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ASSOCIAGAO PORTUGUESA DE GEOLOGOS ONOVAS n° 22: 35 a 43, 2009 [35 Grutas turisticas: patriménio, emogées e sustentabilidade José s |. Brandio Resumo O patriménio é actualmente considerado como um dos cixos em torno do qual se desenvolvem diversas actividades econdmicas ligadas ao turimo cultural. Neste imbito, merecem uma palavra particular as grutas habilitadas a permitir 0 acesso publica e respectiva fruigio. Portugal, quer no continente, quer nas Regides Auténomas possui um patriménio (geo) espeleologico, de grande valor cientifico ¢ cultural que atrai, anualmente, algumas centenas de milhares de visitantes. Tendo em consideragio a importancia destes lugares do ponto de vista da educasio para o patriménio ¢ para a sustentabilidade, é pertinente uma reflexio sobre 0 processo de concessio e of servigos oferecidos pelos diversos operadores. Palavras-chave: patriménio; grutas; enquadramento legal; uso sustentado; educagio Abstract The heritage is current considered as one ofthe axis around which several economic activites are decloped in connection with euturaltouriam. In {hiscontet th aves that allow public access and enjoyment deserve o particular lenton. Portugal, including Azor's and Madeira’ islands, hos a (geo) speleoopzl heritage of reat scientific ond cultura significance, which attracts early hundreds of thowsands of vistors. Considering the importance of the caves in trmsof education for he heritage ond sustainability, t's relevant to think about he icensng procedures and exploitation, a wel othe tric roduets offered bythe various operators. Key-words: heritage; caves; legislation; susteinable use; education. Introdusio ‘As grutas naturais constituem uma expressio importante ¢ particular do patriménio geolégico. A sua ocorréncia cesta mais frequentemente ligada is regides ealedrias, onde © conjunto de processos e fenémenos da geodinimica externa determinaram a formagao de redes de infiltragio € sistemas ¢ circulagio subterrinea mais ou menos complexos, que definem as principais formas do earso subterranco. Por outras razdes, as grutas naturais também vulgares em muitas regides vulednicas Alem de constituirem o hobitat das diferentes espécies de seres vivos que, ao longo do tempo, se adaptaram e colonizaram o espaco subterrineo, de forma perene ou episédiea, as grutas tém sido também, desde sempre, utilizadas pelo Homem como abrigo e como lugar de culto e de inumagio, As marcas desta ocupagio conservaram-se sob a forma de jazidas paleontologicas € arqueolégicas, que constituem actualmente pegas fundamentais para a reconstituigio da vida e dos ambientes paleoclimaticos e paleogeogréticos, Dominios por exceléncia da Espeleologia, as grutas transformaram-se em lugares de faseinio, mistério, cultura e ciéncia, cuja exploragio sistematica remonta, pelo menos, aos tempos pioneiros de Edouard Martel (1859-1938) no sltimo quartel do século XIX Repartisio geogréfica Em Portugal continental, a maior parte das grutas conhecidas esta associadas aos principsis macigos calearios Jjurissicos, com particular destaque para 0 Macigo Caleétio Extremenho, parcialmente englobado nos limites do Parque Natural das Serras de Aire ¢ Candeciros (PNSAG), as serras de Sic6 e de Alvaiszere a norte © a serra de Montejunto, a su, classficada como Paisagem Protegida (Dee. Reg. n° 11/99, de 22 de Julho), e, na peninsula de Setabal, a serra da Arrébida em grande parte incluida na érea do Parque Natural (da Arrabida) eriado em 1976 (Dee.-Lei n® 622/76, de 28 de Julho). Na Orla Algarvia sublinhe-se o alinhamento de relevos que constituem a uunidade de paisagem geralmente designada por "Barrocal” cstencialmente constituida por caleérios dolomiticos do Litssico, Dogger e Malm. Esta repartigio geografica é de ha muito bem conhecida, sendo referida nos escritos clissicos, desde o "Portugal Sublersngo” de Ernest Fleury (1878-1958), publicado em 1925. Algumas formagaes carbonatadas do Macigo Hespérico como, por exemplo, 08 mirmores¢ caleérios dolomiticos cimbricos do Alentejo ¢ do Silirico de Trés-o8-Montes, conservam ainda tragos de uma importante (paleo)earsificagio, sendo pontualmente conhecidas algumas grutas de certa importancia como as de Modificado de intervengio nar "1s Jornadas Gientificar” da Federagio Porsuguera de Fapeleologia. Leiria, 2008, 36 | Grutas turisticas: patriménio, emogdes ¢ sastents St.° Adriso no concelho de Vimioso, uma das primeiras a merecer um estudo cientifico, realizado ¢ publieado por Nery Delgado (1835-1908) da Commissio Gelagce do Reino (v. Delgado, 1892), actuslmente inacessiveis pelos trabalhos de laboragio de uma pedreira, a gruta do Escoural perto de Montemor-o-Novo, onde foram descobertas importantes pinturas rupestres © algar de St.