You are on page 1of 57

Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof.

Ciro Bächtold Página 1

Nota Sobre o Autor:


CIRO BÄCHTOLD – Especialista em Administração Pública pelo Complexo de Ensino
Superior do Brasil (UNIBRASIL), Pós-Graduado em Contabilidade e Finanças pela
Universidade Federal do Paraná (UFPR), Bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade
Católica de Administração e Economia (FAE), Técnico em Administração de Empresas
pelo Colégio Estadual Campos Sales. Trabalhou durante 18 anos na Prefeitura Municipal
de Campina Grande do Sul, ocupando diversos cargos entre eles: Secretário Municipal de
Governo, Diretor de Tributação, Contador e Oficial de Administração. Atualmente é
Professor de Contabilidade da Universidade Federal do Paraná (ET/UFPR), Coordenador
do Curso de Gestão Pública com Ênfase em Administração Municipal na modalidade à
distância, Vice-Coordenador do Curso de Contabilidade no ensino presencial e foi vice-
Coordenador do Curso de Gestão Pública na modalidade ensino à distância. No ensino
presencial leciona as disciplinas de Contabilidade de Custos, Análise das Demonstrações
Contábeis, Contabilidade Introdutória, Contabilidade Empresarial e Administração
Financeira. No ensino à distância preparou o material didático de Contabilidade de Custos
I, Contabilidade de Custos II,e Noções de Administração Pública e Análise das
Demonstrações Contábeis I, e lecionou as disciplinas de Noções de Administração Pública,
Noções de Contabilidade Pública, Teoria Geral da Administração, Contabilidade
Empresarial I, Contabilidade de Custos I e Contabilidade de Custos II e Análise das
Demonstrações Contábeis I.

APRESENTAÇÃO

Prezado aluno...
Estamos chegando ao final do curso, e neste material vamos complementar a Análise das
Demonstrações Contábeis que já iniciamos na etapa anterior. Neste material vamos
aprender a extrair índices das demonstrações contábeis, verificar o risco de falência da
empresa e também fazer o relatório de conclusão da análise. É a etapa final do trabalho do
analista e assim como todo o trabalho, de grande importância.
Durante o período do curso estivemos juntos e agora que o curso está terminando,
espero que ele seja útil e permita o crescimento profissional de para cada um de vocês.
Não posso negar que vou sentir saudades! Mesmo não os vendo, pude sentir através
das ligações recebidas, emails, scraps no orkut, conversas no msn, o carinho de muitos
alunos e isto é gratificante. Espero um dia ter a oportunidade de conhece-los e para tanto
coloco-me à disposição na Escola Técnica da UFPR para recebe-los quando puderem e
quiserem nos visitar.
O saber é um diferencial na vida de qualquer pessoa, mas não é o único. É preciso saber e
fazer, ou saber e mostrar nosso conhecimento. Há uma frase que não esqueço, mesmo
desconhecendo o autor: “O sábio que não fala o que sabe é como a nuvem que passa e não
traz a chuva”. Vamos fazer a diferença onde estivermos passando nosso conhecimento!
Um grande abraço a todos, faço voto que sua vida seja marcada pelo sucesso em toda a
jornada que Deus nos permite. Acredite em você! Lute e vença, mas escolha bem seu
aliado. O apóstolo Paulo escreveu no livro de Filipenses 4:13: “Tudo posso naquele que me
fortalece” e em Romanos 8:31 “Se Deus é por nós quem será contra nós”.
Que Deus abençoe a cada um de vocês!
Ciro Bächtold
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 2

AULA 01
INTRODUÇÃO

No material de estudo Análise das Demonstrações Contábeis I, foram relacionados


os requisitos para uma boa análise:
1 – Conhecer as Demonstrações Contábeis que serão analisadas;
2 – Conhecer as características da empresa;
3 – Conhecer o objetivo de sua análise;
4 – Coleta das Demonstrações Contábeis e demais documentos;
5 – Exame e Padronização dos documentos;
6 – Análise Vertical e Horizontal;
7 – Cálculo e Interpretação de Indicadores;
8 – Comparação com os Padrões de mercado;
9 – Conclusão – Relatório da análise.

Relembrando: Estudamos até a elaboração da Análise Vertical e Horizontal. Na atividade


supervisionada vocês puderam aplicar o ensino aprendido até agora. Mas o trabalho de
analista ainda não está completo.

A partir de agora vamos estudar os demais itens necessários para uma boa análise.
Você verá que as regras apresentadas são úteis e servem para qualquer tipo de empresa,
desde que na contabilidade os registros efetuados sejam o retrato fiel da realidade. Como é
de imaginar, o trabalho todo realizado perde a eficácia se as informações das
demonstrações contábeis não forem à expressão da realidade vivida pela empresa.
Você verá que através de técnicas utilizadas em análise, e algumas fórmulas,
podemos aprender muito sobre a empresa e sua situação. Vamos aprender a distinguir entre
a situação de capacidade de pagamento, o retorno que os sócios tem sobre o investimento,
qual o grau de investimento de recursos no seu imobilizado, qual a situação do
endividamento da empresa, como está à margem de lucro e também a rotatividade dos
estoques, pagamentos e recebimentos da empresa.

CÁLCULO E INTERPRETAÇÃO DE INDICADORES

O índice é o resultado que encontramos ao comparar contas que compõem as


demonstrações contábeis. Podem ser comparadas contas do mesmo grupo ou contas de
grupos diferentes. O resultado das comparações são informações que podem ser úteis para a
tomada de decisões e permitem a análise da evolução histórica e confronto com os mesmos
índices dos concorrentes, preferencialmente do mesmo porte e atividade econômica,
levando a uma conclusão sobre o desempenho da empresa.
As demonstrações contábeis que seguem, serão utilizadas para cálculo de todos os
índices apresentados neste material de estudo. Assim, em cada exemplo utilizado, compare
os valores utilizados com as informações das duas empresas a seguir.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 3

Balanço Patrimonial da Empresa


Análise das Demonstrações Ltda. - ME
A T IV O 2 0 04 2003
C IR C U L A N T E 3 .6 93 .38 3 3 .9 3 7 .6 29
D isp on ib ilid a de s 2 14 .30 8 2 7 3 .9 97
C o ntas a re c eb e r d e clie n te s 1 .4 79 .78 8 1 .2 9 4 .1 78
E sto qu e s 1 .5 34 .08 2 1 .9 4 1 .9 99
Im p o sto s a re c u pe rar 1 55 .17 5 1 3 7 .7 72
O u tras c o n ta s a re c e be r 2 16 .69 3 2 1 6 .5 17
D e sp e sa s a n te c ip ad a s 93 .33 7 7 3 .1 66

R E A L IZ Á V E L A L /P 1 93 .43 6 1 1 4 .3 85
IR P J e C S L L 77 .83 1
C o ntribu iç ã o sin d ic al d if erid o 1 15 .60 5 1 1 4 .3 85
O u tras c o n ta s a re c e be r

PERM ANENT E 3 .8 30 .12 7 3 .7 6 9 .7 86


In v estim e n to s 45 45
Im o b iliz ad o 3 .7 23 .31 0 3 .6 1 0 .1 52
D if erid o 1 06 .77 2 1 5 9 .5 89

T O T AL 7 .7 16 .94 6 7 .8 2 1 .8 00

P A S S IV O 2 0 04 2003
C IR C U L A N T E 1 .3 59 .67 4 1 .0 9 2 .4 29
F in a nc ia m e n to s e E m p réstim o s 4 95 .27 4 1 57
F orn ec e d ore s 1 24 .87 3 3 1 4 .9 37
O b rig a ç õe s S o c ia is e E n c arg os 7 04 .89 9 9 7 .3 57
Im p o sto s e C o ntribu içõ e s a re c o lh e r 34 .62 8 6 2 7 .3 64
C o m issõ e s a p a ga r 5 2 .6 14

E X IG ÍV E L A L /P 2 .8 17 .84 0 4 .8 0 6 .1 00
F in a nc ia m e n to s e p a rtes re la cio na d a s - 1 .4 1 8 .1 93
F orn ec e d ore s e p arte s relac io n a da s 2 .2 12 .15 3 2 .2 9 4 .7 02
Im p o sto s e c on trib u iç õ es a re c olhe r 6 05 .65 5 1 .0 9 3 .1 73
O u tras c o n ta s a p ag a r 32 32

P A T R IM Ô N IO L ÍQ U ID O 3 .5 39 .43 2 1 .9 2 3 .2 71
C a pita l so c ia l su b sc rito 3 .1 25 .39 6 1 .7 1 0 .0 00
C a pita l so c ia l a in te g ra liza r - (5 .5 0 4)
R e se rv a leg a l 29 .17 0 -
L uc ro s a c u m ula do s 3 84 .86 6 2 1 8 .7 75

T O T AL 7 .7 16 .94 6 7 .8 2 1 .8 00
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 4

Demonstração de Resultado da Empresa


Análise das Demonstrações Ltda. - ME
Exercícios findos em dezembro de 2004 e 2003
DRE
( = )Receita operacional Bruta 11.176.265 9.524.505
Vedas de produtos 11.046.065 9.348.329
Serviços prestados 130.200 176.176
( - )Deduções (2.501.770) (1.852.406)
Impostos e contribuições (2.206.825) (1.615.043)
Devoluções e abatimentos (294.945) (237.363)
( = )Receita operacional líquida 8.674.495 7.672.099
( - )Custos (4.622.772) (4.205.850)
Custos dos produtos vendidos e dos serviços prestados 4.622.772 4.205.850
( = )Lucro Bruto 4.051.723 3.466.249
( - )(Despesas )outras receitas operacionais (3.419.412) (2.984.774)
Vendas (2.018.237) (1.614.366)
Administrativas e Gerais (1.225.701) (1.127.981)
Despesas Financeiras Líquidas (242.974) (434.719)
Outras receitas operacionais líquidas 67.500 192.292
( = )Lucro operacional 632.311 481.475
Resultado não operacional (13.637) 6.267
( = )Lucro antes do Imposto de Renda e Contribuição social 618.674 487.742
Imposto de Renda e Contribuição social
Corrente (113.099) (101.707)
Diferido 77.831 -
( = )Lucro líquido do exercício 583.406 386.035
Lucro líquido por ações/quota R$ 0,21 0,23
Quantidade de ações no final do exercício 2.771.048 1.710.000
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 5

Empresa Ensino à Distância Ltda.


Balanço Patrimonial
ATIVO 31/12/05 31/12/06 PASSIVO 31/12/05 31/12/06
Circulante 1.427,00 1.630,00 Circulante 1.120,00 1.041,00
Disponibilidades 302,00 180,00 Fornecedores 650,00 721,00
Duplicatas a Receber 420,00 650,00 Salários a Pagar 120,00 150,00
Estoques 705,00 800,00 IR e CSLL a Pagar 150,00 59,00
Dividendos a Pagar 200,00 111,00
Realizável a L. Prazo 100,00 80,00
Dupl. a Receber 100,00 80,00 Exigível a L. Prazo 500,00 381,00
Financiamentos 500,00 381,00
Permanente 1.440,00 1.170,00
Investimentos 80,00 70,00 Patrimônio Líquido 1.347,00 1.458,00
Imobilizado 860,00 700,00 Capital Social 1.000,00 1.000,00
Diferido 500,00 400,00 Lucros Acumulados 347,00 458,00
Total 2.967,00 2.880,00 Total 2.967,00 2.880,00
Observação – Em 2005, havia um saldo inicial de dividendos a pagar.

Empresa Ensino à Distância Ltda.


DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DOS EXERCÍCIOS 2005 e 2006
Receita Operacional Bruta 1.500,00 1.725,00
(-) Deduções da Receita (150,00) (225,00)
Receita Líquida 1.350,00 1.500,00
(-) Custo das Mercadorias Vendidas e Serviços (850,00) (950,00)
Lucro Operacional Bruto 500,00 550,00
(-) Despesas
Vendas (80,00) (90,00)
* Administrativas (135,00) (105,00)
Financeiras (70,00) (80,00)
Receita Financeira 10,00 6,00
Lucro Operacional 225,00 281,00
(-) Provisão para Imposto de Renda / Contribuições (41,00) (59,00)
Lucro Líquido Operacional 184,00 222,00
Lucro Líquido 184,00 222,00
 Já foi incluída como despesa administrativa o valor da Depreciação.
 Os dividendos são distribuídos na ordem de 50% do Lucro Líquido.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 6

Faça a Análise Horizontal e Vertical da empresa abaixo:

Empresa Agora é Sua Vez Ltda.

Balanço Patrimonial
ATIVO 31/12/05 31/12/06 PASSIVO 31/12/05 31/12/06
Circulante 76.067 74.702 Circulante 57.424 64.138
Disponibilidades 12.652 16.652 Fornecedores 26.420 32.652
Duplicatas a Receber 35.350 26.251 Salários a Pagar 5.652 6.854
Estoques 25.356 28.685 Encargos Sociais 4.985 5.357
Impostos a Recuperar 2.159 2.654 IR e CSLL a Pagar 1.968 2.321
Despesas Exerc. Seg. 550 460 Empréstimos 14.652 12.585
Contas a Pagar 3.747 4.369
Realizável a L. Prazo 5.670 4.330
Dupl. a Receber 4.310 3.520 Exigível a L. Prazo 18.450 14.333
Outros direitos 1.360 810 Financiamentos 18.450 14.333

Permanente 59.850 64.155 Patrimônio Líquido 65.713 64.716


Investimentos 2.250 4.100 Capital Social 50.000 50.000
Imobilizado 51.650 55.435 Lucros Acumulados 15.713 14.716
Diferido 5.950 4.620
Total 141.587 143.187 Total 141.587 143.187

Empresa Agora É A Sua Vez Ltda.


DEMONSTRAÇÃO DO RESULTADO DOS EXERCÍCIOS 2005 e 2006
Receita Operacional Bruta (ROB) 45.650 39.741
(-) Deduções da Receita (6.942) (5.288)
Receita Operacional Líquida (ROL) 38.708 34.453
(-) Custo das Mercadorias Vendidas e Serviços (20.975) (18.669)
Lucro Operacional Bruto (LOB) 17.733 15.784
(-) Despesas Operacionais
Vendas (4.785) (4.923)
* Administrativas (7.981) (8.632)
Financeiras (2.651) (3.355)
Receita Financeira 1.050 129
Resultado não operacional 550 -----
Lucro Antes do Imposto de Renda e Contribuição Social 3.916 (997)
(-) Provisão para Imposto de Renda / Contribuição Social (736)
Lucro (Prejuízo) Líquido do Exercício. 3.180 (997)
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 7

AULA 02
CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO
O estudo do Capital Circulante Líquido é importantíssimo. Tanto o é, que existe
uma demonstração que permite, com o já vimos quando tratamos da DOAR, identificar a
origem e a aplicação de recursos, mostram o aumento ou redução do capital circulante
líquido, conhecido também como capital de giro líquido ou capital de giro próprio, como
preferem alguns autores.

Você sabia que a DOAR era chamada antigamente de Demonstração de Fontes e Usos de
Capital de Giro Líquido? Pois é isso retrata bem a importância do capital circulante líquido.

A falta de capacidade de pagamento de curto prazo pode levar a empresa à


falência, na prática é observado que a maioria das empresas entre em dificuldade financeira
por não ter um controle adequado de capacidade de pagamento de suas obrigações de curto
prazo.
O Capital Circulante Líquido é um indicador de capacidade financeira da empresa
a curto prazo. Quando o CCL é positivo, é sinal que a empresa tem capacidade de pagar as
obrigações de curto prazo sem a necessidade de recorrer a captação de recursos externos e
sobra recursos para investimento nas suas atividades. Assim, esta é o cálculo que melhor
indica a solvência da empresa, e por isso conhecido como medida de solvência.

Observações Importantes:
 É importante a análise considerar a média de tempo que empresa leva para vender e
receber os valores em estoque, já que estamos considerando os estoques no cálculo do
CCL. E devemos estar conscientes que se a empresa demorar para vender e receber o
valor das vendas, possivelmente deve considerar o índice de liquidez seca, ou seja,
desconsiderar os estoques, mais adequado para medir a solvência desta empresa;
 Dentro do ativo circulante existem contas que não se transformam em dinheiro, como as
contas do Ativo Diferido e Despesas do Exercício Seguinte ou Despesas Pagas
Antecipadamente como alguns assim o chamam, que pela própria natureza destas contas,
o pagamento antecipado das despesas não produzirão caixa para a empresa, mas somente
a garantia de ter os serviços prestados ou materiais entregues no próximo exercício.
Assim, devemos tirar esses valores do cálculo da liquidez;
 Impostos a recuperar, não serão traduzidos em dinheiro e sim a compensação dos valores.
Ou seja, não produzirão caixa para pagamento das obrigações, portanto são valores que
também deverão ser desconsiderados caso o analista seja mais conservador ou prudente.

