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Direitos Humanos
Prof. Bruno Pontes
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Exame de Ordem
Direitos Humanos
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Sumário
1. Conceito e considerações preliminares. ................................................................
....................................................................3
2. Concepções ................................................................................................................................
................................ ................................................4
3. Características ................................................................................................................................
................................ ............................................4
4. Natureza e classificação ................................................................................................
................................ .............................................................8
5. Evolução dos direitos humanos................................................................................................
humanos ................................................11
6. Princípio da máxima efetividade (eficiência ou interpretação efetiva) ...................................................
................................ 16
7. Teorias monista e dualista................................................................................................
................................ ........................................................16
8. Sistemas normativos
ivos global, regional, geral e específico de proteção dos direitos humanos ............19
9. O sistema interamericano de proteção dos direitos
direit humanos ................................................................
................................ 23
10. Direitos Humanos das minorias ................................................................................................
...........................................35
11. A Constituição de 1988 e os direitos humanos ................................................................
....................................................39
12. Principais documentos históricos sobre direitos humanos: ................................................................
................................ 53
Questões de concursos ................................................................................................
................................ ..........................................................116
12) DPE/BA 2010 - CESPE - Defensor Público - Classe inicial .................................................................
................................ 116
13. Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) ................................................................
.............................................164
14. Comissão Nacional da Verdade ................................................................................................
..........................................178
15. Tribunal Penal Internacional ................................................................................................
..............................................180
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DIREITOS HUMANOS
1. Conceito e considerações
consideraç preliminares.
Apesar de direitos humanos ainda estar em formação1, existem
xistem basicamente dois conceitos
de direitos humanos, um amplo e outro estrito. O amplo está relacionado com a figura humana e
que tem conexão com o direito natural (vida, liberdade e justiça – dar a cada um o que é seu). O
sentido estrito vai além, porque não basta se correlacionar com o direito natural, havendo
necessidade de estar positivado em tratados e convenções internacionais. Por outro lado, se
forem incorporados no ordenamento
ordenamento jurídico interno de determinado país, passam a ser
chamados de direitos fundamentais2.
Assim, direitos humanos são aqueles que surgem em função da figura humana, conexos
aos direitos naturais e positivados em tratados ou convenções internacionais,
internacionais que visam efetivar a
dignidade da pessoa humana3.
O núcleo do conceito de Direitos Humanos está na dignidade da pessoa humana, que
expressa um sistema de valores e orienta toda a ordem jurídica. A expressão “direitos humanos” é
moderna, mas o princípio invocado é antigo como a própria humanidade, porque são
fundamentais na medida em que, sem eles, a pessoa humana não consegue existir, se desenvolver
e participar da vida em sociedade.
1
É comum a afirmação que o conceito de direitos humanos é, a um só tempo, polissêmico (porque não há um sentido
único, mesmo diante do consenso estabelecido na Convenção
Conven de Viena), controverso (porque sempre gera debates
polêmicos sobre a extensão, até em face da mutação constante do direito internacional e do desenvolvimento do
tema) e estruturante (porque avança sobre as bases lógicas, naturais e fundamentais do ser humano enquanto tal).
2
Veja que a Constituição de 1988 fala em Direitos e Garantias Fundamentais no Título II, referentes àqueles
reconhecidos na CF/88, e como princípio das relações internacionais, coloca a prevalência dos “direitos humanos”,
justamente em referência àqueles universalmente aceitos, indicando a necessidade da nossa República incorporá-los.
incorporá
3
É comum diferenciar direitos fundamentais, direitos humanos e direitos de personalidade/naturais. Os direitos
naturais decorreriam da razão e seriam válidos
válidos em todos os momentos e locais; os direitos humanos seriam válidos
em toda parte a partir de determinado momento; os direitos fundamentais valeriam em um determinado momento,
porém em determinados locais.
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2. Concepções
Para a concepção jusnaturalista,
jusnaturalista os direitos fundamentais do homem
omem são imperativos do
direito natural, e existem antes mesmo da estruturação estatal. Não haveria, então, nem mesmo
necessidade de previsão positiva, porque os direitos não podem ser negados, já que são inerentes
à natureza humana. Esta concepção, como se
se vê, está presente no Direito e na Filosofia, e serviu
para combater o Estado absolutista e fundamentar revoluções, em especial para modificar o
“status quo”.
A concepção positivista,
positivista, pelo contrário, entende que os direitos do homem são faculdades
concedidas
das pela lei, e não pela natureza das coisas. Não havendo previsão no direito positivo, ter-
ter
se-áá expectativa de direito, e não direito em si.
A concepção idealista,
idealista, por seu turno, entende que os direitos do homem são ideias
abstratas, que nascem do imaginário
imaginário e que vão sendo absorvidas pela realidade ao longo do
tempo.
Já para a concepção realista,
realista, os direitos do homem não nascem do imaginário e nem são
absorvidos com o tempo de maneira natural. Muito ao contrário, os direitos fundamentais do
homem são resultados
ultados reais das lutas sociais e políticas travadas na história. Para se chegar a eles,
quase sempre há um rasto de sangue e muita luta por trás.
A concepção liberal,, que trata os direitos humanos como liberdades fundamentais, porque
a liberdade é que dá força e possibilita modificar, inclusive, a natureza das coisas, porque os seres
humanos podem, então, se associar, se reunir e lutar. Os direitos humanos estariam vocacionados
para preservar
ar a autonomia da vida do homem.
A concepção histórico--crítica vincula
cula fortemente os direitos humanos à sua característica
de historicidade, porque estes seriam construções históricas marcadas por contradições,
condições e nuanças da realidade social, política, econômica e cultural.
3. Características
3.1. Imprescritibilidade.
Os direitos humanos não prescrevem. Interessante lembrar que na CF/88 a
imprescritibilidade é a regra, sendo imprescritíveis o racismo e a ação de grupos armados, civis ou
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Se por trás de cada direito há um rastro, senão de sangue, pelo menos de luta,
lu é evidente
que o direito fundamental é um direito histórico;
3.6. Relatividade.
Nada
ada na vida é absoluto. O direito, mesmo o fundamental, também não é e nem pode ser
absoluto, porque é preciso, em vários casos, limitá-lo,
limitá lo, mesmo em se tratando de um direito
di
fundamental. O direito fundamental da liberdade, por exemplo, pode ser limitado, a bem da
sociedade. Alguns entendem que o direito de não ser torturado e de não sofrer penas cruéis, e o
direito de não ser reduzido à condição análoga de escravo, seriam
seriam direitos fundamentais
absolutos.
3.7. Proibição do retrocesso.
See o direito fundamental foi conquistado, não pode mais ser extirpado4. Por exemplo: se o
direito fundamental contido em uma norma constitucional de eficácia limitada foi regulamentado,
não pode uma regulamentação posterior acabar com o direito concretizado pela norma anterior.
Para quem leva esta proibição do retrocesso às últimas consequências, entende que nem mesmo
uma nova Constituição poderá acabar com os direitos fundamentais, porque os
o direitos naturais
seriam limites ao poder constituinte originário (neste caso, o poder constituinte teria natureza
jurídica jusnaturalista, e não normativista, como entende a maioria).
3.8. Interdependência.
Não
ão há choque irremediável entre os direitos fundamentais, porque eles devem se
relacionar permanentemente para atingirem suas finalidades.
finalidades
3.9. Complementaridade.
A interpretação de um direito fundamental deve levar em conta os outros direitos
fundamentais. Não se interpreta um direito fundamental
fundamenta isoladamente.
3.10. Inviolabilidade.
Não pode ser tolerada violação dos direitos humanos, seja pela lei, pela autoridade ou pelo
poder, órgão ou entidade pública, sob pena de responsabilização civil, administrativa e criminal.
4
O art. 4º da Convenção Americana de Direitos
Direitos Humanos (Pacto São José da Costa Rica, de 22.11.1969, aprovado pelo
Congresso pelo Decreto-Legislativo
Legislativo 27, de 25.09.1992 e promulgado pelo Decreto 678, de 06.11.1992), no art. 4º, item
3, diz que: “Não
Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido”.
abolido Consta, portanto, no Brasil,
como norma supralegal, esta expressa disposição a respeito da proibição do retrocesso, em matéria de pena de
morte.
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Inviolabilidade, como se viu, existe para proteção contra terceiros, e irrenunciabilidade para
proteção contra o próprio titular.
3.11. Universalidade e indivisibilidade.
indivisibilidade
Os direitos humanos/fundamentais nascem para todos os homens, independentemente
de raça, nacionalidade, sexo,
o, credo ou convicção político ou filosófica.
filosófica. A Declaração de Direitos
Humanos de Viena, de 1993, no item 5, diz que “Todos
“Todos os direitos humanos são universais,
indivisíveis interdependentes e inter-relacionados.
inter relacionados. A comunidade internacional deve tratar os
direitos
reitos humanos de forma global, justa e equitativa, em pé de igualdade e com a mesma ênfase.
Embora particularidades nacionais e regionais devam ser levadas em consideração, assim como
diversos contextos históricos, culturais e religiosos, é dever dos Estados
Estados promover e proteger todos
os direitos humanos e liberdades fundamentais, sejam quais forem seus sistemas políticos,
econômicos e culturais.”
Ainda se fala em exigibilidade e justiciabilidade.. A exigibilidade seria o reconhecimento de
que cada cidadão tem
em a possibilidade de demandar a satisfação de seus direitos humanos,
cabendo ao Estado e à própria sociedade, oferecer condições para sua efetivação. A
justiciabilidade, por sua vez, imporia o reconhecimento de que os direitos humanos, por serem
justiciáveis,
eis, podem ser demandados judicialmente caso não sejam realizados, especialmente nos
dias atuais em que, em face do neoconstitucionalismo e do pós-positivismo,
pós positivismo, o Direito se aproxima
da Ética, há aumento da jurisdição constitucional e o Judiciário é cada dia
dia mais proativo.
Questões de concursos
01) Prova: NUCEPE - 2012 - PM-PI
PM - Agente de Polícia - Sargento
Em relação ao conceito
eito dos Direitos Humanos, identifique com V as alternativas VERDADEIRAS e F,
as FALSAS e marque, em seguida, a sequência CORRETA.
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( ) Direitos Humanos é uma expressão moderna, mas o princípio que invoca é tão antigo quanto a
própria humanidade. É que determinados direitos e liberdades são fundamentais para a existência
humana.
( ) Os Direitos Humanos surgiram a partir do século XX, e devem ser utilizados apenas nos países
democráticos.
( ) Os Direitos Humanos devem privilegiar apenas a parcela da população mais carente, fato que
justifica sua própria existência.
a) V, V, F, V, F;
b) V, V, V, V, V;
c) V, V, F, F, V;
d) F, F, V, F, V;
e) V, V, F, F, F
4. Natureza e classificação
Existe uma classificação positiva pela CF/88,
CF/88, em relação aos direitos fundamentais, e várias
classificações doutrinárias. No Título II (Dos Direitos
Direitos e Garantias Fundamentais), a Constituição de
1988 classifica os direitos fundamentais em 05 capítulos:
a) Capítulo I – dos direitos e deveres individuais e coletivos;
b) Capítulo II – dos direitos sociais;
c) Capítulo III – da nacionalidade;
d) Capítulo IV – dos direitos políticos;
e) Capítulo V – dos partidos políticos.
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Cada doutrinador, entretanto, costuma fazer sua própria classificação, daí a dificuldade em
se adotar esta ou aquela, até porque nenhuma ganhou, ao longo do tempo, um destaque maior.
maior
Por isso, a seguir serão destacadas aquelas mais importantes e didáticas.
Classificação de José Carlos Vieira de Andrade:
Andrad
01) Direitos fundamentais de defesa:
defesa: caráter negativo, porque exige uma abstenção do
Estado (Constituição-garantia),
garantia), para que ele não
não se intrometa arbitrária e despropositadamente
na autonomia do homem, respeitando, assim, as liberdades públicas;
02) Direitos fundamentais de prestação:
prestação: caráter positivo, porque exige uma prestação do
Estado para o homem atingir a felicidade (Constituição-dirigente).
( dirigente). O Estado tem o dever de agir
para interferir na sociedade, quando isto for necessário para proteger os bens jurídicos, seja pela
intervenção indireta ou jurídica, como na expedição de normas, seja pela intervenção direta ou
material, pela intervenção
ntervenção policial ou pela prestação direta das necessidades básicas de saúde,
educação e segurança;
03) Direitos fundamentais de participação – direito do cidadão de participar na governança
da coisa pública.
Outra classificação bastante difundida é aquela
aquela que os classifica em gerações (a doutrina
está evoluindo para abandonar a expressão “gerações”, substituindo por “dimensões”, justamente
para evitar a falsa impressão de que uma geração substui a outra, quando na verdade a completa).
De toda forma, seriam
iam 04 gerações/dimensões:
01 - Direitos fundamentais de 1ª geração (liberdade) - Surgidos influenciados pelas
revoluções burguesas do final do século XVIII, especialmente aquelas ocorridas nos Estados Unidos
e na França, são conhecidos como direitos civis e políticos. Ligados à liberdade, surgiram em
oposição ao Estado para limitar seus poderes absolutos. Exigia do Estado uma abstenção, daí o
caráter negativo, próprio das constituições garantia (ou constituições quadro). Seu titular é o
indivíduo, e são conhecidos
nhecidos como direitos negativos, ou direitos de defesa.
defesa Exemplos: liberdades
físicas, liberdades de expressão, liberdades de consciência, direitos de propriedade privada,
direitos da pessoa acusada e as garantias de direitos (“habeas corpus”, mandado de segurança,
s
mandado de injunção, “habeas data”);
data”)
02 - Direitos fundamentais de 2ª geração (igualdade). Surgidos no século XX, estão ligados
à igualdade,, já que se referem aos direitos sociais, econômicos e culturais conquistados pela luta
do proletariado (saúde,
aúde, educação, segurança, habitação, cultura, esporte etc.). Visam a igualdade
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material (na lei). Têm caráter positivo, porque exigem uma prestação do Estado, e não só uma
abstenção, para que sejam reduzidas as desigualdades, próprios das constituições dirigentes.
di Seu
titular é a coletividade.. São conhecidos como direitos positivos ou direitos de prestação.
Exemplos: art. 6º da Constituição de 1988:
1988: “São direitos sociais a educação, a saúde, a
alimentação, o trabalho, a moradia, o lazer, a segurança, a previdência
previdência social, a proteção à
maternidade e à infância, a assistência aos desamparados, na forma desta Constituição. O Título
VIII da Constituição de 1988 (Da Ordem Social), prevê as seguintes categorias de direitos:
Seguridade Social (Saúde, Previdência Social
Social e Assistência Social), Educação, Cultura, Desporto,
Ciência e Tecnologia, Comunicação Social, Meio Ambiente, Família, Criança, Adolescente, Jovem,
Idoso, Índios. Entretanto, os direitos relacionados à Comunicação Social e ao Meio Ambiente se
inserem nos direitos fundamentais de 3ª geração;
geração
03 - Direitos fundamentais de 3º geração (fraternidade). A consciência de que o mundo,
cada vez mais, estava se dividindo até perigosamente entre nações desenvolvidas e nações
subdesenvolvidas, surge a consciência de
de que o mundo precisa de solidariedade, de fraternidade.
Daí porque os principais direitos de 3ª geração são os direitos ao desenvolvimento, a paz, o meio
ambiente, a autodeterminação dos povos, à comunicação, ao patrimônio comum e histórico da
humanidade. Seu titular é o gênero humano.
humano. Exemplos: Direito ao desenvolvimento, à paz, ao
meio ambiente, à autodeterminação dos povos, à comunicação e ao patrimônio comum da
humanidade.
04 - Direitos fundamentais de 4ª geração.
geração São direitos relacionados ao futuro da
d sociedade,
com o futuro da própria cidadania, como é o caso do direito à democracia, à informação e ao
pluralismo, além das questões éticas relacionadas com a biotecnologia (engenharia genética),
ainda um campo sem fronteiras seguras. Referem-se
Referem à possibilidade
ilidade de regulamentação jurídica
da globalização política. Se a sociedade, um dia, ter como um grande problema o lixo ou a
espionagem espacial, ou ainda com a clonagem humana, que interferirá no conteúdo das
informações, na restrição da utilização da Internet
Internet e na característica básica do ser humano?
Neste sentido, o julgamento da ADI sobre células tronco embrionárias seria um caso em que esta
dimensão foi analisada pelo STF. Paulo Bonavides prefere incluir na quarta dimensão a
democracia, pluralismo, informação.
ormação. Coloca a paz como quarta dimensão, para outros, seria
incluída na terceira dimensão.
Paulo Bonavidades considera o Direito à Paz como um direito fundamental de 5ª geração.
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Questões de concurso
02)Prova: CESPE - 2012 - PM-AL
AL - Oficial Combatente da Polícia Militar
Com relação ao conceito, à evolução e à abrangência dos direitos humanos, assinale a opção
correta.
a) Os chamados direitos de solidariedade correspondem, no plano dos direitos fundamentais, aos
direitos de segunda geração, que se identificam com as liberdades concretas, acentuando o
princípio da igualdade;
b) No século XX, inaugurou-se
se uma nova fase no sistema de proteção dos direitos fundamentais,
na medida em que foi nele que os Estados passaram a acolher as declarações de direitos em suas
Constituições;
c) A individualidade é uma das características dos direitos
direitos humanos fundamentais, e, nesse
sentido, eles são dirigidos a cada ser humano isoladamente considerado, o que se justifica em
razão das diferenças de nacionalidade, sexo, raça, credo ou convicção político-filosófica;
político
d) Os direitos fundamentais são os direitos humanos reconhecidos como tais pelas autoridades às
quais se atribui o poder político de editar normas, tanto no interior dos Estados quanto no plano
internacional; são, assim, os direitos humanos positivados nas Constituições, nas leis, nos tratados
trat
internacionais;
e) Com o fim da Primeira Guerra Mundial, a estrutura do direito internacional dos direitos
humanos começou a se consolidar. A essa época, os direitos humanos tornaram-se
tornaram uma legítima
preocupação internacional e, então, foram criados mecanismos
mecanismos institucionais e de instrumentos
que levaram tais direitos a ocupar um espaço central na agenda das organizações internacionais.
internacionais
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O Código de Hamurabi, de aproximadamente 1700 a.C., foi uma necessidade para a sociedade da d época, porque
unificou os reinos sumérios e consagrando o primeiro imperador mesopotâmico (Rei Dhammu-rabi).
Dhammu Assim, eram
necessárias regras de condutas unificadas para o império, o que acabou por ratificar a figura estatal conhecida na
época e ainda trazer er a noção de segurança e prévia definição de condutas. Estas regras de conduta estavam inseridas
na pedra (estela em diorito), com 21 colunas e 282 cláusulas.
6
A lei do talião estava espalhada por todo o Código de Hamurabi, mas especialmente nos artigos 196 (“Se um homem
arrancar o olho de outro homem, o olho do primeiro deverá ser arrancado - Olho por olho”) olho e 200 (“Se um homem
quebrar o dente de um seu igual, o dente deste homem também deverá ser quebrado - Dente por dente”. A parte
criminal (“lex talionis”)
nis”) atingia inclusive os filhos dos causadores dos danos. No entanto, o Código também regulava o
comércio (com importância especial para o caixeiro viajante), a família (inclusive prevendo divórcio, pátrio poder,
adoção, adultério e o incesto), o trabalho
trabalho (indicativo de salário mínimo, categorias profissionais e leis trabalhistas
básicas) e a propriedade (inclusive o escravo tinha direito à propriedade).
7
O tratamento punitivo diferenciado entre as classes ficava bem evidente nas seguintes passagens: “198. “ Se ele
arrancar o olho de um homem livre, ou quebrar o osso de um homem livre, ele deverá pagar uma mina em ouro”; ouro
“199.
199. Se ele arrancar o olho do escravo de outrem, ou quebrar o osso do escravo de outrem, ele deve pagar metade do
valor do escravo.” “201.01. Se ele quebrar o dente de um homem livre, ele deverá pagar 1/3 de uma mina em ouro. 202.
Se alguém bater no corpo de um homem de posição superior, então este alguém deve receber 60 chicotadas em
público”.
8
A Lei das Doze Tábuas, ou “Leis das Doze Tábuas” Tábuas” (Lex Duodecim Tabularum), deu origem ao Direito Romano, e
organizava o procedimento judicial, estipulava normas conta os inadimplentes, pátrio poder, sucessões e tutela,
propriedade, servidões e previa os delitos, e ainda tratava de normas atinentes ao ao Direito Público e Sagrado. Isto
serviu para evitar a surpresa para os plebeus, que costumavam ser punidos sem saber o motivo, daí porque fixadas
em 12 tabletes de madeira e colocados à frente do Fórum Romano, para todos lerem. Assim, foi formado um grupo de
dez grandes homens (“decenvirato”), para redigir o projeto do Código, realizado o trabalho no período de 451 a 450
a.C., com promulgação em 452 a.C. Posteriormente, no Século VI, o imperador Justiniano, ao assumir o poder, quis
salvaguardar a herança do o Direito Romano e organizar a legislação, e assim determinou a compilação e a codificação
das principais leis, perfazendo então o chamado Corpus Juris Civilis.
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Neste documento, o Rei começava a ser restringido, algo inusitado para a época, inclusive
com previsão de “habeas corpus”, do direito de propriedade, do devido processo legal, da
proporcionalidade,
de, da proibição dos tributos com efeito de confisco.
Idade Moderna (período que vai de 1453, com a tomada de Constantinopla pelos Turco
Otomanos, até 1789, com a Revolução Francesa).
Surgiu o chamado “TTratado de Vestfália” (ou Paz de Vestfália ou ainda
aind Tratados de
Münster e Osnabrück),
Osnabrück) conjunto de acordos internacionais celebrados em 1648 para
encerrar a Guerra dos Trinta Anos, série de guerras entre nações na primeira metade do
Século XV, especialmente motivadas por rivalidades religiosas e territoriais.
territoria O Tratado,
então, fez surgir a concepção do Estado moderno, com elementos objetivos (povo,
território e governo soberano) e subjetivos (reconhecimento
(reconhecimento da sua existência) e,
consequentemente, um sistema internacional à vista das soberanias estatais. A soberania,
neste tratado, surge como algo novo, capaz de propiciar a paz entre os povos,
povos porque a
hierarquia religiosa foi afastada, gerando aquietação territorial nas regiões, respeito e
desenvolvimento dos povos. Também nesta Idade Moderna é que surgiram na Inglaterra a
Petition of Rights, de 1628, que requeria direitos e liberdades para os súditos
s do Rei e
ainda estabelecia, expressamente, que os impostos só poderiam ser cobrados com o
consentimento do Parlamento, que não poderia haver prisão sem justa causa
ca apresentada
e que a lei marcial (restrição dos direitos) não poderia ser utilizada em tempo de paz; o Bill
of Rights, de 1689,, que repetia os direitos
tos protegidos pela Magna Carta de 1215 e previa
previ
independência do Parlamento e, assim, a divisão dos poderes;
pode ; o “Habeas Corpus Act”, de
1679,, lei do Parlamento criada durante o reinado de Rei Charles II, e reforçava o já
existente “habeas corpus” como garantia da liberdade individual contra prisão ilegal,
abusiva ou arbitrária;; o “Act of Settlement”, de 1701, que estabeleceu procedimentos e
garantias para sucessão protestante do trono inglês e o poder do Parlamento, e ainda
reafirmou que os governantes se submetiam ao princípio da legalidade, independência e
autonomia dos órgãos jurisdicionais, inclusive acima da vontade da Coroa, além da
responsabilidade política dos agentes políticos e possibilidade de “impeachment”.
“impeachment” Nos
EUA, digno de nota foi o surgimento da Declaração de Direitos do Bom Povo de Virgínia, de
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Entretanto, a concepção contemporânea de direitos humanos surgiu após a 2ª Guerra Mundial.
10
O Tratado de Versalhes, assinado pelas potências europeias em 1919, pôs fim à 1ª Guerra Mundial, com imposição,
à Alemanha, a responsabilidade por ter causado a guerra, com reparações às nações da Tríplice Entente (Reino Unido,
França e Império Russo), o que ue acabou por impulsionar o surgimento do movimento ultranacionalista na Alemanha,
liderado por Hitler (nazismo).
11
Também pode ser citada a Declaração dos Direitos do Povo Trabalhador e Explorado, de 12.01.1918, da União
Soviética, e logo depois a Lei Fundamental
damental Soviética, de 10.07.1918. Tida por muitos como autoritária por acabar com
o direito de propriedade, proclamou o princípio da igualdade, independentemente de raça ou nacionalidade e o
direito ao asilo contra perseguições políticas e religiosas, dentre
den outros.
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Europeia, ganhando força, neste ponto, a interpretação do art. 5º, §2º, da CF/88, no sentido de
que ali estaria
staria uma mensagem clara de recepção automática de outros direitos e garantias
decorrentes de tratados internacionais em que a República brasileira seja parte.
Outro ponto importante é que algumas normas internacionais são absorvidas
automaticamente pelo ordenamento jurídico interno dos países, inclusive no Brasil, como ocorre
com os costumes e princípios gerais, que não precisam da internalização por meio de aprovação
do Congresso, via Decreto-Legislativo,
Legislativo, e posteriormente o ato final do Presidente da República,
Re via
Decreto Presidencial. É que este procedimento de internalização é destinado para os tratados
internacionais, e não para as demais normas, como os costumes e os princípios gerais de direito,
que são tratados como fontes do Direito Internacional,
Internacional, da mesma forma que os tratados (esta
posição, inclusive, foi adotada pelo STF no RE 94.084, julgado em 12/03/1986). Lembre-se que o
Estatuto da Corte Internacional de Justiça diz, no seu art. 38, que são fontes do direito
internacional os tratados, os costumes
costumes e os princípios gerais de direito, e ainda faz referência à
jurisprudência e à doutrina como meios auxiliares na determinação das regras jurídicas, inclusive
com possibilidade de utilização da equidade.
Assim, via de regra, a norma internacional não tem autoridade para, imediatamente, ser
exigida no âmbito interno, mas os costumes e os princípios gerais seriam exceções, situação que
ratificaria a adoção, neste ponto, da teoria monista no Brasil.