° Antonio que abastece de agua a vila do Alandroal. Em certas regises vulednieas € também frequente a ocorréncia de grutas naturais. Neste caso a sua génese std quase sempre relacionada com o répido arrefecimento « solidificagio da parte mais externa das escoadas de lava do tipo pohoehor, enquanto no interior a lava continua a correr formando uma espécie de tubo alongado na direeso do escoamento, por vezes com virios quilémetros de extensio. Quando a lava deixa de correr, esses tubos ficam varios e preservados formando tineis lévicos, frequentemente acessiveis do exterior apés colapso do tecto ou das paredes (fig. 1) Figura 1 - Sucessio de episédios conducentes & formagio dos tubos de lava, Rep. de postal editado pelo GESPEA sobre originais de N. Farina, Ostectos e as paredes destas cavidades apresentam-se com frequéncia revestidos por estalactites de materiais vitrificados resultantes da solidificagio dos pingos de lava que escorrem do tecto, sendo vulgares nas paredes destas cavernas naturais, as “bancadas” ou baledes, que testemunham os antigos niveis de escorréncia da lava Na itha da Madetra, conhecem-se algumas grutas deste tipo: porém, a sua ocorréncia € particularmente significativa na Regio dos Agores, onde so conhecidas mais de duas centenas e meis, grande parte das quais concentrada nas ilhas do Pico ¢ Terceira (Costa, 2002, p. 14). Algumas correspondem a tubos de lava, outras & "algares” vulednicos, na sua maioria antigas chaminés vuleinicas, mais ou menos verticais, esvaziadas da lava que por elas fluiu (Constancia etal, 1994, p. 32). No seu conjunto perfazem virias dezenas de quilémetros de pereursos subterrineos. Enquadramento ¢ gestio das cavidades naturais O valor do patriménio espeleolégico decorre tanto da riqueza da ocupagio biolégica das cavidades subterrineas, como da profusio ¢ diversidade dos espeleotemas. Acrescente-se ainda o facto de terem vindo a ser descobertas, em muitas grutas, desde os finais do século XIX, jazidas arqueclogicas © paleontolégicas de grande relevincia cientificae cultural. Em Portugal, muliplicam- se os exemplos, desde os trabalhos pioneiros de Nery Delgado nas grutas do planalto da Cesareda e Furninha do Mar (Peniche), as descobertas mais recentes nas grutas 4a Figueira Brava (Sesimbra) ou Caldeirso (Tomar). No entanto, as grutas esto por vezes sujeitas a usos que podem pér em perigo a sua preservagio, justificando- se, em muitos casos, 0 seu inventario e salvaguarda como goss protegidos Coloca-se assim com grande pertinéncia, a questio da clarificagio das entidades com competéneia para a gestdo destes espagos naturais que a Constituigio da Repabliea Portuguesa, no seu Artigo 84.°, consagra como dominio itl. Axtigo 84.° § 1. Perlencem ao dominio pbc: (..) os Jauigor mineais, ar naicente de dguae mineromedicnas, at cavidades natura subterrancas exitentes no subolo, com excepto das rockas, terras comuns ¢ outros materais habituaimente usados na consrugo(..) O ano de 1970, declarado pelo Conselho da Europa Ano da Conservasio da Natureze, ficou mareado pelo aparecimento da primeira legielagio nacional em matéria de protecsio ¢ conservagio do patriménio natural; a Lei 9/70 de 19 de Junho, posterior, ¢ sucessivamente reformulada. Com este diploma foram criadas as figuras juridicas de Parques ¢ Reservas, contemplando-se a delimitasio de “reservas geolégicas”, entendidas como " éreas onde as formagées geoldgicas pelo seu interes cientifico © educaional, devam ser defendidas de qualquer exploragao ou ocupaydo" (Base IV, n° 3, c). Ficou assim aberta a possibilidade de se virem a classificar as grutas naturais, acautelando a sua preservagio. Verificou~ porém, que a possibilidade de sustentar 4 classifieagio em eritérios ambientais, 56 veio a ser utiligada de forma mais intensa em tempos recentes; em contrapartida,jé anteriormente fora utiizado outro tipo de argumentagio, de bate histérico-arqueolégics, na atribuigio de estatutos particulares de protecgio a algumas grutas (v. quadro D. Nas areas protegidas e nas da Rede Natura 2000, as grutas naturais estio sob tutela do Instituto de Conservagio da Natureza e da Biodiversidade (ICNB) ou das Seeretarias Regionais do Ambiente que, pelo menos em teoria, asteguram a sua vigilincia e preservasio, estando consequentemente sujeitas aos respectivos Planos de Ordenamento. Gontudo, o que em regra se verifica 4 que, por insuficiéncia de recursos e de mecanismos de gestio ¢ fiscalizagio, o Estado apenas tem podido prestar atengio a algumas grutas onde séo conhecidas colénias de cavernicolas