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CURITIBA
FEVEREIRO/2015
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CONTABILIDADE DE CUSTOS
Instituto Federal do Paraná
Professor: Ciro Bächtold
Assim como fazemos ginástica para que a nossa receita possa cobrir os
custos necessários à satisfação de nossas necessidades, seja através de
pesquisa de preços ou postergando a compra de alguns produtos, nas empresas o
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estudo sobre custos também tem fundamental importância, não apenas por levar
ao fornecedor que tem produtos ou serviços com melhor preço, mas também por
controlar toda a etapa de produção, levando a empresa a conhecer o “preço de
custo do produto fabricado” e assim calcular a margem de lucro de seus produtos.
HISTÓRICO
A Contabilidade é uma ciência social que através da execução de serviços
técnicos: controla, organiza, estuda e avalia, permanentemente, o patrimônio de
uma entidade (Pessoa Física ou Pessoa Jurídica).
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http://www.not1.xpg.com.br/wp-content/uploads/2011/06/resumo-absolutismo-conceitos.gif
Vídeo
http://www.youtube.com/watch?v=meSQG6bNvOM
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
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PIONEIRISMO INGLÊS:
Causas:
Acumulação de capital;
Mão-de-obra abundante e disponível;
Supremacia naval
Monarquia Parlamentar;
Liberalismo político e econômico;
Posição geográfica;
Inovações técnicas.
CONSEQUÊNCIAS DA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL:
Utilização constante da máquina;
Divisão do trabalho;
Aumento de produção;
Crescimento da urbanização e despovoamento dos campos;
Ruína dos artesãos;
Surgimento de novas classes: Burguesia industrial e proletariado;
Expansão do colonialismo;
Evolução dos meios de transporte e das comunicações;
Expansão do capitalismo por toda Europa e suas colônia.
http://blog.educacaoadventista.org.br/historiaprofsolange/
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Principais Objetivos
Apuração dos custos dos produtos vendidos;
Apuração do resultado do exercício;
Valorização do estoque;
Atender a legislação vigente e exigências fiscais;
Elaboração de relatórios para o planejamento, controle e tomada de
decisão gerencial;
Formação do preço de venda;
Estabelecimento de parâmetros de produção;
Controle operacional;
Avaliação de desempenho;
Análise de alternativas;
Obtenção de dados para orçamentos.
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IMPORTÂNCIA
A contabilidade de custos, além de atender a necessidade gerencial da
empresa com informações que vão possibilitar a tomada de decisões, também é
necessária para o cumprimento da legislação em vigor e atender às exigências do
fisco (nome popular dado à fiscalização governamental).
Exigência Legal
Lei 6.404/76 – Lei das Sociedades Anônimas
Lei 10.303/2001 – Altera e acrescenta dispositivos na Lei no 6.404, de 15 de
dezembro de 1976, que dispõe sobre as Sociedades por Ações, e na Lei n o 6.385,
de 7 de dezembro de 1976, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e
cria a Comissão de Valores Mobiliários.
Lei 10.411/2002 - Altera e acresce dispositivos à Lei no 6.385, de 7 de dezembro
de 1976, que dispõe sobre o mercado de valores mobiliários e cria a Comissão de
Valores Mobiliários.
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Exigência Fiscal
Decreto 3000/99 – Regulamento do Imposto de Renda (RIR/99):
CONCEITOS
A contabilidade de custos possui termos técnicos próprios, chamados de
terminologia ou nomenclatura. Certamente, você já ouviu falar em palavras como:
despesa; custo; gasto; investimento; desembolso, entre outros. Estes são termos
importantes que merecem nossa atenção. Portanto, é preciso estudar a definição
dos principais termos utilizados, para que possamos entender a disciplina que
vamos estudar.
Definições dos termos:
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Lembre-se!
O Gasto não consumido é INVESTIMENTO;
O Gasto consumido na fabricação é CUSTO,
O Gasto consumido fora da produção ou fora da fábrica é DESPESA.
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Perda anormal – É o desperdício que não estava previsto. E pode ocorrer por
motivos como incêndio e inundações, produtos com defeitos de fabricação, salário
dos funcionários da produção enquanto as máquinas estavam em manutenção,
obsolescência de produtos, roubos e outros.
As perdas anormais, por não estarem previstas, são consideradas despesas no
período em que ocorrerem, não fazendo parte do custo do produto.
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Resumindo
Perda normal = CUSTO
Perda anormal = DESPESA
É possível que você pergunte: Mas e a sobra de material que pode ser
vendida? Nas indústrias, é comum as sobras de materiais gerar receita. Podem
ser classificadas em subprodutos ou sucatas.
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Sucatas – São as sobras de produção vendida de forma esporádica. Por não ter
valor certo de venda só aparecem na contabilidade após a sua venda, com o título
de Outras Receitas Operacionais.
Para Refletir
“O gasto realizado para investir na amizade pode trazer custos e despesas. Aqui
não importa se é custo ou despesa, prejuízo maior é a perda de um amigo.”
