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1. Histórico:
- 1897, Luisa Luetgerts: caso do rei das Salsichas. Perito: George Dorsey.
1º caso da história que o tribunal aceita dados antropológicos como prova de
homicídio.
- 1978, caso John Wayne Gacy: palhaço assassino. Perito: dr Clyde Snow (equipe).
Vítimas com até 30 anos, homens e caucasianos. Identificação nominal.
2. Identidade x identificação:
Busca-se a identidade por meio da identificação.
Identidade: “Conjunto de caracteres que individualizam uma pessoa, fazendo-a
distinta das demais.” FRANÇA, 2015.
Identificação: “Processo pelo qual se determina a identidade de uma pessoa ou
coisa...”. FRANÇA, 2015
A importância de saber a identidade é para a vida civil, para o comércio e criminal.
Tipos de identidade:
- Objetiva (sexo genético, cromatínico, nome)
- Subjetiva (como o indivíduo se identifica – discussão de gênero).
Tipos de Identificação:
- Médico-legal
- Policial-judiciária
Reconhecimento:
Registro 1° (como a pessoa era) -> registro 2° (como a pessoa está agora) ->
comparação (entre o registro 1° e o 2°). Não é o mesmo que identificação. O
reconhecimento envolve uma comparação. O reconhecimento pode ser uma fase
inicial da identificação.
Fundamentos biológicos e técnicos que qualificam um método de identificação como
aceitável:
- Unicidade (prega digital, reconhecimento pela íris): individualiza o indivíduo.
Também chamado de individualidade, ou seja, que determinados elementos sejam
específicos daquele indivíduo e diferentes dos demais.
- Imutabilidade: aquilo que não muda ao longo da vida (ex: prega digital). São as
características que não mudam e não se alteram ao longo do tempo.
Nota: Osso não tem imutabilidade, mas sim perenicidade (muda ao longo da vida do
indivíduo).
- Perenidade: Consiste na capacidade de certos elementos resistirem à ação do tempo,
e que permanecem durante toda a vida, e até após a morte, como por exemplo o
esqueleto.
- Praticabilidade: Método de identificação de fácil realização. Um processo que não
seja complexo, tanto na obtenção como no registro dos caracteres.
- Classicabilidade: método que permita catalogar as informações, organizar, para
facilitar o acesso dessas informações posteriormente.
3. Identificação médico-legal:
Sempre é feita por legistas.
- Espécie (humano ou não)
- Raça (australoide, negroide, caucasiano, mongólico)
- Sexo
- Idade
- Estatura
- Sinais individuais e mal formações
- Estígmas
- Cicatrizes e tatuagens
3.1. Espécie:
3.1.1. Ossos:
Canais de Harvers:
- Humanos: mais largos e menos numerosos. Até 8/mm3.
- Animais: Mais estreitos e mais numerosos. Cerca de 40/mm3.
3.1.2. Sangue:
É sangue? Para confirmar utiliza-se a Técnica de Addler (benzidina) e Luminol. A mais
usada é luminol.
É sangue humano: hemácias/reação com soro sanguíneo humano.
3.2. Raça:
Classificação de Ottolenghi:
- Tipo caucasiano: Pele branca ou trigueira; cabelos lisos ou crespos, louros ou
castanhos; íris azuis ou castanhas; contorno craniofacial anterior ovoide ou ovoide-
poligonal; perfil facial ortognata e ligeiramente prognata.
- Tipo mongólico: Pele amarela; cabelos lisos; face achatada de diante para trás; fronte
larga e baixa; espaço interorbital largo; maxilares pequenos e mento saliente.
- Tipo negroide: Pele negra; cabelos crespos, em tufos; crânio pequeno; perfil facial
prognata; fronte alta e saliente; íris castanhas; nariz pequeno, largo e achatado; perfil
côncavo e curto; narinas espessas e afastadas, visíveis de frente e circulares.
