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É com grande felicidade que inicio mais este curso aqui no Ponto, com foco
total na sua aprovação!
Meu nome é Pedro Ivo, sou servidor público há 18 anos e, atualmente, exerço o
cargo de Auditor-Fiscal Tributário no Município de São Paulo (ISS-SP).
“Mas professor... Eu nunca ouvi falar neste tal de “QP”, o que é isso?”
Para finalizar essa nossa primeira conversa, lembro que todas as dúvidas
poderão ser sanadas no fórum e que qualquer crítica ou sugestão poderá ser
enviada para pedroivo@pontodosconcursos.com.br.
Bom, agora que já estamos devidamente apresentados e você já sabe como será o
nosso curso, vamos começar a subir mais um importante degrau rumo à aprovação!!!
Bons estudos!!!
Sumário
3. Resumo ............................................................................................................................................20
4. Exercícios .......................................................................................................................................21
CRIME X CONTRAVENÇÃO
Para encontrar a diferenciação entre estes dois termos tão utilizados, devemos recorrer à
Lei de Introdução ao Código Penal, que dispõe em seu artigo 1º:
Art 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão ou de
detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a pena de
multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina, isoladamente, pena de prisão
simples ou de multa, ou ambas. alternativa ou cumulativamente.
Na prática, não existe hoje diferença essencial entre reclusão e detenção. A lei, porém,
usa esses termos como índices ou critérios para a determinação dos regimes de
cumprimento de pena.
Dizemos que o Direito Penal é um ramo do direito público por ser composto de
regras aplicáveis a todas as pessoas e por ter como titular exclusivo do direito
de punir o ESTADO.
O Direito Penal brasileiro é regido por uma série de princípios, cujo estudo
aprofundado e exata compreensão são de suma importância para um bom
aprendizado dos assuntos que estão por vir.
Segundo o doutrinador Celso Antônio Bandeira de Mello:
Art. 5º [...]
XXXIX - não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena
sem prévia cominação legal;
STF - HC 92961/SP
A mínima ofensividade da conduta, a ausência de periculosidade social da
ação, o reduzido grau de reprovabilidade do comportamento e a
inexpressividade da lesão jurídica constituem os requisitos de ordem
objetiva autorizadores da aplicação do princípio da insignificância.
Mas e se, por exemplo, Tício furta um grão de arroz de Mévio, podemos
afirmar que o princípio será aplicado e, portanto, a tipicidade afastada?
A resposta é negativa, pois o simples fato de um objeto ter um
reduzido valor patrimonial não quer dizer que ele não é importante
para quem o detém. Explico: Imagine que o supracitado grão de arroz
tenha sido dado a Mévio por um parente próximo, poucos instantes
antes de morrer. Não será valioso para ele?
Ok, Caro(a) concurseiro(a), grão de arroz no leito de morte...
Realmente peguei pesado, mas acho que agora você não esquece mais
que a o pequeno valor do objeto do furto não se traduz,
automaticamente, na aplicação do princípio da insignificância!!!
Vamos ver o que diz o STJ sobre o tema:
STJ - HC 60949 PE
com seu time e começa a bater em seu próprio corpo. Tício poderá ser
condenado criminalmente por algo?
A resposta é NÃO, pois, segundo o princípio da alteridade, ninguém
pode ser punido por causar mal APENAS A SI PRÓPRIO.
STF - HC 92463/RS
[...]
[...]
Art. 5º [...]
XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado,
podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do
perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos
sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do
patrimônio transferido;
1.2.1 CONCEITO
Resumindo: PRECEITO
PRIMÁRIO
+
INCRIMINADORA
PRECEITO
SECUNDÁRIO
LEI PENAL
PERMISSIVA
NÃO EXCULPANTE
INCRIMINADORA
INTERPRETATIVA
1.2.2.1 ANALOGIA
A lei penal, assim como qualquer outro dispositivo legal, passa por um processo
legislativo, ingressa no nosso ordenamento jurídico e vigora até a sua
revogação, que nada mais é do que a retirada da vigência de uma lei.
