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Referéncia Bibliogréfica SEVERINO, Antonio Joa Trabalho Cient Paulo: Cortez, Metodologia do rev. ampl, S80 Copiulo DIRETRIZES PARA A LEITURA, ANALISE E INTERPRETACAO DE TEXTOS 2 exata com de textos, studantes, a0 se defronta encontram dificuldades logo julgat fe que reforcam uma atitude de desinimo e de desencant inte acompanhada de um juizo de valor depreciativo em ‘0 pensamento teérico. Em verdade, os textos de ciéncia e de filosofia apr absticulos especificos, mas nem por isso insuperdveis. E c cuja leitura re ompanha-se 0 agio dos ve tais recursos metodolégicos nfo podem prescindir de certa Breparagio geral relativa & area em que o texto dominio da lingua em que & escr 1. DELIMITAGAO DA UNIDADE DE LEITURA A primeira medida a ser tomada pelo leitor 6 0 estabelecimento ie leitura, Unidade é tum setor do texto que form: uma totalidadi se considerar um capitulo, 1 qualquer outra subdivisso. Toma-se uma parte qu me certa unidade de sentido para que se possa trabalhar sobre cla. Dessa maneira, determinam-se os limites no interior dos quai fe processaré a disciplina do trabalho de leitura e estudo em busea da compreensio da mensagem, acordo com esta orientagio, a leitura de um texto, quando feita para fins de estudo, deve ser feita por etapas, ou seja, a terminada a andlise que se passard 8 seguinte Terminado 0 processo, o leitor se vera em condighes de refazer 0 raciocinio global do livro, reduzindo a ut ima unidade é ‘A extensio da unidade seré determinada proporcionalmente a acessibilidade do texto, a ser definida por sua natureza, assim ‘como pela familiar ie do leitor com o assunto tratado estudo da unidade deve ser feito de maneira continua, evitando-se intervalos de tempo muito grandes entre as varias A ANALISE TEXTUAL ie textual: primeira abordagem do texto com vistas & acao da leitura prepa Determinada a unidade de leitura, o estudante-leitor d proceder a uma série de atividades ainda preparat6rias para a anilise aprofundada do texto, Procede-se inicialmente a uma leit lta unidade do texto em estudo, Trata-se de uma leitura atenta mas ainda corrida, sem buscar esgotar toda a compreensio do texto. A finalidade da primeiza leitura é uma tomada de contato com a seguida e con 1 nidade, buscando-se uma visio panoramica, uma visa menos monétono ¢ cansativo; em segundo lugar, propicia uma do raciocinio do autor. Além disso, o contato geral érie de informagdes e conhecimentos que passariam despercebidos nite ao leitor sentir o estilo e do texto. uma leitura assistemética; em terceiro lugar, tornando 0 tex Besse’ torignelsc cuuiais| dove (aiial oasis ar mais claro, sua leltura ficard mais agradavel € muito mais ent levantamento de todos aqueles elementos bésicos para a devida iecedora, ompreensio dc quer dizer que é prec val A andlise textual pode ser encerrada com uma esquematizagio t ont diivida e que exijam esc arecimentos do texto cuja finalidade ¢ apresentar uma visio de conjunto da ne condicion nso da mensagem r uunidade. O esquema organiza a estrutura redacional do texto que © prim a ser buscadlo slo 0s dados serve de suporte material a0 raciocino. respeito do ma pesquisa atenta sobre a vida, Muitos confundem essa esquematizacio com 0 do Fa € o pensamento do autor da unidade forneceri elementos texto. De fato, a apresentagio das idéias mais relevantes do tex titeis para uma elucidac3o das idéias expostas na unidade, Ob leixa de Ser uma sintese material da tnidade, mas ainda nao serve-se, porém, ies esclarecimentos devem se: assumidos com certa reserva, a fim de qu nao venham prejudicar a con realiza todas as exigencias para um resumo légico do pensamento ingido pela andlise temética, como se item seguinte ‘eve ethernet den? oo ie tra pkneicat zagao global do texto. A melhor maneira de se proceder é dividir ee ee ee Se nicialmente a unidade nos trés mome -dacionais: introdugao, preciso elimin: s as ambigiiidades desses conceitos para que etapa: ae se le 6 ere eee a 3, A ANALISE TEMATICA Pesquisa prévia no sentido de se buscar ess e De posse dos instrumentos de expressfo usados pelo autor ncia das varias espevalidades, Podese também segunda abordagem, a etapa da compreensio da mensagem global estudiosos e especalistas da area eiculada na unid st, diversifcando as atividades no estudo, torna-o intervirnele, 0 conteido de sua mensagem. Praticamente, tata de fazer a0 texto uma série de perguntas cujas respostas fornecem © contetido da