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CIV 441
INTRODUÇÃO AO TRATAMENTO DE ÁGUAS
RESIDUÁRIAS
VIÇOSA-2015
ÍNDICE
PARTE I
I. OBJETIVOS E NÍVEIS DE TRATAMENTO ........................................................................ 1
1.1. Poluição Hídrica Difusa e Pontual ................................................................................1
1.2. Esgotomento Sanitário .................................................................................................1
1.3. Definições ....................................................................................................................2
1.4. Caracterização de Esgotos Sanitários .........................................................................2
1.5. Principais Objetivos do Tratamento ..............................................................................3
1.6. Legislação Pertinente...................................................................................................4
1.7. Níveis de Tratamento ...................................................................................................6
1.8. Eficiência Exigida na ETE ............................................................................................7
1.8. Fluxograma de uma ETE .............................................................................................8
1.8. Tendências ..................................................................................................................8
II. CARACTERIZAÇÃO DE ÁGUAS RESIDUÁRIAS ............................................................. 9
2.1. Vazão (Q) ....................................................................................................................9
2.2. Caracterização da Qualidade de Esgotos Sanitários..................................................12
2.3. Caracterização da Qualidade de Efluentes Industriais ...............................................13
2.4. Carga Poluidora .........................................................................................................13
2.5. Critérios de Dimensionamento Baseados em Vazão e Carga ....................................14
III. UNIDADES, PROCESSOS E SISTEMAS DE TRATAMENTO ....................................... 16
3.1. Processos e Sistemas Mais Utilizados em ETEs .......................................................16
3.2. Processos Auxiliares ..................................................................................................16
3.3. Remoção de Sólidos Grosseiros ................................................................................17
3.4. Remoção de Areia .....................................................................................................17
3.5. Remoção de Material Flutuante, Óleos e Graxas ......................................................18
3.6. Remoção de Sólidos em Suspensão .........................................................................18
3.7. Remoção de Matéria Orgânica ..................................................................................19
3.8. Principais Processos Biológicos Utilizados no Brasil ..................................................20
3.9. Tratamento Terciário ..................................................................................................26
3.10. Tratamento de Lodo .................................................................................................27
3.11. Critérios de Seleção de Processos ..........................................................................28
IV. PROJETO E MONITORAMENTO DE ETES .................................................................. 29
4.1. Estudo de Concepção do Sistema de Tratamento .....................................................29
4.2. Comparação Técnico-Econômica de Processos de Tratamento ................................31
4.3. Monitoramento da ETE ..............................................................................................33
PARTE II
V. MICROBIOLOGICA E BIOQUÍMICA DE REATORES BIOLÓGICOS ............................. 34
5.1. Classificação de Microrganismos ...............................................................................34
5.2. Papéis dos Microrganismos nos Processos Biológicos ..............................................35
5.3. Noções de Metabolismo Microbiano e Bioenergética .................................................36
5.4. Degradação Microbiológica da Matéria Carbonácea ..................................................40
5.5. Conversão Microbiológica da Matéria Nitrogenada ....................................................42
5.6. Requisitos Nutricionais de Reatores Biológicos .........................................................42
VI. MODELAGEM DE REATORES BIOLÓGICOS .............................................................. 43
6.1. Fundamentos .............................................................................................................43
6.2. Cinética de Reatores Biológicos ................................................................................44
6.3. Hidráulica de Reatores...............................................................................................49
1) Poluição difusa
a) escoamento superficial de áreas urbanas e agrícolas, deposição atmosférica
b) difícil de identificar e tratar
c) controle requer planejamento e manejo do uso e ocupação da bacia
2) Poluição pontual
a) descarga de esgotos a partir de indústrias, prédios, redes coletoras
b) fácil de identificar e controlar
c) alvo de tratamento em estações de tratamento de esgotos (ETEs)
Centralizado Descentralizado
1
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1.3. Definições
1) Águas residuárias (residuais) - águas descartadas que resultam da utilização da água para
diversos processos
1) Esgoto sanitário = despejo líquido constituído de esgotos doméstico e industrial, água de
infiltração e a contribuição pluvial parasitária (NBR 9648, ABNT, 1986)
a) esgoto doméstico = despejo líquido resultante do uso da água para higiene e
necessidades fisiológicas humanas
b) esgoto (efluente) industrial = despejo líquido resultante dos processos industriais,
respeitados os padrões de lançamento estabelecidos
c) água de infiltração = toda água proveniente do subsolo, indesejável ao sistema
separador e que penetra nas canalizações;
d) contribuição pluvial parasitária = parcela do deflúvio superficial inevitavelmente
absorvida pela rede de esgoto sanitário
1) Parâmetros de caracterização
Química
Física Biológica
Orgânica Inorgânica
Químicas orgânicas
Químicas inorgânicas
Biológicas
2
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Matéria Matéria
orgânica orgânica
Bactérias Nutrientes
heterotróficas (N, P)
Oxigênio Algas e
dissolvido cianobactérias
Distância Distância
Ponto de lançamento Ponto de lançamento
de esgoto de esgoto
Balanço de O2
Eutrofização
Persistência, bioacumulação,
toxicidade humana
3
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3) Viabilização de reúso
Impacto Poluente(s) a remover/controlar
Impermeabilização do solo
Fitotoxicidade
Fitossanidade
Agressividade ou Incrustabilidade
1) Federal
a) Resolução CONAMA 357/2005
b) Resolução CONAMA 430/2011
2) Estadual
a) Deliberação Normativa Conjunta COPAM/CERH 01/2008 (GT de atualização)
b) Licenciamento ambiental (DN COPAM 96/2006, 128/2008)
4
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pH
Temperatura
Material flutuante
mineral
O&G
animal/vegetal
DBO5
(limite/eficiência)
DQO
(limite/eficiência)
Surfactantes
SST
Toxicidade
5
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b) Cronograma
Índice de
nº % da pop.
