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Simbolismo

Origens
Características
Poetas Simbolistas
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TEOCENTRISMO

Trovadorismo Barroco Romantismo Simbolismo


séc. XII séc. XVII séc. XIX séc. XIX

Humanismo
séc. XV

Antiguidade Classicismo Arcadismo séc. Naturalismo


Clássica séc. XVI XVIII Realismo
Parnasianismo
séc. XIX

ANTROPOCENTRISMO
estética oposta à
poesia objetiva
recusa a todos os valores ideológicos e
existenciais da burguesia
marginalismo de Verlaine
"belle époque”
destruição da linguagem por
Mallarmé
amoralismo de Rimbaud
Romance

I
III
Não se pode ser sério aos dezessete anos.
O peito Robinsona em clima de romance,
– Um dia, dá-se adeus ao chope e à limonada,
Quando – na palidez da luz de um poste, vai
À bulha dos cafés de lustres suburbanos!
Passando uma gentil mocinha, mas no alcance
– E vai-se sob a verde alheia de uma estrada.
Do colarinho duro e assustador do pai...
O quente odor da tília a tarde quente invade!
E como está te achando imensamente alheio,
Tão puro e doce é o ar, que a pálpebra se arqueja;
Fazendo estrepitar as pequenas botinas,
De vozes prenhe, o vento – ao pé vê-se a cidade, –
Ela se vira, alerta, em rápido meneio...
Tem perfumes de vinha e cheiros de cerveja...
– Em teus lábios então soluçam cavatinas...
II
IV
– Eis que então se percebe uma pequena tira
Estás apaixonado. Até o mês de agosto.
De azul escuro, em meio à ramaria franca,
Fisgado. – Ela com teus sonetos se diverte.
Picotada por uma estrela má, que expira
Os amigos se vão: és tipo de mau gosto.
Em doce tremular, muito pequena e branca.
– Um dia, a amada enfim se digna de escrever-te!...
Noite estival! A idade! – A gente se inebria;
Nesse dia, ah! meu Deus... – com teus ares ufanos,
A seiva sobe em nós como um champanhe
Regressas aos cafés, ao chope, à limonada...
inquieto...
– Não se pode ser sério aos dezessete anos
Divaga-se; e no lábio um beijo se anuncia,
Quando a tília perfuma as aléias da estrada.
A palpitar ali como um pequeno inseto...
Poemas do livro “Poesia Completa”, de Arthur Rimbaud
(tradução de Ivo Barroso), editora Topbooks.
experimenta o mal-estar na cultura e na realidade

mergulha no descobre o universo de associações de


irracional ideias

Palavras Universo
escritas brumoso e etéreo
Canção de outono
Estes lamentos Recordo todos
Dos violões lentos Os dias doudos
Do outono De outrora.
Enchem minha alma E vou à-toa
De uma onda calma No ar mau que voa,
De sono. Que importa?
E soluçando, Vou pela vida,
Pálido quando Folha caída
Soa a hora. E morta.
SIMBOLISMO
anti-intelectualismo poesia pura

não racionalizada, que usa


imagens e não conceitos.

O Simbolismo é, portanto, uma poesia difícil, hermética,


misteriosa, que destrói a poética tradicional.
Origens
• Os primeiros indícios do movi-
mento encontram-se em Baudelaire,
cuja obra máxima, As flores do mal,
antecipa certas perspectivas
simbolistas.

• Em 1884, Verlaine publica sua Arte


poética, em que os princípios da escola
já são evidentes.

• Em 1886, Jean Moréas vale-se de um


manifesto para elaborar teoricamente
o Simbolismo.
Diz Moréas:
Inimiga do ensinamento, da declamação, da falsa
sensibilidade, da descrição objetiva, a poesia simbolista
procura vestir a ideia de uma forma sensível.
Características

• Subjetivismo;
• efeito de sugestão;
• musicalidade;
• irracionalismo e mistério.

Infinitos, espíritos dispersos,


Inefável, edênicos, aéreos,
Fecundai o Mistério destes versos
Com a chama ideal de todos os mistérios.
(Cruz e Sousa)
Contexto Cultural
• Movimento marginal;
• simbolistas são alvos de zombaria e
desprezo;
• Cruz e Souza, em 1893, lança duas obras
renovadoras: Broquéis e Missal.

Poemas em Poemas em
verso prosa

Claude Monet - Footpath In The Garden


Autores
simbolistas

• Cruz e Sousa

• Alphonsus de
Guimaraens

• Pedro Kilkerry
Cruz e Sousa
 A poesia de Cruz e Sousa mantém a estrutura
formal típica do Parnasianismo: preferência
pelo soneto, rimas ricas.

 Tom musical, rítmico, com uma variedade de efeitos sonoros,


uma riqueza de vocabulários e um precioso jogo de
correspondência sinestésicas e contrativas.

