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Gelo na Aeronave

Formação de gelo:
Uma aeronave voando em condições favoráveis ao gelo (água presente e temperatura
abaixo de 0 º C) pode acumular gelo sobre partes críticas da sua estrutura.
O gelo que se forma apresenta-se sob três aspectos:

1) Gelo claro ou Cristal - é o tipo mais perigoso, por ser pesado e aderente. É cristalino e
se forma devido a grandes gotas d'água. É comum às nuvens cumuliformes e predomina
entre 0 º C e -10 º C.

2) Gelo amorfo, opaco ou escarcha - é mais leve, menos aderente e de aspecto leitoso.
Exige gotas de água menores para se formar. Predomina em nuvens estratificadas abaixo
de 0º C e em nuvens cumuliformes abaixo de -10 º C. Sua estrutura é granular e é
facilmente combatido.

3) Geada - São cristais de gelo, formados por sublimação, quando o vapor d'água entra
em contato com a fuselagem muito fria. Forma-se em camada, fina e opaca e sobre os
pára-brisas e oblitera a visibilidade.
O gelo acumulado sobre uma aeronave acarreta excesso de peso, altera o perfil
aerodinâmico e reduz a velocidade em vôo. Seus principais efeitos são:

a) Gelo na hélice - altera o perfil aerodinâmico das pás e reduz a tração efetiva,
acarretando redução da velocidade indicada. Ocorre também vibração associada, devido
ao desequilíbrio entre as pás.

b) Gelo no rotor de helicópteros - reduz a sustentação, ao mesmo tempo em que acarreta

vibrações críticas.

c) Gelo nos reatores - reduz a entrada de ar e acarreta aumento na temperatura de

exaustão, porque a mistura se torna cada vez mais rica.

d) Gelo nos carburadores convencionais - forma-se na passagem de ar através da

"borboleta", devido ao efeito de Venturi que acarreta resfriamento médio de 15º C no ar. A
evaporação da gasolina tira, por sua vez, 3ºC do sistema, o que faz com que o vôo em ar
a 18º C positivos passe a sofrer problema de gelo no carburador. É de boa medida nas
aproximações longas com motor reduzido, dar pequenas "rajadas" no motor, para acionar
a borboleta e desprender pedaços de gelo que estejam se formando.