Grupo População LP1 LI2 LO3
coleta
mun Estado
1 > 150 mil 13 abr/2007 abr/2008 abr/2010 39,40
2 30 mil a 150 mil > 70% 20 fev/2007 fev/2007 fev/2009 9,67
3 50 mil a 150 mil < 70% 26 set/2007 set/2007 set/2010 13,26
4 30 mil a 50 mil < 70% 22 set/2007 set/2007 set/2009 5,75
1
Licença previa; 2 Licença de instalação; 3 Licença de operação
nº % da pop.
Grupo População FCEI1 AAF2
mun Estado
5 Estrada Real3 4 jun/2006 0,4
mar/2007 – pop. atend. 20%; efic. 40% mar/2009
6 20 mil a 30 mil 33 mar/2010 – pop. atend. 60%; efic. 50% mar/2012 5,3
mar/2015 – pop. atend. 80%; efic. 60% mar/2017
7 < 20 mil 735 cadastro RT mar/2008 mar/2017 26,25
1
FCEI = Formulário integrado de caracterização do empreendimento
2
AAF = Autorização ambiental de funcionamento; 3 municípios cortados pela Estrada Real
Flocos Biológicos
Protozoários, Algas
Bactérias
Vírus
Areia,
Sólidos Dissolvidos Sólidos Coloidais Sólidos Suspensos Sólidos Grosseiros
10-12 10-11 10-10 10-9 10-8 10-7 10-6 10-5 10-4 10-3 10-2 10-1 m
10-6 10-5 10-4 10-3 10-2 10-1 10 0 10 1 10 2 10 3 10 4 10 5 μm
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1) Depende de
a) Usos previstos da água a jusante do ponto de lançamento
b) Requisitos da legislação ambiental
c) Capacidade de autodepuração e diluição do corpo receptor
i) Estudos de autodepuração
ii) Análise de cargas orgânicas introduzidas ao longo do corpo receptor
Exercícios.
Um rio com vazão = 100 L/s, e DBO5 = 2 mg/L recebe o esgoto tratado de uma ETE
municipal. Se o esgoto bruto entra na ETE com vazão = 100 m 3/d e DBO5 = 350 mg/L,
determinar a eficiência de remoção de DBO5 exigida para:
i. DBO5 < 60 mg/L
ii. não ultrapassar 5 mg/L de DBO do rio no ponto de lançamento
Qual será a DBO final no rio se a ETE alcança remoção de 70% da DBO?
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1) ETE completa
2) ETE simplificada
Disposição Tratamento
Reaproveitamento
final do lodo
1.8. Tendências
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V
1) Q = t
onde: V = volume da unidade de tratamento, m 3
t = tempo de retenção (detenção) hidráulica na unidade de tratamento (TRH ou TDH, H, );
V
TRH =
Q
Exercícios
Qual é o TRH de uma unidade de tratamento com V = 50m3, e Q = 10 L/s?
Qual é o volume de uma unidade que trata uma Q = 10000 m 3/d com TRH = 8h?
a) Para projetar ETE, Qtotal de início e final de plano devem ser estimadas
b) Componentes de Qtotal
Qtotal = Qd + Qinf + Qind
onde: Qd = vazão doméstica
Qinf = vazão de infiltração em sistemas separadores; não se considera a
contribuição de águas pluviais
Qind = vazão industrial; regras para enviar efluentes industriais para estação de
tratmento de esgotos sanitários estão dispostas na NBR 9800/1987
2) Vazão doméstica, Qd
a) Inclui comércio, escolas, hospitais, esgoto sanitário de indústrias
b) Depende de:
i) clima
ii) população
iii) custo/ medição da água (hidrômetros)
iv) condições socioeconômicas
v) grau de industrialização
vi) perdas no sistema de abastecimento e coleta
c) Estimativa de Qd
i) com base no consumo de água
3 Pop.QPC.R
Qd, med (m ⁄d) =
1000
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Exercícios:
1. Determinar a vazão doméstica média (Qd,med) de um bairro com:
350 casas, com média de 5 residentes/casa
280 apartamentos, com média de 3 residentes/apto.
um hospital com 30 leitos
um restaurante que serve 150 refeições por dia
prédios comerciais nos quais trabalham um total de 180 pessoas
1 escola com 500 estudantes
2. Qual seria a QPC para a população permanente deste bairro (R = 0,8), p/ a mesma
Qd,med?
d) Variação de Qd
Qd,máx
Qd,méd
i) Hidrograma
Qd,mín
0 6 12 18 24
hora do dia
ii) Variações de Qd dependem de:
(1) tipo de efluente (doméstico ou misto - doméstico e industrial)
(2) rede coletora
(a) tamanho - variação inversamente proporcional ao tamanho da rede
(b) qualidade - idade, material de construção, manutenção...
