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Prof.

Márcio Iorio Aranha

Núcleo de Direito Setorial e Regulatório (www.ndsr.org)


Grupo de Estudos em Direito das Telecomunicações
(www.getel.org)
titularidade Poder concedente

outorga delegação delegação


autorização
lei concessã permissão
o

2
autorização

Autorizatárias
Concessionária
prestação Permissionária

tarifa
price cap

preço
Empresa estatal
diferenciadas

Universalização
Metas de
Isenções

Localidades:
TUPs Acessibilidade abrangência
ex.: Zona rural
TAPs
PSTs
FUST

Fronteiras e Instituições de Órgãos de


Juridicamente
segurança
áreas assistência a pobre 3
remotas deficientes pública
Concessão – 15 anos
preço público de outorga
preço público de uso da radiofrequência
Taxas de fiscalização

Permissão – 10 anos
preço público de outorga
preço público de uso da radiofrequência
FM

Taxas de fiscalização
FM extendida

Concessão – 10 anos
preço público de outorga
preço público de uso da radiofrequência
Taxas de fiscalização
OM - OT - OC

Autorização – indeterminado e precário


preço público de outorga
preço público de uso da radiofrequência
Taxas de fiscalização
RTV - RpTV

4
Autorização de operação – provisório
Autorização – 10 anos
preço público de outorga (taxa

ou
simbólica)
Taxas de fiscalização

Fundações

Lei 9.612/98)
associações
RadCom (FM)

comunitárias
(art. 1º, caput da
Autorização – indeterminado, exceto
para 2 faixas de associações
(seleção a cada 15 anos)
preço público de outorga
preço público de uso da radiofrequência

Estados,
Taxas de fiscalização

2 faixas para

fins lucrativos
e 2 faixas para

Dec. 5.820/06)
(art. 13, §1º, do
Municípios e DF

associações sem
Espécie de TVD

Concessão, permissão ou
autorização
10 ou 15 anos
preço público de outorga
União,

preço público de uso da radiofrequência


Estados,

fundações
Territórios,

brasileiras,
Municípios,

Taxas de fiscalização
Universidades
Radiodifusão Educativa

Autorização – indeterminado e precário


preço público de outorga
preço público de uso da radiofrequência
5.371/05)

Taxas de fiscalização
radiodifusão,
fundações ou

Anexo ao Dec.
prestadoras de
RTV - RpTV

(limitada, simples
,empresarial ou por
Entes políticos, adm.

ações (art. 8º do Reg.


sociedades nacionais
indireta de todos eles,

5
DIREITO DAS TELECOMUNICAÇÕES
SOCIEDADE PÓS-INDUSTRIAL
6
 Ref. Daniel Bell. The Coming of Post-Industrial Society. New York: Harper, 1976.
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
SIGNIFICADO E QUESTÕES
7
Silício Semicondutor Microeletrônica

REVOLUÇÃO INFORMACIONAL
SIGNIFICADO E QUESTÕES
8
REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
INFRAESTRUTURA DE SUPORTE
9
REVOLUÇÃO INFORMACIONAL
INFRAESTRUTURA DE SUPORTE
10
Indústria – investimento próprio na Capacidade de
construção e manutenção de fonte de processamento sob demanda
geração de energia x centralização da Poder de processamento
geração de energia elétrica via rede elétrica
unificada = racionalização do uso conforme
demanda.

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL X INFORMACIONAL


REDE ELÉTRICA X COMPUTAÇÃO EM NUVEM
Ref.: Chairman Edolphus Towns, Joint Hearing before the Subcommittee on Government Management,
Organization, and Procurement and the Committee on Oversight and Government Reform on “Cloud
Computing: Benefits and Risks of Moving Federal IT into the Cloud”, July 1, 2010, Serial No. 111-79, 11
Washington: GPO, 2010.
Hearings FCC (Comcast)

Autoridade reguladora
ancillary authority
da FCC
Corte de Apelação do
Circuito de Columbia Serviço de internet por
cabo
Dez. de 2010
FCC (Open Internet Order) – Princípios:
1) Regra da Transparência (práticas de gestão de redes)
2) Regra da vedação do bloqueio (No Blocking Rule)
3) Regra da vedação de discriminação (entre serviços afiliados ao provedor de serviço
de conexão à internet e outros.

CASO COMCAST V. FCC (2010)

Kathleen Ann Ruane. The FCC’s Authority to Regulate Net Neutrality After Comcast v. FCC. 12
Washington, D.C.: Congressional Research Service Report for Congress R40234, 2011, 24p.
Carterfone
Princípio da Modularidade

Wireless

CASO SKYPE (2007-2010)


DIREITOS DEFININDO MERCADOS - TERMINAIS
Christopher Libertelli [et al.]. Petição para confirmação do direito do consumidor de utilização
de programa de comunicações pela internet em redes sem fio e de conexão de dispositivos 13
em tais redes. In: Revista de Direito, Estado e Telecomunicações 3(1): 43-74, 2011.
 Literatura: divisão tradicional da indústria de mídia em segmentos ou camadas.
 PRODUÇÃO – PROGRAMAÇÃO – DISTRIBUIÇÃO
 Estopim para assimilação da terminologia:
 Cenário pré-convergência: 3 negócios verticalizados em silos
 TELEFONIA – TELEVISÃO - COMPUTAÇÃO
 Cenário pós-convergência: 5 segmentos ou camadas horizontais
 CONTEÚDO - EMPACOTAMENTO – TRANSMISSÃO – MANUSEIO – TERMINAIS

NICHOS REGULATÓRIOS X CAMADAS


COMUNICAÇÃO AUDIOVISUAL
COLLIS, D. J.; BANE, P. W.; BRADLEY, S. P. Winners and Losers: Industry Structure in the Converging
World of Telecommunications, Computing, and Entertainment. In: YOFFIE, David B. Competing in 14
the Age of Digital Convergence. Boston: Harvard Business School Press, 1997, p. 159-200. + .
 Direito Positivo:
 CBT e LGT: enfoque em transmissão
 Lei 12.485/2011: são “atividades” da “comunicação audiovisual de acesso
condicionado”:
 PRODUÇÃO – PROGRAMAÇÃO – EMPACOTAMENTO – DISTRIBUIÇÃO
 Ancine: regulação de programação e empacotamento
 Anatel: regulação de distribuição
 CONCLUSÃO:
 A lógica de camadas é incidental para o ordenamento jurídico. Nele predomina a lógica de
identificação de nichos de competências regulatórias.
 Princípio central: modularidade
 CONCLUSÃO:
 A lógica de camadas é incidental para o ordenamento
jurídico. Nele predomina a lógica de identificação de
nichos de competências regulatórias.
 Princípio central: modularidade Silos Lego

NICHOS REGULATÓRIOS X CAMADAS


COMUNICAÇÃO AUDIOVISUAL
COWHEY, Peter F.; ARONSON, Jonathan D. Transforming Global Information and Communication Markets: The
Political Economy of Innovation. Cambridge, MA: The MIT Press, 2009. + QUELHO, R. T. de M. O caminho da
mudança: fatores-chave para a nova etapa nos Mercados Globais de Informação e Comunicação. RDET 2(1): 15
197-212, 2010.
16
CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS
LEI 4.117/62 E DECRETO 52.026/63
Limitado: estações não abertas a correspondência pública (e.g.: administração de transportes)
Especial: serviços de interesse geral não abertos a correspondência pública (e.g.: sinais 17
horários, boletins metereológicos, para fins científicos ou experimentais)
Regime Jurídico Serviços no regime público e no regime privado

