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INFRA-ESTRUTURAS
URBANAS
APONTAMENTOS TEÓRICOS
A.1 – INTRODUÇÃO
Assistência técnica - os serviços a prestar pelo autor de projecto ao dono da obra, ou seu
representante, sem prejuízo do cumprimento de outras obrigações legais ou contratuais que lhe
incumbam, que visam, designadamente, o esclarecimento de dúvidas de interpretação do
projecto e das suas peças, a prestação de informações e esclarecimentos a concorrentes e
empreiteiro, exclusivamente através do dono da obra, e ainda o apoio ao dono da obra na
apreciação e comparação de soluções, documentos técnicos e propostas.
Director de fiscalização de obra - o técnico, habilitado nos termos da presente lei, a quem
incumbe assegurar a verificação da execução da obra em conformidade com o projecto de
execução e, quando aplicável, o cumprimento das condições da licença ou da comunicação
prévia, bem como o cumprimento das normas legais e regulamentares aplicáveis, e ainda o
desempenho das competências previstas no Código dos Contractos Públicos, em sede de obra
pública.
Dono da obra - a entidade por conta de quem a obra é realizada, o dono da obra pública tal
como este é definido no Código dos Contractos Públicos, o concessionário relativamente a obra
executada com base em contrato de concessão de obra pública, bem como qualquer pessoa ou
entidade que contrate a elaboração de projecto.
Empresa responsável pela execução da obra - a pessoa singular ou colectiva que exerce
actividade de construção e assume a responsabilidade pela execução da obra.
Projecto ordenador - aquele que define as características impostas pela função da obra e que é
matriz dos demais projectos que o condicionam e por ele são condicionados.
Social
Económica
Institucional
Residência
Trabalho
Saúde
Educação
Lazer
Segurança
Nota: Entende-se por coeficiente de simultaneidade a razão entre o valor máximo da procura
simultânea num determinado período (por exemplo, num mês) e a soma das procuras individuais
nesse mesmo período. A determinação deste coeficiente permite dimensionar uma estrutura no
sentido de a tornar capaz de responder eficazmente à solicitação dos utilizadores, quer em
alturas normais, quer nas alturas de maior procura, evitando-se assim situações de ruptura.
Equipamentos de saúde
Equipamentos de ensino
Equipamentos administrativos e institucionais
Equipamentos desportivos
Equipamentos de comércio e lazer.
Por princípio, não existe nenhuma razão para se seguir qualquer configuração geométrica
regular no traçado das malhas urbanas. No entanto, as características topográficas do terreno
condicionam muitas vezes os traçados e compartimentações das malhas, originando assim dois
modelos distintos:
Malha fechada
Numa malha fechada, o espaço público é dominado pelas ruas. Os edifícios estabelecem
uma divisória entre a rua e o interior do quarteirão, sendo este, geralmente, um espaço privado.
Os espaços públicos são mais reduzidos e a sua construção e manutenção têm custos mais
baixos.
Malha aberta
Neste caso, o espaço público compreende muito mais do que as ruas. Os edifícios têm
uma implantação mais livre, e geralmente não se forma o anel edificado próprio do quarteirão, o
que não significa que os arruamentos não possam manter uma configuração semelhante.
A separação entre espaço público e privado é menos clara e estável. Os custos de
construção e manutenção dos espaços públicos são consideravelmente mais elevados do que
nos modelos de malha fechada.
Dentro dos dois tipos de malhas que vimos anteriormente, podemos ainda distinguir vários
modelos de desenvolvimento das cidades:
Modelo linear
Modelo sequencial
Este modelo é o menos funcional porque não apresenta alternativas. Tem todos os
inconvenientes de uma estrutura linear única.
Modelo ramificado
Modelo reticulado
Trata-se de uma rede fechada que oferece diversas alternativas de percurso entre os nós.
Podem ser banalizadas ou hierarquizadas, ou seja, todas as ruas poderão ser de igual dimensão
ou de dimensões diferentes (ruas e avenidas).
Note-se que, mesmo numa estrutura reticulada, as redes que trabalham por gravidade
(saneamento, pluviais, etc.), são sempre ramificadas.
Modelo radial
Este modelo é constituído por um conjunto de elementos sequenciais que convergem num
ponto, geralmente uma praça ou uma rotunda. Apresenta todos os inconvenientes do modelo
anterior.