ou, pontualmente, a uma ou outra ocorréncia englobada na lista de sitios classifieados. Sublinhe-se porém, que esta situagio nio é exclusiva do nosso pais, verificando-se também noutros paises, nomeadamente na virinha Espanha onde o conjunto das grutas carsicas é, praticamente na sua totalidade, gerido por organismos publicos: autarquias, Comunidades Auténomas ¢ o préprio Estado (Gonzilez,2007, p. 278) Pode assim dizer-se que fica fora de qualquer tipo de controlo a grande maioria das cavidades existentes, no obstante o facto de muitas delas constituirem geossitios relevantes e serem a expressio de patriménios frigeis ¢ vulneréveis, E, porém, de toda a justiga apontar a janela de oportunidades criada pela entrada em vigor do actual regime juridico da conservagio da natureza e da biodiversidade (Dec.-Lei 142/2008 de 24 de Julho) que permite a classificagio de geossitios a nivel local, regional € nacional, este instrumento legal de protecsio onde podem ser, obviamente, incluidas as grutas. Nao existe ainda um inventirio detalhado das grutas a nivel nacional, apesar de se conhecerem diversos cadastros parcelares de caricter regional realizados nos “timos anos sobretudo pelos diversos grupos eassociagdes espeleolégicas®; porém, estes trabalhos estio desligados entre si e muitos deles nao tém tido a divulgagio que rmerecem, quer junto da comunidade espeleolégica, quer junto das entidades com responsabilidade no ordenamento e gestio do territério, quer ainda junto das comunidades locas e regionais, instrumento estencial paraadefinigio de estratégias de geoconservagio. Neste ambito, a Federagio Portuguesa de Espeleologia, através da sua Comissio de Cadastro, esté actualmente a proceder A compilagio dos inventirios provenientes das varias associadas, registando os elementos numa base de dados que tera ligagio a0 projecto KID (Kars Index Database), em curso de adopsio pela Federagio Europeia de Espeleologia inf, pessoal de G. Mendes, FPE, 2008). Todavia, € nossa convicgéo de que a semelhanga do que ja vem acontecendo com o Instituto Geolégico y Minero de Espaiia, também os servigos geolégicos do Estado poderiam contribuir eficazmente para a concatena\ organizagio destas contribuigdes dispersas, ineidentes, porém sobre um patriménio de ambito nacional. A primeira tentativa de langamento de um inventério nacional foi, sem davida, a de Antonio Barros Machado da Universidade do Porto (v. Machado ¢ Machado, 1942), grande impulsionador dos estudos de JM, Brandio| 37 biospeleologia em Portugal, seguindo-se-Ihe, bastantes, anos mais tarde (1974), © projecto de edigio de um inventirio mais amplo por parte da Sociedade Portuguesa de Espeleologia; esta iniciativa, porém, ndo teve continuidade, tendo sido publicado apenas o volume relativo ao concelho de Vila Nova de Ourém. Até entéo, referia-se neste trabalho, o estudo das grutas tinha-se praticamente restringido # um pequeno nimero de cavidades com interesse arqueolégico, dominio de investigagio em que se deve sublinhar o contributo de Octavio da Veiga Ferreira (1917-1997), dos Servigos Geologicos de Portugal, autor de um extensa lista de cavernas com interesse arqueolégico dispersas pelo territério nacional, na qual refere as jazidas paleontolégicas associadas a esta cavidades, sublinhando, rnaturalmente, as que se encontravam representadas no Museu Geolégico (v. Ferreira, 1982). Acrescente-se, contudo, que qualquer um destes documentos esti francamente desactualizado. Recentemente, no quadro da obrigatoriedade de execugio de estudos de impacto ambiental no processo de licenciamento de obras pablicas, designadamente vias de comunicagio, parques eélicos, postes de alta tensio © outros trabalhos de construgio civil, as empresas responsiveis pelos estudos tém recorrido as associa de espeleologia para obter o levantamento das grutas cexistentes, Este conhecimento ¢ essencial a identificagio das medidas de minimizagao dos impactes resultantes da implantagio das novas estraturas, nomeadamente no que respeita A possivel destruigio de abrigos naturais de cespécies ameagadas ¢ protegidas, em especial da fauna cavernicola, ena interferéncia nos sistemas naturais de circulagio subterrinea, além da possivel perda de cespeleotemas ou jazidas arqueo-zoolégicas relevantes, Nos Agores, sob tutela do poder autonémico, consti- tuiu-se em Junho de 1998 o Grupo de Estudo doPatrim nio Espeleolégico dos Asores (GESPEA), euja missio é proceder ao estudo, inventirio e valorizagio das cavidades vulednicas da Regiao, tendo em vista a sua efieaz promogio «e gestio, atendendo to seu potencial turistico e cientifico Como resultado dos trabalhos que tém vindo a ser reliza~ dos, o Grupo apresentou em 2006, o Catlog das Cavidedes Valednicas dos Aores ~ Gras Lavieas, Aare Grutas de Erosio Marinha. A obra, em vias de publicasio, apresenta, sob & forma de fichas, a informagio mais relevante relativa & localizagio, geologia e interesse biolégico de cerca de 250 grutas e algares conhecidos na Regiso. A culo de exemple refira-se que 9 PNSAC tem usm inven um cadaatro com mas de 690, IAES (Amociagto de Espeledlogor de Sintra) tem tnventariadas mats 150 io com cerea de 2000 cavidades; o NEL (Niileo de Espeleologia de Leiris) texn \dader, na Atribida,o NECA (Nuceo {de Expeleclogin dx Costa Aral tem também tm inventario com cerea de 150 grutas (Fonte: Federagao Portuguess de Fspeleologia). No caro particular do PNSAG, pode screscentare que grande parte dat ocorrénciasregstadae foi reconhecidn na 2" metase dos anos tetenta em trapalhon Srientador pela SPE (Sociedade Poreuguers de Expeleologia), deciwor pars 0 reconhecimento patrimonial do maciga citrca « que levos potleriormente, Arua levagae a zona claeficada, 38 | Grutas turisticas: patriménio, emogées e sustentabilidade Figura 2 - Gruta do Garvie, S. Miguel, Agores. Rep. de Costa, 2002. “Grutas turisticas”: conceptualizagio ¢ habilitagio Nas iltimas décadas, em todo 0 mundo, tém sido abertas a0 piblico muitas grutas como atracgdes turisticas que se tornaram um recurso muito importante para as economias regionais, quer pelos investimentos em infra~ estruturas, nfo raras veres muito vultuosos, quer pela eriagio de emprego, quer pela movimentagio anual de dezenas de milhares de visitantes que, nalguns casos excepcionais, pode mesmo considerar-se "turismo de Desconhecemos, entre nés, a utilizagio com cardcter generalizado, de um conceito operacional para designar as grutas aproveitadas para o turismo subterraneo. Sio frequentemente referidas, apenas, como “grutas turisticas”. Nao sera portanto despicienda a adopsio futura de um coneeito nao muito distante do formulado pela Avociacén de Cuevas Turtias Expaols (v. Valsero, 2006, p- 18) que nos parece adaptivel as nossas realidades. Assim, propomos a utilizagio da designagio “grutas turisticas” para as cavidades naturais ou artificiais que tendo passado por um processo de habilitagio se tornam acessiveis a vista do pablico, interessado pelo ambiente subterréneo, em tod: (© processo de habilitagso das grutas para aproveitamento curistico implica, necessariamente, a abordagem e tratamento de um clevado mimero de questdes, algumas de visibilidade imedista como a construgio de infra~ estruturas de acesso © seguranga (passadigos, escadas, guarda-corpos, ete.) ¢ a instalagio de ilumin: permita facilitar a progress morfologia subterrinea, Outras questdes nio menos importantes, sio as que se ligam com a identificagio dos riscos de circulagio de pessoas no interior dos macigos (riscos geolégicos, hidrolégicos e presenga de gases toxicos!) e com a abertura de acessos as salas e galerias escolhidas pars 0 percurso visitavel, trabalhos passiveis de destruirem patriménio de forma irreversivel, como aliés aconteceu nalgumas situagdest. E também necessirio considerar que a permanéncia sua diversidade, que ce valorizar os detalhes da de grupos no interior das grutas causadora de impactes, porventura severos, sobre os processos de espeleogénese € sobre a biodiversidade subterrinea, fenémenos que decorrem, tanto da ateragio das condigées de temperatura ¢ humidade no interior daqueles espagos, como da alteragio da composigio da atmosfera, particularmente no que respeita a0 aumento dos niveis de diéxido de carbono, Neste ambito, deve referir-se, por paradigmético, o caso particular do Algar do Pena no PNSAG, que, enquanto laboratério de estudo dos fenémenos de espeleogénese, dispde de uma sistema automatico do controlo dos parimetros climaticos no interior da gruta, cujo estudo permite determinar 0 ‘momento em que as alteragées induzidas pela presenga de visitantes poderdo comegar a interferir, ‘mareadamente,nos processos naturais Para minimizar o impacte das visitas, as grutas destinadas a fins turisticos deveriam proceder a uma aval permanente da qualidade do ambiente interior no sentido de determinar a sua “eapacidade de carga”, para assim. poderem adequar 0 niimero de visitantes di duragio das visitas, bem como o tipo ¢ duragio da iluminagio instalada (Puche, 2007, p. 169). Alias, por rardes de ordem pritica e de seguranga, as grutas abertas a0 publico jé limitam a area visitivel bem como o tempo ‘médio de visita ¢ 0 tamanho dos grupos. ‘A habilitaglo das grutas para fins turisticos envolve ainda ‘outro tipo de questdes muito delicadas, nomeadamente as que se prendem com a credenciagio