- Tipo indiano: Não se afigura como um tipo racial definido. Estatura alta; pele
amarelo-trigueira, tendente ao avermelhado; cabelos pretos, lisos, espessos e luzidios;
íris castanhas; crânio mesocéfalo; supercílios espessos; orelhas pequenas; nariz
saliente, estreito e longo; barba escassa; fronte vertical: zigomas salientes e largos.
- Tipo australóide: Estatura alta; pele trigueira; nariz curto e largo; arcadas zigomáticas
largas e volumosas; prognatismo maxilar e alveolar; cinturas escapular larga e pélvica
estreita; dentes fortes; mento retraído; arcadas superciliares salientes e crânio
dolicocéfalo.
3.2.1. Elementos de caracterização racial:
- Forma do crânio
- Índice cefálico
- Índice tibiofemoral
- Índice rádioumeral
- Ângulo facial
3.3.1. Ossadas:
No esqueleto, a separação sexual faz-se pela discriminação dos ossos, principalmente
os do crânio, da mandíbula, do tórax e da pelve.
- Crânio
- Mandíbula
- Pelve
3.3.1.1. Crânio:
O crânio no sexo masculino tem espessura óssea mais pronunciada, processos
mastóideos mais salientes e separados um do outro, fronte mais inclinada para trás,
glabela mais pronunciada, arcos superciliares mais salientes, rebordos superorbitários
rombos, articulação frontonasal angulosa, apófises estiloides longas e grossas e
mandíbula mais robusta. Na mulher, a fronte é mais vertical, a glabela menos
pronunciada, os arcos superciliares menos salientes, os rebordos superorbitários
cortantes, a articulação frontonasal curva, as apófises estiloides curtas e finas e a
mandíbula menos robusta. Os côndilos occipitais são longos, delgados e em forma de
sola de sapato no homem, e curtos, largos e em forma de rim na mulher.
Galvão: Pontos craniométricos de Galvão.
Galvão tomou medidas das distâncias entre o meato acústico externo (mae) e os
pontos craniométricos gnátio (gn), próstio (pr), espinha nasal anterior (ena), glabela
(g), bregma (b), vértex (v), lambda (l), opistocrânio (op), ínio (i), mastóideo (ms) e
gônio (go). Os dados obtidos nas medidas entre o meato acústico externo e os onze
pontos craniométricos assinalados possibilitaram ao autor afirmar que é possível a
determinação do sexo por meio das medidas craniométricas propostas. Quando se
obtém um somatório inferior a 1.000 mm, há “uma tendência estatisticamente
significativa para se afirmar que o crânio estudado pertence a um indivíduo do sexo
feminino”.
3.3.1.2. Pelve:
A pelve apresenta os caracteres mais palpáveis da diferenciação sexual. No homem,
além de existir uma consistência óssea mais forte, com rugas de inserção mais
pronunciadas, as dimensões verticais predominam sobre as horizontais; ao passo que,
na mulher, dá-se o inverso: o diâmetro transversal supera a altura da bacia. O ângulo
sacrovertebral na mulher é mais fechado e saliente para diante que no homem.
Observar principalmente:
- Formato interno: Formato interno da pelve na mulher se assemelha com o Mickey.
- Sínfise Pubiana: A sínfise púbica é mais comprida nos homens.
- Ângulo subpubiano
3.4. Idade:
A determinação da idade na vida intrauterina é feita pelo aspecto morfológico do feto
ou embrião, pela sua estatura e pelos raios X. Do 1o ao 3o mês, eles crescem 6 cm por
mês e, do 4o em diante, 5,5 cm também a cada mês. Depois de nascido, o problema
deve ser visto no vivo, no morto e no esqueleto, sendo sua abordagem realizada
através dos elementos disponíveis.
- Aparência geral: Até certo ponto, é fácil distinguir um recém-nascido de um jovem ou
de um ancião. A dificuldade está em estabelecer essa diferença nos períodos
transitórios e na aproximação da determinação etária. À medida que passam os anos,
mais penosa é essa incumbência. A aparência, em perícias dessa natureza, não nos
oferece precisão.