Numa perspectiva de evolução histórica, podemos considerar que a instalação das infra-
estruturas urbanas no território segue frequentemente a seguinte ordem:
As redes de energia, água, gás, telefone e cabo de TV trabalham em valas laterais (2),
sob os passeios, junto às fachadas dos edifícios. Entre o contorno lateral da via e o início da vala
recomenda-se um espaço livre de 50cm, para garantir a segurança das fundações ou outros
elementos estruturais enterrados adjacentes à via e também para facilitar a operação de
máquinas na abertura de valas.
As galerias técnicas (3) são estruturas subterrâneas, formadas por elementos pré-
fabricados de betão ligados entre si, que se estendem ao longo das ruas e permitem a colocação
das tubagens sobre estruturas metálicas. Desta forma, é possível aceder facilmente às redes no
subsolo para trabalhos de manutenção sem necessidade de abrir valas, com a consequente
poupança de recursos.
No meio urbano só deve haver arruamentos e nunca estradas. O espaço público das ruas
e praças é o suporte fundamental da forma urbana, geralmente associada a funções
distribuidoras e colectoras principais. Há contudo hierarquias a explorar. Por exemplo, a avenida
tem uma representatividade superior à da rua.
As vias de atravessamento são entendidas como elementos de conexão necessárias para
a continuidade das estradas. Visto que, por princípio, se rejeita a existência de estradas nas
cidades, então também não deverão existir vias de atravessamento dentro do espaço urbano. No
entanto, há excepções, pelo que deverão ser empregues soluções que reduzam o impacto
negativo desta situação.
De todos os subsistemas de infra-estrutura urbana, o viário é o mais delicado, devendo
merecer estudos cuidadosos porque:
É o mais caro dos subsistemas, já que normalmente abrange mais de 50% do custo total
de urbanização.
Ocupa uma parcela importante do solo urbano (entre 20 a 25%).
Uma vez implantado, é o subsistema que mais dificuldade apresenta quando se pretende
aumentar a sua capacidade pelo solo que ocupa, pelos custos que envolve e pelas
dificuldades operativas que a sua alteração implica.
É o subsistema mais directamente apercebido pelos utilizadores.
3 — Mantém-se o símbolo internacional de acessibilidade, que consiste numa placa com uma
figura em branco sobre um fundo azul, em tinta reflectora, especificada na secção 4.14.3 do
anexo ao presente decreto-lei, a qual é obtida junto das entidades licenciadoras.
4 — O símbolo internacional de acessibilidade deve ser afixado em local bem visível nos edifícios,
estabelecimentos e equipamentos de utilização pública e via pública que respeitem as normas
técnicas constantes do anexo ao presente decreto-lei.
Artigo2.º
Âmbito de aplicação
(pág. 5672)
Artigo 12.
Fiscalização
(pág. 5674)
Anexo
Normas técnicas para melhoria da acessibilidade
das pessoas com mobilidade condicionada
(pág. 5676)
1.1.1 — As áreas urbanizadas devem ser servidas por uma rede de percursos pedonais,
designados de acessíveis, que proporcionem o acesso seguro e confortável das pessoas com
mobilidade condicionada a todos os pontos relevantes da sua estrutura activa, nomeadamente:
1) Lotes construídos;
2) Equipamentos colectivos;
3) Espaços públicos de recreio e lazer;
4) Espaços de estacionamento de viaturas;
5) Locais de paragem temporária de viaturas para entrada/saída de passageiros;
6) Paragens de transportes públicos.
1.1.2 — A rede de percursos pedonais acessíveis deve ser contínua e coerente, abranger toda a
área urbanizada e estar articulada com as actividades e funções urbanas realizadas tanto no solo
público como no solo privado.
1.2.1 — Os passeios adjacentes a vias principais e vias distribuidoras devem ter uma largura livre
não inferior a 1,5 m.
1.2.2 — Os pequenos acessos pedonais no interior de áreas plantadas, cujo comprimento total
não seja superior a 7 m, podem ter uma largura livre não inferior a 0,9 m.