Encontrarmos o Capital Circulante Líquido usando a fórmula:


CCL = AC - PC
CCL = Capital Circulante Líquido
AC = Ativo Circulante
PC = Passivo Circulante
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 8

CLASSIFICAÇÃO DO CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO

O Capital Circulante Líquido pode ser classificado como segue:


AC>PC = CCL Próprio. Quando o Ativo Circulante é maior do que o Passivo
Circulante, o capital circulante líquido é próprio.
AC<PC = (CCL Negativo). Quando o Ativo Circulante é menor do que o Passivo
Circulante, o capital circulante liquido é negativo ou de terceiros.
AC = PC = CCL Nulo. Quando o Ativo Circulante é igual ao Passivo Circulante, o
capital circulante líquido é Nulo.

Cálculo de Liquidez Corrente da empresa Análise das Demonstrações Ltda – ME


CCL(2003) = 3.937.629,00 – 1.092.429,00 = R$ 2.845.200,00
CCL(2004) = 3.693.383,00 – 1.359.674,00 = R$ 2.333.709,00
Observação – A empresa tem capacidade de pagamento de suas obrigações de curto prazo,
ou seja, tem circulante líquido próprio, nos dois exercícios, apesar de haver uma redução de
18% no exercício de 2003 para 2004, ainda assim a situação é favorável.

Cálculo de Liquidez Corrente da Empresa Ensino à Distância Ltda.


CCL(2005) = 1.427,00 – 1.120,00 = R$ 307,00
CCL(2006) = 1.630,00 – 1.041,00 = R$ 589,00.
Observação – A empresa tem capacidade de pagamento de suas obrigações de curto prazo,
ou seja, tem circulante líquido próprio, nos dois exercícios, aumentando seu CCL próprio
em 92% de 2005 para 2006. A empresa está em boa situação.

Graficamente representando a situação, pode-se verificar com mais facilidade


a evolução das contas.

2003 2003 2004 2004

AC PC AC PC

1.092.429,00 1.359.674,00
3.937.629,00 3.693.383,00
CCL = CCL =
2.845.200,00 2.333.709,00

Calcule o Capital Circulante Líquido da Empresa Agora é a Sua Vez Ltda.

CCL 2005 =
CCL 2006 =
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 9

AULA 03
INDICES DE LIQUIDEZ

Os índices de liquidez mostram a situação financeira da empresa, indicando a sua


capacidade de pagamento, isto é, se a empresa tem capacidade para saldar seus
compromissos ou utilizando um termo técnico a situação de solidez que permitam quitar
seus compromissos com terceiros.
Em qualquer dos índices apresentados, quanto maior for o índice, melhor é para a
empresa, analisando a situação financeira para fazer frente às suas obrigações.

Quatro são os principais índices de liquidez:


a) Liquidez Corrente;
b) Liquidez Imediata;
c) Liquidez Seca;
d) Liquidez Geral.

LIQUIDEZ CORRENTE

No índice de Liquidez Corrente, avaliamos quanto a empresa dispõem de valores de


curto prazo e comparamos este montante com a totalidade das dívidas de curto prazo, ou
seja, todos os valores que deverão se tornar líquidos neste e no próximo período e as
dívidas que deverão ser pagas neste e no próximo exercício.

O índice de liquidez corrente é encontrado através da seguinte fórmula:


LC = AC
PC
Legenda: LC – Liquidez Corrente; AC – Ativo Circulante; PC – Passivo Circulante.

Relembrando, todos os índices serão calculados, tomando como base as demonstrações


contábeis das empresas, primeiramente Análise das Demonstrações Ltda – ME e depois a
empresa Empresa Ensino à Distância Ltda, e depois você terá a oportunidade de fazer seus
cálculos com base na Empresa Agora é A Sua Vez Ltda, aliás a resolução será utilizada
para responder as atividades auto-instrutivas.

Cálculo de Liquidez Corrente da empresa Análise das Demonstrações Ltda – ME


LC(2003) = 3.937.629 = 3,60
1.092.429

LC (2004) = 3.693.383 = 2,71


1.359.674
Observe que o índice diminuiu, mas a empresa continua com situação de liquidez corrente
favorável.
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa possuía R$ 3,60
em 2003 e R$ 2,71 em 2004 de valores de curto prazo, para saldar esta dívida.
Conclusão = Houve redução no índice em 2004 se compararmos com o resultado obtido
em 2003, mas a situação da empresa é favorável.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 10

Cálculo de Liquidez Corrente da Empresa Ensino à Distância Ltda.

LC(2005) = 1.427,00 = 1,27


1.120,00

LC (2006) = 1.630.00 = 1,57


1.041,00

Interpretação = Para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa possuía R$ 1,27
em 2005 e R$ 1,57 em 2006 de valores de curto prazo, para saldar esta dívida.

Conclusão – O índice melhorou de 2005 para 2006, mas é preciso conhecer o índice-
padrão para concluir se a situação da empresa é boa ou não.

Calcule o Cálculo de Liquidez Corrente da empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


LC2005 =
LC 2006 =
Interpretação:
Conclusão:

Observação - O índice de liquidez corrente mostra quanto a empresa tem no Ativo


Circulante para quitar cada real de Passivo Circulante. O índice superior a R$ 1,00, sugere
liquidez ou suficiência de caixa pois o capital circulante é positivo. Quanto maior este
índice melhor, mas devemos levar em consideração que a sobra elevada de liquidez pode
estar fazendo com que a empresa deixe de ter maior rendimento, analisando outras
possibilidades de aplicações de recursos.
O professor José Carlos Marion no livro Análise das Demonstrações Contábeis, apresenta o
seguinte comentário que é importantíssimo:
É importante realçar, nesse momento, alguns aspectos relativos à liquidez corrente:
O primeiro é que o índice não revela a qualidade dos itens no Ativo Circulante (os
Estoques estão superavaliados, são obsoletos, os títulos a receber são totalmente
recebíveis?);
 O segundo é que o índice não revela a sincronização entre recebimentos e
pagamentos, ou seja, por meio dele não identificamos se os recebimentos ocorrerão em
tempo para pagar as dívidas vincendas. Assim, em uma Liquidez Corrente igual a 2,5
(aparentemente muito boa), pode a empresa estar em crise de liquidez, pois grande parte
dos vencimentos das Obrigações a Curto Prazo concentram-se no próximo mês, enquanto a
concentração dos recebimentos ocorrerá dentro de 90 dias.
 O terceiro, como um aspecto que contribui para o redimensionamento da Liquidez
Corrente, no sentido de elevá-la, é o Estoque estar avaliado a Custos Históricos, sendo que
seu valor de mercado está (valor de realização – de venda), normalmente, acima do
evidenciado no Ativo Circulante. Portanto, a Liquidez Corrente, sob esse enfoque, será
sempre mais pessimista do que a realidade, já que os Estoques serão realizados a valores de
mercado e não de curso.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 11

LIQUIDEZ IMEDIATA
É conhecida como liquidez instantânea, e tem importância limitada ou usando uma
linguagem mais simples, de todos os índices de liquidez é o que tem menor importância, já
que compara as obrigações de curto prazo (num período que vai até o final do próximo
exercício) com as disponibilidades da empresa.
O professor Osni Moura Ribeiro no livro Estrutura e Análise de Balanços, apresenta
o seguinte comentário, justificando porque este índice tem pouca validade para o cálculo da
liquidez da empresa:
a) Não adota boa política financeira a empresa que mantém elevadas importâncias em
disponibilidade (Caixa, Bancos e Investimento de Liquidez Imediata), em
detrimento de aplicações mais produtivas, como em estoques, no financiamento de
vendas a prazo, etc;
b) Conforme já estudamos, o Passivo Circulante é composto por obrigações que
possuem prazos de vencimentos superiores a seis meses. Por esse motivo, não é
recomendado ter disponibilidades imediatas suficientes para saldar compromissos
seis meses antes do vencimento;
c) Já estudamos, também, que é importante que a empresa mantenha equilíbrio entre as
entradas e saídas de dinheiro, sendo aceitável a manutenção de saldos elevados em
caixa quando representarem provisionamentos para pagamentos e obrigações que
vençam em poucos dias;
d) Mesmo que este quociente seja inferior a um, poderá não representar situação e
insolvência, pois as obrigações constantes do Passivo Circulante poderão ter prazos
de vencimentos que permitam à empresa obter recursos financeiros para pagá-los,
com o desenvolvimento normal de suas atividades, sem a necessidades de manter
saldos elevados em caixa.

A liquidez imediata é obtida utilizando a fórmula:


LI = Disponibilidades
PC
Legenda: LI – Liquidez Imediata; PC – Passivo Circulante

Cálculo de Liquidez Imediata da empresa Análise das Demonstrações Ltda – ME


LI(2003) = 273.997 = 0,25
1.092.429

LI (2004) = 214.308 = 0,15


1.359.674
Observe que o índice diminuiu, mas isto não quer dizer que a empresa está sem capacidade
de pagamento de suas obrigações.

Interpretação = Para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa possuía


imediatamente R$ 0,25 em 2003 e R$ 0,15 em 2004 para saldar esta dívida.
Conclusão = Houve redução no índice em 2004 se compararmos com o resultado obtido
em 2003, para uma conclusão definitiva para saber se o índice é bom ou ruim, devemos
verificar o índice-padrão de mercado para empresas do mesmo porte e ramo de atividade.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 12

Cálculo de Liquidez Imediata da Empresa Ensino à Distância Ltda.

LI(2005) = 302,00 = 0,26


1.120,00

LI (2006) = 180.00 = 0,17


1.041,00
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa possuía
imediatamente R$ 0,26 em 2005 e R$ 0,17 em 2006 para saldar esta dívida.
Conclusão – O índice piorou de 2005 para 2006, mas é preciso conhecer o índice-padrão
para concluir se a situação da empresa é boa ou não.

Calcule o Cálculo de Liquidez Imediata da empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


LI2005 =
LI 2006 =
Interpretação:
Conclusão:

A liquidez imediata geralmente apresentará índice inferior a R$ 1,00 (um real),


porque de modo geral, dificilmente a empresa terá dinheiro em caixa para quitar as
obrigações que ainda irão vencer durante o próximo exercício.

AULA 04
LIQUIDEZ SECA
O índice de liquidez seca mostra a capacidade de pagamento da empresa, sem
considerar a venda dos produtos que a empresa tem em estoques.
É um índice conservador, mas que deve ser levado em consideração estudando-se
também o prazo que a empresa leva para vender o seu produto em estoque e o prazo de
tempo que leva para receber o valor desta venda. Em determinados casos em que os prazos
de venda do estoque e recebimento são elevados, este índice pode ser mais adequado do
que o de liquidez corrente, para avaliar a capacidade de pagamento da empresa a curto
prazo.
Alguns autores, ainda para fins de cálculo dos índices de liquidez, preferem alguns
itens que não se converterão em dinheiro como Impostos a recuperar e Despesas do
Exercício Seguinte, como já estudamos, para assim dar maior segurança ao cálculo. Isto
serve para o cálculo do índice de liquidez seca também.
Este índice é bastante apreciado por seu conservadorismo, principalmente para
quem irá conceder o empréstimo, pois não leva em consideração o esforço da empresa em
vender e receber os valores que estão em estoques. Sem contar que os estoques permitem
manipulação de valores ou incertezas quanto à qualidade dos produtos que compõem este
ativo e o prazo em que este ativo se tornará líquido e certo (dinheiro em caixa).
Como em todos os casos, devemos levar em consideração o ramo de atividade da
empresa, pois em alguns casos é normal a empresa ter elevados valores em estoques, como
no caso dos supermercados e algumas lojas comerciais. Como é de imaginar, ao retirar os
estoques haverá uma queda significativa da capacidade de pagamento, o que é normal
nesses casos específicos.
A liquidez seca encontra-se com a fórmula:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 13

LS = AC – Estoques
PC
Legenda: LS – Liquidez seca; PC – Passivo Circulante.

Cálculo de Liquidez Seca da empresa Análise das Demonstrações Ltda – ME


LS(2003) = 3.937.629 – 1.941.999 = 1,83
1.092.429

LS (2004)= 3.693.383 – 1.534.082= 1,59


1.359.674

É interessante observar ainda, que eu posso deduzir os Impostos a recuperar e as despesas


antecipadas adotando uma postura mais conservadora e mesmo assim o índice é favorável,
acompanhe o cálculo abaixo:
LS(2003) = 3.937.629 – 2.152.937 = 1,63
1.092.429
LS (2004)= 3.693.383 – 1.782.594= 1,41
1.359.674

Vamos estabelecer como padrão, a primeira metodologia, por ser a mais usual.

Interpretação = Para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa possuía R$ 1,83
em 2003 e R$ 1,59 em 2004 de valores de curto prazo, sem considerar os estoques, para
saldar esta dívida.
Conclusão = Houve redução no índice de 2003 para 2004 e mesmo assim a empresa
apresenta capacidade de pagamento com sobre de recursos.

Cálculo de Liquidez Seca da Empresa Ensino à Distância Ltda.


LS(2005) = 1.427,00 – 705,00 = 0,64
1.120,00
LS (2006) = 1.630,00 – 800,00 = 0,79
1.041,00
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de dívida de curto prazo, a empresa possuía R$ 0,64 em
2005 e R$ 0,79 em 2006 para saldar esta dívida, sem considerar os estoques da empresa.
Conclusão – O índice melhorou de 2005 para 2006, mas ainda assim os recursos sem a
venda de uma parte dos estoques são insuficiente para quitar as obrigações de curto prazo,
portanto é importante verificar o prazo de venda e recebimento dos estoques.

Calcule o Cálculo de Liquidez Seca da empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


LS2005 =
LS2006 =
Interpretação:
Conclusão:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 14

LIQUIDEZ GERAL
É o índice, como o próprio nome diz, que está levando em consideração a situação
de pagamento da empresa de uma forma geral, levando em consideração todos os recursos
de curto e longo prazo para fazer frente a todas as obrigações de curto e longo prazo.

O índice de liquidez geral é encontrado pela fórmula:


LG = AC + RLP
PC + ELP
Legenda: LG – Liquidez Geral, AC - Ativo Circulante, RLP - Realizável a Longo Prazo,
PC - Passivo Circulante, ELP - Exigível a Longo Prazo

Observe que do lado do Ativo, não são considerados os valores do Ativo


Permanente, pois não há intenção da empresa de se desfazer desses valores. E do lado do
Passivo ficaram de fora as contas do Resultado de Exercícios Futuros, pois já devem ter
sido reclassificados como estudamos anteriormente e o Patrimônio Líquido que não são
obrigações com terceiros.
Índice superior a 1 (um) indica que a empresa possui capacidade de pagamento de
suas obrigações de uma forma geral, e a sobra de recursos demonstra que há capital de giro
próprio. Caso o índice seja inferior a 1 (um), é sinal que a empresa está recorrendo a
capital de terceiros para financiar suas atividades operacionais, pois parte dos recursos de
terceiros estão cobrindo o Ativo Permanente da empresa. É uma dependência muito grande
do capital de terceiros.
Convém mencionar que ao analisar o índice de liquidez corrente, comentamos a
respeito dos prazos de recebimentos e pagamentos. Neste índice a distorção é ainda maior,
pois envolve contas de liquidez e exigibilidades de longo prazo. Ou seja, valores a receber e
valores a pagar de longo prazo, sem sabermos ao certo o prazo desses recebimentos e
pagamentos.
 Com relação aos direitos e às obrigações vencíveis a longo prazo, alguns
cuidados também deverão ser tomados: poderão constar, no Ativo
Realizável a Longo Prazo, direitos referentes a empréstimos efetuados a
empresas coligadas, a controladas, a diretores ou a acionistas cujos direitos
não tenham prazo de vencimento ou que sejam de curto prazo. Da mesma
forma, poderão constar no Exigível a Longo Prazo empréstimos tomados de
diretores ou acionistas ou mesmo de outras pessoas, mediante a emissão de
debêntures conversíveis em ações, cujos compromissos não correspondam a
saídas de numerários para serem liquidados.
 Há casos em que o Quociente de Liquidez Geral inferior a um não indica
situação de insolvência. Ocorre, por exemplo, quando, para saldar
compromisso de curto prazo, a empresa tome empréstimos a pagar em cinco
anos; neste caso, haverá tempo suficiente para gerar recursos visando saldar
esses compromissos...
(RIBEIRO – 2004)
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 15

Cálculo de Liquidez Geral da empresa Análise das Demonstrações Ltda – ME


LG(2003) = 3.937.629 + 114.385 = 0,69
1.092.429 + 4.806.100

LG (2004) = 3.693.383 + 193.436 = 0,93


1.359.674 + 2.817.840

Interpretação = Para cada R$ 1,00 de capital de terceiros, a empresa possuía R$ 0,69 em


2003 e R$ 0,93 em 2004 de recursos de curto e longo prazo para saldar esta dívida.
Conclusão = Houve melhora no índice em 2004 se compararmos com o resultado obtido
em 2003, mas a situação da empresa ainda é desfavorável.