Abrangência Serviços de interesse coletivo e de interesse restrito


Critérios

e.g. telefonia, telegrafia, comunicação de dados, transmissão


Formas de Telecomunicação
de imagens

Reserva legal qualificada para Anatel defini-los segundo os


Modalidade critérios de forma, âmbito de prestação, finalidade, meio de
transmissão ou tecnologia empregada

Nacional, internacional, urbano, interurbano, regional, local e


Âmbito de prestação
de áreas determinadas

CLASSIFICAÇÃO DOS SERVIÇOS


LEI 9.472/97 (LGT)
Fins visados  abrangência: Ato 3.807/1999 (Anatel), dispõe sobre a correspondência entre a divisão detalhada dos serviços
segundos os fins visados (limitados, radioamador, especiais etc) nas categorias de interesse coletivo, restrito ou ambos. 18
Natureza dos serviços  formas de telecomunicação (simplificou a classificação do CBT)
DIREITO POSITIVO
COLEÇÃO DE DIREITO DAS TELECOMUNICAÇÕES
19
1. Direito das Telecomunicações
2. Conceito Jurídico de Telecomunicações
3. Conceito Jurídico de Serviço de Telecomunicações
4. Direito Comparado das Telecomunicações
5. Regulação em Camadas no Setor de Telecomunicações
6. Histórico Normativo das Telecomunicações no Brasil
7. Natureza Jurídica dos Serviços de Telecomunicações
8. Questões Jurídico-Administrativas Setoriais
9. Questões Jurídico-Regulatórias das Telecomunicações
10. Linguagem Jurídica Regulatória e Instrumental Operacional
11. Hermenêutica, Desenvolvimento e Telecomunicações
12. Indicadores Jurídicos de Direito das Telecomunicações

TEMAS RELEVANTES

20
“comunicação à distância, realizada por “à distância”
processo eletromagnético”

DEFINIÇÃO DE TELECOMUNICAÇÕES:
COMUNICAÇÃO A DISTÂNCIA?
21
LGT (Lei 9.472/97)
Art. 75. Independerá de concessão, permissão ou autorização a atividade de telecomunicações restrita
aos limites de uma mesma edificação ou propriedade móvel ou imóvel, conforme dispuser a Agência.
Art. 163. O uso de radiofreqüência, tendo ou não caráter de exclusividade, dependerá de prévia outorga
da Agência, mediante autorização, nos termos da regulamentação.
§ 2º. Independerão de outorga:
I - o uso de radiofreqüência por meio de equipamentos de radiação restrita definidos pela Agência;

DEFINIÇÃO DE TELECOMUNICAÇÕES:
COMUNICAÇÃO PRÓXIMA
22
Transmissão
lato sensu
Decreto 52.026/63 (art. 6º)
Eletricidade,
Reproduzido com ligeiras alterações eletromagnetismo,
LGT Atividade radiação óptica
Convenções
Art. 60. (...) § 1º Telecomunicação é a significativas
transmissão, emissão ou recepção,
por fio, radioeletricidade, meios Fio, fibra ou
ópticos ou qualquer outro processo Conteúdo
meio
eletromagnético, de símbolos, radioelétrico
caracteres, sinais, escritos,
imagens, sons ou informações de
Suporte
qualquer natureza. Processo
físico

DEFINIÇÃO DE TELECOMUNICAÇÕES:
ELEMENTOS CONCEITUAIS JURÍDICOS
23
Definição: fenômeno de transporte de convenções culturais com ou sem armazenagem
intermediária.

Elementos: emissão e recepção, somente?

Fazem parte do conceito de transmissão a comutação de circuitos ou a


inteligência de rede?

Efeitos jurídicos da conceituação: alcance da regulação (interferência


prejudicial de equipamentos x disciplina da atividade em si)

Exemplo: interfone residencial.

DEFINIÇÃO DE TELECOMUNICAÇÕES:
TRANSMISSÃO
24
Convenções culturais

Definição: informação oriunda de variação de características significativas –


“fenômeno físico em que uma ou mais de suas características variam para representar
informação” (PABLO, Marcos M. Fernando. Derecho general de las telecomunicaciones.
Madri: COLEX, 1998, p. 38).

Elementos: símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons e informações.

DEFINIÇÃO DE TELECOMUNICAÇÕES:
CONTEÚDO
25
Fio – Meio radioelétrico - Fibra Eletricidade –Eletromagnetismo – Radiação óptica

DEFINIÇÃO DE TELECOMUNICAÇÕES:
SUPORTE E PROCESSOS DE TRANSMISSÃO
26
DEFINIÇÃO DE TELECOMUNICAÇÕES:
QUESTÕES DE FRONTEIRAS
27
A radiação luminosa não é meio
Eletromagnetismo significativo de informação em
suas variações

DEFINIÇÃO DE TELECOMUNICAÇÕES:
QUESTÕES DE FRONTEIRAS
28
 Radiação óptica  Modulação do sinal portador

DEFINIÇÃO DE TELECOMUNICAÇÕES:
QUESTÕES DE FRONTEIRAS
29
 Radiação óptica  Modulação do sinal portador
 Codificação e decodificação

DEFINIÇÃO DE TELECOMUNICAÇÕES:
QUESTÕES DE FRONTEIRAS
30
DEFINIÇÃO DE TELECOMUNICAÇÕES:
ELEMENTOS ESSENCIAIS
31
Criação da UIT (Madrid, 1932)
Fusão: Plenipotenciary Telegraph Conference + International Radiotelegraph
Conference = International Telegraph Union  International Telecommunication
Union

International Telecommunication Convention


(Serviu como Carta e Constituição da UIT)

Telecommunication

“any telegraphic or telephonic communication of signs, signals, writing, facsimiles and


sounds of any kind, by wire, wireless or other systems or processes of electric signaling
or visual signaling (semaphores)”.

DEFINIÇÃO:
SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES
32
CBT (1962) + Regulamento do CBT (1963) = identidade entre os conceitos

Decreto 52.026, de 20/05/1963


Regulamento Geral do Código Brasileiro de Telecomunicações
Art. 4º. Os serviços de telecomunicações, para os efeitos deste Regulamento Geral,
dos Regulamentos Específicos e dos Especiais, compreendendo a transmissão,
emissão ou recepção de símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou
informações de qualquer natureza por fio, rádio, eletricidade, meios óticos ou qualquer
outro processo eletromagnético, assim se classificam: (...)

Art. 6º Para os efeitos deste Regulamento, os termos que figuram a seguir têm os
significados definidos após cada um deles:

56 - TELECOMUNICAÇÃO - é toda transmissão, emissão ou recepção de símbolos,


caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza, por
fio, rádio, eletricidade, meios óticos ou qualquer outro processo eletromagnético.

DEFINIÇÃO:
SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES
33
Regulamento das Telecomunicações Internacionais (Melbourne, 1988)
forniture et exploitation des services internationaux de télécommunication
Definições: télécommunication (toute transmission...); service international de
télécommunication (prestation de télécommunication entre bureaux ou stations
de télécommucation de toute nature...).

UIT – Constituição (Genebra, 1994) = fronteira conceitual vaga


field of telecommunications, telecommunications, telecommunication services,
telecommunication technologies, telecommunications facilities,
telecommuncation matters, telecommunication policy, telecommunication
environment
Anexo (definições): telecommunication e formas de telecomunicação
(radiocommunication, broadcasting service, public correspondence,
international telecommunication service, telegraphy, telephony.

DEFINIÇÃO:
SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES
34
Lei 9.472/97 (LGT)

Art. 60. Serviço de telecomunicações é o conjunto de atividades que possibilita a


oferta de telecomunicação.

§ 1° Telecomunicação é a transmissão, emissão ou recepção, por fio,


radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, de
símbolos, caracteres, sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer
natureza.