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03) Prova: FUMARC - 2011 - BDMG - Advogado
Leia as assertivas abaixo e coloque à frente de cada um dos parênteses (F) se FALSA e (V) se for
VERDADEIRA:
( ) Dois ordenamentos jurídicos distintos e totalmente independentes entre si – Dualismo.
( ) Uma ordem jurídica internacional e uma ordem jurídica interna – Monismo.
Monismo
( ) Impossibilidade de conflito entre Direito Internacional e o Interno – Monismo.
( ) O Direito Internacional
nal é que dirige a convivência entre os Estados, ao passo que o Direito
interno disciplina as relações entre os indivíduos e entre estes e o ente estatal – Dualismo.
Marque a alternativa CORRETA,
CORRETA na ordem de cima para baixo:
a) V – F – V – V.
b) V – F – F – V
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c) F – V – F – F.
d) F – V – V – F.
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O sistema
ma normativo regional de proteção “busca
“busca internacionalizar os direitos humanos no
plano regional, em especial na Europa, América e África. Consolida-se,
Consolida se, assim, a convivência do
sistema global – integrado pelos instrumentos das Nações Unidas como a Declaração
Declaraç Universal de
Direitos Humanos, o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, o Pacto Internacional dos
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais e as demais Convenções internacionais – com instrumentos
do sistema regional, por sua vez integrados elos sistemas interamericano, europeu e africano de
proteção aos direitos humanos”
humanos (Piovesan, op. Cit., p. 49).
Veja, então, que os sistemas mundiais de proteção aos direitos humanos são: global
(considerando a universalidade territorial); regional (para determinadas regiões, em especial
Europa, América e África); geral (considerando que atinge todos os seres humanos,
indistintamente); especial (destinados para determinadas categorias de pessoas, normalmente
minoritárias, como deficientes, mulheres, crianças).
crianç
Como lembra Piovesan, o Brasil começou a ser relacionar efetivamente com tais sistemas
após o início da redemocratização, em 1985. O marco inicial deste processo de relacionamento se
deu com a ratificação, em 1989, da Convenção contra Tortura e outros Tratamentos Cruéis,
Desumanos ou Degradantes, iniciando inúmeros instrumentos internacionais,
internaciona de que são
exemplos:
a) Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura, de 20.07.1989 (aprovada
pelo CN via Decreto Legislativo 05, de 31.05.1989 e promulgado
promulgado pelo Presidente pelo
Decreto 98.386, de 09.12.1989);
b) Convenção contra a Tortura e Outros Tratamentos Cruéis, Desumanos ou Degradantes,
de 24.09.1989;
c) Convenção sobre os Direitos da Criança, de 24.09.1990;
d) pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, de 24.01.1992;
e) pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, de 24.01.1992;
f) Convenção Americana de Direitos Humanos, em 25.09.1992;
g) Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra
cont a Mulher,
em 27.11.1995;
h) Protocolo à Convenção Americana referente à Abolição da Pena de Mote, em
13.08.1996;
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12
Atualmente, o art. 400 do CPP, com redação dada pela Lei 11719/08, obriga a ouvida do acusado ao final da
instrução.
13
A duração razoável do processo, como se sabe, foi incorporada na CF/88 pela EC 45/04 (art. 5º, LXXVIII). Antes desta
EC 45/04,
/04, como se vê, já existia esta garantia em norma supralegal.
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14
Na verdade, existe no continente americano tanto o subsistema da OEA, baseado no Pacto Internacional dos
Direitos Civis e Políticos de 1966, quanto o subsistema que agora se trata, baseado na Convenção Americana de 1969.
Por isso, um país pode fazer parte do subsistema da OEA, como os EUA, mas não fazer parte do segundo, mas todo
Estado-parte
parte do subsistema criado pela Convenção Americana necessariamente integra o primeiro.
15
O próprio “neoconstitucionalismo”
titucionalismo” iniciou-se
iniciou se mais intensamente na Europa depois da 2ª Guerra Mundial e só
tardiamente chegou ao Brasil e na América Latina. Por isso, é comum a afirmação de que, enquanto o
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membros
ros da Comissão terão imunidades reconhecidas aos agentes diplomáticos desde o
momento da eleição e enquanto durar o mandato,
mandato, além de possuírem ampla proteção quanto aos
votos e opiniões emitidos no exercício de suas funções (não pode haver responsabilidade
responsabilidad dos
mesmos), e perceberão honorários e despesas de viagem na forma e nas condições que
determinarem os seus estatutos, “levando
“levando em conta a importância e a independência de suas
funções”” (art. 72 da Convenção).
Convenção). Os membros da Comissão poderão ser punidos,
punidos conforme o caso,
pela Assembleia Geral da Organização,
Organização, nos casos previstos nos respectivos estatutos, via resolução
decidida por dois terços dos votos dos Estados membros da Organização, e os juízes da Corte
também poderão ser punidos, mas por dois terços dos votos dos Estados Pares na Convenção (art.
73).
em competência consultiva e contenciosa: a consultiva
A Corte tem onsultiva diz respeito à
interpretação das disposições da Convenção Americana e contenciosa diz respeito à solução de
conflitos acerca da interpretação da Convenção. Interessante anotar que qualquer membro da
OEA, mesmo não sendo signatário da Convenção Americana, pode pedir à Corte pareceres
consultivos em relação à proteção dos direitos humanos nos Estados americanos e, neste caso,
pode emitir opiniões sobre a compatibilidade entre a legislação interna do Estado com os
instrumentos internacionais,, nos termos do art. 64-2
64 ( “controle
controle de convencionalidade das leis”).
leis
No entanto, a função contenciosa da Corte Interamericana não recai sobre países que não
fazem parte da Convenção: sua competência contenciosa, então, se limita aos Estados-partes
Estados que
reconheçam a sua jurisdição. Esta competência contenciosa é iniciada pela Comissão, que faz um
papel importante de filtragem e ainda impedindo, como se viu, que o indivíduo tenha acesso
direto à Corte20. A Corte não substitui os tribunais interno dos países, e nem serve de instância
recursal: sua missão é conferir conformidade das obrigações internacionais dos Estados
signatários, em matéria de direitos humanos, muito
muito embora sua decisão tenha caráter vinculante
e de cumprimento imediato por todos eles.
20
Uma das principais críticas à Corte Interamericana é justamente este impedimento para o indivíduo iniciar sua
jurisdição, ao contrário do que ocorre nas Corte Europeias.
Europeias. Por isso mesmo, a partir de 1996, houve inovação trazida
pelo III Regulamento da Corte Interamericana de Direitos Humanos, porque ampliou a possibilidade de participação
do indivíduo no processo: é que agora a vítima passou a ser autorizada, por meio de representantes e familiares, a
fazer alegações de forma autônoma, inclusive apresentar provas, durante a etapa de discussão sobre as reparações
devidas. Também com as alterações produzidas pelo IV Regulamento, é possível que as vítimas, seus representantes
representan e
familiares não só ofereçam suas próprias peças de argumentação e provas em todas as etapas do procedimento,
como também podem fazer uso da palavra durante as audiências públicas celebradas, acabando por ratificar a
condição de parte no desenvolvimento
desenvolviment do processo, mesmo sem poder para iniciá-lo.
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21
De 1998 até 2009 foram mais de 507 demandas apresentadas na Comissão Interamericana, envolvendo o Brasil, das
quais 29 foram admitidas, inclusive com várias recomendações ao Brasil pela Comissão (O Estado de São Paulo, de
10.08.09, p. A6). Vide GOMES, Luiz Flávio. Aumenta procura por corte internacional: 507 demandas.
demandas Jus Navigandi,
Teresina, ano 14, n. 2262, 10 set. 2009.
2009 Disponível em: http://jus.com.br/artigos/13476.. Acesso em: 2 fev. 2014. Veja,
por exemplo, a medida cautelar 383/2010 (MC-382-10)
(MC 10) emitida pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos,
depois de acatar pedido do Movimento
Movimento Xingu Vivo Para Sempre, solicitando ao governo brasileiro que suspendesse as
obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, para que não se efetivasse risco de dano irreparável às comunidades
atingidas. O governo brasileiro emitiu a Nota 142/2011, pelo Ministério
Ministério das Relações Exteriores, argumentando que a
medida cautelar era injustificável e precipitada. Esta Comissão acabou acatando pedido do Brasil e revogou a medida
cautelar, passando apenas a recomendar proteção da vida, saúde, cultura e integridade dos membros das
comunidades indígenas, se resguardando para análise do mérito final.
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b) Nogueira de Carvalh
ho e outro vs. Brasil.
Em 13.01.2005, a Comissão Interamericana submeteu à Corte Interamericana a demanda
contra a República Federativa do Brasil, depois de quase 08 anos da denúncia, datada de
11.12.1997. O advogado Gilson Nogueira de Carvalho havia sido assassinado em 20.10.1996, e era
defensor dos direitos humanos (fazia denúncia contra grupo de extermínio no Rio Grande do
Norte supostamente integrado por policiais,, e recebia constantes ameaças de morte, tendo por
isso recebido proteção policial do Ministério da Justiça por mais de um ano).
ano Assim, a Comissão
solicitou à Corte pronunciamento sobre o episódio, em especial violações ocorridas após
10.12.1998 (data
data em que o Brasil reconheceu a jurisdição obrigatória da Corte),
Corte) no sentido de
ausência de diligências na investigação do crime e punição dos responsáveis,
responsáveis e também para
adoção de determinadas medidas e reparação. O Inquérito Policial havia sido arquivado
arquiva por
decisão da 1ª Vara da Comarca de Macaíba/RN, e chegou a ser reaberto em 1998 em face de
investigação particular realizada por particular, quando então houve indiciamento de policial civil
aposentado, porém sem condenação criminal. Assim, depois de esgotar
e os recursos no
ordenamento jurídico interno, os pais da vítima, por meio da ONG Justiça Global, levaram o caso à
Comissão Interamericana. Porém, a Corte, suscitada pela Comissão, absolveu o Brasil e
determinou, à unanimidade, arquivar o expediente em
em virtude do “limitado suporte fático”
(questão que incrementou a ausência de provas foi o fato de que a Corte julgou apenas eventuais
violações do Brasil para com os pais da vítima, ocorridas depois de 10.12.1998). Importante
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Pública, que havia divulgado, mas o Secretário foi absolvido, de modo que a Corte Interamericana
estava sendo usada como uma “quarta instância”, o que foi rejeitado porque a Corte não faz papel
pape
de quarta instância, mas apenas analisa se os procedimentos e casos internos se adequam ou não
à Convenção Americana,, daí porque a preliminar foi rejeitada porque não seria exceção
preliminar, para ser julgada no mérito). Existiram outras preliminares, mas
m o importante deste
caso é que a Corte Interamericana deixou claro que não é uma “quarta instância”, e condenou o
Brasil por ter violado o direito à vida privada, à honra e à reputação (previstos no art.11 da
Convenção), em prejuízo a Arlei José Escher, Dalton Luciano de Vargas, Delfino José Becker, Pedro
Alves Cabral e Celso Aghinoni, pela interceptação, gravação e divulgação das suas conversas
telefônicas, além da violação da liberdade de associação e das garantias judiciais e proteção
judicial, muito embora
mbora não tenha condenado pela violação de proteções judiciais (condenou o
Brasil em reparação por danos imateriais, estimados em US$ 20.000,00 para cada vítima, a ser
paga no prazo de um ano,, além de publicação no Diário Oficial, em jornal de ampla circulação
circul
nacional e em jornal de circulação no Paraná, de determinadas partes da sentença, investigação
dos fatos e restituição de aproximadamente US$ 10.000,00 pelas custas e gastos).
gastos)
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reconhecidos nos
os artigos 8.1 e 25.1 da Convenção Americana, em relação com o artigo 1.1 da
mesma, em prejuízo de Iracema Garibaldi, Darsônia Garibaldi, Vanderlei Garibaldi, Fernando
Garibaldi, Itamar Garibaldi, Itacir Garibaldi e Alexandre Garibaldi,
Garibaldi, além do descumprimento
descumprime da
cláusula federal do art. 2822 da Convenção, e por isso determinou: a) reparação, visando
publicação no Diário Oficial, em jornal de ampla circulação nacional e em jornal de ampla
circulação no Estado do Paraná, a página de rosto, a parte resolutiva da
da sentença, e sua íntegra,
por no mínimo um ano, em página web oficial da União e do Estado do Paraná; b) obrigação do
Estado em conduzir eficazmente e dentro de um prazo razoável o Inquérito e qualquer processo
que for aberto,, para identificar, julgar e eventualmente
eventualmente sancionar os autores da morte de
Garibaldi, além de faltas funcionais de funcionários públicos; e) pagar,
pagar, no prazo de um ano, o valor
de US$23 1.000,00 para Iracema Garibaldi, a título de reposição de gastos de transporte e gestões
pessoais em virtude do tema, mais US$ 8.000,00 a título de reposição de gastos e custas, além de
US$ 50.000,00 em favor de Iracema Garibaldi e US$ 20.000,00 em favor de cada uma das
seguintes vítimas: Darsônia Garibaldi, Vanderlei Garibaldi, Fernando Garibaldi, Itamar Garibaldi,
Itacir Garibaldi e Alexandre Garibaldi, a título de indenização.
indenização O Decreto Presidencial 7.307, de 22
de setembro de 2010, autorizou a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência a dar
cumprimento à referida sentença, inclusive
inc para fins de indenização;
22
“Artigo 28. Cláusula federal. 1. Quando se tratar de um Estado Parte constituído como Estado federal, o governo
nacional do aludido Estado Parte cumprirá todas as disposições
disposições da presente Convenção, relacionadas com as matérias
sobre as quais exerce competência legislativa e judicial. 2. No tocante às disposições relativas às matérias que
correspondem à competência das entidades componentes da federação, o governo nacional deve de tomar
imediatamente as medidas pertinente, em conformidade com sua constituição e suas leis, a fim de que as autoridades
competentes das referidas entidades possam adotar as disposições cabíveis para o cumprimento desta Convenção. 3.
Quando dois ou mais Estados Partes decidirem constituir entre eles uma federação ou outro tipo de associação,
diligenciarão no sentido de que o pacto comunitário respectivo contenha as disposições necessárias para que
continuem sendo efetivas no novo Estado assim organizado as normas da presente Convenção.”
Convenção
23
Apesar da condenação em dólares, a Lei 10.192/2001 determina que os valores devam ser convertidos em real,
calculados com o câmbio vigente na bolsa de Nova Iorque no dia anterior ao pagamento.
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24
Art. 1º da Lei de Anistia: “ÉÉ concedida anistia a todos quantos, no período compreendido entre 02 de setembro de
1961 e 15 de agosto de 1979, cometeram crimes políticos ou conexo com estes, crimes eleitorais, aos que tiveram seus
direitos políticos suspensos e aos servidores da Administração
Administração Direta e Indireta, de fundações vinculadas ao poder
público, aos Servidores dos Poderes Legislativo e Judiciário, aos Militares e aos dirigentes e representantes sindicais,
punidos com fundamento em Atos Institucionais e Complementares. § 1º - Consideram--se conexos, para efeito deste
artigo, os crimes de qualquer natureza relacionados com crimes políticos ou praticados por motivação política. § 2º -
Excetuam-se se dos benefícios da anistia os que foram condenados pela prática de crimes de terrorismo,
terrorism assalto,
sequestro e atentado pessoal.”
25
A OAB pedia ao STF, entre outros, uma interpretação conforme, para que a anistia concedida pela lei não se
estenderia aos crimes comuns praticados pelos agentes da repressão contra opositores políticos, durante o regime
militar.
26
O Ministro Cezar Peluzo, na presidência do STF, afirmou na sessão de julgamento da ADPF 153 que: “Só “ o homem
perdoa, só uma sociedade superior qualificada pela consciência dos mais elevados sentimentos de humanidade é
capaz de perdoar. Porque só uma sociedade que, por ter grandeza, é maior do que os seus inimigos é capaz de
sobreviver.”
27
O julgamento da ADPF foi em abril de 2010, e o julgamento do Caso Ximenes pela Corte Interamericana foi em maio
de 2010.
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Questões de concursos
05)DPU 2010 - CESPE - Defensor Público da União
No que concerne ao sistema interamericano de direitos humanos, julgue os itens que se seguem.
Embora sem competência contenciosa, de caráter jurisdicional, a Corte Interamericana de Direitos
Humanos tem competência consultiva, relativa à interpretação das disposições da Convenção
Americana
mericana e das disposições de tratados concernentes à proteção dos direitos humanos.
Errado
MPT - Procurador do Trabalho - 2007) Quanto ao sistema interamericano de proteção dos direitos
humanos, analise as assertivas abaixo:
I. - No âmbito da Organização dos Estados Americanos, ao contrário do que ocorre no da ONU, só
há um Pacto de Direitos Humanos, que trata dos Direitos Civis e Políticos, o Pacto de São José da
Costa Rica, não havendo um pacto de direitos sociais, econômicos e culturais.
II. - O Pacto dee São José da Costa Rica restringe a prisão civil por dívidas ao devedor de alimentos.
III. - O Pacto de São José da Costa Rica proíbe todo tipo de trabalho forçado ou obrigatório,
inclusive ao presidiário.
IV. - O Pacto de São José da Costa Rica consagra o duplo grau de jurisdição ao garantir o direito de
recorrer de sentença a juiz ou tribunal.
Assinale a alternativa CORRETA
28
Várias possibilidades estão sendo consideradas, inclusive para aumentar o diálogo do STF com a Corte
Interamericana, para compatibilizar as decisões, regulamentação legal do cumprimento das decisões desta,
manutenção em separado e sem comunicação dos dois sistemas (interno e internacional),
internac com autonomia das
decisões etc. O fato é que a divergência ainda permanece, mas na prática é a decisão do STF que vem prevalecendo.
De toda forma, o STF ainda não julgou embargos declaratórios interpostos pela OAB, na ADPF 153, ainda não julgados.
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e) NRA.
06) SEAD-AP, FMZ - Agente Penitenciário - 2010) A Declaração Americana dos Direitos e Deveres
do Homem, também conhecido como Pacto de San Jose da Costa Rica, estabelece que
a) os direitos essenciais do homem derivam
derivam do fato de ele ser nacional de um determinado Estado
e, por isso, merecem proteção no âmbito interno de cada país respectivamente
b) os Estados-Partes,
Partes, signatários da Convenção, obrigam-se
obrigam se a respeitar os direitos e liberdades
nela reconhecidos e a garantir
antir seu livre e pleno exercício, sem discriminação alguma, aos seus
cidadãos nacionais.
c) os países que ainda não aboliram a pena de morte somente poderão impô-la
impô aos delitos mais
graves, tais como os crimes políticos, em cumprimento de sentença final de
d tribunal competente
d) toda pessoa tem direito a ser indenizada por erro judiciário, no caso de haver sido condenada
em sentença passada em julgado, conforme a lei estabelecer.
e) toda pessoa que for acusada de um delito tem direito a que se presuma sua inocência enquanto
não se comprove legalmente sua culpa, mas, quando o delito em questão disser respeito à
segurança nacional, a acusação formulada permanecerá sob sigilo, tendo acesso a ela apenas o
Ministério Público
07) PC-RN, Cespe - Delegado - 2009)) De acordo com a Convenção Americana sobre Direitos
Humanos, assinale a opção incorreta
a) Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em circunstâncias excepcionais, e
submetem-se
se a tratamento adequado à sua condição de pessoas não-condena
não condenadas
b) Toda pessoa detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um juiz ou de
outra autoridade autorizada pela lei a exercer funções judiciais e tem direito a ser julgada dentro
de prazo razoável ou a ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. A sua
liberdade pode ser condicionada a garantias que asseverem o seu comparecimento em juízo
c) A liberdade de manifestar a própria religião e as próprias crenças está sujeita tão-somente
tão às
limitações prescritas pela lei, e que
que sejam necessárias para proteger a segurança, a ordem, a saúde
ou a moral públicas ou os direitos ou as liberdades das demais pessoas
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d) Toda pessoa atingida por informações inexatas ou ofensivas emitidas em seu prejuízo por meios
de difusão legalmente regulamentados
gulamentados e que se dirijam ao público em geral tem direito a fazer,
pelo mesmo órgão de difusão, sua retificação ou sua resposta, nas condições estabelecidas pela
lei.
e) Constituem trabalhos forçados os trabalhos ou os serviços normalmente exigidos de pessoa
reclusa para cumprimento de sentença
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especialmente no âmbito normativo. Veja algumas leis que, de forma direta ou indireta, acabam
tentando proteger minorias ou têm um viés protetivo dos direitos
direitos humanos:
a) Lei 10.048,, de 08 de novembro de 2000: prioridade
p de atendimento
a às pessoas
portadoras de deficiência, idosos (com idade igual ou superior a 60 anos), gestantes, lactantes e
acompanhadas com crianças de colo;
colo
b) Lei 9.455, de 07 de abril de 1997: define os crimes de tortura e dá outras providências;
c) Lei 4.898, de 09 de dezembro de 1965: regula o direito de representação e o processo de
responsabilidade administrativa, civil e penal, nos casos de abuso de autoridade;
d) Lei 9.807, dee 13 de Julho de 1999: estabelece normas para
p a organização e a
manutenção de programas especiais
speciais de proteção a vítimas e a testemunhas
estemunhas ameaçadas;
e) Lei 10.741, de 1º de outubro de 2003: dispõe sobre o Estatuto do Idoso e dá outras
providências;
f) Lei 11.340, de 07 de agosto de 2006: Lei Maria da Penha, que cria mecanismos para
coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher29;
g) Lei 8.069, de 13 de julho de 1990: dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e
dá outras providências;
h) Lei 12.852, de 05 de agosto de 2013: institui o Estatuto da Juventude;
i) Lei 12.711, de 29 de agosto de 2012: dispõe sobre cotas nas universidades federais e nas
instituições federais de ensino técnico de nível médio,
médio, regulamentado pelo Decreto 7.824, de 11
de outubro de 2012;
j) Lei 7.853, de 24 de outubro de 1989: dispõe sobre o apoio às pessoas portadoras de
deficiência e sua integração social, e dá outras providências,
providências, regulamentada, esta parte, pelo
Decreto 3.298/99;
l) Lei 9.504,
504, de 20 de setembro de 1997: estabelece
estabelece normas para as eleições, e no ar. 10,
§3º, com redação dada pela Lei 12.034/09, impõe que cada partido ou coligação preencha o
mínimo de 30% para candidatas do sexo feminino;
feminino
29
Esta Lei foi declarada constitucional pelo STF na ADI 4424, inclusive para declarar a possibilidade do “Parquet” dar
início a ação penal sem necessidade de representação da vítima. Neste caso, declarou inconstitucional o art. 16 da Lei,
ao dispor que as ações penais estavam condicionadas à representação da ofendida, justamente porque esvaziava a
proteção constitucional assegurada às mulheres (assentou a natureza incondicionada da ação penal em caso de lesão
corporal, pouco importando a extensão desta, se praticado contra mulher no ambiente doméstico).
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A CF/88, no art. 37, VIII, diz que lei reservará percentual dos cargos e empregos públicos para as pessoas portadoras
de deficiência e definirá os critérios de sua admissão.
31
Esta Lei 4.319, de 16.03.1964 (publicada poucos dias antes do Golpe Militar de 31.03.1964), ainda permanece em
vigor, com as alterações promovidas pela Lei 5.763/71 e pela Lei 10.683/03, que organiza a Presidência da República e
Ministérios. Este Conselho de Defesa dos Direitos da Pessoa
Pessoa Humana (CDDPH) foi criado junto ao Ministério da Justiça,
mas hoje faz parte da estrutura da Secretaria de Direitos Humanos, que tem status de Ministério. É composto pelos
seguintes membros: Presidente, que é a Ministra de Estado da Secretaria de Direitos Direitos Humanos; representante do
Ministério Público Federal; representante do Ministério das Relações Exteriores; representante da Associação
Brasileira de Educação; representante da Associação Brasileira de Imprensa; representante do Conselho Federal da
OAB; representante da minoria e da maioria da Câmara dos Deputados e do Senado, professor de Direito
Constitucional e professor de Direito Penal. Realiza reuniões ordinárias por seis vezes ao ano e extraordinariamente
sempre que convocado pelo Presidente, por iniciativa
iniciativa própria e por solicitação de 2/3 de seus membros, com sessões
secretas, salvo decisão da maioria absoluta. As principais competências do Conselho referem-sereferem à promoção de: a)
inquéritos, investigações e estudos sobre a eficácia das normas asseguradoras
asseguradoras dos direitos da pessoa humana,
inscritos na Constituição Federal e nos atos internacionais, em especial Declaração Universal dos Direitos Humanos
(1948); b) divulgação do conteúdo e da significação de cada um dos direitos da pessoa humana mediante conferências
c
e debates em universidades, escolas, clubes, associações de classe e sindicatos e por meio da imprensa, do rádio, da
televisão, do teatro, de livros e folhetos; c) nas áreas que apresentem maiores índices de violação dos direitos
humanos: realização
zação de inquéritos para investigar as suas causas e sugerir medidas tendentes a assegurar a plenitude
do gozo daqueles direitos; campanha de esclarecimento e divulgação; d) inquéritos e investigações nas áreas onde
tenham ocorrido fraudes eleitorais de maiores
maiores proporções, para o fim de sugerir as medidas capazes de escoimar de
vícios os pleitos futuros; e) cursos diretos ou por correspondência que concorram, para o aperfeiçoamento dos
serviços policiais, no que concerne ao respeito dos direitos da pessoa humana;
humana; f) entendimentos com os governos dos
Estados cujas autoridades administrativas ou policiais se revelem, no todo ou em parte, incapazes de assegurar a
proteção dos direitos da pessoa humana para o fim de cooperar com os mesmos na reforma dos respectivos respecti serviços
e na melhor preparação profissional e cívica dos elementos que os compõem; g) entendimentos com os governos
estaduais e municipais e com a direção de entidades autárquicas e de serviços autônomos, que estejam por motivos
políticos, coagindo ou perseguindo seus servidores, por qualquer meio, inclusive transferências, remoções e
demissões, a fim de que tais abusos de poder não se consumem ou sejam, afinal, anulados; h) recomendação ao
Governo Federal e aos dos Estados a eliminação, do quadro dos seus serviços civis e militares, de todos os seus
agentes que se revelem reincidentes na prática de atos violadores dos diretos da pessoa humana; i) aperfeiçoamento
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Neste sentido, a própria Constituição de 1988 previu a assistência para os mais carentes, o
que é uma forma dee preservar os direitos humanos e o mínimo necessário para que a dignidade
não seja atingida:
a) art. 5º, LXXIV: prevê a necessidade do Estado prestar assistência jurídica integral e
gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;
b) art. 6º: consta
ta como direito social a “assistência aos desamparados”;
c) art. 7º, XXV: assistência gratuita aos filhos e dependentes desde o nascimento até 5
(cinco) anos de idade em creches e pré-escolas;
pré
d) art. 23, II, prevê a assistência pública como competência comum da União, Estados, DF e
Municípios (além da necessidade de cuidar da saúde e da proteção e garantia das pessoas
portadoras de deficiência);
e) art. 150, VI, “c”, prevê a imunidade de impostos sobre patrimônio, renda ou serviços das
instituições de assistência
ssistência social, sem fins lucrativos;
lucrativos
f) art. 194, §7º, complementa a isenção de contribuições para a seguridade social das
entidades beneficentes de assistência social;
g) art. 194, “caput”: consta a institucionalização da assistência social incorporada
incorporad à
seguridade social, junto com a saúde e a previdência;
previdência
h) art. 203: ratifica a institucionalização constitucional da assistência social, traçando regras
e detalhamentos e obrigando a assistência social para quem necessitar, independentemente de
contribuição
uição para a seguridade social, com objetivo de proteger a família, a maternidade, a
infância, a adolescência e a velhice, dar amparo às crianças e adolescentes carentes, promover a
integração ao mercado de trabalho, habilitar e reabilitar as pessoas portadoras
porta de deficiência e
promover sua integração à vida comunitária e ainda garantir um salário mínimo de benefício
mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovarem não possuir meios de
prover à própria manutenção ou de tê-la
tê provida por sua família;
dos serviços de polícia técnica dos Estados e Territórios de modo a possibilitar a comprovação
comprova da autoria dos delitos
por meio de provas indiciárias; i) recomendação ao Governo Federal de prestação de ajuda financeira aos Estados que
não disponham de recursos para a reorganização de seus serviços policiais, civis e militares, no que concerne à
preparação
reparação profissional e cívica dos seus integrantes, tendo em vista a conciliação entre o exercício daquelas funções
e o respeito aos direitos da pessoa humana; j) estudos de aperfeiçoamento da legislação administrativa, penal, civil,
processual e trabalhista,
ista, de modo a permitir a eficaz repressão das violações dos direitos da pessoa humana por parte
de particulares ou de servidores públicos; além de receber representações que contenham denúncias de violações dos
direitos da pessoa humana, apurar sua procedência
procedência e tomar providências capazes de fazer cessar os abusos dos
particulares ou das autoridades por eles responsáveis.