Cálculo de Liquidez Geral da Empresa Ensino à Distância Ltda.

LG(2005) = 1.427,00 + 100,00 = 0,94


1.120,00 + 500,00

LG (2006) = 1.630.00 + 80,00 = 1,20


1.041,00 + 381,00

Interpretação = Para cada R$ 1,00 de capital de terceiros, a empresa possuía R$ 0,94 em


2005 e R$ 1,20 em 2006 de valores de curto e longo prazo para saldar esta dívida.
Conclusão – O índice melhorou de 2005 para 2006, onde a empresa passou a ter situação
de liquidez geral positiva. Contudo, é preciso conhecer o índice-padrão para através da
comparação com os concorrentes de mercado, concluir se a situação da empresa é boa.

Calcule o Cálculo de Liquidez Geral da empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


LG2005 =
LG 2006 =
Interpretação:
Conclusão:
Uma forma interessante de organizar os índices encontrados é através de uma planilha onde
a empresa apresenta a relação dos índices e seus resultados, exemplo:

Empresa Análise das Demonstrações Ltda – ME


Nome 2003 2004 Conclusão
LC 3,60 2,71 Piorou, comparado com exercício anterior
LI 0,25 0,15 Piorou, comparado com exercício anterior
LS 1,83 1,59 Piorou, com relação ao exercício anterior
LG 0,69 0,93 Melhorou significativamente com relação ao ano anterior
Observação – A conclusão definitiva sempre será feita tomando como base os índices dos
concorrentes, embora seja interessante demonstrar a evolução da empresa com relação ao
exercício anterior.

Faça uma planilha semelhante para as empresas Ensino à Distância Ltda e Agora é a
Sua Vez Ltda.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 16

AULA 05
ÍNDICES DE ENDIVIDAMENTO

São também conhecidos como índices de estrutura de capital, pois tratam da


qualidade, quantidade e grau da dívida da empresa.
Através dos índices de endividamento vamos obter informações importantes a
respeito da política de obtenção de recursos adotados pela empresa. E podemos responder a
algumas perguntas como em que proporção o investimento próprio ou de terceiros é maior,
poderemos também comparar a dívida de curto e longo prazo ou ainda a cobertura do
capital próprio para pagamento das obrigações.

Na análise do endividamento, há necessidade de detectar as características do seguinte


indicador:
a) Empresas que recorrem a dívidas como um complemento dos capitais próprios para
realizar aplicações produtivas no seu ativo (ampliação, expansão, modernização, etc.) Este
endividamento é sadio, mesmo sendo um tanto elevado, pois as aplicações produtivas
deverão gerar recursos para saldar o compromisso assumido.
b) Empresas que recorrem a dívidas para pagar outras dívidas que estão vencendo. Por não
gerarem recursos para saldar os seus compromissos, elas recorrem a empréstimos
sucessivos. Permanecendo este círculo vicioso, a empresa será uma séria candidata à
insolvência; conseqüentemente à falência.
A análise da composição do endividamento também é bastante significativa:
- endividamento a curto prazo, normalmente utilizado para financiar o ativo circulante;
- endividamento a longo prazo, normalmente utilizado para financiar o ativo permanente.
A proporção favorável seria de maior participação de dívidas a longo prazo,
propiciando à empresa tempo maior para gerar recursos que saldarão os compromissos.
Expansão e modernização devem ser financiadas com recursos a longo prazo, e não pelo
passivo circulante, pois os recursos a serem gerados pela expansão e modernização virão a
longo prazo.
Se a composição do endividamento apresentar uma significativa concentração no
Passivo Circulante (curto prazo), a empresa poderá ter reais dificuldades num momento de
reversão de mercado (o que não aconteceria se as dívidas estivessem concentradas no longo
prazo). Na crise, ela terá poucas alternativas: vender seus estoques na base de uma
liquidação forçada (a qualquer preço), assumir novas dívidas a curto prazo, que certamente
terão juros altos, o que aumentará as despesas financeiras.
Se a concentração fosse a Longo Prazo, a empresa, num momento de revés, teria
mais tempo para replanejar sua situação, sem necessidade de desfazer-se dos Estoques a
qualquer preço.
Empréstimos a Curto Prazo são mais onerosos que os de Longo Prazo. Quando uma
empresa tem dívida concentrada no Curto Prazo, principalmente formada por empréstimos,
certamente a qualidade não é boa. Entretanto, quando há equilíbrio entre Curto e Longo
Prazo, a qualidade é melhor. Outro ângulo de análise da qualidade da dívida é o custo do
dinheiro. Excesso de desconto de duplicatas e empréstimos de curto prazo propiciam custo
elevado da dívida, propiciando qualidade ruim. Normalmente, os financiamentos de Longo
Prazo são menos onerosos (mais baratos).
(MARION – 2002)
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 17

ENDIVIDAMENTO GERAL
Avalia a quantidade da dívida da empresa com relação a origem de recursos,
comparamos o total das obrigações, com o total da origem de recursos.
O endividamento geral mostra a quantidade da dívida, indicando a dependência de recursos
de terceiros no financiamento do ativo.
O endividamento geral é também conhecido como Participação de Capital de
Terceiros sobre os Recursos Totais.

O índice de Endividamento geral é encontrado pela fórmula:


EG ou PCT = PC + ELP____
PC + ELP + PL
Legenda: EG- Endividamento Geral; PCT – Participação do Capital de Terceiros;
PC - Passivo Circulante; ELP - Exigível a LP; PL - Patrimônio Líquido.

Cálculo do Endividamento Geral da empresa Análise das Demonstrações Ltda – ME


EG(2003) = 1.092.429 + 4.806.100 = 0,75
1.092.429 + 4.806.100 + 1.923.271

EG (2004) = 1.359.674 + 2.817.840 = 0,54


1.359.674 + 2.817.840 + 3.539.432
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de origem de capital, a empresa utilizou R$ 0,75 em
2003 e R$ 0,54 em 2004 de recursos de terceiros.
Podemos dizer ainda que do total de recursos aplicados na empresa, 75% em 2003 e 54%
em 2004, referiam-se a recursos de terceiros.
Conclusão = Houve melhora no índice em 2004 se compararmos com o resultado obtido
em 2003. Quanto menor for este índice melhor será para a empresa, pois demonstra menos
dependência do capital de terceiros.

Cálculo de Endividamento Geral da Empresa Ensino à Distância Ltda.

EG(2005) = 1.120,00 + 500,00 = 0,55


1.120,00 + 500,00 + 1.347,00

EG (2006) = 1.041.00 + 381,00 = 0,49


1.041,00 + 381,00 + 1.458,00
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de capital aplicado na empresa, R$ 0,55 em 2005 e R$
0,49 em 2006 referem-se a recursos de terceiros. Ou do total de recursos da empresa, 55%
em 2005 e 49% em 2006, referem-se a capitais de terceiros.
Conclusão – O índice melhorou de 2005 para 2006, onde a empresa passou a depender
menos de capital de terceiros para financiar suas atividades.

Calcule o Cálculo de Endividamento Geral da empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


EG2005 =
EG2006 =
Interpretação:
Conclusão:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 18

PARTICIPAÇÃO DO CAPITAL DE TERCEIROS


Este índice mostra o grau de endividamento da empresa, fazendo uma relação entre
o total das obrigações com o capital próprio da empresa.

Encontramos a participação do capital de terceiros através da fórmula:


PCT = Exigível
PL
Legenda: PCT – Participação do Capital de Terceiros; PL – Patrimônio Líquido;
Exigível – Todas as obrigações de curto e longo prazo (PC + ELP).

Observação: Neste índice, quanto menor melhor, pois é sinal que a empresa depende
menos do capital de terceiros do que de capital próprio. Valores acima de 1 (um) é sinal que
há dependência financeira do capital de terceiros, o que gera desconforto, pois a empresa
está endividada, o que além de comprometer a obtenção de créditos externos, denota
também que a empresa está sujeita a capitais externos e seus prazos de vencimento e
geralmente, juros altos, ou seja, boa parte do lucro deve ser utilizado para pagamento
desses empréstimos.

Participação do Capital de Terceiros - Empresa Análise das Demonstrações Ltda–ME


PCT(2003) = 1.092.429 + 4.806.100 = 3,07
1.923.271

PCT (2004) = 1.359.674 + 2.817.840 = 1,18


3.539.432
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de capital próprio, a empresa utilizou R$ 3,07 em 2003
e R$ 1,18 em 2004 de recursos de terceiros.
Conclusão = Melhorou de 2003 para 2004, mas ainda a empresa tem uma dependência
maior capital de terceiros.

Cálculo da Participação do Capital de Terceiros da Empresa Ensino à Distância Ltda.


PCT(2005) = 1.120,00 + 500,00 = 1,20
1.347,00
PCT(2006) = 1.041.00 + 381,00 = 0,98
1.458,00
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de capital próprio a empresa recorreu a R$ 1,20 em
2005 e R$ 0,98 em 2006 de capital de terceiros para financiar suas atividades operacionais.
Conclusão – O índice melhorou de 2005 para 2006, onde a empresa passou a depender
menos de capital de terceiros para financiar suas atividades. Em 2006, há pouca diferença
entre a utilização de recursos próprios e de terceiros na empresa.

Calcule a Participação do Capital de Terceiros na empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


PCT2005 =
PCT2006 =
Interpretação:
Conclusão:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 19

GARANTIA DO CAPITAL TERCEIROS


Este índice é o inverso do anterior, participação do capital de terceiros, e demonstra
a garantia de pagamento do capital de terceiros com o capital próprio, por isso também é
conhecido como Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros.
Sendo inverso do índice anterior, quanto maior for este índice é melhor para a
empresa, demonstrando que o capital próprio está aumentando e assim a garantia de
recursos para fazer frente às exigibilidades.

O índice de Garantia do Capital de Terceiros é encontrado pela fórmula:

GCT = PL .
PC + ELP
Legenda: GCT – Garantia do Capital de Terceiros; PL = Patrimônio Líquido;
PC – Passivo Circulante; ELP = Exigível a Longo Prazo

Garantia do Capital de Terceiros - Empresa Análise das Demonstrações Ltda–ME


GCT(2003) = 1.923.271 = 0,33
1.092.429 + 4.806.100

GCT (2004) = 3.539.432 = 0,85


1.359.674 + 2.817.840

Interpretação = Para cada R$ 1,00 de capital de terceiros, a empresa apresentou R$ 0,33


em 2003 e R$ 0,85 em 2004 de capital próprio como garantia.
Conclusão = Melhorou de 2003 para 2004, mas ainda assim os recursos próprios são
insuficientes para pagamento do capital de terceiros investido na empresa.

Cálculo da Garantia do Capital de Terceiros da Empresa Ensino à Distância Ltda.


GCT(2005) = 1.347,00 = 0,83
1.120,00 + 500,00

GCT(2006) = 1.458,00 = 1,02


1.041.00 + 381,00

Interpretação = Para cada R$ 1,00 de recursos de terceiros a empresa apresentou R$ 0,83


em 2005 e R$ 1,02 em 2006 de recursos próprios como garantia de pagamento.
Conclusão – O índice melhorou de 2005 para 2006, onde a empresa passou a ter cobertura
do capital próprio para garantir o pagamento do capital de terceiros. A diferença entre o
capital próprio e de terceiros é praticamente inexistente, estando em posição de equilíbrio.

Calcule a Garantia do Capital de Terceiros na empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


GCT2005 =
GCT2006 =
Interpretação:
Conclusão:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 20

AULA 06
COMPOSIÇÃO DO ENDIVIDAMENTO
Este índice demonstra a qualidade da dívida. No seu caso, você prefere ter dívida de
curto ou longo prazo? É evidente que a dívida de longo prazo é melhor, pois há mais tempo
para a obtenção de recursos para quitar as obrigações. Pois bem, ao comparar a dívida de
curto prazo com o total das exigibilidades, verifica-se a qualidade das obrigações.

A fórmula para encontrar a composição do endividamento é:


CE = PC ___
PC + ELP
Legenda: CE – Composição do endividamento; PC – Passivo Circulante;
ELP – Exigível a Longo Prazo.

Este índice quanto menor for, melhor será para a empresa, pois demonstra que a
empresa tem mais tempo para quitar suas obrigações. Mas como todos os índices,
recomendamos o estudo conjunto com os demais. Pois é possível que a empresa tenha
100% de suas obrigações como de curto prazo, sem comprometer sua situação de liquidez,
como é possível ter um índice baixo de dívidas de curto prazo, porém não ter capacidade de
pagamento.

Composição do Endividamento - Empresa Análise das Demonstrações Ltda–ME


CE(2003) = 1.092.429 = 0,19
1.092.429 + 4.806.100

CE(2004) = 1.359.674 = 0,32


1.359.674 + 2.817.840

Interpretação = Para cada R$ 1,00 de exigibilidades, R$ 0,19 em 2003 e R$ 0,32 em 2004


refere-se a obrigações de curto prazo. Ou do total da dívida 19% em 2003 e 32% em 2004,
refere-se a dívida de curto prazo.
Conclusão = A qualidade da dívida piorou de 2003 para 2004, por estar diminuindo o
prazo para pagamento das obrigações.

Cálculo da Composição do Endividamento da Empresa Ensino à Distância Ltda.


CE(2005) = 1.120,00 = 0,69
1.120,00 + 500,00

CE(2006) = 1.041,00 = 0,73


1.041.00 + 381,00

Interpretação = Para cada R$ 1,00 de dívida, R$ 0,69 em 2005 e R$ 0,73 em 2006, refere-
se a obrigações de curto prazo, ou do total de capital de terceiros, 69% em 2005 e 73% em
2006, tem vencimento à curto prazo.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 21

Conclusão – O índice piorou de 2005 para 2006, onde a dívida de curto prazo aumentou
com relação ao total das exigibilidades. Perceba que apesar deste índice haver piorado, não
significa que a situação é preocupante, já que há recursos de curto prazo para pagamento
das dívidas de curto prazo (veja o índice de liquidez corrente = 1,57 em 2006). Esta é a
importância da análise em conjunta dos índices, pois uma composição de endividamento
alta aliada a uma liquidez corrente baixa, enseja uma situação preocupante, pois além da
maior parte da dívida ser de curto prazo, ainda temos poucos recursos de curto prazo para
pagar esta divida.

Calcule a Composição de Endividamento da empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


CE2005 =
CE2006 =
Interpretação:
Conclusão:
AULA 07
ÍNDICES DE IMOBILIZAÇÃO
Quando tratamos de índices de imobilização, estamos nos referindo ao estudo do
financiamento do Ativo Permanente da empresa. Para sabermos se há dependência ou não
do capital de terceiros no financiamento de bens que são utilizados na atividade operacional
da empresa.

Utilizando a fórmula:
CGP = PL - AP
Legenda: CGP – Capital de Giro Próprio; PL – Patrimônio Líquido; AP – Ativo Permanente

Encontramos uma relação entre o capital próprio e o investimento no permanente da


empresa, onde a diferença ou é o capital de giro próprio, quando há sobra de recursos
próprios ajudando nos valores que circulam na empresa, ou capital de giro de terceiros
quando o valor aplicado no ativo permanente é maior do que o patrimônio líquido, o que é
uma situação negativa para a empresa, pois é sinal que o capital de terceiros está
financiando o circulante, realizável a longo prazo e parte do permanente da empresa.
Antes de chegar a uma conclusão, é necessário conhecer o ramo de atividade para
verificar a prática do mercado, pois em alguns casos é normal este alto investimento no
permanente, como ocorre com empresas de transporte coletivo, empresas de locação de
veículos, transportadoras, enfim todas as empresas em que o uso de bens e equipamentos
são fundamentais para o faturamento da empresa.
Quando a empresa resolve ampliar suas estruturas ou fazer aquisição de volumosas
quantias em bens do permanente, deverá preferencialmente optar por recursos próprios, na
impossibilidade desta alternativa, recorrer a recursos de terceiros de longo prazo
(financiamentos, empréstimos) para não comprometer a liquidez da empresa.
Se o capital de giro encontrado for de terceiros, devemos avaliar a qualidade desta
dívida e verificar a capacidade de honrar estas obrigações no prazo devido.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 22

IMOBILIZAÇÃO DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO


Como o próprio nome do índice reflete, será comparada a imobilização, no sentido
amplo de recursos investidos sem intenção de venda, com o capital próprio da empresa, por
isso este índice também é conhecido como imobilização do capital próprio. Quanto menor
por este índice, melhor será para a empresa, indicando que os recursos próprios são em
quantidades maiores para cobrir as aplicações no permanente.

