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RESUMO
ABSTRACT
The soil-geosynthetic interaction has an utmost importance in several civil engineering applications,
namely, when these materials are used as reinforcement. When the expected movement on
soil-geosynthetic interface is direct shear, the most suitable test to characterize the interaction between
the two materials is the direct shear test. This work briefly describes a laboratorial prototype of a direct
shear test apparatus, designed and built at FEUP, able to perform monotonic and cyclic direct shear
tests. An interface between a biaxial geocomposite (continuous filament non woven, reinforced with
polyester yarns in booth directions) and a poorly graded sand is characterized using the developed
apparatus. In the interface characterization the influence of soil thickness in the upper shear box, the
effect of placing a compressible material between the sand and the rigid loading plate and the effect of
cyclic variation of the normal pressure are appraised.
1. INTRODUÇÃO
Atente-se no exemplo apresentado na Figura 1, onde se ilustra um mecanismo potencial de rotura num
aterro de solo reforçado. Verifica-se que na zona exterior à superfície de escorregamento a interacção
solo-reforço poderá ser caracterizada laboratorialmente através de um ensaio de arranque, enquanto
que, junto ao pé do talude, a interacção entre os dois materiais será melhor caracterizada através de um
ensaio de corte directo.
σ
Ensaio de
arranque σ
τ
Ensaio de
corte directo
Figura 1 - Mecanismo potencial de rotura num aterro de solo reforçado e ensaios laboratoriais que
melhor caracterizam a interface solo-reforço (Vieira 2008).
Sendo o ensaio de corte directo um dos ensaios laboratoriais mais adequados para a caracterização da
resistência ao corte mobilizada nas interfaces solo-geossintético, considera-se de grande importância a
apresentação de resultados laboratoriais obtidos com equipamentos desenvolvidos para a
caracterização deste tipo de interfaces.
Os resultados dos ensaios de corte directo de interfaces podem ser influenciados por diversos factores.
Entre esses factores podem incluir-se a configuração do equipamento, o sistema de aplicação de carga,
as dimensões da caixa de corte, o tipo de placa de carregamento, a espessura de solo colocado no
interior das meias-caixas e o próprio procedimento de ensaio. Detalhes sobre a forma como esses
factores podem influenciar os resultados dos ensaios podem ser encontrados em Silvano (2005) e
Vieira (2008).
O presente trabalho pretende avaliar a influência de alguns desses factores sobre a resistência ao corte
da interface entre uma areia e um geocompósito de reforço. Entre esses factores encontra-se a altura de
solo colocado no interior da meia-caixa superior (fixa) e o efeito da colocação de um elemento
compressível entre o solo e a placa de carregamento. Tendo em consideração que em determinadas
situações, nomeadamente nas infraestruturas de transporte, a tensão de confinamento poderá não ser
constante ao longo do tempo, foi ainda avaliado o efeito da variação cíclica da tensão vertical de
confinamento sobre a resistência ao corte da interface.
Como se referiu anteriormente, quando se prevê a ocorrência de movimento de uma massa de solo
relativamente ao geossintético, o ensaio de corte directo é o mais adequado para caracterizar a
interface entre os dois materiais (Figura 1). Em termos normativos, a descrição e as exigências a serem
respeitadas num ensaio de corte directo entre um solo e um geossintético ou entre dois geossintéticos
constavam, até ao aparecimento das normas europeias, da norma britânica BS 6906-8 (1991) e da
norma norte americana ASTM D 5321-92 (reaprovada em 1998). Em 1997 surge a primeira versão
preliminar da norma europeia [pr EN WI 00189015], recebendo, em 2001, a designação prEN ISO
12957-1. Esta pré-norma foi aprovada como norma internacional no final de 2004 [EN ISO 12957-1] e
publicada como Norma Portuguesa em 2007 (NP EN ISO 12957-1).