dos agentes envolvidos ¢ a definigao das entdades competentes para a validagio deste tipo de projectos, quest&es que spesar da sua pertinéncia passam despercebidas no actual enquadramento da actividade. No nosto pais, a actividade de exploragi das grutas para visita publica, € atribuida pelo Estado, em regime a que se podem candidatar quaisquer de concess operadores, desde que detentores do alvaré de “animagio turistica” atribuido pela Direegio-Geral do Turismos No easo das Associagées de ambiente ¢ patriménio, a experiéncia demonstra haver uma maior flexibilidade por parte da Administragio. Nao sio solicitadas aos projectos quaisquer outras valéneias, quer de carseter cientifico e/ou pedagogico, quer de direcsio téenica que, além de responder aos requisitos do proceso de licenciamento municipal dos equipamentos instalados, assuma as responsabilidades de gestio sustentada do patriménio natural, garantindo simultaneamente a prestagio de um servigo piblico de qualidade cultural continuamente melhorada, 0 que esté aliés consignado ra actual moldura legal sobre actividades turisticas (v Dec.-Lei n° 191/209 de 17 de Agosto). Na Fura do Enzofre (ha Graciom) fos inatalado um sistema de sortie continua dn comporfae da sors ator gue ‘inite slerias quande a concuntroyao de gueetyaeinicor ctropose determinados valores que podem conettule perigo pars oe visante, 4 Citemese, por exemplo a gruts de Alcobertas, frequentemente apontada conse eave peratigedtion de dosraipso coms pels tentain de estabelecer um pereurse de vntas de uel progrenfe, ou sinda os igrutas de Avecasta(F- do Zévere) da Senhora (Moncarspacho), Etmbém alve de tentativar goradas de abertura so turismo Embora sujeita a inspecsio ¢ controlo pelas autarquias a atribuigto dos direitos de concessio e o proceso de licenciamento e abertura da actividade é marginal is entidades que em principio dispaem de know-how téenico c/ou cientifico sobre estas pesas patrimoniais, como 0 so os organismos do Estado com competéncias na érea da Geologia ¢ 0 proprio ICNB (excepgio feita para as fireas protegidas como jé referimos), nio obstante as gratas naturais situadas nas zonas cérsicas e vulcanicas serem consideradas elementos estruturantes do patriménio geolégico nacional, no ambito da definigso das categorias temticas de relevancia internacional, tendo em vista a integragio de geossitios portugueses nos inventarios globais (IUGS/UNESCO e ProGEO) Ww. Brilha etal, 2005) Existe assim tum vazio legal no que respeita a0 enquadramento desta actividade, O regulamento de seguranga aplicivel as minas © pedreiras onde se preconizam as medidas a respeitar relativas a pessoas ¢ hens no subsolo, Dec.-Lei n® 162/90 de 22 de Maio, rio se refere is grutas; a legislagio sobre exploragio de recursos geolégicos (Dec.-Lei n® 90/90 de 16 de Margo) € omissa relativamente as grutas enquanto georrecuriot calturais; tio pouco é explicito o enquadramento desta actividade no cenério, lato, do chamado turismo de Natures A titulo de exemplo poderia referir-se que na visinha Espanhs, embora também nio haja regulament expecifica para esta actividade o licenciamento para a abertura de uma grata so turismo é concedido pela Comunidade Autonoma, mediante autorizagao da tutela dda indsstria para as questdes de seguranga, iluminasio, cte., dos organismos de Ambiente para os temas da vida subterrinea, impacte ambiental, espécies protegidas da Cultura, para as questdes no ambito do patriménio arqueolégico. Na posse destes elementos, os municipios emitem as competentes licengas para exercicio da actividade econémica (inf. pessoal de J.D. Valsero IGME/ACTE). Casos exemplares © Quadro 1 resume alguma informagio relevante sobre as gratas portuguesas actualmente sbertas ao public consonantes com 0 conceito de "grutas turistica formulado mais atras. Em todas elas foram realizados trabalhos de adaptagio (pelo menos ao nivel da montagem de iluminagio e preparagio de eaminhos interiores). Em varios casos estes trabalhos implicaram a abertura de galerias artficisis ea construgio de passadigos ¢ escadas ©, pontualmente, a instalagdo de clevadores que garantissem uma rapida comunicagio com a superficie Algumas destas gratas foram também dotadas de sistemas de cireulagio forgada de agua ja que, situadas a cotas relativamente elevadas, se desenvolvem em. pisos totalmente fosseis; outras, pelo contrario, mantém ainda alguns trogos activos. JM. Brandio| 39 Em 2005, pelos valores que apurémos junto dos concessionarios, o conjunto destas grutas registou um rniimero de cerca de 380 000 visitantes, correspondendo aproximadamente cerca de 100 000 s grutas dos Agores da Madeira. Poderia acrescentar-se que apesar de classificadas como Imével de Interese Pblico ¢ como Sitio Closfcado de Interese Byplelégco (v, Decretos-Lei n.