A fórmula para encontrar o índices de Imobilização do Patrimônio Líquido é:


IPL = AP_______
PL
Legenda: IPL – Imobilização do Patrimônio Líquido; AP – Ativo Permanente;
PL – Patrimônio Líquido

Cálculo de Imobilização do PL para a empresa Análise das Demonstrações Ltda – ME


IPL(2003) = 3.769.786 = 1,96
1.923.271
IPL(2004) = 3.830.127 = 1,08
3.539.432
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de capital próprio aplicado na empresa, a empresa
aplicou R$ 1,96 em 2003 e R$ 1,08 no permanente da empresa.
Conclusão = A situação melhorou de 2003 para 2004. A empresa em 2003 estava com seu
capital permanente com uma dependência muito grande do capital de terceiros, porém
observa-se que a situação ainda não é a ideal, pois o capital de terceiros ainda financia parte
do imobilizado da empresa. A melhora foi muito significativa o que permite crer que no
próximo exercício o capital de giro seja próprio, ou seja, o patrimônio líquido da empresa
deve financiar todo o seu permanente.

Cálculo de Imobilização do PL para a Empresa Ensino à Distância Ltda.


IPL(2005) = 1.440,00 = 1,06
1.347,00
IPL(2006) = 1.170,00 = 0,80
1.458,00
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de capital próprio, a empresa investiu R$ 1,06 em 2005
e R$ 0,80 no ativo permanente da empresa.
Conclusão – O índice melhorou, pois percebe-se que de 2005 para 2006 o capital próprio
foi suficiente para cobrir os investimentos no imobilizado doa empresa, sobrando recursos
para o capital de giro. Ou seja, o capital de giro que era de terceiros em 2005, passou a ser
próprio em 2006, demonstrando menos dependência do capital de terceiros.

Calculo da Imobilização do PL para a empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


IPL2005 =
IPL2006 =
Interpretação:
Conclusão:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 23

IMOBILIZAÇÃO DE RECURSOS PERMANENTES


É a comparação entre os recursos de longo prazo utilizados para financiamento do
ativo permanente. O ideal é que os recursos de longo prazo sejam suficientes para cobrir os
valores investidos no permanente da empresa, pois o retorno das aplicações no permanente,
em geral, ocorrem num prazo longo. Desta forma, como já vimos, para não comprometer a
liquidez da empresa, devemos ter passivos de curto prazo financiando somente aplicações
de curto prazo e preferencialmente passivos de longo prazo financiando parte do ativo
circulante, dando uma segurança maior para a empresa. Este índice quanto menor melhor.
Este índice também é conhecido como imobilização de recursos não correntes, por
sua característica de excluir apenas a origem de recursos de curto prazo, comparando com a
aplicação no permanente.
Encontramos a imobilização de recursos permanentes através da fórmula:
IRP ou IRNC = AP______
ELP + PL
Legenda: IRP – Imobilização de Recursos Permanentes; ELP–Exigível a Longo Prazo;
PL - Patrimônio Líquido; INC–Imobilização de Recursos Não Circulantes; AP–Ativo Permanente.

Imobilização de Recursos Permanentes - Empresa Análise das Demonstrações Ltda.


IRP(2003) = 3.769.786 = 0,56
4.806.100 + 1.923.271
IRP(2004) = 3.830.127 = 0,60
2.817.840 + 3.539.432
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de recursos permanentes, R$ 0,56 em 2003 e R$ 0,60
em 2004 foram investidos no imobilizado da empresa. Ou do total de recursos de longo
prazo, 56% em 2003 e 60% em 2004 foram aplicados no permanente da empresa.
Conclusão = O índice piorou de 2003 para 2004, mas os recursos de longo prazo financiam
todo o permanente da empresa e ainda parte do circulante.
Observa-se que este índice ameniza a preocupação pelo resultado encontrado na
Imobilização do Patrimônio Líquido, já que a dependência do capital de terceiros é
totalmente de longo prazo.

Imobilização de Recursos Permanentes da Empresa Ensino à Distância Ltda.


IRP(2005) = 1.440,00 = 0,77
500,00 + 1.347,00
IRP(2006) = 1.170,00 = 0,64
381,00 + 1.458,00
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de recursos de longo prazo a empresa aplicou R$ 0,77
em 2005 e R$ 0,64 em 2006 no seu permanente.
Conclusão – O índice melhorou de 2005 para 2006, pois a parcela de permanente que
utiliza os recursos de longo prazo é menor, sobrando mais recursos de longo prazo para o
giro da empresa.

Calcule a Imobilização de Recursos Permanentes da empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


IRP2005 =
IRP2006 =
Interpretação:
Conclusão:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 24

AULA 08
OUTROS ÍNDICES DE IMOBILIZAÇÃO
Dependendo da situação da empresa e achando o analista ser relevante, é possível
ainda fazer outras comparações com a aplicação de recursos no Ativo Permanente. Quando
se considera o ativo permanente como um todo, sabemos que há contas de investimentos,
contas de imobilizado e contas de diferido. É possível fazer uma análise individual de cada
sub-grupo, com resultados interessantes, ou até mesmo descontar o diferido por se tratar de
gastos que serão apropriados futuramente como despesas, conforme a realização dos lucros.

Seguem alguns índices possíveis de serem análisados:


Imobilização integral = AP - DIF_
PL
Legenda: AP – Ativo Permanente; DIF – Diferido; PL – Patrimônio Líquido.

Imobilização operacional = IMOB.


PL
Legenda: PL – Patrimônio Líquido; Imobilizado (somente do sub-grupo imobilizado)

Imobilização financeira = INVEST.


PL
Legenda: Invest – Investimento; PL – Patrimônio Líquido.

Imobilização em Gastos para Retorno Futuro = Dif.


PL
Legenda: Dif. – Diferido; PL – Patrimônio Líquido.

INDICES DE ROTATIVIDADE
Outro grupo de índices de grande importância diz respeito aos prazos de
permanência dos produtos em estoque, prazo de recebimento das vendas e prazo de
pagamento das compras. São também conhecidos com índices de atividade, por demonstrar
o ritmo de atividade da empresa, ou velocidade em que algumas contas patrimoniais
importantes de movimentam em virtude das atividades operacionais da empresa.
Um alerta deve ser feito agora, que estes índices não devem ser usados por
empresas que não apresentam vendas e compras uniformes durante o período de análise.
Pois algumas distorções poderão ocorrer invalidando a conclusão.
A importância dos índices de rotatividade pode ser percebida ao ler o comentário do
Professor Hilário Franco no livro Estrutura, Análise e Interpretação de Balanços (1992),
quando explica os fatores que influem e determinam a medida de solvência da uma
empresa:
a) Política de Vendas (à vista, a prazo ou a prestação);
b) Ramo de negócio (comércio, indústria, agricultura ou prestação de serviços), atentando-se para o
fato de que os artigos de primeira necessidade geralmente são vendidos em prazos mais curtos;
c) Ciclo econômico da empresa – As indústrias tem geralmente um ciclo econômico mais longo que
o comércio ou a prestação de serviços, pois tem de comprar a matéria-prima, transformá-la e
vende o produto, ao passo que as empresas comerciais o compram e revendem no mesmo estado.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 25

Além disso, de acordo com a própria natureza da indústria, ou do ramo de comércio, o ciclo
econômico pode variar. O mesmo pode-se dizer das empresas agrícolas.
d) Política de compras – Há indústrias que precisam manter maiores estoques de matéria-prima, em
virtude de dificuldade para sua obtenção, ou em razão da complexidade de sua produção, tendo
seu estoque, portanto, rotação mais demorada que as demais. Nas próprias empresas comerciais a
política de compra pode variar, de acordo com o ramo de negócio, pois algumas precisam
trabalhar com maiores estoques, ao passo que outras operam com estoques reduzidos, havendo
portanto grandes diferenças na rotação dos estoques em ambos os casos.
e) Volume de capital da empresa – Como dissemos, há empresas que trabalham com grandes folgas
de capitais, utilizando ao mínimo os capitais de terceiros, ao passo que outras operam com
capitais deficientes e utilizam ao máximo capitais alheios.
Daí se conclui que a possibilidade de solvência de uma empresa poderá variar de acordo
com o prazo tomado como base para o cálculo.
(FRANCO – 1992)

Para iniciar os cálculos de movimentação dos elementos, nada melhor do que


começar como o próprio ativo.
AULA 09
GIRO DO ATIVO
A maioria dos autores prefere classificar este índice como ligado a rentabilidade da
empresa, pois quanto maior for a venda em proporção aos valores aplicados no ativo, maior
deverá ser o rendimento da empresa (lucro).
Este índice mostra a quantidade de vezes que a empresa vendeu o valor que está
aplicado no ativo, assim, pesados investimentos no imobilizado, altos valores em
investimentos ou diferido, ativos sem uso, elevadas quantias em estoque, vendas para
recebimento a longo prazo, fazem este índice ser reduzido, afetando a rentabilidade das
atividades operacionais da empresa. Convém lembrar que nem sempre um volume de
vendas alto se traduz em rentabilidade, e é possível ter lucro em algumas situações mesmo
vendendo pouco. A análise do Giro do Ativo deve ser confrontada com outros índices.
Algumas distorções podem ocorrer, pois quando a empresa iniciou suas vendas o
valor do ativo era diferente do final do exercício onde o valor do ativo passou por
alterações. Sem contar a possibilidade da ocorrência de investimentos ou vendas
significativas de bens do ativo. Portanto, é aconselhável fazer a comparação das vendas
com uma média do total do ativo ao longo do exercício. Assim, recomenda-se que se faça
uma média do ativo para a realização deste cálculo.
Como já foi comentado em Análise das Demonstrações Contábeis I, na análise
vertical considera-se as vendas líquidas como sendo o referencial, pois expurga as vendas
canceladas e os descontos incondicionais (simplesmente porque o dinheiro não entrou na
empresa) e os impostos sobre o faturamento (que foram recursos repassados ao governo)
que não podem ser considerados como sendo receita da empresa, assim é mais justo fazer
as comparações com o faturamento líquido ou receita operacional líquida da empresa.
Assim, no cálculo do Giro do Ativo podemos trabalhar com as Vendas Líquidas (ROL) ou
Vendas Brutas (ROB), mas aqui vamos optar por fazer análise sobre as receitas líquidas.

A fórmula para encontrar o Giro do Ativo é:


GA = ROL
ATM
Legenda: GA – Giro do Ativo; ROL – Receita Operacional Líquida; ATM – Ativo Total Médio
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 26

Obtemos o ATM através do cálculo: (Ativo inicial + Ativo Final)/2.


O Termo ROL (receita operacional líquida) pode ser traduzido por vendas líquidas,
que é um termo mais utilizado na prática. As Vendas Líquidas encontra-se através do
Faturamento total (Receita Operacional Bruta), menos as deduções (impostos sobre o
faturamento, vendas canceladas e impostos incondicionais).

Em contabilidade de custos foi estudado o ponto de equilíbrio, que é a quantidade


de produtos que a empresa tem que vender para cobrir seus custos e despesas. Portanto, um
volume de vendas baixo A obtenção de uma lucratividade satisfatória depende do volume
de vendas efetuadas, que servirão para cobrir os custos e despesas e, ainda, proporcionar
uma boa margem de lucro. Portanto, quanto maior for o giro do ativo, melhor para a
empresa.

Cálculo de Giro do Ativo para a empresa Análise das Demonstrações Ltda – ME


GA(2003) = 7.672.099 = 0,98.
7.821.800* Não foi possível usar o ATM, por não ter o saldo inicial.
GA(2004) = 8.674.495 = 1,12
(7.821.800+7.716.946)/2
Interpretação = A empresa em 2003 obteve de vendas líquidas o equivalente a 0,98 vezes
o valor investido no ativo, e em 2004 obteve um faturamento líquido de 1,12 vezes a
aplicação de recursos no ativo.
Conclusão = A aumentou em 13,92 % a velocidade de suas vendas, comparando com o
valor investido no ativo, entre os exercício de 2003 para 2004. Para saber se o giro do ativo
está adequado para a empresa é necessário consulta ao índice padrão, levando em
consideração empresas do mesmo ramo de atividade e porte.

Cálculo de Giro do Ativo para a empresa Ensino à Distância Ltda.


GA(2005) = 1.350,00 = 0,4550
2.967,00* Não foi possível usar o ATM, por não ter o saldo inicial.
GA(2006) = 1.500,00 = 0,51308
(2.967,00 + 2.880,00)/2
Interpretação = A empresa obteve vendas líquidas equivalentes a 0,45 e 0,51 vezes o valor
aplicado no ativo, nos exercícios de 2005 e 2006, respectivamente.
Conclusão – O índice melhorou 13,33% do exercício de 2005 para 2006. O cálculo foi
prejudicado por não ser possível fazer uma média dos investimentos no Ativo durante o
exercício.

Calculo do Giro do Ativo para a empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


GA2005 =
GA2006 =

Interpretação:

Conclusão:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 27

PRAZO MÉDIO DE ROTAÇÃO DOS ESTOQUES


Este índice é muito importante, pois demonstra quanto tempo permanece o produto
em estoque antes de ser vendido.
A rotação dos estoques pode ser calculada sobre mercadorias, materiais, produtos
em elaboração e produtos acabados, e informa durante um período quantas vezes o estoque
se renova durante este período, por isso é também conhecido como prazo médio de
renovação dos estoques.
Assim como foi feito com o total do ativo, para calcular a rotação dos estoques,
deve-se fazer uma média dos estoques durante o exercício para evitar maiores distorções
nos cálculos. Utilizando somente o saldo final de estoques, corre-se o risco de ter um saldo
menor em estoques pelo maior volume de vendas do final de ano, por exemplo, ou pela
maior saldo, reflexo de grande quantia comprada por: uma oferta, possibilidade de aumento
no preço do produto, etc. Assim, é prudente trabalhar com a média ocorrida no período.
Quanto maior for a velocidade em que o produto se renova em estoque melhor. Não
só por aumentar o faturamento da empresa, mas também por manter produtos novos em
estoques, evitando-se haver produtos obsoletos ou em desuso. Portanto, quanto maior for
este índice, melhor é para a empresa.

A fórmula para obtenção da rotação dos estoques é esta:


RE = CMV(comércio)
EM
Legenda: RE – Rotação dos Estoques; EM – Estoque médio, CMV– Custo da Mercadoria Vendida.
Obtemos o EM através do cálculo: (Estoque Inicial + Estoque Final)/2.

RE = CPV(indústria)
EMPA
Legenda: RE – Rotação dos Estoques; EMPA – Estoque médio de Produtos Acabados,
CMV– Custo da Mercadoria Vendida.
Obtemos o EMPA através do cálculo: (Estoque Inicial PA + Estoque Final PA)/2.

O resultado será a quantidade de vezes que o estoque se renova durante o exercício.


Para avaliar o desempenho da empresa, é necessário fazer comparações entre empresas do
mesmo ramo de atividade.
Para encontrar o prazo médio basta dividir o período que se quer analisar pela
rotação do estoque. Geralmente se índice é calculado em dias, mas nada impede que o
cálculo seja feito em dezenas, quinzenas, meses, anos, etc. Assim, a fórmula para o Prazo
Médio de Rotação dos Estoques é:

PMRE = 360
RE
Legenda: PMRE – Prazo médio de Rotação de Estoques, RE – Rotação de Estoques.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 28

Cálculo de Rotação de Estoques para a empresa Análise das Demonstrações Ltda.


RE(2003) = 4.205.850 = 2,17 PMRE(2003) = 360 = 165,89 ou seja, 166 dias.
1.941.999* 2,17
* Não foi possível usar o EM, por não ter o saldo inicial.
RE(2004) = 4.622.772 ____ = 2,65 PMRE(2004) = 360 = 136 dias.
(1.941.999+1.534.082)/2 2,65
Interpretação = A empresa em renovou seu estoque 2,17 vezes em 2003 e 2,65 vezes em
2004, o que equivale a dizer que esperou 166 dias em 2003 e 136 em 2004 para vender os
produtos em estoques.
Conclusão = Houve uma melhora de 2003 para 2004, pois a empresa conseguiu reduzir o
tempo de permanência do produto em estoque na ordem de 30 dias. Mas a empresa deve
verificar o índice padrão de mercado para concluir se o tempo de permanência é compatível
com o ramo de atividade.

Cálculo de Rotação de Estoques para a empresa Ensino à Distância Ltda.


RE(2005) = 850,00 = 1,21 PMRE(2005) = 360 = 297 dias.
705,00* 1,21
* Não foi possível usar o EM, por não ter o saldo inicial.
RE(2006) = 950,00 = 1,26 PMRE(2006) = 360 = 286 dias.
(705,00 + 800)/2 1,26
Interpretação = O estoque da empresa foi renovando 1,21 vezes em 2005 e 1,26 vezes em
2006. A empresa permaneceu com o produto estocado 297 dias em 2005 e 286 dias em
2006, havendo uma pequena melhora, reduzindo em 11 dias o tempo de permanência do
produto em estoque.
Conclusão – O tempo de permanência do produto em estoque foi reduzido em 11 dias,
havendo uma melhora de 3,7 % com relação ao exercício anterior, porém o cálculo foi
prejudicado por não haver uma média do valor em estoques durante o exercício de 2005.