A Norma Portuguesa NP EN ISO 12957-1 (2007) prevê a existência de duas modalidades de ensaio
distintas: ensaio de área constante e ensaio de área reduzida. Para a realização de ensaios de área
constante é necessário que a meia caixa superior fixa, onde se coloca o solo, apresente uma dimensão
inferior à da meia-caixa inferior móvel, onde se fixa o geossintético. Para o ensaio de corte directo de
área reduzida, que corresponde à filosofia das caixas de corte directo utilizadas tradicionalmente na
caracterização dos solos, a norma europeia é muito vaga, referindo apenas que poderá ser utilizada
uma caixa de corte tradicional, em que as meias caixas devem apresentar dimensões não inferiores a
300 mm × 300 mm. O equipamento de corte directo desenvolvido contempla as duas modalidades de
ensaio. No trabalho que se apresenta, os ensaios foram realizados na modalidade de área constante,
isto é, com o geocompósito assente numa base rígida.
A caixa de corte apresenta dimensões em planta 300 mm × 600 mm, adoptadas com base na
recomendação da norma europeia referente às dimensões mínimas exigidas para o ensaio de
geogrelhas. As dimensões mínimas da caixa devem ser tais que pelo menos duas barras longitudinais e
três barras transversais permaneçam em contacto com o solo durante o ensaio.
A fixação do provete de geossintético é efectuada sobre a meia-caixa inferior móvel, existindo uma
barra de fixação, dotada de parafusos, em cada um dos extremos desta meia-caixa. Para o registo do
deslocamento horizontal da meia-caixa móvel encontra-se montado directamente no interior do
servoactuador hidráulico um transdutor de deslocamento, do tipo magnetrostritivo, de 200 mm de
curso. O equipamento está também dotado de 4 transdutores de deslocamento externos, do tipo LVDT,
de 10 e 20 mm, que podem utilizar-se no registo de movimentos horizontais e verticais.
A tensão vertical aplica-se sobre a amostra de solo através de uma placa metálica rígida (Figura 3),
com uma área de carregamento igual à área da meia-caixa superior. A força vertical é aplicada através
de um servoactuador, composto por dois actuadores lineares, de duplo efeito, de 20 kN cada, que
permite exercer uma tensão vertical máxima de 222 kPa. A medição da força aplicada pela placa de
carregamento é efectuada, indirectamente, através de um transdutor de pressão de 250 bar, que regista
a pressão interna do óleo ao nível dos dois actuadores verticais, permitindo a leitura da carga normal,
com uma precisão de ±1%. O posicionamento da meia-caixa superior é efectuado por 2 actuadores
lineares de duplo efeito, também visíveis na Figura 3.
Mais detalhes sobre este equipamento podem encontrar-se em Silvano (2005) e Vieira (2008).
No estudo experimental que se apresenta foi utilizado um geocompósito de reforço bidireccional. Este
geocompósito consiste num geotêxtil não tecido de polipropileno (PP) reforçado nas duas direcções
por filamentos de poliéster (PET) de elevada resistência, com resistência nominal igual a 50 kN/m,
que se passa a designar como GC50/50 (Figura 4). Nos ensaios que se apresentam, o corte foi imposto
apenas segundo a direcção longitudinal do reforço.
#140
#200
3/8"
3/4"
#80
#20
#10
#60
#40
#4
2"
1"
3"
4"
Sedimentação Peneiração
100
90
80
70
% Material passado
60
50
40
30
20
10
0
0.001 0.01 0.1 1 10 100 1000
Diâmetro das partículas (mm)
Fino Médio Grosso Fina Média Grossa Fino Médio Grosso Fino Médio
Argila
Silte Areia Seixo Bloco
Os valores máximo e mínimo do peso volúmico seco da areia foram determinados, de acordo com as
normas ASTM D4253-93 e ASTM D4254-93, tendo-se obtido os valores 16,58 kN/m3 e 13,95 kN/m3,
respectivamente (Vieira 2008).
Após a fixação do geocompósito à base rígida (móvel na direcção horizontal), a meia-caixa superior é
posicionada, mantendo uma folga da ordem de 1 mm entre o geossintético e os bordos da meia-caixa.
A areia foi depositada, em camadas de 2,5 cm, com índice de compacidade da ordem dos 60%,
utilizando um pilão com 1kgf de peso para a sua compactação.
Concluído o processo de deposição e compactação da areia nas diferentes camadas, a placa rígida de
carregamento é accionada, aplicando sobre o solo a tensão de confinamento estabelecida. Esta tensão
de confinamento é aplicada sobre o solo durante 60 minutos antes do início do movimento horizontal
(fase de corte). O mesmo tempo de consolidação foi também utilizado por Blumel e Stoewahse (1998)
para a caracterização da resistência ao corte de interfaces entre outros materiais. Vieira (2008)
constatou, utilizando o mesmo equipamento de ensaio, que os deslocamentos verticais da placa de
carregamento tendem a estabilizar após 45 a 50 minutos do início do carregamento.