- Pelos: No sexo feminino, os pelos pubianos apontam-se dos 12 aos 13 anos. Os pelos
axilares, por seu turno, 2 anos depois dos pubianos. No sexo masculino, dos 13 aos 15
anos. A calvície é de aparecimento irregular, como também o fenômeno do
encanecimento.
- Globo ocular: halo senil (100% 80 anos) que se caracteriza por uma faixa periférica e
acinzentada da córnea. Contrastada na íris, presente em 20% dos quadragenários e em
100% nos octogenários. Pelo visto, esta característica é muito relativa para a
especificação etária. Esse arco semitranslúcido compõe-se de colesterol, triglicerídios e
fosfolipídios, mais constante no sexo masculino e em determinadas patologias, como o
diabetes, carências vitamínicas e hipertensão arterial. É também chamado arcus
corneae ou arcus senilis, ou simplesmente arco lipídico.
- Dentes: cronologia da dentição. Como os dentes têm uma época própria para o
surgimento, exercem eles grande influência sobre a classificação da idade. Dessa
forma, levando-se em conta a primeira e a segunda dentições há, embora de maneira
não tão rigorosa, condições de se ter uma aproximação da idade de um indivíduo, a
partir de 5 meses de nascido, tomando por base a cronologia da erupção dentária. Na
prática, a fórmula dentária de 16/16 presume a idade superior a 18 anos; 14/14, idade
maior de 14 e menor de 18 anos; e de 12/12, menor de 14 anos, provocando assim
lato interesse no que diz respeito ao aferimento da idade nos crimes de sedução e
estupro. Por outro lado, é também possível determinar a idade de um indivíduo a
partir do estudo do crescimento de cada dente, desde a vida intrauterina até cerca dos
25 anos, com uma possibilidade de aproximação muito maior do que pela cronologia
da erupção dentária decídua ou permanente.
- Fechamento das suturas cranianas: As suturas cranianas vão se ossificando e
desaparecendo na idade adulta, de maneira lenta e progressiva, com um maior surto
de atividade na idade avançada. Outra característica marcante na idade senil é a
redução do tamanho das maxilas e mandíbula pela perda dos dentes, reabsorção óssea
e alteração dos ângulos da mandíbula.
- Radiologia: ossificação das epífises. O surgir dos pontos de ossificação e a soldadura
das epífises a diáfises são referências da maior significação a respeito da determinação
da idade óssea. A radiografia do punho, do cotovelo, do joelho e do tornozelo, da bacia
e do crânio é peça valiosa e positiva para o assunto. O núcleo da epífise radial surge
em torno do 18o ao 24o mês de vida; na ulna, dos cinco aos 8 anos. O escafoide
aparece entre os oito e 9 anos; o pisiforme, dos 10 aos 13; o semilunar e o piramidal,
dos quatro aos sete; o trapézio e o trapezoide, dos cinco aos oito; e o capitato e o
hamato, dos 4 aos 5 anos. Pode-se também estimar a idade por meio do estudo
comparativo da mineralização dos ossos do carpo com a ajuda de radiografias
padronizadas; o trapezoide é aquele que apresenta melhor índice de segurança.
Aconselha-se a utilização de radiografias da mão e do punho direitos e de filmes
radiográficos no tamanho 18 3 24 cm. O resultado é obtido por meio da avaliação de
áreas em milímetros quadrados e pela maturidade de ossificação obtidas nos ossos do
carpo, levando-se em conta o sexo do examinado. Faz-se a soldadura das epífises 2
anos mais cedo nas mulheres. No rádio, para o sexo feminino, é entre 18 e 19 anos. No
masculino, entre 20 e 21 anos. A ulna da mulher, entre 17 e 18 anos, e, no homem,
entre 19 e 20.
Nota: Depois que ocorre fechamento das epífises usa-se outros índices.
3.5. Estatura:
Os índices não são muito precisos, pois o tamanho do osso vai depender do estado de
decomposição do mesmo e também do tipo de terreno em que a ossada foi
encontrada (dependendo pode ter ocorrido redução do tamanho).