(3) condições climáticas
(4) influência do lençol freático
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
Q max,hora
(2) variação máxima horária, registrada no período de um dia, k 2
Q med,hora
(na impossibilidade de determinar valor in loco, a norma recomenda adotar k2 = 1,5)
Qd,max = k1.k2.Qd,med = 1,8.Qd,med
Q min,hora
(3) variação mínima horária, registrada no período de um dia, k 3
Q med,hora
3) Qd,min = k3.Qd,med = 0,5.Qd,med
(na impossibilidade de determinar valor in loco, a norma recomenda adotar k3 = 0,5)
Exercício
Determine as vazões totais média, mínima e máxima dos esgotos de uma cidade com
180.000 habitantes, com rede coletora de esgotos de 32 km de extensão. Os efluentes de
um laticíno que produz 20.000 litros de leite por semana também são enviados para a ETE
da cidade. (Adotar QPC = 200L/hab.d; R = 0,8; Ti = 0,4 L/s.km; 6m 3 efluente/m3 leite).
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mg/l
DBOúltima 60-90 350-600 260
200
135
DQO 80-130 400-800 65 130
0
Óleos/Graxas 10-30 55-170 DBO DQO
Fonte: vonSperling, 2005; Jordão e Pessoa, 2005
3) Nutrientes
Contribuição per Concentração,
Parâmetro 40
capita, g/hab.d mg/L Particulado
N total 6-12 35-70 30 Solúvel
mg/l 10
- N orgânico 2,5-5,0 15-30 20
- Amônia 3,5-7,0 20-40 10 20 2
P total 1,0-4,5 5-25 5
0
- P orgânico 0,3-1,5 2-8 N total P total
- P inorgânico 0,7-3,0 4-17
Fonte: vonSperling, 2005; Jordão e Pessoa, 2005
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2) Biodegradabilidade (DBO/DQO)
a) capacidade de estabilização por processos bioquímicos, através de microrganismos
b) quando DBO/DQO for < 0,3, tratamento biológico pode ser inadequado/ineficiente
3) Tratabilidade
a) capacidade de tratar por processos biológicos convencionais
b) afetada pela presença de substâncias inibidoras e refratárias/recalcitrantes
4) Indicadores de toxicidade
a) ao tratamento do efluente por processos biológicos
b) à vida aquática (e prejudicial ao abastecimento público de água)
c) ao tratamento e, ou disposição final do lodo
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
Exercícios:
1. Calcular LDQO se Q = 15 m3/h e DQO = 800 mg/L.
2. Qual é a concentração de P em um esgoto com LP = 35 kgP/d e Q = 8640 m 3/d?
3. Qual é a vazão de um esgoto com concentração de SST = 400 mg/L e LSST = 8000 kg d?
4. Qual dessas atividades industriais tem a maior carga orgânica poluidora?
Atividade Produção Efluente
Volume DBO, mg/L
Cervejaria 800 L/d 5 m3/m3 cerveja 800
Indústria têxtil 2 ton/d 10 m3/ton 1500
Refinaria de petróleo 1500 barris/d 0,3m3/barril 250
5. Para uma usina que produz 400.000 ton açucar /ano e gera efluente com Q = 100 m 3/h
e carga específica = 5 kg DBO5/ton, determinar:
i. a DBO5 no efluente, mg/L
ii. a carga orgânica do efluente, kg DBO5/d
iii. a vazao específica do efluente, m3/ton
Exercicio: Determinar o equivalente populacional de uma fábrica que produz 3000 ton de
produto por dia, com carga unitária = 20 kg DBO5/ton.
1) Volume, V = Q.TRH
a) Para diversos processos, TRH determina eficiência alcançada
b) Especificando TRH, V será definido
2) Unidades de sedimentação
3
Q (m ⁄d)
a) Taxa de aplicação hidráulica (superficial), TAH = A (m2 )
= vs
kg
LSST ( ⁄d)
b) Taxa de aplicação de sólidos, TASS = A (m2 )
kg
Carga ( ⁄d)
b) Carga orgânica superficial, LS ou COS = A (m2 )
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Exercícios: Uma ETE foi projetada para tratar o esgoto de uma população de 60000
habitantes (QPC = 170 L água/hab.d; R = 0,8) e inclui grade, desarenador, decantador
primário e filtro biológico percolador (FBP).
1. Qual deve ser a área mínima em planta do desarenador, sabendo que o mesmo deve
ser projetado para remover partículas com v s ≥ 0,02m/s?
2. Qual deve ser a área mínima em planta do decantador primário, se o mesmo deve ter
TAH < 90 m3/m2.d e TAS < 120 kg SST/m 2.d? Se for um decantador circular, qual será
seu diâmetro?
3. O FBP deve ter COV < 1,2 kg DBO/m3.d e TAH < 50 m3/m2.d. Se o tratamento primário
remove 65% dos SST, incluindo 25% da DBO, qual devem ser o volume e área em
planta mínimos do FBP?
4. Se o FBP alcança 85% de remoção de DBO, qual será a quantidade de DBO no esgoto
tratado (kg/d e mg/L)?