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32
No âmbito federal, por exemplo, existem os programas Bolsa Família (Lei 10.836/04 e Decreto 5.209/04), Brasil
Carinhoso, Brasil Sem Fronteiras, PRONATEC – Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Lei
12.513/11), Programa Fome Zero e sua ação denominada Programa de Aquisição de Alimentos – PAA (Lei 10.696/03,
art. 19), Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar – PRONAF (Lei
Lei 8.427/92, art. 5-A,
5 com redação
dada pela Lei 12.058/09; Lei 11.326/06; Lei 10.177/01, art. 6º-A),
6º Programa Nacional
al de Assistência Técnica e Extensão
Rural na Agricultura Familiar e na Reforma Agrária – PRONATER (Lei 12.188/10) e outros.
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33
Também com m base na dignidade da pessoa humana, O STF havia declarado a não recepção, pela EC 26/2010 (que
inseriu o direito à moradia como direitos sociais no art. 6º da CF/88), da hipótese legal de penhorabilidade do bem de
família do fiador dos contratos de locação
locação (art. 3º, Lei 8.009/1990, com redação dada pela Lei 8.245/1991) (RE
352940/SP e RE 449.657). No entanto, posteriormente, no RE 4.07688-9/SP,
4.07688 9/SP, o STF entendeu que não havia
inconstitucionalidade da previsão legal da penhorabilidade do bem de família do fiador fia do contrato de locação,
votando neste sentido os Ministros Cezar Peluso, Joaquim Barbosa, Ellen Gracie, Marco Aurélio, Nelson Jobim, Gilmar
Mendes e Sepúlveda Pertence, vencidos apenas os Ministros Carlos Brito, Eros Grau e Celso Melo. No RE
612360/RG/SP,SP, foi declarada a repercussão geral, aguardando definição.
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Decreto Legislativo 186, de 09.07.2008 e promulgado pelo Presidente pelo Decreto 6.949, de
25.08.2009).
Em função deste novo dispositivo constitucional, o STF teve a oportunidade de dizer,
quando do julgamento do RE 466.343 e do “HC” 87585, que o ordenamento jurídico brasileiro
brasilei
agora pode ser formado por três níveis distintos: normas constitucionais, normas supralegais e
normas legais. Temos, então, a seguinte pirâmide jurídica brasileira:
1 – NORMAS CONSTITUCIONAIS (Constituição, Tratados Internacionais sobre Direitos
Humanos aprovados na forma de emendas constitucionais e as próprias emendas constitucionais);
2 – NORMAS SUPRALEGAIS (Tratados Internacionais sobre Direitos Humanos, porém sem
aprovação na mesma forma que as emendas constitucionais, como o Pacto de São José da Costa
Co
Rica)34;
3 – NORMAS LEGAIS (leis ordinárias e complementares, além de medidas provisórias, leis
legislativos e resoluções do Congresso)35.
delegadas, decretos-legislativos
Em função desta situação, a doutrina começa a ventilar algumas questões que podem ser
exigidas em concurso público:
As normas supralegais tornam inaplicáveis as leis brasileiras que a contrariarem, sejam
estas aprovas antes ou depois daquelas, porque há uma relação de hierarquia que não se resolve
pelo critério cronológico do “lei posterior revoga o anterior”.
Leis ordinárias brasileiras incompatíveis com os tratados internacionais sobre direitos
humanos não aprovados na formalidade das emendas constitucionais, não são revogadas, porque
continuam em vigor. São, na verdade, “derrogadas”, porque perdem a validade;
A validade das leis ordinárias brasileiras depende de dupla análise de compatibilidade:
análise perante os tratados internacionais sobre direitos humanos (TIDH´s) e também perante a
Constituição Federal. Por isso, para terem validade, é preciso
preciso que as leis brasileiras tenham “dupla
“
compatibilidade vertical”;
34
A consideração jurídica, pelo Brasil, de que tratados internacionais sobre direitos humanos, não aprovados como
emendas constitucionais, têm status de supralegalidade, respeita o princípio da boa- b -fé do direito internacional: a
Convenção de Viena, em seu art. 27, diz que o Estado não pode invocar disposições de seu direito interno como
justificativa para o não cumprimento de tratado. Daí porque a supralegalidade fortifica a ideia de que, internamente,
internam
devem ser efetivados, jamais descumpridos.
35
Inclua-se,
se, ainda, na referida pirâmide, as normas secundárias,, que seriam os atos do Executivo para regulamentar a
lei, como Decretos, Atos Regimentais, Portarias, Provimentos etc.. “Secundárias” porque se originam da lei, e não
diretamente da Constituição.
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Vide, anteriormente, os casos julgados pela Corte.
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Tramita no Congresso Nacional o Projeto de Lei n. 6647/2006, para disciplinar o incidente de deslocamento
deslo de
competência para a Justiça Federal regulamentando o § 5º do art. 109 da Constituição Federal
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efetiva contra a devolução forçosa39 ao país em que a perseguição ocorre e tenham garantido ao
menos um nível mínimo de dignidade”.
dignidade”
A Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados, de 1951, em seu art. 1º considera
consider refugiado
toda pessoa que, em virtude dos eventos ocorridos antes de 1º de janeiro de 1951 e devido a
fundado temor de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, participação em
determinado grupo social ou opiniões políticas, está fora do país de sua nacionalidade, e não
pode, ou, em razão de tais temores, não queira valer-se
valer se da proteção desse país; ou que, por
carecer de nacionalidade e estar fora do país onde antes possuía sua residência habitual, não
possa, ou por causa de tais temores ou
ou de razões que não sejam de mera conveniência pessoal,
não queria regressar a ele. Em 1967, o Protocolo sobre o Estatuto dos Refugiados retirou as
limitações temporais. Refugiado, em suma, “é
“é a pessoa que não só não é respeitada pelo Estado
ao qual pertence,
ce, como também é esse Estado quem a persegue ou não pode protegê-la
protegê quando
ela estiver sendo perseguida”” (Piovesan). “Ainda
“Ainda a respeito do conceito de refugiado, acrescente-se
acrescente
que para o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados, ‘alguém que foge de uma
discriminação severa ou tratamento desumano – que vem a ser perseguição – por não concordar
com códigos sociais severos, tem razões para ser considerada refugiada. Violência sexual e estupro
podem constituir perseguição. Em 1984, o Parlamento Europeu
Europeu determinou que mulheres
enfrentando tratamento cruel ou desumano porque pareciam estar transgredindo morais sociais
devem ser consideradas um grupo social particular para o propósito de determinação da condição
de refugiadas. Na França, no Canadá e nos EUA foi oficialmente reconhecido que a mutilação
genital representa uma forma de perseguição e que mulheres que temem a mutilação genital nos
seus países têm uma real reivindicação ao status de refugiada (...) Homossexuais40 podem ser
elegíveis para status de refugiado com base na perseguição em virtude de sua associação com um
grupo social em particular.”
.” (Piovesan, op. Cit., p. 202).. Originariamente, o refugiado seria aquele
39
O princípio da não devolução do refugiado (“non-refoulement”)
(“non refoulement”) está consagrado no art. 33 da Convenção de 1951:
“nenhum dos Estados-contratantes
contratantes expulsará
expulsará ou repelirá um refugiado, seja de que maneira for, para as fronteiras dos
territórios onde a sua vida ou a sua liberdade sejam ameaçadas em virtude de sua raça, religião, nacionalidade,
filiação em certo grupo social ou opiniões políticas”.
políticas
40
Na Nigériaa foram presas dezenas de pessoas, no início de 2014, depois da lei que criminalizou a homossexualidade,
votada no Parlamento e sancionada pelo Presidente Goodlukc Jonathan, com amplo apoio popular, A lei prevê:
“Qualquer
Qualquer pessoa que se associe, opere ou participe
participe de clubes gays, sociedades ou organizações e demonstre
publicamente, directa ou indirectamente, um relacionamento amoroso ocom outra pessoa do mesmo sexo na Nigéria
comete uma violação e estará sujeita à condenação a dez anos de prisão”.
prisão Assim, aqueles
eles que saírem da Nigéria por
conta desta perseguição, podem ser considerados refugiados, pelo menos no Brasil, em face do que dispõe o art. 1º,
III, da Lei 9.474/97.
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que estava em fuga de determinado país em guerra civil ou quando uma maioria política
polít ou
religiosa vitoriosa iniciava perseguições claras e quase sempre fatais contra determinadas
minorias. Depois, a ampliação do conceito foi necessária para englobar inúmeras formas de
perseguição, quase sempre pelo Estado, mas também pela própria sociedade.
sociedade.
A Lei 9.474, de 22.07.1997, define mecanismos para implementação do Estatuto dos
Refugiados de 1951, e no art. 1º diz que “Será
“Será reconhecido como refugiado todo indivíduo que: I -
devido a fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo
social ou opiniões políticas encontre-se
encontre se fora de seu país de nacionalidade e não possa ou não
queira acolher-se
se à proteção de tal país; II - não tendo nacionalidade e estando fora do país onde
antes teve sua residência habitual, não possa
possa ou não queira regressar a ele, em função das
circunstâncias descritas no inciso anterior; III - devido a grave e generalizada violação de direitos
humanos, é obrigado a deixar seu país de nacionalidade para buscar refúgio em outro país.”
país
Importante descrever
screver as diferenças entre asilado e refugiado, muito embora ligados e
próximos pelo contexto social e político. Novamente Piovesan ensina que originariamente,
o o
refúgio sempre foi um instituto de direito internacional universal, e o asilo se restringia
regionalmente
egionalmente (era um instituto jurídico regional, especialmente para a América Latina). Enquanto
o refúgio é uma medida humanitária, abarcando motivos religiosos, raciais, de nacionalidade, de
grupo social e opiniões políticas, o asilo é medida política, que
que abarca os crimes de natureza
política ou ideológica. Por isso é que, para o refúgio, não precisa a efetiva perseguição, mas
apenas a ameaça, justamente porque tem o objetivo de proteger a vida da pessoa, e para o asilo,
é preciso a efetiva perseguição.
perseguição O refúgio faz surgir uma proteção fora do país de origem do
refugiado, e no asilo a proteção pode ocorrer inclusive no próprio país do asilado ou na embaixada
do país de destino (asilo diplomático).
diplomático) No
o refúgio existem as chamadas cláusulas de cessação,
cessação
perda
da e exclusão, inseridas na Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados de 1951, e no asilo
estas cláusulas não existem. Finalmente, a natureza do ato de concessão do refúgio é declaratória,
enquanto a natureza do ato de concessão doe asilo é constitutiva, porque
p depende
exclusivamente da decisão do país.
Com se vê, o asilado e o refugiado entram na perspectiva única dos direitos humanos,
porque a proteção aos mesmos é, na verdade, a proteção da dignidade da pessoa humana.41
41
Piovesan (Temas de Direitos Humanos, p. 197): “É sob essa perspectiva que se há de enfocar
enf o Direito Internacional
dos Refugiados e o Direito Internacional Humanitário. A visão compartimentalizada, que afirma a existência de três
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vertentes da proteção internacional dos direitos da pessoa (Direitos Humanos, Direito Humanitário e Direito dos
Refugiados) encontra-se
se definitivamente superada, considerando a identidade de propósito de proteção dos direitos
humanos, bem como a aproximação dessas vertentes nos plano conceitual, normativo, hermenêutico e operacional.
Há que se ter uma visão necessariamente
iamente integral dos direitos da pessoa humana, como endossa a conferência de
Viena de 1993”.
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forma irregular no território nacional (arts. 57, 58, Lei 6815/80). A deportação, então, pressupõe
irregularidades, e não crimes,, daí porque há deportação quando o estrangeiro
angeiro adentra em um país
sem seguir as regras deste país (sem comprovante de endereço no país de origem; sem
comprovante de reserva em hotel; sem quantidade de dólares no bolso etc.). Se as irregularidades
cometidas pelo estrangeiro forem mais graves, e acabar demonstrando que, mais que
irregularidades, são verdadeiros crimes ou atos mais graves que dão ensejo à expulsão, a
deportação poderá se transformar em expulsão.
expulsão
Ainda é preciso dizer que, atualmente, a doutrina trata diferentemente a extradição da
entrega.. Extradição ocorre quando há um relacionamento entre dois países soberanos (se dá entre
o “Direito das Gentes”). Entrega, por sua vez, ocorre quando há um relacionamento entre um país
soberano e um órgão internacional.
internacional Na verdade, esta distinção está sendo utilizada para que seja
possível a entrega de nacional, mesmo nato, de determinado país para o Tribunal Penal
Internacional,, criado pelo Estatuto de Roma e promulgado no Brasil pelo Decreto 4.388, de 25 de
setembro de 2002. É que o Estatuto de Roma,
Roma, no art. 59, permite a entrega de qualquer nacional
para o Tribunal Penal Internacional, e esta entrega estaria impossibilitada, por exemplo, por
algumas constituições de países que adotaram o Estatuto, como é o caso da Constituição
brasileira, que não permite a extradição de brasileiro nato e nem naturalizado (salvo, do
naturalizado, nos casos já apontados). Por isso, para que seja possível o encaminhamento de
brasileiro nato ou naturalizado, para o Tribunal Penal Internacional, a doutrina vem diferenciando
diferenc
extradição de entrega. Assim, é impossível a extradição de brasileiro nato, mas é possível a sua
entrega.
Questões de concursos
08) TRT 4ª 2012 - FCC - Juiz do Trabalho Substituto
Em matéria de Tratados e Convenções sobre direitos humanos é correto afirmar:
a) Os Tratados e Convenções só se incorporarão ao Direito Interno com o status de norma
constitucional formal, independente de outros atos, pelos Decretos Legislativos aprovados com as
mesmas exigências estabelecidas para as Emendas Constitucionais
Constitucionais pelo Congresso Nacional.
b) Os Tratados e Convenções só se incorporarão ao Direito Interno com o status de norma
constitucional material, independente de outros atos, pelos Decretos Legislativos aprovados com
as mesmas exigências estabelecidas para as Emendas
Emendas Constitucionais pelo Congresso Nacional.
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12. Principais
rincipais documentos históricos sobre direitos humanos:
12.1. MAGNA CARTA DA INGLATERRA DE 1215
Trata‑se de um documento de 1215 que limitou o poder dos monarcas da Inglaterra,
inclusive o do Rei João, que o assinou, impedindo o absolutismo reinante e se sujeitando à
vontade da lei. Daí considerar que a Magna Carta foi o primeiro texto do processo histórico que
levaria ao surgimento do constitucionalismo (poder emanado por um representante do povo).
O texto de 63 artigos garantia liberdades políticas e trazia disposições que tornavam a
Igreja livre e independente da monarquia, reformando o direito e a justiça e regulando
r o
funcionalismo real.
O art. 39 foi um dos dispositivos de maior relevância, trazia noções de legalidade, do
devido processo legal e assim rezava:
Nenhum homem livre será preso, aprisionado ou privado de uma propriedade, ou
tornado fora da lei, ou exilado, ou de maneira alguma destruído, nem agiremos contra ele
ou mandaremos alguém contra ele, a não ser por julgamento legal dos seus pares, ou
pela lei da terra.
Nesse sentido também apresentou o art. 40: “A ninguém venderemos, a ninguém
recusaremos ou atrasaremos, direito ou justiça”.
Veja seus artigos de maior relevância:
Preâmbulo: John, pela graça de Deus, rei da Inglaterra, senhor da Irlanda, duque da
Normandia e Aquitânia, e conde de Anjou, aos seus arcebispos, bispos, abades, condes,
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barões, juízes,
ízes, guardas florestais, sheriffs, prebostes, ministros e a todos os seus bailios e
súbditos fiéis, saudações. Saibam que nós, por respeito a Deus e à salvação da nossa
alma, e a de todos os nossos ancestrais e herdeiros, para a honra de Deus e exaltação da
santa igreja, e para o aperfeiçoamento do nosso reinado, com o conselho dos nossos
venerandos padres, Stephen, arcebispo de Canterbury, primaz de toda a Inglaterra, e
cardeal da Santa Igreja Romana, Henry, arcebispo de Dublin, William de Londres, Peter de
Winchester, Jocelin de Bath e Glastonbury, Hugh de Lincoln, Walter de Worcester, William
de Conventry e Benedict de Rochester, bispos; mestre Pandulph, o subdiácono do Papa e
mordomo oficial; irmão Aymeric, mestre dos Cavaleiros do Templo na Inglaterra; e dos
nobres, William Marshal, conde de Pembroke, William, conde de Salisbury, William, conde
de Warenne, William, conde de Arundel; Alan de Galloway, condestável da Escócia, Warin
FitzGerald, Peter Fitz‑Herbert, Hubert de Burgh, senescal de Poitou, Hugh de NevilIe,
Mathew Fitz‑Herbert, Thomas Basset, Alan Basset, Philip d’Aubigny, Robert de Roppelay,
John Marshal, John Fitz‑Hugh e outros dos nossos servidores fiéis:
1. Prometemos diante de Deus, em primeiro lugar, e por esta nossa presente carta
confirmamos
os por nós e por nossos herdeiros, para sempre, que a igreja da Inglaterra será
livre e gozará dos seus direitos na sua integridade e da inviolabilidade das suas liberdades;
e é nossa vontade que assim se cumpra; e isto está patenteado pelo fato de que nós,
nós de
nossa plena e espontânea vontade, antes que surgisse a discórdia entre nós e os nossos
barões, concedemos, e por nossa carta confirmamos e solicitamos a sua confirmação pelo
Papa Inocêncio III, a liberdade de eleições, que é da maior importância e essencial
ess para a
igreja da Inglaterra; e a isto observaremos e queremos que seja observado em boa‑fé
pelos nossos herdeiros para sempre. Nós também concedemos a todos os homens livres
do nosso reino, por nós e por nossos herdeiros perpetuamente, todas as liberdades
libe abaixo
escritas, para que as tenham e as conservem para si e para os seus herdeiros, de nós e dos
nossos herdeiros.
(...)
5. Mas o curador, enquanto estiver com a custódia da terra, conservará as casas, os
parques, os tanques de peixe, os lagos, os moinhos e outros pertences com os ganhos da
terra; e ele devolverá ao herdeiro, quando este tiver idade, todos os seus haveres providos
com arados e cultura, tal como a estação possa exigir e os ganhos da terra possam
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razoavelmente sustentar.
os casar‑se‑ão com mulheres de igual condição, além do que, antes que o
6. Os herdeiros
casamento tenha lugar, aqueles que estão ligados pelo sangue ao herdeiro deverão ser
informados.
7. Uma viúva, após a morte do seu marido, receberá imediatamente e sem obstáculo o
seu dote e a sua herança, e nada pagará por sua parte, dote ou herança do que ela e seu
marido possuírem no dia da morte deste, e ela pode permanecer na casa de seu marido
por quarenta dias após a morte deste, período em que a sua parte lhe deve ser designada.
8. Nenhuma viúva será obrigada a casar‑se enquanto desejar viver sem um marido, desde
que dê garantia de que não se casará sem nosso consentimento, se estiver sob a nossa
dependência, ou sem a do senhor de quem ela depende, se estiver sob dependência de
outrem.
(...)
10. Se alguém tomou emprestado
emprestado dos judeus qualquer soma, grande ou pequena, e
morrer antes que a dívida tenha sido paga, o débito não terá juros enquanto o herdeiro
for de menoridade, de quem quer que seja seu curador; e se a dívida vier às nossas mãos,
apenas assumiremos a soma principal
principal mencionada no ato escrito.
11. E se alguém morrer e tiver dívidas para com os judeus, a sua esposa terá a sua parte, e
nada pagará daquele débito; e se os filhos do falecido forem de menoridade, as suas
necessidades serão salvaguardadas conforme os haveres do falecido, e do remanescente a
dívida será paga, excetuando‑se o que é devido aos senhores; do mesmo modo se
procederá para os débitos com outros que não judeus.
12. Nenhuma scutage ou ajuda será imposta no nosso reinado, exceto pelo conselho
comum
mum do nosso reino, a menos para o resgate da nossa pessoa, a cavalaria do nosso
filho mais velho e uma vez para o casamento da nossa filha mais velha, e para tais casos
apenas uma ajuda razoável será paga; proceder‑se‑á igualmente a respeito das ajudas
da cidade de Londres.
13. E a cidade de Londres terá todas as suas antigas liberdades e todos os seus direitos
alfandegários livres, tanto por terra como por mar. E mais, queremos e concedemos que
todas as outras cidades, burgos, vilas e portos tenham todas as suas liberdades e direitos
alfandegários livres.
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ou declarado fora da lei, ou exilado, ou de algum modo lesado, nem nós iremos contra ele,
nem enviaremos ninguém contra ele, exceto pelo julgamento legítimo dos seus pares ou
pela lei do país.
40. A ninguém venderemos, a ninguém negaremos ou retardaremos direito ou justiça.
41. Todos os mercadores terão liberdade e segurança para sair, entrar, permanecer e
viajar através da Inglaterra, tanto por terra como por mar, para comprar e vender, livres
livr
de todos os direitos de pedágio iníquos, segundo as antigas e justas taxas, exceto em
tempo de guerra, caso sejam do país que está lutando contra nós. E se tais forem
encontrados no nosso país no início da guerra serão capturados sem prejuízo dos seus
corpos
orpos e mercadorias, até que seja sabido por nós, ou pelo nosso chefe de justiça, como os
mercadores do nosso país são tratados, se foram encontrados no país em guerra contra
nós; e se os nossos estiverem a salvo lá, estes estarão a salvo no nosso país.
(...)
46. Todos os barões que fundaram abadias, das quais possuem cartas dos reis de
Inglaterra, ou das quais dispõem de uma possessão antiga, terão a custódia delas quando
desabitadas como devem tê‑la.
47. Todas as florestas criadas no nosso tempo de reinado
reinado serão imediatamente liberadas
o mesmo se fará com todas as represas fluviais que no nosso tempo de governo foram
feitas nas reservas.
48. Todas as taxas exageradas concernentes a florestas e pastagens, e os foresters,
guardiães de pastagens, sheriffs e seus
seus auxiliares, represas fluviais e os seus guardiães
deverão imediatamente ser examinados em cada condado por doze cavaleiros ordenados
do mesmo condado, os quais serão eleitos pelos homens honestos do mesmo lugar, e
dentro de quarenta dias após a realização
realização do exame tais taxas serão completa e
irrevogavelmente eliminadas por eles, previsto que nós, ou o nosso chefe de justiça, se
não estivermos na Inglaterra, previamente tenhamos conhecimento disso.
49. Nós devolveremos imediatamente todos os reféns e cartas
cartas entregues a nós por
ingleses como garantia de paz ou de serviço leal.
(...)
52. Se alguém foi desalojado ou desapropriado por nós, sem o julgamento legítimo dos
seus pares, das suas terras, haveres, liberdades ou direitos, imediatamente os
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devolveremos a ele; e se surgir uma discórdia a este respeito, então será esclarecida pelo
veredicto dos vinte e cinco barões, cuja menção é feita abaixo na cláusula para a garantia
da paz. Mas, com respeito a todas aquelas coisas das quais alguém foi desapropriado ou
privado sem o legítimo julgamento dos seus pares, pelo rei Henry nosso pai, ou rei
Richard, nosso irmão, e as quais temos na nossa mão, ou que outros dispõem, e aos quais
estamos obrigados a garanti‑las, teremos uma prorrogação até o termo usual dos
cruzados, exceção feita àquelas a respeito das quais uma demanda foi iniciada ou uma
inquisição feita por nossa ordem, antes da nossa assunção da cruz; e quando retornarmos
da nossa peregrinação, ou se por
por acaso permanecermos, imediatamente faremos plena
justiça.
(...)
