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ANTROPOLOGIA FORENSE

Fonte: Aula professora Marselle

1. Histórico:
- 1897, Luisa Luetgerts: caso do rei das Salsichas. Perito: George Dorsey.
1º caso da história que o tribunal aceita dados antropológicos como prova de
homicídio.
- 1978, caso John Wayne Gacy: palhaço assassino. Perito: dr Clyde Snow (equipe).
Vítimas com até 30 anos, homens e caucasianos. Identificação nominal.

2. Identidade x identificação:
Busca-se a identidade por meio da identificação.
Identidade: “Conjunto de caracteres que individualizam uma pessoa, fazendo-a
distinta das demais.” FRANÇA, 2015.
Identificação: “Processo pelo qual se determina a identidade de uma pessoa ou
coisa...”. FRANÇA, 2015
A importância de saber a identidade é para a vida civil, para o comércio e criminal.
Tipos de identidade:
- Objetiva (sexo genético, cromatínico, nome)
- Subjetiva (como o indivíduo se identifica – discussão de gênero).
Tipos de Identificação:
- Médico-legal
- Policial-judiciária
Reconhecimento:
Registro 1° (como a pessoa era) -> registro 2° (como a pessoa está agora) ->
comparação (entre o registro 1° e o 2°). Não é o mesmo que identificação. O
reconhecimento envolve uma comparação. O reconhecimento pode ser uma fase
inicial da identificação.
Fundamentos biológicos e técnicos que qualificam um método de identificação como
aceitável:
- Unicidade (prega digital, reconhecimento pela íris): individualiza o indivíduo.
Também chamado de individualidade, ou seja, que determinados elementos sejam
específicos daquele indivíduo e diferentes dos demais.
- Imutabilidade: aquilo que não muda ao longo da vida (ex: prega digital). São as
características que não mudam e não se alteram ao longo do tempo.
Nota: Osso não tem imutabilidade, mas sim perenicidade (muda ao longo da vida do
indivíduo).
- Perenidade: Consiste na capacidade de certos elementos resistirem à ação do tempo,
e que permanecem durante toda a vida, e até após a morte, como por exemplo o
esqueleto.
- Praticabilidade: Método de identificação de fácil realização. Um processo que não
seja complexo, tanto na obtenção como no registro dos caracteres.
- Classicabilidade: método que permita catalogar as informações, organizar, para
facilitar o acesso dessas informações posteriormente.
3. Identificação médico-legal:
Sempre é feita por legistas.
- Espécie (humano ou não)
- Raça (australoide, negroide, caucasiano, mongólico)
- Sexo
- Idade
- Estatura
- Sinais individuais e mal formações
- Estígmas
- Cicatrizes e tatuagens

3.1. Espécie:
3.1.1. Ossos:
Canais de Harvers:
- Humanos: mais largos e menos numerosos. Até 8/mm3.
- Animais: Mais estreitos e mais numerosos. Cerca de 40/mm3.
3.1.2. Sangue:
É sangue? Para confirmar utiliza-se a Técnica de Addler (benzidina) e Luminol. A mais
usada é luminol.
É sangue humano: hemácias/reação com soro sanguíneo humano.

3.2. Raça:
Classificação de Ottolenghi:
- Tipo caucasiano: Pele branca ou trigueira; cabelos lisos ou crespos, louros ou
castanhos; íris azuis ou castanhas; contorno craniofacial anterior ovoide ou ovoide-
poligonal; perfil facial ortognata e ligeiramente prognata.
- Tipo mongólico: Pele amarela; cabelos lisos; face achatada de diante para trás; fronte
larga e baixa; espaço interorbital largo; maxilares pequenos e mento saliente.
- Tipo negroide: Pele negra; cabelos crespos, em tufos; crânio pequeno; perfil facial
prognata; fronte alta e saliente; íris castanhas; nariz pequeno, largo e achatado; perfil
côncavo e curto; narinas espessas e afastadas, visíveis de frente e circulares.
- Tipo indiano: Não se afigura como um tipo racial definido. Estatura alta; pele
amarelo-trigueira, tendente ao avermelhado; cabelos pretos, lisos, espessos e luzidios;
íris castanhas; crânio mesocéfalo; supercílios espessos; orelhas pequenas; nariz
saliente, estreito e longo; barba escassa; fronte vertical: zigomas salientes e largos.
- Tipo australóide: Estatura alta; pele trigueira; nariz curto e largo; arcadas zigomáticas
largas e volumosas; prognatismo maxilar e alveolar; cinturas escapular larga e pélvica
estreita; dentes fortes; mento retraído; arcadas superciliares salientes e crânio
dolicocéfalo.
3.2.1. Elementos de caracterização racial:
- Forma do crânio
- Índice cefálico
- Índice tibiofemoral
- Índice rádioumeral
- Ângulo facial