DEFINIÇÃO:
SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES
35
Dir.
Administrativo
Dir.
Tributário

Dir. do
Consumidor
Dir.
Constitucional

DEFINIÇÃO:
SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES
36
VALOR ADICIONADO...
Art. 61. Serviço de valor adicionado é a atividade que acrescenta, a um
serviço de telecomunicações que lhe dá suporte e com o qual não se
confunde, novas utilidades relacionadas ao acesso, armazenamento,
apresentação, movimentação ou recuperação de informações.

§ 1º Serviço de valor adicionado não constitui serviço de


telecomunicações, classificando-se seu provedor como usuário do
serviço de telecomunicações que lhe dá suporte, com os direitos e
deveres inerentes a essa condição.

§ 2° É assegurado aos interessados o uso das redes de serviços


de telecomunicações [de interesse coletivo] para prestação de serviços
de valor adicionado, cabendo à Agência, para assegurar esse direito,
regular os condicionamentos, assim como o relacionamento entre
aqueles e as prestadoras de serviço de telecomunicações.

DEFINIÇÃO:
SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES
37
OUTRAS ATIVIDADES EXCLUÍDAS DA CLASSIFICAÇÃO

Resolução da Anatel nº 73/1998


(Regulamento dos Serviços de Telecomunicações)

Art. 3º. Não constituem serviços de telecomunicações:


I – o provimento de capacidade de satélite;
II – a atividade de habilitação ou cadastro de usuário e de equipamento
para acesso a serviços de telecomunicações;
III – os serviços de valor adicionado, nos termos do art. 61 da Lei 9.472
de 1997.
Parágrafo único – A Agência poderá estabelecer outras situações que
não constituam serviços de telecomunicações, além das previstas neste
artigo.

DEFINIÇÃO:
SERVIÇOS DE TELECOMUNICAÇÕES
38
Não incidência do FUST

Contribuintes: prestadoras de serviço de telecomunicações nos regimes público e


privado (art. 81, II da LGT c/c art. 6º, IV da Lei 9.998/2000) cuja receita operacional
bruta decorra de prestação de serviços de telecomunicações remunerados por
preços ou tarifas (art. 7º, IV do Decreto 3.624/2000 c/c art. 4º, §1º do Regulamento
para Arrecadação da Contribuição das Prestadoras de Serviços de
Telecomunicações para o Fundo de Universalização dos Serviços de
Telecomunicações – FUST, aprovado pela Resolução da Anatel nº 247, de 14 de
dezembro de 2000), excluídas as receitas advindas de transferências entre
prestadoras objeto de incidência prévia (art. 7º, § 2º do Decreto 3.624/2000 c/c art.
4º, §3º do Regulamento) e de serviços outros não classificados como de
telecomunicações, inclusive SVA (art. 4º, § 4º).

CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DA INCLUSÃO


NA CATEGORIA DE VALOR ADICIONADO
39
Competência tributária
(ICMS x ISS)
Divisão Federativa

Serviço de Conexão à Internet = ISS

CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DA INCLUSÃO


NA CATEGORIA DE VALOR ADICIONADO
40
Direito de uso das redes de serviços
Art. 61, § 2º da LGT
de telecomunicações

Poder regulatório indireto Via regulação do uso da infraestrutura


e dos serviços de telecomunicações

Indiferença quanto à garantia de sigilo Interessa ao sigilo a classificação da


comunicação como “ambiente de
assuntos particulares”

CONSEQUÊNCIAS JURÍDICAS DA INCLUSÃO


NA CATEGORIA DE VALOR ADICIONADO
41
Histórico normativo do setor de telecomunicações brasileiro

Questões jurídico-administrativas setoriais


 Natureza dos serviços; sigilo; imunidade setorial; sobretarifa;
assimetria regulatória; competição x universalização.

Histórico das telecomunicações e sua influência na regulação


setorial

O direito das telecomunicações positivo

TÓPICOS

42
 CONSTITUIÇÃO DE 1891 (tratamento exclusivamente tributário):
 Art. 7º É da competencia exclusiva da União decretar: 4º Taxas dos correios e telegraphos federaes;
 Art. 9º É da competencia exclusiva dos Estados decretar impostos: § 1º Tambem compete exclusivamente
aos Estados decretar: 2º Contribuições concernentes aos seus telegraphos e correios.
 CONSTITUIÇÕES DE 1934 e 1937 (titularidade dos serviços com enfoque em infra-
estrutura):
 Art. 5º Compete privativamente à União: VIII - explorar ou dar em concessão os serviços de telegraphos,
radio-communicação e navegação aerea, inclusive as installações de pouso, bem como as vias-ferreas que
liguem, directamente portos maritimos a fronteiras nacionaes, ou transponham os limites de um Estado.
 CONSTITUIÇÃO DE 1946 (divisões acrescidas – telefonia e radiodifusão; competência
partilhada entre os entes federados):
 Art. 5º Compete à União: XII – explorar, diretamente ou mediante autorização ou concessão, os serviços de
telégrafos, de radiocomunicação, de radiodifusão, de telefones interestaduais e internacionais, de
navegação aérea e de vias férreas, que liguem portos marítimos a fronteiras nacionais ou transponham os
limites de um Estado.
 CONSTITUIÇÃO DE 1967-1969 (competência da União sobre serviços de
telecomunicações em geral):
 Art. 8º Compete à União: XV – explorar, diretamente ou mediante autorização ou concessão: a) os serviços
de telecomunicações;

HISTÓRICO CONSTITUCIONAL

43
• 1962 – Estatização da Companhia Telefônica Nacional – CTN
por Brizola, governador do Rio Grande do Sul mediante criação
da CRT – Companhia Riograndense de Telecomunicações.
• Lei 4.117/62 (CBT) - CONTEL.
• Plano Nacional de Telecomunicações (Decreto 52.859/63).
• 1963 – Criação da CETEL – Companhia Estadual de Telefones
por Carlos Lacerda, no Estado da Guanabara.
• Redirecionamento de recursos de rodovias para o setor de
telecomunicações (Lei 4.452/64).
• Criação da Embratel (1965).

HISTÓRICO NORMATIVO

44
• 1966 – Resolução nº 5 do CONTEL: regras de “participação popular no capital
das empresas” – proibição de retribuição da participação pela mero direito de
uso dos serviços – autofinanciamento. [discussão sobre normas primárias e
secundárias]
• 1966 – Estatização da CBT – Companhia Telephonica Brasileira por Castelo
Branco
• Constituição Federal de 1967 (centralização federativa)
• DL162/67 (transição dos poderes concedentes municipais e estaduais para o
âmbito federal).
• DL200/67 (Reforma Administrativa: criação do Ministério das Comunicações).
• 1972 – Criação da TELEBRÁS (Lei 5.792/72).
• Decreto 74.379/74 – TELEBRÁS designada “concessionária geral” para
exploração dos serviços públicos de telecomunicações em todo o País.