1) Devem possuir patamares superior e inferior com uma faixa de aproximação constituída por um
material de revestimento de textura diferente e cor contrastante com o restante piso;
2) Devem ser constituídas por degraus que cumpram uma das seguintes relações dimensionais:
1.4.1 — As escadarias em rampa na via pública devem satisfazer o especificado na secção 1.3 e
as seguintes condições complementares:
1.5.1 — As rampas na via pública devem satisfazer o especificado na secção 2.5, e as que
vencerem desníveis superiores a 0,4 m devem ainda:
1) Ter corrimãos de ambos os lados ou um duplo corrimão central, se a largura da rampa for
superior a 3 m;
2) Ter corrimãos de ambos os lados e um duplo corrimão central, se a largura da rampa for
superior a 6 m.
1.6.1 — A altura do lancil em toda a largura das passagens de peões não deve ser superior a
0,02m.
Figura 18 – Passagem de peões com pavimento texturado na zona do passeio imediatamente adjacente
1.6.3 — A zona de intercepção das passagens de peões com os separadores centrais das
rodovias deve ter, em toda a largura das passagens de peões, uma dimensão não inferior a 1,2m
e uma inclinação do piso e dos seus revestimentos não superior a 2%, medidas na direcção do
atravessamento dos peões.
2.8.1 — O número de lugares reservados para veículos em que um dos ocupantes seja uma
pessoa com mobilidade condicionada deve ser pelo menos de:
4) Quatro lugares em espaços de estacionamento com uma lotação compreendida entre 101 e
500 lugares.
5) Um lugar por cada 100 lugares em espaços de estacionamento com uma lotação superior a
500 lugares.
2.8.3 — A faixa de acesso lateral pode ser partilhada por dois lugares de estacionamento
reservado contíguos.
4.3.2 — Devem incluir-se nas obstruções referidas no n.º 4.3.1 o mobiliário urbano, as árvores, as
placas de sinalização, as bocas-de-incêndio, as caleiras sobrelevadas, as caixas de electricidade,
as papeleiras ou outros elementos que bloqueiem ou prejudiquem a progressão das pessoas.
4.5.1 — A altura livre de obstruções em toda a largura dos percursos não deve ser inferior a 2 m
nos espaços encerrados e 2,4 m nos espaços não encerrados.
4.5.2 — No caso das escadas, a altura livre deve ser medida verticalmente entre o focinho dos
degraus e o tecto e, no caso das rampas, a altura livre deve ser medida verticalmente entre o piso
da rampa e o tecto.
4.5.3 — Devem incluir-se nas obstruções referidas no n.º 4.5.1 as árvores, as placas de
sinalização, os difusores sonoros, os toldos ou outros elementos que bloqueiem ou prejudiquem a
progressão das pessoas.
4.5.4 — Os corrimãos ou outros elementos cuja projecção não seja superior a 0,1 m podem
sobrepor-se lateralmente, de um ou de ambos os lados, à largura livre das faixas de circulação ou
aos espaços de manobra dos percursos acessíveis.
4.5.5 — Se a altura de uma área adjacente ao percurso acessível for inferior a 2 m, deve existir
uma barreira para avisar os peões.
1) Não devem projectar-se mais de 0,1 m da parede, se o seu limite inferior estiver a uma altura
do piso compreendida entre 0,7 m e 2 m;
2) Podem projectar-se a qualquer dimensão, se o seu limite inferior estiver a uma altura do piso
não superior a 0,7 m.
1) Não devem projectar-se mais de 0,3m dos suportes, se o seu limite inferior estiver a uma altura
do piso compreendida entre 0,7 m e 2 m;
2) Podem projectar-se a qualquer dimensão, se o seu limite inferior estiver a uma altura do piso
não superior a 0,7 m.
4.6.3 — Os objectos salientes que se projectem mais de 0,1 m ou estiverem a uma altura do piso
inferior a 0,7 m devem ser considerados ao determinar a largura livre das faixas de circulação ou
dos espaços de manobra.
1) Estável — não se desloca quando sujeita às acções mecânicas decorrentes do uso normal;
2) Durável — não é desgastável pela acção da chuva ou de lavagens frequentes;
3) Firme — não é deformável quando sujeito às acções mecânicas decorrentes do uso normal;
4) Contínua — não possui juntas com uma profundidade superior a 0,005 m.