mensagem, im primeiro lugar busca-se saber do qu esposta a esta questo revela o fem :mbora aparentemente simples de ser resolvida, essa questio ilude muitas vezes. Nem sempre o titulo da unidade da uma idéia fiel do tema. AS vere apenas isinua por ascot analog foutras vezes nao tem nada que ver com o tema Em geral, 0 fala 0 texto. A da unidade tema tem determin strutura: 0 autor esti falando nao de wm ‘objeto, de um fato determinado, mas de relagdes variadas entre ‘ros elementos; além dessa possivel estruturagio, & preciso caplat a perspectiva de autor: tal perspectiva define 0 ambito der 6 tralado, restringinio-o a limites determinados. Avangando um pouco mais na tentativa da apres mensagem do autor, cap! rio se pode falar coisa alguma a se apresentar como um problen ele. A apn agio do tema, porqui peito de um tema se ele nio oan quele que discorre sobre 0 da problemitica, que por assim dizer “provoco. © autor, & condiggo basica para se entender devidamente um texto, sobretido em se tratando de textos filosdficos Pergunta-se, pois, ao texto em estudo: como ¢ assunto esta lematizado? Qual dificuldade deve ser resolvida? Qual 0 b jucionado? A formulagio do problema nem sempre é clara e precisa no texto, em geral é implicita, cabendo ao leitor explicité-la Captada a problema ica, a terceira questio surge c mente: 0 que 0 autor fala sobre o tema, ot seja, com 2 dificuldade, a0 pro idéia defende, 0 4 revela a id pontanea: qescasla lema levantado? Que posigio assume, que we quer demonstrar? A resposta a esta questio posicdo fundamental ou tes: tata-se sempre idéia principal defendida pelo autor naquela unidade. Em geral, nos textos logicamente estruturados, ‘cada nidade tem sempre uma dinica idéia central, todas as demais ias estao vinculadas a ela ou sio apenas paraleles ou comple ‘mentares, Daf a percepcio de que ela representa o ntcleo essencia dda mensagem do autor e a sua apreensio tora o texto inteligivel Normalmente, a tese deveria ter formillagSo expressa na introdugio dda unidade, mas isto nao ocorre sempre, estando, as vezes, diftisa no corpo da unidade Na explicagto da tse sem fe deve ser usada uma proposigio, wana apenas uma express A idéia central pode ser considerada inicialmente como uma hipétese geral da unidade, pois que é justamente essa idéia que cabe & unidade demonstrar mediante o raciocnio. Por isso, a quarta uestao a se responder é: como o autor demonstra sta tese, como comprova sua posigdo bésica? Qual foi o seu raciocinio, a sua E através do raciocinio que 0 autor expoe, passo a pi eu pensamento e transmite sia mensagem. © raciocinio, a argu. mentagio, € 0 conjunto de idéias e proposigBes logicamente en- cadeadas, mediante as quais 0 autor demonstra sta posiglo ou tese. Estabelecer o racioeinio de uma unida que reconstituir 0 processo l6gico, segundo 0 qual o texto deve ter sido estruturado: com efeito, o raciocinio € a estru le de leitura & 0 mesmo ura légica do texto. A esta altura, © que o autor quis dizer de essencial j& foi apreendico. Ocorre, contudo, que os autores geralmente iocam fem outros temas paralelos ao tema central, assumindo outra Pposigdes secundarias no decorrer da unidade. Essas idéias sio ‘como que intercaladas e nio slo indispenséveis a0 raciocinio, tanto que poderiam ser até eliminadas sem truncar a seqiiéncia ica do. tex dérias, de contetido amento do Associadas as prio e independente, complementam. as ¢ subteses. Para levantar tais idéias, basta ler o texto perguntando se a tunidade ainda 6 questao de outros assuntos. Note-se que & esta andlise temitica que serve de base para © resumo ow sintese de um texto. Quando se pede 0 resumo de am texto, 0 que se tem em vista & a sintese das idéias do raciocinio © no a mera redugio dos parigrafos. Ds escrito com outras palavras, desde que as idéias sejam as mesmas io texto. poder o resumo ser E também esta andlise que fornece as condigoes construir teenicamente um roteiro de leitura como, por exemplo, 0 resumo orientador para seminérios e estudo dirigido. niveis que permitam o debate da questio tratada. Observa-se que o objetivo ultimo da formasio filoséfica ¢ o amadui Cimento da reflexdo pessoal para 0 tratamento auténomo dessas uestdes. A atividade filoséfica comeca no momento em que se explica a propria experiéncia, Para alcancar tal objetivo esbarra-se na abordagem dos textos deixados pelos autores. E por isso que 2 leitura analitica metodologicamente realizada é insttumento ade quado e eficaz para o