HISTÓRICO NORMATIVO

45
Art.21. Compete à União:
XI – explorar, diretamente ou mediante concessão a empresas
sob controle acionário estatal, os serviços telefônicos,
telegráficos, de transmissão de dados e demais serviços
públicos de telecomunicações, assegurada a prestação de
serviços de informações por entidades de direito privado
através da rede pública de telecomunicações explorada pela
União.
XII – explorar, diretamente ou mediante autorização,
concessão ou permissão:
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e
imagens e demais serviços de telecomunicações;

CONSTITUIÇÃO DE 1988

46
Art.21. Compete à União:
"XI - explorar, diretamente ou mediante autorização,
concessão ou permissão, os serviços de
telecomunicações, nos termos da lei, que disporá
sobre a organização dos serviços, a criação de um
órgão regulador e outros aspectos institucionais;"
XII (...)
a) os serviços de radiodifusão sonora, e de sons e
imagens;

EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 8/1995

47
• Natureza jurídica dos serviços de telecomunicações
• Jurisdição sobre temas de telecomunicações (controle de constitucionalidade,
litisconsórcio e intervenção de terceiros)
• Sigilo de comunicações
 Classificação administrativa dos serviços: correios x correio eletrônico =
abertura de correspondência por parte do empregador.
 Interceptação telefônica (reserva de jurisdição) x escuta
 Estados de exceção (de sítio e de defesa)
 Sigilo de comunicações x de dados cadastrais: não incide sobre dados
agregados, mas somente sobre dados nominativos.
• Imunidade setorial (art. 155, § 3º): afora IPI, IR e ICMS, nenhum outro tributo
incidirá sobre operações de energia elétrica, telecomunicações, derivados de
petróleo, combustíveis e minerais do país.

QUESTÕES JURÍDICO-ADMINISTRATIVAS

48
Telecomunicações Cláusulas pétreas expressas e implícitas
lei ordinária e
federal(art.21,XI)

Emendas Constitucionais Demais artigos constitucionais Emendas de Revisão

norma supralegal

lei ordinária lei delegada


lei complementar atos primários
tratado medida provisória

lei ordinária
Telecomunicações
Proibida regulamentação
por medida provisória
ato normativo secundário
(art.246) de artigos
alterados de
1º/01/1995 a
11/09/2001
decisão
ato administrativo (EC32/2001)
jurisdicional

HIERARQUIA NORMATIVA

49
ESTRUTURA CONSTITUCIONAL E
TELECOMUNICAÇÕES NO BRASIL
50
Princípios do serviço público
Obrigatoriedade da
Atividade normatizada Continuidade
prestação do serviço

Generalidade na Modificação unilateral das normas Manifestação do poder


organização do serviço de organização do serviço de autoridade

Modicidade da
Eficiência e Qualidade Responsabilidade objetiva contraprestação dos
usuários

CLASSIFICAÇÃO CONSTITUCIONAL DE
ATIVIDADES
51
CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE E
TELECOMUNICAÇÕES
52
LITISCONSÓRCIO E INTERVENÇÃO DE
TERCEIROS POR PARTE DA ANATEL
53
LITISCONSÓRCIO E INTERVENÇÃO DE
TERCEIROS POR PARTE DA ANATEL
54
LITISCONSÓRCIO E INTERVENÇÃO DE
TERCEIROS POR PARTE DA ANATEL
55
LITISCONSÓRCIO E INTERVENÇÃO DE
TERCEIROS POR PARTE DA ANATEL
56
Caso de comarca que não é sede de vara do juízo federal:
possibilidade de lei específica deslocar a competência
para a Justiça Estadual, mesmo em causas de interesse
da União, se a comarca não for sede de vara do juízo
federal; previsão do art. 109, §3º da CF/88; STF-
2289559/RS, rel. Min. Ilmar Galvão, pleno,
j.10/02/2000; decisão pela manutenção da
competência da Justiça Federal para causas de ação civil
pública em que houver interesse da União, mesmo em
virtude do disposto no art. 2º, da Lei 7.347/85, que
dispõe que as ações civis públicas “serão propostas no
foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá
competência funcional para processar e julgar a causa”.

LITISCONSÓRCIO E INTERVENÇÃO DE
TERCEIROS POR PARTE DA ANATEL
57
LITISCONSÓRCIO E INTERVENÇÃO DE
TERCEIROS POR PARTE DA ANATEL
58
SIGILO DE COMUNICAÇÕES:
VIDA PÚBLICA E VIDA PRIVADA
59
Segunda blindagem da vida privada: dispensa o
efetivo vazamento de informações da vida privada
Protege o sujeito de condutas de violação de:
Correspondências;
Comunicações telegráficas;
Dados;
Comunicações telefônicas.
As proibição de violação independe de estar havendo
comunicação ou armazenamento de dados da vida
privada ou da vida pública.

SIGILO DE COMUNICAÇÕES: SIGNIFICADO

60
DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS DO HOMEM

Ninguém será objeto de intromissões arbitrárias


em sua vida privada, sua família, seu
domicílio ou sua correspondência, nem de
ataques à sua honra ou à reputação. Toda
pessoa tem direito à proteção da lei contra
tais intromissões ou ataques.

SIGILO X VIDA PRIVADA

61
SIGILO DE COMUNICAÇÕES: DIREITOS E
CORRESPONDENTES GARANTIAS
62
Tópicos relevantes:
Norma de eficácia contida (Lei 9.296/96);
Interceptação telefônica x escuta telefônica;
Caracterização das comunicações telefônicas:
instantaneidade e ausência de vestígios;
Reserva de jurisdição;
Sigilo de dados x sigilo de comunicações de dados.

SIGILO: TÓPICOS RELEVANTES

63
Hipóteses de interpretação da expressão “no último caso”
do art. 5º, XII da CF/88:
 Exclusivamente o caso de interceptações telefônicas
 Tanto sigilo de dados quanto interceptações telefônicas
 Todas as formas de sigilo, já que a expressão “no último caso” significaria em
situação extrema.
Interpretação teleológica
 A permissão da quebra de sigilo estaria restrita à comunicação telefônica em
face de sua instantaneidade e ausência de vestígios (Tércio Sampaio Ferraz
Jr.). Por isso, a permissão incluiria a comunicação de dados.
Perda de sentido da discussão:
 “(...) com os avanços tecnológicos na área de telefonia e transmissão de dados,
principalmente com a implantação do sistema digital, torna-se difícil identificar
se a transmissão que está sendo processada é de telefonia, de informática ou
de telemática, já que pelo sistema não se ouvirão vozes, mas apenas sons
ininteligíveis” (ADIMC nº1488/DF, p.8, Min. Néri da Silveira).

SIGILO DE COMUNICAÇÕES

64
Lei 9.296/96: eficácia das normas constitucionais
 Regulamenta o art.5º, XII da CF/88: interceptações de
comunicações telefônicas ou de fluxo de comunicações em
sistemas de informática e telemática para prova em investigação
criminal e em instrução processual penal.

SIGILO DE COMUNICAÇÕES

65
Sigilo de correspondência
 Apelação cível 2.583
 Sigilo de correspondência garantido no art.72, §18 da CF/1891 refere-se
exclusivamente às cartas fechadas, nada tendo que ver com os impressos que
justamente devem ser remetidos de forma a não impedir a fiscalização postal.
 Recurso em Mandado de Segurança 11.274 (27/11/1963):
 A inviolabilidade de correspondência não impede o exame por agentes fiscais da
correspondência comercial (supremacia do interesse público sobre o privado).
 HC 70.814-5 (j.1º/03/1994), 1ª Turma do STF:
 A administração penitenciária, com fundamento em razões de segurança pública, de
disciplina prisional ou de preservação da ordem jurídica, pode, sempre
excepcionalmente, proceder à interceptação da correspondência remetida pelos
sentenciados.
 A cláusula tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar não pode constituir instrumento
de salvaguarda de práticas ilícitas.

SIGILO DE COMUNICAÇÕES

66
Escuta telefônica e reserva de jurisdição
 HC 74.678/SP, j.10/06/1997, 1ªTurma
 Não fere o sigilo a gravação de conversa telefônica feita por terceiro com a
autorização de um dos interlocutores sem o conhecimento do outro, quando
há, para essa utilização, razão justificável (excludente de antijuridicidade –
legítima defesa).
 Gravação clandestina versus interceptação telefônica.
 MS 23.652-3/DF, j.22.11.2000, Tribunal Pleno
 Quebra de sigilo fiscal, bancário e telefônico versus interceptação telefônica.
 Princípio constitucional da reserva de jurisdição incide sobre as hipóteses de
busca domiciliar, de interceptação telefônica e de decretação de prisão,
retirando-as da competência investigatória das Comissões Parlamentares de
Inquérito.