4.7.3 — Se forem utilizados tapetes, passadeiras ou alcatifas no revestimento do piso, devem ser
fixos, possuir um avesso firme e uma espessura não superior a 0,015 m descontando a parte
rígida do suporte; as bordas devem estar fixas ao piso e possuir uma calha ou outro tipo de
fixação em todo o seu comprimento; deve ser assegurado que não existe a possibilidade de
enrugamento da superfície; o desnível para o piso adjacente não deve ser superior a 0,005 m,
pelo que podem ser embutidos no piso.
4.7.6 — Os troços de percursos pedonais com inclinação igual ou superior a 5% devem ser
considerados rampas e satisfazer o especificado na secção 2.5.
É constituída por troços sequenciais de tal modo que não forma qualquer malha fechada.
Para aglomerados de pequenas dimensões, constitui o método de abastecimento de água
mais económico por implicar a utilização de menor diâmetro e extensão de rede. No entanto, pelo
facto de água circular num só sentido, qualquer avaria num troço implica que fique interrompido o
fornecimento de água a jusante deste.
No caso de expansão do aglomerado populacional e consequente necessidade de
aumento do caudal, pode acontecer que a pressão se torne insuficiente devido ao aumento
substancial das perdas de carga do sistema, mas o processo de cálculo hidráulico da rede é
bastante simples.
Apresenta problemas de manutenção, nomeadamente devido à acumulação de
sedimentos nas extremidades.
É constituída por troços interligados de tal modo que todos se encontram formando
malhas reais ou imaginárias.
Neste tipo de rede, todos os troços podem ter dois sentidos de escoamento, conforme as
condições hidráulicas. Trata-se pois de um sistema de abastecimento de água seguro e eficiente.
No caso de expansão do aglomerado, com o consequente aumento de consumo, a pressão da
rede sofre efeitos pouco significativos.
A estrutura da rede utiliza grande quantidade de tubagens e acessórios, o que agrava o
custo de instalação.
Rede mista
Instalações de captação
Adutoras
Reservatórios
Quando a origem ou o local mais adequado para a captação da água estiver a um nível
inferior que impossibilite a adução por gravidade, é necessário o emprego de equipamentos de
bombagem que elevem a água para determinados locais cuja cota permite garantir pressões de
serviço na rede. Estes equipamentos são constituídos por um conjunto de motor, bomba
hidráulica e acessórios.
Em cidades de topografia acidentada, é recomendável usar redes divididas em partes
independentes, de forma a poder aproveitar a adução por gravidade para partes delas elevando-
se a água somente onde tal for necessário.
Rede de distribuição
C.1.3 – SIMBOLOGIA
A rede de esgotos no interior dos edifícios deve descarregar para a rede geral sempre por
gravidade. Se é corrente drenar por bombagem as águas pluviais e subterrâneas de caves, não é
tecnicamente defensável que tal procedimento se aplique a esgotos.
A rede interna de cada edifício comunica com a rede geral através de ramais de ligação.
Quando o edifico é previamente servido de fossa, não convém que a sua posterior ligação à rede
geral feita também através de fossa, devendo-se desactivá-la. Os ramais de ligação, neste caso,
podem ser particularmente condicionantes atendendo à profundidade e distanciamento
transversal dos colectores da rede geral e ainda ao regulamento imposto no que respeita os
declives dos ramais (entre 2 e 4%).
A rede geral inclui colectores, caixas de visita e câmaras de corrente de varrer. Em casos
excepcionais, que ocorrem em terrenos muito planos, ou na necessidade de ligar a redes
gravíticas independentes, pode recorrer-se a estações elevatórias, articuladas com condutas de
impulsão.
As redes gerais devem confluir para estações de tratamento (ETAR). A localização e o
dimensionamento de uma ETAR requer um planeamento integrado de modo a captar, em boas
condições, os efluentes das diversas redes da sua área de influência.
Embora existam sofisticadas estações de tratamento com um reduzido impacto ambiental,
recomenda-se, por princípio, localizações afastadas dos aglomerados urbanos e em sítios
despovoados. Os emissários são condutas ou valas que conduzem os efluentes depois de
tratados ao destino final (cursos de água naturais, oceanos, valas ou poços drenantes, etc.).
