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Curso Técnico em Edificações

Projeto e Execução de Instalações Hidráulicas e Sanitárias


Material Complementar da Apostila do SENAI

 
RECURSOS HÍDRICOS 

MANANCIAIS DE ÁGUA são as fontes, superficiais ou subterrâneas, utilizadas para abastecimento humano e 
manutenção  de  atividades  econômicas.  As  áreas  de  mananciais  compreendem  as  porções  do  território 
percorridas e drenadas pelos cursos d´água, desde as nascentes até os rios e represas. 

 
ADUTORA é o conjunto de encanamentos, peças especiais e obras de arte destinados a promover o transporte 
da água em um sistema de abastecimento entre a: 
• captação e reservatório de distribuição;  
• captação e ETA;  
• captação a rede de distribuição;  
• ETA e reservatório;  
• ETA e rede;  
• reservatório à rede;  
• reservatório a reservatório.  

Classificação 
• de acordo com a energia de movimentação do 
líquido: gravidade, recalque e mista;  
• de acordo com o modo de escoamento do líquido: 
livre, forçada e mista;  
• de acordo com a natureza da água: bruta e tratada.
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Sistema de Abastecimento   
 
Existem três sistemas atualmente utilizados para o 
abastecimento de edificações:  Distribuição  Indireta  sem  Bombeamento/por 
Gravidade  –  quando  utiliza‐se  reservatório 
Público  –  a  alimentação  da  edificação  é  feita  superior para alimentar o sistema predial. 
através de rede de água concessionária. 
   
   
 
 
 
   
 
 
 
   
   
Particular – a alimentação é feita através de fontes 
como poços artesianos, etc.  Distribuição Indireta com Bombeamento – utiliza‐
  se  uma  cisterna,  onde  a  água  é  elevada  até  o 
  reservatório  superior,  através  de  um  conjunto 
  moto‐bomba acoplado às canalizações de recalque 
  e sucção. Normalmente é utilizado em prédios com 
  mais de três pavimentos. 
   
 
   
   
Misto – onde utiliza‐se o sistema de abastecimento 
 
público e particular ao mesmo tempo. Neste caso, 
o  órgão  que  gerencia  recursos  hídricos  deve  ser   
consultado. 
 
 
   
   
 
   
  Distribuição Mista – parte da alimentação da rede 
  de  distribuição  é  feita  diretamente  pala  rede 
  pública de abastecimento e parte pelo reservatório 
  superior de edificação. 
Sistema de Distribuição 
 
Distribuição  Direta  –  a  água  vem  diretamente  da 
rede  pública  de  abastecimento  para  o  sistema 
predial, sem o uso de reservatório. 
 

 
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FORÇA, PRESSÃO E PERDA DE CARGA 
 
FORÇA é o único agente do universo capaz de alterar o estado de repouso ou de movimento de um corpo, ou 
de o deformar. Para um corpo de massa constante a força resultante sobre ele possui módulo igual ao produto 
entre massa e aceleração. 

F = m.a 
Quando uma força á aplicada sobre uma área, ocorre o que chamamos de pressão. 
PRESSÃO de uma força sobre uma superfície é o quociente entre a 
intensidade da força normal à superfície e a área dessa. 
 
 
P= F/a 
  Cilindro de força
 
A  água  armazenada  em  um  tubo  contém  peso,  o  qual  exerce  uma  determinada 
pressão nas paredes desse tubo. 
A pressão que a água exerce na superfície interna do tubo só depende da altura do nível da água até 
essa superfície, ou seja, a pressão não depende do volume de água contida no tubo. 
Nos  prédios  a  pressão  exercida  pela  água  em  um  ponto  qualquer  da  tubulação  é  referente  ao  nível 
d’água  do  reservatório.  Quanto  maior  for  a  altura  do  reservatório  em  relação  a  este  ponto,  maior  será  a 
pressão. 
 
Unidades de medidas: 
A unidade de medida da PRESSÃO é quilograma força por centímetro quadrado. 
1 kgf/cm² = 1atm = 10mca =0,1MPa 
m.c.a: metros de coluna d’água 
Pa: pascoal 1 Mpa = 10Kgf/cm² 

  sistema de distribuição indireto
 
As pressões são medidas em kgf/cm2, m.c.a., Pa. 
Equivalência:  1kgf/cm2  é  a  pressão  exercida  por  uma  coluna  de  água 
de 10 m. de altura. 
Podemos então, afirmar que: 1kgf/cm2 = 10 m.c.a. = 0,10 Mpa. 
 