3.2.1.1. Forma do crânio:


Sua relação é com as figuras geométricas vistas de cima para baixo, de diante para trás
e lateralmente. Quando vistos de cima para baixo, são classificados em formas longas
(dolicocrânios), formas curtas (braquicrânios) e formas médias (mesocrânios). Quando
vistos de diante para trás, em crânios altos e estreitos (esternocrânios), em baixos e
largos (tapinocrânios) e nos de forma intermediária (metriocrânios). E, por fim, quando
vistos lateralmente, em crânios altos (hipsicrânios), nos baixos (platicrânios) e nos
intermediários (mediocrânios).
- De cima para baixo:

- De trás para frente:

Nota: Tipos de crânio e nomes (!!!!!!!!!!!!)

3.2.1.2. Índice cefálico:


Fórmula de Retzius:
IC = (largura x 100)/comprimento do crânio
Dolicocéfalos: índice igual ou menor a 75
Mesaticéfalos: índice 75 a 80
Braquicéfalos: índice maior que 80

3.2.1.3. Índice tibiofemoral e rádioumeral:


ITF: tíbia x 100/ fêmur
IRU: rádio x 100/úmero

3.2.1.4. Ângulos faciais:


Sua importância está na determinação do prognatismo, constituindo-se em um valioso
elemento da distinção racial. Segundo Jacquart, o ângulo é dado por uma linha que
passa pelo ponto mais saliente da fronte e pela linha nasal anterior, e por outra linha
que vai da espinha nasal anterior ao meio da linha medioauricular, conseguindo,
aproximadamente, um ângulo de 76,5° para os brancos, de 72 para os amarelos e de
70,3 para os negros.
São importantes também os ângulos de Curvier (uma linha que passa pela parte mais
saliente da fronte até o ângulo dentário superior, e por outra linha que vai do ângulo
dentário superior até o conduto auditivo externo) e de Cloquet (uma linha que vai da
parte mais saliente da fronte até o ponto alveolar, e outra linha que vai do ponto
alveolar até o conduto auditivo externo).

3.3. Sexo: (Formas de identificar a genitália!!!!!!!!!!!!!!!!!!!)


Tipos de sexo:
- Sexo morfológico – configurado pelo fenótipo do indivíduo.
- Sexo cromossomial - 46,XY, corpúsculo fluorescente. É definido pela avaliação dos
cromossomas sexuais e pelo corpúsculo fluorescente. É masculino aquele que
apresentar 46 XY e tiver corpos fluorescentes, e feminino quando apresentar uma
constituição cromossômica de 46 XX e não contiver corpos fluorescentes. Este
conjunto de cromossomos chama-se cariótipo.
- Sexo gonadal – Caracteriza o masculino como portador de testículos e o feminino
como portador de ovários.
- Sexo cromatínico – corpúsculo de Baar. Determinado pelos corpúsculos de Barr,
pequenos corpos de cromatina que se encontram no nucléolo das células dos
organismos femininos, daí a classificação em cromatínicos positivos (femininos) e
cromatínicos negativos (masculinos). Cada cromossomo encerra informações
codificadas em genes através de moléculas de DNA.
- Sexo da genitália interna – ductos de Wolf e Muller. Caracteriza o masculino quando
houve o desenvolvimento dos ductos de Wolff, e o feminino quando desenvolvidos os
ductos de Müller.
- Sexo da genitália externa – masculino = pênis + escroto/ feminino = vulva + vagina +
mamas.
- Sexo jurídico – É o designado no registro civil, ou quando a autoridade legal manda
que se registre uma pessoa em um ou outro sexo, após suas convicções médico-legais,
morais ou doutrinárias. Está regulamentado pela Lei dos Registros Públicos.
- Sexo de identificação psíquica /comportamental → identificação subjetiva. É aquele
cuja identificação o indivíduo faz de si próprio e que se reflete no comportamento.
Também é chamado por alguns de sexo moral.
- Sexo médico-legal – em caso de genitália dúbia. É constatado por meio de uma
perícia médica nos portadores de genitália dúbia ou sexo aparentemente duvidoso,
como, por exemplo, um portador de uma grande hipospadia, facilmente confundível
com uma cavidade vaginal.