Redes transversais
Quando as várias redes parciais, servindo diversas zonas, descarregam directamente no meio
receptor.
Redes interceptantes
Quando as redes que servem as diferentes zonas se reúnem num colector único, designado
interceptor.
Redes em terraço
Quando as redes que servem diferentes zonas, com características topográficas diferenciadas,
conduzem a emissários ou interceptores separados.
Quando os vários colectores principais, quase paralelos, se juntam num único emissário que
conduz à ETAR ou meio receptor.
Quando várias redes parciais, servindo diferentes zonas, conduzem a emissários separados que
descarregam também em pontos distintos.
Redes concêntricas
Quando diversos colectores principais, com uma disposição radial, se juntam numa zona central,
obrigando à bombagem de todo o efluente.
Conforme o estipulado pelo Artigo 24º do RGCAE, todos os colectores de esgotos deverão
ser assentes a uma profundidade mínima de 1,40 m medida entre o seu extradorso e o
pavimento da via pública. Esta precaução tem em vista criar boas condições para a
inserção dos ramais e garantir condições de segurança para o colector e para o trânsito.
Em qualquer circunstância, é proibida a construção sobre colectores de infra-estruturas
em geral.
Os colectores de esgotos deverão ser implantados num plano inferior ao das canalizações
de distribuição de água e afastados pelo menos 1 m.
A localização das caixas de visita está regulamentada pelo Artigo 26º do RGCAE, onde se
lê que é obrigatória a instalação de caixas de visita sempre que, no traçado em planta, se
verifiquem as seguintes situações:
Redução do volume das águas que afluem à rede de colectores, sendo para tal necessário
controlar a relação entre a drenagem natural, a bacia hidrográfica e a drenagem dos
espaços urbanos.
Dimensionamento de cada troço de uma rede prevendo o seu crescimento a montante.
As águas que afluem à rede provêm das coberturas dos edifícios através dos tubos de
queda, de poços e valas drenantes, da bombagem das caves situadas a níveis inferiores às cotas
de trabalho da rede, das superfícies de espaços exteriores (principalmente daqueles que estão
revestidos com pavimentos impermeáveis), etc. Para cada troço da rede, observa-se a
localização, configuração, dimensões e cotas dos espaços a drenar.
A modelação final dos espaços exteriores deve ser concebida com uma compartimentação
de superfícies drenantes relativamente aos componentes periféricos de captação (valetas,
sumidouros e sarjetas), gerando assim, para cada caso, um subsistema completo e equilibrado.
As linhas de captação das águas superficiais devem localizar-se a pelo menos 3m dos
edifícios, de modo a evitar concentrações de água próximas das paredes e fundações.
A cota do rés-do-chão deve estar, pelo menos, 60 cm acima da cota do terreno exterior,
precavendo-se assim riscos de inundação e humidade. A partir dos dispositivos de captação de
águas à superfície, forma-se a rede secundária de ramais que confluem para os colectores
principais, os quais, como vimos, trabalham preferencialmente sob o pavimento dos arruamentos.
A rede pluvial tem um traçado de tipo arborescente, com progressão crescente dos
diâmetros para jusante.
Guias
com as valetas. É recomendável que possuam, pelo menos, uma altura aproximada de 15cm em
relação ao nível superior da valeta. Uma altura maior dificultaria a acessibilidade dos peões e a
abertura das portas dos automóveis, enquanto que uma altura menor diminuiria a capacidade de
conduzir as águas nas vias.
Valetas
São zonas da faixa de rodagem situadas junto às guias, executadas geralmente em betão
moldado no local ou pré-moldadas. Formam, com a guia, canais triangulares cuja finalidade é
receber e dirigir as águas pluviais para o sistema de colectores de drenagem.
Grelhas
São calhas geralmente construídas do mesmo material das sarjetas e com forma de “V”,
situadas nos cruzamentos de ruas, onde as águas, dentro do possível, não devem atrapalhar o
tráfego pelo empoçamento das mesmas.
Bocas de lobo
Galerias e colectores
Câmaras de visita
Bacias de retenção
Fora dos aglomerados urbanos, a energia é transportada em muito alta tensão através de
cabos aéreos, embora as modernas tecnologias dos cabos ópticos permitam instalações
subterrâneas económicas e eficientes.