°s 45/93 de 30 Novembro © 149/79 de 21 de Maio, respectivamente), as grutas da naseente do Almonds (Torres Novas) ¢ do Zambujal (Sesimbra), nio dispdem de equipamentos que permitam inclui-las no grupo das cavidades habilitadas para fins taristicos. Aliss 0 acesso& grata do Zambujal€actuslmente muito problemético por razdes de seguranga Figura 3 Brifingna entrada controlada do Algar do Pena pelo monitor responsivel, Foto do A., 2007, Fruisio e educagio para o patriménio Embora alicergado num patriménio (geo)espeleolsgico em regra muito rico, o actual modelo de visita das grutas abertas a0 publico ainda é, de uma forma geral, muito baseado na apreciagio contemplativa dos espeleotemas. Nao obstante o esforgo feito por alguns guias/monitores a quem cabe alideranga dos grupos de utiliadores, pouco se apela & interpretagio dos processos e fenémenos envolvidos na génese, evolugio subsequente ocupagio das cavidades pelos organismos vivos. Nao séo raros os artifieios que vistm atrair a atengio dos visitantes, designadamente no que respeita a utilizagio de agua eo recurso a jogos de luzes de cores que nad: a paleta de tonalidades naturais das formagies geologicas presentes. Desta forma, diga-se, em muitos casos pouco mais se oferece aos visitantes além do especticulo de luz, formas e labirintos, onde se apela mais a sentimentos de aventura ¢ emogdes do que a valores como os envolvidos na (geo)coniervesdo © na sustentabilidade, conceitos estruturantes das actuais politicas de turismo cultural € de natureza. 5. Decretor-Let n°r 204/2000 de de Setembro © 108/2002 de 16 de Abril. No cao das Anrociagdes de ambiente © patriménto, a experiencia demonstra haver uma maior Henbiidade por parte da Adminitsag, 40| Grutasturisticas: patriménio, Quadro 1 Grut portuguesas abertas ao turismo ‘Ano de Pesignastoe — gescoherta (2) Estatto de protecsio Obervasses . ¢ abertura (a) wie Tntrasseplelaio Grutasda Mocda 4-197 Apamscincipwasincaacs Pec tlie: S.Manede, Baha a-1975 ——dertecstone Pan Disior Concession. pear pv Nuyda Bata (993) Cena memeveas GratadoEicoard—a- 1968 Monument nacional Ineo arquolgio Monemoro Nove Deseo 45 27, de 25/101963__ Gest IGESPAR Ines explo Centr de intrstagao (CISGAP) Geno: PNSAC ICE NOTA: © Alex do Pen, embors poss ser ~ is tims , Comidendo no concede "gn res" Alan de Fe oie Inserido no PNSAC_ ultrapassa em larga eseala esta classificagio, dada Alconate ir a sua vertente de laboratério onde se estudam, 08 proceso do epeleoginse «on imps da Sarre ao plea, esr eons determina 8 “epecidade do ag, elemert ssc pra wa aga uertada do pag Since ‘Grates de Avadon Nuun Tne epeligin or de Mis Concession a opera prvao (Grutas dest= Ines ereleoio ‘stat No tm Concrlonnd operndor prado ono de Mas GruemdeMind 5 19g melden Pico ERC Porto de Ms as Deeso AO GSA 20701774 | Concssonada a operator privat Interesse arqueolégico (antiga pedreira Grutas de Lapas nae Imével de interesse paiblico ‘subterrinea) Lapas, Torres Novas $ESMEAPE ocr 32.973 de 1/08/1943 esto conjunta da Junta de Freguesa das Lapas e cesar Ire aguelico cpio Percuno viskvel = 200m SGrotadeskobertas $s Monnet inal (Sik pac ea ec A, Rio aioe aan Decrto27 743, de 64/1934 Cima Municipal e Rio Maior ea sca “Rancho Foleo de Choe NOTA: mito derdada Tnerese arquolgio Pere vishvl = 50m CGrutas do Abita Cotadas_—Emcusoum rosso de Ges: Car M. do Avi Alvis ‘este operiodo clasifieasto come parinénio yr: Comespondem ua antiga pci de ee vl ccaleério onde eram talhadas més, que laborou, polomenon ene adpcs lice edn do {luo Xvi (ome: CM. Ali) Contes pel Ct ale emo de vuleanologa Gruesdes. viene emsdeisa Pacis vst = 70m hada adc Concenoaenempres pba 24-1996, JM, Brandio| #1 crus pat se ice ge oes : Grutas de 8. Vicente Percurso visitivel: = 700m Pmakie’ sass ree aoe Nio ‘Concessionada a empresa pablica 1996 Monumento Natural Regional, _!nteresse vuleanoespeleolégico Greed carda Sains DEoeguatvo npn Pecan sie = om tha de S. Miguel ~ ‘séc, XVI — ‘Centro de interpretagaio em project ‘Agores| ae D.R.I SériesA, 91 de Visitas egestio asseguradas pela associaglo ais 10/2008 “Ange desea Monumento Natural Regional. _!teresse vuleanoespeleoliigico Deo Lagbhiv Regen ecu ise = 450m Gram Teresita 190 ecg ne 2000S stink peat cen eos2008 Moment Crise po Ty siete, SEEM tam etal BS, Gea ac on ence “DE Ane Cita ‘2 metade do Decreto Legislativo Regional Montanheiros” = vee the Tei acu” Souk Sacitons tts coi aia lane a Ch apn ols ont "Os Grota do 8 Pmetale do” Ntotem Mowers ete th Tee oa 2m Tne tgs s alanosplgo etl Pca are =m Farm hae nome