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Direito Financeiro

CONCEITO
OBJETO
COMPETÊNCIA LEGISLATIVA CONCORRENTE
LEIS DELEGADAS E MEDIDAS PROVISÓRIAS
NORMAS GERAIS DE DIREITO FINANCEIRO
RECEITAS PÚBLICAS
Noções Gerais
Conceito
CLASSIFICAÇÃO
Quanto à periodicidade
Ordinária
Extraordinária
Quanto ao modo de atuação do Estado
Originária
Derivadas
Quanto ao motivo
Correntes
Capital
Quanto à natureza
Orçamentária
Extra-orçamentária
Observações
ESTÁGIOS E REGIME CONTÁBIL DA RECEITA
A RECEITA PÚBLICA E A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
a) Obrigatoriedade de instituição
b) previsões de receitas elaboradas com critérios
técnicos
c) Renúncias de Receitas
d) Observações

Concurso não se faz para passar, mas até passar. Porrada na preguiça! A fila anda e a catraca seleciona. É nóis, playboy!!!
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Segundo Valdecir Pascoal, o Direito Financeiro é a disciplina jurídica da atividade financeira do


Estado.
CONCEITO
De todos os conceitos de Direito Financeiro, extrai-se o seguinte núcleo: normas jurídicas de
direito positivo que regulam a atividade financeira do Estado.2
Kiyoshi Harada: “é a atividade financeira do Estado que se desdobra em receita, despesa,
orçamento e crédito público. Desta forma, seria o mesmo objeto da Ciência das Finanças, sendo que
OBJETO esta estuda esta atividade sob o ponto de vista especulativo, e o Direito Financeiro disciplina
normativamente a atividade financeira do Estado, compreendendo todos os aspectos em que se
desdobra”.3
COMPETÊNCIA
Compete à União, aos Estados e ao DF legislares concorrentemente sobre Direito Financeiro
LEGISLATIVA
(CF, art. 24, I).
CONCORRENTE

CAPÍTULO II VII - compatibilização das funções das instituições


DAS FINANÇAS PÚBLICAS oficiais de crédito da União, resguardadas as
Seção I características e condições operacionais plenas das
NORMAS GERAIS voltadas ao desenvolvimento regional.

Art. 163. Lei complementar disporá sobre: Art. 164. A competência da União para emitir moeda
será exercida exclusivamente pelo banco central.
I - finanças públicas;
§ 1º É vedado ao banco central conceder, direta ou
II - dívida pública externa e interna, incluída a das indiretamente, empréstimos ao Tesouro Nacional e a
autarquias, fundações e demais entidades controladas qualquer órgão ou entidade que não seja instituição
pelo Poder Público; financeira.

III - concessão de garantias pelas entidades públicas; § 2º O banco central poderá comprar e vender títulos
de emissão do Tesouro Nacional, com o objetivo de
IV - emissão e resgate de títulos da dívida pública; regular a oferta de moeda ou a taxa de juros.
V - fiscalização financeira da administração pública § 3º As disponibilidades de caixa da União serão
direta e indireta; (Redação dada pela Emenda Constitucional depositadas no banco central; as dos Estados, do Distrito
nº 40, de 2003) Federal, dos Municípios e dos órgãos ou entidades do
Poder Público e das empresas por ele controladas, em
VI - operações de câmbio realizadas por órgãos e
instituições financeiras oficiais, ressalvados os casos
entidades da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios; previstos em lei.

1
Principais obras consultadas: Resumos dos Grupos do 25º e 26º CPR. Valdecir Pascoal. Direito Financeiro e Controle Externo. Editora Elsevier.
Aula da LFG com Tathiane Piscitelli.
2
Legislação básica: a CF trata das normas gerais das Finanças Públicas nos arts. 163 e 164.
3
Segundo Tathiane Piscitelli, a atividade financeira decorre do exercício da soberania do Estado nos casos em que este realiza atividades próprias e
indelegáveis. Sendo assim, os órgãos da administração indireta sob regime de direito privado (empresas públicas e sociedades de economia mista) não realizam
atividade financeira.
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Leis delegadas: não são fontes do direito financeiro. Contudo, nada impede que assuntos que
exorbitem esse tema possam ser objeto de leis delegadas.
Medidas Provisórias: poderão ser fonte de direito financeiro, excepcionalmente:
CFRB Art. 167 § 3º A abertura de crédito extraordinário somente será admitida para
LEIS DELEGADAS E atender a despesas imprevisíveis e urgentes, como as decorrentes de guerra, comoção interna
ou calamidade pública, observado o disposto no art. 62.
MEDIDAS
PROVISÓRIAS
Obs.: No âmbito do Direito Tributário, o Chefe do executivo pode editar leis
delegadas, mas o uso de MP’s é mais fácil.
Conforme entendimento do STF, MP’s podem tratar de matéria tributária e
instituir e modificar tributos (AI 236.976/MG-AgR). Contudo a CRFB (art. 62, §1º,
proibiu a edição de MP’s que versem sobre matéria reservada à lei complementar.

