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O transtorno específico da grafia que, geralmente, acompanha adislexia é

conhecido como disortorgrafia. É a dificuldade de aprender e desenvolver as


habilidades da linguagem escrita. Segundo a fonoaudióloga Fernanda Marques, “é
a alteração na planificação da linguagem escrita, causando transtorno
naaprendizagem da ortografia, gramática e redação”. Os órgãos sensoriais estão
intactos e devem passar por uma instrução adequada. Traçado incorreto da letra,
lentidão, alteração no espaço, sujeira e falta de clareza na escrita, inteligibilidade
são alguns sinais da disortografia. Muitas pessoas também se queixam de dores nas
mãos ou nos braços, pois fazem força para escrever. A pessoa que sofre
de disortografia tende a escrever textos curtos, a ter dificuldade no uso de
coordenação e subordinação das orações, dificuldade em perceber os sinais de
pontuação, falta de vontade para escrever.
Sendo a disortografia um problema na escrita, veja abaixo alguns exemplos:
- Substituição:

Exemplo: “todos” por “totos”

- Omissão:

Exemplo: “Chuva forte” por “chuva fote”

- Acréscimo de letras ou sílabas:

Exemplo: “Estranho” por “estrainho”

-Separação:

Exemplo: “Está embaixo da cama” por “Está em baixo da cama”

Ou “Caiu uma chuva” por “caiu um a chuva”

- Junção:

Exemplo: “A lua está entre as nuvens” por “Alua está entreas nuvens”

Considera-se que, até a segunda série seja comum as crianças se confundirem


ortograficamente, dado que a relação com o som e a palavra escrita ainda não está
dominada. Para que seja diagnosticada a disortografia, a criança não pode ter
alterações intelectuais, sensoriais, neurológicas, motoras e afetivas. Esse é
um transtornofuncional que afeta a forma, inteligibilidade, significado e o ritmo da
escrita. Isto é, o desenho da letra não estará adequado à verdadeira escrita.
A disortografia pode vir sozinha, ou seja, a pessoa lê e escreve bem, mas não
consegue desenhar a letra de forma clara e limpa, como também pode aparecer
junto com a dislexia. Fernanda ensina que o caderno de ortografia ajuda a trabalhar
com a percepção e coordenação motora da criança e, consequentemente, a
melhorar seu desempenho na escrita. Porém, pessoas com disortorgrafia
necessitam atividades mais específicas e mais eficazes. É preciso intervenção
fonoaudiológica, e o quanto antes para evitar o fracasso escolar.
Após uma avaliação fonoaudióloga, a criança terá um plano de tratamento para
que o distúrbio não seja um vilão na aprendizagem. É importante estimular a
criança com exercícios para os ombros, cotovelos, punhos, mãos e dedos, podendo
fazer uso de bolas, petecas, brinquedos… Esses exercícios também poderão ser
feitos através de técnicas de percepção corporal como relaxamento, prancha de
equilíbrio, materiais como argila, tinta, massinha, jogos.
Clique aqui e baixe dicas sobre “A SÉRIE: Os Principais Transtornos da
Aprendizagem”.

Caso você procure uma equipe interdisciplinar para realizar o diagnóstico inicial de
sua questão, entre em contato com o Centro Psicopedagógico Apoio. Nós atuamos
com excelência na prevenção das dificuldades de aprendizagem, a partir de um
enfoque transdiciplinar.
Disgrafia
Alteração da escrita que a afecta na forma ou no significado, sendo do tipo
funcional. Perturbação na componente motora do acto de escrever, provocando
compressão e cansaço muscular, que por sua vez são responsáveis por uma
caligrafia deficiente, com letras pouco diferenciadas, mal elaboradas e mal
proporcionadas.

De forma geral, a criança com disgrafia apresenta uma série de sinais ou


manifestações secundárias motoras que acompanham a dificuldade no desenho
das letras, e que por sua vez a determinam. Entre estes sinais encontram-se uma
postura incorrecta, forma incorrecta de segurar o lápis ou a caneta, demasiada
pressão ou pressão insuficiente no papel, ritmo da escrita muito lento ou
excessivamente rápido.

Sinais indicadores:

 Postura gráfica incorrecta.


 Forma incorrecta de segurar o instrumento com que se escreve.

 Deficiência da preensão e pressão.

 Ritmo de escrita muito lento ou excessivamente rápido.

 Letra excessivamente grande.

 Inclinação.

 Letras desligadas ou sobrepostas e ilegíveis.

 Traços exageradamente grossos ou demasiadamente suaves.

 Ligação entre as letras distorcida.

Problemas associados:

 Biológicos.
 Perturbação da lateralidade, do esquema corporal e das funções
perceptivo-motoras.

