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Jovem Empreendedor
Antonio Carlos de Matos
Alecsandro Araujo de Souza
Melhem Skaf Hariz
Índice 3
Agradecimentos 5
Apresentação 7
Imprescindível empreendedorismo 9
Capítulo I
O empreendedor 11
Capítulo II
A idéia 17
Capítulo III
Organização e planejamento do futuro negócio 23
Capítulo IV
Os 9 pecados capitais que o empreendedor não pode cometer 31
Capítulo V
Empreendedorismo e responsabilidade social 35
Capítulo VI
Estruturação jurídica do novo negócio 39
Referência Bibliográficas 59
Paulo Skaf, Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP,
do Instituto Roberto Simonsen - IRS, do SESI e do SENAI de São Paulo
Luis Carlos de Souza Vieira, diretor regional do SENAI-SP (Serviço Nacional da
Indústria) e superintendente operacional do SESI-SP (Serviço Social da Indústria)
José Luiz Ricca, ex-diretor-superintendente do SEBRAE-SP (Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas de São Paulo)
Carlos Eduardo Uchôa Fagundes, ex-diretor financeiro do SEBRAE-SP
Carlos Roberto Pinto Monteiro, ex-diretor técnico do SEBRAE-SP
Aref Farkouh, diretor do DECOM (Departamento de Comunicação e Marketing da
FIESP)
José Augusto Corrêa, diretor do Departamento de Relações Internacionais e Comércio
Exterior da FIESP (DEREX) e professor da FGVcenn (Centro de Empreendedorismo e
Novos Negócios da Fundação Getúlio Vargas)
Parabenizamos todos os membros do CJE-FIESP (Comitê de Jovens Empreendedores
da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), do SEBRAE-SP e do
DECOM, pelo empenho pessoal empregado na elaboração do Manual do Jovem
Empreendedor.
ALECSANDRO ARAUJO DE SOUZA (SEBRAE – SP)
ALEX SAWADA (CJE – FIESP)
ANA ELIZA GAIDO (FIESP)
ANTONIO CARLOS DE MATOS (SEBRAE – SP)
BRUNO GALLO (CJE-FIESP)
CARLOS EDUARDO SEDEH (CJE-FIESP)
CAROLINA ARISTAKESSIAN (CJE-FIESP)
CRISTIANO VENERI FREITAS MIANO (CJE-FIESP)
EDGAR PEDRO DE SOUZA (CJE-FIESP)
ERIKA TABACNICKS (CJE-FIESP)
FÁBIO NIEVES (CJE-FIESP)
Ronaldo Koloszuk
Melhem Skaf Hariz
Ronaldo Koloszuk
Diretor titular do CJE
Paulo Skaf
Presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo - FIESP,
do Instituto Roberto Simonsen - IRS, do SESI e do SENAI de São Paulo
O empreendedor
Cada vez mais são as empresas novas e pequenas, e não as grandes, as maiores
criadoras de novos postos de trabalho. Os países com maior aumento nas taxas
de iniciativa empresarial tendem a ter um maior decréscimo nas suas taxas de
desemprego.
Durante a década de 1990, as pequenas empresas contribuíram de forma
considerável para a criação de empregos.
Dados do Ministério do Trabalho mostram que, de 1995 a 2000, os empreendimentos
de pequeno porte foram responsáveis pela criação de 96% dos novos postos de
trabalho em todo o país. Nesse mesmo período, o número de empresas brasileiras
aumentou em 477,4 mil, graças, sobretudo, aos pequenos empreendimentos.
Das unidades criadas, 96,36% eram microempresas, 3,4% pequenas, 0,2% médias e
apenas 0,04% grandes. Atualmente, as empresas de pequeno porte empregam cerca
de 67% do total de trabalhadores com carteira assinada.
As nossas pesquisas sugerem que a iniciativa dos empreendedores contribui
positivamente para o crescimento econômico, ainda que o crescimento do PIB seja
influenciado por outros fatores.
Há um estudo realizado na Austrália por Mazzarol Et Al (*) (1998) que identifica seis
fatores de motivação que nos sinalizam com que expectativas os empreendedores
decidem:
Os empreendedores decidem com base em Criatividade: desejo de aproveitar
talentos, ter um emprego interessante e criar alguma coisa para a realização de um
sonho;
Os empreendedores decidem com base em Autonomia: desejo de trabalhar
no local e horário de sua escolha e ser o seu próprio patrão;
Os empreendedores decidem com base em Status: seguir o exemplo de
outra pessoa ou a tradição familiar, e desejo de reconhecimento social;
Os empreendedores decidem com base em Oportunidade: desejo de
aproveitar uma oportunidade de mercado identificada, ou mesmo, antecipar um
cenário futuro positivo;
Os empreendedores decidem com base em Dinheiro: manter rendimento e
ampliar seus ganhos.