SIGILO DE COMUNICAÇÕES

67
Estado de Defesa: art.136 da CF/88
Restrições aos direitos de sigilo de correspondência e
sigilo de comunicação telefônica e telegráfica.
Estado de Sítio: art.139 da CF/88
Restrições relativas à inviolabilidade de
correspondência, ao sigilo das comunicações, à
prestação de informações e à liberdade de imprensa,
radiodifusão e televisão.
Intervenção nas empresas de serviços públicos.

SIGILO DE COMUNICAÇOES:
SUSPENSÕES PROVISÓRIAS DO SIGILO
68
Dados objeto de sigilo:
 Dados agregados: não
 Dados nominativos (que possibilitam a identificação da pessoa):
sim
Dados nominativos:
 Dados não sensíveis: dados identificadores (vida civil e
profissional);
 Dados sensíveis: informações pessoais de preferências, ideologias,
crenças, traços de caráter, condição social, dentre outros. Neles
estão:
 Registro de ligações telefônicas;
 Conteúdo das ligações telefônicas;
 Documentos de cobrança;
 Opções de serviços contratados.

SIGILO DE COMUNICAÇOES VERSUS


SIGILO DE DADOS CADASTRAIS
69
Parecer nº579/2003/PGF/PF-JRP/Anatel (08/07/2003):
 Quebra de sigilo telefônico: somente pode ocorrer segundo pressupostos da Lei
9.296/96, mediante prévia autorização judicial (art.5º, XII).
 Quebra dos dados telefônicos
 Depende de prévia autorização judicial:
 Dados cadastrais em geral do assinante: renda pessoal ou familiar, conta bancária,
inadimplências, documentos de cobrança e histórico das chamadas solicitadas e recebidas: art.
5º, X
 Depende de requisição de autoridade policial em investigação criminal instaurada:
 Dados cadastrais excepcionados por lei para divulgação em Listas Telefônicas (nome, endereço
e código de acesso do usuário) podem ser requisitados por autoridade policial para investigação
criminal em curso.
 Salvaguarda: os interessados na divulgação dos dados excepcionados para lista
telefônica podem ainda requerer à autoridade judicial “declaração de exceção
aos direitos supra-estatais concernentes à privacidade do Supremo Tribunal
Federal”

SIGILO DE COMUNICAÇOES
PROCURADORIA DA ANATEL
PRESTADORA X POLÍCIA CIVIL
70
Parecer nº901/2003/PGF/PF-JRP/Anatel (29/10/2003)
Não-aplicabilidade do Parecer nº 579 (Relação
específica entre empresas e agência reguladora)
Dados exigíveis pela ANATEL: informações necessárias à
defesa do consumidor
Poder-dever da ANATEL de requisição de informações
decorre:
Do poder de fiscalização entregue à Agência
Da obrigação constitucional de defesa do consumidor (art.5º,
XXXII)
Da garantia de tratamento confidencial às informações por
parte da Agência
Limite: somente dados necessários à fiscalização do
serviço na defesa do consumidor
SIGILO DE COMUNICAÇOES
PROCURADORIA DA ANATEL
PRESTADORA X ANATEL
71
Parecer nº877/2003/PGF/PF-JRP/Anatel (22/10/2003)
PADO não finalizado
Exigência de sigilo até sua completa apuração (art. 174
da LGT)
Necessidade de ordem judicial para liberação do
conteúdo do PADO não finalizado
PADO finalizado
Após completa apuração, o PADO pode ser requerido
pela autoridade policial para detecção de
irregularidades de ordem penal.

SIGILO DE COMUNICAÇOES
PROCURADORIA DA ANATEL
PADO REQUISITADO PELA POLÍCIA FEDERAL
72
E-mail corporativo (TST)

Sigilo se aplica sobre correspondências, dados e


comunicações telefônicas e telegráficas.
Pressuposto: classificação da comunicação como
“ambiente de assuntos particulares”
Empregado não tem direito ao sigilo de comunicações
em seu e-mail corporativo. (TST-RR 1542/2005-055-02-
40-AI).

SIGILO DE COMUNICAÇOES
E-MAIL CORPORATIVO
73
CF-1988 (redação original)
Art.155. (...)
EC n.33, de
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso
I, b, do "caput" deste artigo e o art. 153, I e II, 11/12/2001
nenhum outro tributo incidirá sobre operações Art.155. (...)
relativas a energia elétrica, combustíveis líquidos e § 3º À exceção dos impostos de que
gasosos, lubrificantes e minerais do País. tratam o inciso II do caput deste artigo
e o art. 153, I e II, nenhum outro
imposto poderá incidir sobre
operações relativas a energia elétrica,
serviços de telecomunicações,
derivados de petróleo, combustíveis e
EC n.3, de 17/03/1993 minerais do País.
Art.155. (...)
§ 3º À exceção dos impostos de que tratam o inciso
II, do "caput" deste artigo e o art. 153, I e II,
nenhum outro tributo poderá incidir sobre
operações relativas a energia elétrica, serviços de
telecomunicações, derivados de petróleo,
combustíveis e minerais do País.

IMUNIDADE SETORIAL 74
Discussão ocorrida antes da EC33:

 Qual a extensão da proibição de novos tributos do art.155, § 3º da CF/88?


 Interesse das operadoras: contribuições, tais como o PIS, a COFINS, ou
contribuições de intervenção no domínio econômico como as instituídas para o
sistema S.

 ARGUMENTOS:
 Operadoras: contribuições são espécies de tributos (art.149).
 Governo: 1)contribuições sociais são distribuídas solidariamente por toda a
sociedade para manutenção da seguridade social (art.195); 2)a proibição do
art.155 é para novos tributos sobre operações de telecomunicações e não
faturamento (CF-67xCF-88); 3)a finalidade do art.155, § 3º seria para evitar
empréstimo compulsório sobre operações que onerassem a cadeia produtiva
do país (art.34, §12 do ADCT x art.155, § 3º).

IMUNIDADE SETORIAL 75
CF/67 (EC1/69)
Art. 21. Compete à União instituir imposto
sobre:
VII – serviços de comunicações, salvo os
de natureza estritamente municipal;
VIII – produção, importação, circulação,
distribuição ou consumo de lubrificantes e CF/88 (redação original)
combustíveis líquidos ou gasosos e de Art.155. (...)
energia elétrica, imposto que incidirá uma § 3º À exceção dos impostos de que
só vez sobre qualquer dessas operações, tratam o inciso I, b, do "caput" deste
excluída a incidência de outro tributo sobre artigo e o art. 153, I e II, nenhum outro
elas; tributo incidirá sobre operações
IX – a extração, a circulação, a distribuição relativas a energia elétrica,
ou o consumo dos minerais do País combustíveis líquidos e gasosos,
enumerados em lei, imposto que incidirá lubrificantes e minerais do País.
uma só vez sobre qualquer dessas
operações, observado o disposto no final
do item anterior;
IMUNIDADE SETORIAL
IMUNIDADE DAS OPERAÇÕES

76
Art. 34. O sistema tributário nacional entrará em vigor a partir do primeiro dia do
quinto mês seguinte ao da promulgação da Constituição, mantido, até então, o da
Constituição de 1967, com a redação dada pela Emenda nº 1, de 1969, e pelas
posteriores.
§ 12 - A urgência prevista no art. 148, II, não prejudica a cobrança do
empréstimo compulsório instituído, em benefício das Centrais Elétricas
Brasileiras S.A. (Eletrobrás), pela Lei nº 4.156, de 28 de novembro de 1962,
com as alterações posteriores.