54. Ninguém será capturado ou aprisionado a pedido de uma mulher pela morte de uma
pessoa que não o seu marido.
55. Todas as multas lançadas por nós injustamente e contra a lei do país, e todas
to as penas
prescritas injustamente e contra a lei do país, serão inteiramente perdoadas, ou então
será dado um veredicto pelos vinte e cinco barões, dos quais se faz menção abaixo na
cláusula para a garantia da paz, ou pelo veredicto da maior parte deles,
deles juntamente com
o referido Stephen, arcebispo de Canterbury, se puder estar presente, e outros que ele
possa desejar indicar para esta finalidade; e se ele não puder estar presente, o processo
far‑se‑á sem ele, desde que, se um ou mais de um dos referidos vinte e cinco barões
estiver implicado numa demanda deste tipo, ele ou eles serão afastados nessa ocasião, e
um outro ou outros, eleitos e juramentados pelo restante dos vinte e cinco, para esta vez
somente, completarão o número.
56. Se desabrigamos ou desapropriamos
desapropriamos galeses de terras, ou liberdades ou outras coisas,
sem o legítimo julgamento dos seus pares, na Inglaterra ou em Gales, estas serão
imediatamente devolvidas a eles; e se surgir uma disputa a este respeito, então será
esclarecida na fronteira pelo
pelo julgamento segundo a lei de Gales para as possessões
galesas, e segundo a lei da fronteira para as possessões da fronteira. Os Galeses farão o
mesmo para nós e os nossos.
(...)
58. Devolveremos imediatamente o filho de Llewelyn, e todos os reféns de Gales,
Ga e as
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protestantes; e outras cartas para vários condados, cidades, universidades, burgos, e aos
cinco portos, para que escolhessem essas pessoas para representá‑los, com direito a
serem enviadas ao Parlamento, para reunirem‑se e sentarem em Westminster
Westm no
segundo e vigésimo dia de janeiro, neste ano de mil, seiscentos e sessenta e oito, a fim de
que, com tal procedimento, suas religiões, leis e liberdades não estivessem ameaçadas de
subversão; e com base em tais cartas, eleições foram devidamente realizadas.
E, portanto, os ditos lordes espirituais e temporais, e os comuns, respeitando suas
respectivas cartas e eleições, estando agora reunidos como plenos e livres representantes
desta nação, considerando mui seriamente os melhores meios de atingir os fins acima
ditos, declaram, em primeiro lugar (como seus antepassados fizeram comumente em caso
semelhante), para reivindicar e garantir seus antigos direitos e liberdades:
1. Que é ilegal o pretendido poder de suspender leis, ou a execução de leis, pela
pel
autoridade real, sem o consentimento do Parlamento.
2. Que é ilegal o pretendido poder de revogar leis, ou a execução de leis, por
autoridade real, como foi assumido e praticado em tempos passados.
3. Que a comissão para criar o recente Tribunal de comissários
comis para as causas
eclesiásticas, e todas as outras comissões e tribunais de igual natureza, são ilegais e
perniciosos.
4. Que é ilegal a arrecadação de dinheiro para uso da Coroa, sob pretexto de
prerrogativa, sem autorização do Parlamento, por um período
período de tempo maior, ou de
maneira diferente daquela como é feita ou outorgada.
5. Que constitui um direito dos súditos apresentarem petições ao Rei, sendo ilegais
todas as prisões ou acusações por motivo de tais petições.
6. Que levantar e manter um exército
exército permanente dentro do reino em tempo de paz é
contra a lei, salvo com permissão do Parlamento.
7. Que os súditos que são protestantes possam ter armas para sua defesa adequadas a
suas condições, e permitidas por lei.
8. Que devem ser livres as eleições dos
dos membros do Parlamento.
9. Que a liberdade de expressão, e debates ou procedimentos no Parlamento, não
devem ser impedidos ou questionados por qualquer tribunal ou local fora do Parlamento.
10. Que não deve ser exigida fiança excessiva, nem impostas multas
mult excessivas;
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especiais dos lugares, das pessoas ou das coisas que dela forem objeto; semelhantes
ordens jamais devem ser concedidas.
Art. 13o – Relata que nas causas que interessem à propriedade ou os negócios pessoais, a
antiga forma de processo
processo por jurados é preferível a qualquer outra, e deve ser
considerada como sagrada.
Art. 14o – Traz que a liberdade de imprensa é um dos mais fortes baluartes da liberdade
do Estado e só pode ser restringida pelos governos despóticos.
(...)
Art. 16o – Dispõe
õe que o povo tem direito a um governo uniforme; deste modo não deve
legitimamente ser instituído nem organizado nenhum governo separado, nem
independente do da Virgínia, nos limites do Estado.
Art. 17o – Versa que um povo não pode conservar um governo livre
liv e a felicidade da
liberdade, a não ser pela adesão firme e constante às regras da justiça, da moderação, da
temperança, de economia e da virtude e pelo apelo frequente aos seus princípios
fundamentais.
Art. 18o – Contempla o direito de credo por convicção,
convicção, e jamais pela força e pela violência.
É dever recíproco de todos os cidadãos praticar a tolerância cristã, o amor à caridade uns
com os outros.
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capital.
4º – Tendo em vista suprimir os elementos parasitas da sociedade e organizar a
economia, é estabelecido o serviço do trabalho obrigatório
obrigatório para todos.
5º – A fim de assegurar a plenitude dos poderes das massas laboriosas e de afastar
qualquer possibilidade de restauração do poder dos exploradores, o Congresso decreta o
armamento dos trabalhadores, a formação de um exército vermelho socialista
socialis dos
operários e camponeses e o desarmamento total das classes possuidoras.
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Uma década depois, com a queda da Bolsa de Nova York, não ocorreu outra coisa senão a
destruição da República de Weimar (1933).
Em que pese as contradições assinaladas e sua breve vigência, sua influência histórica
exerceu decisiva importância sobre a evolução política no Ocidente. A implementação
implementaç do Estado
democrático social, juntamente com o já traçado dois anos antes pela Constituição do México de
1917, reestruturou uma nova Alemanha de 1919.
A Constituição de Weimar tem estrutura dualista. Organiza o Estado em uma parte e
declara direitos e deveres
everes fundamentais em outra. Ademais, acrescentou as liberdades individuais
e os direitos sociais.
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declara direitos naturais que são obrigatórios mesmo sem reconhecimento estatal, muito embora
não seja maioria.
Por conta desta ausência de normatividade, os Estados resolveram criar dois importantes
tratados internacionais, justamente para dar força normativa-executiva
normativa executiva à Declaração Universal de
1948: Pacto de Direitos Internacional de Civis e Políticos, de 1966, destinados aos
a indivíduos, com
aplicação imediata, e Direitos Econômicos Culturais e Sociais, de 1966, destinados aos Estados,
com aplicação progressiva. Convenção Internacional de sobre a Erradicação de todas as formas de
Discriminação Racial, de 1965, também é ato internacional
internacional que ajudou a executividade de direitos
humanos, ante a inexistência de tal da Declaração Universal de 1948.
Assim, a Declaração Universal dos Direitos Humanos, o Pacto Internacional de Direitos Civis
e Políticos e o Pacto Internacional dos Direitos
Direitos Econômicos, Sociais e Culturais, formam a Carta
Internacional dos Direitos Humanos, documento básico do sistema global de Proteção
Internacional dos Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas, aos quais se somam os
tratados internacionais de direitos humanos, como a Convenção para Prevenção e Repressão do
Crime de Genocídio, a Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra
as Mulheres, dentre outros.
Objetivo proclamado
A Assembleia Geral proclamou a Declaração Universal dos Direitos Humanos com os
mesmos preceitos em comum a serem alcançados por todas as nações, objetivando que cada
indivíduo e cada órgão da sociedade, tendo sempre em mente esta Declaração, se esforce, por
meio da educação, por promover o respeito a esses direitos e liberdades, e, pela adoção de
medidas progressivas de caráter nacional e internacional, PREÂMBULO
Com o interesse em vários pontos sociais, os dirigentes enfatizaram diversas
considerações, que ora entendi prudente destacar:
Preâmbulo
Considerando que o reconhecimento da dignidade inerente a todos os membros da família
humana e de seus direitos iguais e inalienáveis é o fundamento da liberdade, da justiça e
da paz no mundo,
Considerando que o desprezo e o desrespeito pelos direitos humanos resultaram em atos
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Declaração, sem distinção de qualquer espécie, seja de raça, cor, sexo, língua, religião,
opinião política ou de outra natureza, origem nacional ou social, riqueza, nascimento, ou
qualquer outra condição.
Artigo III
Toda pessoa tem direito à vida, à liberdade e à segurança pessoal.
Artigo IV
Ninguém será mantido em escravidão ou servidão,
servidão, a escravidão e o tráfico de escravos
serão proibidos em todas as suas formas.
Artigo V
Ninguém será submetido à tortura, nem a tratamento ou castigo cruel, desumano ou
degradante.
Artigo VI
Toda pessoa tem o direito de ser, em todos os lugares, reconhecida
reconhecida como pessoa perante
a lei.
Artigo VII
Todos são iguais perante a lei e têm direito, sem qualquer distinção, a igual proteção da
lei. Todos têm direito a igual proteção contra qualquer discriminação que viole a presente
Declaração e contra qualquer
qualq incitamento a tal discriminação.
Artigo VIII
Toda pessoa tem direito a receber dos tributos nacionais competentes remédio efetivo
para os atos que violem os direitos fundamentais que lhe sejam reconhecidos pela
constituição ou pela lei.
Artigo IX
Ninguém será arbitrariamente preso, detido ou exilado.
Artigo X
Toda pessoa tem direito, em plena igualdade, a uma audiência justa e pública por parte
de um tribunal independente e imparcial, para decidir de seus direitos e deveres ou do
fundamento de qualquer acusação criminal contra ele.
Artigo XI
1. Toda pessoa acusada de um ato delituoso tem o direito de ser presumida inocente até
que a sua culpabilidade tenha sido provada de acordo com a lei, em julgamento público
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A Declaração Universal dos Direitos Humanos – DUDH costuma ser bastante comum a
comparação com os direitos nela previstos e aqueles constante do rol do art. 5º da CF/88. Por
exemplo, a DUDH prevê o princípio da tipicidade penal, ao enfatizar
enfatizar que ninguém pode ser
culpado por ação ou omissão que, no momento da sua prática, não constituía delito perante o
direito nacional ou internacional, assim como direito à liberdade de opinião e expressão, a
gratuidade da educação fundamental, o direito
direito ao casamento, à organização de sindicato (muito
embora não preveja unicidade sindical, como na CF-88),
CF 88), presunção de inocência, legalidade, vida
privada, proteção do lar, ao trabalho, associação e reunião, direitos autorais,
autorais asilo, soberania
popular etc. Não prevê, entretanto, vários direitos previstos no art. 5º da CF-88,
CF como, por
exemplo: a) o direito de resposta (prevê no art. XII direito à proteção da lei contra ofensas à vida
privada, família, lar, correspondência e à honra e reputação, mas não diz expressamente
e sobre o
direito de resposta); b) o direito à imagem; c) o direito do preso à assistência religiosa (prevê
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Questões de concursos
09) (SEJUS-ES, Cespe - Agente Penitenciário - 2009) Segundo a Declaração Universal dos Direitos
Humanos,
manos, proclamada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, julgue os itens que se seguem
em (C) CERTO ou (E) ERRADO.
a) Ninguém pode ser arbitrariamente detido, preso ou exilado.
b) O direito à educação e o direito de participação na vida cultural da comunidade
comun são
expressamente consagrados, assim como o direito à igual proteção da lei e à liberdade de
locomoção.
c) O suspeito da prática de crime não é considerado inocente, ainda que não tenha havido
pronunciamento judicial acerca do fato por ele praticado.
a) C, C, C
b) C, C, E
c) C, E, C
d) E, C, C
10) SEAD-AP, FMZ - Agente Penitenciário - 2010) Com base na Declaração Universal dos Direitos
Humanos é CORRETO afirmar que
a) tal Declaração constitui um ideal comum a ser atingido por todos os povos e nações ocidentais
b) muito embora todas as pessoas nasçam livres e iguais em dignidade e direitos, nem todas são
dotadas de razão e consciência;
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c) toda pessoa tem direito à liberdade de opinião e expressão; este direito inclui a liberdade de,
sem interferência,, ter opiniões e de procurar, receber e transmitir informações e ideias por
quaisquer meios e independentemente de fronteiras;
d) a proteção aos direitos assegurados através da Declaração não impede que a pessoa sofra
interferências na sua vida privada ou em seu lar, sempre que tais interferências se mostrarem
adequadas para resguardar os interesses do Estado;
e) toda pessoa tem capacidade para gozar os direitos e as liberdades estabelecidos na Declaração,
salvo aquelas pessoas que ostentem condição especial,
especial, tal como os portadores de deficiência
Questão
11. A Declaração Universal dos Direitos do Homem (1948) constitui,
constitui, do ponto de vista técnico-
técnico
jurídico brasileiro,
a) Uma recomendação;
b) Um acordo internacional.
c) Um decreto;
d) Um pacto internacional;
e) Um tratado internacional.
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Artigo 3o
Os Estados‑Partes do presente Pacto comprometem‑se a assegurar a homens e mulheres
igualdade no gozo de todos os direitos econômicos, sociais e culturais enumerados no
presente Pacto.
Artigo 4o
Os Estados‑Partes do presente Pacto reconhecem que, no exercício dos direitos
dir
assegurados em conformidade com o presente Pacto pelo Estado, este poderá submeter
tais direitos unicamente às limitações estabelecidas em lei, somente na medida
compatível com a natureza desses direitos e exclusivamente com o objetivo de favorecer o
bem‑estar geral em uma sociedade democrática.
Artigo 5o
1. Nenhuma das disposições do presente Pacto poderá ser interpretada no sentido de
reconhecer a um Estado, grupo ou indivíduo qualquer direito de dedicar‑se a quaisquer
atividades ou de praticar quaisquer
quaisquer atos que tenham por objetivo destruir os direitos ou
liberdades reconhecidos no presente Pacto ou impor‑lhe limitações mais amplas do que
aquelas nele previstas.
2. Não se admitirá qualquer restrição ou suspensão dos direitos humanos fundamentais
reconhecidos
cidos ou vigentes em qualquer país em virtude de leis, convenções, regulamentos
ou costumes, sob pretexto de que o presente Pacto não os reconheça ou os reconheça em
menor grau.
Artigo 6o
1. Os Estados‑Partes do presente Pacto reconhecem o direito ao trabalho,
traba que
compreende o direito de toda pessoa de ter a possibilidade de ganhar a vida mediante um
trabalho livremente escolhido ou aceito, e tomarão medidas apropriadas para
salvaguardar esse direito.
2. As medidas que cada Estado‑Parte do presente Pacto tomará
mará a fim de assegurar o
pleno exercício desse direito deverão incluir a orientação e a formação técnica e
profissional, a elaboração de programas, normas e técnicas apropriadas para assegurar
um desenvolvimento econômico, social e cultural constante e o pleno emprego produtivo
em condições que salvaguardem aos indivíduos o gozo das liberdades políticas e
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econômicas fundamentais.
Artigo 7o
Os Estados‑Partes do presente Pacto reconhecem o direito de toda pessoa de gozar de
condições de trabalho justas e favoráveis, que assegurem especialmente:
a) uma remuneração que proporcione, no mínimo, a todos os trabalhadores:
i) um salário equitativo e uma remuneração
remuneração igual por um trabalho de igual valor, sem
qualquer distinção; em particular, as mulheres deverão ter a garantia de condições de
trabalho não inferiores às dos homens e perceber a mesma remuneração que eles por
trabalho igual;
ii) uma existência decente
decente para eles e suas famílias, em conformidade com as disposições
do presente Pacto;
b) a segurança e a higiene no trabalho;
c) igual oportunidade para todos de serem promovidos, em seu trabalho, à categoria
superior que lhes corresponda, sem outras considerações
considerações que as de tempo de trabalho e
capacidade;
d) o descanso, o lazer, a limitação razoável das horas de trabalho e férias periódicas
remuneradas, assim como a remuneração dos feridos.
Artigo 8o
1. Os Estados‑Partes do presente Pacto comprometem‑se a garantir:
antir:
a) o direito de toda pessoa de fundar com outras, sindicatos e de filiar‑se ao sindicato de
escolha, sujeitando‑se unicamente aos estatutos da organização interessada, com o
objetivo de promover e de proteger seus interesses econômicos e sociais. O exercício desse
direito só poderá ser objeto das restrições previstas em lei e que sejam necessárias, em
uma sociedade democrática, no interesse da segurança nacional ou da ordem pública, ou
para proteger os direitos e as liberdades alheias;
b) o direito dos
os sindicatos de formar federações ou confederações nacionais e o direito
destas de formar organizações sindicais internacionais ou de filiar‑se às mesmas;
c) o direito dos sindicatos de exercer livremente suas atividades, sem quaisquer limitações
além daquelas previstas em lei e que sejam necessárias, em uma sociedade democrática,
no interesse da segurança nacional ou da ordem pública, ou para proteger os direitos e as
liberdades das demais pessoas;
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minorias étnicas;
4. Parte IV (do art. 28 ao 45): do Comitê e Comissão de Direitos
os Humanos;
5. Parte V (do art. 46 ao 47): interpretações do Pacto; e
6. Parte VI (do art. 48 ao 53): considerações finais.
9.3 Após o Preâmbulo, acordaram os seguintes direitos e garantias do Pacto
Analisando o corpo do texto, percebe‑se
percebe se que apresenta, dentre outros, os seguintes
direitos e garantias, elencados em ordem de aparição:
a) Direito de autodeterminação dos povos e de estes disporem “livremente de suas riquezas
e recursos naturais” (art. 1o);
b) Proibição de qualquer tipo de discriminação (art. 2o);
c) Proibida restrição ou suspensão dos direitos humanos fundamentais (art. 5o);
d) Direito à vida (art. 6o);
e) Proibição de pena de morte (art. 6o, 2);
f) Proibição de tortura e/ou tratamentos cruéis/desumanos (art. 7o);
ção de escravidão, servidão, trabalho forçado e tráfico de escravos (art. 8o);
g) Proibição
h) Direito à liberdade e à segurança pessoais (art. 9o);
i) Direito do encarcerado à dignidade da pessoa humana (art. 10);
j) Não haverá prisão civil do depositário infiel (art. 11);
k) Direito de permanecer em território nacional ou estrangeiro (art. 12);
l) Proibida expulsão de estrangeiro (art. 13) – Com ressalvas;
m) Todos são iguais perante tribunais e cortes de justiça (art. 14);
n) Princípio nullum crimen sine lege (art. 15);
o) Direito à privacidade, ao sigilo da correspondência e à honra (art. 17);
p) Proibição de propaganda em favor da guerra (art. 20);
q) Direito de reunião pacífica (art. 21), associação e sindicato (art. 22);
r) Direito de proteção à família (art. 23) e às crianças (art. 24);
s) Direitos políticos (art. 25);
t) Sobre o Comitê de Direitos Humanos (do art. 28 ao 41);
u) Sobre a Comissão de Direitos Humanos (do art. 42 ao 45);
v) Disposições gerais (do art. 46 ao 53) “Nenhuma disposição do presente Pacto poderá ser
interpretada em detrimento das disposições da Carta das Nações unidas”
unidas (sic).
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(1948). Lembra que todas as pessoas nascem livres e iguais em dignidade e direitos, sem
distinção de raça, cor ou origem. Por fim, dispõe que qualquer doutrina de superioridade
baseada em diferenças raciais será falsa, condenável, injusta e perigosa.
Influências históricas para convenção
Infelizmente,
felizmente, os maiores clamores da humanidade foi o desentendimento entre os povos
das mais variadas nações em busca de um falso equilíbrio étinico. Com influências históricas, o
interesse na erradicação do racismo tomou espaço, com: a) Ingresso de 17 países
país africanos na
ONU, em 1960; b) Primeira Conferência dos Países Não Alinhados, em Belgrado, em 1961; c)
atividades nazistas e fascistas na Europa tomando a atenção do mundo.
Análise dos artigos de maior incidência relacionados ao tema
Artigo 1o
1. Nesta Convenção,
onvenção, a expressão “discriminação racial” significará
significará qualquer distinção,
distinç
exclusão, restrição ou preferência fundadas em raça, cor, descendência ou origem
nacional ou étnica que tenha por objetivo ou efeito anular ou restringir o reconhecimento,
gozo ou exercício num mesmo plano (em igualdade de condição) de direitos humanos e
liberdades fundamentais no domínio político econômico, social, cultural ou em qualquer
outro domínio de vida pública.
2. Esta Convenção não se aplicará às distinções, exclusões, restrições
restrições e preferências feitas
por um Estado‑Parte nesta Convenção entre cidadãos e não cidadãos.
3. Nada nesta Convenção poderá ser interpretado como atentado as disposições legais
dos Estados‑Partes, relativas à nacionalidade, cidadania e naturalização, desde que tais
disposições não discriminem contra
contra qualquer nacionalidade particular.
4. Não serão consideradas discriminação racial as medidas especiais tomadas com o único
objetivo de assegurar progresso adequado a certos grupos raciais ou étnicos ou de
indivíduos que necessitem de proteção para igual
igual gozo ou exercício de direitos humanos e
liberdades fundamentais, desde que tais medidas não conduzam, em consequência, à
manutenção de direitos separados para diferentes grupos raciais e não prossigam após
terem sidos alcançados os seus objetivos.
Este dispositivo esclarece a expressão “Discriminação Racial” como qualquer distinção,
exclusão, restrição ou preferência, baseadas em raça, cor, descendência ou origem nacional ou
étnica, que tenha por objetivo ou efeito anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício
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Artigo 7o
Os Estados‑Partes comprometem‑se a tomar as medidas imediatas e eficazes,
e
principalmente no campo de ensino, educação, da cultura e da informação, para lutar
contra os preconceitos que levem à discriminação racial e para promover o entendimento,
a tolerância e a amizade
amizade entre nações e grupos raciais e étnicos, assim como para
propagar o objetivo e princípios da Carta das Nações Unidas da Declaração Universal dos
Direitos Humanos, da Declaração das Nações Unidas sobre a Eliminação de Todas as
Formas de Discriminação Racial
Ra e da presente Convenção.
A norma procura estabelecer aos Estados signatários desta Convenção o dever de tomar as
medidas imediatas e eficazes nos campos do ensino, educação, cultura e informação, contra os
preconceitos que levem à discriminação racial.
racial
A Convenção ressalva, dentre outras observações, a importância da educação, fundada no
respeito à diversidade e dignidade humana.
Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial
A Convenção previu a criação do “Comitê para a Eliminação da Discriminação Racial”
composto por 18 peritos, eleitos para um período de quatro anos, para desempenhar o
monitoramento dos direitos por ela reconhecidos.
Os relatórios do Comitê sugerem medidas políticas, jurídicas e legislativas para os países
que aderiram à Convenção.. Depois da adesão, o primeiro relatório tem que ocorrer após um ano,
os demais são devidos bianualmente.
Direitos
ireitos civis e políticos
Artigo 3º - Direito ao reconhecimento da personalidade jurídica
Toda pessoa tem direito ao reconhecimento de sua personalidade
personalidade jurídica.
Artigo 4º - Direito à vida
1. Toda pessoa tem o direito de que se respeite sua vida. Esse direito deve ser protegido
pela lei e, em geral, desde o momento da concepção. Ninguém pode ser privado da vida
arbitrariamente.
2. Nos países que não houverem
houverem abolido a pena de morte, esta só poderá ser imposta pelos
delitos mais graves, em cumprimento de sentença final de tribunal competente e em conformidade
com a lei que estabeleça tal pena, promulgada antes de haver o delito sido cometido. Tampouco se
s
estenderá sua aplicação a delitos aos quais não se aplique atualmente.
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3. Não se pode restabelecer a pena de morte nos Estados que a hajam abolido.
4. Em nenhum caso pode a pena de morte ser aplicada a delitos políticos, nem a delitos
comuns conexos com delitos políticos.
5. Não se deve impor a pena de morte a pessoa que, no momento da perpetração do delito,
for menor de dezoito anos, ou maior de setenta, nem aplicá-la
aplicá la a mulher em estado de gravidez.
6. Toda pessoa condenada à morte tem direito a solicitar
solicitar anistia, indulto ou comutação da
pena, os quais podem ser concedidos em todos os casos. Não se pode executar a pena de morte
enquanto o pedido estiver pendente de decisão ante a autoridade competente.
Artigo 5º - Direito à integridade pessoal
1. Toda pessoa
soa tem direito a que se respeite sua integridade física, psíquica e moral.
2. Ninguém deve ser submetido a torturas, nem a penas ou tratos cruéis, desumanos ou
degradantes. Toda pessoa privada de liberdade deve ser tratada com o respeito devido à
dignidadee inerente ao ser humano.
3. A pena não pode passar da pessoa do delinquente.
4. Os processados devem ficar separados dos condenados, salvo em circunstâncias
excepcionais, e devem ser submetidos a tratamento adequado à sua condição de pessoas não
condenadas.
5. Os menores, quando puderem ser processados, devem ser separados dos adultos e
conduzidos a tribunal especializado, com a maior rapidez possível, para seu tratamento.
6. As penas privativas de liberdade devem ter por finalidade essencial a reforma e a
readaptação social dos condenados.
Artigo 6º - Proibição da escravidão e da servidão
1. Ninguém poderá ser submetido a escravidão ou servidão e tanto estas como o tráfico de
escravos e o tráfico de mulheres são proibidos em todas as suas formas.
2. Ninguém
m deve ser constrangido a executar trabalho forçado ou obrigatório. Nos países
em que se prescreve, para certos delitos, pena privativa de liberdade acompanhada de trabalhos
forçados, esta disposição não pode ser interpretada no sentido de proibir o cumprimento
cumpri da dita
pena, imposta por um juiz ou tribunal competente. O trabalho forçado não deve afetar a
dignidade, nem a capacidade física e intelectual do recluso.