Ciro Bächtold
“Educação nunca foi despesa. Sempre foi investimento com retorno garantido.”
Arthur Lewis
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O custo industrial é composto por três elementos, para qualquer fabricação, seja
um anzol ou a fabricação de um moderno veículo. São eles:
Materiais M.O G. G. F
Materiais
Mão de obra (M.O)
Gastos gerais de fabricação (G. G. F) Custo Industrial
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MATERIAIS
Chamamos de materiais os bens que possuem corpo (matéria).
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CLASSIFICAÇÃO DO CUSTO
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Na contabilidade de custos são os custos indiretos que mais dão trabalho. Pois
distribuir os custos indiretos para os produtos passa ser uma missão que
requer critérios técnicos. Essa distribuição recebe o nome técnico de rateio, e o
critério adotado chama-se critério de rateio ou base de rateio. Assim os recursos
são alocados ao produto.
Repare que nos dois exemplos acima temos um custo (salário e aluguel) e não
sabemos ao certo como atribuir este custo aos produtos (por isso é custo indireto).
Será necessário criar um critério para fazer a alocação deste custo indireto para
os produtos.
Não há uma regra fixa para o rateio; portanto, caberá, na prática, ao
responsável pela gerência de custos, executar o método que achar mais
adequado à realidade da empresa. Contudo, deverá haver controle e justificativa
para esta apropriação. Quanto mais justos forem os critérios adotados, maior será
a precisão do preço de custo do produto da empresa.
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Prod. A
?
Custo Custo
Direto Indireto
?
Prod. B
Gastos
Investimentos Despesas
Custos
Diretos Indiretos
Departamentos Rateio
Produtos Produtos
Estoque
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DEPARTAMENTALIZAÇÃO
Muitas vezes não há como estabelecer uma relação dos custos indiretos com
os produtos, porém é possível estabelecer bases de rateio para os departamentos.
Na maioria das vezes um departamento é um Centro de Custos, ou seja, nele
são acumulados os custos indiretos para depois alocar aos produtos. Em outras
situações podem existir diversos centros de custos dentre de um mesmo
departamento (MARTINS, 2009, p.66).
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Exemplo de Rateio
A empresa Ensino a Distância Ltda, no mês passado, apresentou os
seguintes custos indiretos:
a) Conta de água e esgoto: R$ 200,00; Critério de rateio: nº funcionários;
b) Conta de energia elétrica: R$ 1.000,00; Critério de rateio: % estimada de
consumo;
c) Aluguel do mês: R$ 5.000,00; Critério de rateio: m2
A empresa apresenta as seguintes características:
Departamento Funcionários Estimativa de Consumo de Tamanho em m2
energia
Administração 8 5% 30
Refeitório 4 5% 70
Almoxarifado 3 10 % 100
Corte 10 40 % 80
Montagem 5 15 % 120
Acabamento 10 25 % 100
Total Fábrica 40 100 % 500
Vamos fazer o Rateio do Custo Indireto de acordo com os critérios escolhidos:
Departamento Água por Energia por Aluguel por TOTAL
Func. Estimativa. m2.
Administração
Refeitório
Almoxarifado
Corte
Montagem
Acabamento
Total R$ 200,00 R$ 1.000,00 R$ 5.000,00 R$ 6.200,00
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MÉTODOS DE RATEIO
Após o rateio do custo indireto aos departamentos através dos critérios de
rateio escolhido, passamos para uma outra etapa. Agora os departamentos
auxiliares deverão distribuir os custos recebidos até que restem apenas os
departamentos produtivos. Vários são os critérios que podem ser utilizados. O
professor Osni Moura Ribeiro, no livro Contabilidade de Custos Fácil (2001, p.183)
cita os seguintes métodos: direto, algébrico ou da reciprocidade e da
hierarquização ou dos degraus.
Corte
Acabamento
Corte
Almoxarifado Acabamento
Manutenção Montagem
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Almoxarifado Corte
Montagem
Manutenção
Acabamento
ACABAMENTO
CADEIRA
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Custos semifixos - São aqueles fixos que possuem uma parte variável.
Permanecem inalterados em função do volume de produção, alterando a partir de
determinada faixa de consumo.
Exemplos: conta de energia elétrica, água, telefone (há uma parte fixa,
independente de consumo).
Custos semivariáveis – São aqueles variáveis que possuem uma parte fixa.
Variam em relação às variações do volume de produção, mas a variação não é
feita de forma proporcional.
Exemplos: almoço de funcionários da produção (até determinado peso é variável;
após, fixo); remuneração por produtividade até o limite tal; após, acréscimo por
faixa de produção; gráfico dos custos de acordo com o volume de produção.
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C
u
s Variável
t
o
Semifixo
T
o
Semivariável
t
a
l
Fixo
Volume de produção
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Custo dos produtos vendidos – É o valor de custo dos produtos que foram
vendidos e já não fazem mais parte dos bens da empresa, pois já saíram do
estoque. É o valor que vai ser lançado contabilmente, e sua apuração é
importantíssima para cumprir as exigências fiscais e legais.