Art. 148. A União, mediante lei complementar,


poderá instituir empréstimos compulsórios:
II - no caso de investimento público de caráter
urgente e de relevante interesse nacional,
observado o disposto no art. 150, III, "b".

IMUNIDADE SETORIAL
IMUNIDADE DIRIGIDA A EMPRÉSTIMOS
COMPULSÓRIOS
77
IMUNIDADE SETORIAL
JURISPRUDÊNCIA

78
IMUNIDADE SETORIAL
JURISPRUDÊNCIA
79
CBT (Lei 4.117/62)
Art. 51. É criado o Fundo Nacional de Telecomunicações constituído dos
recursos abaixo relacionados, os quais serão arrecadados pelo prazo de 10
(dez) anos ... (vetado) ... para serem aplicados na forma prescrita no Plano
Nacional de Telecomunicações, elaborado pelo Conselho Nacional de
Telecomunicações e aprovado por decreto do Presidente da República:
a) produto de arrecadação de sobretarifas criadas pelo Conselho Nacional de
Telecomunicações sôbre qualquer serviço de telecomunicação, ... (vetado) ...,
inclusive tráfego mútuo, taxas terminais e taxas de radiodifusão e
radioamadorismo, não podendo, porém, a sobretarifa, ir além de 30% (trinta por
cento) da tarifa;
b) juros dos depósitos bancários de recursos do próprio fundo e produto de
operações de crédito por êle garantidas;
c) rendas eventuais, inclusive donativos.

FNT - SOBRETARIFA

80
CBT (1962): previsão do FNT como orçamento de empresa pública federal efetivada em
1965 com o nome de EMBRATEL, depois transferido para a TELEBRÁS, com sua criação
em 1972.
CONTEL (1966): aprovou portaria para cobrança das sobretarifas de telecomunicações
para custeio do FNT – término previsto p/ 1º/05/76.
Lei 6.093/74 (Governo Geisel): cria o Fundo Nacional de Desenvolvimento constituído
pelas sobretarifas destinadas ao FNT, mediante corrosão progressiva no tempo – 10%
em 1975, chegando a 50% em 1979.
Lei 6.127/74: prorroga por prazo indeterminado a cobrança da sobretarifa.
Decreto-Lei 1.754/79: aumento dos percentuais de repasse até chegar a 100% em 1983.
Previu extinção do FND, quando a totalidade dos recursos do FNT passariam a compor
recursos ordinários do Tesouro Nacional, fato antecipado para 1982 pelo Decreto-Lei
1.859/81.
Decreto-Lei 2.186/84: revogou o art. 51 da Lei 4.117/62, substituindo a sobretarifa de
telecomunicações pelo Imposto sobre Serviços de Comunicações – ISSC de 25% da
tarifa.

FNT – DISCIPLINA NORMATIVA

81
Natureza das sobretarifas:
Acréscimos de tarifas para reinvestimento e
melhoramento dos serviços, integrando a
propriedade do prestador do serviço tarifado
(seria constitucional sua cobrança);

Cobranças compulsórias estatais qualificadas


como tributos somente poderiam ser
constitucionais se instituídos por lei o fato
gerador, o contribuinte e a alíquota.

FNT – HIPÓTESES DE
CONSTITUCIONALIDADE
82
INCONSTITUCIONALIDADE PLENA:
As sobretarifas seriam na verdade tributos, pois a tarifa
tem destinação remuneratória do prestador do serviço, o
que não ocorria no caso das sobretarifas. Além disso, o
CONTEL não poderia criar tributos mediante portaria.

CONSTITUCIONALIDADE PLENA:
A ausência de compulsoriedade na contratação dos
serviços de telecomunicações classificaria a sobretarifa
como preço público e não tributo. Sendo um serviço
monopolizado, a União poderia cobrar um preço social
para sua expansão e melhoramento e, portanto, acima
do custo do serviço.

FNT – HIPÓTESES PERANTE O STF

83
POSIÇÃO INTERMEDIÁRIA:
 A inconstitucionalidade da cobrança das sobretarifas de telecomunicações
somente ocorreria após a Lei 6.093/74, que criou o FND. Ela as teria
descaracterizado enquanto tarifa, transformando-as em cobranças compulsórias
(tributos). Seriam inconstitucionais na medida dos percentuais de transferência
ao FND.
 A sobretarifa seria constitucional enquanto refletisse sua finalidade de “expansão
e melhoramento do serviço de integração da rede nacional de telecomunicações”
(Sepúlveda Pertence).

Posição do STF?
 Argüição de Inconstitucionalidade na Remessa ex officio REO107.572 do
Tribunal Federal de Recursos, j.22-10-1987.
 RE117.315/RS, j.19/04/1990, Tribunal Pleno do STF.

FNT – HIPÓTESES PERANTE O STF

84
CF/88
Art.150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à
União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: VI – instituir impostos sobre:
a) patrimônio, renda ou serviços, uns dos outros.
Corrente doutrinária já defendeu sua extensão às empresas estatais
prestadoras de serviços públicos (antigo STB), sob os seguintes
argumentos:
 os serviços públicos seriam, nestes casos, outorgados diretamente por lei, ao
contrário do caráter contratual da concessão ou permissão;
 por isso, as empresas estatais seriam remuneradas por meio de taxas e,
portanto, excluídas da exceção prevista no art.150, §3º da CF/88.
 ADIn 1.089-1/DF, rel. Min. Francisco Resek, DJ 27.06.97, j.04.08.94, Sessão
Plenária, cautelar: empresas estatais não se beneficiam da imunidade recíproca

2011: Oi pediu que as obrigações de universalização fossem


extendidas às autorizatárias de STFC.

ASSIMETRIA REGULATÓRIA E
IMUNIDADE RECÍPROCA
85
ADIn1.089-1/DF, rel. Min. Francisco Resek, DJ 27.06.97, j. 04.08.94
Sessão Plenária (cautelar concedida por maioria)
Incidência do ICMS sobre transporte aéreo de passageiros e de cargas. Não-inserção da
navegação aérea na rubrica serviços de transporte interestadual e intermunicipal do Convênio
nº66/88 (art.34, §8º, ADCT). ICMS = junção de antigos impostos (imposto sobre transportes).

“Um serviço público não o deixa de ser, para determinar-se a


pertinência ou não do princípio da imunidade recíproca, pelo fato de
materializar-se na ação de empresa a tanto autorizada pelo poder
público. A proposta nada tem de extravagante, mas colide com os
ensinamentos da nossa prática tributária (...) O princípio da imunidade
recíproca, decididamente, não tem aí operado.”
(Voto do Min. Resek, p. 189 do Ementário de Jurisprudência do STF nº 1.875-01).

ASSIMETRIA REGULATÓRIA E
IMUNIDADE RECÍPROCA
86
Corrente doutrinária defende que empresas estatais podem ser beneficiárias de
isenções diferenciadas desde que extensíveis às concessionárias e
permissionárias pertinentes

Art.173, §2º: “As [empresas estatais] não poderão gozar de


privilégios fiscais não extensivos às do setor privado”.
Souto Maior Borges: Teoria Geral das Isenções Tributárias

 Problema: o sistema atual equipara os prestadores para


cumprimento da meta de introdução da competição.

 Solução: isenções diferenciadas ainda seriam possíveis entre


concessionárias-permissionárias, de um lado, e autorizatárias, de
outro, desde que caracterizadas como medidas compensatórias
dos deveres de universalização do serviço público.