3. Não constituem trabalhos forçados ou obrigatórios para os efeitos deste artigo:
a) os trabalhos
lhos ou serviços normalmente exigidos de pessoa reclusa em cumprimento de
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sentença ou resolução formal expedida pela autoridade judiciária competente. Tais trabalhos ou
serviços devem ser executados sob a vigilância e controle das autoridades públicas, e os
o indivíduos
que os executarem não devem ser postos à disposição de particulares, companhias ou pessoas
jurídicas de caráter privado;
b) serviço militar e, nos países em que se admite a isenção por motivo de consciência,
qualquer serviço nacional que a lei estabelecer em lugar daquele;
c) o serviço exigido em casos de perigo ou de calamidade que ameacem a existência ou o
bem-estar da comunidade;
d) o trabalho ou serviço que faça parte das obrigações cívicas normais.
Artigo 7º - Direito à liberdade pessoal
1.. Toda pessoa tem direito à liberdade e à segurança pessoais.
2. Ninguém pode ser privado de sua liberdade física, salvo pelas causas e nas condições
previamente fixadas pelas Constituições políticas dos Estados-partes
Estados partes ou pelas leis de acordo com
elas promulgadas.
3. Ninguém pode ser submetido a detenção ou encarceramento arbitrários.
4. Toda pessoa detida ou retida deve ser informada das razões da detenção e notificada,
sem demora, da acusação ou das acusações formuladas contra ela.
5. Toda pessoa presa, detida
detida ou retida deve ser conduzida, sem demora, à presença de um
juiz ou outra autoridade autorizada por lei a exercer funções judiciais e tem o direito de ser julgada
em prazo razoável ou de ser posta em liberdade, sem prejuízo de que prossiga o processo. Sua
liberdade pode ser condicionada a garantias que assegurem o seu comparecimento em juízo.
6. Toda pessoa privada da liberdade tem direito a recorrer a um juiz ou tribunal
competente, a fim de que este decida, sem demora, sobre a legalidade de sua prisão
prisã ou detenção e
ordene sua soltura, se a prisão ou a detenção forem ilegais. Nos Estados-partes
Estados partes cujas leis prevêem
que toda pessoa que se vir ameaçada de ser privada de sua liberdade tem direito a recorrer a um
juiz ou tribunal competente, a fim de que este
este decida sobre a legalidade de tal ameaça, tal recurso
não pode ser restringido nem abolido. O recurso pode ser interposto pela própria pessoa ou por
outra pessoa.
7. Ninguém deve ser detido por dívidas. Este princípio não limita os mandados de
autoridade judiciária competente expedidos em virtude de inadimplemento de obrigação
alimentar.
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pena mais
is grave do que a aplicável no momento da ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado
o delito, a lei estipular a imposição de pena mais leve, o deliquente deverá dela beneficiar-se.
beneficiar
Artigo 10 - Direito à indenização
Toda pessoa tem direito de ser indenizada
indenizada conforme a lei, no caso de haver sido condenada
em sentença transitada em julgado, por erro judiciário.
Artigo 11 - Proteção da honra e da dignidade
1. Toda pessoa tem direito ao respeito da sua honra e ao reconhecimento de sua dignidade.
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em sua vida privada, em
sua família, em seu domicílio ou em sua correspondência, nem de ofensas ilegais à sua honra ou
reputação.
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais ingerências ou
o tais ofensas.
Artigo 12 - Liberdade de consciência e de religião
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião. Esse direito implica a
liberdade de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças, bem
como
omo a liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou coletivamente,
tanto em público como em privado.
2. Ninguém pode ser submetido a medidas restritivas que possam limitar sua liberdade de
conservar sua religião ou suas crenças,
crenças, ou de mudar de religião ou de crenças.
3. A liberdade de manifestar a própria religião e as próprias crenças está sujeita apenas às
limitações previstas em lei e que se façam necessárias para proteger a segurança, a ordem, a
saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades das demais pessoas.
4. Os pais e, quando for o caso, os tutores, têm direito a que seus filhos e pupilos recebam a
educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.
Artigo 13 - Liberdade de pensamento
pensame e de expressão
1. Toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito inclui a
liberdade de procurar, receber e difundir informações e idéias de qualquer natureza, sem
considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito,
escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por
qualquer meio de sua escolha.
2. O exercício do direito previsto no inciso precedente não pode estar sujeito à censura
prévia, mas a responsabilidades ulteriores, que devem ser expressamente previstas em lei e que
qu se
façam necessárias para assegurar:
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la.
Artigo 21 - Direito à propriedade privada
1. Toda pessoa tem direito ao uso e gozo de seus bens. A lei pode subordinar esse uso e
gozo ao interesse social.
2. Nenhuma pessoa pode ser
ser privada de seus bens, salvo mediante o pagamento de
indenização justa, por motivo de utilidade pública ou de interesse social e nos casos e na forma
estabelecidos pela lei.
3. Tanto a usura, como qualquer outra forma de exploração do homem pelo homem,
devem
evem ser reprimidas pela lei.
Artigo 22 - Direito de circulação e de residência
1. Toda pessoa que se encontre legalmente no território de um Estado tem o direito de nele
livremente circular e de nele residir, em conformidade com as disposições legais.
2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente de qualquer país, inclusive de seu próprio
país.
3. O exercício dos direitos supracitados não pode ser restringido, senão em virtude de lei, na
medida indispensável, em uma sociedade democrática, para prevenir infrações penais ou para
proteger a segurança nacional, a segurança ou a ordem públicas, a moral ou a saúde públicas, ou
os direitos e liberdades das demais pessoas.
4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1 pode também ser restringido pela lei, em
zonas determinadas, por motivo de interesse público.
5. Ninguém pode ser expulso do território do Estado do qual for nacional e nem ser privado
do direito de nele entrar.
6. O estrangeiro que se encontre legalmente no território de um Estado-parte
Estado na presente
Convenção só poderá dele ser expulso em decorrência de decisão adotada em conformidade com a
lei.
7. Toda pessoa tem o direito de buscar e receber asilo em território estrangeiro, em caso de
perseguição por delitos políticos ou comuns conexos com delitos
delitos políticos, de acordo com a
legislação de cada Estado e com as Convenções internacionais.
8. Em nenhum caso o estrangeiro pode ser expulso ou entregue a outro país, seja ou não de
origem, onde seu direito à vida ou à liberdade pessoal esteja em risco de violação em virtude de
sua raça, nacionalidade, religião, condição social ou de suas opiniões políticas.
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exercício das mais elevadas funções judiciais, de acordo com a lei do Estado do qual sejam
nacionais, ou do Estado que os propuser como candidatos.
2. Não deve haver dois juízes da mesma nacionalidade.
Artigo 53 - 1. Os juízes da Corte serão eleitos, em votação secreta e pelo voto da maioria
absoluta dos Estados-partes
partes na Convenção, na Assembléia Geral da Organização, a partir de uma
lista de candidatos propostos pelos mesmos Estados.
2. Cada um dos Estados-partes
Estados partes pode propor até três candidatos, nacionais do Estado que os
propuser ou de qualquer outro Estado-membro
Estado membro da Organização dos Estados Americanos. Quando
se propuser um lista de três candidatos, pelo menos um deles deverá ser nacional do Estado
diferente do proponente.
Artigo 54 - 1. Os juízes da Corte serão eleitos por um período de seis anos e só poderão ser
reeleitos uma vez. O mandato de três dos juízes designados na primeira eleição expirará ao cabo
de três anos. Imediatamente depois da referida eleição,
eleição, determinar-se-ão
determinar por sorteio, na
Assembléia Geral, os nomes desse três juízes.
2. O juiz eleito para substituir outro, cujo mandato não haja expirado, completará o período
deste.
3. Os juízes permanecerão em suas funções até o término dos seus mandatos.
mandat Entretanto,
continuarão funcionando nos casos de que já houverem tomado conhecimento e que se encontrem
em fase de sentença e, para tais efeitos, não serão substituídos pelos novos juízes eleitos.
Artigo 55 - 1. O juiz, que for nacional de algum dos Estados-partes
Es partes em caso submetido à
Corte, conservará o seu direito de conhecer do mesmo.
2. Se um dos juízes chamados a conhecer do caso for de nacionalidade de um dos Estados-
Estados
partes, outro Estado-parte
parte no caso poderá designar uma pessoa de sua escolha para integrar a
Corte, na qualidade de juiz ad hoc.
hoc
3. Se, dentre os juízes chamados a conhecer do caso, nenhum for da nacionalidade dos
Estados-partes,
partes, cada um destes poderá designar um juiz ad hoc.
4. O juiz ad hoc deve reunir os requisitos indicados no artigo
artig 52.
5. Se vários Estados--partes
partes na Convenção tiverem o mesmo interesse no caso, serão
considerados como uma só parte, para os fins das disposições anteriores. Em caso de dúvida, a
Corte decidirá.
Artigo 56 - O quorum para as deliberações da Corte é constituído
constituído por cinco juízes.
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Seção 3 - Processo
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Adotada pela Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos (OEA) no dia 6-6-
6
1994, a Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher,
Convenção de Belém do Pará, formalizou‑se
formalizou se em importante instrumento de proteção das
mulheres. Foi ratificada
atificada pelo Brasil em 27-11-1995,
27 1995, vista como um marco visionário referente ao
tema, dispondo sobre a definição de violência contra as mulheres, medidas protetivas,
assecuratórias e repressivas. Foi um grande avanço no reconhecimento de direitos, culminando
culmina no
fortalecimento da cidadania. A Convenção de Belém do Pará exerce significativo exemplo de
proteção.
Motivação da adoção da Convenção
A Assembleia Geral, motivada pelas preocupações abaixo, adotaram a convenção:
Considerando que o reconhecimento e o respeito irrestrito de todos os direitos da mulher
são condições indispensáveis para seu desenvolvimento individual e para a criação de
uma sociedade mais justa, solidária e pacífica;
Preocupada porque a violência em que vivem muitas mulheres da América, sem
s distinção
de raça, classe, religião, idade ou qualquer outra condição, é uma situação generalizada;
Persuadida de sua responsabilidade histórica de fazer frente a esta situação para procurar
soluções positivas;
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f) estabelecer procedimentos
procedimentos jurídicos justos e eficazes para a mulher sujeita a violência,
inclusive, entre outros, medidas de proteção, um juízo oportuno e efetivo acesso a tais
processos;
g) estabelecer mecanismos judiciais e administrativos necessários para assegurar que a
mulher
lher sujeita a violência tenha efetivo acesso a restituição, reparação do dano e outros
meios de compensação justos e eficazes; e
h) adotar as medidas legislativas ou de natureza necessárias à vigência desta Convenção.
Os Estados‑Partes
Partes convêm em adotar, progressivamente, medidas específicas, inclusive
programas destinados a:
a) promover o conhecimento e a observância do direito da mulher a uma vida livre de
violência e o direito da mulher a que se respeitem e protejam seus direitos
direit humanos;
b) modificar os padrões sociais e culturais de conduta de homens e mulheres, inclusive a
formulação de programas formais e não formais adequados a todos os níveis do processo
educacional, a fim de combater preconceitos e costumes e todas as outras
out práticas
baseadas na premissa da inferioridade ou superioridade de qualquer dos gêneros ou nos
papéis estereotipados para o homem e a mulher, que legitimem ou exacerbem a violência
contra a mulher;
c) promover a educação e treinamento de todo pessoal judiciário
judiciário e policial e demais
funcionários responsáveis pela aplicação da lei, bem como do pessoal encarregado da
implementação de políticas de prevenção, punição e erradicação da violência contra a
mulher;
d) prestar serviços especializados apropriados a mulher sujeita a violência, por intermédio
de entidades dos setores público e privado, inclusive abrigos, serviços de orientação
familiar, quando for o caso, e atendimento e custódia dos menores afetados;
e) promover e apoiar programas de educação governamentais
governamentais e privados destinados a
conscientizar o público para os problemas da violência contra a mulher, recursos jurídicos e
reparação relacionados com essa violência;
f) proporcionar à mulher sujeita a violência acesso a programas eficazes de recuperação e
treinamento que lhe permitam participar plenamente na vida pública, privada e social;
g) incentivar os meios de comunicação a que formulem diretrizes adequadas, de divulgação
que contribuam para a erradicação da violência contra a mulher em todas as suas formas e
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Questões de concursos
12) DPE/BA 2010 - CESPE - Defensor Público - Classe inicial
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A violação grave e sistemática dos direitos humanos das mulheres em um Estado pode ser
investigada pelo Comitê sobre a Eliminação da Discriminação contra a Mulher, que recebe
petições com denúncias de violação a esses
ess direitos.
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pessoa no exercício de funções públicas, ou por sua instigação, ou com o seu consentimento ou
aquiescência. Não se considerará como tortura as dores ou sofrimentos que sejam consequência
unicamente de sanções legítimas,
legítimas, ou que sejam inerentes a tais sanções ou delas decorram.
O presente artigo não será interpretado de maneira a restringir qualquer instrumento
internacional ou legislação nacional que contenha ou possa conter dispositivos de alcance mais
amplo.
Medidas de cada signatário – art. 2o
Cada Estado tomará medidas eficazes de caráter legislativo, administrativo, judicial ou de
outra natureza, a fim de impedir a prática de atos de tortura em qualquer território sob sua
jurisdição.
Em nenhum caso poderão invocar‑se
invocar se circunstâncias excepcionais, como ameaça ou estado
de guerra, instabilidade política interna ou qualquer outra emergência pública, como
justificação para a tortura.
A ordem de um funcionário superior ou de uma autoridade pública não poderá ser
invocada como justificação para a tortura.
Medidas protetivas – arts. 3o e 4o
Nenhum Estado‑Parte
Parte procederá à expulsão, devolução ou extradição de uma pessoa para
outro Estado, quando houver razões substanciais para crer que ela corre perigo de ali ser
submetida a tortura.
A fim de determinar a existência de tais razões, as autoridades competentes
competent levarão em
conta todas as considerações pertinentes, inclusive, se for o caso, a existência, no Estado em
questão, de um quadro de violações sistemáticas, graves e maciças de direitos humanos.
Cada Estado‑Parte
Parte assegurará que todos os atos de tortura sejam
sejam considerados crimes
segundo a sua legislação penal. O mesmo aplicar‑se‑á
aplicar á à tentativa de tortura e a todo ato de
qualquer pessoa que constitua cumplicidade ou participação na tortura.
Cada Estado‑Parte
Parte punirá esses crimes com penas adequadas que levem em
e conta a sua
gravidade.
Competência – art. 5o
Cada Estado‑Parte
Parte tomará as medidas necessárias para estabelecer sua jurisdição sobre os
crimes previstos no art. 4o, nos seguintes casos:
a) quando os crimes tenham sido cometidos em qualquer território sob sua
s jurisdição ou a
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candidatos que obtiverem o maior número de votos e a maioria absoluta dos votos
representantes dos Estados‑Partes
Estados presentes e votantes.
A primeira eleição se realizará no máximo seis meses após a data da entrada em vigor da
presente
sente Convenção. Ao menos quatro meses antes da data de cada eleição o Secretário‑Geral
Secretário
da Organização das Nações Unidas enviará uma carta aos Estados‑Partes,
Estados Partes, para convidá‑los
convidá a
apresentar suas candidaturas, no prazo de três meses. O Secretário‑Geral
Secretário Geral da Organização
Or das
Nações Unidas organizará uma lista por ordem alfabética de todos os candidatos assim
designados, com indicações dos Estados‑Partes
Estados Partes que os tiverem designado, e a comunicará aos
Estados‑Partes.
Os membros do Comitê serão eleitos para um mandato de quatro anos. Poderão, caso suas
candidaturas sejam apresentadas novamente, ser reeleitos. Entretanto, o mandato de cinco
dos membros eleitos na primeira eleição expirará ao final de dois anos; imediatamente após a
reun a que se refere o § 3o do presente artigo indicará, por
primeira eleição, o presidente da reunião
sorteio, os nomes desses cinco membros.
Se um membro do Comitê vier a falecer, a demitir‑se
demitir se de suas funções ou, por outro motivo
qualquer, não puder cumprir com suas obrigações no Comitê, o Estado‑Parte
Estado que apresentou
sua candidatura indicará, entre seus nacionais, outro perito para cumprir o restante de seu
mandato, sendo que a referida indicação
indicação estará sujeita à aprovação da maioria dos
Estados‑Partes.
Partes. Considerar‑se‑á
Considerar á como concedida a referida aprovação, a menos que a metade
ou mais dos Estados‑Partes
Partes venham a responder negativamente dentro de um prazo de seis
semanas, a contar do momento em que o Secretário‑Geral
Geral das Nações Unidas lhes houver
comunicado a candidatura proposta.
Correrão por conta dos Estados‑Partes
Estados Partes as despesas em que vierem a incorrer os membros
do Comitê no desempenho de suas funções no referido órgão.
O Comitê elegerá sua Mesa
Mesa para um período de dois anos. Os membros da Mesa poderão
ser reeleitos.
Os Estados‑Partes
Partes submeterão ao Comitê, por intermédio do Secretário‑Geral
Secretário das Nações
Unidas, relatórios sobre as medidas por eles adotadas no cumprimento das obrigações
assumidas, em virtude da presente Convenção, no Estado‑Parte
Estado Parte interessado. A partir de então,
os Estados‑Partes
Partes deverão apresentar relatórios suplementares a cada quatro anos, sobre
todas as novas disposições que houverem adotado, bem como outros relatórios que o Comitê
Com
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vier a solicitar.
O Secretário‑Geral
Geral das Nações Unidas transmitirá os relatórios a todos os Estados‑Partes.
Estados
Cada relatório será examinado pelo Comitê, que poderá fazer os comentários gerais que
julgar oportunos e os transmitirá ao Estado‑Parte
Estado interessado.
ado. Este poderá, em resposta ao
Comitê, comunicar‑lhe
lhe todas as observações que deseje formular.
O Comitê poderá, a seu critério, tomar a decisão de incluir qualquer comentário que
houver feito, de acordo com o que estipula o § 3o do presente artigo, junto com as observações
conexas recebidas do Estado‑Parte
Estado Parte interessado, em seu relatório anual que apresentará, em
conformidade com o art. 24. Se assim o cogitar o Estado‑Parte
Estado Parte interessado, o Comitê poderá
virtu do § 1o do presente artigo.
também incluir cópia do relatório apresentado, em virtude
O Comitê, no caso de vir a receber informações fidedignas que lhe pareçam indicar, de
forma fundamentada, que a tortura é praticada sistematicamente no território de um
Estado‑Parte,
Parte, convidará o Estado‑Parte
Estado em questão a cooperar
erar no exame das informações e,
nesse sentido, a transmitir ao Comitê as observações que julgar pertinentes.
Levando em consideração todas as observações que houver apresentado o Estado‑Parte
Estado
interessado, bem como quaisquer outras informações pertinentes de que dispuser, o Comitê
poderá, se lhe parecer justificável, designar um ou vários de seus membros para que procedam
a uma investigação confidencial e informem urgentemente o Comitê.
se uma investigação nos termos do § 2o do presente artigo, o Comitê
No caso de realizar‑se
procurará obter a colaboração do Estado‑Parte
Estado Parte interessado. Com a concordância do
Estado‑Parte
Parte em questão, a investigação poderá incluir uma visita ao seu território.
Depois de haver examinado as conclusões apresentadas por um ou vários de seus
membros, nos termos do § 2o do presente artigo, o Comitê as transmitirá ao Estado‑Parte
Estado
interessado, junto com as observações ou sugestões que considerar pertinentes, em vista da
situação.
Todos os trabalhos do Comitê a que se faz referência nos §§ 1o ao 4o do presente artigo
serão confidenciais e, em todas as etapas dos referidos trabalhos, procurar‑se‑á
procurar obter a
cooperação do Estado‑Parte.
Parte. Quando estiverem concluídos os trabalhos relacionados com uma
investigação realizada de acordo com o § 2o, o Comitê
tê poderá, após celebrar consultas com o
Estado‑Parte
Parte interessado, tomar a decisão de incluir um resumo dos resultados da investigação
em seu relatório anual, que apresentará em conformidade com o art. 24.
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Todo Estado‑Parte
Parte na presente Convenção poderá declarar,
declarar, em virtude do presente artigo,
a qualquer momento, que reconhece a competência do Comitê para receber e examinar as
comunicações enviadas por pessoas sob sua jurisdição, ou em nome delas, que aleguem ser
vítimas de violação, por um Estado‑Parte,
Estado das disposições da Convenção. O Comitê não
receberá comunicação alguma relativa a um Estado‑Parte
Estado Parte que não houver feito declaração
dessa natureza.
O Comitê considerará inadmissível qualquer comunicação recebida em conformidade com
o presente artigo que seja anônima
anônima ou que, a seu juízo, constitua abuso do direito de
apresentar as referidas comunicações, ou que seja incompatível com as disposições da
presente Convenção.
O Comitê apresentará, em virtude da presente Convenção, um relatório anual sobre as
suas atividades
dades aos Estados‑Partes
Estados Partes e à Assembleia Geral das Nações Unidas.
Arbitragem – art. 30
As controvérsias entre dois ou mais Estados‑Partes,
Estados Partes, com relação à interpretação ou
aplicação da presente Convenção, que não puderem ser dirimidas por meio de negociação,
serão, a pedido dee um deles, submetidas à arbitragem. Se, durante os seis meses seguintes à
data do pedido de arbitragem, as partes não lograrem pôr‑se
pôr se de acordo quanto aos termos do
compromisso de arbitragem, qualquer das partes poderá submeter a controvérsia à Corte
Internacional
rnacional de Justiça, mediante solicitação feita em conformidade com o Estatuto da Corte.
Cada Estado‑Parte
Parte poderá declarar, por ocasião da assinatura ou ratificação da presente
Convenção, que não se considera obrigado pelo § 1o deste artigo. Os demais Estados‑Partes
Est
não estarão obrigados pelo referido parágrafo, com relação a qualquer Estado‑Parte
Estado que
houver formulado reserva dessa natureza.
Parte que houver formulado reserva, em conformidade com o § 2o do
Todo Estado‑Parte
presente artigo, poderá, a qualquer momento,
momento, tornar sem efeito essa reserva, mediante
notificação endereçada ao Secretário‑Geral
Secretário das Nações Unidas.
Forma de representação – art. 31
Todo Estado‑Parte
Parte poderá denunciar a presente Convenção mediante notificação por
escrito endereçada ao Secretário‑Geral
Secretário Geral das Nações Unidas. A denúncia produzirá efeitos um
ano depois da data do recebimento da notificação pelo Secretário‑Geral.
Secretário Geral.
A referida denúncia não eximirá o Estado‑Parte
Estado Parte das obrigações que lhe impõe a presente
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internacionais que contêm normas e medidas práticas para combater a exploração de pessoas,
especialmente mulheres e crianças, não existe nenhum instrumento universal que trate de todos
os aspectos relativos
ivos ao tráfico de pessoas.
Preocupados com o fato de na ausência desse instrumento, as pessoas vulneráveis ao
tráfico não estarem suficientemente protegidas.
Recordando a Res. no 53/111 da Assembleia Geral, de 9-12-1998,
1998, na qual a Assembleia
decidiu criar um comitê intergovernamental especial, de composição aberta, para elaborar uma
convenção internacional global contra o crime organizado transnacional e examinar a
possibilidade de elaborar, designadamente, um instrumento internacional de luta contra o tráfico
trá
de mulheres e de crianças.
Convencidos de que para prevenir e combater esse tipo de criminalidade será útil
completar a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado Transnacional com um
instrumento internacional destinado a prevenir, reprimir e punir o tráfico de pessoas, em especial
mulheres e crianças, acordaram por este protocolo que assim segue:
Crime organizado transnacional
O presente Protocolo completa a Convenção das Nações Unidas contra o Crime Organizado
Transnacional e será interpretado
tado em conjunto com a Convenção.
As disposições da Convenção aplicar‑se‑ão
aplicar mutatis mutandis ao presente Protocolo, salvo
se no mesmo se dispuser o contrário.
As infrações estabelecidas em conformidade com o Artigo 5 do presente Protocolo serão
consideradass como infrações estabelecidas em conformidade com a Convenção.
Objetivo
Este instrumento tem por finalidade a confecção de um estudo sistematizado, codificado,
com profundidade e base científica, possibilitando e auxiliando no combate à erradicação do crime
cri
organizado, iniciando por projetos preventivos.
Os objetivos do presente Protocolo são os seguintes:
a)) Prevenir e combater o tráfico de pessoas, prestando uma atenção especial às mulheres e
às crianças;
b)) Proteger e ajudar as vítimas desse tráfico, respeitando
respeitando plenamente os seus direitos
humanos; e
c)) Promover a cooperação entre os Estados‑Partes
Estados Partes de forma a atingir esses objetivos.
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PREÂMBULO
Os Estados Americanos signatários da presente Convenção,
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Reafirmando seu propósito de consolidar neste Continente, dentro do quadro das instituições
democráticas, um regime de liberdade pessoal
pessoal e de justiça social, fundado no respeito dos direitos
humanos essenciais;
Reconhecendo que os direitos essenciais da pessoa humana não derivam do fato de ser ela
nacional de determinado Estado, mas sim do fato de ter como fundamento os atributos da pessoa
pesso
humana, razão por que justificam uma proteção internacional, de natureza convencional,
coadjuvante ou complementar da que oferece o direito interno dos Estados americanos;
Considerando que esses princípios foram consagrados na Carta da Organização dos Estados
Es
Americanos, na Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e na Declaração
Universal dos Direitos do Homem, e que foram reafirmados e desenvolvidos em outros
instrumentos internacionais, tanto de âmbito mundial como regional;
Reiterando que, de acordo com a Declaração Universal dos Direitos Humanos, só pode ser
realizado o ideal do ser humano livre, isento do temor e da miséria, se forem criadas condições que
permitam a cada pessoa gozar dos seus direitos econômicos, sociais e culturais, bem como dos
seus direitos civis e políticos; e
Considerando que a Terceira Conferência Interamericana Extraordinária (Buenos Aires, 1967)
aprovou a incorporação à própria Carta da Organização de normas mais amplas sobre os direitos
econômicos, sociais e educacionais
acionais e resolveu que uma Convenção Interamericana sobre Direitos
Humanos determinasse a estrutura, competência e processo dos órgãos encarregados dessa
matéria;
Convieram no seguinte:
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e) direito irrenunciável de ser assistido por um defensor proporcionado pelo Estado, remunerado
ou não, segundo a legislação interna, se o acusado não se defender ele próprio, nem nomear
defensor dentro do prazo estabelecido
abelecido pela lei;
f) direito da defesa de inquirir as testemunhas presentes no Tribunal e de obter o comparecimento,
como testemunhas ou peritos, de outras pessoas que possam lançar luz sobre os fatos;
g) direito de não ser obrigada a depor contra si mesma,
mes nem a confessar-se
se culpada; e
h) direito de recorrer da sentença a juiz ou tribunal superior.