 Transparece a preocupação social, em que a dor do homem


negro funde-se à dor universal humana, conferindo à sua
obra um tom filosófico que reflete a angústia, o pessimismo
e o tédio.
Cruz e Sousa na adolescência

Cruz e Sousa

 Em contraste com a cor negra , está o uso de um vasto


vocabulário relacionado à cor branca : neve, espuma,
pérola, nuvem, brilhante etc.

 Sua obra ainda é tomada:


 pela sensualidade;

 pela busca da autoafirmação e pela subjetividade;

 pelo culto à noite;


 pela busca do símbolo e do mistério da existência,
através de uma imagem obscura, sugerida e distorcida.
Cruz e Sousa

 É considerado por muitos como um dos maiores poetas


simbolistas do mundo, com uma qualidade literária
muito próxima a dos melhores poetas simbolistas
franceses, como Mallarmé e Rimbaud.

Derrama luz e cânticos e poemas


No verso e torna-o musical e doce
Como se o coração, nessas supremas
Estrofes, puro e diluído fosse.
Alphonsus de
Guimaraens
 A obra de Alphonsus de Guimaraens é marcada por
profunda suavidade e lirismo, com uma linguagem
simples e um ritmo cheio de aliterações e sinestesias.

 Por ter uma formação mais clássica e uma influência de cunho


medieval, há o emprego constante das redondilhas, além dos
versos alexandrinos e decassílabos, com ênfase no soneto.

Constança, a amada perdida, está sempre presente, retratada aos


moldes medievais: uma divindade intocável, perfeita, livre de
qualquer toque de erotismo e somente acessível através da
morte.
Alphonsus de
Guimaraens

Por várias vezes Constança é confundida com a


imagem pura da Virgem Maria, de quem o poeta
é profundamente devoto.
Sua obra, aliás, é considerada a mais mística de
nossa literatura.
A morte é outro fator importante dentro de sua
obra, o que o aproxima muito dos poetas
românticos.
Quando Ismália enlouqueceu,
Pôs-se na torre a sonhar...
Viu uma lua no céu,
Viu outra lua no mar.

No sonho em que se perdeu,


Banhou-se toda em luar...
Queria subir ao céu,

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Ismália

Queria descer ao mar...

E, no desvario seu,
Na torre pôs-se a cantar...

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Estava perto do céu,

http://1.bp.blogspot.com/-
Estava longe do mar...

E como um anjo pendeu


As asas para voar...
Queria a lua do céu,
Queria a lua do mar...

As asas que Deus lhe deu


Ruflaram de par em par...
Sua alma subiu ao céu,
Seu corpo desceu ao mar...
Pedro Kilkerry
 Nascido em Santo Antônio de Jesus, na Bahia, filho de irlandês e
baiana, Pedro Militão Kilkerry formou-se em Direito pela
Faculdade da Bahia.
 Pobre e boêmio, morreu tuberculoso, em Salvador, sem ter
qualquer livro publicado.
 Esquecida em meio à multidão de poetas simbolistas recolhidos
por Andrade Muricy, no livro Panorama do Movimento Simbolista
Brasileiro, a obra de Kilkerry foi recuperada e publicada pelo poeta
Augusto de Campos no volume ReVisão de Kilkerry (1970).
 Graças ao trabalho de garimpagem poética de Campos, a poesia
sintética e repleta de imagens fortes e desconcertantes de Kilkerry
vem sendo percebida como uma das grandes forças do simbolismo
brasileiro.
Pedro Kilkerry

Cetáceo
A sintaxe condensada e
trabalhada por Fuma. É cobre o zênite. E chagosos do flanco
Fuga e pó, são corcéis de anca na atropelada;
esquisitas sonoridades, E tesos no horizonte, a muda cavalgada.
os planos imagéticos se Coalha bebendo o azul um longo voo branco.
aglutinam, superpõem-
se, provocando uma Quando e quando esbagoa ao longe uma enfiada
descontinuidade De barcos em betume indo as proas de arranco.
Perto uma janga embala um marujo no banco
semântica que Brunindo ao sol brunida a pele atijolada.
abstratiza a aquarela
marinha, Tine em cobre o zênite e o vento arqueja o oceano
desparnasiando-a. As Longo enforca-se a vez e vez e arrufa,
imagens se aglomeram Como se a asa que o roce ao côncavo de um pano.
em contínuas elipses. E na verde ironia, ondulosa de espelho
Imagens, quase sempre, Úmida raiva iriando a pedraria. Bufa
de movimento. O cetáceo a escorrer d' água ou do sol vermelho.
Crédito de imagens
Imagem 1: https://blogdotriunfo.files.wordpress.com/2013/12/monet.jpg

Imagem 2: http://acervo.revistabula.com/posts/ensaios/rimbaud-o-mito-permanente

Imagem 3:http://essaseoutras.xpg.uol.com.br/wpcontent/uploads/2012/10/simbolismo.jpg

http://www.telegraph.co.uk/content/dam/art/2016/01/05/monet-gardens-1-
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