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Resumo
Este texto é resultado de pesquisa bibliográfica que teve como objetivo o estudo da
literatura específica do ensino dos esportes coletivos em todos os ambientes, para
apreendermos qual era o principal método sugerido para o ensino do handebol.
Hegemonicamente até a década de 1990 o método parcial era o referencial de ensino
veiculado na literatura de Educação Física e Esporte. A pesquisa foi realizada nas
bibliotecas das Universidades Públicas Paulistas. E a proposta de exercícios foi
elaborada a partir dos princípios deste método de ensino.
Unitermos: Iniciação esportiva. Handebol. Pedagogia do esporte
INTRODUÇÃO
Este texto trata o handebol como um conteúdo clássico da cultura corporal, portanto
um conteúdo tradicional principalmente da Educação Física escolar. Entendemos
também que o ensino dos esportes coletivos não se restringe ao âmbito escolar, pois há
várias instituições de educação não formal ou mesmo instituições de outra natureza que
se dedicam ao ensino de esportes. O texto tratará especificamente do ensino do
handebol utilizando-se do método parcial e em qualquer ambiente, pois no que tange ao
método de ensino este pode ser aplicado em qualquer instituição que se proponha a
ensinar o handebol.
seriação de exercícios, para após o domínio dos gestos técnicos específicos de cada
fundamento o jogo propriamente dito ser vivenciado (praticado).
A literatura específica da área 1 até meados da década de 1990 não fazia menção a
uma continuidade no processo de ensino-aprendizagem do método parcial em direção a
aquisição de conhecimentos sobre as táticas individual, grupal e coletiva. Normalmente
a produção da área apresentava o ensino do esporte específico mencionando os seus
fundamentos e exemplificando com exercícios de como ensiná-lo, além de apresentarem
justificativas limitadas e questionáveis para os dias atuais, referente às restrições
orgânicas da pratica de determinadas atividades físicas para crianças e adolescentes do
sexo feminino, servindo apenas para a criação de mitos e preconceitos2.
1. CONTEÚDOS DO HANDEBOL
Progressões - são quase todos os deslocamentos feitos com ou sem a posse da bola.
Com a posse da bola ele pode ser realizado através de um, dois ou no máximo três
passos em qualquer direção ou mesmo sem deslocamento. Lembramos que um passo no
handebol é dado toda vez que se levanta um dos pés do chão e se torna a colocá-lo
(apoiá-lo).
2. OS FUNDAMENTOS DO HANDEBOL
Empunhadura - é a forma de segurar a bola de handebol com uma das mãos. A mesma
deve ser segurada com as falanges distais dos cinco dedos abertos e com a palma da
mão em uma posição ligeiramente côncava.
Recepção - Deve ser feita sempre com as duas mãos paralelas e ligeiramente côncavas
voltadas para frente. Recentemente os atletas utilizam-se comumente também da
recepção com uma das mãos. Então, apesar da literatura específica sobre o método
parcial haver considerado esse uso habitual recente como um erro, a prática atual e sua
eficiência em diversas situações têm nos dado os elementos necessários para indicarmos
o ensino e treinamento da recepção com uma das mãos como um elemento necessário
para o jogo de handebol. A recepção pode ser classificada em: alta, média e baixa
dependendo da altura que a bola seja recepcionada.
Passes - São movimentos que permitem a bola ir de um jogador a outro, desta forma ele
necessita sempre da interdependência de no mínimo duas pessoas. Os tipos de passes
podem ser classificados da seguinte maneira:
Passes acima do ombro: podem ser realizados em função da trajetória da
bola para frente ou oblíquo, sendo que ambos podem ser: retificado ou
bombeado.
Passes em pronação: lateral e para trás.
Passes por de trás da cabeça: lateral e diagonal.
Passes por de trás do corpo: lateral e diagonal.
Passe para trás: na altura da cabeça com extensão do pulso.
Passe quicado: quando a bola toca o solo uma vez antes de ser
recepcionado pelo companheiro, nesse tipo de passe a bola é atirada ao
solo em trajetória diagonal.