Pode ser encontrado pela fórmula:
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Ex: Em Quantidades
0 100 400
Estoque inicial Produção do Período
Quanto à Controlabilidade
Custos incrementais – São os custos adicionais que a empresa vai ter, por haver
tomado uma decisão. É um fator importante a ser considerado no planejamento,
antes da implantação da mudança.
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Custos evitáveis – São os custos que podem ser eliminados, caso a empresa
deixe de realizar ou altere alguma operação (atividade).
Custos correntes – É o custo que haveria para repor os produtos que estão na
empresa, por isso também são conhecidos como custo de reposição.
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Exemplo:
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Método
Indireto Direto
Método
Produto Informações
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Princípio É a regra que deve ser seguida. O princípio diz respeito a como
vamos proceder para dar às informações que são necessárias ao sistema. É a
forma como vamos identificar os custos. São dois os principais princípios
utilizados em contabilidade de custos: O Princípio do Custeio por Absorção e o
Custeio Direto ou Variável.
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D C- OP1
IPI a Recuperar C- OP2
Est. Mat. Embalagem
D C- OP1
D C-OP2
ICMS a Recuperar Estoque de Prod. Acabados
D Mão de Obra
D C-OP1 D-OP1 C-OP1
C-OP2 D-OP2 C-OP2
Custo Folha a PG
C Gastos Ger. de Fabr. Custo dos Produtos Vendidos
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D C
IPI a Recuperar
Est. Mat. Embalagem
D
D C
ICMS a Recuperar Estoque de Prod. Acabados
D Mão de Obra
D C D C
Custo Folha a PG
C Gastos Ger. de Fabr. Custo dos Produtos Vendidos
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Custeio por Absorção Parcial – Não distribui aos produtos os gastos gerais da
administração da empresa sob os seguintes fundamentos:
a) Os gastos da administração geral não fazem parte do processo produtivo,
existem para dar suporte à gestão da empresa;
b) As atividades da administração por estarem distantes do processo
produtivo exigem uso de critério de rateio arbitrários, subjetivos e
ambíguas, que comprometem a objetividade da distribuição dos custos
indiretos;
c) Por sua subjetividade de distribuição os gastos da administração pode não
trazer informações úteis para composição do custo dos produtos;
d) O rateio de gastos fixos de administração não é compatível com os
princípios contábeis para valorização de estoques para fins societários e
tributários;
e) A distribuição dos gastos fixos da administração prejudicaria sua
controlabilidade;
f) Os gastos de administrar e vender são distintos do esforço de produção, não
devendo contaminar essas informações de custo de produção.
(Adaptado de MARTINS, ROCHA; 2010, p. 102-103).
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De acordo com Martins e Rocha (2010, p.109), “há registro de uso do Custeio
por Absorção Parcial desde a Revolução Industrial, no século XVIII, passando pela
França no século XIX e, mais fortemente nos EUA, no século XX”. Os autores
ainda informam que houve maior aplicação após a crise de 1929 nos EUA, quando
houve maior exigência nos procedimentos para elaboração das demonstrações
contábeis para usuários externos, visando valorização dos estoques e custo dos
produtos vendidos para a DRE.
Custeio por Absorção Integral – É também conhecido por Custeio Pleno, por
contemplar todos os custos de produção e também os gastos fixos de
administração e vendas, que na sua versão extrema (RKW), inclui também os
encargos financeiros e juros no custo do produtos (MARTINS, ROCHA, 2010).
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Este princípio atribui ao responsável pelo custo a obrigação por ele, ou seja,
quem causou o custo deve arcar com ele.
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Não há uma fórmula para avaliar a materialidade. Ela desobriga o tratamento mais
rigoroso de itens que é de pequeno valor dentro dos gastos totais e não
representam variações importantes. É preciso analisar a relação custo x benefício,
para então registrar ou não; é princípio do bom senso.
Princípio da Competência
“Art. 9º As receitas e as despesas devem ser incluídas na apuração do resultado
do período em que ocorrerem, sempre simultaneamente quando se
correlacionarem, independentemente de recebimento ou pagamento”.
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Quando ocorrerem alternativas válidas para o registro contábil, assim que houve a
opção de uma alternativa, esta deve permanecer. Não é possível a mudança de
critérios a cada exercício. É comum a utilização de métodos de avaliação de
estoques e critérios para o rateio dos custos indiretos na contabilidade de custos
que após definidos deverão permanecer, salvo quando houver justificativa para a
mudança de cálculo.
Convenção da Objetividade
Os valores apropriados ao custo da produção devem apresentar alguns requisitos
obrigatórios:
Documentos que comprovem a natureza e o valor do registro;
Critérios objetivos, principalmente, na determinação dos rateios de custos
indiretos; ou
Critérios geralmente aceitos pela classe contábil, como por exemplo, a
adoção da vida média estimada para cálculo da depreciação.
www.cfc.org.br www.crcpr.org.br
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A dúvida passa a ser: o que registrar como valor original? A resposta parece óbvia
quando usamos por dedução a regra “valor original é o custo para deixar o
bem em condições para uso na produção”.