5. Elaborar o fluxograma da ETE com balanço de massa de DBO.
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Q = 2,2. W. H03/2
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Volume, m3
1200
Efeito da equalização de 800 Q na entrada
vazão: 400 Q equalizada
0
0 6 12 18 24
Tempo, h
1) Unidades de tratamento
a) grades (aberturas 10 a 100 mm)
b) peneiras (aberturas 0,25 a 6mm), para remoção de sólidos mais finos, fibrosos
1) Unidade = Desarenador
a) Ocorre sedimentação discreta
i) Partículas não mudam de forma, tamanho ou densidade
ii) Em líquido em repouso, no equilíbrio, sedimenta com v s constante
b) Tempo para sedimentar partícula (ts) deve ser menor que o TRH
vh
b h = altura da lâmina de água
vs b = largura
Q h Q l = comprimento
vs = Q/l.b = h/ts
vh = Q/h.b = l/TRH
l
Trajetória da partícula discreta
c) Deve ser projetado para remover partículas discretas com
i) vs 0,02 m/s
ii) vh média = 0,3 m/s
d) deve manter DBOparticulada em suspensão, para ser removida no tratamento primário
(DBOparticulada tem vs < 0,02 m/s, portanto, se unidade for bem projetada e operada, não
sedimentará)
2) Material retido
a) 1 a 5 L/1000 m3 de esgoto
b) Areia é lavada antes de disposição final (aterro)
c) Água de lavagem volta à entrada da unidade
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2) Material retido
a) Quantidade é função de:
i) características da água residuária
ii) tempo / grau de clarificação
b) Disposição
i) óleos minerais - incineração; reciclagem
ii) óleos animais/vegetais - digestão (linha do lodo), reciclagem
l
Trajetória da partícula floculenta
b) Unidades de sedimentacao são dimensionadas com base na vs mínima das partículas
em suspensão que se deseja remover
eficiência Relação entre vs e eficiência de
Remoção de SS, %
TAH de projeto
vs
c) Critérios de dimensionamento do decantador primário (NBR 12209)
i) TRH = 1 a 6 h; tempos longos evitados para não tornar esgoto séptico
ii) TAH recomendada
(1) sem tratamento biológico < 60 m3/(m2.d)
(2) antes de filtro biológico < 80 m3/(m2.d)
(3) antes de lodos ativados < 120 m3/(m2.d)
iii) Comumente dotado de removedor de escuma (óleos/gorduras)
2) Lodo primário
a) inclui parte da DBOparticulada
b) quantidade é função de:
i) características da água residuária
ii) tempo / eficiência de clarificação
c) tratamento de lodo primário visa sua estabilização biológica (remoção de matéria
orgânica biodegradável) e higienização (inativação de patógenos)
d) disposição depende de forma de tratamento (linha de lodo)
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Exercício: Determinar TRH, c e a carga de lodo retirado se forem retirados (para descarte
de lodo) 75 m3 de efluente por dia de um reator com Q = 3000 m3/d, V = 1500 m3 e SSV
= 2500mg/L.
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Fonte: http://www.suzuki.arq.br/
3) Filtro anaeróbio
a) TRH < c = 20 até 100 d
b) Fluxo ascendente ou descendente
c) Leito filtrante pode ser afogado ou não afogado
d) Limite prático de tamanho devido ao material suporte
e) Necessidade de tratamento primário
f) Eficiência do sistema tanque séptico-filtro anaeróbio = 75 a 95% de DBO
1) Reator anaeróbio de fluxo ascendente e manta de lodo (upflow anaerobic sludge blanket)
2) TRH = 6 a 10 h < c; estabelecido em função da temperatura
3) Separador trifásico (gás/líquido/sólidos) permite retenção da biomassa dispersa
4) Biomassa granular com excelente sedimentabilidade, fácil retenção
5) Não necessita de tratamento primário
6) Eficiência de remoção de matéria orgânica = 50 a 70% de DBO
Fonte: http://www.samaepomerode.com.br/
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1) Aplicação
a) Tratamento de efluentes com elevado teor SS, como de certos efluentes
agroindustriais (ex. suinocultura)
b) Estabilização de lodos primário e secundário
2) Variantes
a) Baixa carga: TRH = c = 30 a 60d
b) Alta carga: TRH = 15 a 20d < c
i) Mistura e aquecimento (25 a 35oC)
ii) Maior taxa de hidrólise da DBOparticulada (tipicamente etapa limitante)
CH4 + CO2
CH4 + CO2
sobrenadante
lodo
digerido
aquecedor
de lodo
baixa carga alta carga
1) TRH = c
a) relativamente baixa concentração de biomassa na coluna de água
b) requer TRH relativamente elevado para alcançar eficiência elevada
c) Indicadas para condições brasileiras - clima favorável e disponibilidade de terra
3) Principais variantes
a) Lagoa facultativa
i) Efeito de fatores ambientais na lagoa facultativa
(1) luz – taxas de fotossíntese e remoção de DBO, solubilidade de gases
(2) vento - mistura, reversão térmica
Energia
luminosa
CO2 O2
O2 zona facultativa
particulada CO2, CH4, H2S
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b) Lagoa anaeróbia
i) utilizada para tratamento de esgotos domésticos ou industriais, percolado de
aterros sanitários (chorume) com alta carga orgânica
ii) tipicamente remove 50% da carga orgânica
iii) quando colocada antes da lagoa facultativa, permite reduzir a área total
c) Lagoa aerada facultativa
i) oxigênio introduzido mecanicamente através de aeradores, para manter
concentração adequada de OD sem suspender a biomassa (profundidade deve
ser suficiente para criar zona sem aeração no fundo)
ii) útil para aumentar capacidade de lagoa facultativa sobrecarregada
d) Lagoa aerada de mistura completa seguida de lagoa de decantação
i) oxigênio introduzido mecanicamente através de aeradores, para manter
concentração adequada de OD e manter biomassa em suspensão na lagoa
aerada
ii) lagoa (ou zona) de decantação para separar a biomassa do efluente clarificado
e) Lagoa de maturação / polimento
i) polimento - remoção de matéria orgânica
ii) maturação - remoção de nutrientes e patógenos
iii) lagoas rasas, condição que favorece:
(1) aumento de luz (calor)
(2) aumento da atividade fotossintética (geração de O2, consumo de HCO3-)
(3) aumento do pH
f) Características típicas de lagoas de estabilização
Lagoa TRH, d Profundidade, m
anaeróbia 3-6 (1-2) 4-5
facultativa 15-45 1,5-2
aerada 5-10 2,5-4,5
aerada de mistura completa 2-4 2,5-4,5
decantação <2 3
maturação / polimento 3 <1,5
Fonte:vonSperling, 2002
1) Unidades integrantes
a) tanque de aeração: introdução de oxigênio e mistura do esgoto e lodo
b) decantador secundário: sedimentação, retirada do lodo para recirculação e descarte
c) elevatória de recirculação de lodo: recalque do lodo para o tanque de aeração.