3.3.1. Ossadas:
No esqueleto, a separação sexual faz-se pela discriminação dos ossos, principalmente
os do crânio, da mandíbula, do tórax e da pelve.
- Crânio
- Mandíbula
- Pelve

3.3.1.1. Crânio:
O crânio no sexo masculino tem espessura óssea mais pronunciada, processos
mastóideos mais salientes e separados um do outro, fronte mais inclinada para trás,
glabela mais pronunciada, arcos superciliares mais salientes, rebordos superorbitários
rombos, articulação frontonasal angulosa, apófises estiloides longas e grossas e
mandíbula mais robusta. Na mulher, a fronte é mais vertical, a glabela menos
pronunciada, os arcos superciliares menos salientes, os rebordos superorbitários
cortantes, a articulação frontonasal curva, as apófises estiloides curtas e finas e a
mandíbula menos robusta. Os côndilos occipitais são longos, delgados e em forma de
sola de sapato no homem, e curtos, largos e em forma de rim na mulher.
Galvão: Pontos craniométricos de Galvão.
Galvão tomou medidas das distâncias entre o meato acústico externo (mae) e os
pontos craniométricos gnátio (gn), próstio (pr), espinha nasal anterior (ena), glabela
(g), bregma (b), vértex (v), lambda (l), opistocrânio (op), ínio (i), mastóideo (ms) e
gônio (go). Os dados obtidos nas medidas entre o meato acústico externo e os onze
pontos craniométricos assinalados possibilitaram ao autor afirmar que é possível a
determinação do sexo por meio das medidas craniométricas propostas. Quando se
obtém um somatório inferior a 1.000 mm, há “uma tendência estatisticamente
significativa para se afirmar que o crânio estudado pertence a um indivíduo do sexo
feminino”.