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DESCONTOS CONDICIONAIS
Os descontos condicionais que são aqueles fornecidos mediante o cumprimento
de algum requisito. Estes não deverão ser deduzidos do preço de custo.
Exemplo:
Se pagar até o dia 10/06/2006, desconto de 20%. Se pagar até o dia
20/06/2006, desconto de 10%. No vencimento, o valor da fatura sem
desconto.
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DEVOLUÇÃO DE COMPRAS
O professor Osni Moura Ribeiro, no livro Contabilidade de Custos Fácil (2001),
assim define os principais motivos da devolução de compras: “Uma vez efetuada a
compra, poderá ocorrer a sua anulação total ou parcial, por motivos variados,
como: materiais recebidos de qualidade inferior aos adquiridos; quebra ou danos
no transporte; ou qualquer outro motivo desconhecido no momento da compra”.
CUSTO ADICIONAL
Quando efetuamos a compra de materiais para nossa indústria, estamos
conscientes que alguns custos “adicionais” poderão ocorrer. São exemplos: frete,
pedágio, seguro do material, entre outros. Consideramos como custos adicionais
(alguns autores chamam de despesas acessórias) todos os valores que vamos
pagar, além da mercadoria, para que este produto chegue até a nossa indústria.
Cabe fazer a ressalva que somente será contabilizado como custo, se o
pagamento for feito pelo comprador, e sem reembolso. Quando o pagamento
é efetuado pelo fornecedor, não há custo para o comprador, portanto não há
custo adicional.
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Exemplo:
Empresa Valor Compra Frete/Seguro Frete Pago Por Custo Compra
A R$ 10.000,00 R$ 500,00 Comprador R$ 10.500,00
B R$ 5.000,00 R$ 200,00 Fornecedor R$ 5.000,00
C R$ 2.000,00 R$ 100,00 Comprador R$ 2.100,00
Assim, quando o imposto pode ser recuperado, deve ser subtraído do preço
de compra do produto. Não é custo, pois é reembolsado na forma de crédito
de imposto, e deduzirá o valor a ser pago de imposto com as vendas. Porém
quando não podemos creditar do imposto, este integrará o custo da aquisição.
Vários são os impostos e taxas que podem incidir sobre os produtos, inclusive o
imposto sobre importação, e como sempre todos são repassados para o
consumidor final, porém os dois impostos que mais se destacam são o ICMS e o
IPI.
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Quando a empresa não pode utilizar o ICMS pago como crédito, este comporá o
preço de custo do produto. Inversamente, quando a empresa puder ressarcir o
valor pago de ICMS na compra, este valor deve ser deduzido do preço de custo do
produto.
Situação Custo ICMS Valor ICMS Venda ICMS a
ICMS Material Compra Venda Pagar
Com Crédito R$ 1.000,00 R$ 120,00 1.500,00 R$ 180,00 R$ 60,00
Sem Crédito R$ 1.000,00 R$ 120,00 1.500,00 R$ 180,00 R$ 180,00
Consideramos a alíquota de ICMS de 12% tanto para compra como para
venda.
Observe que no primeiro caso, foi deduzido o imposto pago na compra, ou
seja, somente será pago imposto sobre o valor adicional.
No segundo caso, foi pago imposto na compra e na venda sem dedução, é
o que chamamos de “imposto em cascata”, paga-se em cada etapa o valor
sem deduzir o que já foi pago na etapa anterior.
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Agora vamos calcular o valor da nota fiscal do produto, e também o valor que
deverá ser registrado em estoque como custo da mercadoria adquirida:
Valor do Alíquot Valor NF Custo Adicional ICMS alíquota IPI alíquota % Valor para
Produto a IPI % (frete) /pago por: % Recuperável? Estoque
Recuperável?
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I - Produtos em elaboração:
a) por uma vez e meia (150%) o maior custo das matérias-primas adquiridas no
período-base (sem ICMS/IPI quando recuperáveis);
b) 80% (oitenta por cento) do valor dos produtos acabados, determinado segundo
o critério do item II.
II - Produtos acabados:
70% (setenta por cento) do maior preço de venda do período-base, sem inclusão
do IPI, mas com ICMS incluso (Parecer Normativo CST nº 14/1981). A utilização
desse critério penaliza a empresa, modificando a apuração do resultado, pois 70%
do maior preço de venda é elevadíssimo e supervaloriza o estoque no período.
Outra desvantagem da utilização deste método é que ele não permite apurar o
valor do custo unitário do produto individualizado. Por isso geralmente é utilizado
apenas pelas pequenas indústrias.
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PEPS – Primeiro que Entra é o Primeiro que Sai → Também conhecido como
FIFO, do inglês First In First Out. É o método em que a empresa sempre atribui ao
estoque os valores de custo mais recentes. Para cada saída atribui-se o preço de
custo mais antigo, permanecendo em estoque os mais recentes.