d) digestor de lodo: digestão do lodo excedente retirado do decantador secundário
e) dispositivo para desaguamento do lodo: mecanizada ou em leitos de secagem
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
2) TRH < c
a) retenção da biomassa via sistema de recirculação do lodo do fundo do decantador
secundário para o reator biológico (tanque de aeração)
b) aumento da concentração de biomassa no reator resulta em maior taxa de remoção
da matéria orgânica, permitindo reatores menores (menor TRH)
1) TRH < c
2) Componentes principais:
a) dispositivos de distribuição do
esgoto na superfície do meio
filtrante
b) meio filtrante - pedra britada,
cerâmica, plástico, sobre o
qual cresce a biomassa
c) sistema de drenagem de
fundo
d) decantador secundário para remover lodo desprendido e recircular esgoto
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
2) Tipos de disposição
a) Infiltração
i) lenta = irrigação
ii) rápida = percolação
iii) subsuperficial
b) Escoamento superficial
c) Sistemas alagados construídas
7) Escoamento superficial
a) Aplicabilidade
i) terrenos com declividade
ii) solo de baixa permeabilidade
iii) cobertura vegetal (capim)
iv) aplicação intermitente no topo do declive, coleta em valas
b) Boa remoção DBO, SS, N; alguma remoção P, metais
25
CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
9) Infiltração subsuperficial
a) Utilizada tipicamente em conjuntos residenciais, comunidades de pequeno porte
b) Aplicação abaixo do nível do solo em escavações enterradas preenchidas com meio
poroso
i) sumidouros
ii) valas de infiltração/absorção
iii) valos de filtração - coleta de efluente
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
b) Físico-químicos
Processo Aplicação
Desinfecção inativação de patógenos
remoção de P, metais, substâncias
Precipitação química
recalcitrantes
remoção de cor, substâncias
Adsorção em carvão ativado
recalicitrantes
Filtro de areia remoção de SST, turbidez
remoção de nutrientes, patógenos, sais,
Filtração em membranas
substâncias recalcitrantes
Oxidação química de matéria orgânica
remoção de substâncias recalcitrantes
(processos oxidativos avançados, poas)
30 peso
Consistência (%) =
V1 C2 densidadeesp..volume
20
V2 C1 1g 10.000mg
10 1% = , (qdo. esp = 1g/mL)
0 10 20 30 40 100mL L
Consistência, %
Exercício: O esgoto de uma cidade de 40000 habitantes é tratado por gradeamento,
seguido de um decantador primário que remove 60% dos SS. O lodo primário
(consistência = 2% e esp = 1,02) é adensado a 6% (esp = 1,05) antes do desaguamento
em centrífuga até 25% (esp = 1,2). Determinar a carga e o volume de lodo em cada etapa
do processo.
2) Caracterização do lodo
a) Fração orgânica (SSV/SST)
i) Biodegradável / inerte
ii) Combustível / não combustível
b) Valor nutricional (N/P/K)
c) Organismos patogênicos - necessidade de inativação (higienização) para
reaproveitamento do lodo
d) Metais
i) Micronutrientes ou fitotóxicos – depende da concentração
ii) Níveis limitam taxas de aplicação (Res. CONAMA 375/2006)
iii) Maior restrição ao reaproveitamento de lodos de ETEs industriais
e) Compostos orgânicos tóxicos/persistentes (POPs)
f) Características do lodo de esgoto doméstico digerido
Parâmetro Faixa Valor típico
pH 5,9 – 7,7 7,0
DBO 9 – 1700 500
DQO 290 – 8140 2600
SS 50 – 11500 3400
NKT 10 - 400 170
P total 2 - 240 100
Fonte: Jordão e Pessoa, 2005
27
CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
1) Tratamento de esgotos
a) Eficiência exigida e reúso previsto para o esgoto tratado
b) Vazão aplicável e variação de vazão aceitável
c) Características do esgoto – cargas, presença de constituintes inibidores ou refratários
d) Disponibilidade de área
e) Aplicabilidade – experiência, dados de outras ETEs, estudos piloto
f) Confiabilidade – como processos respondem frente a distúrbios, choques?
g) Subprodutos do tratamento – existem limitações ao tratamento do lodo?
h) Limitações ambientais – aspectos climáticos; vizinhança
i) Complexidade e necessidade de processos auxiliares
j) Requisitos
i) produtos químicos
ii) energéticos
iii) operação e manutenção
iv) recursos humanos especializados
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
10) Estimativa e definição de formas de tratamento e disposição final dos resíduos sólidos
(NBR 11174 – Armazenamento de resíduos classes II – não inertes e inertes)
Nível Processo Resíduo sólido gerado
Gradeamento Plásticos, trapos, folhas, etc.
Preliminar Desarenação Areia, silte, etc.