É necessário que você, jovem empreendedor, tenha em mente quais são as suas
expectativas futuras para poder tirar o máximo de suas competências, capacidades
e rede de relacionamentos.
(*) Os empreendedores decidem com base em Investimento: necessidade de emprego, desejo de investir a poupança,
desejo de receber lucros por mérito e criação de riquezas;
Persistência:
Comprometimento:
Faz sacrifício pessoal ou despende um esforço extraordinário para completar uma
tarefa; colabora com os subordinados e até mesmo assume o lugar deles para
terminar um trabalho; se esmera para manter os clientes satisfeitos e coloca a
manutenção do cliente, a longo prazo, acima do lucro a curto prazo.
Busca de informações:
Busca pessoalmente obter informações sobre os clientes, fornecedores ou
concorrentes; investiga pessoalmente como fabricar um produto ou prestar um
serviço; consulta especialistas para obter assessoria técnica ou comercial.
Estabelecimento de metas:
Assume metas que representem desafios e tenham significado pessoal; define com
clareza e objetividade as metas de longo prazo; estabelece metas mensuráveis de
curto prazo.
Não basta, porém, apenas possuir as características empreendedoras, apesar de
serem importantes.
A idéia
“Tente por três vezes algo que você nunca fez. Primeiro, para superar o medo.
Segundo, para aprender. Terceiro, para saber se gosta.”
Nirgel Thompsom
Há, basicamente, duas maneiras pelas quais você, jovem empreendedor, pode criar
idéias de negócios: gerar a sua própria idéia ou desenvolver a de outro.
A segunda é muito mais comum, porque, na maioria dos casos, é dar praticidade a
uma idéia já desenvolvida.
É preciso que você tenha em mente que todas as pessoas e organizações possuem
necessidades que são satisfeitas de formas diferentes. Se você puder dar a essas
necessidades melhores respostas do que as atuais, certamente estará construindo
uma grande oportunidade de negócios a ser aproveitada.
Lembrete: empreendedor
é aquele que identifica uma
oportunidade e cria um negócio para
aproveitá-la, assumindo riscos que
qualquer atividade empresarial oferece.
“Não importa o quão nova a idéia é, o que importa é o quão nova ela se torne.”
Elias Canetti
Um caminho para gerar idéias de negócios é você olhar para o seu atual patrão ou
uma empresa já existente e se perguntar:
Eu posso, pelo menos, duplicar o que o meu empregador ou a empresa existente
faz atualmente, ou atender a um mercado ainda inexplorado?
Existem algumas técnicas estabelecidas, tais como a visualização, brainstorming,
análise morfológica e análise de negócios, que podem ser usadas para gerar idéias
de negócios.
Visualização
A visualização é uma técnica usada com sucesso por muitos empreendedores para
determinar os seus objetivos de longo prazo.
O processo consiste em sonhar acordado – visualizar uma imagem do seu próprio
futuro. Ao fazer isso, perceba se esse futuro inclui a sua própria empresa. Se a
imagem incluir, então como ela é?
A partir dessa visualização, descreva no papel essa idéia de negócio e comece a
estruturá-la identificando o que você precisa fazer para concretizá-la.
A visualização é uma boa técnica para estabelecimento de metas a que você quer
chegar.
Análise morfológica
A oportunidade, em termos práticos, pode ser definida como algo que alguém
transforma em negócios lucrativos.
Você já deve ter passado pela seguinte situação: encontra na rua um negócio
parecido ou igual ao que você sempre imaginou e então surge aquela famosa
expressão: “Eu tive a mesma idéia!”.
Organização e planejamento
do futuro negócio
Nas páginas seguintes você terá acesso a uma ferramenta de trabalho de grande
importância para aqueles que resolveram percorrer o caminho do empreendedorismo
– o plano de negócios.
Pesquisas realizadas pelo Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas do
Estado de São Paulo – Sebrae-SP – indicam que 29% das empresas criadas no
Estado de São Paulo não sobrevivem ao primeiro ano de atividade e cerca de 56%
fecham até o seu quinto ano de vida. A principal causa identificada para esse alto
índice de mortalidade de empresas é a falta de planejamento dos negócios, e não
a falta de boas oportunidades!