ENTRADA SAÍDA SALDO
Histórico QTDE UN. R$ TOTAL QTDE UN. R$ TOTAL QTDE UN. R$ TOTAL
DATA Saldo R$ R$ R$
01/01/06 Inicial - - -
TOTAL - - - 100 5,00 500,00
R$ 100 5,00 500,00
05/01/06 Compra 100 6,00 600,00 - - - 100 6,00 600,00
10/01/06 Venda - - - 100 5,00 500,00 100 6,00 600,00
25/01/06 100 6,00 600,00
Compra 40 6,25 250,00 40 6,25 250,00
TOTAL 140 850,00 100 500,00 140 850,00
UEPS – Último que Entra é o Primeiro que Sai → Também conhecido como
LIFO, do inglês Last In First Out. É o método em que a empresa atribui ao estoque
os valores de custos mais antigos. Para cada saída consideram-se os custos mais
recentes, permanecendo em estoque os mais antigos. É a situação inversa do
PEPS. Não é aceito pela legislação do Imposto de Renda, por atribuir aos
Custos de Vendas valores maiores.
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Observe que o método que apresenta o custo maior (UEPS) não é aceito pela
legislação. Então, o método mais vantajoso para a empresa é o MPM, pois o custo
do produto vendido (CPV) é maior. E quanto maior o custo, menor é a base de
cálculo para impostos sobre o lucro (imposto de renda - IRPJ e Contribuição social
sobre o lucro líquido - CSSL).
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Não há um plano de contas que possa ser apresentado como sendo o ideal, pois
deverá cada empresa adequá-lo as suas necessidades. Mas segue uma relação
de contas que aparecem na maior parte das indústrias, com a observação que
apresentamos aqui as contas sintéticas, pois a lista de contas analíticas seria
muito extensa.
1.4. ESTOQUES
1.4.1 Materiais
1.4.1.1 Estoque de Matérias-primas
1.4.1.1.1 Madeira
1.4.1.1.2 Suporte de Metal
1.4.1.1.3 Vidro
1.4.1.1.4 Fórmica
1.4.1.2 Estoque de Materiais Secundários
1.4.1.2.1 Cola
1.4.1.2.2 Verniz
1.4.1.2.3 Pregos
1.4.1.3 Estoque de Materiais de Embalagem
1.4.1.3.1 Caixas de Papelão
1.4.1.3.2 Plástico
1.4.2 Estoque de Produtos em Elaboração
1.4.2.1 Mesas
1.4.2.2 Cadeiras
1.4.2.3 Estantes
1.4.2.4 Armários
1.4.3 Estoque de Produtos Acabados
1.4.5.1 Mesas
1.4.5.2 Cadeiras
1.4.5.3 Estantes
1.4.5.4 Armários
1.4.4 Estoque de Subprodutos
1.4.4.1 Serragem
1.4.4.2 Madeira em pedaços
1.4.4.3 Fórmica em pedaços
1.4.4.4 Brinquedos de madeira
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CUSTO SIMPLIFICADO
4. Custo dos Produtos Vendidos (CPV)
4.1 Materiais
4.1.1 Matérias-primas
4.1.2 Materiais secundários
4.1.3 Materiais de embalagem
4.2 Mão de obra
4.3 Gastos Gerais de Fabricação
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D C
IPI a Recuperar
Est. Mat. Embalagem
D D C
ICMS a Recuperar Estoque de Prod. Acabados
D Mão de Obra
D C D C
Custo Folha a PG
C Gastos Ger. de Fabr. Custo dos Produtos Vendidos
Exercício
Faça a contabilização dos lançamentos abaixo discriminados, encontrados no final
do período para responder as próximas questões:
a) Saldo inicial:
Estoque de matérias-primas R$ 60.000,00;
Estoque de Materiais secundários R$ 20.000,00;
Estoque de Materiais de Embalagem R$ 30.000,00.
Estoque de prod. em elaboração R$ 20.000,00;
Estoque de prod. acabados R$ 40.000,00.
b) Compra do Fornecedor Tudo para Indústria de:
Matérias-Primas R$ 25.000,00;
Materiais Secundários R$ 10.000,00;
Materiais de Embalagem R$ 20.000,00.
c) Foram transferidos para a produção em materiais:
Matérias-primas R$ 70.000,00;
Materiais Secundários R$ 20.000,00;
Materiais de Embalagem R$ 40.000,00.
d) O Valor da Mão-de-Obra do período foi de:
Mão-de-Obra Direta R$ 30.000,00;
Mão-de-Obra Indireta R$ 20.000,00.