Além dos arts. 163 e 164 da CF/88, que dispõem sobre as normas gerais das Finanças Públicas,
o art. 165, § 9º, da CRFB/88, prevê a necessidade de uma Lcp que disponha sobre normas gerais de
direito financeiro. Dispõe que cabe à Lei Complementar: I - dispor sobre o exercício financeiro, a
vigência, os prazos, a elaboração e a organização do plano plurianual, da lei de diretrizes orçamentárias
e da lei orçamentária anual; II - estabelecer normas de gestão financeira e patrimonial da administração
NORMAS GERAIS direta e indireta bem como condições para a instituição e funcionamento de fundos.
DE DIREITO
Essa Lcp a que alude o art. 165 da CRFB ainda não existe. A lei federal n. 4.320/64 adveio como
FINANCEIRO
lei ordinária, na época da CF/46. Com a CF/67, este diploma foi recepcionado com status de Lei
Complementar, devido à exigência constitucional de Lcp para tratar de direito financeiro e tributário.
Com a CF/88, esse status de Lcp se manteve.
Existe um projeto de Lei no Congresso (Lei de Responsabilidade Orçamentária) para tratar
desses temas, o que resultará na revogação da Lei n. 4.320/64.
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Classicamente, tem por fim possibilitar ao Estado proceder à cobertura de


NOÇÕES GERAIS despesas públicas. Modernamente, também serve para intervenção na economia (ex.
gerar politicas expansionistas ou depressoras da economia).

1º) conceito de receita pública na doutrina: (BALEEIRO, 126): é a entrada que,


integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou
correspondência no passivo, vem acrescentar o seu vulto, como elemento novo.
(entrada definitiva).
RECEITAS Ingresso provisório se chama entrada provisória. (Ex: caução do licitante,
PÚBLICAS4 empréstimo compulsório).
CONCEITO
2º) conceito de receita pública da L. 4.320/64: (essa lei não adota a distinção
doutrinária já mencionada). Adota um conceito “latu”: qualquer entrada de dinheiro
no cofre público.
Nos termos dessa lei → os EMPRÉSTIMOS PÚBLICOS, apesar
de terem natureza tributária, sua receita é classificada como “receita
de capital”.

4
Obras consultadas: Piscitelli, Tathiane. Direito Financeiro Esquematizado. Método. 2011; Pascoal, Valdecir. Direito Financeiro e Controle Externo.
Campus. 6 ed. 2008; Aliomar Baleeiro.
Legislação básica: LC 101/00 – Especialmente arts. 11 a 14; Lei 4320/64 – Especialmente arts. 9º a 11.
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Fontes permanentes.
QUANTO À Ordinária
Ex: tributos em geral
PERIODICIDADE
Fontes eventuais.
Extraordinária
Ex: doações, IEG, EC
Sem poder soberano – relação de coordenação
Originária Ex: contatos, herança vacante, exploração do próprio
QUANTO AO
MODO DE
patrimônio, preços públicos, etc.
ATUAÇÃO DO Com poder soberano – subordinação. Proveniente do
ESTADO5 Derivadas patrimônio dos particulares.
Ex. tributos, multas.
Art. 11 - A receita classificar-se-á nas seguintes categorias econômicas:
Receitas Correntes e Receitas de Capital. (Redação dada pelo Decreto Lei nº
1.939, de 1982)
§ 1º - São Receitas Correntes as receitas tributária, de contribuições,
patrimonial, agropecuária, industrial, de serviços e outras e, ainda, as
CLASSIFICAÇÃO

provenientes de recursos financeiros recebidos de outras pessoas de direito


público ou privado, quando destinadas a atender despesas classificáveis em
Despesas Correntes. (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982)
§ 2º - São Receitas de Capital as provenientes da realização de recursos
financeiros oriundos de constituição de dívidas; da conversão, em espécie, de
bens e direitos; os recursos recebidos de outras pessoas de direito público ou
privado, destinados a atender despesas classificáveis em Despesas de Capital
e, ainda, o superávit do Orçamento Corrente. (Redação dada pelo Decreto Lei
QUANTO AO nº 1.939, de 1982)
MOTIVO6
§ 3º - O superávit do Orçamento Corrente resultante do balanceamento
dos totais das receitas e despesas correntes, apurado na demonstração a que
se refere o Anexo nº 1, não constituirá item de receita orçamentária. (Redação
dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982)
§ 4º - A classificação da receita obedecerá ao seguinte
esquema: (Redação dada pelo Decreto Lei nº 1.939, de 1982)
(Decorrem de atividades próprias do Estado).
Correntes Ex: tributação, cobrança de preços públicos,
transferências, etc..
(Decorre de operações para captação externa de recursos).
Capital
Ex: endividamento.