ASSIMETRIA REGULATÓRIA E
ISENÇÕES DIFERENCIADAS
87
autorização

Autorizatárias
Concessionária
prestação Permissionária

tarifa
price cap

preço
Empresa estatal
diferenciadas

Universalização
Metas de
Isenções

Localidades:
TUPs Acessibilidade abrangência
ex.: Zona rural
TAPs
PSTs
FUST 88

Fronteiras e Instituições de Órgãos de


Juridicamente
áreas assistência a segurança
pobre
remotas deficientes pública
Eugène Delacroix (1830)

HISTÓRICO DAS TELECOMUNICAÇÕES:


COMUNICAÇÃO A DISTÂNCIA NA
FRANÇA REVOLUCIONÁRIA
89
França, 1853 (1791)

REDE DE COMUNICAÇÃO
90
A DISTÂNCIA FRANCESA
Telégrafo óptico (Claude Chappe)
Télégraphe Aérien / Optical Telegraph

 Invenção de 1790
 Primeiro experimento de 1791
 Desenvolvimento em 1793
 Uso em escala a partir de 1794

REDE DE COMUNICAÇÃO
91
A DISTÂNCIA FRANCESA
 Posturas urbanas
 Servidões
administrativas
 Diferencial:
Proteção ambiental
Risco à saúde
humana
Defesa do
consumidor

QUESTÕES JURÍDICO-REGULATÓRIAS

92
Samuel Morse

UM PINTOR INTERESSADO EM
ELETRICIDADE
93
1832 – Invenção, por Samuel Morse, do sistema
telegráfico

1837 – pontos e traços (dots and dashes)

Ausente o interesse privado

Congresso norte-americano financiou uma linha


experimental de Washington a Baltimore: 1º teste em
1844

INTERESSE PÚBLICO

94
Clássica: “comunicação à distância, realizada por processo eletromagnético”

Normatização: art. 60, § 1º da LGT “Telecomunicação é a transmissão, emissão ou recepção, por fio,
radioeletricidade, meios ópticos ou qualquer outro processo eletromagnético, de símbolos, caracteres,
sinais, escritos, imagens, sons ou informações de qualquer natureza.”
Elementos conceituais:
- Transporte de convenções culturais (variações de
características aptas a traduzirem informações).
- Processo eletromagnético (as ondas eletromagnéticas
independem de meio material para sua propagação)
- Modulação significativa do sinal portador
- Codificação e decodificação
- Conjunto operacional contínuo de emissão e
recepção. Exclusões legais e infralegais:
a) Serviços de valor adicionado;
b) Provimento de capacidade de satélite
c) Serviço de habilitação ou cadastro de usuário e de equipamento
para acesso a serviços de telecomunicações

DEFINIÇÃO DE TELECOMUNICAÇÃO

95
Alexander Graham Bell

Diferenças de tons aplicadas ao


meio telegráfico

harmonic telegraph

Patente: 1876

Litígios judiciais – patentes da Western


Union e da Bell Telephone Company –
acordo de separação entre os serviços
telegráficos e telefônico (1879)

A MÚSICA APLICADA AO MEIO


TELEGRÁFICO
96
PONTOS CENTRAIS:

1) Patentes

2) Diferenciação jurídica entre os


serviços de telecomunicações

3) Desenvolvimento tecnológico
como determinante e
impulsionador da conformação
jurídica setorial.

QUESTÕES JURÍDICO-REGULATÓRIAS

97
ZEROS E UNS

98
SVA
vs.
Infraestrutura de suporte ao serviço público
(backhaul público)

INTERNET E CLASSIFICAÇÃO JURÍDICA

99
EFEITOS REGULATÓRIOS

100
ESSENCIALIDADE DO SERVIÇO

101
Fonte: Relatório Anual 2009, da Anatel (Dados atualizados até 2011)

FORA DO ALCANCE, MAS DENTRO

102
Fonte: Relatório Anual 2011, da Anatel

SATÉLITES GEOESTACIONÁRIOS
ESTRANGEIROS AUTORIZADOS
Ref.: SANTOYO, Renata Figueiredo; LIMA, Camila Dario Correia. O processo de
coordenação e o direito de exploração de satélite. In: Revista de Direito, Estado e 103
Telecomunicações – RDET 3(1):295-310, 2011.
2G 3G 4G
•1992 •1994 •1998 •2000 •2002 •2004 •2006 •2007 •2008 •2009+

3GPP GSM UMTS HSDPA HSUPA

3GPP2 CDMA IS95A 1X EVDO EVDO Rev A EVDO Rev B


UMB

802.16e
IEEE WiFi/WiMAX 802.11 b/g 802.16d WiMAX 802.16m
WiMAX

Panorama dos padrões de banda larga sem fio

MUITOS OS CHAMADOS,
POUCOS OS ESCOLHIDOS
104
Taxas de transferência médias MP3 song
GPRS 35 kbps 18mins
CDMA 1X 60 kbps 11 mins
EDGE 115 kbps 6 mins
UMTS 256 kbps 3 mins
EV-DO 400 kbps 2 mins
HSDPA 1.0 Mbps 38 secs
WiMAX 4.0 Mbps 10 secs
LTE 4.0 Mbps 10 secs
802.11g 14.4 Mbps 3 sec

0.0 0.5 1.0 1.5 2.0 2.5 3.0 3.5 4.0 4.5 5.0 (MB)
aacPlus v2 aacPlus AAC/WMA MP3
32 kbps 64 kbps 128 kbps 160 kbps

A PADRONIZAÇÃO DEFINE A
UTILIDADE COMERCIAL
105
1 • Evolução tecnológia: formato jurídico
compreensivo

2 •Normatização secundária

3 •Futuro: regulação cooperativa

REGULAÇÃO DE TELECOMUNICAÇÕES

106
DEFINIÇÃO (arbitragem):
 Método alternativo de resolução de disputas de caráter heterocompositivo
(x mediação: autocompositivo).
 Voltado a abrir alternativas de decisão para além dos jogos de soma zero
(teoria dos jogos – sucesso de um = derrota do outro).
 Âmbito de aplicação (Lei 9.307/1996):
 Relações de direito privado
 Resolução de “(...) litígios relativos a direitos patrimoniais disponíveis” (art. 1º) = arbitrabilidade
objetiva.
 Acordo entre partes ou imposição regulatória ou legal (doutrina).

DEFINIÇÃO (arbitramento):
 Processo administrativo de resolução de disputas.
 Modo normal de agir do Estado.
 Âmbito de aplicação (Lei 9.784/1999):
 Relações de direito público.
 Consequência de exercício de competência administrativa.
 Requisito à produção de atos administrativos.

TEMAS ESPECÍFICOS
ARBITRAGEM, ARBITRAMENTO (REGULADO-REGULADO VERSUS REGULADO-REGULADOR)

107
DISTINTIVOS (arbitragem):
 Ampla participação das partes no procedimento arbitral;
 Maior autonomia na definição do procedimento;
 Aquiescência das partes para cláusula compromissória;
 (doutrina) Possibilidade de previsão legal de arbitragem para proteção de direitos;
 Definição dos árbitros por indicação das partes, exceto compromisso arbitral fixado por sentença
judicial;
 Sigilo das informações trazidas ao juízo arbitral;
 Restrita a julgamento de direitos patrimoniais disponíveis;
 Dever de tentativa de conciliação no juízo arbitral;
 Inadmissibilidade de recurso revisional de mérito.

DISTINTIVOS (arbitramento):
 Admissibilidade de pedido de reconsideração administrativa;
 Admissibilidade de recurso ao Judiciário sobre o mérito;
 Comando constitucional de garantia de contraditório e ampla defesa para situações de litígio (art. 5º,
LV da CF/88).