3. A confissão do acusado só é válida se feita sem coação de nenhuma natureza.
4. O acusado absolvido por sentença transitada em julgado não poderá ser submetido
submet a novo
processo pelos mesmos fatos.
5. O processo penal deve ser público, salvo no que for necessário para preservar os interesses da
justiça.
Artigo 9º - Princípio da legalidade e da retroatividade
Ninguém poderá ser condenado por atos ou omissões que,
que, no momento em que foram cometidos,
não constituam delito, de acordo com o direito aplicável. Tampouco poder-se-á
poder impor pena mais
grave do que a aplicável no momento da ocorrência do delito. Se, depois de perpetrado o delito, a
lei estipular a imposição dee pena mais leve, o deliquente deverá dela beneficiar-se.
beneficiar
Artigo 10 - Direito à indenização
Toda pessoa tem direito de ser indenizada conforme a lei, no caso de haver sido condenada em
sentença transitada em julgado, por erro judiciário.
Artigo 11 - Proteção
ão da honra e da dignidade
1. Toda pessoa tem direito ao respeito da sua honra e ao reconhecimento de sua dignidade.
2. Ninguém pode ser objeto de ingerências arbitrárias ou abusivas em sua vida privada, em sua
família, em seu domicílio ou em sua correspondência,
correspondência, nem de ofensas ilegais à sua honra ou
reputação.
3. Toda pessoa tem direito à proteção da lei contra tais ingerências ou tais ofensas.
Artigo 12 - Liberdade de consciência e de religião
1. Toda pessoa tem direito à liberdade de consciência e de religião.
religião. Esse direito implica a liberdade
de conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças, bem como a
liberdade de professar e divulgar sua religião ou suas crenças, individual ou coletivamente, tanto
em público como em privado.
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2. Ninguém pode ser submetido a medidas restritivas que possam limitar sua liberdade de
conservar sua religião ou suas crenças, ou de mudar de religião ou de crenças.
3. A liberdade de manifestar a própria religião e as próprias crenças está sujeita apenas
a às
limitações previstas em lei e que se façam necessárias para proteger a segurança, a ordem, a
saúde ou a moral públicas ou os direitos e as liberdades das demais pessoas.
4. Os pais e, quando for o caso, os tutores, têm direito a que seus filhos e pupilos recebam a
educação religiosa e moral que esteja de acordo com suas próprias convicções.
Artigo 13 - Liberdade de pensamento e de expressão
1. Toda pessoa tem o direito à liberdade de pensamento e de expressão. Esse direito inclui a
liberdade de procurar,
curar, receber e difundir informações e idéias de qualquer natureza, sem
considerações de fronteiras, verbalmente ou por escrito, ou em forma impressa ou artística, ou por
qualquer meio de sua escolha.
2. O exercício do direito previsto no inciso precedente
precedente não pode estar sujeito à censura prévia, mas
a responsabilidades ulteriores, que devem ser expressamente previstas em lei e que se façam
necessárias para assegurar:
a) o respeito dos direitos e da reputação das demais pessoas;
b) a proteção da segurança nacional, da ordem pública, ou da saúde ou da moral públicas.
3. Não se pode restringir o direito de expressão por vias e meios indiretos, tais como o abuso de
controles oficiais ou particulares de papel de imprensa, de frequências radioelétricas ou de
equipamentos
ipamentos e aparelhos usados na difusão de informação, nem por quaisquer outros meios
destinados a obstar a comunicação e a circulação de idéias e opiniões.
4. A lei pode submeter os espetáculos públicos a censura prévia, com o objetivo exclusivo de
regularr o acesso a eles, para proteção moral da infância e da adolescência, sem prejuízo do
disposto no inciso 2.
5. A lei deve proibir toda propaganda a favor da guerra, bem como toda apologia ao ódio nacional,
racial ou religioso que constitua incitamento à discriminação,
discriminação, à hostilidade, ao crime ou à
violência.
Artigo 14 - Direito de retificação ou resposta
1. Toda pessoa, atingida por informações inexatas ou ofensivas emitidas em seu prejuízo por meios
de difusão legalmente regulamentados e que se dirijam ao público
público em geral, tem direito a fazer,
pelo mesmo órgão de difusão, sua retificação ou resposta, nas condições que estabeleça a lei.
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5. A lei deve reconhecer iguais direitos tanto aos filhos nascidos fora do casamento, como aos
nascidos dentro do casamento.
Artigo 18 - Direito ao nome
Toda pessoa tem direito a um prenome e aos nomes de seus pais ou ao de um destes. A lei deve
regular a forma de assegurar a todos esse direito, mediante nomes fictícios, se for necessário.
Artigo 19 - Direitos da criança
Toda criança terá direito às medidas de proteção que a sua condição de menor requer, por parte
da sua família, da sociedade e do Estado.
Artigo 20 - Direito à nacionalidade
1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade.
2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo território houver nascido, se não
tiver direito a outra.
3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionalidade, nem do direito de mudá-la.
mudá
Artigo 21 - Direito à propriedade privada
1. Toda pessoa
ssoa tem direito ao uso e gozo de seus bens. A lei pode subordinar esse uso e gozo ao
interesse social.
2. Nenhuma pessoa pode ser privada de seus bens, salvo mediante o pagamento de indenização
justa, por motivo de utilidade pública ou de interesse social e nos casos e na forma estabelecidos
pela lei.
3. Tanto a usura, como qualquer outra forma de exploração do homem pelo homem, devem ser
reprimidas pela lei.
Artigo 22 - Direito de circulação e de residência
1. Toda pessoa que se encontre legalmente no território
território de um Estado tem o direito de nele
livremente circular e de nele residir, em conformidade com as disposições legais.
2. Toda pessoa terá o direito de sair livremente de qualquer país, inclusive de seu próprio país.
3. O exercício dos direitos supracitados
supracitados não pode ser restringido, senão em virtude de lei, na
medida indispensável, em uma sociedade democrática, para prevenir infrações penais ou para
proteger a segurança nacional, a segurança ou a ordem públicas, a moral ou a saúde públicas, ou
os direitos
itos e liberdades das demais pessoas.
4. O exercício dos direitos reconhecidos no inciso 1 pode também ser restringido pela lei, em zonas
determinadas, por motivo de interesse público.
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a) a assegurar que a autoridade competente prevista pelo sistema legal do Estado decida sobre os
direitos de toda pessoa que interpuser tal recurso;
b) a desenvolver as possibilidades de recurso judicial; e
c) a assegurar o cumprimento, pelas autoridades competentes, de toda decisão em que se tenha
considerado procedente o recurso.
Capítulo III - DIREITOS ECONÔMICOS, SOCIAIS E CULTURAIS
Artigo 26 - Desenvolvimento progressivo
Os Estados-partes
partes comprometem-se
comprometem se a adotar as providências, tanto no âmbito interno, como
mediante cooperação internacional, especialmente econômica e técnica, a fim de conseguir
progressivamente a plena efetividade dos direitos
direitos que decorrem das normas econômicas, sociais e
sobre educação, ciência e cultura, constantes da Carta da Organização dos Estados Americanos,
reformada pelo Protocolo de Buenos Aires, na medida dos recursos disponíveis, por via legislativa
ou por outross meios apropriados.
Capítulo IV - SUSPENSÃO DE GARANTIAS, INTERPRETAÇÃO E APLICAÇÃO
Artigo 27 - Suspensão de garantias
1. Em caso de guerra, de perigo público, ou de outra emergência que ameace a independência ou
segurança do Estado-parte,
parte, este poderá adotar
adotar as disposições que, na medida e pelo tempo
estritamente limitados às exigências da situação, suspendam as obrigações contraídas em virtude
desta Convenção, desde que tais disposições não sejam incompatíveis com as demais obrigações
que lhe impõe o Direito
ito Internacional e não encerrem discriminação alguma fundada em motivos
de raça, cor, sexo, idioma, religião ou origem social.
2. A disposição precedente não autoriza a suspensão dos direitos determinados nos seguintes
artigos: 3 (direito ao reconhecimento
reconhecimento da personalidade jurídica), 4 (direito à vida), 5 (direito à
integridade pessoal), 6 (proibição da escravidão e da servidão), 9 (princípio da legalidade e da
retroatividade), 12 (liberdade de consciência e religião), 17 (proteção da família), 18 (direito ao
nome), 19 (direitos da criança), 20 (direito à nacionalidade) e 23 (direitos políticos), nem das
garantias indispensáveis para a proteção de tais direitos.
3. Todo Estado-parte
parte no presente Pacto que fizer uso do direito de suspensão deverá comunicar
imediatamente
ediatamente aos outros Estados-partes
Estados partes na presente Convenção, por intermédio do Secretário
Geral da Organização dos Estados Americanos, as disposições cuja aplicação haja suspendido, os
motivos determinantes da suspensão e a data em que haja dado por terminada
termin tal suspensão.
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Poderão ser incluídos, no regime de proteção desta Convenção, outros direitos e liberdades que
forem reconhecidos de acordo com os processos estabelecidos nos artigo 69 e 70.
Capítulo V - DEVERES DAS PESSOAS
Artigo 32 - Correlação entre deveres e direitos
1. Toda pessoa tem deveres para com a família, a comunidade e a humanidade.
2. Os direitos de cada pessoa são limitados pelos direitos
direitos dos demais, pela segurança de todos e
pelas justas exigências do bem comum, em uma sociedade democrática.
PARTE II - MEIOS DE PROTEÇÃO
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Artigo 38 - As vagas que ocorrerem na Comissão, que não se devam à expiração normal do
mandato, serão preenchidas pelo Conselho Permanente da Organização, de acordo com o que
dispuser o Estatuto da Comissão.
Artigo 39 - A Comissão elaborará seu estatuto e submetê-lo-á
submetê á à aprovação da Assembléia Geral e
expedirá seu
u próprio Regulamento.
Artigo 40 - Os serviços da Secretaria da Comissão devem ser desempenhados pela unidade
funcional especializada que faz parte da Secretaria Geral da Organização e deve dispor dos
recursos necessários para cumprir as tarefas que lhe forem
forem confiadas pela Comissão.
Seção 2 - Funções
Artigo 41 - A Comissão tem a função principal de promover a observância e a defesa dos direitos
humanos e, no exercício de seu mandato, tem as seguintes funções e atribuições:
a) estimular a consciência dos direitos humanos nos povos da América;
b) formular recomendações aos governos dos Estados-membros,
Estados membros, quando considerar conveniente,
no sentido de que adotem medidas progressivas em prol dos direitos humanos no âmbito de suas
leis internas e seus preceitos constitucionais,
constitucionais, bem como disposições apropriadas para promover o
devido respeito a esses direitos;
c) preparar estudos ou relatórios que considerar convenientes para o desempenho de suas funções;
d) solicitar aos governos dos Estados-membros
Estados que lhe proporcionem
ionem informações sobre as
medidas que adotarem em matéria de direitos humanos;
e) atender às consultas que, por meio da Secretaria Geral da Organização dos Estados Americanos,
lhe formularem os Estados-membros
membros sobre questões relacionadas com os direitos humanos
h e,
dentro de suas possibilidades, prestar-lhes
prestar lhes o assessoramento que lhes solicitarem;
f) atuar com respeito às petições e outras comunicações, no exercício de sua autoridade, de
conformidade com o disposto nos artigos 44 a 51 desta Convenção; e
g) apresentar um relatório anual à Assembléia Geral da Organização dos Estados Americanos.
Artigo 42 - Os Estados-partes
partes devem submeter à Comissão cópia dos relatórios e estudos que, em
seus respectivos campos, submetem anualmente às Comissões Executivas do Conselho
C
Interamericano Econômico e Social e do Conselho Interamericano de Educação, Ciência e Cultura, a
fim de que aquela zele para que se promovam os direitos decorrentes das normas econômicas,
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d) que, no caso do artigo 44, a petição contenha o nome, a nacionalidade, a profissão, o domicílio
do
e a assinatura da pessoa ou pessoas ou do representante legal da entidade que submeter a
petição.
2. As disposições das alíneas "a" e "b" do inciso 1 deste artigo não se aplicarão quando:
a) não existir, na legislação interna do Estado de que se tratar,
tratar, o devido processo legal para a
proteção do direito ou direitos que se alegue tenham sido violados;
b) não se houver permitido ao presumido prejudicado em seus direitos o acesso aos recursos da
jurisdição interna, ou houver sido ele impedido de esgotá-los;
esgotá e
c) houver demora injustificada na decisão sobre os mencionados recursos.
Artigo 47 - A Comissão declarará inadmissível toda petição ou comunicação apresentada de
acordo com os artigos 44 ou 45 quando:
a) não preencher algum dos requisitos estabelecidos
estabelec no artigo 46;
b) não expuser fatos que caracterizem violação dos direitos garantidos por esta Convenção;
c) pela exposição do próprio peticionário ou do Estado, for manifestamente infundada a petição ou
comunicação ou for evidente sua total improcedência;
improcedên ou
d) for substancialmente reprodução de petição ou comunicação anterior, já examinada pela
Comissão ou por outro organismo internacional.
Seção 4 - Processo
Artigo 48 - 1. A Comissão, ao receber uma petição ou comunicação na qual se alegue a violação de
qualquer dos direitos consagrados nesta Convenção, procederá da seguinte maneira:
a) se reconhecer a admissibilidade da petição ou comunicação, solicitará informações ao Governo
do Estado ao qual pertença a autoridade apontada como responsável pela violação
vio alegada e
transcreverá as partes pertinentes da petição ou comunicação. As referidas informações devem ser
enviadas dentro de um prazo razoável, fixado pela Comissão ao considerar as circunstâncias de
cada caso;
b) recebidas as informações, ou transcorrido
transcorrido o prazo fixado sem que sejam elas recebidas,
verificará se existem ou subsistem os motivos da petição ou comunicação. No caso de não
existirem ou não subsistirem, mandará arquivar o expediente;
c) poderá também declarar a inadmissibilidade ou a improcedência
improcedência da petição ou comunicação,
com base em informação ou prova supervenientes;
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d) se o expediente não houver sido arquivado, e com o fim de comprovar os fatos, a Comissão
procederá, com conhecimento das partes, a um exame do assunto exposto na petição
petiçã ou
comunicação. Se for necessário e conveniente, a Comissão procederá a uma investigação para cuja
eficaz realização solicitará, e os Estados interessados lhe proporcionarão, todas as facilidades
necessárias;
e) poderá pedir aos Estados interessados qualquer
qualquer informação pertinente e receberá, se isso for
solicitado, as exposições verbais ou escritas que apresentarem os interessados; e
f) pôr-se-á
á à disposição das partes interessadas, a fim de chegar a uma solução amistosa do
assunto, fundada no respeito aos
ao direitos reconhecidos nesta Convenção.
2. Entretanto, em casos graves e urgentes, pode ser realizada uma investigação, mediante prévio
consentimento do Estado em cujo território se alegue houver sido cometida a violação, tão
somente com a apresentação de uma petição ou comunicação que reúna todos os requisitos
formais de admissibilidade.
Artigo 49 - Se se houver chegado a uma solução amistosa de acordo com as disposições do inciso 1,
"f", do artigo 48, a Comissão redigirá um relatório que será encaminhado ao peticionário e aos
Estados-partes
partes nesta Convenção e posteriormente transmitido, para sua publicação, ao Secretário
Geral da Organização dos Estados Americanos. O referido relatório conterá uma breve exposição
dos fatos e da solução alcançada. Se qualquer
qualquer das partes no caso o solicitar, ser-lhe-á
ser
proporcionada a mais ampla informação possível.
Artigo 50 - 1. Se não se chegar a uma solução, e dentro do prazo que for fixado pelo Estatuto da
Comissão, esta redigirá um relatório no qual exporá os fatos e suas
suas conclusões. Se o relatório não
representar, no todo ou em parte, o acordo unânime dos membros da Comissão, qualquer deles
poderá agregar ao referido relatório seu voto em separado. Também se agregarão ao relatório as
exposições verbais ou escritas que houverem
houverem sido feitas pelos interessados em virtude do inciso 1,
"e", do artigo 48.
2. O relatório será encaminhado aos Estados interessados, aos quais não será facultado publicá-lo.
publicá
3. Ao encaminhar o relatório, a Comissão pode formular as proposições e recomendações
reco que
julgar adequadas.
Artigo 51 - 1. Se no prazo de três meses, a partir da remessa aos Estados interessados do relatório
da Comissão, o assunto não houver sido solucionado ou submetido à decisão da Corte pela
Comissão ou pelo Estado interessado, aceitando sua competência, a Comissão poderá emitir, pelo
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voto da maioria absoluta dos seus membros, sua opinião e conclusões sobre a questão submetida
à sua consideração.
2. A Comissão fará as recomendações pertinentes e fixará um prazo dentro do qual o Estado deve
tomar as medidas que lhe competir para remediar a situação examinada.
3. Transcorrido o prazo fixado, a Comissão decidirá, pelo voto da maioria absoluta dos seus
membros, se o Estado tomou ou não as medidas adequadas e se publica ou não seu relatório.
rel
Capítulo VIII - CORTE INTERAMERICANA DE DIREITOS HUMANOS
Seção 1 - Organização
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2. Para que a Corte possa conhecer de qualquer caso, é necessário que sejam esgotados os
processos previstos nos artigos 48 a 50.
Artigo 62 - 1. Todo Estado-parte
parte pode, no momento do depósito do seu instrumento de ratificação
ratifi
desta Convenção ou de adesão a ela, ou em qualquer momento posterior, declarar que reconhece
como obrigatória, de pleno direito e sem convenção especial, a competência da Corte em todos os
casos relativos à interpretação ou aplicação desta Convenção.
2. A declaração pode ser feita incondicionalmente, ou sob condição de reciprocidade, por prazo
determinado ou para casos específicos. Deverá ser apresentada ao Secretário Geral da
Organização, que encaminhará cópias da mesma a outros Estados-membros
Estados membros da Organização
Or e ao
Secretário da Corte.
3. A Corte tem competência para conhecer de qualquer caso, relativo à interpretação e aplicação
das disposições desta Convenção, que lhe seja submetido, desde que os Estados-partes
Estados no caso
tenham reconhecido ou reconheçam
reconheçam a referida competência, seja por declaração especial, como
prevêem os incisos anteriores, seja por convenção especial.
Artigo 63 - 1. Quando decidir que houve violação de um direito ou liberdade protegidos nesta
Convenção, a Corte determinará que se assegure
assegure ao prejudicado o gozo do seu direito ou liberdade
violados. Determinará também, se isso for procedente, que sejam reparadas as consequências da
medida ou situação que haja configurado a violação desses direitos, bem como o pagamento de
indenização justa
ta à parte lesada.
2. Em casos de extrema gravidade e urgência, e quando se fizer necessário evitar danos
irreparáveis às pessoas, a Corte, nos assuntos de que estiver conhecendo, poderá tomar as
medidas provisórias que considerar pertinentes. Se se tratar de assuntos que ainda não estiverem
submetidos ao seu conhecimento, poderá atuar a pedido da Comissão.
Artigo 64 - 1. Os Estados-membros
Estados membros da Organização poderão consultar a Corte sobre a
interpretação desta Convenção ou de outros tratados concernentes à proteção
pr dos direitos
humanos nos Estados americanos. Também poderão consultá-la,
consultá la, no que lhes compete, os órgãos
enumerados no capítulo X da Carta da Organização dos Estados Americanos, reformada pelo
Protocolo de Buenos Aires.
2. A Corte, a pedido de um Estado-membro
Est membro da Organização, poderá emitir pareceres sobre a
compatibilidade entre qualquer de suas leis internas e os mencionados instrumentos
internacionais.
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Seção 3 - Processo
Artigo 66 - 1. A sentença
tença da Corte deve ser fundamentada.
2. Se a sentença não expressar no todo ou em parte a opinião unânime dos juízes, qualquer deles
terá direito a que se agregue à sentença o seu voto dissidente ou individual.
Artigo 67 - A sentença da Corte será definitiva
definitiva e inapelável. Em caso de divergência sobre o sentido
ou alcance da sentença, a Corte interpretá-la-á,
interpretá á, a pedido de qualquer das partes, desde que o
pedido seja apresentado dentro de noventa dias a partir da data da notificação da sentença.
Artigo 68 - 1. Os Estados-partes
partes na Convenção comprometem-se
comprometem se a cumprir a decisão da Corte em
todo caso em que forem partes.
2. A parte da sentença que determinar indenização compensatória poderá ser executada no país
respectivo pelo processo interno vigente para a execução
execução de sentenças contra o Estado.
Artigo 69 - A sentença da Corte deve ser notificada às partes no caso e transmitida aos Estados-
Estados
partes na Convenção.
Capítulo IX - DISPOSIÇÕES COMUNS
Artigo 70 - 1. Os juízes da Corte e os membros da Comissão gozam, desde o momento da eleição e
enquanto durar o seu mandato, das imunidades reconhecidas aos agentes diplomáticos pelo
Direito Internacional. Durante o exercício dos seus cargos gozam, além disso, dos privilégios
diplomáticos necessários para o desempenho de suas funções.
2. Não se poderá exigir responsabilidade em tempo algum dos juízes da Corte, nem dos membros
da Comissão, por votos e opiniões emitidos no exercício de suas funções.
Artigo 71 - Os cargos de juiz da Corte ou de membro da Comissão são incompatíveis
incompatívei com outras
atividades que possam afetar sua independência ou imparcialidade, conforme o que for
determinado nos respectivos Estatutos.
Artigo 72 - Os juízes da Corte e os membros da Comissão perceberão honorários e despesas de
viagem na forma e nas condições
condições que determinarem os seus Estatutos, levando em conta a
importância e independência de suas funções. Tais honorários e despesas de viagem serão fixados
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no orçamento-programa
programa da Organização dos Estados Americanos, no qual devem ser incluídas,
além disso,, as despesas da Corte e da sua Secretaria. Para tais efeitos, a Corte elaborará o seu
próprio projeto de orçamento e submetê-lo-á
submetê á à aprovação da Assembléia Geral, por intermédio da
Secretaria Geral. Esta última não poderá nele introduzir modificações.
Artigo 73 - Somente por solicitação da Comissão ou da Corte, conforme o caso, cabe à Assembléia
Geral da Organização resolver sobre as sanções aplicáveis aos membros da Comissão ou aos juízes
da Corte que incorrerem nos casos previstos nos respectivos Estatutos.
Estatut Para expedir uma
resolução, será necessária maioria de dois terços dos votos dos Estados-membros
Estados membros da Organização,
no caso dos membros da Comissão; e, além disso, de dois terços dos votos dos Estados-partes
Estados na
Convenção, se se tratar dos juízes da Corte.
PARTE III - DISPOSIÇÕES GERAIS E TRANSITÓRIAS
Capítulo X - ASSINATURA, RATIFICAÇÃO, RESERVA, EMENDA, PROTOCOLO E DENÚNCIA
Artigo 74 - 1. Esta Convenção está aberta à assinatura e à ratificação de todos os Estados-
Estados
membros da Organização dos Estados Americanos.
Ameri
2. A ratificação desta Convenção ou a adesão a ela efetuar-se-á
efetuar á mediante depósito de um
instrumento de ratificação ou adesão na Secretaria Geral da Organização dos Estados Americanos.
Esta Convenção entrará em vigor logo que onze Estados houverem depositado
depositado os seus respectivos
instrumentos de ratificação ou de adesão. Com referência a qualquer outro Estado que a ratificar
ou que a ela aderir ulteriormente, a Convenção entrará em vigor na data do depósito do seu
instrumento de ratificação ou adesão.
3.. O Secretário Geral comunicará todos os Estados-membros
Estados membros da Organização sobre a entrada em
vigor da Convenção.
Artigo 75 - Esta Convenção só pode ser objeto de reservas em conformidade com as disposições da
Convenção de Viena sobre o Direito dos Tratados, assinada em 23 de maio de 1969.
Artigo 76 - 1. Qualquer Estado-parte,
Estado parte, diretamente, e a Comissão e a Corte, por intermédio do
Secretário Geral, podem submeter à Assembléia Geral, para o que julgarem conveniente, proposta
de emendas a esta Convenção.
2. Tais emendas entrarão em vigor para os Estados que as ratificarem, na data em que houver sido
depositado o respectivo instrumento de ratificação, por dois terços dos Estados-partes
Estados nesta
Convenção. Quanto aos outros Estados-partes,
Estados partes, entrarão em vigor na data em que eles
depositarem os seus respectivos instrumentos de ratificação.
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Capítulo XI -
DISPOSIÇÕES TRANSITÓRIAS
Seção 1 - Comissão Interamericana de Direitos Humanos
Artigo 79 - Ao entrar em vigor esta Convenção, o Secretário Geral pedirá por
po escrito a cada Estado-
membro da Organização que apresente, dentro de um prazo de noventa dias, seus candidatos a
membro da Comissão Interamericana de Direitos Humanos. O Secretário Geral preparará uma lista
por ordem alfabética dos candidatos apresentados
apresentados e a encaminhará aos Estados-membros
Estados da
Organização, pelo menos trinta dias antes da Assembléia Geral seguinte.
Artigo 80 - A eleição dos membros da Comissão far-se-á
far á dentre os candidatos que figurem na lista
a que se refere o artigo 79, por votação secreta
secreta da Assembléia Geral, e serão declarados eleitos os
candidatos que obtiverem maior número de votos e a maioria absoluta dos votos dos
representantes dos Estados--membros.
membros. Se, para eleger todos os membros da Comissão, for
necessário realizar várias votações,
votações, serão eliminados sucessivamente, na forma que for
determinada pela Assembléia Geral, os candidatos que receberem maior número de votos.
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Direitos Humanos. O Secretário Geral preparará uma lista por ordem alfabética dos candidatos
apresentados e a encaminhará aos Estados-partes
partes pelo menos trinta dias antes da Assembléia
Geral seguinte.
Artigo 82 - A eleição dos juízes da Corte far-se-á
far á dentre os candidatos que figurem na lista a que se
refere o artigo 81, por votação secreta dos Estados-partes,
Estados partes, na Assembléia Geral, e serão
declarados eleitos os candidatos que obtiverem o maior número de votos e a maioria absoluta dos
votos dos representantes dos Estados-partes.