Entretanto, mais propriamente na esfera do Direito Penal, temos diversas
situações em que a revogação de uma lei instaura uma situação de claro
conflito que, obviamente, precisa ser sanado.
Antes de verificarmos estes conflitos é importante, mas MUITO IMPORTANTE
MESMO, que tenhamos em mente que a regra geral no Direito Penal é a da
prevalência da lei que se encontrava em vigor quando da prática do fato, ou
seja, aplica-se a LEI VIGENTE quando da prática da conduta – Princípio do
“TEMPUS REGIT ACTUM”
O instituto da abolitio criminis ocorre quando uma lei nova trata como
lícito fato anteriormente tido como criminoso, ou melhor, quando a lei
nova descriminaliza fato que era considerado infração penal.
Encontra embasamento no artigo 2º do Código Penal, que dispõe da
seguinte forma:
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa
de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os
efeitos penais da sentença condenatória.
DICIONÁRIO DO CONCURSEIRO
Coisa julgada é a qualidade conferida à sentença judicial contra a qual
não cabem mais recursos, tornando-a imutável e indiscutível.
STF - AI 680.361/SC
Art. 2º[...]
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer
o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por
sentença condenatória transitada em julgado.
Para ficar bem claro, vamos aplicar o regramento legal em um caso prático:
Em 2006 tivemos o advento da lei nº. 11.343, conhecida como Lei de
Drogas. Até então, caso determinado indivíduo fosse encontrado com
drogas, mesmo para consumo próprio, estaria cometendo um crime e
poderia, inclusive, ser preso.
Observe:
Mas imaginemos que Mévio comete um delito sob a égide de uma LEI “A”.
Meses depois uma LEI “B” revoga a LEI “A”, trazendo regras mais gravosas
ao crime cometido por Mévio. O que fazer neste caso?
Para esta situação, em que um delito é praticado durante a vigência de uma
lei que posteriormente é revogada por outra prejudicial ao agente, ocorrerá
a ULTRATIVIDADE da lei.
Quando se diz que uma lei penal é dotada de ultratividade, quer-se afirmar
que ela, apesar de não mais vigente, continua a vincular os fatos anteriores
à sua saída do sistema.
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Pedro Ivo
Art. 1º - Não há crime sem lei anterior que o defina. Não há pena sem prévia
cominação legal.
Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar
crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença
condenatória.
Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente,
aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória
transitada em julgado.
01) Princípio da legalidade + reserva legal: não há crime sem lei que o defina;
não há pena sem cominação legal.
02) Princípio da anterioridade: não há crime sem lei “anterior” que o defina; não há
pena sem “prévia” imposição legal.
04) Tempus regit actum: É o nome do princípio que rege a aplicação da lei penal no
tempo. Segundo ele a Lei Penal incide sobre fatos ocorridos durante a sua vigência.
05) Abolitio criminis: Ocorre quando uma lei nova trata como lícito fato
anteriormente tido como criminoso, ou melhor, quando a lei nova descriminaliza fato
que era considerado infração penal.
06) Retroatividade: Fenômeno jurídico em que se aplica uma norma a fato ocorrido
antes do início da vigência da nova lei.
07) Ultratividade: Fenômeno jurídico pelo qual há a aplicação da norma após a sua
revogação.
EXERCÍCIOS
a) A nova lei será aplicada para os fatos praticados pelo indivíduo B, cessando
em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
c) A nova lei só seria aplicada para os fatos praticados pelo indivíduo B se a sua
entrada em vigência ocorresse antes de 01 de fevereiro de 2015
e) A nova lei será aplicada para os fatos praticados pelo indivíduo B, contudo só
fará cessar a execução persistindo os efeitos penais da sentença condenatória,
tendo em vista que esta já havia transitado em julgado.
GABARITO: A
COMENTÁRIOS: Como vimos, ninguém pode ser punido por fato que lei
posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os
efeitos penais da sentença condenatória.
A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos
anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em
julgado.