Calculo de Rotação de Estoques para a empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


RE(2005) = PMRE(2005)=
RE(2006) = PMRE(2006)=

Interpretação:

Conclusão:

Outra observação importante com relação ao tempo de rotação dos estoques, diz
respeito ao cálculo da liquidez da empresa. Sabendo quanto tempo em média a empresa vai
permanecer com o produto em estoque, é possível fazer projeções sobre quando a empresa
poderá contar com a receita proveniente da venda de seus estoques. Outro índice importante
neste aspecto diz respeito ao prazo médio de recebimentos, que será visto agora. Pois além
de vender, a empresa deverá esperar o pagamento ocorrer, para que o dinheiro ingresse no
caixa da empresa.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 29

AULA 10
PRAZO MÉDIO DE RECEBIMENTOS
Com toda a certeza você já deve ter concluído que quanto menor for o prazo para
recebimento das vendas, melhor é para a empresa. Então sei que para a quantidade de dias
diminuir, é preciso aumentar o número de vezes em que os valores de duplicatas a receber
são renovados no ativo. Calma, não se assuste, através dos cálculos abaixo você vai
entender melhor este raciocínio.
Com relação ao Prazo Médio de Recebimentos é importante consideração algumas
considerações levantadas pelo Professor José Carlos Marion:
a) Quando falamos em Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV), não estamos
considerando apenas as vendas a prazo, mas o total de vendas. Se uma empresa vende
50% a prazo (e o restante a vista), com prazo de faturamento em torno de 60 dias, o
PMRV deverá girar em torno de 30 dias (50% x 60 dias). Se quisermos trabalho com
prazo médio de recebimento de vendas a prazo, teremos muitas dificuldades, pois nem
sempre (quase nunca) encontraremos discriminado o total de vendas a prazo. O mesmo
esquema é válido para compras.
b) O total de vendas a ser utilizado para o cálculo do PMRV é a Receita Bruta, deduzida
de Devoluções, por um lado (incluindo IPI, ICMS,etc), e o total de Duplicatas a
Receber, por outro (sem excluir Provisão para Devedores Duvidosos e Duplicatas
Descontadas). Assim, seremos consistente na mesma base de cálculo.
(MARION – 2002)

Um aspecto importante é que devem ser considerados todos os valores relativo a


venda de mercadorias que geraram direitos para a empresa, geralmente representados pelas
contas Clientes ou Duplicatas a Receber. E não serão levados em considerações direitos
relativos a outras operações que não sejam relacionados com a venda de produtos da
atividade operacional da empresa. Este índice mostra quantas vezes a empresa recebeu o
valor de suas vendas, durante o período.
Alguns autores levam em consideração apenas as Receitas Brutas a prazo no cálculo
deste índice.

A fórmula para a Rotação de Recebimentos (RREC) é:


RREC = ROB-VC
DRM
Legenda: RREC – Rotação de Recebimentos; ROB – Receita Operacional Bruta;
VC – Vendas Canceladas; DRM - Duplicatas a Receber média.

A Receita Operacional Bruta pode ser traduzida por Faturamento Bruto ou Vendas Brutas.
O valor de Duplicatas a Receber Média encontra-se assim:
(Saldo inicial de duplicatas a receber + saldo final de duplicatas a receber)/2.

Para encontrar o prazo médio de recebimento (PMR) basta dividir 360 pela rotação de
recebimentos.
PMR = 360
RREC
Legenda: PMR – Prazo médio de Recebimentos.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 30

Cálculo de Rotação de Recebimentos para a Análise das Demonstrações Ltda.


RREC(2003) = 9.524.505 – 237.363 = 7,18 PMR(2003) = 360 = 50 dias.
1.294.178* 7,18
* Não foi possível usar o DRM, por não ter o saldo inicial.
RREC(2004) = 11.176.265 – 294.945 = 7,84 PMR(2004) = 360 = 46 dias.
(1.294.178+1.479.788)/2 7,84
Interpretação = Houve uma rotação de recebimentos na ordem de 7,18 vezes em 2003 e
7,84 em 2004, considerando o volume total de vendas. Ou seja, a empresa levou em média
50 dias em 2003 e 46 dias em 2004 para receber o valor de suas vendas.
Conclusão = Houve uma melhora de 2003 para 2004, pois a empresa conseguiu reduzir o
prazo para recebimento de suas vendas.

Cálculo de Rotação de Recebimentos para a empresa Ensino à Distância Ltda.


RREC(2005) = 1.500,00 = 3,57 PMR(2005) = 360 = 101 dias.
420,00* 3,57
* Não foi possível usar o DRM, por não ter o saldo inicial.
RREC(2006) = 1.725,00 = 3,22 PMR(2006) = 360 = 112 dias.
(420,00 + 650)/2 3,22
Interpretação = A empresa recebeu em média 3,57 vezes o valor duplicatas a receber em
2005 e 3,22 vezes em 2006. Ou seja, ela esperou em média 101 dias para receber o total de
suas vendas em 2005 e 112 dias em 2006.
Conclusão – A empresa estendeu o prazo para seus clientes pagarem suas dívidas em 11
dias, devendo analisar se isto não vai comprometer o fluxo de caixa da empresa. A situação
piorou 11% de 2003 para 2004.

Observe que este cálculo da forma como foi feito apresenta algumas subjetividades,
portanto para que o cálculo seja feito de forma mais adequada e precisa, é importante o
acompanhamento detalhado das contas, com o maior número de meses possível.

Calculo de Rotação de Recebimentos para a empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


RREC(2005) = PMR(2005)=
RREC(2006) = PMR(2006)=

Interpretação:

Conclusão:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 31

AULA 11
PRAZO MÉDIO DE PAGAMENTOS
Este índice mostra quantas vezes a empresa renovou sua dívida durante o período.
Este índice quanto menor melhor, desde que a empresa seja pontual com o
pagamento de suas obrigações, demonstrando que a empresa está obtendo um tempo maior
para efetuar o pagamento de suas compras.
Se o índice de rotação é baixo, mas em virtude de atrasos em pagamentos de
fornecedores, acumulando baixos índices de liquidez, pode representar dificuldades
financeiras e alto risco de falência da empresa.
Quanto maior for o quociente da rotação, mais rápido a empresa está pagando seus
fornecedores e se descapitalizando.

A fórmula para encontrar a Rotação de Pagamentos é:


RP = Compras
DPM
Legenda: RP – Rotação de Pagamentos; DPM – Duplicatas a Pagar Média.

Agora o cálculo ficou um pouquinho mais complicado, pois o valor das compras deverá ser
encontrado através da Fórmula:
CMV = Ei + C – EF, ou seja, C = CMV – Ei + EF
Legenda: C= compras, CMV=Custo da Mercadoria Vendida, Ei=Estoque Inicial e
EF=Estoque Final.

A média de duplicatas a pagar encontra-se assim:


(Duplicatas a Pagar inicial + Duplicatas a Pagar final)/2

Observação – Somente vou utilizar as duplicatas referente a compra de mercadorias para


revenda. Em muitos casos a conta que deve ser confrontada é a que recebe o nome de
fornecedores, excluindo as demais contas a pagar. A análise refere-se as compras
operacionais, ou seja, as relacionadas com a compra para manter a atividade operacional.
Encontramos o prazo médio de pagamentos através da fórmula:
PMP = 360
RDP
Legenda: PMP – Prazo médio de pagamentos; RDP – Rotação de Duplicatas a Pagar.

Cálculo de Rotação de Pagamentos para a Análise das Demonstrações Ltda.


RP(2003) = 4.205.850 = 1,61 PMP(2003) = 360 = 224 dias.
2.609.639 1,61
* Cálculo prejudicado por não haver o saldo inicial de estoques. Não foi usado o DPM.
Compras = 4.205.850 – 1.941.999 + 1.941.999 = 4.205.850
RDP= 2.294.702 (fornecedores de LP) + 314.937 (fornecedores de C.P.) = 2.609.639.

RP(2004) = 4.622.772 (CMV) – 1.941.999 (EI) + 1.534.082 (EF) = 4.214.855


(2.294.702+2.212.153)/2 + (314.937 + 124.873)/2 2.473.332
RP(2004) = 1,70
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 32

PMP = 360 = 212 dias.


1,70
Observa-se que foram levadas em contas as obrigações de curto e longo prazo, com relação
a aquisição de mercadorias para revenda.

Interpretação = Em 2003 houve um rotação de pagamentos na ordem de 1,61 vezes e em


2004 de 1,7 vezes. Ou seja, em 2003 a empresa pagou em média com 224 dias e em 2004
com 212 dias o valor de suas compras.
Conclusão = O tempo para pagamento das compras diminui de 2003 para 2004 em 12 dias.
Então este índice piorou.

Cálculo de Rotação de Pagamentos para a empresa Ensino à Distância Ltda.


RP(2005) = 850,00 = 1,3 PMP(2005) = 360 = 277 dias.
650,00* 1,3
Compras = 850,00 + 705,00 + 705,00 = 850,00
* Não foi possível usar o DPM, por não ter o saldo inicial.

RP(2006) = 1.045,00 = 1,52 PMP (2006) = 360 = 237 dias.


(650,00 + 721,00)/2 1,52
Compras = 950,00 – 705,00 + 800,00 = 1.045,00

Interpretação = A empresa renovou suas duplicatas a pagar em média 1,3 em 2005 e 1,52
em 2006. Ou seja, conseguiu negociar um prazo para pagamentos de duas obrigações de
277 dias em 2005 e 237 dias em 2006.
Conclusão – A empresa reduziu o prazo para pagamento aos seus fornecedores em 40 dias,
o que não é bom para a empresa, antecipar o pagamento de suas obrigações.

Calculo de Rotação de Pagamentos para a empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


RP(2005) = PMP(2005)=
RP(2006) = PMP(2006)=

Interpretação:

Conclusão:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 33

AULA 12
POSIÇÃO RELATIVA OPERACIONAL
É um indicador que demonstra a relação entre o prazo de recebimento e de venda do
produto em estoque e pagamento. Evidencia se a empresa está recebendo ou pagando antes.
Quanto menor for este índice, melhor é para a empresa. Quando o índice de posição relativa
operacional é muito elevado, quer dizer que a empresa está se descapitalizando, ou seja,
está antecipando o pagamento a fornecedores antes de receber o valor da venda das
mercadorias. Em compensação, índice abaixo de 1 indica que a empresa vende e recebe de
seus clientes antes e pagar a seus fornecedores, estando em situação confortável de
trabalhar com recursos de terceiros sem pagar juros e ainda obtendo lucro operacional.

PRO = PMRE + PMR


PMP
Legenda: PRO – Posição Relativa Operacional ; PMRE – Prazo médio de rotação de estoques;
PMR – Prazo médio de recebimentos; PMP – Prazo médio de pagamentos.

Cálculo da Posição Relativa para a empresa Análise das Demonstrações Ltda.


PR(2003)* = 166 + 50 = 0,96 ou em dias PR(2003)* = 166 + 50 – 224 = -8 dias.
224
PR(2004) = 136 + 46 = 0,85 ou em dias PR(2004) = 136 + 46 – 212 = -30 dias.
212
* Devemos lembrar que no exercício de 2003 as médias foram prejudicadas por falta do
saldo inicial.

Interpretação = A empresa no exercício de 2003 levou 166 dias para vender o produto
adquirido e mais 50 dias para receber os valores, e conseguiu um prazo de 224 para pagar
seus fornecedores, ou seja, vendeu e comprou antes de pagar suas compras em 8 dias. No
exercício de 2004 a empresa esperou 136 para vender os produtos em estoques e 46 dias
para receber o valor da venda, conseguindo um prazo de 212 para pagar o valor de suas
compras, trabalhando 30 dias com capital de terceiros.

Conclusão = A situação da empresa foi favorável em 2003 e 2004. Pois consegue


antecipar trabalhar com o capital de terceiros em 8 dias em 2003 e 30 dias em 2004, além
do lucro operacional.

2003 – Posição Relativa Operacional da Empresa Análise das Demonstrações Ltda


PMRE = 166 dias PMR = 50 dias 8d

PMP = 224 dias

2004 – Posição Relativa Operacional da Empresa Análise das Demonstrações Ltda


PMRE = 136 dias PMR = 46 dias 30 dias

PMP = 212 dias


Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 34

Cálculo da Posição Relativa para a empresa Ensino à Distância Ltda.


PR(2005)* = 297 + 101 = 1,44 ou em dias PR(2005)* = 297 + 101 – 277 = 121 dias.
277
PR(2006) = 286 + 112 = 1,68 ou em dias PR(2006) = 286 + 112 – 237 = 161 dias.
237
* Devemos lembrar que no exercício de 2005 as médias foram prejudicadas por falta do
saldo inicial de algumas contas.
Interpretação = A empresa apresentou uma posição relativa de 1,44 em 2005 e 1,68 em
2006. A empresa depois de pagar sua mercadoria para os fornecedores, ainda precisou
esperar 121 em 2005 e 161 em 2006 para receber o valor de suas vendas.
Conclusão – A posição relativa piorou de 2005 para 2006, pois a empresa trabalha com uso
do capital próprio, pagando antes de receber. Está fazendo o pagamento aos fornecedores
antes de receber a venda do produto 121 dias em 2005 e 161 dias em 2006. Esta situação
pode agravar a situação de liquidez da empresa a longo prazo.

2005 – Posição Relativa Operacional da Empresa Ensino à Distância Ltda.


PMRE = 297 dias PMR = 101 dias

PMP = 277 dias 121 dias

2006 – Posição Relativa Operacional da Empresa Ensino à Distância Ltda


PMRE = 286 dias PMR = 112 dias

PMP = 237 dias 161 dias

Calculo da Posição Relativa Operacional para a empresa Agora é a Sua Vez Ltda.
PRO(2005) =
PRO(2006) =

Interpretação:

Conclusão:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 35

AULA 13
ÍNDICES DE RENTABILIDADE
O que é rentabilidade? Rentabilidade lembra a rendimento e em finanças significa o
lucro sobre o valor investido na empresa. Por isso são também conhecidos como índices de
lucratividade. Estes índices são de grande importância e envolvem o resultado da empresa
retratando a situação econômica da empresa.
Os índices de rentabilidade mostram o retorno que a empresa teve, comparando com
os esforços operacionais da empresa. Quando se fala em retorno, devemos lembrar que ao
realizar todo o esforço operacional, demonstrado na contas de resultado expressas na
Demonstração do Resultado do Exercício (DRE) a parcela que retorna para a empresa é o
lucro para aumentar o patrimônio da empresa, ou o prejuízo que deverá ser absorvido e
diminuirá o patrimônio.
Ao calcular os índices de lucratividade (rentabilidade) a empresa pode comparar se
o seu resultado econômico no exercício foi satisfatório. Lembramos sempre que antes de
qualquer conclusão sempre vamos comparar com os padrões de mercado. Para avaliar a
eficiência operacional comparando com os concorrentes do mesmo porte e ramo de
atividade.
A rentabilidade interessa também aos credores da empresa, pois é através do lucro
que a empresa aumenta sua capacidade de pagamento, sem sacrificar o patrimônio para
honrar compromissos assumidos. Quanto mais lucrativa for a empresa, mais origens de
recursos para serem aplicados ou no aumento dos ativos da empresa ou na redução das
obrigações da empresa, diminuindo a dependência do capital de terceiros.
Os indicadores de rentabilidade são os que mais chamam a atenção dos investidores,
e por isso deve o analista ter um cuidado especial na análise deles, pois são assim como
todos os demais índices, sujeitos a contabilidade criativa ou maquiagem, como estudado no
material Analise das Demonstrações Contábeis I, em que uma das finalidades pode ser
tornar a empresa mais atrativa para a captação de recursos, visando a manutenção das
atividades operacionais.
Quando tratamos de rentabilidade ou lucratividade, quanto maior for o índice,
melhor será para a empresa.