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Responda:
Resolução
Estoque de Estoque de
Estoque de Materiais Materiais de Estoque de Produto
Matéria-prima Secundários Embalagens em Elaboração
si 60.000 70.000 c si 20.000 20.000 c si 30.000 40.000 c si 20.000 193.000 f
b 25.000 b 10.000 b 20.000 c 70.000
c 20.000
T 85.000 70.000 T 30.000 20.000 T 50.000 40.000 c 40.000
sf 15.000 sf 10.000 sf 10.000 d2 50.000
e2 5.000
e2 500
T 205.500 193.000
sf 12.500
Estoque de
Produtos Custos com a Mão
Acabados FORNECEDOR Salários a pagar de Obra
si 40.000 180.500 g 25.000 b 50.000 d1 d1 50.000 50.000 d2
f 193.000 10.000 b sf 0
20.000 b
T 233.000
sf 52.500 55.000 sf
Energia Elétrica a
Aluguel a pagar pagar G.G.F C.P.V
5.000 e1 500 e1 e1 5.000 5.000 e2 g 180.500
e1 500 500 e2
sf sf
T 5.500 5.500
sf 0
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MÉTODOS
Explicando os procedimentos
a) Divisão da fábrica em postos operativos Significa dividir a empresa em
locais que tem participação direta na fabricação do produto, ou seja, que
apresentam esforço de produção, os demais esforços repassam os seus custos
para essas atividades. É semelhante ao que ocorre na departamentalização no
Método de Centro de Custos.
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Postos Operativos PO 1 PO 2 PO 3
Custo-hora (R$/h) 120,00 90,00 100,00
Valor-base UEP (Prod.B) 200,00 200,00 200,00
Potencial Prod.(UEP/hora) 0,60 0,45 0,50
Produto PO 1 PO 2 PO 3 TOTAL
A 0,90 0,23 0,10 1,23 UEPs
B 0,30 0,45 0,25 1 UEP
C 0,60 0,09 0,75 1,44 UEPs
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Observação:
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MÉTODOS
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Custos do Período
Direcionados de custos
Atividades Atividades
Produtivas Auxiliares
Direcionadro de Direcionador de
Atividades Atividades
Produtivas
PRODUTO
Vantagens:
A vantagem básica do ABC é proporcionar uma forma mais precisa de encarar
despesas e custos indiretos, incluindo os gerados fora do chão de fábrica, e não
tipicamente ponderados nos cálculos de custos produto a produto atividades como
marketing, distribuição e manutenção.
a) Obtêm um quadro que explica “por que” e “como” os custos são incorridos;
b) Separa os custos que agregam e não valor ao produto;
c) Percebe desperdícios e a geração dos custos;
d) Avalia as possibilidades de influencia e modificações dos geradores de custos.
(FAGUNDES, 2005)
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Desvantagens:
1. Não encontra viabilidade em empresas de pequeno/médio porte;
2. Muito burocrático;
3. Transforma custos fixos em variáveis – tendo em vista que a tecnologia
moderna de produção tem aumentado os custos fixos proporcionalmente aos
custos variáveis, esse método de custeio conduzirá a resultados
proporcionalmente mais errados.
(FAGUNDES, 2005)
Exemplo:
Identificando As atividades
Departamentos Atividades Custos
Administração Gerenciar a produção R$ 12.000,00
Gestão de Recursos Humanos R$ 5.500,00
Almoxarifado Recebimento de Materiais R$ 4.000,00
Controle de Estoques R$ 500,00
Produção Corte R$ 80.000,00
Montagem R$ 30.000,00
Acabamento R$ 45.000,00
Expedição Despacho de mercadorias R$ 5.000,00
Refeitório Preparo de refeições R$ 12.000,00
Direcionadores de atividades
Departamentos Atividades Direcionadores
Administração Gerenciar a produção nº produtos fabricados
Gestão de Recursos Humanos nº funcionários
Almoxarifado Recebimento de Materiais Requisições de materiais
Controle de Estoques Requisições de materiais
Produção Corte Quantidade produzida
Montagem Quantidade produzida
Acabamento Quantidade produzida
Expedição Despacho de mercadorias Quantidade Vendida
Refeitório Preparo de refeições nº funcionários
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Uma das grandes vantagens do ABC frente a outros sistemas e custos mais
“tradicionais” é que ele permite uma analise que não se restringe ao custo do
produto, sua lucratividade ou não, sua continuidade ou não, etc., mas permite que
os processos que ocorrem dentro da empresa também sejam custeados. Aliás,
talvez aqui estejam seus maiores méritos. Uma vez que os processos são
compostos por atividades que se inter-relacionam, tal análise permite uma
visualização das atividades que podem ser melhoradas, reestruturadas ou até
mesmo eliminadas dentro de um processo, de forma a melhorar o desempenho
competitivo da empresa. (MARTINS, 2009)
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1 – Método RKW
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c) Identificação dos custos com os centros – É a relação dos custos com cada
centro de custo. Por exemplo, o rateio do aluguel (custo) com cada departamento
(centro de custos);
e) Distribuição dos custos dos centros diretos aos produtos – Por ter uma
clara identificação com a produção, os centros de custos diretos permitem o
repasse de custos para os produtos.
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Separando:
Investimentos R$ 40.000,00 - São registrados no Ativo.
Despesas R$ 40.820,00 - São registradas na DRE.
Custos R$ 304.450,00 - Serão registrados no Estoque, depois de identificados aos produtos.