5 Piscitelli (p. 81) faz ainda a subdivisão desta classificação em receitas transferidas – que seriam aquelas decorrentes de transferência de um ente para
outro. Tais receitas podem ser constitucionais ou legais; podem ser de transferência obrigatória ou de transferência voluntária. Ex: art. 157 a 162 da CR.
6
art. 11, Lei 4320/64
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(Decorre de Lei Orçamentária).


Art. 11 da Lei 4320/61.
A receita não é classificada como orçamentária simplesmente por estar
no orçamento, pois há receita orçamentária que não está prevista no orçamento.
O que a diferencia é o fato de pertencer ao Estado, não devendo ser
devolvida. Toda receita prevista na LOA é orçamentária, mas nem toda receita
orçamentária estará prevista na LOA.
Ex: o tributo criado após a elaboração do orçamento não estará na
LOA, mas serão ingressos orçamentários (não aplica o princípio da
Orçamentária anualidade no direito tributário, mas apenas no financeiro).
QUANTO À A receita não-orçamentária são recursos financeiros de caráter
NATUREZA temporário, que não se incorporam ao patrimônio público e não estão previstas
na LOA.
O Estado é mero depositário desses recursos, que constituem passivos
exigíveis. Assim, as restituições de receita extraorçamentária não dependem de
autorização legislativa.
Ou seja, são recursos arrecadados pelo Estado que, embora aumentem a
disponibilidade, não pertencem a ele, devendo ser devolvidos posteriormente.
Portanto, orçamentária: pertence ao Estado, não devendo ser devolvida;
extraorçamentária: não pertence ao Estado, devendo ser devolvida.
Extra- (Não integram o orçamento público).
orçamentária Art. 3º da Lei 4320/61.
Classificação de Aliomar Baleeiro: Receitas em movimentos de caixa ou de fundos e em
receitas originárias e derivadas.
Classificação da L. 4.320/64 (POR CATEGORIA ECONÔMICA): baseada em critérios puramente
OBSERVAÇÕES
econômicos →art. 11. E sua especificação no §4º do mesmo artigo.
Obs 1: natureza jurídica da compensação financeira prevista no art. 20, § 1º da CF/88*:
receita corrente, sem natureza tributária (STF, AI 453025), receita constitucional originária.
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Estágios da receita:
1º - previsão;
2º - lançamento;
3º - arrecadação;
4º - recolhimento.
ESTÁGIOS E
REGIME CONTÁBIL
DA RECEITA Regime contábil da receita: regime de caixa (art. 35 – pertencem ao exercício financeiro as
receitas nele arrecadadas).
Exceção: pelo art. 38 da L. 4320/64, a baixa ou o cancelamento dos restos a pagar
deverá ser contabilizada como receita orçamentária, escriturada como receita do próprio
exercício.
Obs 2: O Superávit do Orçamento Corrente, art. 11, § 3º, da Lei 4.320/64 é considerado receita
de capital, mas não é considerado receita orçamentária.

(previsão e efetiva arrecadação) pelos entes públicos de todos os tributos de


sua competência.
Sem instituição de todos os IMPOSTOS → não recebimento de transferências
A)
voluntárias (não alcança as transferências voluntárias destinadas à saúde, educação
OBRIGATORIEDADE
e assistência social – art. 25, §2º da LRF);
DE INSTITUIÇÃO
Essa regra é inútil em face da União, uma vez que ela não recebe
transferências voluntárias (“ente maior”). Saliente-se que não há cumprimento por
parte da União no que concerne ao IGF.
A RECEITA PÚBLICA
E A LEI DE (variações inflacionárias, expectativa de crescimentos, evolução nos últimos
RESPONSABILIDADE 3 anos, etc).
FISCAL
O art. 12, § 3º, da LC 101/00 recebeu intepretação conforme pelo STF (ADI
B) PREVISÕES DE 2238-5), ante a previsão do art. 167, III, CR.
RECEITAS
A partir disso, o dispositivo deve ser interpretado como válido, admitindo-se,
ELABORADAS COM
todavia, as operações de crédito que superem as despesas de capital em caso de
CRITÉRIOS
TÉCNICOS
aprovação, por maioria absoluta do Poder Legislativo de despesas específicas.
Art. 167. São vedados: III - a realização de operações de créditos
que excedam o montante das despesas de capital, ressalvadas as
autorizadas mediante créditos suplementares ou especiais com finalidade
precisa, aprovados pelo Poder Legislativo por maioria absoluta;
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a Administração está autorizada a conceder renúncias e, assim, provocar,