No que se refere ao lucro, por sua vez, muitas variantes podem ser empregadas:
lucro operacional, lucro líquido, lucro antes ou após o imposto sobre a renda, etc. É
importante que o conceito usado no numerador seja compatível com o empregado no
denominador. Se estivermos interessados no quociente de retorno sobre o ativo operacional,
devemos usar no numerador o lucro operacional e não o lucro líquido. O fato é que, para
determinadas finalidades, certos conceitos são melhores. Se quisermos calcular o retorno
para efeito preditivo do que possa ocorrer com a rentabilidade da empresa no futuro, em
termos de tendência, será melhor excluir do numerador e denominador contas e valores não
repetitivos ou não operacionais. Se, outro lado, desejarmos ter uma idéia da lucratividade
como um todo, será conveniente relacionar o lucro líquido com o investimento total. Se
quisermos ter uma idéia do retorno para os acionistas, o melhor será relacionarmos o lucro
líquido (após o imposto de renda) com o patrimônio liquido. (IUDÍCIBUS – 1991).
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 36

RENTABILIDADE DO ATIVO
Este índice mostra a relação entre os valores aplicados no ativo e o retorno que a
empresa obteve no exercício. Esta relação aplicação e retorno, é de interesse da empresa em
geral e algumas distorções podem ocorrer, em virtude de comparar elementos de alta
rotatividade no circulante, de giro mais lento ou de longo prazo e aplicações no permanente
da empresa. É de se imaginar que raramente a rentabilidade será maior que 1. Isto indicaria
que a empresa teve um lucro maior que todo a aplicação feita no ativo da empresa, o que só
justificaria pelo ramo de atividade ou um patrimônio muito baixo.
Este índice também é conhecido como Taxa de Retorno sobre o Investimento
(TRI).
É importante também ressaltar que se queremos verificar estritamente a relação
entre aplicação operacional e lucro resultante desta aplicação, devemos excluir os
elementos que não tem esta relação operacional. É o caso por exemplo, da valorização de
ações no grupo investimento do Ativo Permanente, isto não tem a ver com a atividade
operacional da empresa, então nem o investimento e nem o resultado deveriam ser objeto
da composição do índice. Então o analista deve adequar os elementos que serão analisados
de acordo com a necessidade.
Sabendo que durante o exercício as contas do ativo sofrem mutações, é provável
que o valor aplicado no início do exercício seja diferente do valor do final do exercício,
portanto o mais justo é verificar o retorno sobre a média de aplicação no ativo durante este
período.

Encontramos a rentabilidade do ativo através da fórmula:


RA ou TIR = LL
ATM
Legenda: RA – Retorno do Ativo; TIR – Taxa de Retorno sobre o Investimento;
LL – Lucro Líquido; ATM – Ativo total Médio.

Encontramos o ativo total médio da seguinte maneira:


(Total do Ativo inicial + Total do Ativo final)/2

Cálculo de Rentabilidade do Ativo para a empresa Análise das Demonstrações Ltda.


RA(2003) = 386.035 = 0,04 ou 4,93%
7.821.800* Não foi possível usar o ATM, por não ter o saldo inicial.
RA(2004) = 583.406 = 0,07 ou 7,51%
(7.821.800+7.716.946)/2

Interpretação = Para cada R$ 1,00 de capital aplicado na empresa houve um retorno de


R$ 0,04 em 2003 e R$ 0,07 em 2004. Também é possível dizer que do total de recursos
aplicados na empresa, o retorno foi de 4,93% em 2003 e 7,51% em 2004.
Conclusão = A situação melhorou de 2003 para 2004, com relação a rentabilidade do ativo.
Observe que calculando o tempo de retorno do investimento total, em 2003 a empresa
deveria esperar 20 anos 3 meses e 12 dias, enquanto que com o resultado de 2004 o retorno
seria em 13 anos 3 meses e 23 dias.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 37

Cálculo do Tempo de Retorno


Talvez você não tenha entendido como foi encontrado o tempo de retorno na
conclusão anterior. Pois bem, este tempo de retorno é chamado de Pay Back, e é fácil
calcular, acompanhe o raciocínio deste cálculo:
O resultado encontrado refere-se ao período de um ano (lucro da DRE), então o cálculo do
retorno será em número de anos.
RA(2003) = 0,0493 ou 4,93% = assim, 100 % (total da aplicação) = 20,283975
4,93% (retorno em 2003)

20 = anos (numero inteiro) fração = 0,283974 x 12 (número de meses do ano) = 3,4077


3 = meses (numero inteiro) 0,4077 x 30 (dias no mês) = 12,231 ou 12 dias.
Ou seja, 20 anos 3 meses e 12 dias.

RA(2004) = 0,0751 ou 7,51% = assim, 100 % (total da aplicação) = 13,315579


7,51% (retorno em 2004)

13 = anos (numero inteiro) fração = 0,315579 x 12 (número de meses do ano) = 3,786948


3 = meses (numero inteiro) 0,786948 x 30 (dias no mês) = 23,60844 ou 23 dias.
Ou seja, 13 anos 3 meses e 23 dias.

Cálculo de Retorno do Ativo para a Empresa Ensino à Distância Ltda.


RA(2005) = 184,00 = 0,0620155 ou 6,2% Pay-Back: 16 anos 1 mês e 16 dias.
2.967,00* Não foi possível usar o ATM, por não ter o saldo inicial.
RA(2006) = 222,00 = 0,0759363 ou 7,59%
(2.967,00+2.880,00)/2 Pay-Back: 13 anos 2 meses e 3 dias.

Interpretação = Para cada R$ 1,00 de capital aplicado na empresa o retorno foi de R$ 0,06
em 2005 e R$ 0,07 em 2006. Ou seja, do total de recursos aplicados na empresa o retorno
foi de 6,2% em 2005 e 7,6% em 2006.
Conclusão – A rentabilidade sobre as aplicações no ativo aumentaram de 2005 para 2006
e o tempo de espera para retorno dos recursos aplicados no ativo estimado em 16 anos 1
mês e 16 dias em 2005, com o resultado de 2006 passou a ser estimado em 13 anos 2
meses e 3 dias.

Calculo da Rentabilidade do Ativo para a empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


RA2005 = Pay-back RA(2005)=
RA2006 = Pay-back RA(2006)=
Interpretação:
Conclusão:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 38

AULA 14
RENTABILIDADE DO PATRIMÔNIO LÍQUIDO
Se o índice de retorno do ativo tem importância por demonstrar a eficiência na
aplicação dos recursos do ativo, imagine a importância que tem para os sócios, verificar o
retorno comparado com os seus investimentos na empresa.
Este índice também é conhecido como taxa de retorno do capital próprio (TRCP) ou
taxa de retorno do Patrimônio Líquido (TRPL).
Por tratar de resultado mediante o investimento de capital próprio, tem maior valor
perante o olhar dos acionistas ou sócios. Esta afirmação é tão verdadeira a ponto de ser ver
muitas empresas com dificuldades expansão operacional e remunerando bem os
investimentos dos sócios, ou em outras palavras, em muitos casos mais interessa a saúde do
investimento do que a da própria empresa.
É claro generalizando, muitos são estigmatizados sem merecer. Então aqui vai o
pedido de desculpas aos sócios ou acionistas que tem outros objetivos como visão de
futuro, bem-estar dos funcionários, compromissos sociais, enfim quaisquer outros objetivos
e não seja o lucro do seu investimento a preocupação principal.

Encontramos a rentabilidade do patrimônio líquido através da fórmula:


RPL ou TRCP = LL
PLM
Legenda: RPL – Retorno do Patrimônio Líquido; PLM – Patrimônio Líquido Médio;
TRCP – Taxa de Retorno do Capital Próprio; LL – Lucro Líquido.

Encontramos o Patrimônio Líquido Médio da seguinte maneira:


(Total do PL inicial + Total do PL final)/2

Rentabilidade do Patrimônio Líquido para a empresa Análise das Demonstrações.


RPL(2003) = 386.035 = 0,20 ou 20 % Pay-back: 5 anos.
1.923.271* Não foi possível usar o PLM, por não ter o saldo inicial.
RPL(2004) = 583.406 = 0,21 ou 21,36 %
(1.923.271+3.539.432)/2 Pay-back: 4 anos 8 meses e 5 dias.

Interpretação = Para cada R$ 1,00 de capital próprio investido na empresa houve um


retorno de R$ 0,20 em 2003 e R$ 0,21 em 2004. Também é possível dizer que do total de
recursos próprios aplicados na empresa, o retorno foi de 20 % em 2003 e 21,36% em 2004.
Conclusão = A situação melhorou de 2003 para 2004, com relação ao retorno do capital
próprio. Observe que calculando o tempo de retorno do Patrimônio Líquido em 2003, os
sócios deveriam esperar 5 anos para ter o retorno de seu investimento, enquanto que com o
resultado de 2004 o retorno será em 4 anos 8 meses e 5 dias. A melhora de um ano para
outro foi na ordem de 1,36%, mas o cálculo está prejudicado pela falta do saldo inicial do
Patrimônio Líquido. Para saber que o retorno foi bom, os sócios podem fazer os cálculos
de quais opções de mercado lhe dariam rendimento maior e o risco desses investimentos.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 39

Cálculo de Retorno do Patrimônio Líquido para a Empresa Ensino à Distância Ltda.


RPL(2005) = 184,00 = 0,1365998 ou 13,66% Pay-Back: 7 anos 3 meses e 25 dias.
1.347,00* Não foi possível usar o PLM, por não ter o saldo inicial.
RPL(2006) = 222,00 = 0,1582887 ou 15,83%
(1.347,00+1.458,00)/2 Pay-Back: 6 anos 3 meses e 24 dias.

Interpretação = Para cada R$ 1,00 de capital aplicado na empresa o retorno foi de R$ 0,13
em 2005 e R$ 0,15 em 2006. Ou seja, do total de recursos aplicados na empresa o retorno
foi de 13,66 % em 2005 e 15,83 % em 2006.
Conclusão – A rentabilidade sobre as aplicações no Patrimônio Líqudo aumentaram de
2005 para 2006 e o tempo de espera para retorno dos recursos próprios aplicados que eram
de 7 anos 3 mês e 25 dias em 2005, com o resultado de 2006 passou a ser estimado em 6
anos 3 meses e 24 dias.

Calculo da Rentabilidade do Patrimônio Líquido da empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


RPL2005 = Pay-back(2005)=
RPL2006 = Pay-back(2006)=
Interpretação:
Conclusão:

AULA 15
RENTABILIDADES OPERACIONAIS
Muitas são as comparações que podemos fazer, para avaliar o desempenho
(eficiência) operacional. Ao comparar o retorno com a receita e também sobre os elementos
de resultado. Podemos avaliar o sacrifício realizado em cada etapa para atingir o resultado
obtido.
Quando comparamos o resultado com relação a receita, tem o que se chama
tecnicamente de margem de lucro.
Outros cálculos podem também ser efetuados para avaliar o resultado, como por
exemplo, o retorno sobre o custo da mercadoria vendida. Ou ainda comparar as despesas
operacionais com o lucro líquido. Enfim, o analista poderá encontrar os resultados que
forem mais adequados à realidade da empresa. Uma empresa por exemplo que tenha uma
despesa alta com vendas, pode relacionar as despesas com vendas e o retorno obtido.
Enfim, aluno, saber o que está fazendo é melhor do que simplesmente fazer. E o que pode
ser mais relevante para uma empresa pode não ser para outra.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 40

MARGEM LÍQUIDA
A margem líquida indica a lucratividade obtida pela empresa em função da sua
receita líquida. O acompanhamento histórico (análise horizontal) da margem líquida
permite, desde que as variações não sejam grandes, estimar o lucro que será apurado no
exercício pelo comportamento da receita operacional líquida (vendas líquidas).
Encontra-se a Margem Líquida utilizando-se a fórmula:

ML= LL
ROL
Legenda: ML – margem líquida; LL – lucro líquido; ROL – receita operacional líquida.

Observação - Não há a necessidade de trabalhar com a média aqui, pois se faz a


comparação entre contas de resultado em que o saldo inicial é zero e vai aumentando com
as operações realizadas no exercício.

Margem Líquida para a empresa Análise das Demonstrações Ltda.


ML(2003) = 386.035 = 0,0503167 ou 5%.
7.672.099
ML(2004) = 583.406 = 0,0672553 ou 6,72 %
8.674.495
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de faturamento líquido a empresa obteve um lucro
líquido de R$ 0,05 em 2003 e R$ 0,07 em 2004. Também é possível dizer que do total de
vendas líquidas 5% em 2003 e 6,72 % em 2004 se transformaram em lucro líquido
(retorno).
Conclusão = Houve um retorno maior sobre a vendas líquidas de 2003 para 2004, o que
demonstra maior eficiência nas atividades operacionais. Este índice deve ser comparado
com o dos concorrentes para avaliar se a empresa está sendo mais ou menos eficiente.

Cálculo da Margem Líquida para a Empresa Ensino à Distância Ltda.


ML(2005) = 184,00 = 0,1362962 ou 13,63%
1.350,00
ML(2006) = 222,00 = 0,148 ou 14,8%
1.500,00
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de receita líquida a empresa obteve um lucro líquido de
R$ 0,14 em 2005 e R$ 0,15 em 2006. Ou do total de vendas líquidas 13,63% em 2005 e
14,8% em 2004 se converteram em lucro líquido do exercício.

Conclusão – A empresa apresentou um aumento de rentabilidade de 2005 para 2006,


levando em consideração o lucro líquido do exercício com o seu faturamento líquido.

Calcule a Margem Líquida da empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


ML2005 =
ML2006 =

Interpretação:
Conclusão:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 41

MARGEM BRUTA
A margem bruta mostra indica a lucratividade bruta, comparada com a receita
líquida. Novamente comparamos a receita operacional líquida como parâmetro pelo motivo
já explicado que a receita operacional bruta não é adequada para a análise, por conter
valores que não são receitas da empresa como descontos incondicionais e vendas
canceladas, ou receita do governo (impostos sobre a venda).
Ao comparar o lucro bruto (aquele encontrado antes de retirar as despesas
operacionais), saberemos por dedução, quanto do lucro representam as despesas
operacionais.

A margem bruta é encontrada utilizando-se a fórmula:


MB = LOB
VL
Legenda: MB – Margem Bruta; LOB – Lucro Operacional Bruto; VL – Vendas líquidas.

Margem Bruta para a empresa Análise das Demonstrações Ltda.


MB(2003) = 3.466.249 = 0,4517993 ou 45,18 %.
7.672.099
MB(2004) = 4.051.723 = 0,4670845 ou 46,71 %
8.674.495
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de faturamento líquido a empresa obteve um lucro
bruto de R$ 0,45 em 2003 e R$ 0,47 em 2004. Também é possível dizer que do total de
vendas líquidas 45% em 2003 e 47 % em 2004 se tornaram em lucro bruto da empresa.
Conclusão = A margem bruta aumentou de 2003 para 2004 de forma positiva em 1,53%,
demonstrando ou redução do preço de custo dos produtos ou aumento da margem de lucro.

Cálculo da Margem Bruta para a Empresa Ensino à Distância Ltda.


MB(2005) = 500,00 = 0,37037 ou 37,03%
1.350,00
MB(2006) = 550,00 = 0,36666 ou 36,67%
1.500,00
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de receita líquida a empresa obteve um lucro bruto de
R$ 0,37 em 2005 e R$ 0,36 em 2006. Ou do total de vendas líquidas 37,03% em 2005 e
36,67 % em 2004 correspondem ao lucro bruto da empresa.

Conclusão – Houve um aumento do custo ou redução da margem de lucro em 0,37% de


2005 para 2006. Apesar da variação não ser grande, em ramos de atividade grande
competitividade, deverá a empresa buscar a resposta para este aumento de custos em
relação ao faturamento.

Calcule a Margem Bruta da empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


MB2005 =
MB2006 =

Interpretação:
Conclusão:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 42

AULA 16
MARGEM OPERACIONAL
Este índice avalia a margem operacional, ou seja, o lucro operacional líquido
(aquele depois da dedução de todas as despesas operacionais), avaliando o desempenho
operacional.
Caso a empresa tenha por objetivo avaliar estritamente os resultados operacionais,
algumas contas devem ser expurgadas, como as receitas e despesas financeiras.

Encontramos a margem operacional através do uso da fórmula:


MO = LOL
VL
Legenda: MO – Margem Operacional; LOL – Lucro Operacional Líquido;
VL – Vendas líquidas.

Margem Operacional para a empresa Análise das Demonstrações Ltda.


MO(2003) = 481.475 = 0,0627566 ou 6,27 %.
7.672.099
MO(2004) = 632.311 = 0,0728931 ou 7,29 %
8.674.495
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de faturamento líquido a empresa obteve um lucro
operacional líquido de R$ 0,06 em 2003 e R$ 0,07 em 2004. Também é possível dizer que
do total de vendas líquidas 6,27 % em 2003 e 7,29 % em 2004 foi o lucro operacional
liquido da empresa.
Conclusão = A margem operacional aumentou de 2003 para 2004 em 1,02%.

Cálculo da Margem Operacional para a Empresa Ensino à Distância Ltda.


MO(2005) = 225,00 = 0,16666 ou 16,67 %
1.350,00
MO(2006) = 281,00 = 0,18733 ou 18,73%
1.500,00
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de receita líquida a empresa obteve um lucro
operacional líquido de R$ 0,16 em 2005 e R$ 0,19 em 2006. Ou do total de vendas líquidas
16,67% em 2005 e 18,73 % em 2004 correspondem ao lucro operacional líquido da
empresa.