Infelizmente, muitos empreendedores imaginam que basta ter uma boa idéia e
pronto, o sucesso é garantido.
Ser empreendedor não é só ganhar muito dinheiro, ser independente ou realizar
algo. Ser empreendedor tem também um custo que muitos não estão dispostos a
pagar. É preciso esquecer, por exemplo, uma semana de trabalho de 40 horas, de
segunda a sexta-feira, das 8h às 18h e com duas horas de almoço.
Normalmente, o empreendedor, mesmo aquele muito bem-sucedido, trabalha de 12
a 16 horas por dia, não raro sete dias por semana. Ele sabe o valor do seu tempo e
procura utilizá-lo trabalhando arduamente na consecução de seus objetivos.
Em negócios... não dá para brincar! Portanto, o primeiro passo a que você, jovem
empreendedor, deve se dedicar é à elaboração de um plano de negócios para
transformar uma oportunidade em uma empresa de sucesso.
“Lembre-se que nenhum avião levanta vôo sem uma rota definida, um destino bem
claro e alternativas já estudadas para o caso de ocorrência de imprevistos.”
Avaliação preliminar
Para pensar:
em qual dessas situações se enquadra a
sua idéia de negócios?
Por essa razão, você deve analisar alguns aspectos para saber se sua idéia de
negócios é, em primeiro lugar, uma oportunidade viável ou não, para depois tomar
a decisão de seguir em frente, buscando mais informações a fim de organizá-las no
formato de um Plano de Negócios.
A grande questão a ser respondida por você, jovem empreendedor, é: “por que
esta empresa promete ter sucesso?”.
Lembre-se: todo negócio visa atender a uma necessidade, e uma idéia não vale
nada se alguém não estiver disposto a pagar por ela!
Entre muitos pontos que devem ser considerados na análise preliminar de um
negócio, merecem destaque:
Para pensar:
em qual dessas situações se
enquadra a sua idéia de negócios?
Fornecedores
Se você já tem o produto da sua empresa definido, mapeou quem são os seus
clientes e onde estão, identificou quantas empresas disputam com você o mesmo
cliente, o passo a seguir agora é identificar quem são os seus fornecedores. Algumas
vezes temos ótimas idéias de produtos e serviços para os nossos clientes, mas o
que necessitamos para produzi-los não está disponível, inviabilizando a empresa.
Devemos estar atentos à quantidade e à confiabilidade dos fornecedores que
iremos utilizar em nosso negócio.
Experiência
Muitas vezes acreditamos que é necessário ao empreendedor entender todo o
processo, o que, sem dúvida, ajuda muito. Entretanto, existem outras soluções.
Principalmente para você, jovem empreendedor!
Infinitas vezes, estar associado a alguém que domina o processo, contar com um
especialista do ramo, ter uma boa vivência como gerente de empresa aumentará as
chances de sucesso evitando erros básicos e conseguindo um melhor desempenho
do seu negócio.
Não esqueça que aprender sobre o negócio durante sua implantação é um custo
adicional a ser considerado. E pode ser bem elevado!
Para pensar:
em que condições de compra
o seu fornecedor trabalha?
Mercado consumidor
A questão fundamental é: pensar com antecedência se outras pessoas realmente
gostam ou têm interesse no seu produto e, ainda, se o número de consumidores
interessados é suficiente para cobrir todas as despesas da empresa e gerar lucro.
Um negócio bem-sucedido apresenta pelo menos uma das seguintes características:
Atende à nova maneira de satisfazer uma necessidade: pode ser através de
um novo produto ou serviço. Não perca de vista que algumas necessidades ainda
não foram percebidas.
Supre um mercado mal-atendido ou novo: conversar com os clientes potenciais
e conhecer as suas insatisfações pode ser muito produtivo. Não tenha preguiça de
ouvir os seus clientes potenciais, você perceberá que as informações que eles irão
lhe passar ajudarão muito nas questões de custos e preços de vendas.
As fontes de financiamento não vêem com bons olhos um plano de negócios que
está sendo “leiloado” por aí. É importante que o plano não seja visto como um
projeto qualquer e que você não pareça estar desesperado para obter recursos.