3.3.1.2. Pelve:
A pelve apresenta os caracteres mais palpáveis da diferenciação sexual. No homem,
além de existir uma consistência óssea mais forte, com rugas de inserção mais
pronunciadas, as dimensões verticais predominam sobre as horizontais; ao passo que,
na mulher, dá-se o inverso: o diâmetro transversal supera a altura da bacia. O ângulo
sacrovertebral na mulher é mais fechado e saliente para diante que no homem.
Observar principalmente:
- Formato interno: Formato interno da pelve na mulher se assemelha com o Mickey.
- Sínfise Pubiana: A sínfise púbica é mais comprida nos homens.
- Ângulo subpubiano
3.4. Idade:
A determinação da idade na vida intrauterina é feita pelo aspecto morfológico do feto
ou embrião, pela sua estatura e pelos raios X. Do 1o ao 3o mês, eles crescem 6 cm por
mês e, do 4o em diante, 5,5 cm também a cada mês. Depois de nascido, o problema
deve ser visto no vivo, no morto e no esqueleto, sendo sua abordagem realizada
através dos elementos disponíveis.
- Aparência geral: Até certo ponto, é fácil distinguir um recém-nascido de um jovem ou
de um ancião. A dificuldade está em estabelecer essa diferença nos períodos
transitórios e na aproximação da determinação etária. À medida que passam os anos,
mais penosa é essa incumbência. A aparência, em perícias dessa natureza, não nos
oferece precisão.
- Pelos: No sexo feminino, os pelos pubianos apontam-se dos 12 aos 13 anos. Os pelos
axilares, por seu turno, 2 anos depois dos pubianos. No sexo masculino, dos 13 aos 15
anos. A calvície é de aparecimento irregular, como também o fenômeno do
encanecimento.
- Globo ocular: halo senil (100% 80 anos) que se caracteriza por uma faixa periférica e
acinzentada da córnea. Contrastada na íris, presente em 20% dos quadragenários e em
100% nos octogenários. Pelo visto, esta característica é muito relativa para a
especificação etária. Esse arco semitranslúcido compõe-se de colesterol, triglicerídios e
fosfolipídios, mais constante no sexo masculino e em determinadas patologias, como o
diabetes, carências vitamínicas e hipertensão arterial. É também chamado arcus
corneae ou arcus senilis, ou simplesmente arco lipídico.
- Dentes: cronologia da dentição. Como os dentes têm uma época própria para o
surgimento, exercem eles grande influência sobre a classificação da idade. Dessa
forma, levando-se em conta a primeira e a segunda dentições há, embora de maneira
não tão rigorosa, condições de se ter uma aproximação da idade de um indivíduo, a
partir de 5 meses de nascido, tomando por base a cronologia da erupção dentária. Na
prática, a fórmula dentária de 16/16 presume a idade superior a 18 anos; 14/14, idade
maior de 14 e menor de 18 anos; e de 12/12, menor de 14 anos, provocando assim
lato interesse no que diz respeito ao aferimento da idade nos crimes de sedução e
estupro. Por outro lado, é também possível determinar a idade de um indivíduo a
partir do estudo do crescimento de cada dente, desde a vida intrauterina até cerca dos
25 anos, com uma possibilidade de aproximação muito maior do que pela cronologia
da erupção dentária decídua ou permanente.
- Fechamento das suturas cranianas: As suturas cranianas vão se ossificando e
desaparecendo na idade adulta, de maneira lenta e progressiva, com um maior surto
de atividade na idade avançada. Outra característica marcante na idade senil é a
redução do tamanho das maxilas e mandíbula pela perda dos dentes, reabsorção óssea
e alteração dos ângulos da mandíbula.
- Radiologia: ossificação das epífises. O surgir dos pontos de ossificação e a soldadura
das epífises a diáfises são referências da maior significação a respeito da determinação
da idade óssea. A radiografia do punho, do cotovelo, do joelho e do tornozelo, da bacia
e do crânio é peça valiosa e positiva para o assunto. O núcleo da epífise radial surge
em torno do 18o ao 24o mês de vida; na ulna, dos cinco aos 8 anos. O escafoide
aparece entre os oito e 9 anos; o pisiforme, dos 10 aos 13; o semilunar e o piramidal,
dos quatro aos sete; o trapézio e o trapezoide, dos cinco aos oito; e o capitato e o
hamato, dos 4 aos 5 anos. Pode-se também estimar a idade por meio do estudo
comparativo da mineralização dos ossos do carpo com a ajuda de radiografias
padronizadas; o trapezoide é aquele que apresenta melhor índice de segurança.
Aconselha-se a utilização de radiografias da mão e do punho direitos e de filmes
radiográficos no tamanho 18 3 24 cm. O resultado é obtido por meio da avaliação de
áreas em milímetros quadrados e pela maturidade de ossificação obtidas nos ossos do
carpo, levando-se em conta o sexo do examinado. Faz-se a soldadura das epífises 2
anos mais cedo nas mulheres. No rádio, para o sexo feminino, é entre 18 e 19 anos. No
masculino, entre 20 e 21 anos. A ulna da mulher, entre 17 e 18 anos, e, no homem,
entre 19 e 20.

Nota: Depois que ocorre fechamento das epífises usa-se outros índices.

3.5. Estatura:
Os índices não são muito precisos, pois o tamanho do osso vai depender do estado de
decomposição do mesmo e também do tipo de terreno em que a ossada foi
encontrada (dependendo pode ter ocorrido redução do tamanho).
No vivo, a estatura é obtida com o indivíduo em pé, em perfeita posição de
verticalidade; no cadáver, com uma régua especial, cujas hastes tocam no ponto mais
alto da cabeça e na face inferior do calcanhar. Porém, quando dispomos apenas dos
ossos longos dos membros, podemos alcançar a estatura baseada na tábua
osteométrica de Broca ou nas tabelas de Étienne-Rollet, de Trotter e Gleser, de
Mendonça ou de Lacassagne e Martin. Basta multiplicarmos o comprimento de um
dos ossos longos pelos seus índices, para nos aproximarmos da sua altura quando vivo.
3.6. Sinais individuais e mal-formações:
Há certos sinais particulares que, mesmo não identificando uma pessoa, servem para
excluí-la. Desta forma, todo e qualquer sinal apresentado por alguém é útil para ajudar
na busca de sua identificação. As unhas roídas, por exemplo, serviram de primeiros
indícios para que Hoffmann chegasse à identidade de uma das vítimas do incêndio do
Ring Theatre de Viena. O nevo, as manchas, as verrugas, enfim, todo e qualquer sinal
individual influi intensamente nas medidas iniciais para uma identificação.
Malformações são características relevantes em um processo de identificação quando
se lhe faltam outros requisitos de maior valia. O lábio leporino, o genus valgus, o genus
varus, o pé torto, a consolidação viciosa de uma fratura, uma mama supranumerária,
um desvio de coluna, a polidactilia, a sindactilia, entre outros, são usados como meios
acessórios de uma identificação.
 Unhas roídas
 Tatuagens
 Machas e verrugas
 Lábio leporino
 Geno valgus e varus
 Polidactilia
 Consolidação viciosa de fratura