O instrumento utilizado para medir pressão é o manômetro. 
Toda  rede  de  distribuição  de  água  fria  deve  ser  projetada  de  modo 
que as pressões estáticas ou dinâmicas em qualquer ponto se situem 
no seguinte ponto de variação: 
• Pressão estática máxima ‐ 40 m.c.a. (400KPa) 
• Pressão dinâmica mínima ‐ 0,5 m.c.a. (5KPa) 
Temos  também  a  pressão  de  serviço  esta  é  a  máxima  que  se  pode  submeter  um  tubo,  conexão,  válvula, 
registro  ou  outro  dispositivo,  quando  em  uso  normal.  Para  instalações  prediais  de  água  é  de  75  m.c.a. 
(conforme NB‐92/1980 da ABNT). 
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PERDAS DE CARGA 
Para  o  dimensionamento  das  instalações  prediais  de  água  fria  devem  ser  consideradas  as  perdas  de 
carga  ao  longo  das  tubulações  e  também  as  perdas  de  carga  localizadas  (perdas  pontuais,  ocorridas  nas 
conexões, registros etc., devido a elevação da turbulência nesses locais). 
As perdas de carga ou perda de pressão na tubulação ocorrem devido a: 
• Maiores comprimentos de tubos 
• Menores diâmetros 
• Tubos mais rugosos internamente 
• Menores diâmetros 
• As mudanças de direção ocasionam turbulência da água causando perda de 
carga. 

           Nas  linhas  hidráulicas  e  sanitárias  existe  uma  gama 


completa  de  tubos  e  conexões  que  permite  executar  instalações  de 
águas pluviais e esgoto. Os tubos de PVC são leves (peso específico de 
1,4g/cm3), o que permite facilidades no transporte e manuseio. 
Devido às suas paredes espelhadas e livres de corrosão, o PVC 
proporciona maior vazão e menor perda de carga. 
 
GOLPE DE ARÍETE 

O nome foi originado de uma antiga arma de guerra utilizada para golpear portas e muralhas. 
O Golpe de Aríete acontece com maior intensidade nas válvulas de descarga, isto acontece devido a 
não existência de uma caixa acumuladora (a alimentação vem direto do reservatório) que são alimentadas em 
bitolas de 40 mm ou 50mm. 
“Nos sistemas elevatórios, quando para o bombeamento, a água que está subindo, em razão do impulso da 
bomba, perde esse impulso e chega até um certo nível da tubulação de recalque. A partir daí, ela retorna e 
nessa  volta  sofre  um  impacto  com  as  peças  do  sistema,  inclusive  com  a  bomba  que  está  ainda  parando  de 
girar.  Ocorre  por  instantes  um  aumento  de  pressão.  O  aumento  de  pressão  é  conhecido  como  golpe  de 
aríete.” (BOTELHO, 1999). 

Pressão estática

Válvula fechada impacto d’água


Água descendo
em velocidade

Válvula fechada: Temos Válvula fechada


apenas a pressão normal bruscamente
decorrente da altura da Válvula Aberta
coluna. Zona de depressão (vácuo
parcial)

Caixa de descarga com válvula
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Rede Predial de Distribuição de Água Fria 
1. Reservatório: tanque que se destina a reservar 
a  água  a  ser  consumida  pelos  usuários  da 
edificação.  Deve  ser  coberto  para  evitar  a 
entrada  de  insetos  ou  sujeira  que  possa 
contaminar a água. 
2. Barrilete:  tubulação  que  sai  do  reservatório  e 
se divide em colunas de distribuição, quando o 
tipo de abastecimento é indireto. 
3. Coluna: tubulação que deriva do barrilete e se 
destina a alimentar os ramais. 
4. Ramal:  tubulação  que  deriva  da  coluna  de 
distribuição,  normalmente  na  horizontal, 
alimentando os sub‐ramais. 
5. Sub‐ramal:  trecho  de  tubulação  que  liga  o 
ramal aos pontos de utilização. 
6. Dispositivos de controle: componentes como, registro de pressão e válvula que controlam a vazão e ou a 
passagem da água, sendo instalados nas colunas de distribuição, ramais e sub‐ramais. 
7. Dispositivos ou peças de utilização: são os registros e torneiras de banheiros, cozinhas, áreas de serviço e 
outros ambientes semelhantes, que nos permitem utilizar a água, sendo conectados aos sub‐ramais. 

Dimensionamento e Projeto 
A norma que fixa as exigências quanto à maneira e os critérios para projetar as instalações prediais de 
água fria, atendendo as condições técnicas mínimas de higiene, economia, segurança e conforto dos usuários 
é a NBR 5626 – Instalação Predial de Água Fria. 

Dimensionamento dos RESERVATÓRIOS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
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Reservatório INFERIOR E SUPERIOR 
A função da caixa d’água é ser um reservatório para dois dias de consumo, sendo que o reservatório 
inferior deve ser 3/5 e o superior 2/5 do total de consumo para esse período. No caso de prédios, ainda deve‐
se acrescentar de 15% a 20% do consumo diário para reserva de incêndio. 