Produto TOTAL %
A R$ 118.000,00 40
B R$ 103.250,00 35
C R$ 73.750,00 25
TOTAL R$ 295.000,00 100
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Assim,
Produtos Custo Total Custo Unitário
A R$ 121.780,00 R$ 6,09
B R$ 106.557,50 R$ 10,66
C R$ 76.112,50 R$ 15,22
TOTAL R$ 304.450,00
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A empresa Custos é Fácil Ltda, fabrica mesas e cadeiras. Durante o período foram
fabricadas 400 mesas e 1.000 cadeiras. Calcule o Custo Total de fabricação de
cada produto e também seu custo unitário, sabendo que:
Então vamos calcular cada um dos componentes do custo de cada produto agora!
Materiais
Mesa = 5 (m3) x 30,00 (custo por m3) x 400 (quant. Produzida) = R$ 60.000,00;
Cadeira = 1 (m3) x 30,00 (custo por m3)x 1.000 (quant. Prod.) = R$ 30.000,00.
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Mão-de-Obra
Mesa = 2 (horas) x 50 (custo por hora) x 400 (quant. Produzida) = R$ 40.000,00;
Cadeira = 0,5 (hora) x 50 (custo por hora) x 1.000 (quant. Prod.) = R$ 25.000,00;
Custos Indiretos
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Materiais
Toalha de Banho =
Toalha de Rosto =
Mão-de-Obra
Toalha de Banho =
Toalha de Rosto =
Custos Indiretos
Aluguel, Água
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Custos Diretos:
Camisas Calças
Materiais 45.000,00 55.000,00
MOD 25.000,00 20.000,00
Informações disponíveis:
Estamparia Costura Corte Almoxarifado Administração TOTAL
m2 60 90 50 30 20 250
nº 4 15 6 2 5 32
Func.
Informações Adicionais:
A empresa durante o período produziu: 4.500 camisas que passam por todos os
departamentos e 2.000 calças que passam apenas pelos departamentos corte e
costura.
A distribuição dos custos indiretos dos departamentos corte e costura é feita na
mesma proporção do material utilizado por cada produto.
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Resolução:
TOTAL R$ 4.837,50
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Camisas Calças
Matéria-Prima R$ 45.000,00 R$ 55.000,00
MOD R$ 25.000,00 R$ 20.000,00
Custo Indireto R$ 8.437,70 R$ 5.858,30
CUSTO TOTAL R$ 78.437,30 R$ 80.858,30
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Custos Diretos:
Materiais Diretos Mão-De-Obra Direta
Produto A R$ 400.000,00 Produto A R$ 60.000,00
Produto B R$ 100.000,00 Produto B R$ 80.000,00
Produto C R$ 300.000,00 Produto C R$ 50.000,00
Gastos Gerais de Fabricação Diretos:
Produto A R$ 35.000,00
Produto B R$ 25.000,00
Produto C R$ 15.000,00
Almoxarifado
Conservação
Acabamento
Montagem
Corte
Geral
nº Func. 8 7 4 2 10 3
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Almoxarif.
Montagem
Adminstr.
Conserv.e
Acabam.
Manut.
Corte
Geral
Total
Aluguel
Energia
Água
TOTAL
Almoxarif.
Montagem
Adminstr.
Conserv.e
Acabam.
Manut.
Corte
Geral
Total
Custo Indireto
Rateio Adm.
Rateio Conserv e
Man.
Rateio Almox.
Total
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Análise de Custo-Volume-Lucro
Ponto de Equilíbrio
Relembrando, existem custos e despesas que são fixos, ou seja, não tem
relação com a produção. Independente da quantidade produzida e vendida, estes
valores permanecerão os mesmos. Assim como há custos e despesas que tem
relação direta com a produção e venda, como é o caso dos custos com materiais e
despesas com impostos. Quanto maior for o valor produzido e vendido, maior será
o valor de custos e despesas no período.
Uma das vantagens desta classificação dos custos e despesas em fixos e
variáveis, de acordo com o volume de produção, é a possibilidade de calcular o
Ponto de Equilíbrio, em outras palavras, o ponto em que a empresa consegue
cobrir os seus custos e despesas. Dizer que uma empresa está em ponto de
equilíbrio, equivale dizer que a empresa não tem lucro ou prejuízo, ou seja, a
receita com as vendas no período cobriu os custos e despesas totais.
Custos
Receita Total + Despesas
A Pass
ti ivo e
O Prof. Elizeu Martins vno Livro Contabilidade
PL de Custos (MARTINS, 2009)
comenta que o ponto de oequilíbrio (também denominado Ponto de Ruptura –
Break-even Point) nasce da conjugação dos Custos e Despesas Totais com as
Receitas Totais.
Para facilitar a compreensão, abaixo está um quadro que permite visualizar o
ponto de equilíbrio e sua determinação que surge da relação da receita com os
custos e despesas da empresa.
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Receitas Totais
$
Ponto de Equilíbrio Lucro
Variáveis
Custos e
Despesas Totais
(fixos + variáveis)
Prejuízo Fixos
Volume de produção
Observe a figura acima para perceber que até o ponto de equilíbrio, a empresa
está tendo mais custos e despesas do que Receitas, encontrando-se, por isso, na
faixa do Prejuízo; acima do ponto de equilíbrio a empresa apresenta receita maior
do que os custos e despesas, entrando na faixa do Lucro.