Remoção de óleo Óleo, escuma
Sedimentação Sólidos orgânicos, escuma,
Primário
Sedimentação quimicamente assistido graxas; precipitados químicos
Secundário Diversos Lodo biológico
Precipitação Precipitados químicos
Filtração em areia Sólidos da água de lavagem
Terciário
Filtração em membranas Concentrado
Adsorção em carvão ativado Carvão a regenerar
30
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
4 12
Esgoto 1 Tratamento 2 Tratamento 3 Tratamento 5 Tratamento 6 Corpo receptor/
bruto preliminar primário esgoto secundário esgoto terciário esgoto Reúso
1ário 2ário 3ário
sólidos grosseiros lodo 1ário lodo 2ário lodo 3ário
areia 8 10
9
Exercício: Listar parâmetros a monitorar em cada ponto de uma ETE completa e explicar o
objetivo de seu monitoramento.
33
PARTE II
REATORES BIOLÓGICOS
CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
Ancestral comum
2) Baseada na fonte de energia e carbono
a) Energia
i) luz solar – fototróficos
ii) oxidação de matéria orgânica – quimiorganotróficos
iii) oxidação de matéria inorgãnica – quimiolitotróficos
b) Carbono
i) CO2 (HCO3- ) – autotróficos
ii) matéria orgânica - heterotróficos
3) Baseada na exigência de O2
a) Aeróbios estritos/obrigatórios (animais, plantas, algas, fungos, protozoários, bactérias)
b) Anaeróbios facultativos (bactérias)
c) Anaeróbios estritos/obrigatórios (bactérias, arqueas)
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
mesófila 60
psicrófila 39 88 105
13
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 110
Temperatura, C
5.2. Papéis dos Microrganismos nos Processos Biológicos
1) Eubactéria
a) Degradadores primários e secundários
b) São os principais responsáveis pela remoção da matéria orgânica (DBO):
DBOparticulada degradador 1ário DBOsolúvel degradador 2ário mineralização
c) Cianobactérias – fotossíntese – fornecem oxigênio, consomem CO2
2) Archaea
a) Anaeróbios estritos
b) Realizam metanogênese - formação de CH4 - captura da energia presente na matéria
orgânica (DBO) em forma utilizável
3) Eucarya
a) Aeróbios estritos (exceto alguns fungos)
b) Fungos - suportam pH baixo e baixas concentrações de OD e nutrientes
c) Algas - fotossíntese - forma de fornecimento de O2 em lagoas de estabilização
d) Protozoários
i) predadores - importantes para polimento
ii) remoção de matéria em suspensão (bactérias e matéria orgânica particulada)
iii) não competem com bactérias pela matéria orgânica solúvel
iv) grupos: ciliados, flagelados, amebas
e) Micrometazoários
i) rotíferos, nematóides - alimentam-se de protozoários, bactérias, sem afetar
eficiência,
ii) importantes para polimento (remoção de DBOparticulada dispersa no reator)
f) Análise quantitativa e qualitativa de eucariontes fornece diagnóstico de “saúde” e
capacidade de depuração de reatores aeróbios
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
CATABOLISMO ANABOLISMO
degradação biossíntese e manutenção
gera energia consome energia
Fonte de energia
• luz células novas
• matéria orgânica locomoção
• matéria inorgânica transporte ativo
ADP
ATP
Fonte de carbono
produtos da • CO2
degradação • matéria orgânica
• precursores
b) Quanto mais positivo o Eh, maior a tendência de aceitar e-, ou seja, no par de reações
acima, o O2 tem maior tendência de aceitar o e- do que o CO2
c) Na transferência de energia, reações redox são acopladas. Nas reações espontâneas,
o fluxo de e- vai da forma reduzida da substância com menor potencial redox (doador
de e-) para a forma oxidada da substância com maior potencial redox (aceptor de e-).
d) Exemplo: Reação redox acoplada da oxidação de metano
meia reação de oxidação: CH4 C4+ + 4H+ + 8e- (C-CH4 = doador de e-)
meia reação de redução: 2O2 + 8e
-
4O2- (O2 = aceptor de e-)
reação acoplada: CH4 + 2O2 CO2 + 2H2O
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
b) Na presença de vários aceptores finais de e-, aquele que produzir mais energia (pela
sua redução acoplada à oxidação da matéria orgânica) será esgotado primeiramente.
i) Exemplos de aceptores finais de e- alternativos em reatores biológicos:
Par redox Forma inicial Forma final E, mV
½ O2/H2O ½ O2 + 2e- + 2H+ H2O +820
NO3-/NO2- NO3- + 2e- + 2H+ NO2- + H2O +433
SO42-/S2- SO42- + 8e- + 8H+ S2- + 4H2O -217
CO2/CH4 CO2 + 8e- + 8H+ CH4 + 2H2O -244
So/HS- So + 2e- + H+ HS- -270
CO2/CH3COO- 2CO2 + 4e- + 2H2O CH3COO- + H+ -290
2H+/H2 (aq) 2H+ + 2e- H2 -410
CO2/HCOO- CO2 + 2e- + H+ HCOO- -430
Exercício: Qual é a energia livre gerada pela oxidação de gordura (C8H16O) e de amônio
pelos aceptores de e- O2 e CO2? Baseado nesses cálculos, em qual ambiente bioquímico
essas oxidações prosseguirão espontaneamente?