Como se referiu no ponto 1, a altura de solo colocado no interior das meias-caixas pode influenciar os
resultados dos ensaios de corte directo. Para avaliar esse efeito, realizaram-se ensaios com altura de
solo no interior da meia-caixa superior de 2,5 cm, 5 cm, 7,5 cm e 10 cm. Independentemente da altura
total de areia, esta foi depositada e compactada no interior da meia-caixa em camadas com 2,5 cm.
100
h = 2.5cm
h = 5cm
80
h = 7.5cm
Tensão de corte (kPa) h = 10cm
60
40
20
0
0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0
Deslocamento horizontal (mm)
Figura 6 – Efeito da espessura de solo no interior da meia-caixa superior sobre a evolução das tensões
de corte.
0.5
h = 2.5cm
0.4
h = 5cm
Deslocamento vertical (mm)
0.3 h = 7.5cm
h =10cm
0.2
0.1
-0.1
-0.2
0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0
Deslocamento horizontal (mm)
Figura 7 – Efeito da espessura de solo sobre a evolução dos deslocamentos verticais da zona central
da placa de carregamento.
Com a colocação de um elemento compressível entre a placa rígida de carregamento e o solo colocado
no interior da meia-caixa superior, o efeito da espessura da camada de solo sobre a resistência ao corte
da interface tem menor significado. A utilização de uma camada de areia com 2,5 cm de espessura
revelou-se insuficiente para a caracterização da interface, permitindo a movimentação do elemento
compressível para a área de corte (Afonso 2009).
A norma NP EN ISO 12957-1 refere que a força normal pode ser aplicada através de um colchão de
membrana macio cheio de líquido, de modo a garantir que a força normal é distribuída uniformemente
sobre toda a área do provete. Todavia, a sua utilização não é consensual.
Como se referiu no ponto 2, no equipamento de corte directo do LGS a força normal à interface é
aplicada, sobre uma placa rígida, através de um servoactuador composto por dois actuadores lineares.
Dado que existem dois pontos de aplicação de carga e a placa de carregamento é rígida, admite-se que
a distribuição da tensão normal seja uniforme.
Para avaliar o efeito de um carregamento com maior flexibilidade indo ao encontro do sugerido pela
norma NP EN ISO 12957-1, foram efectuados ensaios em que se colocou, entre a areia e a placa rígida
de carregamento, um elemento compressível de reduzida espessura (Colchão de EVA - Espuma
Vinílica Acetinada). A Figura 8 ilustra o efeito da colocação desse elemento compressível sobre a
resistência ao corte da interface, colocando no interior da caixa de corte uma espessura de areia de
5 cm (Figura 8a) e de 10 cm (Figura 8b).
100 100
80 80
Sem elemento compressível
Tensão de corte (kPa)
60 60
40 40
Com elemento compressível Com elemento compressível
20 20
0 0
0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0
(a) Deslocamento horizontal (mm) (b) Deslocamento horizontal (mm)
0 0
-0.2 -0.2
-0.4 -0.4
Com elemento compressível Com elemento compressível
-0.6 -0.6
-0.8 -0.8
0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0
(a) Deslocamento horizontal (mm) (b) Deslocamento horizontal (mm)
Na Figura 10 apresentam-se os resultados dos ensaios de corte directo realizados para a caracterização
da resistência ao corte da interface entre a areia e o geocompósito de reforço. A Figura 10a ilustra as
curvas da tensão de corte em função do deslocamento horizontal, para os três valores da tensão de
confinamento. Na Figura 10b apresenta-se o deslocamento vertical registado no centro da placa de
carregamento.
100 0.4
100 kPa
0.3
80
Deslocamento vertical (mm)
0.2
60 150 kPa
100 kPa
0.1
40
50 kPa 0
20
-0.1
0 -0.2
0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0 0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0
(a) Deslocamento horizontal (mm) (b) Deslocamento horizontal (mm)
Da análise da Figura 10a verifica-se que a resistência ao corte máxima é atingida para um
deslocamento horizontal praticamente coincidente nos ensaios com tensão normal de 100 kPa e
150 kPa. Como seria de esperar, a resistência ao corte máxima no ensaio com menor tensão de
confinamento é atingida para um deslocamento horizontal inferior.