As subestações de transformação de muita alta tensão (MAT), para alta tensão (AT),
localizam-se na periferia dos aglomerados, de preferência sempre distanciados do tecido urbano.
A partir daqui a energia passa a ser transportada por cabos subterrâneos, não sendo permitidas
redes aéreas no meio urbano. Este transporte é efectuado até aos pontos de transformação (PT),
de alta para baixa tensão, seguindo-se a rede de distribuição domiciliária. Esta rede é malhada,
aberta e trabalha em paralelo. Nas soluções de desenho urbano é necessário prever a
localização e integração de postos de transformação (PT), postos de seccionamento (PS) e
caixas de distribuição, considerando as especificações legais e técnicas sobre a sua instalação. A
localização dos (PT) tem soluções de menor impacto quando são instalados no interior dos
edifícios, devendo ser assegurados cuidados especiais para obstar os inconvenientes resultantes
das vibrações, ruídos e aquecimento. A par da distribuição domiciliária é necessário considerar a
rede para a iluminação de espaço público. Estas duas redes desenvolvem-se na mesma vala,
apenas com derivações distintas.
A instalação de cabos subterrâneos, qualquer que seja tensão, faz-se por enterramento, o
que facilita os trabalhos de manuseamento dos cabos. Os cabos de alta tensão são implantados
à profundidade mínima de 80 cm e os de baixa tensão à profundidade mínima de 70 cm. No caso
de trabalharem na mesma vala deverá respeitar-se uma distância mínima entre cabos de 25 cm.
São correntes as situações em que os cabos de energia não podem ser subterrâneos (viadutos,
túneis). Nestes casos, quando se trata de espaços acessíveis ao público, os cabos instalados
exteriormente têm que respeitar uma altura mínima de 2,5 m em relação ao pavimento e serem
protegidos por invólucro adequado. Recomendam-se medidas cautelares quanto às vizinhanças e
cruzamentos de canalizações de gás, águas, esgotos e telecomunicações, de acordo com os
regulamentos em vigor. As redes de distribuição de energia eléctrica têm uma organização em
malhas abertas, que permitem o fecho em determinados pontos, com abertura prévia noutros
pontos, de forma a assegurar circuitos alternativos.
Disposição axial
É pouco recomendada porque exige uma suspensão por cabos e aumenta a tendência dos
condutores circularem pelo centro da rua por ser a zona mais iluminada.
Disposição unilateral.
É uma solução muito utilizada em ruas relativamente estreitas, pois representa uma grande
economia no custo das linhas de alimentação. No entanto, não convém aplicar esta solução em
ruas com largura superior a 10m.
Disposição bilateral
Estas zonas devem ser objecto de uma iluminação especial que as faça sobressair, sem que
deixe de ser harmoniosa com a iluminação contínua da estrada.
4 – Iluminação de parques de estacionamento
A iluminação de parques é normalmente feita com projectores (iluminaria que concentra a luz
num ângulo determinado por um sistema óptico).
A altura do ponto de luz numa instalação de iluminação pública exerce uma grande
influência sobre a qualidade da luz e da iluminação e condiciona fortemente os seus custos.
Situar os pontos de luz a grande altura tem:
Vantagens
Inconvenientes
A relação entre a separação e a altura dos pontos de luz afecta muito directamente a
uniformidade da iluminação que se consegue sobre a via. À medida que esta relação é menor, a
uniformidade da iluminação é mais elevada e há um repartir menor de luminâncias.
É um sistema pouco utilizado porque apresenta dificuldades de fixação, além de que o aspecto
estético que proporciona à via não é muito favorável.
É o sistema mais económico e de maior emprego em ruas de tipo médio, nas quais os edifícios
que a limitam não têm alturas superiores a oito metros. Uma das principais vantagens deste
sistema é que não atrapalha a circulação dos peões nos passeios, nem se afigura como
obstáculo à passagem de invisuais e deficientes motores em cadeiras de rodas.
Postes
Os postes normalmente utilizados para sustentação da rede aérea são de betão tubular,
metálicos ou de madeira. Empregam-se, em geral, postes de 9,0 m de comprimento para redes
secundárias e de 11,0 m para as primárias, além dos elementos para iluminação publica, neles
instalados.