8CO2 + 46e- C8H16O Eh = -283 mV O2/H2O Eh = +820 mV
NO3- + 8e- NH4+ Eh = +357 mV CO2 / CH4 Eh = -244 mV
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
b) Catabolismo oxidativo
i) fluxo de e- na cadeia de transporte de elétrons (CTE) até aceptor final de e- externo
(1) substrato aceptor final de e- (O2, NO3-, SO42- ...) + energia (ATP)
(2) importante lembrar que a oxidação da matéria orgânica pode ocorrer em
ambiente anaeróbio, na ausência de O2
Ex. Respiração aeróbia de glicose: C6H12O6 + 6O2 6CO2 + 6H2O; Go = - 2872kJ
forma inicial EOinicial forma final EOfinal
doador C6H12O6
aceptor O2
SO42-
Dessulfatação
S2-
Anaeróbio CO2
CO2
Metanogênese
CH4
-500 CO2
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
Exercícios:
Demonstrar o fluxo de elétrons para as reações de da degradação anaeróbia, seguindo o
exemplo:
+ 6e- + 8e-
C6H12O6 + 4H2O 2CH3COO- + 2HCO3- + 4H2 + 4H+
- 8e-
- 6e-
G0 G *
Fermentação (acidogênese)
(kcal) (kcal)
Propionato a acetato:
+76,2
CH3CH2COO- + 3H2O CH3COO- + HCO3- + H+ + 3H2
*G calculada sob as condições "típicas" em um biodigestor anaeróbio: 37C e pH 7,0; concentrações de produtos e
reagentes: 1 mM acetato e propionato; 20 mM HCO3-; 10-4 atm H2.
41
CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
1) Nitrificação
a) oxidação do amônio (fonte de energia) por bactérias nitrificantes
(quimiolitoautotróficas, aeróbias estritas)
b) 2 etapas
i) NH4+ + 3/2O2 NO2- + 2H+ + H2O + energia (ex. Nitrosomonas)
ii) NO2- + 1/2O2 NO3- + energia (ex. Nitrobacter)
iii) global: NH4+ + 2O2 NO3- + 2H+ + H2O + energia
c) consumo de O2, o que representa a demanda nitrogenada
d) liberação de H+ implica consumo de alcalinidade, possível queda de pH
2) Desnitrificação
a) Redução de nitrato (respiração anaeróbia) por bactérias desnitrificantes
(quimiorganoheterotróficas, anaeróbias facultativas)
b) Processo de múltiplas etapas; sob condições anóxicas
NO3- NO2- NO (óxido nítrico) N2O (óxido nitroso) N2
c) Reação global: 2NO3- + 12H+ + 10e- (do substrato) N2 + 6H2O + energia
d) Vantagem de se promover nitrificação seguida de desnitrificação
i) remoção biológica de N
ii) menor geração de H+, o que leva a economia de alcalinidade
iii) economia de O2, devido à oxidação de parte da matéria orgânica com NO 3-
Exercícios
1. Com base na estequiometria da reação global de nitrificação determina o requisito de
oxigênio (kg/d) para nitrificação de um efluente com vazão = 3500 m3/d e NKT = 35
mg/L.
2. Determina o consumo de alcalinidade (mg/L CaCO3) para a completa nitrificação desse
efluente, com base na seguinte reação H+ + HCO3- H2O + CO2
Exercícios
1. Determinar a razão DBO/N/P para o esgoto sanitário de um bairro com 5000 hab. e cargas
unitárias de 54gDBO/hab.d; 10gNKT/hab.d; 1gP/hab.d. Precisa-se adicionar nutrientes ao
esgoto antes do tratamento biológico para evitar que sejam limitantes?
2. Qual é a quantidade de ureia ((NH2)2CO) e ácido fosfórico (H3PO4) que deve ser adicionado
a um efluente industrial (Q = 2340m 3/d, DBO = 800mg/L) para garantir que N e P não
sejam limitantes ao crescimento da biomassa no sistema de tratamento?
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
6.1. Fundamentos
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
i) Balanço em palavras:
taxa de acúmulo taxa de entrada taxa de saída taxa de produção taxa de consumo
no reator
= no reator
- do reator
+ no reator
- no reator
dC
ii) Expressão matemática: V Q.Co Q.C rp V ru V
dt
d) Duas condições distintas para o balanço de massa
i) Estado estacionário (permanente); dC/dt = 0
(1) não há acúmulo (ou decréscimo) da substância ao longo do tempo
(2) Q, Co e C são constantes
(3) usado para dimensionar reatores biológicos
ii) Estado dinâmico; dC/dt 0
(1) há aumento ou decréscimo da substância ao longo do tempo
(2) Q e, ou Co, C variam
(3) requer uso de modelos computacionais - análise de maior complexidade
(4) usado para controle operacional de reatores biológicos
3) Ordem de reações
a) forma empírica de expressar a velocidade (cinética) de reação, r
dC
r kC n
dt
r = velocidade de reação (massa/volume.tempo), ex. g.(m3d)-1
sinal: positivo se há aumento da concentração (produção de biomassa, dX/dt)
negativo se há redução da concentração (utilização de substrato, dS/dt)
k = constante ou velocidade específica de reação (unidades dependem da ordem)
C = concentração da substância (massa/volume, ex. g.m -3)
n = ordem de reação, quantidade empírica, sem relação com estequiometria, exceto para
reações elementares
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
c) Determinação da ordem de reação e valor de k pode ser feita pelo método gráfico após
integração
i) Conduzir experimento para monitor C, a partir de uma concentração C 0 ao longo
de tempo
ii) Determinar k e ordem da reação, por regressão (comparar valores de r 2) ou
graficamente
Análise gráfica
Ordem r Forma integrada Forma linearizada
(dC/dt < 0)
dC
0 k
dt
dC
1ª kC
dt
dC C
k
Sat. dt Kc C
Exercícios
1. Determinar as concentrações após 6 h de reação das substâncias S1 e S2 com
concentrações iniciais = 100 mg/L, se S1 segue a cinética de ordem 0 com k = -0,2 mg/L.h
e S2 segue a de 1ª ordem com k = -0,2/h. (Assumir reações irreversíveis).