Estados partes. Se, para eleger todos os juízes da Corte, for
necessário realizar várias votações, serão eliminados sucessivamente,
sucessivamente, na forma que for
determinada pelos Estados-partes,
partes, os candidatos que receberem menor número de votos.
____________
Adotada e aberta à assinatura na Conferência Especializada Interamericana sobre Direitos
Humanos, em San José de Costa Rica, em 22.11.1969
22. - ratificada pelo Brasil em 25.09.1992
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Responsabilidade
Serão responsáveis pelo delito de tortura:
a)) os empregados ou funcionários públicos que, atuando
atuando nesse caráter, ordenem sua
execução ou instiguem ou induzam a ela, cometam‑no
cometam no diretamente ou, podendo
impedi‑lo,
lo, não o façam;
b)) as pessoas que, por instigação dos funcionários ou empregados públicos a que se refere
a alínea a,, ordenem sua execução, instiguem ou induzam a ela, cometam‑no
cometam diretamente
ou nele sejam cúmplices.
O fato de haver agido por ordens superiores não eximirá a responsabilidade penal
correspondente.
Não se invocará nem se admitirá como justificativa do delito de tortura a existência
existênci de
circunstâncias tais como o estado de guerra, a ameaça de guerra, o estado de sítio ou de
emergência, a comoção ou conflito interno, a suspensão das garantias constitucionais, a
instabilidade política interna, ou outras emergências ou calamidades públicas.
públi Nem a
periculosidade do detido ou condenado, nem a insegurança do estabelecimento carcerário ou
penitenciário podem justificar a tortura.
Os Estados‑Partes
Partes assegurar‑se‑ão
assegurar ão de que todos os atos de tortura e as tentativas de
praticar atos dessa natureza sejam considerados delitos em seu direito penal, estabelecendo
penas severas para sua punição, que levem em conta sua gravidade.
Medidas protetivas preventivas
prev
Os Estados‑Partes
Partes tomarão medidas para que, no treinamento de agentes de polícia e de
outros funcionários públicos responsáveis pela custódia de pessoas privadas de liberdade,
provisória ou definitivamente, e nos interrogatórios, detenções ou prisões,
prisões, se ressalte de maneira
especial a proibição do emprego da tortura. Tomarão também medidas semelhantes para evitar
outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes.
Os Estados‑Partes
Partes assegurarão a qualquer pessoa que denunciar haver sido submetida
sub a
tortura, no âmbito de sua jurisdição, o direito de que o caso seja examinado de maneira imparcial.
Quando houver denúncia ou razão fundada para supor que haja sido cometido ato de
tortura no âmbito de sua jurisdição, os Estados‑Partes
Estados Partes garantirão que
q suas autoridades
procederão de ofício e imediatamente à realização de uma investigação sobre o caso e iniciarão,
se for cabível, o respectivo processo penal.
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Uma vez esgotado o procedimento jurídico interno do Estado e os recursos que este prevê,
o caso poderá ser submetido a instâncias internacionais, cuja competência tenha sido aceita por
esse Estado.
Os Estados‑Partes
Partes comprometem‑se
comprometem se a estabelecer, em suas legislações nacionais, normas
que garantam compensação adequada para as vítimas do delito de tortura.
Nada do disposto neste artigo afetará o direito de que possa ter a vítima ou outras pessoas
de receber compensação
nsação em virtude da legislação nacional existente.
Nenhuma declaração que se comprove haver sido obtida mediante tortura poderá ser
admitida como prova em um processo, salvo em processo instaurado contra a pessoa ou pessoas
acusadas de havê‑la
la obtido mediante
mediante atos de tortura e unicamente como prova de que, por esse
meio, o acusado obteve tal declaração.
Extradição
Os Estados‑Partes
Partes tomarão as medidas necessárias para conceder a extradição de toda
pessoa acusada de delito de tortura ou condenada por esse delito,
delito, de conformidade com suas
legislações nacionais sobre extradição e suas obrigações internacionais nessa matéria.
Competência e jurisdição
Todo Estado‑Parte
Parte tomará as medidas necessárias para estabelecer sua jurisdição sobre o
delito descrito nesta Convenção,
venção, nos seguintes casos:
a) quando a tortura houver sido cometida no âmbito de sua jurisdição;
b)) quando o suspeito for nacional do Estado‑Parte
Estado de que se trate;
c)) quando a vítima for nacional do Estado‑Parte
Estado Parte de que se trate e este o considerar
apropriado.
Todo Estado‑Parte
Parte tomará também as medidas necessárias para estabelecer sua jurisdição
sobre o delito descrito nesta Convenção, quando o suspeito se encontrar no âmbito de sua
jurisdição e o Estado não o extraditar, de conformidade com o art. 11.
Estaa Convenção não exclui a jurisdição penal exercida de conformidade com o direito
interno.
O delito a que se refere o art. 2o será considerado incluído entre os delitos que são motivo
de extradição em todo tratado de extradição celebrado entre Estados‑Parte
Estados Partes. Os Estados‑Partes
comprometem‑se
se a incluir o delito de tortura como caso de extradição em todo tratado de
extradição que celebrarem entre si no futuro.
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Todo Estado‑Parte
Parte que sujeitar a extradição à existência de um tratado poderá, se receber
de outro Estado‑Parte,
Parte, com o qual não tiver tratado, uma solicitação de extradição, considerar
esta Convenção como a base jurídica necessária para a extradição referente ao delito de tortura. A
extradição estará sujeita às demais condições exigíveis pelo direito do Estado
Estado requerido.
Os Estados‑Partes
Partes que não sujeitarem a extradição à existência de um tratado
reconhecerão esses delitos como casos de extradição entre eles, respeitando as condições
exigidas pelo direito do Estado requerido.
Não se concederá a extradição nem se procederá à devolução da pessoa requerida quando
houver suspeita fundada de que corre perigo sua vida, de que será submetida à tortura,
tratamento cruel, desumano ou degradante, ou de que será julgada por tribunais de exceção ou
ad hoc, no Estado requerente.
querente.
Adesão e reserva
Esta Convenção ficará aberta à adesão de qualquer outro Estado Americano. Os
instrumentos de adesão serão depositados na Secretaria‑Geral
Secretaria Geral da Organização dos Estados
Americanos.
Os Estados‑Partes
Partes poderão formular reservas a esta Convenção no momento de aprová‑la,
aprová
assiná‑la, ratificá‑la
la ou de a ela aderir, contanto que não sejam incompatíveis com o objeto e o
fim da Convenção e versem sobre
obre uma ou mais disposições específicas.
Esta Convenção entrará em vigor no trigésimo dia a partir da data em que tenha sido
depositado o segundo instrumento de ratificação. Para cada Estado que ratificar a Convenção ou a
ela aderir depois de haver sido depositado
depositado o segundo instrumento de ratificação, a Convenção
entrará em vigor no trigésimo dia a partir da data em que esse Estado tenha depositado seu
instrumento de ratificação ou de adesão.
RE A ELIMINAÇÃO DE TODAS
12.16. CONVENÇÃO SOBRE T AS FORMAS DE DISCR
SCRIMINAÇÃO CONTRA A
MULHER
Foi aprovada pela Organização das Nações Unidas em 1979, entretanto, entrou em vigor
somente em 1981. Hoje está presente em 179 países. A Convenção foi aprovada pelo Decreto
Legislativo no 26, de 22-6-1994,
1994, e promulgada pelo Dec. no 4.377, de 13-9--2002.
O art. 372 e segs. da CLT contemplaram tais direitos.
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o efeito ou propósito de impedir ou anular o reconhecimento, gozo ou exercício por parte das
pessoas portadoras de deficiência de seus direitos humanos e suas liberdades fundamentais.
Não constitui discriminação a diferenciação ou preferência
preferência adotada pelo Estado‑Parte
Estado para
promover a integração social ou o desenvolvimento pessoal dos portadores de deficiência, desde
que a diferenciação ou preferência não limite em si mesma o direito à igualdade dessas pessoas e
que elas não sejam obrigadas
gadas a aceitar tal diferenciação ou preferência. Nos casos em que a
legislação interna preveja a declaração de interdição, quando for necessária e apropriada para o
seu bem‑estar,
estar, esta não constituirá discriminação.
Objetivo
Esta Convenção tem por objetivo
objetivo prevenir e eliminar todas as formas de discriminação
contra as pessoas portadoras de deficiência e propiciar a sua plena integração à sociedade.
Para alcançar os objetivos desta Convenção, os Estados‑Partes
Estados Partes comprometem‑se
comprometem a:
1. Tomar as medidas de caráter
caráter legislativo, social, educacional, trabalhista, ou de
qualquer outra natureza, que sejam necessárias para eliminar a discriminação contra as
pessoas portadoras de deficiência e proporcionar a sua plena integração à sociedade, entre
as quais as medidas abaixo
abaixo enumeradas, que não devem ser consideradas exclusivas:
a) medidas das autoridades governamentais e/ou entidades privadas para eliminar
progressivamente a discriminação e promover a integração na prestação ou fornecimento
de bens, serviços, instalações, programas e atividades, tais como o emprego, o transporte,
as comunicações, a habitação, o lazer, a educação, o esporte, o acesso à justiça e aos
serviços policiais e as atividades políticas e de administração;
b) medidas para que os edifícios, os veículos
veículos e as instalações que venham a ser
construídos ou fabricados em seus respectivos territórios facilitem o transporte, a
comunicação e o acesso das pessoas portadoras de deficiência;
c) medidas para eliminar, na medida do possível, os obstáculos arquitetônicos,
arquitetôni de
transporte e comunicações que existam, com a finalidade de facilitar o acesso e uso por
parte das pessoas portadoras de deficiência; e
d) medidas para assegurar que as pessoas encarregadas de aplicar esta Convenção e a
legislação interna sobre esta matéria estejam capacitadas a fazê‑lo.
lo.
2. Trabalhar prioritariamente nas seguintes áreas:
a) prevenção de todas as formas de deficiência preveníveis;
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13. Programa
rograma Nacional de Direitos Humanos (PNDH)
Atualmente, estamos na terceira fase deste programa (PNDH I, PNDH II, PNDH III), cabendo
comentários sobre cada um deles.
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às faixas de pedestres, para não matar um ser humano ou lhe causar acidente; o direito de ser,
pensar, crer, de manifestar‑se
se ou de amar sem tornar‑se
tornar se alvo de humilhação, discriminação ou
perseguição. São aqueles direitos que garantem existência digna a qualquer pessoa.
O entendimento deste princípio é indispensável para que haja uma mutação cultural e, em
consequência, uma mudança
udança nas práticas dos Governos, dos Poderes da República nas suas várias
esferas e, principalmente, da própria sociedade. É justamente quando a sociedade se conscientiza
dos seus direitos e exige que estes sejam respeitados e que se fortalecem a Democracia
Democrac e o Estado
de Direito.
O esforço dos Governos federal, estaduais, municipais, das autoridades judiciárias,
legislativas e da própria sociedade como um todo ainda não foram capazes de diminuir o
desrespeito diário aos direitos humanos no Brasil.
A falta de segurança das pessoas, o aumento da escalada da violência, que a cada dia se
revela mais múltipla e perversa, exigem dos diversos atores sociais e governamentais uma atitude
firme, segura e perseverante no caminho do respeito aos direitos humanos.
O Programa
grama Nacional de Direitos Humanos aponta nessa direção, e está dirigido para o
conjunto dos cidadãos brasileiros. O Programa é uma clara afirmação do Governo Federal com os
compromissos assumidos, pelo Brasil, externamente e com a população na luta contra a violência
em geral.
O Governo Federal, com a iniciativa do Programa Nacional de Direitos Humanos, quer ir
além de um quadro profundamente preocupante, marcado no passado por um Poder Público
deficiente e indiferente ao desrespeito à tranquilidade e segurança
segurança do cidadão comum. A
inconformidade da sociedade brasileira com esta situação é essencial para que este estado
inaceitável de coisas seja afinal superado.
O objetivo do Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH), elaborado pelo Ministério
da Justiça em conjunto com diversas organizações da sociedade civil, é, identificando os principais
obstáculos à promoção e proteção dos direitos humanos no Brasil, eleger prioridades e apresentar
propostas concretas de caráter administrativo, legislativo e político‑cultural
político que busquem
equacionar os mais graves problemas que hoje impossibilitam ou dificultam a sua plena realização.
O PNDH é resultante de um longo e, muitas vezes, penoso processo de democratização da
sociedade e do Estado brasileiro.
A Constituição dee 1988 estabelece a mais precisa e pormenorizada carta de direitos de
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nossa história, que inclui uma vasta identificação de direitos civis, políticos, econômicos, sociais,
culturais, além de um conjunto preciso de garantias constitucionais. A Constituição também impõe
ao Estado brasileiro reger‑se,
se, em suas relações internacionais, pelo princípio da “prevalência dos
Direitos Humanos” (art. 4o, II). Resultado desta nova diretiva constitucional foi a adesão do Brasil,
no início dos anos noventa, aos Pactos Internacionais de Direitos Civis e Políticos,
Polític e de Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais, às Convenções Americana de Direitos Humanos e contra a Tortura
e Outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, que se encontram entre os
mais importantes instrumentos internacionais de proteção
proteção aos direitos humanos. Paralelamente a
esta mudança no quadro normativo, o Governo Federal vem tomando várias iniciativas nas esferas
internacional e interna que visam a promover e proteger os direitos humanos.
Por iniciativa do então Chanceler Fernando
Fernando Henrique Cardoso reuniram‑se,
reuniram no Ministério
das Relações Exteriores, em maio de 1993, representantes do Ministério da Justiça, da
Procuradoria‑Geral
Geral da República, além de parlamentares, e as mais importantes organizações não
governamentais de direitos humanos,
humanos, com a finalidade de elaborar um relatório com diagnóstico
das principais dificuldades do país, de modo a definir a agenda do Brasil para a Conferência
Mundial de Direitos Humanos realizada em Viena em junho de 1993. Após esta conferência,
setores do Estado e diversas entidades de Direitos Humanos foram convocados pelo então
Ministro da Justiça, Maurício Corrêa, com a finalidade de elaborar uma Agenda Nacional de
Direitos Humanos.
Em 7 de setembro último, o Presidente Fernando Henrique Cardoso reiterou
reitero que os
direitos humanos são parte essencial de seu programa de Governo. Para o Presidente, no limiar do
século XXI, a “luta pela liberdade e pela democracia tem um nome específico: chama‑se
chama Direitos
Humanos”. Determinou, então, ao Ministério da Justiça a elaboração de um Programa Nacional de
Direitos Humanos, conforme previsto na Declaração e Programa de Ação de Viena, adotada
consensualmente na Conferência Mundial dos Direitos Humanos, em 25 de junho de 1993, na qual
o Brasil teve uma destacada participação.
participa
O Governo brasileiro, embora considere que a normatização constitucional e a adesão a
tratados internacionais de direitos humanos sejam passos essenciais e decisivos na promoção
destes direitos, está consciente de que a sua efetivação, no dia a dia de cada um, depende da
atuação constante do Estado e da Sociedade. Com este objetivo se elaborou o Programa Nacional
de Direitos Humanos que ora se submete a toda a Nação.
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ou seja, os que ferem mais diretamente a integridade física e o espaço de cidadania de cada um.
O fato de os direitos humanos
humanos em todas as suas três gerações – a dos direitos civis e
políticos, a dos direitos sociais, econômicos e culturais, e a dos direitos coletivos – serem
indivisíveis não implica que, na definição de políticas específicas – dos direitos civis –, o Governo
deixe de contemplar de forma específica cada uma dessas outras dimensões. O Programa, apesar
de inserir‑se
se dentro dos princípios definidos pelo Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos,
contempla um largo elenco de medidas na área de direitos civis que terão consequências decisivas
para a efetiva proteção dos direitos sociais, econômicos e culturais,
culturais, como, por exemplo, a
implementação das convenções internacionais dos direitos das crianças, das mulheres e dos
trabalhadores.
Numa sociedade ainda injusta como é a do Brasil, com graves desigualdades de renda,
promover os direitos humanos tornar‑se‑á
tornar mais
is factível se o equacionamento dos problemas
estruturais – como aqueles provocados pelo desemprego, fome, dificuldades do acesso à terra, à
saúde, à educação, concentração de renda – for objeto de políticas governamentais. Para que a
população, porém, possa
sa assumir que os direitos humanos são direitos de todos, e as entidades da
sociedade civil possam lutar por esses direitos e organizar‑se
organizar se para atuar em parceria com o
Estado, é fundamental que seus direitos civis elementares sejam garantidos e, especialmente, que
a Justiça seja uma instituição garantidora e acessível para qualquer um.
Serão abordados, no Programa, os entraves à cidadania plena, que levam à violação
sistemática dos direitos, visando a proteger o direito à vida e à integridade física; o direito à
liberdade; o direito à igualdade perante à lei.
O Programa contempla, igualmente, iniciativas que fortalecem a atuação das organizações
organi
da sociedade civil, para a criação e consolidação de uma cultura de direitos humanos. Nada
melhor para atingir esse objetivo do que atribuir a essas organizações uma responsabilidade clara
na promoção dos direitos humanos, especialmente nas iniciativas
iniciativas voltadas para a educação e a
formação da cidadania.
Na elaboração do Programa foram realizados, entre novembro de 1995 e março de 1996,
seis seminários regionais – São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Belém, Porto Alegre e Natal, com 334
participantes, pertencentes
ertencentes a 210 entidades. Foram realizadas consultas, por telefone e fax, a um
largo espectro de centros de direitos humanos e personalidades. Foi realizada uma exposição no
Encontro do Movimento Nacional dos Direitos Humanos, em Brasília, no mês de fevereiro
fev de
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Organização das Nações Unidas – ONU) e regional (da Organização dos Estados Americanos – OEA)
de promoção e proteção dos direitos humanos, por meio da continuidade da política
pol de adesão a
pactos e convenções internacionais de direitos humanos e de plena inserção do País no sistema
interamericano. O aumento da cooperação com órgãos internacionais de salvaguarda se
evidenciou no número de relatores especiais das Nações Unidas
Unidas que realizaram visitas ao Brasil
nos últimos anos. Essas visitas resultaram na elaboração de relatórios contendo conclusões e
recomendações de grande utilidade para o aprimoramento de diagnósticos e a identificação de
medidas concretas para a superação de
de problemas relacionados aos direitos humanos no Brasil. Já
visitaram o País os relatores da ONU sobre os temas da venda de crianças, prostituição e
pornografia infantis; da violência contra a mulher; do racismo, discriminação racial, xenofobia e
intolerância
cia correlata; dos direitos humanos e resíduos tóxicos; tortura e, mais recentemente,
sobre o direito à alimentação. No dia 19 de dezembro de 2001, o Presidente da República
anunciou um convite aberto aos relatores temáticos da Comissão de Direitos Humanos das Nações
Unidas para que visitem o Brasil sempre que assim o desejarem. Dando seguimento à cooperação
com os mecanismos temáticos das Nações Unidas, a relatora especial sobre execuções
extrajudiciais, sumárias e arbitrárias estará visitando o País no segundo
segundo semestre de 2002.
Da mesma forma, a cooperação com os órgãos de supervisão da OEA tem ensejado a busca de
soluções amistosas para casos de violação em exame pela Comissão Interamericana de Direitos
Humanos, possibilitando a concessão de reparações e indenizações às vítimas dessas violações ou
a seus familiares, bem como a adoção de medidas administrativas e legislativas para prevenir a
ocorrência de novas violações. A aceitação da jurisdição compulsória da Corte Interamericana de
Direitos Humanos representa,
esenta, ademais, garantia adicional a todos os brasileiros de proteção dos
direitos consagrados na Convenção Americana sobre Direitos Humanos, quando as instâncias
nacionais se mostrarem incapazes de assegurar a realização da justiça. No plano interno, os
resultados da elaboração e implementação do PNDH podem ser medidos pela ampliação do
espaço público de debate sobre questões afetas à proteção e promoção dos direitos humanos, tais
como o combate à exploração sexual de crianças e adolescentes, a reforma dos
do mecanismos de
reinserção social do adolescente em conflito com a lei, a manutenção da idade de imputabilidade
penal, o combate a todas formas de discriminação, a adoção de políticas de ação afirmativa e de
promoção da igualdade e o combate à prática da tortura.
tortura. Os esforços empreendidos no campo da
promoção e proteção dos direitos humanos se pautaram na importância estratégica da
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coordenação entre os três níveis de governo e os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, assim
como da parceria entre órgãos
órgãos governamentais e entidades da sociedade civil.
Ao adotar, em 13 de maio de 1996, o Programa Nacional de Direitos Humanos, o Brasil se
tornou um dos primeiros países do mundo a cumprir recomendação específica da Conferência
Mundial de Direitos Humanos (Viena,
(Viena, 1993), atribuindo ineditamente aos direitos humanos o
status de política pública governamental. Sem abdicar de uma compreensão integral e
indissociável dos direitos humanos, o programa original conferiu maior ênfase à garantia de
proteção dos direitos civis. O processo de revisão do PNDH constitui um novo marco na promoção
e proteção dos direitos humanos no País, ao elevar os direitos econômicos, sociais e culturais ao
mesmo patamar de importância dos direitos civis e políticos, atendendo a reivindicação
reivindicaç formulada
pela sociedade civil por ocasião da IV Conferência Nacional de Direitos Humanos, realizada em 13
e 14 de maio de 1999 na Câmara dos Deputados, em Brasília.
A atualização do Programa Nacional oferece ao governo e à sociedade brasileira a
oportunidade
nidade de fazer um balanço dos progressos alcançados desde 1996, das propostas de ação
que se tornaram programas governamentais e dos problemas identificados na implementação do
PNDH. A inclusão dos direitos econômicos, sociais e culturais, de forma consentânea
consen com a noção
de indivisibilidade e interdependência de todos os direitos humanos expressa na Declaração e
Programa de Ação de Viena (1993), orientou‑se
orientou se pelos parâmetros definidos na Constituição
Federal de 1988, inspirando‑se
se também no Pacto Internacional sobre Direitos Econômicos, Sociais
e Culturais de 1966 e no Protocolo de São Salvador em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e
Culturais, ratificados
cados pelo Brasil em 1992 e 1996, respectivamente.
O PNDH II incorpora ações específicas no campo da garantia do direito à educação, à saúde, à
previdência e assistência social, ao trabalho, à moradia, a um meio ambiente saudável, à
alimentação, à cultura e ao lazer, assim como propostas voltadas para a educação e sensibilização
de toda a sociedade brasileira com vistas à construção e consolidação de uma cultura de respeito
aos direitos humanos. Atendendo a anseios da sociedade civil, foram estabelecidas novas
no formas
de acompanhamento e monitoramento das ações contempladas no Programa Nacional, baseadas
na relação estratégica entre a implementação do programa e a elaboração dos orçamentos em
nível federal, estadual e municipal. O PNDH II deixa de circunscrever
circunscrever as ações propostas a
objetivos de curto, médio e longo prazo, e passa a ser implementado por meio de planos de ação
anuais, os quais definirão as medidas a serem adotadas, os recursos orçamentários destinados a
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financiá‑las
las e os órgãos responsáveis por sua execução.
O PNDH II será implementado, a partir de 2002, com os recursos orçamentários previstos no
atual Plano Plurianual (PPA 2000-2003)
2000 2003) e na lei orçamentária anual. Embora a revisão do
Programa Nacional esteja sendo apresentada à sociedade brasileira a pouco mais de um ano da
posse do novo governo, os compromissos expressos no texto quanto à promoção e proteção dos
direitos humanos transcendem a atual administração e se projetam no tempo,
independentemente da orientação
orientação política das futuras gestões. Nesse sentido, o PNDH II deverá
influenciar a discussão, no transcurso de 2003, do Plano Plurianual 2004-2007.
2004 O Programa
Nacional servirá também de parâmetro e orientação para a definição dos programas sociais a
serem desenvolvidos
envolvidos no País até 2007, ano em que se procederia a nova revisão do PNDH.
As propostas de atualização foram discutidas em seminários regionais, com ampla participação
de órgãos governamentais e de entidades da sociedade civil e, posteriormente, registradas
registr e
consolidadas pelo Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo – NEV/USP. Após
esforço de sistematização, aglutinação e consulta aos Ministérios e órgãos da área social, sob a
coordenação da Casa Civil da Presidência da República, chegou‑se
che se a texto com 500 propostas,
consideradas todas as categorias de direitos. A Secretaria de Estado dos Direitos Humanos realizou
ainda, no período de 19 de dezembro de 2001 a 15 de março de 2002, consulta pública através da
internet, dela resultando, após
pós correções e ajustes finais, o texto do PNDH II com 518 propostas de
ações governamentais, que ora se encaminha à publicação no Diário Oficial da União.
Prefácio do Presidente
A implementação das diretrizes do Programa Nacional de Direitos Humanos, ao longo
l dos
últimos seis anos, abriu novas perspectivas de transformação no modo como a sociedade brasileira
enfrenta o seu cotidiano, em sua busca constante por justiça e por melhores condições de vida.
Fortaleceram‑se
se as garantias de que dispõem os brasileiros contra o arbítrio do Estado, a prática da
violência, o desrespeito dos direitos fundamentais.
Sabemos que a promoção e a proteção dos direitos humanos é tarefa que cabe a todos nós:
cidadãos e autoridades. Temos
os aprofundado nossa participação nos instrumentos internacionais
de proteção dos direitos humanos, inclusive mediante o reconhecimento da competência de
órgãos dos sistemas internacionais de proteção, que proporcionam uma garantia adicional de
respeito aoss direitos humanos.
Reconhecemos que o racismo ainda é um problema a ser enfrentado e que, nessa matéria,
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assim como em tudo que diz respeito à garantia de direitos humanos, é fundamental o
engajamento de toda a sociedade brasileira, dos empresários e de todos
todos aqueles que têm a
possibilidade de estimular a diversidade nos ambientes de trabalho, de promover políticas de
promoção de igualdade e inclusão, procurando assegurar oportunidades mais equitativas aos que,
historicamente, são vítimas de discriminação.
Inserimos, na pauta das políticas públicas, questões que até pouco tempo atrás eram
consideradas tabus ou não recebiam a devida atenção, como a dos direitos dos homossexuais, a
situação dos ciganos, a prática da tortura, a questão da violência intrafamiliar,
intrafamili a necessidade de
fortalecermos o combate ao trabalho infantil e ao trabalho forçado e a luta pela inclusão das
pessoas portadoras de deficiência.