A alternativa de suportar as redes aéreas nas edificações é usada em algumas zonas
urbanas, aproveitando-se de edifícios já construídos. Porém, apresenta inconvenientes quando a
edificação é demolida ou remodelada, já que nessa situação exige soluções temporárias, nem
sempre simples ou baratas, para manter a rede em funcionamento.
1 – Centrais – constituem o órgão inteligente da rede e podem ser de tipo analógico ou digital
consoante a tecnologia utilizada. São prolongadas em unidades remotas, instaladas em armários
metálicos de grandes dimensões.
2 – Linhas e ramais de ligação – constituídos por cabos de diversos tipos, diâmetros e materiais,
instalados com tubagens enterradas no subsolo, sendo excepcionais as linhas aéreas em centros
urbanos.
3 – Sub-repartidores e concentradores – são equipamentos instalados em armários de superfície,
de diferentes dimensões, que se destinam a ligar os cabos das centrais com os da rede de
distribuição e a fazer a concentração num menor número de pares.
4 – Caixas de visita permanentes (CVP) – com dimensões muito variadas, destinam-se a facilitar
a manutenção, conservação e reparação das linhas. Localizam-se em todas as mudanças
bruscas de direcção do traçado, em frente dos prédios servidos e, em troços rectas, nas juntas
dos cabos, a uma distância máxima de 145 m.
5 – Cabines telefónicas públicas – instaladas nas zonas de grande concentração e movimentação
populacional, onde se prevê uma grande utilização pública.
6 – Outros órgãos – utilizam-se ainda caixas de passagem, caixas terminais.
Tipo de traçado e implantação
A rede é ramificada, com a limitação de cada cabo só permitir um número de subdivisões
correspondentes ao seu número de pares. A organização do traçado tem uma lógica que procura
reduzir a extensão dos cabos. A instalação de cabos de telecomunicações faz-se em tubagens
agrupadas por meio de blocos de betão, com mínimo de 2 tubos, a uma profundidade mínima de
1,20 m, contada desde a superfície do pavimento até ao plano dos blocos e sinalizada através de
uma rede plástica de cor verde, colocada 10 cm acima dos blocos. A rede de telecomunicações
respeita afastamentos mínimos de 20 cm em relação aos cabos de energia e de gás e de 50 cm
em relação a condutas de águas.
A localização e as condicionantes arquitectónicas inerentes às centrais, postos de sub-
repartição, concentradores e cabines telefónicas públicas devem ser considerados no desenho
urbano.
Número de cabos e canalizações por arruamento
1 – Em loteamentos simétricos – condutas do mesmo lado da via com CVP de 2 em 2 lotes, das
quais saem 4 cabos, 1 para cada lote, de um e outro lado da via.
2 – Em loteamentos não simétricos – Uma conduta de cada lado da via, com CVP de 2 em 2
lotes, das quais saem 2 cabos, um para cada lote.
Sistema de dados
A substituição dos deslocamentos humanos pela transferência de arquivos digitais levou à
criação do termo “auto-estrada” da informação. Por ela, transferem-se vídeos, musicas, serviços
de diversos tipos e mensagens. A era da informação foi uma expressão adoptada para
caracterizar o aumento da importância dos novos meios de comunicação – deve muito ao
computador, à indústria de programas e os satélites de comunicação. Uma das maiores batalhas
na guerra global das telecomunicações trava-se entre os grandes fabricantes mundiais e provoca
uma redução no preço dos custos neste sector.
O protocolo da Internet foi desenvolvido nos anos 60, pelo Departamento de Defesa dos
EUA que apoiou uma pesquisa sobre comunicações e redes que poderiam sobreviver a uma
destruição parcial, em caso de guerra nuclear. A Internet é a “mãe” das redes de computadores e
há vários milhões de servidores interconectados. Estes servidores fazem parte de redes em
universidades, governos e empresas, além de milhões de cidadãos. A Internet é uma vasta
estrutura de informações com espaço ilimitado. Os dados estão separados fisicamente no
espaço, mas reunidos pela rede.
Com o recurso à utilização do gás natural e á sua distribuição em grande escala, este
factor beneficia de inovações significativas. Não é, no entanto, previsível que a curto prazo exista
uma rede global de abastecimento de gás para o país, dai que continuem a existir redes de tipo
local, utilizando outros tipos de gás, com os seus reservatórios próprios.