Espere a resposta de cada instituição antes de passar à seguinte. Alguns bancos
somente emprestam para determinadas áreas geográficas; alguns investidores só
investem em determinados tipos de empresas.
É importante fazer com que o plano chegue ao grupo certo e, melhor ainda, à
pessoa certa. Se houver dúvidas sobre o destino dado ao documento, solicite que
o destinatário assine um termo confidencial para minimizar as chances de que
informações-chaves da empresa ou da idéia sejam utilizadas ou divulgadas a
terceiros.
Recomendação!
Não tenha pressa ao elaborar o seu plano de negócios. Para garantir a qualidade,
um bom plano deve cobrir informações abrangentes, bem resumidas e pertinentes.
Na maioria das vezes, essas informações não se encontram facilmente consolidadas.
Elas devem ser procuradas, trabalhadas e manipuladas.
É recomendável que se escreva o plano paulatinamente, na medida em que as
informações forem obtidas e não de uma só vez.
Uma palavra de cautela a respeito dos aspectos gramaticais: erros podem gerar
uma imagem negativa do empreendedor e, portanto, de todo o empreendimento.
Faça com que alguém qualificado na área da linguagem revise o plano de negócios
para eliminar esses pequenos aborrecimentos que podem ter um forte impacto
sobre os leitores.
Muitas das perguntas que são feitas para preparar um plano de negócios precisam ter
uma resposta, ou devem, ao menos, ser respondidas com “não pode ser respondido
neste momento, mas deve ser monitorado”, pelo bem da sobrevivência da empresa.
Definir preço de venda com base em intuição pura é um dos grandes pecados
capitais dos empreendedores iniciantes.
A definição de preços é um problema tanto para os novos empreendedores quanto
para os já estabelecidos. No entanto, para o novo empreendedor esta tarefa é,
normalmente, mais difícil devido à falta de experiência e segurança para determinar
o preço de forma correta.
Definir o preço de venda é diferente de definir o custo do produto /serviço. No
primeiro caso, é o mercado que vai dizer se é possível ou não competir com o preço
estabelecido – valor de referência. No segundo caso, é de sua total responsabilidade
e controle estabelecer os custos dos produtos vendidos. Com base nessas duas
informações, é possível determinar se é viável ou não ingressar em um determinado
mercado.
É importante lembrar que a definição de preços faz parte de seu planejamento
estratégico. Não caia na tentação de achar que basta fixar um bom preço no
produto e/ou serviço, que tudo dará certo!
Não ter fluxo de caixa é um pecado que leva muitos empreendedores a fechar a
sua empresa.
Acreditam que podem administrar suas empresas sem a necessidade de ter um
controle de fluxo de caixa, ou seja, sem saber o quanto e quando têm para pagar
e receber. As estatísticas de mortalidade de empresa mostram o quanto isso é
importante para a sobrevivência dos negócios.
Lembre-se de que você não deve retirar da empresa o que você precisa para viver,
mas o que ela pode pagar a você.
O fluxo de caixa é crítico, especialmente quando você precisa começar a crescer. O
volume de gastos aumenta antes de serem recebidos os novos faturamentos.
Evite a tentação de confundir o dinheiro de sua empresa com o seu dinheiro.
Há um ditado popular que diz: “mais vale um pássaro na mão do que dois voando”.
Nesse caso, o pecado capital que o empreendedor não pode cometer é ignorar as
vendas da empresa.
Vender ou não vender é a causa “mãe” de muitos problemas que os novos
negócios – ou os já estabelecidos – enfrentam. A maioria dos empreendedores
tende a ter mais interesse pelo desenvolvimento dos produtos do que pelas vendas.
Consideram que as vendas são problemas de outras pessoas e não deles.
Evite ficar encantado com o seu produto; procure vendê-lo.
Financiamento
Empreendedorismo
e responsabilidade social
Para pensar:
o que você pode fazer a partir de
hoje para eleger e respeitar valores
e agir com transparência?
Para pensar:
o que você pode fazer de agora em diante
pelo público interno de sua empresa?
Para pensar:
é possível tornar a sua empresa um
exemplo de gestão ambiental?
Para pensar:
como deve ser o meu relacionamento com
a rede de fornecedores e parceiros?
Para pensar:
o que fazer, desde já, para garantir a
confiança de clientes e consumidores?
A relação que uma empresa tem com a comunidade em que está inserida é um
dos principais exemplos de valores com os quais está comprometida. Respeito
aos costumes e à cultura local, contribuição em projetos sociais, destinação de
Para pensar:
como fazer o seu empreendimento
parceiro da comunidade e obter a
consideração de todos?