Inauguramos uma nova era no campo das políticas sociais. Deixamos para trás as políticas de
cunho assistencialista.
cialista. Estamos construindo uma autêntica rede de proteção social,
implementando programas que possibilitam a transferência direta de renda aos mais pobres,
garantindo‑lhes
lhes as condições de acesso aos bens e serviços. A atualização do Programa Nacional
de Direitos Humanos traz avanços importantes relativos ao direito à educação, à saúde, ao
trabalho, à moradia, à cultura e ao lazer.
Ao mesmo tempo em que se realiza um balanço
balanço sobre os resultados já obtidos, sobre as
dificuldades que têm impedido avanços ainda maiores, incorpora‑se
incorpora se no programa a questão dos
direitos econômicos, sociais e culturais, em conformidade com a concepção moderna de direitos
humanos, segundo a qual esses são direitos universais, indivisíveis e interdependentes.
Essa atualização nos permite, além disso, lançar as bases daquelas que serão as próximas
conquistas, as próximas transformações, definidas em conjunto pelo Governo e pela sociedade, no
mesmo espírito que marcou a elaboração do Programa em 1996.
O novo Programa Nacional dos Direitos Humanos oferece um mapa das rotas que deveremos
trilhar, nos próximos anos – mediante
nte ações do Governo e da sociedade –, para avançar, com
impulso ainda maior, no projeto de construção de um Brasil mais justo.
Propostas de ações governamentais
1. Propostas Gerais
2. Garantia do Direito à Vida
3. Garantia do Direito à Justiça
4. Garantia do Direito à Liberdade
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Institui a Prévia mediação para o caso de invasões de terras, o que acabou tentando limitar
o acesso ao Judiciário
Proibiu a divulgação de símbolos religiosos
Criou o marco legal para regulamentar os meios de comunicação
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Iniciou estudo para criação de imposto sobre grandes fortunas (afastaria investidores)
Tratou do aborto como preocupação de saúde pública
14. Comissão
omissão Nacional da Verdade
Composição: “A
A Comissão Nacional da Verdade, composta de forma pluralista, será
integrada por 7 (sete) membros, designados pelo Presidente da República, dentre
brasileiros, de reconhecida idoneidade e conduta ética, identificados
identificados com a defesa da
democracia e da institucionalidade constitucional, bem como com o respeito aos direitos
humanos”.
Objetivos específicos:
I - esclarecer os fatos e as circunstâncias dos casos de graves violações de direitos humanos
mencionados no caput do art. 1o;
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Poderes
I - receber testemunhos, informações, dados e documentos que lhe forem encaminhados
voluntariamente, assegurada a não identificação do detentor ou depoente, quando
solicitada;
II - requisitar informações, dados e documentos de órgãos e entidades do poder público,
ainda que classificados em qualquer grau de sigilo;
III - convocar, para entrevistas ou testemunho, pessoas que possam guardar qualquer
relação com os fatos e circunstâncias examinados;
IV - determinar a realização de perícias e diligências para coleta ou recuperação de
informações, documentos e dados;
V - promover audiências públicas;
VI - requisitar proteção aos órgãos públicos para qualquer pessoa
pessoa que se encontre em
situação de ameaça em razão de sua colaboração com a Comissão Nacional da Verdade;
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Comissão “As
Natureza da Comissão: As atividades da Comissão Nacional da Verdade não terão caráter
jurisdicional ou persecutório”.
persecutório
Dever de colaboração e dispensa: “ÉÉ dever dos servidores públicos e dos militares
colaborar com a Comissão Nacional da Verdade”; “A
A designação de servidor público federal
da administração direta ou indireta ou de militar das Forças Armadas implicará a dispensa
das suas atribuições do cargo”.
cargo
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43
Como antecedente longínquo, é citado primeiro tribunal internacional
internacional de 1474, para julgar, na Alemanha, Peter von
Hagenbach, por permitir o estupro, o assassinato e o saque das propriedades civis. Como antecedente direto do
Tribunal Penal Internacional, é bastante citada a proposta formal apresentada por Gustavo Moynier, Moy um dos
fundadores da Cruz Vermelha, na Conferência de 1872, para julgar crimes de guerra, cuja repercussão foi pequena,
vindo mesmo a ser difundida apenas no Século XX. Por isso, foi mesmo depois da 1ª Guerra Mundial é que surgiram
iniciativas de levar
ar indivíduos à justiça internacional, incluindo altos funcionários dos Estados, uma vez que, após o
Tratado de Versalhes, que pôs fim à 1ª Guerra Mundial, houve intensa pressão social para punição dos responsáveis
pelas inúmeras violações de direitos humanos
humanos no período. Neste Tratado, assinado em Versalhes em 28.06.1919, foi
previsto, em seu art. 227, a criação de um tribunal penal internacional “ad hoc” para julgar Kaiser Wilhelm II por ter
iniciado a guerra e ferir a Convenção de Genebra de 1864, mas não se efetivou por conta da fuga deste para a
Holanda, que se negou a entregá-lo. lo. O mesmo ocorreu com o Tratado de Sèvres, cuja Comissão, em 1919, defendeu a
criação de um tribunal superior, em especial diante do massacre de 600.000 armênios na Turquia, mas os EUA se
opuseram, devido a inexistência de lei internacional prevendo os crimes e a violação da soberania, não sendo
ratificado, inclusive, pela Turquia, fracassando finalmente com o Tratado de Lausanne, de 1927, que concedeu anistia
geral aos oficiais turcos.
urcos. Neste período pós 1ª Guerra Mundial, foi criada a Convenção contra o Terrorismo pela Liga
das Nações, em 1937, com previsão, em seu Estatuto, de criação de um Tribunal Criminal Internacional, que
novamente naufragou porque apenas a Índia ratificou a Convenção (Flávia Piovesan, Temas de Direitos Humanos, 5ª
edição, Saraiva, 2012, pp. 221/222; Pablo R. Alflen da Silva, Tribunal Penal Internacional: Aspectos fundamentais e o
novo Código Penal Internacional alemão. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, Editor, 2004. cap. I. p.17-18;
p.17 Antônio
Cassese, “De Nuremberg a Roma: dos Tribunais Militares Internacionais ao Tribunal Penal Internacional”; em O Direito
Penal no Estatuto de Roma: Leituras sobre os Fundamentos e a Aplicabilidade do Tribunal Penal Internacional,
Internaci de Salo
de Carvalho (organizador), RJ, Ed. Lumen Juris, 2005. cap. I. p. 03).
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Refugiados espalhados pelo mundo: na Jordânia: 280 mil refugiados (10 campos),
campos) na Síria: 112 mil
refugiados (10 campos,, atualmente em Guerra Civil);
Civil no Líbano:
íbano: 210 mil refugiados (12 campos);
campos)
na Cisjordânia: 181 mil refugiados (19 campos),
campos) na Faixa de Gaza: 417 mil refugiados (8 campos,
campos
sendo que somente em Campo de Camp Beach,
Beach com 1 Km2,, são mais de 80 mil refugiados. Na
África, ainda campeia guerras, genocídios e ditadores locais, todos protegidos
protegid pela soberania.
A criação do Tribunal Penal Internacional, portanto, foi impulsionada por dois motivos
básicos:
a) evitar julgamentos realizados por tribunais de exceção (sem imparcialidade, que se
transformavam em verdadeiras “vinganças dos vencedores”),
vencedores”), como ocorrido pelo Tribunal de
Nuremberg em 1945, Tribunal de Tóquio, de 194644, e os Tribunais da Ex-Iugoslávia, de 1993 e de
Ruanda, de 199445;
b) necessidade de se fazer justiça diante de crimes bárbaros contra a humanidade,
cometidos sob os auspícioss da soberania e com impunidade, em especial pelos horrores cometidos
na 2ª Guerra Mundial.
44
Com o término da 2ª Guerra Mundial, a opinião pública tomou ciência das atrocidades cometidas pelo Japão, na
China, e pela Alemanha, contra judeus, ciganos, negros e outras
outras minorias, criando, assim, um clima favorável ao
julgamento dos responsáveis. Por isso houve criação dos Tribunais Militares Internacionais de Nuremberg e Tóquio. O
Tribunal de Nuremberg julgou o destino dos principais dirigentes do partido nazista, e foi fo subscrito pelas grandes
potências mundiais da época (Aliados e mais a França), além de outros 19 Estados. O Estatuto do Tribunal de
Nuremberg, aprovado em 06.08.1945, previu uma Corte quadripartite, uma vez que cada país aliado deveria enviar
um juiz titular
ular e um suplente, com presidência rotativa entre eles. a Acusação foi feita pelo Ministério Público e a
defesa se deu por algumas personalidades do Direito na Alemanha. O Tribunal de Tóquio foi previsto já na Declaração
do Cairo, em 1º de janeiro de 1943,, no decorrer da Guerra, pelos representantes dos EUA, Grã-Bretanha
Grã e China, com
intenção de revidar as agressões japonesas e punir os criminosos, em especial contra as crueldades contra os
prisioneiros. Com a rendição do Japão em 02.09.1945, foram estipulados
estipulados procedimentos, o tratamento e a detenção
de suspeitos, com recomendação da ONU para criação do Tribunal, que ocorreu em 19.01.1946, com estatuto
semelhante ao Tribunal de Nuremberg, com julgamentos que duraram mais de 03 anos, envoltos em grandes
polêmicas
micas no sentido de sua parcialidade, vingança dos vencedores e retaliação ao ataque japonês em Pearl Harbor (o
Tribunal de Nuremberg não condenou soltados americanos e ingleses por crimes de guerra, mesmo diante de provas
semelhantes contra os alemães, além ém de desconsiderar o bombardeio atômico dos EUA em Hiroshima e Nagasaki).
Apesar de todas as polêmicas, estes Tribunais abandonaram a doutrina da imunidade dos atos estatais e a doutrina da
“responsabilidade superior (“respondeat superior”), no sentido de que não poderia haver responsabilidade porque as
ordens superiores deveriam ser seguidas rigidamente, encerrando-se,
encerrando se, assim, a fase de total impunidade de
governantes criminosos. Nesse sentido: José Cretella Neto, Curso de Direito Internacional Penal. RS, Ed. Unijuí, 2008.
p. 114-115.
45
No início da década de 1990, o Conselho de Segurança da ONU deliberou, com voto favorável do Brasil, pela criação
de outros dois Tribunais Internacionais: da Ex-Iugoslávia
Ex Iugoslávia (Resolução da ONU n. 827, de 25.05.1993), instalado na
Holanda, para julgar as atrocidades praticadas em seu território, e de Ruanda (Resolução da ONU n. 955, de
09.11.1994), instalado na Tanzânia, para julgar os graves crimes cometido naquele país e países vizinhos.
Diferentemente dos Tribunais de Nuremberg
Nuremberg e Tóquio, nitidamente criados sob forte influência dos “vencedores” da
Guerra, os Tribunais da Ex-Iugoslávia
Iugoslávia e Ruanda não tiveram esta marca, porque criados no âmbito da ONU em período
bastante longe da 2ª Guerra Mundial e ainda houve criação de uma Câmara
Câmara de Apelação, em um processo mais justo
e imparcial, muito embora com ferimento ao princípio do juiz natural porque criados após os fatos.
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Sua criação surgiu após aprovação do Estatuto de Roma, em 17 de julho de 1998, por 120
votos favoráveis, 07 votos contrários (China, EUA, Filipinas, Índia, Israel,
Israel, Sri Lanka e Turquia) e 21
abstenções, entrando em vigor em 1º de julho de 2001,
2001, com participação do Brasil nas
negociações46. O Estatuto foi aprovado no Brasil pelo Decreto Legislativo 112, de 06 de junho de
2002, e promulgado pelo Decreto Presidencial 4.388,
4.388, de 25 de setembro de 2002. Como foi visto,
a intenção do poder constituinte brasileiro é claro em sua aceitação, tanto do originário, porque
no art. 7º do ADCT enfatizou que o Brasil deveria propugnar pela formação de um tribunal
internacional dos direitos
eitos humanos, quanto o reformador, porque a EC 45/04 incluiu o §4º ao art.
5º, submetendo o Brasil à jurisdição do TPI.
TPI
Tem sede em Haia, Holanda, mas poderá funcionar em outro local sempre que entender
conveniente. Seus
eus principais pontos podem assim ser resumidos:
Órgãos internos:
internos
O TPI tem em sua composição 04 órgãos internos:
→ Presidência,, integrada por três juízes,
juízes, que faz a administração e gestão do TPI;
TPI
→ Câmaras,, dividas em Câmara de Questões Preliminares (admissibilidade dos
processos), Câmara de 1ª Instância (julgamento) e Câmara de 2ª Instância
(apreciação dos recursos)
→ Promotoria,, órgão autônomo, competente para receber as denúncias, examiná-las,
examiná
investigá-las
las e propor ação penal junto ao Tribunal;
→ Secretaria,, para questões administrativas internas.
inter
Juízes:
Tem
em 18 juízes, escolhidos pela Assembleia Geral da ONU, para representação dos
principais sistemas judiciais do mundo. Eles devem possuir os seguintes requisitos: a) Pessoas com
elevada consideração moral, imparcialidade e integridade;
integridade b) Domínio
ínio de uma das línguas oficiais
da Corte (inglês, francês, espanhol, russo e árabe);
árabe) c) Reconhecida competência em Direito Penal e
46
O Brasil foi visto como um like minded country,
country, porque atuou, junto com os demais países propensos a aceitar o
Tribunal,
ribunal, aceitando a jurisdição automática do TPI sobre crimes de genocídio, crimes de guerra e contra a
humanidade, a eliminação do veto do Conselho de Segurança e ainda a presença de um promotor independente e
afastamento das reservas. Como se verá, o TPI
TPI não foi criado com competência para julgar os fatos passados.
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Processual Penal; d) Experiência como juiz, promotor ou advogado (ou competência em direito
internacional humanitário).47 O mandato é de 09 anos
Promotoria
É de escolha da Assembleia Geral, para mandato de 09 anos, devendo possuir alta
idoneidade, experiência na persecução penal e domínio de uma das línguas citadas.
citadas O início do
processo se dá por representação à Promotoria, por meio dos Estados-partes
partes ou do Conselho de
Segurança da ONU, ou ainda de ofício pela própria Promotoria, após analisar denúncias e colher
provas.
Jurisdição
A jurisdição do TPI se dá sobre nacionais
nacionais que se encontrem no território dos países
que ratificaram
m o Estatuto de Roma (ou nos navios e aviões das bandeiras dos respectivos países),
países)
desde que maiores de 18 anos.
anos O julgamento não pode ser à revelia e restringe
estringe-se ao julgamento
dos chamados “crimes de lesa humanidade”:
a) Genocídio48: intenção de destruir
destruir grupo nacional, étnico, racial ou religioso;
religioso
b) Contra a Humanidade:
Humanidade: ataque generalizado ou sistemático contra população
civil,, como homicídios, extermínios, escravidão, tortura, agressão sexual, prostituição e gravidez
forçadas, desaparecimento forçado de pessoas, apartheid;
c) Crimes de Guerra:
Guerra: violação da Convenção de Genebra de 1949,
1949 em especial
quando cometidos como parte integrante de um planto ou de uma política ou como parte de uma
prática em larga escala desse tipo de crimes (guerra sem quartel;; morte
m ou ferimento dos
adversários rendidos; uso
so de armas ou métodos que causem danos supérfluos ou sofrimentos
desnecessários; uso
so de gases asfixiantes ou armas tóxicas;
tóxicas emprego
mprego de escudos humanos;
humanos morte
47
Entre 2003 e 2010, juíza brasileira Sylvia Steiner atuou no TPI.
48
“No que toca ao crime de genocídio, o Estatuto acolheu a mesma definição estipulada pelo artigo 2º da Convenção
para a Prevenção
enção e Repressão do Genocídio adotada pelas Nações Unidas em 09 de dezembro de 1948, e ratificada
pelo Brasil em 4 de setembro de 1951. Costumava-se
Costumava se diferenciar o crime de genocídio dos crimes contra a
humanidade, pois estes últimos estavam restritos aos períodos de guerra. Com a ampliação do conceito de crimes
contra a humanidade também para períodos de paz, o crime de genocídio passou a ser considerado a mais grave
espécie de crime contra a humanidade. O fator distintivo do crie de genocídio perante outros
outr crimes é encontrado em
seu dolo específico, concernente ao ‘intuito de destruir, total ou parcialmente, um grupo nacional, étnico, racial ou
religioso. A destruição pode ser física ou cultural” (Piovesan, cit., p. 227). Perceba, por exemplo, que se determinada
dete
pessoa cometer assassinato contra todos os índios restantes de determinada etnia, para extinção da mesma, estará
cometendo o genocídio (neste sentido, lembre-se
lembre se que em Goiás, no Município de Minaçu, seis remanescentes índios
da etnia Avá-Canoeiro persistem
ersistem reunidos em determinado local).
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Penas aplicáveis
As penas aplicáveis são de reclusão, de até 30 anos, prisão perpétua e confisco de
bens
Princípios fundamentais
a) Princípio da complementariedade:
complementarie : o TPI atua quando o Estado-Parte
Estado não inicia o
processo ou não tem condições de julgar e investigar com isenção,, ou ainda quando a pessoa já foi
julgada49 (neste caso, pode ser feita comparação com a subsidiariedade para fins de deslocamento
de competência
ncia para a Justiça Federal dos crimes com violação de direitos humanos, do art.109,
V-A e seu §5º, da CF/88).. Por isso, existe a regra da publicidade, porque o TPI deve notificar o
Estado-Parte
arte que tem jurisdição sobre o acusado, sempre que iniciar as investigações,
inv para que se
manifeste sobre o exercício da sua jurisdição,
jurisdição, podendo este Estado impugnar, por uma única vez e
na primeira oportunidade que tiver, a jurisdição do TPI;
TPI
b) Princípio da universalidade:
universalidade Estados-partes
partes não podem subtrair a jurisdição do
TPI, ou parte dela;
c) Princípio da responsabilidade penal individual:
individual Indivíduos é que respondem (a
responsabilização dos Estados pode ocorrer no Tribunal Internacional de Justiça);
d) Princípio da irrelevância da função oficial:
oficial possibilidade
ossibilidade de punição
puni a Chefes de
Estado ou de Governo, Ministro, Parlamentares e qualquer autoridade;
autoridade
49
Como se viu, para o julgamento pela Corte Interamericana, dos Estados-Partes
Estados Partes da Convenção Americana, é preciso
o exaurimento dos recursos internos. Para o julgamento do TPI, não há esta exigência, não podendo o princípio
pr da
complementaridade ser confundido com esta situação.
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Principais polêmicas
micas
As principais polêmicas jurídicas do TPI envolvem a incompatibilidade de algumas
normas com a Constituição de 1988:
1988
a) prisão perpétua.
perpétua O art. 77, 1, “b” do Estatuto de Roma, prevê que: “Sem
“ prejuízo
do disposto no artigo 110, o Tribunal pode impor à pessoa condenada por um dos crimes previstos
no artigo 5o do presente Estatuto uma das seguintes penas: b) Pena de prisão perpétua, se o
elevado grau de ilicitude do fato e as condições pessoais do condenado o justificarem”.
justificarem” A
Constituição brasileira de 1988, no art. 5º, XLVII, “b”, prevê que “não
não haverá penas: de caráter
perpétuo”.. Desta forma, a primeira incongruência contra o Estatuto de Roma seria esta
incompatibilidade com a Lei Fundamental brasileira;
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b) imprescritibilidade.
imprescritibilidade O artigo 29 do Estatuto
o de Roma diz que “Os crimes da
competência do Tribunal não prescrevem”.
prescrevem”. O art. 5º, XLII e XLIV diz que: “a prática do racismo
constitui crime inafiançável e imprescritível, sujeito à pena de reclusão, nos termos da lei”;
“constitui crime inafiançável e imprescritível
imprescritível a ação de grupos armados, civis ou militares, contra a
ordem constitucional e o Estado Democrático”.
Democrático . Portanto, não haveria como o Estatuto de Roma
impor a imprescritibilidade;
d) entrega.. O art.
a 58, 5, do Estatuto, prevê que “Com
Com base no mandado de
detenção, o Tribunal poderá solicitar a prisão preventiva ou a detenção e entrega da pessoa em
conformidade com o disposto na Parte IX do presente Estatuto”.
Estat O art. 59, 1,
1 ratifica: “O Estado
Parte que receber um pedido de prisão preventiva ou de detenção e entrega, adotará
imediatamente as medidas necessárias para proceder à detenção, em conformidade com o
respectivo direito interno e com o disposto na Parte
P IX”.. Finalmente, o art.
a 89, 1: “O Tribunal
poderá dirigir um pedido de detenção e entrega de uma pessoa, instruído com os documentos
comprovativos referidos no artigo 91, a qualquer Estado em cujo território essa pessoa se possa
encontrar, e solicitar a cooperação desse Estado na detenção e entrega da pessoa em causa. Os
Estados Partes darão satisfação aos pedidos de detenção e de entrega em conformidade com o
presente Capítulo e com os procedimentos previstos nos respectivos direitos internos”.
internos No entanto,
a CF/88, no art. 5º, LI, diz que “nenhum
nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso
de crime comum, praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico
ilícito de entorpecentes e drogas afins, na forma da lei”.
lei Assim, como um brasileiro poderia ser
entregue ao TPI, se há proibição de extradição?
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acontece no mundo pudesse ser aceita, especialmente para fins de proteção dos direitos
humanos;
F/88 expressamente protege a dignidade humana (art.1º, III), e esta vontade
e) a CF/88
constitucional vem ao encontro das previsões do Estatuto de Roma, todo ele construído com base
na proteção e prevenção de riscos à dignidade humana;
f)) necessário fazer uma interpretação
in retação sistemática do art. 5º,
5º que prevê regras sobre
prescrição,, extradição, tipicidade e prisão perpétua, com o art. 5º, §4º e com art. 7º, ADCT,
ponderando-se
se os valores em jogo;
jogo
g) o Estatuto de Roma não impõe aos Estados-Partes
Estados Partes que adotem, internamente,
internamen a
prisão perpétua, a imprescritibilidade dos crimes ou outro tema de direito material incompatível
com as constituições respectivas;
respectivas
h) o ER prevê os princípios do nullum crimen sine lege, nulla poena sine lege e da
e seus arts. 22-151 e 2352, razão porque não cabe alegar que há
não retroatividade personae,, em
ferimento ao princípio constitucional brasileiro da tipicidade penal, ou da reserva legal,
legal e ainda
prevê os chamados “elementos constitutivos dos crimes”,, circunstâncias que auxiliam na
interpretação e aplicação dos crimes;
crimes
51
Art. 22-1: “Nullum
Nullum crimen sine lege:
lege: Nenhuma pessoa será considerada criminalmente responsável, nos termos do
presente Estatuto, a menos que a sua conduta constitua, no momento em que tiver lugar, um crime da competência
do Tribunal.”
52
Artigo 23: “Nulla poena sine lege:: Qualquer pessoa condenada pelo Tribunal só poderá ser punida em conformidade
com as disposições do presente Estatuto”.
Estat
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c) a interpretação
nterpretação deve ser favorável aos direitos individuais,
individuais e a submissão de
nacionais ao TPI é francamente desfavorável;
d) ass proibições do art. 5º faz parte dos “limites dos limites”,
limites” de modo que são
núcleos essenciais que não podem ser feridos nem mesmo por tratados internacionais;
e) o art. 5º, da CF/88, se insere nas cláusulas pétreas, imune até mesmo ao poder
constituinte reformador, quanto mais ao legislador supralegal;
f) na França e na Bélgica, houve declaração de inconstitucionalidade de estatutos
internacionais aprovados antes das reformas constitucionais, daí porque ocorreram reformas
constitucionais na França, na Alemanha, em Portugal e em Luxemburgo
Luxemburgo justamente para se
adaptar ao TPI, o que não ocorreu no Brasil;
É possível afirmar que, a par dos argumentos contrários, a maioria doutrinária
entende constitucional e legítimo os termos do Estatuto de Roma, não só pelos argumentos
acima, mas especialmente
ecialmente porque ele representou e representa um fator primordial para o
desenvolvimento da justiça penal universal. Está claro que, depois da sua criação, a preocupação
com os direitos humanos aumentou e os próprios ditadores, antes totalmente imunes à
responsabilidade
esponsabilidade penal, já se incomodam com a presença do Tribunal Penal Internacional.
Ademais, o ritmo de sua implantação não pode sofrer solução de continuidade, porque em todas
as constituições modernas, há uma preocupação com os direitos fundamentais das
d pessoas,
controle do poder estatal, adaptação à justiça penal universal e mecanismos de punição de crimes
contra a humanidade.
Questões de concurso
13) Prova: TRF - 4ª REGIÃO - 2010 - TRF - 4ª REGIÃO - Juiz Federal
Dadas as assertivas abaixo,
baixo, assinale a alternativa correta.
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I. O Tribunal Penal Internacional, com sede em Haia, criado pelo Estatuto de Roma, tem
competência para os crimes mais graves que afetam a comunidade internacional no seu conjunto
e abrange os crimes de genocídio, os
os crimes contra a humanidade, os crimes de guerra, os crimes
de agressão e os crimes de tráfico internacional de drogas que afetem mais de 2 (dois) países.
II. Para a competência do Tribunal Penal Internacional, é considerado como crime de “genocídio”,
qualquer
alquer ato praticado com a intenção de destruir, no todo ou em parte, um grupo religioso
enquanto tal, por meio de transferência à força de crianças do grupo para outro grupo.
III. São consideradas línguas oficiais do Tribunal Penal Internacional somente o inglês e o francês.
IV. São consideradas como línguas de trabalho do Tribunal Penal Internacional o árabe, o chinês, o
espanhol e o russo, sendo que o regulamento processual pode também definir os casos em que
outras línguas oficiais podem ser usadas como
co língua de trabalho.
V. O Tribunal Penal Internacional poderá funcionar em outro local sempre que entender
conveniente.
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d) O Tribunal Penal Internacional possui ampla competência ratione materiae (em razão da
matéria) para os crimes que afetam a comunidade internacional em seu conjunto
e) Não respondida
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