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SECRETARIA DE EDUCAÇÃO PROFISSIONAL E TECNOLÓGICA
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Nem todos os passes acima descritos foram apresentados pela literatura específica do
método parcial do ensino do handebol. A literatura apresentava até meados de 1990
apenas os seguintes tipos de passes no handebol: acima do ombro, por trás da cabeça -
sem as classificações em função de trajetórias, por trás do corpo - também sem as
classificações em função de trajetórias e o passes quicado. A respeito do passe de
ombro, a literatura não incluía os passes retificado e bombeado como uma variação do
passe de ombro.
Com queda - significa que após a bola ter deixado a mão do
arremessador, o mesmo realiza uma queda, normalmente a mesma se dá
dentro da área adversária e de frente - arremesso bastante comum entre
os pivôs e eventualmente entre os pontas.
Com rolamento - significa que após a bola ter deixado a mão do
arremessador, o mesmo realiza um rolamento, na maioria das vezes um
rolamento de ombro. Este tipo de arremesso é mais comum entre os
pontas4 e eventualmente por pivôs. 5
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Drible - É o movimento de bater na bola contra o solo com uma das mãos estando o
jogador parado ou em movimento.
Ritmo Trifásico - (conhecido entre os atletas como "3 passadas") é considerado pela
literatura específica do método parcial como um fundamento onde o jogador dá três
passos à frente e em direção a meta adversária com a posse da bola.
... com exercícios que apresentam uma divisão dos gestos técnicos, das técnicas, da ação
motora em seus mínimos componentes. O aluno conhece, em primeiro lugar, os
componentes técnicos do jogo através da repetição de exercícios de cada fundamento
técnico, os quais são logo acoplados a séries de exercícios, cada vez mais complexos e
mais difíceis; à medida que a ajuda e a facilitação diminuem, gradativamente aumenta a
complexidade e a dificuldade das ações. À medida que o aluno passa a dominar melhor
cada exercício, passa-se a praticar uma nova seqüência. Estes movimentos já dominados
passam a ser integrados em um contexto maior, que logo permitirão o domínio dos
componentes básicos da técnica inerente ao jogo esportivo, na sua situação do modelo
ideal, orientado ao gesto do campeão, realizando-se, desta forma, o processo de ensino –
aprendizagem - treinamento do esporte (Greco, 1998, p. 41).
Empunhadura
Exercício 1: Empunhadura Individual
Descrição:
Posição Inicial: Todos os jogadores, livres pela quadra, com bola na mão.
Tarefa: Segurar a bola de forma correta, onde a superfície de contato é realizada pela
superfície dos dedos e pela face palmar média da mão.
Variações:
Para elevar o nível de complexidade, o aluno deve passar a bola de uma
mão para a outra, sem que esta bola escape.
Utilizar duas bolas, uma em cada mão.
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Variações:
Utilizar o braço estendidos a frente do abdômen
Criar novas posições para o braço que irá realizar a empunhadura.
Passes/recepção
Variações:
Realizar o passe com ambas as mãos, notando a diferença entre as duas.
Realizar neste mesmo exercício o passe picado, onde a bola deve bater
no solo, depois na parede e retornando à mão do jogador logo em
seguida.
Determinar alvos na parede (círculos desenhados) para treinar a precisão
do passe.
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Variações:
Realizar uma série de passes com a mão direita e outra série com a mão
esquerda, notando a diferença entre as duas.
Realizar neste mesmo exercício o passe quicado, onde a bola deve bater
no solo.
Aumentar a distância entre a dupla.
Determinar o local onde a bola deve ser recepcionada.
Arremesso
Exercício 1: Arremesso com apoio parado
Descrição:
Posição Inicial: Todos os jogadores parados e espalhados atrás da linha de seis metros,
de frente para o gol, sem goleiro.
Tarefa: Um aluno de cada vez deve arremessar a bola para o gol.
Variações:
Determinar o local para a realização do arremesso (exemplo: ângulo
superior esquerdo).