det, Cato eer po Servs th Teese Teed Hemsted hemrto acl ‘sie, XIX ‘NOTA: Temporariamente encerrada para Suse ines vlameseeto emiiaptn shld Monumeno Gensel Map Furaa do Rnxofre menos desde a__‘aral Regional da Caldera NOTA: O principe Alberto do Ménaco,notivel os ‘2 metade do eee ‘oceandgrafo do sée. XIX, que realizou varias tere sséc, XIX apitains Baafieel ‘campanhas no mar dos Agores, foi um dos 2A2OOA/A de 1 de Julho Primeiosvisitanes desta fara, em 1879, fescendo por uma comprida excada de coda Enquanto lugares de apresentagio, do patriménio, as grutas podem considerar-se, a Iuz do conceito abrangente do ICOM (Conselho Internacional de Museus), 2001, como entdades museoligicase, como tal lugares de exceléncia de educagio informal, propiciando 1 divulgagio de conhecimento especializado nos diferentes dominios da Espeleologia, das Geociéncias, da Biologia eda Histéria do Homem. Simultaneamente, sio também conservagio e fruigio Inboratérios onde se reslizam estudos cientificos de grande importincia para a sociedade. (Os modelos meramente contemplativos parecem-nos ser uma pritica em declinio, em consequéncia, por um Indo, da necessidade de responder a publicos eada vez mais exigentes, que procuram informasio além do especticulo e, por outro, pelo facto de os coneessionarios pertencerem actualmente a uma geragio mais esclarecida fe sensivel as questdes do patriménio, no seu sentido mais alargado. Parece assim eriar-se um terreno propicio para uma aproximasio entre empresirios, publicos ¢ comunidade espeleolégica, também esta mais sensivel & importaneia que as cavidades naturais podem, e deve, ter na divulgagio do patriménio geol6gico ena educagio do piblico nko especialista, ‘Uma estratégia alternativa é a de eriagio de "Gentros de Interpretagio”, entidades que tém por missio emocionar, questionar e provocar os visitantes (Mestre y Molina, 2008, p. 225-226), fornecendo-thes os elementos necessérios para que aqueles possam compreender o Luger ¢ orientar a visita de forma auténoma, Neste ambito, € experincias pionciras no nosso pais, embora de diferentes dimensdes e objectivos, 0 Centro de Interpretagio Subterrinea da Gruta do Algar do Pena (PNSAG), as Grutas ¢ Gentro de Vuleanologia de S. Vieente (Madeira), com as suas exposigées ¢ recursos multimédia, ¢ os centros de visitantes instalados recentemente na gruta das Torres eno Algar do Carvio (ilha Terceira) ¢ na gruta do Carvio em Ponta Delgada. Outra actividade recentemente experimentada, na perspectiva da potenciagio cultural econémica destes espagos cénicos, é a do seu aproveitamento como lugar de justiga referir, como 42| Grutas turisticas: patriménio, emogées e sustentabilidade de divulgagio pedagogica de outros temas de algum modo ligados as Geociéneias. Refiram-se, « este propésito, a exposigio de cantaria artistica em caledrio "Ar lnteritincat da Pera" promovida pelas Grutas da Moeda em parceria com a Escola Profissional de Artes ¢ Oficios da Batalha, aberta em Maio de 2008 (fig. 4), © a exposigio de minerais, "A epuma de Tera”, patente nas grutas de Mira A'Aire (2008/2009) que registou cerca de 220 000 visitantes (Teixeira, 2009. p. 43) (fig: 3). Trata-se, em ambos os casos, de um trilhar de novos caminhos, cujos impactes deverio ser avaliados com rigor. Figura 4 - Detalhe da combinagio das pedras talhadas pela Natureza © pelo Homem na exposisso "Intermiténcias da pedra”. Foto C. Freitas, 2008. Figure 5 ~ Vitrines com minerais na exposigio promovida em Mira d’Aire. Foto do A., 2008. Notas finais A habilitagio das grutas para o expeleoturismo constitut uma forma de utilizagio do mundo subterraneo, que deve pautar-se pelo seu uso susteniado e pela consereagio do patriménio natural e cultural com ele relacionado. ‘Tendo presentes os casos exemplares conhecidos ¢ a perspectiva de abertura ao puiblico de novas grutas, € nossa convicgio que o modelo de fruigao deste patriménio, simultaneamente grandioso e vulnerével, deveria ser potenciado pelo recurso & interpretasdo dos processos subterrineos e a inovajdo na media Animagio. Tal implica, nio apenas uma diversificagio dos produtos culturais oferecidos, como também uma nova postura dos agentes envolvidos na gestio dos grupos de wtlizadores, proporcionando-Ihes, mediante o reeurso a linguagens ¢ dispositivos museolégicos, uma maior aproximagdo as diversas expresses do patriménio espeleologico. Neste dominio, seria de grande utilidade o acesso, por parte dos concessionarios ¢ operadores envolvidos, a uma formagao especializada, © que permitiria, indubitavelmente, potenciar as mensagens transmitidas 08 visitantes/utilizadores. Também se nos afigura desejével ‘um maior entrosamento