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14/03/2016 Protesto cresce, mas manifestante mantém perfil de alta renda ­ 14/03/2016 ­ Poder

Protesto cresce, mas manifestante mantém perfil de
alta renda ­ 14/03/2016 ­ Poder

FELIPE BÄCHTOLD 
DE SÃO PAULO

14/03/2016 02h00

Adriano Vizoni/Folhapress

Detalhe de manifestante em protesto contra o governo na avenida Paulista

Apesar do crescimento do tamanho do protesto contra a presidente Dilma Rousseff, o perfil dos
manifestantes que foram à avenida Paulista neste domingo (13) se manteve elitizado. Os dados
são de pesquisa do Datafolha feita por meio de 2.262 entrevistas durante o ato.

A exemplo das outras grandes manifestações contra Dilma ao longo do ano passado, os
manifestantes deste domingo tinham renda e escolaridade muito superiores à média da
população.

Segundo o instituto, a maioria dos participantes eram homens e com idade superior a 36 anos.
Disseram que possuem curso superior 77% dos entrevistados, enquanto no município o índice é
de 28%. O patamar é praticamente o mesmo do aferido pelo Datafolha em outras quatro
manifestações pelo impeachment em São Paulo.

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14/03/2016 Protesto cresce, mas manifestante mantém perfil de alta renda ­ 14/03/2016 ­ Poder

Neste domingo, 500 mil pessoas foram às ruas na capital paulista pelo impeachment, número
que representa mais do que o dobro do primeiro protesto contra Dilma, há um ano.

Ao serem questionados sobre a ocupação neste domingo, 12% afirmaram que são empresários –
em São Paulo a atividade é citada por apenas 2%. A quantidade de desempregados na avenida
foi menor do que na população geral.

Em relação à renda familiar, metade dos entrevistados disse que está entre cinco e 20 salários
mínimos. No município de São Paulo, o percentual nessa faixa é de 23%.

A pesquisa também mostrou que 77% dos manifestantes declararam que são da cor branca e
que 94% não participam de nenhum grupo que promoveu o ato. A margem de erro é de dois
pontos percentuais, para mais ou para menos.

TUCANOS EM BAIXA

O Datafolha também perguntou quem foi o melhor presidente do Brasil. Responderam Fernando
Henrique Cardoso (1995­2002) 60% dos entrevistados. Na população brasileira, em fevereiro, o
índice foi de apenas 15%.

Apesar da admiração pelo ex­presidente tucano, a preferência dos manifestantes pelo PSDB
mostrou um expressivo declínio.

Na primeira grande manifestação contra Dilma, há um ano, o partido era o preferido de 37% dos
entrevistados. Agora, o índice passou para 21%.

Neste domingo, líderes do PSDB, como Geraldo Alckmin e Aécio Neves, foram ao protesto e
acabaram xingados por manifestantes. A maioria disse não ter um partido preferido.

O Datafolha também questionou os participantes do ato sobre a probabilidade de Dilma acabar
de fato afastada. Os resultados mostram grande divergência em relação à população brasileira.
Na avenida Paulista, 79% acreditam que a presidente deixará o cargo, enquanto no geral só 33%
creem nesse desfecho para a crise.

Quase todos os entrevistados disseram concordar com a ordem do juiz Sergio Moro que obrigou
o ex­presidente Lula a ir depor na Polícia Federal, há duas semanas. Consideram que o juiz agiu
bem no caso 96% dos manifestantes.

Outras posições quase unânimes entre os manifestantes são a cassação do presidente da
Câmara, Eduardo Cunha (PMDB­RJ), defendida por 96% dos entrevistados, e a avaliação ruim
ou péssima do governo Dilma, feita por 98%.

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