a
estrutura geral da organização.
A amplitude da previsão logística vai da natureza espacial (onde) a natureza temporal
(quando) da demanda, considerando tanto a variabilidade quanto o grau de aleatoriedade.

Alguns métodos de previsão:


1. Série temporal: aleatória
2. Série temporal: aleatória com tendência
3. Série temporal: aleatória com tendência e sazonalidade
4. Irregular

É padrão que as séries temporais serem previsíveis?

Uma série temporal pode ser razoavelmente prevista. Muitas vezes depende do grau de
variabilidade da série histórica.

Regra
Uma série temporal é irregular se X  3
Onde X = média da série e  = desvio padrão da série.

Média Móvel (MM): fórmula básica


t
MM  1  D
n it1n i
onde
i = período de tempo
t = período de tempo atual
n = duração de média móvel em períodos
Di = demanda no período i
57

Média
Demanda Demanda total
Mês Móvel 3
mensal 3 meses
meses
1 120
2 130
3 110 360 120,0
4 115 355 118,3
5 140 365 121,7
6 135 390 130,0
7 128 403 134,3

Fórmulas para suavização exponencial

1. Único nível
Pt 1  αD t  (1  α)Pt
D t  demanda real no período atual.
Pt  previsão definida anteriormente para período atual.
Pt 1  previsão para o próximo período.
α  Constante de amortecimento (suavização). Usualmente de 0,01 a 0,3.
Exemplo:
Trimestre
1 2 3 4
Último ano 1.200 700 900 1.100
Este ano 1.400 1.000 ?

Assumir α  0,2 e que a previsão usada para o cálculo de P 1 , P0 = média dos quatro
1.200  700  900  1.100
trimestres: P0   975 .
4

Primeiro trimestre do ano 2 (Este ano)

P1  αD 0  (1  α)P0 = 0,2 x 1.100 + 0,8 x 975 = 1.000.

P2  αD1  (1  α)P1 = 0,2 x 1.400 + 0,8 x 1.000 = 1.080.

P3  αD2  (1  α)P2 = 0,2 x 1.000 + 0,8 x 1.080 = 1.064.

EXERCÍCIO 15: Com base na tabela abaixo e usando a fórmula acima, prever demanda para o
ano 14. Considere α  0,2.
58

Ano (N) Previsão Real


1 500 400
2 480 505
3 485 516
4 491 488
5 491 467
6 486 554
7 499 510
8 502 525
9 506 498
10 505 480
11 500 502
12 500 515
13 503 499
14 ?

Método dos mínimos quadrados


Utilizado quando há uma distribuição de dados e se deseja ajustar a melhor curva a este
conjunto.

A curva de ajuste é uma função linear (reta): Y  aX  b

Y é uma variável dependente e X, variável independente.

a = coeficiente angular = ângulo de inclinação da reta em relação ao eixo “X” (abscissa).

b = coeficiente linear = valor de Y quando a reta intercepta o eixo Y (ordenada), ou seja,


quando X=0.

Na equação (1) o somatório de Y é igual ao somatório de (aX + b):

 Y  a X  Nb
N = quantidade de dados (valores) considerados. Na tabela acima são apresentados dados
relativos a 13 anos, portanto, N = 13.

Ainda na mesma equação, se multiplicarmos os dois membros pó X e efetuarmos o


somatório, teremos:

 XY  a X 2
X
b
59

Avaliar o consumo de cana de açúcar durante os meses considerados e ajustar uma curva
que melhor represente a tendência deste consumo:

Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov
Ton 2 3 6 10 8 7 12 14 14 18 19
Antes de partirmos para as soluções das equações (2) e (3) para obtermos a equação (1),
faremos um pequeno ajuste na coluna relativa aos meses:

Mês 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11
Ton 2 3 6 10 8 7 12 14 14 18 19

Demanda de cana de açúcar


20
19
18 18
16
14 14 14
Toneladas

12 12
10 10
8 8
7
6 6
4
3
2 2
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês

Determinação da equação da reta da tendência:

X Y XY X2
1 2 2 1
2 3 6 4
3 6 18 9
4 10 40 16
5 8 40 25
6 7 42 36
7 12 84 49
8 14 112 64
9 14 126 81
10 18 180 100
11 19 209 121
 66 113 859 506
60

Trabalhando com esses valores totais nas equações (2) e (3), teremos:
a = 1, 645 e b = 0,4. Portanto a equação da reta: Y = 1, 645X + 0,4

Analisando a distribuição dos valores, nota-se uma tendência ascendente no consumo de cana
de açúcar. Essa tendência é representada por uma reta pontilhada em vermelho:

Demanda de cana de açúcar


20
19
18 18
y = 1,6455x + 0,4
16
14 14 14
Toneladas

12 12
10 10
8 8
7
6 6
4
3
2 2
0
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12
Mês
61

Aplicações

1. Considere o consumo, em galão, de gasolina mês a mês em uma rede de postos de


combustíveis. Um galão corresponde a 3,6 litros.

Mês Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

Galão 1980 2200 2150 2050 1998 1700 1550 1632 1254 1342 1350 1650

a) Construa um gráfico da demanda por mês.


b) Ajuste pelo método dos mínimos quadrados, uma reta que expresse a tendência do
consumo e represente-a no gráfico.
c) Estime a demanda para os meses de janeiro e fevereiro do ano seguinte.
d) Partindo do mês de maio, considere a respectiva previsão de demanda como a média das
demandas apresentadas nos meses anteriores. A partir daí, preveja a demanda para o mês
de janeiro e compare com o valor obtido em c.

Pt 1  αD t  (1  α)Pt

Solução:

a) e b)

2400

2200

2000

1800
reta da tendência

1600 y = -77,497x + 2241,7

1400

1200
0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13
62

c)
Y = demanda X = mês
1234,2 13 fev
1156,7 14 mar
1079,2 15 abr
1001,7 16 mai
924,3 17 jun
846,8 18 jul

d)
Mês Galão
Jan 1980
Fev 2200 Previsão
Mar 2150
Abr 2050
Mai 1998 2095*
Jun 1700 2075,6
Jul 1550 2000,48
Ago 1632 1910,384
Set 1254 1854,707
Out 1342 1734,566
Nov 1350 1656,053
Dez 1650 1594,842
Jan 1605,874

*2095 = média aritmética entre dos valores de janeiro a abril:


1980  2200  2150  2050
= 2095
4
63

Referências

BALLOU, Ronald H. - Gerenciamento da Cadeia de Suprimentos/Logística Empresarial – 5ª


edição. – 2006 – editora Bookman.

BOWERSOX, Closs e Cooper - Gestão Logística de Cadeias de Suprimentos -2006 - editora


Bookman.

MARTINS, Ricardo Silveira e CAIXETA-FILHO, José Vicente - Gestão Logística do Transporte de


Cargas – editora Atlas.

DIAS, Marco Aurelio P. - Administração De Materiais Uma Abordagem Logística – 5ª edição –


editora Atlas.

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