Conclusão – O lucro operacional líquido teve um aumento na ordem de 2,06% de 2005


para 2006.

Calcule a Margem Operacional da empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


MO2005 =
MO2006 =

Interpretação:
Conclusão:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 43

RENTABILIDADE SOBRE O CUSTO DA MERCADORIA VENDIDA (RCMV)

Através deste índice, fazemos uma relação entre o lucro e o valor de custo desta
mercadoria que proporcionou o resultado.
É também conhecida como Retorno Sobre o Capital Investido em Estoque (RCIE),
já que demonstra quanto de lucro a empresa obteve com a venda do produto que estava em
estoque.
Caso a empresa mantenha uma série histórica de Retorno Sobre o Custo da
Mercadoria Vendida constante, é possível fazer uma projeção de lucro já no momento em
que empresa efetua a venda de sua mercadoria.

A rentabilidade sobre o Custo da Mercadoria Vendida é obtida pela fórmula:


RCMV = LL
CMV
Legenda: RCMV – Retorno sobre o Custo da Mercadoria Vendida; LL – Lucro Líquido;
CMV – Custo da Mercadoria Vendida.

Retorno do Custo da Mercadoria Vendida da empresa Análise das Demonstrações.


RCMV(2003) = 386.035 = 0,0917852 ou 9,18 %.
4.205.850
RCMV(2004) = 583.406 = 0,1262026 ou 12,62 %
4.622.772
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de custo da mercadoria vendida, a empresa conseguiu
um lucro líquido de R$ 0,09 em 2003 e R$ 0,13 em 2004. Ou sobre o valor de custo da
mercadoria a empresa obteve um lucro líquido de 9,18 % em 2003 e 12,62 % em 2004.

Conclusão = O retorno sobre o valor de custo da mercadoria vendida melhorou 3,44% de


2003 para 2004.

Retorno do Custo da Mercadoria Vendida para a Empresa Ensino à Distância Ltda.


RCMV(2005) = 184,00 = 0,2164705 ou 21,64 %
850,00
RCMV(2006) = 222,00 = 0,2336842 ou 23,37 %
950,00
Interpretação = Para cada R$ 1,00 de custo da mercadoria vendida, a empresa conseguiu
um lucro líquido de R$ 0,21 em 2005 e R$ 0,23 em 2006. Ou sobre o total de custo da
mercadoria a empresa obteve um lucro líquido de 21,64 % em 2005 e 23,37 % em 2006.
Conclusão – A margem sobre o custo da mercadoria vendida aumentou em 1,73% de 2005
para 2006.

Calcule o RCMV da empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


RCMV2005 =
RCMV2006 =
Interpretação:
Conclusão:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 44

A IMPORTÂNCIA DA COMBINAÇÃO DE ÍNDICES


Como já foi comentado, analisar um índice isoladamente pode levar a conclusões
equivocadas, o ideal é analisar de forma geral uma série de indicadores para que o relatório
de conclusão seja elaborado de forma eficiente e eficaz.
Assim, alguns índices por suas características, permitem que sejam analisados de
forma conjugada com outros índices. Se os índices retratam a situação da empresa,
podemos imaginar que combinando alguns índices, podemos potencializar esta informação.
Serão apresentados agora dois casos em que a combinação de índices permitiu a criação de
modelos importantes que são usados universalmente.

MODELO DUPONT
Em 1930 a empresa Du Pont desenvolveu uma combinação de índices para avaliar a
rentabilidade do investimento feito pela empresa, chamado de ROI – Return on
Investiment ou Retorno sobre o Investimento, quando a análise das demonstrações
contábeis ainda eram uma novidade, basta lembrar que Alexander Waal (considerado o pai
da análise de balanços) desenvolveu um modelo de análise baseado em índices extraídos de
balanços apenas em 1.919.
A análise de retorno sobre o investimento no ativo, já estudamos pela fórmula:
RA = LL / AT
Legenda: RA – Retorno do Ativo; LL – Lucro Líquido; AT – Ativo Total.

O que descobriram foi que analisando o Giro do Ativo com a rentabilidade líquida,
obtemos a mesma fórmula do Retorno do Ativo. Observe abaixo:

O Modelo Du Pont, faz esta relação tomando como base a sequinte fórmula:
ROI – ML x GA
Legenda: ROI = Returno on Investimento (Retorno sobre o Investimento);
ML – Margem Líquida; GA – Giro do Ativo.

ROI = LL X ROL = LL
ROL AT AT

ROI – Modelou Du Pont para a empresa Análise das Demonstrações Contábeis Ltda.
ROI(2003) = 0,98 x 0,05 = 0,049 ou 4,9%
ROI(2004) = 1,12 x 0,067 = 0,0752 ou 7,51 %

ROI – Modelou Du Pont para a empresa Ensino à Distância Ltda.


ROI(2005) = 0,455 x 0,1363 = 0,06201 ou 6,2 %
ROI(2006) = 0,51308 x 0,148 = 0,07593 ou 7,59 %

ROI – Modelou Du Pont para a Agora é a Sua Vez Ltda.


ROI(2005) =
ROI(2006) =
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 45

AULA 17
MODELO KANITZ
Em 1974 um brasileiro, o professor Stephen Kanitz, conseguiu através da
conjugação de índices, desenvolver um modelo que permite prever falências de empresas
comerciais e industriais, não devendo ser utilizado para outros tipos de empresas.
Kanitz desenvolveu um este modelo bastante interessante, principalmente pelo
grande número de variáveis e pesos atribuídos aos índices. O Professor Kanitz não explicou
como chegou a estes resultados, mas ao fazer a análise de diversas empresa que realmente
faliram, constatou-se que o modelo é adequado e verdadeiro.
Devemos lembrar que qualquer índice tem validade quando as demonstrações
contábeis apresentadas expressam a realidade da empresa.

Dica: Visite a página do professor Kanitz: www.kanitz.com.br.

Do excelente livro Contabilidade Empresarial (1993 – 5ª edição) do Professor José


Carlos Marion, retirei as seguintes informações:

Fórmula do Modelo Kanitz


X1 = Lucro líquido X 0,05
Patrimônio Líquido
X2 = Liquidez Geral X 1,65
X3 = Liquidez Seca X 3,55
X4 = Liquidez Corrente X 1,06
X5 = Exigível Total X 0,33
Patrimônio Líquido
Fator de Insolvência = X1 + X2 + X3 - X4 - X5

Em segundo lugar, averigua-se em que intervalo recai o Fator de Insolvência no


termômetro de insolvência, de acordo com a figura a seguir:

7 --------------

INTERVALO DE SOLVÊNCIA
(Reduzidas possibilidades de falência)

0 --------------
PENUMBRA
(Situação Indefinida)
-3 --------------

INSOLVÊNCIA
(Propensão à falência)
-7 --------------

(Fonte: MARION – 1993)


Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 46

Cálculo do Modelo Kanitz para a Empresa Análise das Demonstrações Ltda.


2003 2004
X1 = 386.035 X 0,05 = 0,01 X1 = 583.406 X 0,05 = 0,01
1.923.271 3.539.432
X2 = 0,69 X 1,65 = 1,14 X2 = 0,93 X 1,65 = 1,53
X3 = 1,83 X 3,55 = 6,50 X3 = 1,59 X 3,55 = 5,64
X4 = 3,6 X 1,06 = 3,82 X4 = 2,71 X 1,06 = 2,87
X5 = 5.898.529 X 0,33 = 1,01 X5 = 4.177.514 X 0,33 = 0,39
1.923.271 3.539.432
FI = 0,01+1,14+6,50-3,82 –1,01 = 2,82 FI = 0,01+1,53+5,64-2,87 –0,39 = 3,92

Interpretação e Conclusão: A empresa apresenta reduzidas possibilidades de falência, e


melhorou o fator de solvência de 2003 para 2004, passando de 2,82 para 3,92, em uma
escala onde o máximo é de 7 pontos.

Cálculo do Modelo Kanitz para a Empresa Ensino à Distância Ltda.


2005 X1 = 222 X 0,05 = 0,01
X1 = 184,00 X 0,05 = 0,01 1.458,00
1.347,00 X2 = 1,2 X 1,65 = 1,98
X2 = 0,94 X 1,65= 1,55 X3 = 0,79 X 3,55 = 2,80
X3 = 0,64 X 3,55= 2,27 X4 = 1,57 X 1,06 = 1,66
X4 = 1,27 X 1,06= 1,35 X5 = 1.422,00 X 0,33 = 0,32
X5 = 1.620,00 X 0,33= 0,40 1.458,00
1.347,00 FI = 0,01+1,98 +2,80 – 1,66 - 0,32 = 2,81
FI = 0,01+1,55+2,27-1,35-0,40= 2,08
2006

Interpretação e Conclusão: A empresa apresenta reduzidas possibilidades de falência,


apresentando uma leve melhora entre os exercícios de 2005 para 2006, passando seu fator
de insolvência de 2,08 para 2,81.

Cálcule o Modelo Kanitz para a Empresa Agora é a Sua Vez Ltda.


2005 X1 = X 0,05 =
X1 = _______X 0,05 =
X2 = X 1,65 =
X2 = X 1,65= X3 = X 3,55 =
X3 = X 3,55= X4 = X 1,06 =
X4 = X 1,06= X5 = X 0,33 =
X5 = X 0,33=
FI = =
FI = =
2006
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 47

Qual a sua conclusão com relação ao Fator de Insolvência encontrado?

AULA 18
ÍNDICES DIVERSOS

Foram apresentados os índices mais comumente usados, veja que não chamei os
índices apresentados como os principais, pois dependendo da situação, é possível que para
quem está solicitando o relatório de análise, tenha algum índice mais importante.
As possibilidades são muitas, e aqui registro alguns que podem ser importantes, quer
seja para o investidor, para os bancos, para os fornecedores ou para outros. É possível
encontrar índices em todas as demonstrações, inclusive na DOAR, DFC, DVA, enfim, a
criatividade do analista, permitirá efetuar a relação entre contas ideal para o momento.
Segue a relação de alguns índices:

LUCRO POR CAPITAL SOCIAL


O lucro por capital social é determinado pela fórmula:
Lucro por Capital Social = Lucro Líquido
Valor do Capital Social

GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA (GAF)


A alavancagem financeira representa a capacidade da empresa em aumentar o seu lucro
líquido usando a estrutura de financiamento.
Este índice poderá ser encontrado através da seguinte fórmula:
GAF = retorno sobre o patrimônio líquido
retorno sobre o ativo

ÍNDICE DE DESCONTOS DE DUPLICATAS


Mostra quanto de duplicatas foram descontadas, do total de duplicatas a receber
IDD = Duplicatas Descontadas
duplicatas a receber

RECIPROCIDADE BANCÁRIA
Mostra quanto a empresa mantém investido no banco, pela quantidade de recursos tomados
do banco em operações de empréstimo, inclusive feito através da garantia de duplicatas de
terceiros.
RB = bancos conta movimento
dupl. descontadas + empr.bancários

GRAU DE SOLVÊNCIA
É a capacidade da empresa em pagar todas as obrigações no caso de falência, inclusive
utilizando os recursos do ativo permanente.

GS = ativo total
passivo exigível
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 48

A idéia aqui não é esgotar o assunto, pelo contrário, mostrar que a Análise das
Demonstrações é uma disciplina nova e cheia de possibilidades, com informações
importantes a serem descobertas.

AULA 19
ÍNDICES-PADRÃO
Antes de iniciar o estudo sobre os índices, alertamos ser possível através da análise
horizontal, verificar se a empresa apresentou bons resultados, comparando-se com o(s)
exercício(s) anterior(es), mas para saber se o desempenho da empresa foi satisfatório
precisamos ultrapassar as fronteiras da empresa e buscar um parâmetro de mercado. Análise
como já falamos é comparação, e para que possamos saber se um índice é bom ou ruim,
precisamos compará-lo com o mesmo índice de seus concorrentes.
A dúvida agora é como fazer esta comparação se cada concorrente pode apresentar
um valor diferente de resultado, neste caso a empresa estará numa boa situação se o índice
for melhor do que de todos os concorrentes e numa situação ruim se seu índice estiver
abaixo dos concorrentes? Não é isso, a isto considero como extremismo e entre o excelente
e o péssimo temos outros valores que também servem como parâmetro.
Devemos elaborar o que chamamos de índices-padrão, ou seja, um padrão que reflete
o desempenho dos principais concorrentes. Para compor o índice padrão, deve-se levar em
consideração o mesmo ramo de atividades e preferencialmente o mesmo porte e ainda se
possível à região geográfica onde está situada a empresa. Estes critérios são importantes por
ter influência nos resultados obtidos pela empresa. Imagine querer comparar o desempenho
de um supermercado com uma perfumaria, ou de um supermercado grande com outro
pequeno, ou ainda tentar comparar um comércio localizado em uma cidade grande com um
outro localizado em uma cidade pequena com baixa população. Perceberam a diferença?
Espero que sim, em análise use a razão e desta forma seja sincero e justo na avaliação. Daí
a importância de ter critérios também na escola dos índices-padrão para poder comparar o
resultado da empresa e avaliar seu desempenho.

Alguns Métodos Utilizados:


Primeiro é preciso fazer a coleta dos índices, quando quanto maior for o número de
índices coletas, melhor será para a análise.
Existem diversas maneiras de se calcular os índices-padrão, vamos verificar algumas
formas.

Média – É o cálculo mais fácil para se fazer, mas perde em qualidade por apresentar apenas
os critérios de avaliação: regular, na média e bom. Alguns fazem uma média dos valores
encontramos, e o que estiver acima da média é um bom resultado, o que estiver abaixo da
média é um mau desempenho.

Moda – É tomar como base o elemento que se repetem por mais vezes, entre os elementos
que fazem parte da análise.

Mediana – É ordenar os elementos em ordem crescente de valores, a mediana será o


elemento que estiver no centro meio entre todos os elementos.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 49

Quartil - Outros preferem trabalhar com uma escala que vai de péssimo, ruim, regular,bom
e ótimo. É uma escala de quatro valores, portanto chamado de quartil. Onde o cálculo é um
pouco mais complicado, mas apresenta a vantagem de apresentar uma escala maior do que a
da média para avaliação. É o sistema indicado pelo professor José Carlos Marion em seu
livro Análise das Demonstrações Contábeis.

Decil – Apresenta uma escala onde a empresa é avaliada no critério decimal de 1 a 10, ou
seja, podemos situação o desempenho com uma riqueza maior de classificação. Tem um
inconveniente de precisar ter no mínimo a coleta de 10 índices de concorrentes, para criação
da escala. É o método ensinado pelo professor Osni Moura Ribeiro no livro Estrutura e
Análise de Balanços fácil e também pelo professor Dante C. Matarazzo no livro Análise
financeira de Balanços.

Exemplo: Hipoteticamente, após uma pesquisa realizada entre os 20 principais concorrentes


da empresa Análise das Demonstrações Contábeis Ltda, foram encontrados os seguintes
índices de liquidez corrente:

Liquidez Corrente: 0,95 – 1,01 – 0,86 – 1,20 – 1,60 – 1,96 – 1,00 – 1,20 – 1,15 – 1,14 – 0,90
– 2,10 – 2,60 – 3,5 – 1,10 – 1,54 – 1,43 – 1,80 – 1,35 – 1,70.

Observe que primeiramente é preciso por em ordem crescente os números:


LC: 0,86 – 0,90 – 0,95 – 1,00 – 1,01 – 1,10 – 1,14 – 1,15 – 1,20 – 1,20 – 1,35 – 1,43 – 1,54
– 1,60 – 1,70 – 1,80 – 1,96 – 2,10 – 2,60 – 3,5.

Média = Soma de todos = 1,50 – Índice-padrão.


20 (número índices)

Ruim Bom

1,50

Moda = 1,20 (é o elemento que aparece mais vezes).

Mediana = Entre 1,20 e 1,35 (são os elementos que estão no centro do grupo índices)

Quartil = Dividir os índices por 4: haverá 5 índices em cada classe.


