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SINOP-MT
2017
1. INTRODUÇÃO:
A caprinocultura leiteira tem aumentado de forma bastante significativa
sua participação no cenário agropecuário brasileiro, superando o constante
desafio de conquistar e manter novos mercados para o leite de cabra e seus
derivados.
Acompanhando este movimento, o caprinocultor tem se especializado e
selecionado animais cada vez mais produtivos, tornando o manejo e a
alimentação de cabras leiteiras de alta produção um novo desafio para os
profissionais que atuam no setor.
Uma vez que constitui a base de qualquer sistema de produção, a
alimentação dos rebanhos leiteiros comerciais deve atender a esta nova
realidade, sob pena de comprometer a eficiência do sistema.
Adotar estratégias de alimentação visando o aumento do consumo e da
eficiência de utilização dos alimentos e a redução dos custos de alimentação é
fundamental para garantir o desenvolvimento econômico da atividade.
Ao alimentarmos a cabra em lactação, nosso objetivo é proporcionar
condições para a produção de altas quantidades de leite com uma composição
adequada de gordura e proteína, mantendo uma condição corporal ideal para
cada fase do ciclo produtivo.
É básico lembrar que a dieta deve apoiar-se no fornecimento constante
de alimentos volumosos de qualidade, seja na forma verde, como pastagens e
capineiras, ou conservada, como fenos e silagens, sob pena de perda de
eficiência na utilização dos nutrientes ingeridos, elevação acentuada do custo da
alimentação, bem como da ocorrência de distúrbios metabólicos.
Os alimentos concentrados devem ser utilizados como suplemento do
volumoso, de forma que a quantidade e a qualidade do concentrado oferecido
vai variar de acordo com a quantidade e qualidade do volumoso presente na
dieta, sempre se respeitando as exigências nutricionais de cada categoria
animal. A produção de leite vinculada à produção de volumosos de boa
qualidade sempre minimizará a necessidade de compra e/ou o custo por quilo
de alimento concentrado, ferramenta efetiva para diminuir o custo alimentar por
litro de leite produzido.
Um fator determinante do sucesso de qualquer programa nutricional é
garantir que o animal apresente adequado consumo de alimentos. Para que isto
ocorra, não basta apenas oferecer uma dieta bem balanceada, pois inúmeros
outros fatores relacionados ao manejo nutricional têm reflexo na ingestão de
alimentos pelo animal.
Normalmente existem 4 dietas nas fazendas leiteiras:
• Uma formulada pelo nutricionista.
• Uma preparada pelo funcionário responsável pela alimentação do
rebanho.
• Uma distribuída no cocho de alimentação.
• Uma consumida pelos animais (sendo esta a única que importa).
É por esse motivo que um bom manejo nutricional vai muito além da
simples formulação da dieta. Apesar de algumas semelhanças com os ovinos e
bovinos, os caprinos apresentam diferenças marcantes (hábitos alimentares,
composição do leite e carcaça, exigências nutricionais) que justificam um
tratamento diferenciado para seu correto manejo e alimentação (NRC, 1981;
MORAND-FEHR, 1991; RIBEIRO, 1997; RESENDE ET AL., 2001).
2. METODOLOGIA
3. DESENVOLVIMENTO
3.1.1 FASE 1
3.1.3 FASE 3
3.1.4 FASE 4
O início desta fase é marcado pela secagem, que deve ocorrer cerca de
45 a 60 dias antes do parto, que conseqüentemente corresponde à duração
média desta fase. Se a cabra não for seca, esta fase não fica tão evidente, mas
em termos de exigência, continua a existir, pois ela corresponde ao terço final da
gestação, quando ocorre o maior crescimento da(s) cria(s), cerca de 85% (Figura
3), aumentando a demanda por nutrientes, enquanto a capacidade de ingestão
da cabra é limitada, tanto pelo volume ocupado pela gestação como pelas
gorduras acumuladas como reserva. O escore deve estar entre 2,75 e 3,25 no
início da fase e alcançar 3,00 a 3,50 próximo ao parto. Convém ressaltar que no
início dessa fase o escore aumenta, mas no último mês de gestação já começa
a diminuir, em função da mobilização provocada pela alta demanda do feto e
baixa capacidade de ingestão.
O ganho em peso dessa fase, entre 6 a 9 kg, corresponde principalmente
ao crescimento do(s) feto(s), de tal forma que logo após o parto a cabra retorna
praticamente ao peso que estava no início desta fase, ou até menos, em função
da mobilização de reservas para o(s) feto(s), problema exacerbado no caso de
três cabritos médios ou dois grandes. Durante as três últimas semanas de
gestação o peso aumenta, mas de forma menos intensa, podendo inclusive se
estabilizar imediatamente antes do parto. A capacidade de ingestão em kg de
matéria seca permanece estável, mas diminui aproximadamente 5 a 10% se
expressa em relação ao PV.
Utilizar um volumoso de boa qualidade, de preferência feno, permitindo
uma sobra compatível com sua qualidade e de 500 a 800 g de concentrado.
Caso se utilizem silagens, estas não devem ser o único volumoso, pois a
ingestão de matéria seca normalmente não é muito elevada, problema agravado
pelo elevado teor de água. Valem aqui os cuidados apresentados para o terço
final da primeira gestação, atenuada pelo fato de não haver mais a preocupação
com o desenvolvimento corporal da cabra, que, mesmo no caso das cabras de
segunda cria, que ainda apresentam um pequeno crescimento, as exigências
para esta finalidade já serem bem reduzidas. Por outro lado, é ligeiramente
agravado pela maior freqüência de partos múltiplos e formação de fetos maiores.
Tomar cuidado com a ocorrência de toxemia da gestação, que ocorre tanto com
sub como com superalimentação e avaliar a necessidade ou não de utilizar
rações aniônicas. Nesse caso, cuidado com alimentos muito ricos em potássio,
como o feno de alfafa.
No final da gestação e início da lactação, os animais apresentam redução
no consumo de alimentos e mudanças fisiológicas, enquanto ocorre aumento
dos requerimentos, dado o crescimento fetal e a produção de leite. Os últimos
21 dias de gestação e os primeiros 21 dias de lactação são conhecidos como
período de transição (GRUMMER, 1995). É típico de animais em período de
transição reduzir o consumo em até 30% antes do parto, iniciando o balanço
negativo de nutrientes (RODRIGUES, 2001).
ED: energia digestível; EM: energia metabolizável; EL: energia líquida; UFL: unidade forrageira leite; NDT:
nutrientes digestíveis totais; PB: proteína bruta; PD: proteína digestível; PM: proteína metabolizável; PDI:
proteína digestível no intestino; Ca: cálcio; P: fósforo.
Fonte: Ribeiro (1997) adaptado de NRC (1981), INRA (1988) e AFRC (1997).
Quadro 11: Consumo diário recomendado de cálcio, fósforo e magnésio para uma
cabra de 60 kg, produzindo 4 kg/dia, ingerindo 2,5 kg de matéria seca.
Ca P Mg (g/dia)
(g/dia) (g/dia)
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
6. REFERÊNCIAS BILBIOGRÁFICAS