Cinco alunos com uma bola distribuídos atrás da linha de seis metros
(nos postos específicos ofensivos de pontas e armadores), ao sinal do
professor ou técnico, todos devem arremessar a bola ao mesmo tempo.
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Utilizar uma seqüência, onde cada jogador arremessa por vez, utilizando
assim o goleiro.
Variações:
Realizar arremessos alternando os braços.
Determinar o local que a bola deve atingir o gol (determinado pela
divisão do gol em partes)
Aumentar a distância do arremesso, em relação ao gol.
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Variações:
Utilizar um cone (deitado) para o jogador pular durante a fase aérea do
arremesso em suspensão.
Aumentar a distância do arremesso para o gol.
Variar as posições de arremesso, de acordo com a posição inicial.
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Drible
Variações:
A seqüência das variações fará o nível de complexidade crescer da
seguinte forma: driblar parado em pé, driblar abaixando-se até sentar,
driblar deitado até erguer-se novamente, deslocar-se andando, deslocar-
se correndo, realizar paradas bruscas, realizar mudanças de direção e
realizar tudo isso com ambas as mãos.
Variações:
Diminuir o espaço entre os cones.
Fazer o retorno nestes mesmos cones, de costas.
Utilizar o contorno (giro em volta do cone) para alguns cones.
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Progressão
Exercício: Progressão com 3 passos
Descrição:
Posição Inicial: Vários tipos de materiais posicionados entre a linha de seis metros e a
linha de nove metros, entre eles: 3 cordas esticadas, 3 arcos, 3 pés (formato) desenhado
no chão, etc.
Tarefa: Os atletas devem realizar uma progressão com três passos para frente utilizando
a posição correta dos pés de acordo com os materiais e/ou as sinalizações feitas no chão.
Variações:
Realizar três passos andando.
Realizar três passos correndo.
Estimular um aumento progressivo da velocidade de execução;
Aumentar a amplitude das passadas
Incluir um salto no final da realização do ritmo trifásico
Ritmo trifásico
Exercício 1: Ritmo trifásico
Descrição:
Posição Inicial: Idem ao exercício anterior, só que com a bola empunhada.
Tarefa: Idem ao anterior, utilizando a bola e uma das mãos.
Variações:
Idênticas às do exercício anterior.
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Variações:
Aumentar a velocidade de execução.
Aumentar a distância do gol.
Notas
1. Sobre o tema consultar Reis (1994).
2. Sobre o tema dos mitos e preconceitos em relação a pratica esportiva
feminina ver Reis (1996) e Lessa (2003).
3. Conceito de Dumazedier.
4. Por alguns profissionais denominados de alas.
5. Observamos no Campeonado Mundial Juniores Masculino de 2003,
realizado em Foz do Iguaçu, o desuso deste tipo de arremesso. Em
âmbito de campeonatos internacionais houve nas últimas décadas um
incremento nos arremessos com apoio.
Referências bibliográficas
Greco, Pablo Juan. In: Greco, P.J. & Benda, (orgs.) Iniciação Esportiva
Universal: v.1, 1998, pp.
Greco, Pablo Juan. Revisão da metodologia aplicada ao ensino-
aprendizagem dos jogos esportivos coletivos. In: Greco, Pablo Juan.
Iniciação Esportiva Universal: v.2, 1998, pp. 39-56.
Lessa, Eriberto de Moura. As relações entre futebol, lazer e gênero.
Campinas: 2003 (Mestrado em Educação Física) - Faculdade de
Educação Física, Unicamp.
Reis, Heloisa Helena Baldy dos. O ensino dos jogos coletivos
esportivizados. Santa Maria: 1994 (Mestrado em Ciência do Movimento
Humano) - Centro de Educação Física e Desportos, UFSM.
________. Fútbol feminino en el país del fútbol: mitos, preconceptos y
desafíos: un abordaje cultural. Nexosport, n. 164, nov. 1996.
Referência Bibliográfica:
http://www.efdeportes.com/efd93/handebol.htm, acessado: 29-06-
2016, as 14:45h