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ESTADO

O Estado é uma sociedade natural, no sentido de que decorre naturalmente do fato


de os homens viverem necessariamente em sociedade e aspirarem realizar o bem geral que
lhes é próprio, isto é, o BEM COMUM. Por isso e para isso a sociedade se organiza em Estado.
O homem é envolvido na teia do Estado antes de seu nascimento, com a proteção dos
direitos do nascituro (art. 2° do CC 1), e até depois de sua morte2 o Estado disciplina o
cumprimento de suas últimas vontades.
O Estado pode coercitivamente impor sua vontade a todos que habitam seu território,
pois, seus objetivos são os de ordem e defesa social para realizar o bem público. Por isso e
para isso o Estado tem autoridade e dispõe de poder (soberania), cuja manifestação concreta
é a força por meio da qual se faz obedecer. ASSIM, ESTADO É A ORGANIZAÇÃO POLÍTICO-
JURÍDICA DE UMA SOCIEDADE PARA REALIZAR O BEM PÚBLICO/COMUM, COM GOVERNO
PRÓPRIO E TERRITÓRIO DETERMINADO.
Pode-se conceituar Estado como uma instituição que tem por objetivo organizar a
vontade do povo politicamente constituído, dentro de um território definido, tendo como uma
de suas características o exercício do poder coercitivo sobre os membros da sociedade. É,
portanto, a organização político-jurídica de uma coletividade, objetivando o bem comum
(Programa Nacional de Educação Fiscal, elaborado pela ESAF)
Para Kant “reunião de uma multidão de homens vivendo sob as leis do Direito”.
(CONCEITO JURÍDICO)
Segundo Del Vechio “o sujeito da ordem jurídica na qual se realiza a comunidade de
vida de um povo”. (CONCEITO JURÍDICO)
As definições sociológicas partem para o lado da força, da dominação de um grupo
sobre outro. É o caso da definição de Max Weber: “comunidade humana que, dentro de um
determinado território, reivindica para si, de maneira bem sucedida, o monopólio da violência
física legítima”. Marx, como não poderia deixar de ser, pensa de forma parecida: “o poder
organizado de uma classe para opressão de outra”.

1
A personalidade civil da pessoa começa do nascimento com vida; mas a lei põe a salvo, desde a
concepção, os direitos do nascituro.
2
Art. 6º do CC/2002. A existência da pessoa natural termina com a morte; presume-se esta, quanto aos
ausentes, nos casos em que a lei autoriza a abertura de sucessão definitiva.
CIÊNCIA POLÍTICA

“O homem por essência é um animal político.” (Aristóteles)


 Ideia popular de política para o brasileiro.

Os gregos, cujos Estados não ultrapassavam os limites da cidade, usavam o termo


polis, cidade, e daí veio política, arte ou ciência de governar a cidade. Os romanos, com o
mesmo sentido tinham civitas e respublica. No século XVI em diante o termo Estado foi aos
poucos tendo entrada na terminologia política dos povos ocidentais: é o État francês, Staat
alemão, State inglês, Stato italiano e em português e espanhol Estado.

Você é idiota ou político? (Mário Sérgio Cortella)