TEMAS ESPECÍFICOS
ARBITRAGEM, ARBITRAMENTO (REGULADO-REGULADO VERSUS REGULADO-REGULADOR)

108
CASO de arbitramento inter-setorial:
 ANATEL-ANEEL-ANP
 Regulamento Conjunto de Resolução de Conflitos das Agências Reguladoras dos
Setores de Energia Elétrica, Telecomunicações e Petróleo (Res. Conjunta nº 2, de
27/03/2001).
 Criação de Comissão permanente de Resolução de Conflitos das Agências
Reguladoras.
 Processo administrativo de resolução de conflitos VERSUS arbitragem civil
 Arbitragem civil (termo utilizado na Consulta Pública Conjunta da ANEEL-Anatel-
ANP n.2/2000 sobre Regulamento Conjunto de Resolução de Conflitos das
Agências Reguladoras dos Setores de Energia Elétrica, Telecomunicações e
Petróleo) x processo administrativo de resolução de disputas.
 Art. 1º do Regulamento: “Este Regulamento dispõe sobre o processo de
resolução administrativa de conflitos sobre compartilhamento de
infraestrutura...”

TEMAS ESPECÍFICOS
ARBITRAGEM, ARBITRAMENTO (REGULADO-REGULADO VERSUS REGULADO-REGULADOR)

109
CASO de distinção entre arbitragem e arbitramento:
 Diretiva Europeia 2002/21/EC, art. 20(2)

 Define que o dever das autoridades reguladoras de redes e serviços


de comunicação eletrônica de decidirem sobre disputas do setor
[arbitramento] é afastado se houver possibilidade de arbitragem ou
mediação da questão ao alcance das partes.

 Se a mediação ou arbitragem não solucionarem a disputa em 4


meses, a autoridade reguladora deve se comprometer a decidir a
questão [arbitramento].

TEMAS ESPECÍFICOS
ARBITRAGEM, ARBITRAMENTO (REGULADO-REGULADO VERSUS REGULADO-REGULADOR)

110
ARBITRABILIDADE SUBJETIVA:
 Agência reguladora como árbitra 
 Agência reguladora como parte 

QUESTÕES:
 Indisponibilidade do interesse público
 Irrenunciabilidade de competência administrativa (art. 11 da Lei
9.784/99)
 Indelegabilidade de: edição de atos de caráter normativo; decisão
de recursos administrativos; matérias de competência exclusiva do
órgão ou autoridade (art. 13 da Lei 9.748/99)

TEMAS ESPECÍFICOS
ARBITRAGEM, ARBITRAMENTO (REGULADO-REGULADO VERSUS REGULADO-REGULADOR)

111
RESPOSTAS:
 Arbitrabilidade objetiva – direitos patrimoniais disponíveis
 Atividades administrativas de autoridade versus gestão patrimonial
 Arbitragem sobre consequências/repercussões patrimoniais de atos
administrativos
 LOGO, restrita a repercussões patrimoniais abarcadas pelas cláusulas
econômico-financeiras do contrato
 Lei 8.987/95:
 Cláusula essencial do contrato de concessão: foro e modo amigável de solução
das divergências contratuais (art. 25, XV)
 STJ (2011):
 REsp 904.813/PR, Min. Nancy Andrighi, 3ª Turma, j. 20/10/2011, DJe
28/02/2012 (Ausência de previsão de arbitragem no edital de licitação ou no
contrato de concessão consequente não invalida firmar-se compromisso
arbitral posteriormente entre concessionária e poder público).

TEMAS ESPECÍFICOS
ARBITRAGEM, ARBITRAMENTO (REGULADO-REGULADO VERSUS REGULADO-REGULADOR)

112
Cláusula compromissória
 Modelo de Contrato de Concessão do STFC Modalidade Local (Anatel – Concessionária) – Res. Anatel nº
341/2003 (Aprova modelos de contrato de concessão)
 Cláusula 16.2, IV: direito da concessionária de solicitar a instauração de procedimento de arbitragem em
hipóteses do Capítulo XXXIII do Contrato.
 Cláusula 16.12, Parágrafo único: possibilidade de pedido de arbitragem para cumprimento de dever de
interconexão da rede da concessionária por parte de serviço de interesse coletivo.
 Capítulo XXXIII (Da Arbitragem): (Anatel como parte)
 Requisito: prévia decisão em processo administrativo próprio – concessionária inconformada
 Imposição sobre Anatel e Concessionária da instalação do Tribunal Arbitral, exceto comprovação de não
se tratar de matéria autorizada para esse fim.
 Matéria arbitrável restrita a (Cláusula 33.1):
 violação do direito da Concessionária à proteção de sua situação econômica, conforme prescrito no
Capítulo XIII;
 revisão das tarifas, prevista no Capítulo XIII e;
 indenizações devidas quando da extinção do presente Contrato, inclusive quanto aos bens
revertidos.
 Tribunal arbitral (Cláusula 33.3):
 2 membros efetivos e suplentes indicados pelo Conselho Diretor da Anatel não pertencentes a seus
quadros;
 2 membros efetivos e suplentes indicados pela Concessionária não empregados seus;
 1 membro efetivo e suplente indicado pelos membros referidos acima.
 Expressa referência à aplicação da Lei de Arbitragem (Lei 9.307/96).

TEMAS ESPECÍFICOS
ARBITRAGEM, ARBITRAMENTO (REGULADO-REGULADO VERSUS REGULADO-REGULADOR)

113
Anatel como árbitra:
 Regimento Interno aprovado pela Res. 270/2001.

Título IV – DOS PROCEDIMENTOS ADMINISTRATIVOS


Capítulo VI – Dos Atos Administrativos
Seção IV – Do Procedimento de Arbitragem

Art. 63. Havendo conflito de interesses entre prestadoras de serviços


de telecomunicações ou entre estes e os usuários será procedida a
arbitragem.

Parágrafo único. As partes, enquanto prestadoras, podem submeter a


solução de seus eventuais conflitos ao processo de arbitragem quando
houver compromisso prévio de aceitar como vinculante a decisão que
vier a ser proferida.

TEMAS ESPECÍFICOS
ARBITRAGEM, ARBITRAMENTO (REGULADO-REGULADO VERSUS REGULADO-REGULADOR)

114
LEITURA (questões):
1) Defina arbitragem.
2) Qual a finalidade da arbitragem/mediação?
3) Qual o âmbito/campo de aplicação da arbitragem?
4) Enumere as características distintivas da arbitragem, que devem estar presentes para
classificarem uma decisão de agência reguladora como arbitral.
5) O que diferencia arbitragem e arbitramento administrativo?
6) O juízo arbitral da Anatel para interconexão e compartilhamento de infraestrutura e de
comissão mista de agências dos setores de energia, telecomunicações e petróleo se encaixa
no conceito jurídico de arbitragem?
7) Os processos de mediação e arbitragem da Anatel previstos nos contratos de concessão e no
Regimento Interno da Agência (art. 62 e 63) têm quais características de juízo arbitral?
8) Agência reguladora pode figurar como parte no juízo arbitral envolvendo disputas entre ela e
o ente regulado?
Artur Coimbra. O papel do órgão regulador na resolução de disputas entre operadoras de
telecomunicações: a arbitragem e a mediação à luz das experiências japonesa, inglesa e
americana. In: Revista de Direito, Estado e Telecomunicações 1(1): 111-159, 2009.

Selma Maria Ferreira Lemes. Arbitragem na Concessão de Serviços Públicos – Arbitrabilidade


Objetiva. Confidencialidade ou Publicidade Processual?. In: RDM 134: 148-163, abr./jun., 2004.

TEMAS ESPECÍFICOS
ARBITRAGEM, ARBITRAMENTO (REGULADO-REGULADO VERSUS REGULADO-REGULADOR)

115

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