deliberadamente, a redução de receitas.
Contudo, essa possibilidade está limitada ao cumprimento das condições
previstas no próprio artigo 14 da LRF7 (Piscitelli, p. 88) (o rol do art. 14, § 1º da LRF é
exemplificativo) acompanhadas de MECANISMOS DE COMPENSAÇÃO (ampliação de
receita tributária)*.
>> Os mecanismos de compensação do Art. 14, II, foram objeto de ADI (STF,
ADI 2238), na qual o dispositivo foi considerado constitucional.
>> Não se aplica para alteração de alíquota dos seguintes impostos: II, IE, IPI
e IOF (art. 14, § 3º, I da LRF).
>> A isenção geral não caracteriza renúncia de receita (art. 14, §1º da LRF).
C) RENÚNCIAS DE RECEITAS

Muita atenção: nem sempre será necessária a existência de


uma medida de compensação para que seja efetivada uma renúncia
de receita. Caso o chefe do Executivo demonstre que a renúncia foi
considerada na estimativa da receita e que ela não afetará as metas
dos resultados fiscais, não será necessária uma medida de
compensação.
Só será necessária uma medida compensatória se o chefe do
Executivo não observar o inciso I do art. 14 da LRF. Vale ressaltar que
a lei que concede alguma forma de renúncia de receita ou prevê a
medida compensatória não precisa observar os princípios da
anterioridade de exercício e anterioridade nonagesimal.

7 Condições: o ato deve


a) estar acompanhado de uma estimativa de impacto orçamentário-financeiro da perda da receita, no exercício que
deva entrar em vigor e nos dois subsequentes;
b) atender ao disposto da LDO e, ademais a pelo menos uma de duas condições:
i) o proponente deve demonstrar que houve a consideração da renúncia na estimativa de receita presente na LOA e
que a renúncia não afetará as metas de resultados fiscais previstas na LDO;
ii) deverá estar acompanhada de medidas de compensação, também pelo período de três anos, as quais deverão se
operar pelo aumento de receita decorrente do aumento da carga tributária.
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Receita Corrente Líquida - parâmetro para os limites de pessoal e


endividamento.
Repartição das Receitas Tributárias (arts.157 a 162 da CF/88):
→ Fim: assegurar a autonomia política e financeira dos entes federativos.
→ A regulamentação da repartição depende de LC (art. 161 da CR) e há
obrigatoriedade de cálculos das cotas dos fundos de participação pelo TCU (art. 161,
par. único);
→ Regra: vedação de condicionamentos, restrições ou retenções (art. 160 e
§);
→ Tributos que não sofrem repartições:
a) taxas, contribuições de melhoria, empréstimos compulsórios e
contribuições especiais e parafiscais (exceção: CIDE-combustíveis: art. 159, III),
b) impostos municipais,
c) impostos instituídos e arrecadados pelo DF,
d) ITCMD, e) II, IE, IGF e IEGuerra.
D) OBSERVAÇÕES

Modalidades de participação (Harada):


i) participação direta dos Estados, DF e Municípios no da União
→ PERTENCEM (incorporam-se desde logo: art. 157, I e 158, I);
ii) participação direta no produto de impostos de receita partilhada (arts. 157,
II, 158, II, III, IV e 159, III).
Tais tributos já PERTENCEM a eles e o ente “maior” deve DEVOLVER ao
menor. A titularidade é de mais de um participante. Vide: RE 572.762;
iii) participação (indireta) em fundos (art. 159). Diferente das demais
modalidades (“pertencem aos...”) na participação em fundos (FPE, FPM e FNE, FNO,
FCO, FPEX – compensação pela exportação e produtos industrializados) o ente
político beneficiado tem uma expectativa de receber o quantum segundo os critérios
ali estabelecidos (“a União entregará...”).
- Conforme o art. 6º, § 1º da L. 4320/64, “as cotas de receitas que uma
entidade pública deva transferir a outra incluir-se-ão, como despesa, no orçamento
da entidade obrigada e, como receita, no orçamento da que as deva receber”.

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