GABARITO: E
COMENTÁRIOS: Para encontrar a correta diferenciação entre crime e
contravenção, dois termos tão utilizados, deve-se recorrer à Lei de Introdução
ao Código Penal, que dispõe em seu art. 1º:
Art. 1º Considera-se crime a infração penal que a lei comina pena de reclusão
ou de detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com
a pena de multa; contravenção, a infração penal a que a lei comina,
isoladamente, pena de prisão simples ou de multa, ou ambas. alternativa
ou cumulativamente. (grifei)
Desta forma, fica claro que a diferenciação entre estes dois institutos se baseia
unicamente na natureza da sanção aplicável, o que torna correta a alternativa
“E”.
D) é somente a lei.
E) N.R.A.
GABARITO: D
COMENTÁRIOS: No Direito Penal brasileiro, temos como única fonte formal
IMEDIATA ou direta a lei, o que torna correta a alternativa “D”.
Além da fonte IMEDIATA, também existem fontes MEDIATAS que, embora não
vinculem a atuação do Estado, servem de embasamento na atuação Estatal.
São elas: Os costumes, os princípios gerais do direito, os atos administrativos,
a doutrina e a jurisprudência.
Certo. Quando a nova lei deixa de considerar um fato até então criminoso. Isto
é, um indiferente penal. Ex.: a lei 11.106/05 revogou o crime de adultério.
A natureza jurídica da abolitio criminis é causa de extinção de punibilidade (art.
107, III, CP). Observa-se que os efeitos civis permanecem (obrigação de
reparar o dano).
Errado. Lei penal posterior benéfica pode retroagir, ainda que seja em relação
aqueles casos nos quais haja sentença condenatória transitada em julgado. Se
após ser condenado pela prática de um delito, sobrevém lei que de alguma
forma beneficie o agente daquele delito, esta lei deverá ser aplicada, operando-
se o efeito da retroatividade da lex mitior.
Errado. Abolitio criminis" ocorre quando uma lei nova deixa de considerar crime
um fato anteriormente definido como tal. Essa descriminalização, por ser
benéfica ao réu, aplica-se desde sua entrada em vigor, retroagindo para
alcançar os fatos anteriores, mesmo que já apreciados pelo Poder Judiciário,
com o intuito de favorecer o réu.
O chamado princípio da continuidade normativo-típica ocorre quando uma
norma penal é revogada, porém, a mesma conduta continua sendo incriminada
pelo tipo penal revogador. Este não se confunde com o instituto da “abolitio
criminis”.
b) Se entrar em vigor lei penal mais severa, ela será aplicável a fato cometido
anteriormente a sua vigência, desde que não venha a criar figura típica
inexistente.
c) Sendo a lei penal mais favorável ao réu, aplica-se ao fato cometido sob a
égide de lei anterior, desde que ele ainda não tenha sido decidido por sentença
condenatória transitada em julgado.
d) A lei penal não pode retroagir para alcançar fatos ocorridos anteriormente a
sua vigência, salvo no caso de abolitio criminis ou de se tratar de lei que, de
qualquer modo, favoreça o agente.
GABARITO: D
a) A nova lei será aplicada para os fatos praticados pelo indivíduo B, cessando
em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.
c) A nova lei só seria aplicada para os fatos praticados pelo indivíduo B se a sua
entrada em vigência ocorresse antes de 01 de fevereiro de 2015
e) A nova lei será aplicada para os fatos praticados pelo indivíduo B, contudo só
fará cessar a execução persistindo os efeitos penais da sentença condenatória,
tendo em vista que esta já havia transitado em julgado.
b) Se entrar em vigor lei penal mais severa, ela será aplicável a fato cometido
anteriormente a sua vigência, desde que não venha a criar figura típica
inexistente.
c) Sendo a lei penal mais favorável ao réu, aplica-se ao fato cometido sob a
égide de lei anterior, desde que ele ainda não tenha sido decidido por sentença
condenatória transitada em julgado.
d) A lei penal não pode retroagir para alcançar fatos ocorridos anteriormente a
sua vigência, salvo no caso de abolitio criminis ou de se tratar de lei que, de
qualquer modo, favoreça o agente.
GABARITO