 Perturbação de eficiência psicomotora (motricidade débil; perturbações


ligeiras do equilíbrio e da organização cinético-tónica; instabilidade).
 Pedagógicas

o Orientação deficiente e inflexível,

o Orientação inadequada da mudança de letra de imprensa para


letra manuscrita,

o Ênfase excessiva na qualidade ou na rapidez da escrita,

o Prática da escrita como actividade isolada das exigências gráficas e


das restantes actividades discentes.

 Pessoais

o Imaturidade física,

o Motora,

o Inaptidão para a aprendizagem das destrezas motoras,

o Pouca habilidade para pegar no lápis,

o Adopção de posturas incorrectas,

o Défices em aspectos do esquema corporal e da lateralidade.

O que pode fazer:

 Encorajar a expressão através de diferentes materiais (plasticina,


pinturas e lápis). Todas as tarefas que impliquem o uso das mãos e dos
dedos são positivas.
 Incitar a criança a recortar desenhos e figuras, a fazer colagens e picotar.

 Promover situações em que a criança utilize a escrita (ex.: escrever


pequenos recados, fazer convites e postais).

 Fazer actividades como contornar figuras, pintar dentro de limites, ligar


pontos, seguir um tracejado, etc.

 Deixar a criança expressar-se livremente no papel, sem corrigir nem


julgar os resultados.
Como entender: os
DIS? Dislexia,
Disortografia,
Disgrafia,
Discalculia A identificação precoce de

um possível ou suposto quadro de incapacidade ou problema de


aprendizagem no ambiente escolar sensibiliza os educadores para
o exercício de um novo olhar: “olhar” mais cuidadoso, criterioso,
investigativo e com mais participação na vida escolar dessa
criança.
A identificação precoce de um possível ou suposto quadro de incapacidade ou
problema de aprendizagem no ambiente escolar sensibiliza os educadores para
o exercício de um novo olhar: “olhar” mais cuidadoso, criterioso, investigativo e
com mais participação na vida escolar dessa criança.
O diagnóstico que envolve a exclusão de outras condições e dificuldade por
parte da criança, deve voltar-se para uma serie de sinais e sintomas muito
peculiares, que podem sugerir a suspeita e levar a procura de profissionais
especializados para tal diagnóstico.
Para cada hipótese, temos um entendimento neurológico e evolutivo de cada
expressão e seu respetivo significado:
1 Dislexia

Dislexia é a incapacidade de processar o conceito de codificar e decodificar a


unidade sonora em unidades gráficas (forma de grafemas) com capacidade
cognitiva preservada (nível de inteligência normal).
Os disléxicos têm capacidade para aprender todas as funções sociais e até altas
habilidades, desde que, bem diagnosticado, seja trabalhado nas áreas corticais
favoráveis e com estratégias e intervenções adequadas.
Essas intervenções devem valorizar as funções viso-motoras da criança,
imagens com significado e significante associados a ritmo e memória
visual auxiliando sua memória auditiva, para que desenvolva a capacidade
por outras rotas (sabendo-se que sua rota fonológica é prejudicada).
2 Disortografia

Definimos como disortografia, os erros na transformação do som no


símbolo gráfico que lhe corresponde.
Nem sempre a disortografia faz parte da dislexia e pode surgir nos transtornos
ligados á má alfabetização, na dificuldade de atenção sustentada aos sons, na
memória auditiva de curto prazo (Deficit de Atenção) e também nas
dificuldades visuais que podem interferir na escrita.
3 Disgrafia

Não se pode confundir ou comparar a disgrafia com disortografia, pois a


disgrafia tem características próprias.
A criança com disgrafia apresenta uma escrita ilegível decorrente
de dificuldades no ato motor de escrever, alterações na coordenação
motora fina, ritmo, e velocidade do movimento, sugerindo um
transtorno práxico motor (psicomotricidade fina e visual alteradas).
4 Discalculia

A discalculia do desenvolvimento é uma dificuldade em aprender


matemática, com falhas para adquirir a adequada proficiência neste domínio
cognitivo, a despeito de inteligência normal, oportunidade escolar, estabilidade
emocional e motivação.
Não é causada por nenhuma deficiência mental, deficits auditivos e nem pela
má escolarização.
As crianças que apresentam esse tipo de dificuldade realmente não
conseguem entender o que é pedido nos problemas propostos pelo
educador (professor/pais).
Não conseguem descobrir a operação pedida no problema: somar,
subtrair, multiplicar ou dividir. Além disso, é muito difícil para a criança
entender as relações de quantidade, ordem, espaço, distância e tamanho.
Aproximadamente de 3 a 6% das crianças em idade escolar tem discalculia do
desenvolvimento (dados da Academia Americana de Psiquiatria).
De um modo geral, o prognóstico das crianças com discalculia é melhor do
que as crianças com dislexia, ou pelo menos, elas tem sucesso em outras
atividades que não dependam desta área de cálculo numérico.

Artigo original: Profª Telma Pântano - Adaptação: Profª Lana Bianchi e Profª Vera
Mietto

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