3.7. Estígmas:
São estigmas deixados pela constância de um tipo de trabalho, por exemplo, a
calosidade dos sapateiros e alfaiates, as alterações das unhas dos fotógrafos e
tipógrafos e o calo dos lábios dos sopradores de vidro e dos trompetistas.
Nota: Não confundir com os estigmas atávicos.

3.8. Cicatrizes:
São caracteres valiosos para ajudar uma identificação individual. Devem ser estudadas
quanto à forma, região, dimensões, colorido, resistência e mobilidade. Têm interesse
não apenas quanto à identificação, mas também no que se refere a fatos ocorridos
anteriormente. Essas cicatrizes podem ser traumáticas, por ação de agentes
mecânicos, por queimaduras ou por ação de cáusticos; patológicas, como as da vacina
ou da varíola; e, finalmente, cirúrgicas.

3.9. Identificação pelos dentes:


- Usada quando há corpos carbonizados e ossadas
- É necessária ficha dentária anterior.
- Sistema de anotação da Federação Dentária Internacional
A identificação pela arcada dentária é algo relevante, principalmente em se tratando
de carbonizados ou esqueletizados. Para tanto, é preciso dispor de uma ficha dentária
anterior fornecida pelo dentista da vítima. Essa ficha é a peça mais importante para a
identificação de desconhecidos ou vítimas de catástrofes de qualquer espécie.
Destarte, a posição e as características de cada dente, seja ele temporário ou
permanente, as cáries em sua precisa localização, a ausência recente ou antiga de uma
ou várias peças, os restos radiculares, a colocação de uma prótese ou de um aparelho
ortodôntico, os detalhes de cada restauração, a condição dos dentes no que diz
respeito a cor, erosão, limpeza e malformações, tudo é importante no processo de
uma identificação.

4. Identificação policial ou judiciária:


Lei 12.037/2009 – Identificação criminal dos civilmente identificados;
Art 5º: A identificação criminal incluirá o processo dactiloscópico e fotográfico, que
serão juntados aos autos da comunicação da prisão e flagrante, ou do inquérito policial
ou outra forma de investigação.
Parágrafo único: PODERÁ incluir coleta de material biológico para obtenção do perfil
genético.

Fundamenta-se em dados Antropológicos e Antropométricos.


- Sistemas antigos
- Fotografia
- Retrato falado
- Sistema antropométrico de Bertillon
- Sistema dactiloscópico de Vucetich

4.1. Sistemas antigos: Marcas feitas com molde de ferro em brasa, amputação de
dedos ou mão; craniometria (Lombroso).
4.2. Fotografia sinalética:
Fotografar de frente e de perfil na redução fixa de 1/7.

4.3. Sistema Antropométrico de Bertillon:


Baseia-se na “fixidez do esqueleto humano após os 20 anos”. Preconiza 11 medidas:
- Diâmetro anteroposterior da cabeça
- Diâmetro transversal da cabeça
- Comprimento da orelha direita
- Diâmetro bizigomático
- Comprimento pé esquerdo
- Comprimento do dedo médio esquerdo
- Comprimento do dedo mínimo
- Comprimento do antebraço
- Estatura
- Envergadura
- Altura do busto