No vivo, a estatura é obtida com o indivíduo em pé, em perfeita posição de
verticalidade; no cadáver, com uma régua especial, cujas hastes tocam no ponto mais
alto da cabeça e na face inferior do calcanhar. Porém, quando dispomos apenas dos
ossos longos dos membros, podemos alcançar a estatura baseada na tábua
osteométrica de Broca ou nas tabelas de Étienne-Rollet, de Trotter e Gleser, de
Mendonça ou de Lacassagne e Martin. Basta multiplicarmos o comprimento de um
dos ossos longos pelos seus índices, para nos aproximarmos da sua altura quando vivo.
3.6. Sinais individuais e mal-formações:
Há certos sinais particulares que, mesmo não identificando uma pessoa, servem para
excluí-la. Desta forma, todo e qualquer sinal apresentado por alguém é útil para ajudar
na busca de sua identificação. As unhas roídas, por exemplo, serviram de primeiros
indícios para que Hoffmann chegasse à identidade de uma das vítimas do incêndio do
Ring Theatre de Viena. O nevo, as manchas, as verrugas, enfim, todo e qualquer sinal
individual influi intensamente nas medidas iniciais para uma identificação.
Malformações são características relevantes em um processo de identificação quando
se lhe faltam outros requisitos de maior valia. O lábio leporino, o genus valgus, o genus
varus, o pé torto, a consolidação viciosa de uma fratura, uma mama supranumerária,
um desvio de coluna, a polidactilia, a sindactilia, entre outros, são usados como meios
acessórios de uma identificação.
Unhas roídas
Tatuagens
Machas e verrugas
Lábio leporino
Geno valgus e varus
Polidactilia
Consolidação viciosa de fratura
3.7. Estígmas:
São estigmas deixados pela constância de um tipo de trabalho, por exemplo, a
calosidade dos sapateiros e alfaiates, as alterações das unhas dos fotógrafos e
tipógrafos e o calo dos lábios dos sopradores de vidro e dos trompetistas.
Nota: Não confundir com os estigmas atávicos.
3.8. Cicatrizes:
São caracteres valiosos para ajudar uma identificação individual. Devem ser estudadas
quanto à forma, região, dimensões, colorido, resistência e mobilidade. Têm interesse
não apenas quanto à identificação, mas também no que se refere a fatos ocorridos
anteriormente. Essas cicatrizes podem ser traumáticas, por ação de agentes
mecânicos, por queimaduras ou por ação de cáusticos; patológicas, como as da vacina
ou da varíola; e, finalmente, cirúrgicas.
4.1. Sistemas antigos: Marcas feitas com molde de ferro em brasa, amputação de
dedos ou mão; craniometria (Lombroso).
4.2. Fotografia sinalética:
Fotografar de frente e de perfil na redução fixa de 1/7.
Esses tipos essenciais são simbolicamente representados por letras maiúsculas para os
polegares e por algarismos para o restante dos dedos. Assim:
Verticilo: V – 4
Presilha externa: E – 3
Presilha interna: I – 2
Arco: A – 1
Redundando na palavra VEIA, como um meio de memorização.
Anotam-se com × os desenhos com defeito, por cicatrizes ou por qualquer alteração, e
por 0 (zero) as amputações.
Denomina-se fórmula dactiloscópica a sucessão de letras e algarismos que configuram
os tipos fundamentais de uma pessoa a partir do polegar direito até o mínimo
esquerdo, sentida por meio de uma fração que tem como numerador a mão direita e
denominador a mão esquerda.
Códigos:
- Verticilo: V-4
- Presilha Externa: E-3
- Presilha Interna: I-2
- Arco: A-1
Fórmula dactiloscópica =
A finalidade é o ARQUIVAMENTO!!!!!!
O sistema dactiloscópio de Vucetich possui os fundamentos biológicos e técnicos que
qualificam um método de identificação como aceitável.
Nota: Perguntas:
1- Quantos ossos tem o ser humano adulto e sem patologias ortopédicas? 206.
2- Quantos dentes tem o ser humano adulto e sem exodontias? 32.