Quanto tempo levará para S1 atingir a concentração que S2 atingirá após 6 h?
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
E dT E dT k E (T2 T1 )
ln 2
k2 T2
d(ln k ) .
R T2 ,
k1 d(ln k ) R T1 T2 , k1 R T1.T2
E 1
. constante nas condições ambientais de tratamento biológico, e
R T1.T2
portanto,
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
𝑑𝑋
(3) Crescimento líquido = crescimento bruto – decaimento: 𝑑𝑡
= 𝜇𝑋 − 𝑘𝑑 𝑋𝑏
ii) Velocidade específica, µ, não é verdadeira constante cinética, mas varia em função
de [S], segundo cinética de saturação (modelo Monod)
S
max
Ks S 0 ordem: máx
máx
max = velocidade específica máxima de crescimento, d-1
zona de transição
S = concentração de substrato limitante, g/m 3 (DBO)
Ks = constante de meia-saturação; máx/2
concentração de S quando = max/2 1a ordem: máx (S/KS)
KS S
iii) Ks fornece ideia da afinidade dos microrganismos pelo substrato
(1) quanto menor Ks, maior a afinidade e melhor a remoção
(2) S << Ks
(a) max(S/Ks) e segue cinética de 1a ordem
(b) situação típica do tratamento biológico
(2) S >> Ks,
(a) max e segue cinética de ordem 0
(b) situação ocorre apenas na entrada de alguns tipos de reatores
dX S
iv) Velocidade de crescimento líquido = max X k d X b
dt Ks S
d) Conhecimento do valor de permite controlar microrganismos indesejáveis (princípio
de operação de seletores cinéticos)
i) S pode ser controlado no reator para garantir menor das bactérias indesejáveis
ii) Situações possíveis para diferentes populações
max1 > max2 e KS1 < KS2 max1 > max2 e KS1 = KS2
max1 max1
max2
max2
max1 = max2 e KS1 < KS2 max1 < max2 e KS1 < KS2
max1,2 max2
max1
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
Exercícios
1. Qual é o tempo de duplicação de uma população de bactérias se
i. = 0,5/d ii. = 5/d
2. Qual será o número de bactérias após um dia, se X0 = 100, max = 1/d, Ks = 25 mg/L e
i. S = 350 mg/L ii. S = 5 mg/L
3. Determinar qual população bacteriana, A ou B, dominará em um reator biológico nas
seguintes condições
i. S = 60 mg/L ii. S = 600 mg/L
Pop. A: Ks = 30mg/L DBO; max = 2/d
Pop B: Ks = 250mg/L DBO; max = 4/d
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
decaimento
energia
(DBO)
bactérias
produção produção
síntese bruta de líquida de
biomassa biomassa
tempo
c) O reator biológico e projetado para operar dentro de uma faixa desejada
i) baixa carga - fornecimento de pouco substrato favorece respiração endógena;
requer maior volume que outros sistemas; produz menos lodo excedente porque
ocorre estabilização dentro do reator.
ii) alta carga - substrato assimilado pela biomassa que contém alta fração orgânica;
precisa de estabilização (digestão) do lodo antes de seu descarte
iii) altíssima carga - fase de crescimento exponencial, com substrato em excesso;
alta concentração do substrato no efluente, elevada produção de biomassa;
utilizada como primeira etapa de tratamento em série
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
1ª ordem
Exercícios
Para a So = 300 mgDBO5/l; TRH = 4d; k = 0,25d-1, determinar S na saída de reatores de:
i. fluxo em pistão
ii. mistura completa
assumindo cinética de 1ª ordem.
Qual é a eficiência de cada reator?
Determinar o volume do reator de mistura completa necessário para atingir a mesma
eficiência que o reator de fluxo em pistão.
4) Estado dinâmico
a) Reatores são projetados assumindo estado estacionário (permanente), mas operam
sob estado dinâmico devido a variações de Q e S0
b) Influência de cargas variáveis, ou de choque
c) Reator biológico deve estar apto a receber cargas de choque rotineiras e imprevisíveis
ou ser precedido de tanque de equalização para atenuar variações abruptas
iv) Choques pedem ser de natureza hidráulico, orgânico, tóxico ou térmico
v) Variações padronizadas são incorporadas em estudos de transientes
Choque
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
ideal
Concentração
Concentração
ideal
não-ideal
não-ideal
t TRH TRH
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
Injeção do traçador
Curvas de resposta do
(pulso)
traçador no tempo
Exercícios:
Deduzir a expressão para S para n células em série de mistura completa com volumes
iguais.
52
CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
d = no de dispersão, D/UL
k = taxa específica de reação, tempo-1
t = tempo de retenção hidráulica
So = concentração inicial
S = concentração final
Exercícios:
Por meio do modelo de fluxo em pistão com dispersão axial, comparar a eficiência
de reatores que apresentam fluxo disperso com:
i. d = 0,2
ii. d = 2
se TRH = 10d e k = 0,3/d.
53
CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
concentração, g/m3
Área debaixo da curva DTR =
c) Normalizar curva DTR, para que a área de baixa da curva = unidade, gerando curva E
(exit curve). Isso permite comparar curvas com diferentes quantidades de traçador
injetadas.
concentração, g/m3
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CIV441 – Introdução ao tratamento de águas residuárias DEC/CCE/UFV
GRADY, C.P.L., DAIGGER, G.T., LIM, H.C. Biological wastewater treatment. 2. ed. New York:
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55