amadurecimento intelectual do estudante ROBLEMATIZACAO A problematizagio & a quarta abordagem da unidade com v ao levantamento dos problemas para a discussio, sobretudo quando © estudo € feito em grupo, Retoma-se todo 0 texto, tendo em ista © levantamento de problemas relevantes para’ a reflexio essoal e principalmente para a discussio em grupo, (Os problemas podem situar-se no nivel das tré abordagens res; desde problemas textuais, 08 mais objetives e concretos, mais difieeis problemas d elementos vélidos p ndividual ‘ow em grupo. jebate e a reflexao sio essenciais & propria atividace filosofica e Cumpre observar a distingfo a ser feita entre a tarefa de determ » problema da unidade, segunda etapa da andlis jemética, © a p ral do texto, altima etapa d analise de textos cientificos. No primeiro caso, 0 que se pede € jesvelamento da situacio de conflito que provocot.o autor para busca de uma solugio. No presente momento, preblematizagao é tomada em sentido amplo e V reflexdo, as questdes explicitas ou implicitas no tex 6. A SINTESE PESSOAL A discussio da pro mética levantada pelo texto, bem como a reflexao a que ele conduz, devem levar o leitor a uma fase de tlaboragio pessoal ou de sintese, Trata-se de uma etapa ligada antes & construgao logica de uma redacio do que a leitura como ‘biltar a tal. De qualquer modo, a leitura bemvicita deve p estudioso progredir no desenvolvimento das idéias do aut como daqueles elementos rela ho de sintese pe: demas, 0 tr oal é sempre exigido no contexto das a dades cas, quer como tarefa especifca, quer como parte de relatorios roteiros de seminarios. Significa também valioso exercicio ¢ raciocinio — garantia de amadurecimento intelectual. Como a problematizagao, esta. etap: Rbordados em todas as ¢ apdia na reton pas anteriores ada de pon CONCLUSAO dep P ria formagio, tanto na sua area especifica di A leitura analitica desenvolve no estudanteleitor uma série osturas logicas que constituem a via mais adequada para sua formagao filosofica em geval ecer tma representagio global da leitur analitiea, assim como permitir uma recapitulagao de todo 0 pro 0, sio apresentados a seguir um esquema pormenorizado com ‘vérias atividades e um fluxograma com suas principais etapas, ESQUEMA Recapitulando: a leitura analitica é um método de estudo que como objetiv favorecer a compreensio global do significado do texto; treinar para a com jeensio ¢ interpretagio critica dos textos; no desenvolvimento di aciocinio légico; fornecer instrumentos para 0 trabalho intelectual desenvolvido nos seminérios, no estudo dirigido, no estudo pessoal e em elatorios ete textual: preparagao do texto; trabalhar sobre unidades delimitadas (um capitulo, uma sec30, uma parte ete, sempre um trecho com um pensamento com pleto); fazer uma leitura répida e atenta da uni adquirir uma visto de conjunto da mesma; leva lade para se mar esclare 5, Sintese pessoal: reelaboracio pessoal da mensagem; cimentos relatives 20 autor, a0 vocabulério espectico, at fatos, doutrinas e autores citados, que sejam importantes para desenvolver a mensagem mediante retomada pessoal do tex a compreensao da mensagem; esquematizar 0 texto, eviden f raciocinio person iando sua estrutura redacional aborar um no m redacio propria, com discussio Anilise temética: compreensio do text. determinar 0 tema-problema, a idéia central e as idéias se eae ee ccundarias da unidade re refazer a linha de taciocinio do autor, ou seja, reconstruir 0 a » — rocesso légico do pensamento do au : | evidenciar a estrutura l6gica do texto, esquematizando a _ | seqiiéncia das idéi Fat Andlise interpretatioa: interpretagao do texto; psn te tuar 0 texto no conte da e da obra do autor, assim Como no contexto da cultura de sua especialidade, tanto r a pponto de vista histérico como do ponto de vista tebric aaa emasea explictar os pressupostos filos6ficos do autor que justifiquem es | suas posturas tedrica i aproximar e associar id nutor expressas na unidade = — Com outras idéias relacionadas & mesma temética a x uma atitude critica posigdes do autor em a) coeréncia interna da argumenta [ er sagem ) validade dos argumentos empregad = : wo Seen ) originalidade do tratamento dado ao problema ) profundidade de anélise ao tema; ©) aleance de suas conclusbes e conseqiiéncias ca 1) apreciagio e jusz0 pessoal das idéias defendidas levantar e debater questdes exp H : meee i debater questées afins sugeridas pelo leitor - ~

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