O relacionamento ético com o poder público, assim como o cumprimento das leis,
faz parte da gestão de uma empresa socialmente responsável. Ser ético, neste caso,
significa cumprir as obrigações de recolhimento de impostos e tributos, alinhar
os interesses da empresa com a sociedade, comprometer-se formalmente com o
combate da corrupção, contribuir com projetos e ações governamentais voltadas
para o aperfeiçoamento de políticas públicas na área social.
Para pensar:
como adotar uma postura positiva em
seu relacionamento com o governo e
a sociedade a partir de agora?
Empresário
Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica
organizada para produção ou circulação de bens e serviços (Art. 966).
Autônomo
O Novo Código Civi não considera empresário a pessoa que exerce profissão
intelectual, seja ela de natureza científica, literária ou artística, mesmo se contar
com auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir
elemento de empresa. O “elemento de empresa” refere-se às atividades que são
próprias das empresas, ou seja, são atividades tipicamente empresariais como é o
caso, por exemplo, das indústrias, dos comércios e dos serviços que não tenham
conotação intelectual.
Portanto, podemos afirmar que se considera autônomo aquele que atua por conta
própria (sem sócios) como profissional liberal, isto é, o advogado, o dentista, o
médico, o engenheiro, o arquiteto, o contabilista etc., que, na verdade, vendem
serviços de natureza intelectual. Além desses, podemos citar, também, o escritor, o
pintor (de obras de arte), o artista plástico, o escultor etc.
São autônomos também os trabalhadores que, embora não atuem em atividade
intelectual, não possuem uma estrutura organizada para produzir ou circular bens
ou serviços. A falta de estabelecimento empresarial descaracteriza o elemento
de empresa e, portanto, esses profissionais devem se legalizar na condição
de autônomo, caso não tenham um ou mais sócios. Esse é o caso do vendedor
ambulante, pintor de residências, encanador (profissionais não organizados em
estabelecimento empresarial).
Sociedade Simples
Como regra geral, as Sociedades Simples são sociedades formadas por pessoas que
exercem profissão intelectual (gênero), de natureza científica, literária ou artística
(espécies), mesmo se contar com auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício
da profissão constituir elemento de empresa.
Desta forma, Sociedade Simples é a reunião de duas ou mais pessoas (consideradas
autônomas caso atuassem individualmente), que reciprocamente se obrigam
a contribuir com bens ou serviços para o exercício de atividade econômica e a
partilha, entre si, dos resultados (a sociedade simples, não tendo por objeto o
exercício de atividade própria de empresário).
Outras formas de atuação não-relacionadas a profissões de cunho intelectual
também se enquadram como Sociedades Simples, desde que, para tanto, os sócios
atuem sem uma estrutura física (estabelecimento) adequada para exercer suas
atividades. Isso descaracterizaria a “atividade econômica organizada” do art. 966,
que é própria de Empresário e de Sociedade Empresária.
Passo 1: Precauções
EMPRESÁRIO
O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado,
aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de
atividade.
4 – AUTÔNOMO:
Procedimentos para registro no Município de São Paulo:
O profissional autônomo necessita apenas do registro na Prefeitura Municipal e
na Previdência Social. Nesta condição não terá cartão de CNPJ, entretanto, poderá
solicitar a confecção de Notas Fiscais que comprovem a prestação de serviços
e que servirão como base para a apuração dos tributos devidos, entre os quais
destacamos:
ISS – O Imposto Sobre Serviços (ISS) é instituído pelos municípios e incide sobre
a prestação de serviços realizados pelo autônomo. Confira a alíquota em seu
município que deverá ser aplicada sobre o valor dos serviços cobrados;
Contratação de empregados
Como proceder?
Pode ser que você necessite contratar pessoas para auxiliá-lo nos serviços diários
e essenciais de sua empresa, tais como: caixa, balconista, vendedores externos,
Terceirização de serviços
IR – Imposto de Renda: O IR, cobrado pela União por meio da Secretaria da Receita
Federal, incide sobre as rendas e proventos de qualquer natureza que a empresa
auferir. A periodicidade da apuração e recolhimento deste imposto está prevista
na legislação. Informe-se com o seu contador sobre a melhor forma de proceder à
apuração e ao recolhimento do IR.