Antes de aprender a calcular o Ponto de equilíbrio, vamos aprender a calcular a
margem de contribuição.
Margem de Contribuição Unitária = Preço de Venda Unitário – Custo (+ Despesa) variável unitário.
Poderíamos dizer que a margem de contribuição é o lucro, se ainda não tivéssemos que cobrir
os custos e despesas fixas. Mas agora ficou mais fácil calcular a quantidade de produtos que a
empresa precisa vender para encontrar o ponto de equilíbrio.
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Empresa Preço Vd. C+D Variáveis M. C. Unit. C+D Fixos P.E P.E. R$
Unit. R$ Unit. R$ R$ R$ Unidades
A 60,00 40,00 8.000,00
B 0,80 0,70 12.000,00
C 1.000,00 900,00 20.500,00
D 20,00 18,00 40.000,00
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Empresa Preço Vd. C+D Variáveis M. C. Unit. C+D Fixos P.E P.E. R$
Unit. R$ Unit. R$ R$ R$ Unidades
A 100,00 80,00 40.000,00
B 20,00 15,00 18.000,00
C 200,00 150,00 30.000,00
D 120,00 110,00 20.000,00
Observação Importante!
Análise de Custo-Volume-Lucro
Margem de Segurança
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Empresa Preço Vd. C+D Variáveis M. C. Unit. C+D Fixos P.E P.E. R$
Unit. R$ Unit. R$ R$ R$ Unidades
A 500,00 450,00 50,00 10.000,00 200 100.000,00
B 10,00 8,00 2,00 10.000,00 5.000 50.000,00
C 5,00 4,00 1,00 10.000,00 10.000 50.000,00
D 30,00 25,00 5,00 10.000,00 2.000 60.000,00
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Este tema é também conhecido com precificação (fixar o preço). Este assunto
chama muito a atenção. Calcular o preço de venda é um desafio para a empresa
independente do porte e ramo de atividade.
Uma das lições de economia que cedo aprendemos é que a demanda tem
influência sobre o preço do produto. Quando a procura é pequena, os preços
caem e tornam-se mais atrativos para aumentar o interesse pelo produto. Quando
a procura é grande o preço do produto aumenta. Esta é uma verdade relativa, nem
sempre esta premissa é verdadeira. Em alguns casos, o aumento das vendas
permite o aumento da produção, em alguns casos com redução de custos, e a
empresa aumenta seu lucro com o maior volume das vendas.
Na lógica tradicional obtemos o preço de venda adicionando a margem de lucro
em cima do preço de custo do produto.
O professor Antonio César Bórnia no livro Análise Gerencial de Custos (2002)
comenta que na empresa moderna o preço de venda é determinado pelo
mercado, alterando a forma tradicional. Se o preço já está formado, agora a
empresa deduz o custo para encontrar o seu lucro. O professor ainda aborda uma
terceira possibilidade em que o preço já está formado e a empresa determina o
seu lucro, e a gestão de custos tem que adequar o preço de custo de seus
produtos para atingir o seu objetivo que é o lucro fixado pela empresa.
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Então o preço de venda pode ser estabelecido com base nos custos, no
mercado ou na expectativa de lucro da empresa.
Seja em qualquer das formas apresentadas. Conhecer o preço de custo do
produto é essencial, para se calcular o valor do lucro.
Markup – É um índice que após ser aplicado sobre o preço de custo de um
produto forma o seu preço de venda, levando em consideração a margem de
lucro, e todas as despesas como porcentagem da receita bruta da empresa.
Para a formação do markup deve-se considerar todas as despesas da empresa,
podem ser elas operacionais ou impostos incidentes sobre as vendas.
Por exemplo:
A empresa abaixo segue o Princípio do Custeio por Absorção e vamos calcular o
seu preço de venda.
Observações importantes:
a) As despesas administrativas são fixas, sendo necessário estimar o seu
percentual da receita bruta, o que provoca distorções;
b) As despesas comerciais, algumas são variáveis e outras fixas. Mesmo as
despesas variáveis não aumentam na mesma proporção do aumento das
vendas, merecendo um estudo mais apurado. Neste caso também é
preciso estimar;
c) Ao referir-se aos tributos, consideramos todos os incidentes sobre a venda
como: IPI, ICMS, ISS, PIS, COFINS, CSLL, IRPJ, entre outros. Enfim,
vamos relacionar todos os impostos, taxas e contribuições que existem
sobre o faturamento, de acordo com o regime de tributação da empresa.
d) Este cálculo é válido para o Custeio por Absorção, onde já estão incluídos
todos os custos e despesas, porém no caso do cálculo para o Custeio
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Markup Multiplicador = 1 = 2
(1- 0,5)
Preço de venda = R$ 20,00 x 2,00 = R$ 40,00
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BIBLIOGRAFIA
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