dos operadores com as entidades promotoras de investigagio neste dominio, quer estas se situem na esfera da administragio do Estado, quer se tate das Associagdes de Espeleologia que, de uma forma geral, tém vindo a desenvolver um importante trabalho local e regional de reconhecimento e estudo das cavidades naturais. Sublinhe-se, neste easo, que a eomunidade de espeledlogos tem, no ambito da educagio para o patriménio ¢ a geoconservagao, uma responsabilidade muito particular, nomeadamente quanto ao seu envolvimento, a diversos niveis, na tarefa colectiva cujos objectivos principais slo 0 estudo e a difusio do conhecimento sobre 0 mundo subterrineo Agradecimentos OA. agradece aos Colegas ¢ amigos C. Calado (SPE) Gabriel Mendes (FPE) ¢ P. Bareelos (Os Montanheiros), as informagaes que contribusram para consolidar as ideias chave do presente texto. Bibliografia Brandio, J.M., 2008. Colecrese muses geolégicos portuguese: alorescientfic, didctioe cultural. Tese de doutoramento em Historia e Filosofia da Ciencia, Universidade de Evora, Gor p. + 13 anexos. Britha, J., Andrade C., Azerédo, A., Barriga, F., Cacho, M., Couto, H., Cunha, P.P., Crispim, J.A., Dantas, P,, Duarte, L.V.. Freitas, M.C., Granja, Fl., Henriques MHL, Henriques, P., Lopes, L., Madeira, J., Matos, J.X., Noronha, F., Pais, J., Pigarra, J., Ramalho, M. Relvas, J.S., Ribeiro, A., Santos, A., Santos, V. Terrinha, P., 2005. Definition of the Portuguese frameworks with international relevance as an input for the European geological heritage characterisation. Episodes, 28(3): 179-186 Constancia, J.P, Nunes, J.C. & Braga, T., 1994. Patriménio tspeleoldgico da ilha de S. Miguel. Amigos dos Agores. Ponta Delgada. 108 p. Costa, M.P, (Goord.), 2002. Cavidades vulednicas dos Agores Dir. Regional do Ambiente / GESPEA. Ponta Delgads 32P. Costa M.P. & Barcelos, P., 2002. Cavidades vuleénicas dos Agores. In: Brandio, ].M. (Goord.), Actasdo Congreso Internacional sobre patrimanio Geoligieoe mini. Inst. Geol. ¢ Mineiro, Lisboa, 81-85 Costa, M-P., Nunes, J.C., Constincia, J.P, Borges, P.A., Barcelos, P., Pereira, F., Farinha, N& Geis, J., 2008. Cavidadesvulednicas dos Agores. Amigos dos Agores / Os Montanheiros EA, Ponta Delgada. 48 p. Delgado, J-F.N., 1892. Reconhecimento scientifico dos jazigos de marmore e de alabastro de Santo Adriio ¢ ‘das grutas comprehendidas nos mesmos jazigos. Comuni Com. Ser. Geol., 2: 45-56. Ferreira, O.V., 1982. Cavernas com interesse cultural ‘encontradas em Portugal. Comuni. Serv. Geol. Port, 68 (2): 285-298 Fleury, E., 1923. Portugal subterrineo. Ensaio de espe- leologia portuguesa Jorn Sei Nat, ano 111, 1-2-3: 1-17. Fleury, E., 1925. Portugal Subteréneo ~ entaio de espeleologia portuguesa. Col. Natura, Lisboa. 60 p. Gonzélez, F.P., 2007. Analisis técnico-legal de la ‘exploitacién econémica y turistica del espacio natural subterraneo. In; Duran, J., Rabledo, P. & Vasquéz, J J. M, Brandio | 45 Instituto Geolégico y Minero de Espafia, Madrid, 277- 286. Machado A.B. & Machado B.B.,. 1942. Inventaria dascouernas caledrias de Portugal. Actas do 1° Congresso Nacional de Gieneias Naturais, Lisboa 1941. Bol. Soc. Port. Cigncias Naturais, 13, Supl. 3: 444-473. Mestre, J.S. y Molina, N., 2008. Muse locl. Le cenicinta delacultura. Edic. Trea. Gijén. 231 p. Teixeira, A.M. de Min Aire—U 2009. Espuma da Terra. Uma Colecséo Jlogia: Uma exposigao nas Grutas de Mira de contributo para a divulgagao e conhecimento das geociéneias. In: Brandio, J-M, Callapez, P.M Mateus, O. & Gastro, P. (Edit.). International Conference on Geological collections and museums Abstract book. Journal of Paleontological Teehniqus, G+ 45, Puche, O., 2007. Mineria, karst y turismo en Espaia, In: Brandao, J.M., Calado, C. & Couto, F. $& (Edit.) = Patriménio Geolipieo, argueoldgico e mineiro em regides edrscas, SEDPGYM, Batalha, 165-170. Valsero, J-D. (Goord.), 2006. Guta de las eueoasturiticas de Expona. Instituto Geolégico y Minero de Espana. Madrid. 104 p. ‘Zhysrewski, G., 1963- A importancia das gratasem pré-histro. Publicagio especial / Sociedade Portuguesa de Espeleologia, Lisboa. (Edit,) ~ Cuevas tursticas:qportacén al desarrollo sstenible oe nae} s Induistrias de Geotecnia, 10 Civil em geral uence ac) ™ DIMATEC INC. ‘iamond Dring Tol & Precision Machining Aexigéncia de controlo rigoroso do desvio mais imperiosa. Ha vinte anos que as coroas ecalibradores As solugdes perfuragéo em exploracdes mineiras e plas, desde o ACT para orientagao do geotécnicas carote, até EZ-TRAC e MAXIBOR para de furo é cada vez _ (=) DIMATEC comprovam a sua qualidade na REFLEX sao mullti- medicao de verticalidades.

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