INSS – Trata-se da Contribuição ao Instituto Nacional da Seguridade Social. Toda
empresa deve recolher aos cofres da União contribuições mensais devidas ao INSS,
incidentes sobre sua folha de pagamento. Há situações também em que a empresa
é obrigada a reter o INSS na fonte de empresas e autônomos que lhes prestam
serviços.
CSLL – A Contribuição Social sobre o Lucro Líquido, espécie de tributo instituído
pela União e administrado pela Secretaria da Receita Federal, tem por finalidade o
financiamento da seguridade social. A CSLL deverá ser calculada conforme a opção
que a empresa fizer em relação ao recolhimento do Imposto de Renda: lucro real
ou lucro presumido.
PIS – Trata-se de contribuição mensal para os Programas de Integração Social e
de Formação do Patrimônio do Servidor Público – PIS/PASEP. Esta contribuição é
uma espécie de tributo instituído pela União e administrado pela Secretaria da
Receita Federal que tem por finalidade o financiamento de programas voltados aos
trabalhadores.
COFINS – A Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social é uma
espécie de tributo cobrado pela União sobre a receita bruta mensal das empresas,
destinado a atender programas sociais do Governo Federal.
IPI – O Imposto sobre Produtos Industrializados é um tributo incidente sobre
produtos industrializados. O estabelecimento industrial ou equiparado (importador,
por exemplo) é o responsável pelo recolhimento do IPI, cabendo ao consumidor
suportá-lo. Significa dizer que, sobre o valor da mercadoria, é acrescido o valor
do IPI, que será suportado pelo comprador do produto industrializado, porém,
recolhido pelo estabelecimento industrial ou equiparado. A obrigação de pagar
este tributo ocorre no desembaraço aduaneiro de produto estrangeiro ou na saída
de produtos industrializados de estabelecimento industrial ou equiparado.
Obrigações acessórias
Saiba também que sua empresa deverá cumprir ainda uma série de obrigações
acessórias exigidas pelas legislações fiscais, trabalhistas, previdenciárias e
empresariais, tais como:
a) Escriturar e registrar os Livros Fiscais e Contábeis;
b) Levantar Balanços Patrimoniais e de Resultado Econômico;
c) Escriturar os Livros Empresariais;
d) Emitir Notas Fiscais;
e) Emissor de Cupom Fiscal;
f) Entregar a Declaração do Imposto de Renda da Pessoa Jurídica;
g) Entregar a RAIS (Relação Anual de Informações Sociais);
h) Entregar o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED);
i) Instituir o Programa de Prevenção a Acidentes (CIPA);
j) Realizar Exames Médicos nos empregados (PCMSO), análise do Meio Ambiente
do Trabalho (PPRA), e elaborar relatório final (PPP);
k) Manter Livro de Inspeção do Trabalho;
l) Adotar Livro, Fichas ou Sistema Eletrônico para controle da jornada de
trabalho.
AJMC (http://www.ajmc.com.br)
A AJMC – Ação Jovem do Mercado de Capitais – é uma associação sem
fins lucrativos formada por jovens do mercado financeiro e outras classes
com o objetivo de priorizar o crescimento socioeconômico do Brasil através
do fortalecimento do mercado de capitais. A iniciativa visa conscientizar o
público jovem da importância de um mercado forte e ativo para o país.
O grupo divulga o mercado financeiro para o público jovem, promovendo a
conscientização dos associados através de atividades como cursos sobre
mercado de capitais e derivativos, workshops e palestras sobre diversos
temas. Além disto, atuam ativamente em projetos sociais e se preocupam com a
conscientização política dos jovens brasileiros.CONAJE (http://www.conaje.com.br)
IEE (http://www.iee.com.br)
O IEE – Instituto de Estudos Empresariais – é uma associação civil composta por
jovens empresários dos mais variados segmentos da economia. Sem fins lucrativos
e compromissos político-partidários, o Instituto visa formar Lideranças Empresariais
que se comprometam com um Modelo de Organização Social e Política para o
Brasil baseado no Ideal Democrático de Liberdades Individuais subordinadas
ao Estado de Direito. O IEE posiciona suas ações de acordo com os princípios
institucionais da coerência e da convicção, independência, compromisso com o
futuro, coesão e respeito individual, tendo como valores a liberdade, a ordem, a
justiça, a responsabilidade, a democracia, a integridade, a propriedade e a economia
de mercado. Seu principal evento é o Fórum da Liberdade.