CONSUMO PREDIAL 
Consumo Diário (Cd) = População (pop) x Per capita (pc) 
Capacidade de Reserva (Cp) = 2 x Cd 
Reservatório Superior (Rs) = 2/5 Cp + *(RIn)    no caso de edifícios 
Reservatório Inferior (Ri) = 3/5 Cp 
* Reserva de Incêndio (RIn) = 15% a 20% do Consumo diário. 
Dimensionamento de Reservatório:  
Volume = Área x Altura 
Capacidade de Reserva (Litros) = Volume (m3) 
Lembre‐se   1litro = 1 dcm3  
 
Tabelas para Dimensionamento 
 
População
 
 
 
 
 
Per capita
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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  Diâmetro de Tubos de PVC rígido e vazões
  em função da soma dos pesos
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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VAZÃO GERAL 
 
Vazão (Q) =     Volume (litros)       . 
  Tempo (segundos) 
 
Dimensionamento de RAMAIS 
 
Consumo máximo possível 
Vazão (Q) = *Coeficiente (C)  Somatório dos pesos das peças (ΣP) 

*Coeficiente de descarga = 0,30 l/s 

Dimensionamento de COLUNAS 

Método de Hunter 
a) Numerar as colunas 
b) Somar os pesos de todas as peças por pavimento 
c) Juntar os pesos acumulados no pavimento 
d) Determinar a vazão 
e) Achar o diâmetro 
 
Dimensionamento de BARRILETES 

O calculo é por trecho. 
 
Dimensionamento de RECALQUE E SUCÇÃO 

  Chama‐se de recalque a tubulação que vai da bomba ao reservatório superior e de sucção a tubulação 
que vem do reservatório inferior até a bomba. 

 
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DR = 1,3    Q    .     x  obs:   x  =   x 
 
DR  Diâmetro de Recalque 
Q  Vazão horária (m3/s) 
Q   =  Cd    consumo diário 
  Tfb  tempo de funcionamento da bomba 
x   =  Tfb 
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DS  Diâmetro de Sucção – é um diâmetro 
nominal superior ao diâmetro de recalque. 
 
 
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Dimensionamento de RAMAL DE ENTRADA (alimentador predial) 
• O diâmetro mínimo do ramal predial é de ¾”. 
• A vazão mínima dos sistemas de distribuição direta é calculada do mesmo modo que o dimensionamento 
das colunas. 
• A vazão mínima para o sistema de distribuição indireta é calculada pela fórmula 
Q  =      Cd    . 
  86.400 (nº de horas em segundos) 
 
Sistema Predial de Esgoto Sanitário 
Dimensionamento e Projeto 
A norma que estabelece as exigências e critérios para o projeto, execução, testes e manutenção dos 
sistemas  prediais  de  esgoto  sanitário  é  a  NBR  8160  ‐  Sistemas  Prediais  de  Esgoto  Sanitário  ‐  Projeto  e 
Execução.  Seguir  as  recomendações  desta  norma  é  importante  para  garantir  condições  mínimas  de  higiene, 
segurança e conforto aos usuários. 
Ramal de Descarga – tubulação que recebe diretamente os efluentes dos aparelhos sanitários. 
Ramal de Esgoto – recebe os efluentes dos ramais de descarga, diretamente ou a partir de um desconector 
(caixa sifonada). 
Instalação  Primária  –  conjunto  de  tubulações  que  contêm  os  gases  provenientes  do  coletor  público  ou  da 
fossa séptica. 
Instalação Secundária – é o conjunto de tubulações e dispositivos onde os gases do esgoto não têm acesso. 
Sendo estes gases interrompidos por desconectores ou sifões. 
Sub‐coletores – é a tubulação horizontal responsável que recebe os efluentes de um ou mais tubos de queda 
(no caso de prédio) ou de ramais de esgoto. 
Caixa  de  Inspeção  –  são  destinadas  a  permitir  a  inspeção,  limpeza,  desobstrução,  junção,  mudanças  de 
declividade e mudanças de direção das tubulações. 
Caixa de Gordura – caixa que recebe o esgoto vindo diretamente do ramal da cozinha. 

Tabelas 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
   
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Referencias: 
Manual  Técnico  da  Tigre:  orientações  técnicas  sobre  instalações  hidráulicas  prediais/Tigre  S.A.  – 
Joinville: Tigre, 2008. 

Creder, Hélio, Instalações Hidráulicas e Sanitárias. 5ª edição, Livros Técnicos e Científicos S/A, 1991. 
BOTELHO JÚNIOR, Manoel Henrique Campos; RIBEIRO, Geraldo de Andrade. Instalações Hidráulicas 
Prediais Feitas para durar. [S.L.: Pro Editores, 1999]. 
 
 
   
 
 
 
 
 

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