Sob o ponto de vista urbanístico, considerando factores de segurança, funcionalidade e
conforto, a rede colectiva de abastecimento de gás é uma exigência básica. Nada recomenda o
sistema de distribuição e consumo de botijas de gás para consumo doméstico. Mesmo para
pequenas urbanizações ou prédios isolados, recomenda-se a instalação de sistemas de
distribuição colectiva.
Tipo de traçado
A rede mista, com uns sectores malhados e outros arborescentes, é o tipo mais frequente.
O traçado ramificado ou arborescente simples só é aplicado em pequenas redes. A solução em
malha, ou reticula, tem aplicação mais generalizada, por assegurar maior regularidade dos
caudais e facilitar a reparação de partes da rede, mantendo o abastecimento nas restantes. Em
princípio, as tubagens trabalham enterradas em valas. A terra aqui funciona como um elemento
de segurança. Esta infra-estrutura é perigosa em galerias técnicas onde a acumulação de gás
cria perigos de intoxicação e explosão. Nas travessias (pontes, viadutos, etc.) a tubagem deve
trabalhar a céu aberto e devidamente protegida.
Características gerais
Fundamentalmente, distingue-se a rede de transporte, com tubagens de maiores
diâmetros, trabalhando com médias ou altas pressões e a rede de distribuição domiciliária, com
menores diâmetros e sempre a baixa pressão. E conexão entre ambas é feita em postos
redutores depressores, os quais asseguram também o seccionamento da rede.
As tubagens são instaladas ao longo dos passeios, paralelamente às condições a servir,
com um ramal para cada prédio. A profundidade mínima de assentamento das condutas é de 60
cm, medida até ao extradorso, e a sua posição é sinalizada com a colocação de uma rede
plástica de cor amarela, 20 cm acima da tubagem. A rede de gás respeita os afastamentos
mínimos de 20 cm relativamente aos cabos de energia e de telecomunicações, e de 50 cm da
rede de águas.
Entre outros factores que podem condicionar estes objectos há que considerar:
serve de base ao traçado do perfil deve ser definida sobre a planta topográfica através de uma
linha designada por directriz do perfil, podendo esta ser constituída por segmentos rectos ou
curvos.
No caso das estradas, existem dois tipos de perfis topográficos que são traçados ainda na
fase de projecto e que servem como ferramentas de análise e de cálculo: os perfis longitudinais
e os perfis transversais.
Quando a estrada é constituída por uma única faixa de rodagem, assume-se o próprio
eixo da estrada como directriz do perfil longitudinal. Já no caso das auto-estradas (constituídas
por duas faixas de rodagem unidireccionais) o eixo do separador central é assumido como a
directriz do perfil longitudinal, mas apenas quando a largura do separador é homogénea. Caso
contrário, consideram-se duas directrizes, cada uma delas coincidente com o eixo de cada faixa,
gerando-se assim dois perfis longitudinais em separado.
Uma vez que os perfis longitudinais abrangem grandes extensões de estrada (geralmente
na ordem dos 10 quilómetros), a redução a uma escala compatível com a dimensão da folha de
papel torna o desenho de difícil interpretação, principalmente no que à altimetria diz respeito. Por
esse motivo, os perfis longitudinais devem ser sobreelevados, no sentido de realçar todas as
variações do relevo que, se outra forma, ficariam imperceptíveis. Também no projecto de redes
viárias, redes de abastecimento de água, redes de drenagem de águas residuais e redes de
drenagem de águas pluviais, os perfis devem ser sobreelevados.
Para atribuir uma determinada sobreelevação ao perfil, utiliza-se uma escala vertical
maior do que a escala horizontal. A razão entre as duas escalas representa a sobreelevação do
perfil.
Exemplos:
Ao contrário dos perfis longitudinais, os transversais são sempre naturais, não só porque
a sua escala não justifica que se faça a sobreelevação, mas também para que não haja distorção
das áreas de aterro e de escavação que servirão posteriormente para o cálculo dos volumes de
movimento de terras. Assim sendo, a escala geralmente adoptada é 1/200, a qual permite
representar o terreno e a estrada com razoável pormenor.