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RESUMO
Este texto traz um relato de prática que propõe uma reflexão sobre a interdisciplinaridade entre o
Ensino de História e o uso da Estatística a partir da realização de uma pesquisa de opinião e análise de
dados sobre o tema Democracia. Utilizar princípios estatísticos no ensino de História, principalmente
no Ensino Médio pode ser bastante enriquecedor.
Introdução
de demarcação deve ser encarado como proposta para que se consiga um acordo ouse
estabeleça uma convenção. As opiniões podem variar quanto à oportunidade de uma
convenção, todavia uma discussão razoável dos temas em pauta só é viável se os
interlocutores têm um objetivo comum, e nesse entendimento a demarcação da
pesquisa de opinião e análise estatística foi a Escola Estadual Doutor Arthur Cyrillo
Freire na cidade de Sorocaba, Estado de São Paulo. A escola está situada em um bairro
de classe média e recebe alunos de diversas localidades e, em diversas ocasiões,
apresentou bons resultados em avaliações externas.
Ressaltamos nessa atividade, a importância do envolvimento dos estudantes na
definição dos rumos possíveis da disciplina. Assim, a partir da própria sugestão dos
estudantes, e orientação da professora, a atividade foi sendo desenvolvida e modificada.
A partir da sugestão dos alunos, organizamos debates sobre o tema “Democracia”,
tema escolhido, dentre outras possibilidades, em função do Currículo e o estudo do
tema relacionado à Antiguidade. O debate acabou levando a organização de uma
pesquisa de opinião realizada com alunos da escola inteira, e culminou com a análise
estatística dos resultados.
Organizando a atividade
Ensinar História Antiga em turmas de Ensino Médio pode ser bastante difícil se
os alunos não conseguirem criar algum tipo de identificação com o assunto abordado.
Assim, adotar simplesmente as atividades sugeridas no sistema de ensino do Estado de
São Paulo, ou seja, as atividades previstas nos materiais didáticos, podem causar
distanciamento, e, em muitos casos, a apatia dos estudantes. Face a dificuldades dessa
ordem no ensino de História em turmas da 1ª série do Ensino Médio, tornou-se
necessário identificar os limites, adequar os objetivos e adequar as práticas.
Para isso, nada melhor do que ouvir os próprios estudantes, considerando que é
necessário agregar os estudantes na definição de práticas e promover, com isso, a
participação e o protagonismo. Uma roda de conversa foi organizada e nela os
estudantes passaram a sugerir temas de interesse e atividades que consideravam
interessantes. Diante das propostas, a professora ia sugerindo possibilidades que
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pudessem estar adequadas também ao Currículo. Uma das atividades sugeridas pelos
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tomada de decisões e soluções pode ser de fácil utilização em uma aula de história do
Ensino Médio. Considerando o objetivo de debater o tema e pesquisar sobre a opinião
dos alunos, não era interessante, no momento, aprofundar em questões detalhadas do
método. Assim, a partir dessa referência mais ampla, as
etapas foram organizadas e cumpridas, exceto a última,
que foi substituída pelo feedback aos pesquisados.
A classificação quanto à abordagem de pesquisa
foi o método quantitativo, que é o emprego da
quantificação na coleta de dados e no tratamento deles,
por meio de tratamento estatístico. A análise quanto ao
levantamento de campo foi por amostragem
considerando a escola contemplada como população
(Assaf Neto, 2009).
A etapa de coleta de dados foi dividida em
elaboração do questionário e aplicação do mesmo. A
Figura 1 - Questionário do Grupo 1
elaboração do questionário é uma etapa importante pois
os alunos precisam construir perguntas adequadas cujas respostas possam ser
transformadas em variáveis. Além disso, requer conhecimento sobre o tema para que
as perguntas possam ser sintetizadas.
Assim, divididos em dois grupos (os
mesmos do debate), os estudantes
elaboraram, no primeiro grupo, cinco
perguntas voltados para alunos mais
jovens (do 6º ao 8º anos do Ensino
Fundamental) e no segundo grupo, cinco
perguntas para alunos mais velhos (da 8ª
série do Ensino Fundamental e 1ª série do
Ensino Médio. As perguntas tinham
respostas de múltipla escolha e uma
possibilidade de resposta aberta. Após a
elaboração das perguntas, as mesmas Figura 2 - Questionário do Grupo 2
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foram digitadas e impressas para que os alunos pudessem responder com maior
comodidade.
A partir da tabulação dos dados, os alunos foram orientados sobre a escolha das
maneiras de representação dos mesmos e havia a opção de construir gráfico de barras
ou, gráfico de setores. Cada grupo escolheu um tipo de gráfico e, a partir daí,
transformaram os dados existentes em porcentagens para a construção dos mesmos.
Na discussão com os alunos em relação aos aplicativos que seriam utilizados para
a confecção dos gráficos, os mesmos apresentaram clareza e conhecimento necessário.
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Foto 7 – Alunos seguram cartaz com resultado da Foto 8 – Alunos elaboram relatório analisando
pesquisa. O mesmo foi exibido nas salas e em as respostas aos questionários.
locais de circulação da escola.
Conclusão
Referências
ASSAF NETO, A. A. Matemática Financeira e suas aplicações. 10 ed. São Paulo: Atlas, 2009.
BITTENCOURT, C.M. Ensino de História – fundamentos e métodos. 4ª edição, São Paulo: Cortez, 2011
CRESPO, A. A. Estatística Fácil. 15º Ed. São Paulo: Saraiva, 1997
MEDEIROS, C.A. Estatística aplicada à educação. Brasília: Universidade de Brasília,2007.
POPPER, K. R. A Lógica da pesquisa Científica. São Paulo: Cultrix, 1996.
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