1º Classe = 0,86 – 0,90 – 0,95 – 1,00 – 1,01
2º Classe = 1,10 – 1,14 – 1,15 – 1,20 – 1,20
3º Classe = 1,35 – 1,43 – 1,54 – 1,60 – 1,70
4º Classe = 1,80 – 1,96 – 2,10 – 2,60 – 3,50
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 50

Observe que podem haver índices entre 1,01 e 1,0, como vamos classificar estes índices
intermediários? Assim, fazemos uma média entre o último elemento da classe com o
próximo elemento da outra classe, para estabelecer a média. O que estiver abaixo vem para a
classe anterior e o que estiver acima vai para a classe seguinte.
1º Quartil = 1,01 + 1,10 = 1,05 = Abaixo de 1,05 = Péssimo
2
2º Quartil = 1,20 + 1,35 = 1,27 = Acima de 1,05 e abaixo 1,27 = Ruim
2
3º Quartil = 1,70 + 1,80 = 1,75 = Acima de 1,27 e abaixo 1,75 = Regular
2
4º Quartil = 1,80 + 3,50 = 2,65 = Acima de 1,80 e abaixo 2,65 = Bom
2
Acima de 2,65 é um resultado ótimo ou excelente!
Decil = Dividir os índices por 10: haverá 2 índices em cada classe.
1º Classe = 0,86 – 0,90; 2º Classe = 0,95 – 1,00; 3º Classe – 1,01 - 1,10;
4º Classe = 1,14 – 1,15; 5º Classe = 1,20 – 1,20; 6º Classe= 1,35 – 1,43;
7º Classe = 1,54 – 1,60; 8º Classe = 1,70 - 1,80; 9º Classe= 1,96 – 2,10;
10º Classe= 2,60 – 3,50

1º Decil = 0,90 + 0,95 = 0,92 = Abaixo de 0,92 = 0;


2
2º Decil = 1,00 + 1,01 = 1,00 = acima de 0,92 e Abaixo de 1,00 = 1;
2
3º Decil = 1,10 + 1,14 = 1,25 = acima de 1,00 e Abaixo de 1,25 = 2;
2
4º Decil = 1,15 + 1,20 = 1,17 = acima de 1,25 e Abaixo de 1,17 = 3;
2
5º Decil = 1,20 + 1,35 = 1,27 = acima de 1,17 e Abaixo de 1,27 = 4;
2
6º Decil = 1,43 + 1,54 = 1,48 = acima de 1,27 e Abaixo de 1,48 = 5;
2
7º Decil = 1,60 + 1,70 = 1,65 = acima de 1,48 e Abaixo de 1,65 = 6;
2
8º Decil = 1,80 + 1,96 = 1,88 = acima de 1,65 e Abaixo de 1,88 = 7;
2
9º Decil = 2,10 + 2,60 = 2,35 = acima de 1,88 e Abaixo de 2,35 = 8;
2
10º Decil = 3,50 = acima de 2,35 e Abaixo de 3,50 = 9;
Acima de 3,5 – Nota 10, pois está superando todos os seus concorrentes.

Até mesmo o critério usado para a elaboração do índice-padrão, está subordinado aos
parâmetros estabelecidos pelo analista, que poderá adotar o mais adequado às necessidades
da empresa, de acordo com a quantidade de índices encontrados e também o critério que
julgar ser o melhor.
Existem empresas que divulgam índices de mercado. Há uma revista quinzenal
chamada Exame da editora Abril, que costuma divulgar uma classificação das Melhores e
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 51

Maiores empresas, da qual o professor Stephan Kanitz foi um dos precursores, utilizando
além outros, critérios baseados nos números das demonstrações contábeis.

AULA 20
RELATÓRIO DE ANÁLISE
Não há um modelo de relatório de análise. Mas existem recomendações para a
emissão do trabalho de conclusão da análise das demonstrações contábeis. Como se pode
imaginar, é fundamental para o analista saber concluir o seu trabalho. Agora entra em cena o
poder de persuasão para convencer a quem contratou os seus serviços que o relatório foi
elaborado de acordo com técnicas apropriadas, a situação evidenciada reflete a realidade da
empresa e atende a necessidade de quem contratou o seu serviço.

Observe as sugestões do Professor Carlos Alberto de Ávila, no livro Gestão Contábil


para contadores e não contadores:
O relatório de análise deve conter todas as conclusões do trabalho, com a finalidade
de ser entregue aos usuários das informações contábeis que solicitaram a análise. Ele deve,
pois, conter o parecer sobre a situação econômico-financeira da empresa analisada.
Tal documento deve ser elaborado sempre com base nas necessidades descritas pelo
solicitante, contudo o analista deve estar atento para algumas recomendações a serem
seguidas:
 A linguagem deve ser clara e de fácil interpretação para os leigos;
 As conclusões precisam ser relatadas com a finalidade de auxiliar a tomada de
decisões;
 O relatório em geral deve apresentar as posições econômico-financeiras da empresa,
bem como a sua evolução e desenvolvimento ao longo do período analisado;
 O relatório tem de ser elaborado mediante a interpretação dos quocientes em relação
aos quocientes-padrão;
 Se possível, o relatório precisa conter em anexo as bases da interpretação, ou seja, os
quocientes calculados.
(AVILA – 2006)
O relatório deve ser formatado para atender a necessidade de quem contratou o
serviço, mas algumas informações são essenciais, para qualquer público, como as que tratam
da situação de liquidez, endividamento e rentabilidade e projeção das tendências futuras.
O professor Osni Moura Ribeiro no livro Estrutura e Análise de Balanços fácil,
apresenta um bom exemplo da importância das tendências que o relatório de análise pode
proporcionar:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 52

Embora os bancos comerciais tenham por praxe conceder a maior parte dos
empréstimos a curto prazo, além de conhecer a situação atual querem também saber acerca
da situação futura, pois o cliente, ao efetuar um empréstimo de curto prazo, normalmente
renegocia sua dívida, permanecendo sob a dependência do banco por um longo período.
O analista de balanços precisa ter em mente que uma empresa se dirige a um
estabelecimento bancário para solicitar empréstimos porquês está atravessando problemas
de liquidez. Por isso, interessa aos bancos conhecer o grau de rentabilidade do cliente, que
evidenciará se a empresa poderá ou não, em pouco tempo, reverter o quadro, utilizando
apenas os lucros. Quando esta situação é conformada, os bancos não hesitarão em oferecer
créditos. (RIBEIRO – 2004)
O relatório pode ser breve ou detalhado, dependendo da situação e preferência do
cliente. Alguns preferem informações sucintas, bem objetivas, enquanto outros preferem
riqueza de argumentos e detalhes. O analista deve estar preparado para ambas as situações.
QUADRO RESUMO DOS ÍNDICES
Empresa Análise das Demonstrações Contábeis Ltda.
Índice Ano Resultado Índice Ano Resultado Conclusão
LC 2003 3,6 LC 2004 2,71 Piorou
LI 2003 0,25 LI 2004 0,15 Piorou
LS 2003 1,83 LS 2004 1,59 Piorou
LG 2003 0,69 LG 2004 0,93 Melhorou
EG 2003 0,75 EG 2004 0,54 Melhorou
PCT 2003 3,07 PCT 2004 1,18 Melhorou
GCT 2003 0,33 GCT 2004 0,85 Melhorou
CE 2003 0,19 CE 2004 0,32 Piorou
IPL 2003 1,96 IPL 2004 1,08 Melhorou
IRP 2003 0,56 IRP 2004 0,60 Melhorou
GA 2003 0,98 GA 2004 1,12 Melhorou
PMRE 2003 166 dias PMRE 2004 136 dias Piorou
PMRec 2003 50 dias PMRec 2004 46 dias Melhorou
PMPag 2003 224 dias PMPag 2004 212 dias Piorou
Prel 2003 + 8 dias Prel 2004 +30 dias Melhorou
RA 2003 4,93 % RA 2004 7,51 % Melhorou
RPL 2003 20 % RPL 2004 21,36 % Melhorou
ML 2003 5% ML 2004 6,72 % Melhorou
MB 2003 45,18 % MB 2004 46,71 % Melhorou
MO 2003 6,27 % MO 2004 7,29 % Melhorou
RCMV 2003 9,18 % RCMV 2004 12,62 % Melhorou
Du Pont 2003 4,93% Du Pont 2004 7,51% Melhorou
Kanitz 2003 2,82 Kanitz 2004 3,92 Melhorou

RELATÓRIO BREVE
Levando em consideração as demonstrações contábeis apresentadas pela empresa Análise das
Demonstrações Contábeis Ltda – ME, CNPJ 11.111.111/0001-00, em anexo, referente ao exercícios de 2004,
apresentamos as informações a seguir, resguardando nossa responsabilidade se alguma informação for
incorreta, não refletindo a realidade da empresa:
Situação Financeira
A empresa possui capacidade de pagamento de suas dívidas a curto prazo, e permanecendo as
atividades operacionais no mesmo ritmo de crescimento em breve obterá capacidade de pagamento para as
dívidas de longo prazo. Esta situação é normal comparando com as empresas do mesmo porte e ramo de
atividade.
O endividamento é compatível com a média de mercado, apesar da empresa depender mais do capital
de terceiros do que próprio, sendo 1/3 da dívida de curto prazo.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 53

Situação Econômica
A empresa apresentou em 2004 números positivos quanto ao retorno do capital investido na empresa.
O prazo estimado para os sócios obterem o retorno do capital investido na empresa é de 4 anos e 8 meses,
tornando a empresa atrativa.
O desempenho poderia ser melhor se o estoque fosse renovado em um prazo menor, melhorando as
vendas, que estiveram um pouco abaixo da média dos concorrentes.
Do faturamento líquido, o retorno líquido é de 6,72%, número considerado bom, comparando com o
mercado, para empresas do mesmo porte e ramos de atividade.
Outro ponto positivo no exercício foi conseguir vender e receber 30 dias antes de pagar os
fornecedores, trabalhando com capital terceiros.
A situação de solvência da empresa é boa, com reduzidas possibilidades da empresa ir à falência
O desempenho da empresa no exercício foi bom, superando o resultado do exercício anterior, e com
tendência de crescimento para os próximos exercícios.

Assinatura do Analista.
Empresa Ensino à Distância Ltda.
Índice Ano Resultado Índice Ano Resultado Conclusão
LC 2005 1,27 LC 2006 1,57 Melhorou
LI 2005 0,26 LI 2006 0,17 Piorou
LS 2005 0,64 LS 2006 0,79 Melhorou
LG 2005 0,94 LG 2006 1,20 Melhorou
EG 2005 0,55 EG 2006 0,49 Melhorou
PCT 2005 1,20 PCT 2006 0,98 Melhorou
GCT 2005 0,83 GCT 2006 1,02 Melhorou
CE 2005 0,69 CE 2006 0,73 Piorou
IPL 2005 1,06 IPL 2006 0,80 Melhorou
IRP 2005 0,77 IRP 2006 0,64 Melhorou
GA 2005 0,45 GA 2006 0,51 Melhorou
PMRE 2005 297 dias PMRE 2006 286 dias Melhorou
PMRec 2005 101 dias PMRec 2006 112 dias Piorou
PMPag 2005 277 dias PMPag 2006 237 dias Melhorou
Prel 2005 - 121 dias Prel 2006 - 161 dias Piorou
RA 2005 6,2 % RA 2006 7,59 % Melhorou
RPL 2005 13,66 % RPL 2006 15,83 % Melhorou
ML 2005 13,63 % ML 2006 14,8 % Melhorou
MB 2005 37,03 % MB 2006 36,67 % Piorou
MO 2005 16,67 % MO 2006 18,73 % Melhorou
RCMV 2005 21,64 % RCMV 2006 23,37 % Melhorou
Du Pont 2005 6,2% Du Pont 2006 7,59% Melhorou
Kanitz 2005 2,08 Kanitz 2006 2,81 Melhorou

RELATÓRIO BREVE

Levando em consideração as demonstrações contábeis apresentadas pela empresa


Ensino à Distância Ltda, CNPJ 22.222.222/0001-22, em anexo, referente ao exercícios de
2006, apresentamos as informações a seguir, resguardando nossa responsabilidade se
alguma informação for incorreta, não refletindo a realidade da empresa:
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 54

Situação Financeira
A empresa apresenta capacidade de pagamento de suas contas de curto prazo e neste
exercício alcançou também capacidade de pagamento de longo prazo, apresentando uma
tendência de aumentar ainda mais sua margem de segurança com relação a sua liquidez.
Garantindo os recursos necessários para cumprir suas obrigações com terceiros.
A empresa deve cuidar com as dividas de curto prazo que representam 73% do total
das obrigações, se possível alongando o prazo para pagamento da dívida, gerando um maior
conforto no prazo para a obtenção de recursos.
A empresa que antes dependia mais do capital externo, sacrificou o ativo permanente
para reduzir as obrigações, passando a depender mais do capital próprio. Agora o capital
próprio financia todo o imobilizado da empresa e ainda há uma folga de 20% dos recursos
próprios para investimento no capital de giro da empresa.
A situação de solvência da empresa é boa, com reduzidas possibilidades da empresa
ir à falência.
Situação Econômica
A empresa melhorou o volume de vendas e aumentou sua rentabilidade. No
exercício observou-se uma significativa redução das despesas administrativas. E a margem
de líquida de lucro aumentou, bem como o retorno do investimento feito no ativo e pelos
sócios no patrimônio líquido.
A empresa deve negociar melhor seu prazo para pagamento dos fornecedores e
recebimento das vendas. Em virtude do descontrole, hoje a empresa após pagar os seus
fornecedores precisa esperar um prazo de 161 dias para receber o valor de suas vendas,
descapitalizando a empresa neste período de espera.
Com a análise das demonstrações contábeis estimamos que o prazo de retorno do
investimento dos sócios na empresa é de 6 anos e 3 meses. Resultado um pouco abaixo da
média dos concorrentes, mas que apresenta margem para uma boa recuperação, desde que a
empresa consiga reduzir suas despesas financeiras em virtude da demora na venda de seus
produtos, necessitando negociar melhor o prazo de pagamento de suas compras e
recebimento de suas vendas.
A empresa está em uma situação satisfatória e com capacidade para honrar seus
compromissos, a rentabilidade apesar de haver melhorado, obteve desempenho tímido e foi
afetado pela baixa rotatividade dos elementos em estoque. A tendência é de melhorar seu
desempenho nos próximos exercícios, desde que consiga equilibrar o prazo entre a venda e
recebimento de seus clientes e o de pagamento de seus fornecedores.

Assinatura do Analista
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 55

Faça o Seu Relatório de Análise baseado nos índices encontrados para a empresa
Agora é a Sua Vez Ltda.

Empresa Agora é Sua Vez Ltda.


Índice Ano Resultado Índice Ano Resultado Conclusão
LC 2005 LC 2006
LI 2005 LI 2006
LS 2005 LS 2006
LG 2005 LG 2006
EG 2005 EG 2006
PCT 2005 PCT 2006
GCT 2005 GCT 2006
CE 2005 CE 2006
IPL 2005 IPL 2006
IRP 2005 IRP 2006
GA 2005 GA 2006
PMRE 2005 PMRE 2006
PMRec 2005 PMRec 2006
PMPag 2005 PMPag 2006
Prel 2005 Prel 2006
RA 2005 RA 2006
RPL 2005 RPL 2006
ML 2005 ML 2006
MB 2005 MB 2006
MO 2005 MO 2006
RCMV 2005 RCMV 2006
Du Pont 2005 Du Pont 2006
Kanitz 2005 Kanitz 2006

RELATÓRIO
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 56

CONCLUSÃO

Concluímos a disciplina Análise das Demonstrações Contábeis, e com ela o curso


técnico em Contabilidade.
Esperamos que todas as informações transmitidas pelos professores sejam úteis para
a sua vida e proporcionem crescimento profissional.
Mesmo à distância, muitas vezes tive a impressão de estar presente em suas vidas.
Pois inúmeras foram as manifestações de carinho, e cada participação foi importante, quer
seja ao vivo durante as aulas, na tutoria ou através de emails. Aprendemos muito com vocês
também, e mesmo ensinando, estamos aprendendo.
Quero concluir este módulo com algumas sugestões importantes:
Temos muitos amigos, mas o maior e melhor deles é Deus. Pense nele e leia a
bíblia. Se Deus é nosso amigo, temos a confiança que temos muitas coisas boas para realizar
na vida. Confie, acredite em você e claro, peça ajuda para seu AMIGO. Agradeço a ELE a
esta oportunidade que ele nos concedeu para que estivéssemos juntos neste período de curso.
Agora você tem o conhecimento para buscar novas oportunidades, e está em uma
situação favorável, como dizia Whitney Young Jr: “É melhor estar preparado para uma
oportunidade e não ter nenhuma do que ter uma oportunidade e não estar preparado”.
Siga em frente, não é fácil eu sei, mas não pense que é para mim ou qualquer outra
pessoa, é através de muito trabalho que vamos vencer, Voltaire disse: “O trabalho espanta
três males: o vício, a pobreza e o tédio”, portanto nossa batalha continua. Vamos vencer!

Onde você estiver, receba nosso cumprimento e votos de uma vida feliz!

Parabéns! Você concluiu seu curso técnico em Contabilidade!

Que Deus abençoe a você e sua família!

Professor Ciro Bächtold, em nome de todas as pessoas que compõem a


Universidade Federal do Paraná-UFPR.
Análise das Demonstrações Contábeis II – Prof. Ciro Bächtold Página 57

You might also like