4.4. Sistema dactiloscópico de Vucetich (!!!!!!!!!!!!!!!!!!!):


Juan Vucetich definiu Dactiloscopia como “a ciência que se propõe a identificar as
pessoas, fisicamente consideradas, por meio das impressões ou reproduções físicas
dos desenhos formados pelas cristas papilares das extremidades digitais”.
Desenho digital (prega) – desenho presente no dedo. Conjunto de cristas e sulcos
existentes nas polpas dos dedos, apresentando muitas variedades.
Impressão digital – a marca que fica na superfície. Reverso do desenho, exibindo-se
como um ajuntamento de linhas brancas e pretas sobre determinado suporte.
O estudo da impressão digital leva em consideração a presença e a quantidade de
deltas.
Delta = pequeno ângulo ou triângulo formado pelo encontro dos três sistemas de
linhas.
O delta é a característica fundamental na classificação de uma impressão digital. Esta,
todavia, põe à vista dois ou três sistemas lineares: nuclear, basilar e marginal e na
união deles o delta. O sistema nuclear é representado por linhas colocadas entre as
basilares e as marginais. O sistema marginal é constituído pelas linhas superiores que
se sobrepõem ao núcleo. E o sistema basilar é composto pelas linhas que ficam na
base da impressão digital, isto é, abaixo do núcleo.
A presença de um, dois ou nenhum delta em uma impressão digital estabelece os
quatro tipos fundamentais do Sistema Dactiloscópico de Vucetich:
a) Verticilo: Presença de dois deltas e um núcleo central.
b) Presilha externa: Presença de um delta à esquerda do observador e de um núcleo
voltado em sentido contrário ao delta.
c) Presilha interna: Presença de um delta à direita do observador e de um núcleo
voltado à esquerda.
d) Arco: Ausência de deltas e apenas os sistemas de linhas basilares e marginais. Não
tem núcleo.

Esses tipos essenciais são simbolicamente representados por letras maiúsculas para os
polegares e por algarismos para o restante dos dedos. Assim:
Verticilo: V – 4
Presilha externa: E – 3
Presilha interna: I – 2
Arco: A – 1
Redundando na palavra VEIA, como um meio de memorização.
Anotam-se com × os desenhos com defeito, por cicatrizes ou por qualquer alteração, e
por 0 (zero) as amputações.
Denomina-se fórmula dactiloscópica a sucessão de letras e algarismos que configuram
os tipos fundamentais de uma pessoa a partir do polegar direito até o mínimo
esquerdo, sentida por meio de uma fração que tem como numerador a mão direita e
denominador a mão esquerda.

Os 4 tipos fundamentais do Sistema dactiloscópico de Vucetich:

Verticilo V4 = 2 deltas (uma à direita e outro à esquerda).


Presilha externa E3 = delta à esquerda do observador
Presilha interna I2 = delta à direita do observador
Arco A1 = ausência de delta.

Códigos:
- Verticilo: V-4
- Presilha Externa: E-3
- Presilha Interna: I-2
- Arco: A-1
Fórmula dactiloscópica =

O polegar é identificado pelas letras que representam os tipos fundamentais do


Sistema dactiloscópico de Vucetich e os outros dedos pelos números.
0 = ausência de dedo
X = não consegue identificar se há ou não delta.
V=4
E=3
I=2
A=1

A finalidade é o ARQUIVAMENTO!!!!!!
O sistema dactiloscópio de Vucetich possui os fundamentos biológicos e técnicos que
qualificam um método de identificação como aceitável.

A fórmula dactiloscópica tem o objeto precípuo de tornar mais fácil o arquivamento


das fichas. Mas a identidade das impressões digitais é realizada pelo estudo dos pontos
característicos. Esses pontos são acidentes encontrados nas cristas papilares. Se se
evidenciam 12 pontos característicos idênticos, em uma e noutra impressão digital, em
mesma localização e sem nenhuma discrepância, a identidade é estabelecida. Os
pontos característicos mais comuns são: o ponto, a cortada, a bifurcação, a forquilha e
o encerro.
No estudo de uma impressão digital, notam-se, em cada linha papilar, diversos pontos
claros, representados pelos poros. Em um fragmento de impressão, dá-se um grande
valor à poroscopia, levando-se em conta, em uma determinada linha, o número, a
forma, a posição e a dimensão dos poros sudoríparos.
“A identidade das impressões digitais é feita pelo estudo dos Pontos Característicos”.
França, 2015.

Precisa-se de pelo menos 12 pontos característicos para fazer a identificação.

Nota: Perguntas:
1- Quantos ossos tem o ser humano adulto e sem patologias ortopédicas? 206.
2- Quantos dentes tem o ser humano adulto e sem exodontias? 32.

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