Os valores máximos da tensão de corte, para os três valores da tensão normal aplicada ao provete,
encontram-se representados na Figura 11. Nesta figura apresentam-se ainda as rectas que melhor
definem a envolvente de rotura e os correspondentes coeficientes de determinação.
200
150
50
τ = 0.5918σ
R2 = 0.9152
0
0 50 100 150 200
Tensão normal (kPa)
A recta que melhor se ajusta aos resultados, que se apresenta na Figura 11 a preto, apresenta uma
ordenada não nula para tensão normal igual a zero. Esta adesão aparente pode ser justificada pelo facto
da envolvente de rotura ser curva para valores reduzidos da tensão normal. Impondo que a tensão de
corte seja nula quando não existem tensões normais, obtém-se a envolvente traçada a vermelho, a que
corresponde um coeficiente de determinação ligeiramente inferior à unidade.
Para avaliar o efeito da variação cíclica da tensão vertical de confinamento foram realizados ensaios
nos quais se fez variar, de forma sinusoidal, o valor dessa tensão. Estes ensaios foram realizados para
uma tensão inicial de consolidação de 100 kPa, tendo-se analisado o efeito da frequência e da
amplitude da solicitação cíclica. A Figura 12 compara a evolução da tensão de corte com o
deslocamento horizontal imposto à interface obtido num ensaio em que a tensão normal se manteve
constante, com as curvas referentes a ensaios em que a tensão normal sofreu variações de amplitude de
± 20 kPa com frequência de 0,1Hz e 0,01Hz.
100
f = 0.1Hz
80 f = 0.01Hz
Tensão de corte (kPa)
Constante
60
40
20
0
0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0
Deslocamento horizontal (mm)
Figura 12 – Efeito da frequência da variação cíclica da tensão de confinamanento sobre a evolução das
tensões de corte.
Numa primeira análise da Figura 12 constata-se que, o ensaio com carregamento constante evidencia
maior resistência ao corte, quer em termos de resistência de pico, quer no que se refere à resistência
para grandes deslocamentos (valor residual). O valor máximo da tensão de corte registado no ensaio
com menor frequência (f = 0,01Hz) é muito próximo do valor registado no ensaio monotónico.
Note-se, porém, que é necessário confrontar a resistência ao corte da interface com a tensão de
confinamento que efectivamente solicita a interface. Para uma tensão normal de 100 kPa, constante
durante o ensaio, o ângulo de atrito que caracteriza a interface é de 32,5º. Confrontando a tensão de
corte máxima registada no ensaio com f = 0,01Hz com o valor da tensão normal instalada no mesmo
instante, obtém-se para o mesmo parâmetro o valor 33,0º.
Para o valor mais elevado da frequência de variação da tensão de confinamento (f = 0,1Hz), o valor
máximo da tensão de corte registado na interface foi ligeiramente inferior (cerca de 14%) ao valor
registado com o carregamento constante. Todavia, o ângulo de atrito correspondente é de 31,4º.
Relembre-se que neste ensaio os ciclos de variação da tensão normal são muito rápidos.
Em termos médios, as tensões de corte para grandes deslocamentos registadas nos dois ensaios com
variação cíclica da tensão de confinamento são semelhantes.
Conclusões idênticas às apresentadas nos parágrafos anteriores foram obtidas em ensaio realizados
sobre a areia com maior índice de compacidade (Afonso 2009).
A Figura 13 ilustra a evolução das tensões de corte com os deslocamentos horizontais impostos à
interface no ensaio com carregamento normal constante e em ensaios com carregamento vertical
cíclico de amplitude ± 20kPa e ± 50kPa e frequência de 0,01Hz.
100
∆σ = ± 20kPa
Ds=+/-20kPa
∆σ = ± 50kPa
DS=+/-50kPa
80
Constante
Tensão de corte (kPa)
60
40
20
f = 0.01Hz
0
0.0 10.0 20.0 30.0 40.0 50.0 60.0
Deslocamento horizontal (mm)
Figura 13 – Efeito da amplitude da variação cíclica da tensão de confinamento sobre a evolução das
tensões de corte.