Dedica-se a compreensão do exercício do poder político bem como os mecanismos de


exercício do governo, que é a parte visível do Estado, além de idealizar as formas e sistemas
mais adequados para determinada sociedade.
Governo: Grupo legítimo que mantém o poder, sendo o Estado a estrutura pela qual a
atividade do grupo é definida e regulada. É formado por todos os poderes e funções da
autoridade pública (ENAP).
Bobbio conceitua governo como: O conjunto de pessoas que exercem o poder político
e que determinam a orientação política de uma determinada sociedade. É preciso, porém,
acrescentar que o poder de Governo, sendo habitualmente institucionalizado, sobretudo na
sociedade moderna, está normalmente associado à noção de Estado.
Segundo Maria das Graças Rua: O Governo, por sua vez, é o núcleo decisório do
Estado, formado por membros da elite política, e encarregado da gestão da coisa pública.
Enquanto o Estado é permanente, o governo é transitório porque, ao menos nas democracias,
os que ocupam os cargos governamentais devem, por princípio, ser substituídos
periodicamente de acordo com as preferências da sociedade.
Hely Lopes Meirelles traz o conceito de Governo: Governo – Em sentido formal, é o
conjunto de poderes e órgãos constitucionais; em sentido material, é o complexo de funções
estatais básicas; em sentido operacional, é a condução política dos negócios públicos.
Na verdade, o Governo ora se identifica com os Poderes e órgãos supremos do Estado,
ora se apresenta nas funções originárias desses Poderes e órgãos como manifestação da
soberania. A constante, porém, do Governo é a sua expressão política de comando, de
iniciativa, de fixação de objetivos do Estado e de manutenção da ordem jurídica vigente. O
Governo atua mediante atos de Soberania ou, pelo menos, de autonomia política na condução
dos negócios públicos.
O Estado contemporâneo é visto como uma organização que está sob a influência de
três tipos de agentes sociais: a burocracia operando no seu interior; as classes ou elites
dirigentes, formadas pelos grandes empresários, pelos intelectuais, pelos políticos, pelos
líderes corporativos; e, finalmente, a sociedade civil como um todo, que engloba os dois
primeiros, mas é mais ampla que os mesmos.

Teoria Geral do Estado X Ciência Política

É a ciência que investiga e expõe os princípios fundamentais da sociedade política


denominada Estado, sua origem, estrutura, formas, finalidade e evolução (TGE).
Seu objeto é o Estado, como pessoa jurídica dotada de um poder soberano e de um
ordenamento jurídico visando o bem comum, em seu tríplice aspecto (jurídico, político e
sociológico).
Ciência política se preocupa com os aspectos práticos do exercício desse referido
poder, ou seja, o real e efetivo funcionamento do governo ou do exercício do poder político.
Aristóteles (IV a. C) em sua obra denominada “a Política” já escrevia sobre o Estado,
começando pela organização política de Atenas e Esparta, os órgãos de governo dessas
cidades, chegando a uma classificação de todas as formas de governos então existentes,
podendo ser considerado o fundador da ciência do Estado.
Já Platão (IV a. C) escreveu a obra denominada “a República”. No entanto, enquanto
Aristóteles estudou o Estado real, tal como existia na época, procurando descobrir os
princípios que o regiam, Platão descreveu o Estado ideal, tal como devia ser, de acordo com
sua própria concepção do homem e do mundo, vindo Cícero (II a. C) fazer uma análise jurídica
e moral do Estado romano, do que ele era e do que deveria ser.
No século XVI Maquiavel escreveu “o Príncipe”, lançando os fundamentos da política,
como a arte de atingir, exercer e conservar o poder.

Ciência Política X Filosofia

Os primeiros estudos da política foram efetuados por filósofos.


A filosofia política idealiza os modelos, a exemplo a democracia, e outras forma de
exercícios de poder. Estabelece como as coisas devem ser.
As ciências políticas descrevem as coisas como elas são, ou seja, usam a realidade
para explicar a própria realidade.

A Ciência Política X Direito Constitucional

Dedica a compreensão da Constituição Federal, a lei mais importante de um país.


Nela são definidos a origem do Poder Estatal, a forma de exercício desse poder, as limitações
do poder estatal e os direitos básicos de seus cidadãos.
As bases de entendimento do Direito Constitucional estão na Ciência Política e sofrem
influência direta desta última.

A Ciência Política X Economia

Economia é ciência que dedica-se, em termos gerais, a produção, distribuição e


consumo de bens e serviços. As formas de emprego do poder político influenciam o
desenvolvimento da economia de um Estado.

FONTES DIRETAS DA TGE

As Fontes Diretas compreendem os dados da paleontologia (estudo dos animais e


vegetais fósseis) e da paleoetnologia (estudo dos povos e raças antigas), os dados da história e
as instituições políticas passadas e vigentes. Os mais antigos documentos que esclarecem o
estudo da matéria são o “Código de Hamurabi”, Rei da Babilônia (2.300 a. C.), as leis de Manu
da Índia (XII século), o “Código da China” (XI século), as leis de Zaleuco, Charondas e Sólon (VII
século). As leis de Gortina (V século) e as “Leis das XII Tábuas” (541 a. C.).

FONTES INDIRETAS DA TGE

As Fontes Indiretas compreendem o estudo das sociedades animais, os estudos das


sociedades humanas primitivas e o estudo das sobrevivências.

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