A análise da Figura 13 evidencia que impondo uma variação cíclica da tensão de confinamento com
amplitude ± 50kPa se registam valores superiores das tensões de corte instaladas na interface. No
entanto, tal como se referiu anteriormente, o mesmo não se verifica quando a amplitude de variação da
tensão normal é de ± 20kPa.
Analisando as curvas apresentadas na Figura 13 poder-se-á dizer que, em termos médios, a resistência
ao corte da interface é superior no ensaio com carregamento normal constante. No entanto, como se
referiu anteriormente, é necessário confrontar as tensões de corte instaladas na interface com a tensão
de confinamento que efectivamente a solicita. A Figura 14 ilustra a variação da tensão normal e da
tensão de corte nos primeiros 20 mm de deslocamento imposto à interface. Constata-se que existe um
ligeiro desfasamento entre os valores máximos da tensão normal e da tensão de corte. Confrontando o
valor máximo da resistência ao corte registado no ensaio ∆σ = ± 50 kPa, com o valor da tensão normal
instalada no mesmo instante, o valor do ângulo de atrito obtido é 32,0º, isto é, muito próximo do valor
registado no ensaio com tensão normal constante (δ = 32,5º).
160 80
120 60
40 20
σ
τ
0 0
0.0 5.0 10.0 15.0 20.0
Deslocamento horizontal (mm)
Figura 14 - Variação da tensão normal e da tensão de corte com o deslocamento horizontal imposto à
interface (∆σ = ± 50 kPa; f = 0,01Hz).
4. CONCLUSÕES
Quando a altura de solo no interior da caixa de corte é muito baixa (h = 2,5cm), a curva tensão de
corte-deslocamento não apresenta um claro valor de pico de resistência. A resistência de pico da
interface tende a aumentar com a espessura da camada de areia colocada no interior da caixa de corte.
Em termos de resistência ao corte para grandes deslocamentos, ou resistência residual, o efeito da
altura de solo é praticamente desprezável.
A resistência ao corte da interface tende a diminuir com o aumento da frequência da variação cíclica
da tensão de confinamento. Para valores de frequência de 0,01Hz, conseguiu-se atingir um valor do
ângulo de atrito da interface ligeiramente superior ao registado no ensaio com tensão de confinamento
constante.
REFERÊNCIAS
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Soils and Calculation of Relative Density", American Society for Testing Materials, 9 p.
Bemben, S. M. e Schulze, D. A. (1998), "The Influence of Equipment Style and Setup Dimensions on
Sand/Geomembrane Direct Shear Test Measurement", 6th International Conference on
Geosynthetics, pp. 453-458.
Blumel, W. e Stoewahse, C. (1998), "Geosynthetic interface friction testing in Germany - Effect of
test setups", 6th International Conference on Geosynthetics, Atlanta, pp. 447-452.
BS 6906-8 (1991). "Geotextiles Part 8: Determination of Sand-Geotextile Frictional Behaviour by
Direct Shear", British Standards Institution.
EN ISO 12957-1 (2005). "Geosynthetics - Determination of the friction characteristics - Part 1: Direct
shear test", CEN - TC 189, 11p.
Gourc, J. P., Lalarakotoson, S., Muller-Rochholtz, H. e Bronstein, Z. (1996), "Friction measurement
by direct shearing or tilting process - Development of a European Standard", Geosynthetics:
Applications, Design and Construction, pp. 1039-1046.
NP EN ISO 12957-1 (2007). Geossintéticos. Determinação das características de atrito. Parte 1:
Ensaio de corte directo, Instituto Português da Qualidade, 13p.
Silvano, R. P. S. X. (2005). "Solo reforçado com geossintéticos. Estudo dos parâmetros
caracterizadores do comportamento", Tese de Mestrado em Mecânica dos Solos e Engenharia
Geotécnica, Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra, 185 p.
Vieira, C. F. S. (2008). "Muros e taludes de solo reforçado com geossintéticos. Comportamento
sísmico e metodologias de dimensionamento", Tese de Doutoramento, Faculdade de
Engenharia da Universidade do Porto, 575 p.