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Citologia Clínica
MÓDULO IV
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MÓDULO IV
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O número de casos novos de câncer de pulmão estimado para o Brasil em 2006, é
de 17.850 entre homens e de 9.320 nas mulheres. Estes valores correspondem a
um risco estimado de 19 casos novos a cada 100 mil homens e 10 para cada 100 mil
mulheres.
A célula só, raramente atua como unidade isolada no corpo. Pelo contrário, as
células, em geral, atuam em grupos chamados tecidos. O tecido é o grupamento de
células semelhantes, com origem embrionária comum, atuando em conjunto para
executar funções especializadas. As estruturas e as propriedades de um tecido
específico são influenciadas pela natureza do material extracelular que circunda as
células do tecido e pelas conexões entre estas células. Em termos de sua
consistência, os tecidos podem ser duros, semi-sólidos ou, até mesmo líquidos,
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como exemplificados respectivamente pelo osso, gordura e sangue.
parcialmente isolada do resto do corpo. Essas divisões podem ser definidas por
ossos (caixa craniana), músculos e membranas (cavidade abdominal), ossos e
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órgãos que aí estão encerrados contra injúrias exteriores. Basta verificar o caso do
H H
encéfalo, protegido não só pelas meninges (membranas), mas também pelo líquido
H H H H
cefalorraquidiano que permite que este órgão flutue num meio o qual absorve ou
atenua choques violentos, que de outro modo poderiam causar danos irreparáveis à
delicada estrutura dos tecidos (www.google.com.br; dia 19/02/06).
H H
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espessura capilar, que permite o deslizamento de uma lâmina contra a outra durante
as mudanças de volume.
Os órgãos abdominais são também revestidos por uma membrana serosa em maior
ou menor extensão; o peritônio apresenta duas lâminas: o peritônio parietal que
reveste as paredes da cavidade abdominal e o peritônio visceral que por sua vez
envolve as vísceras. As duas lâminas são contínuas, permanecendo entre elas a
cavidade peritoneal, que contém pequena quantidade de líquido. Alguns órgãos
abdominais situam-se junto da parede posterior do abdome e, neste caso, o
peritônio pariental é anterior a eles: diz-se que estas vísceras são retroperitoneais
(Figura 1)
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folheto contra o outro, nas constantes variações de volume do pulmão, ocorridas nos
movimentos respiratórios. (Figura 2)
Efusões serosas
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O mesotélio é composto por dupla camada, parietal e visceral, composto por um
epitélio escamoso simples. Esse epitélio torna-se cuboidal e ricamente celular
quando for estimulado por inflamações e outros agentes.
Nas vias aéreas, nas porções proximais observa-se um número grande de células
caliciformes e células ciliadas (formando o aparelho muco-secretor e de clearance) –
tanto que estas são as áreas predominantemente afetadas por doenças como a
fibrose cística. As células ciliadas apresentam-se diminuídas em número; em casos
de inflamação crônica (bronquite crônica, por exemplo) são substituídas por células
caliciformes. Nas bifurcações das vias aéreas são encontrados corpos
neuroendócrinos que têm atividades de quimiorreceptores e receptores táteis.
As vias aéreas maiores apresentam um grande número de glândulas submucosas
contendo células especializadas para secreção serosa e mucosa. Em áreas mais
distais, há diminuição desses tipos celulares e um número maior de células da clara,
com células epiteliais mais baixas.
As células da clara são colunares, não ciliadas (a maior parte delas), contribuindo na
formação do muco e sendo progenitora de outras células bronquiolares, funcionando
assim como célula fonte, tendo grande papel na regeneração pós-agressão. Atribui-
se a elas também a função de produção de uma substância - surfactante-like.
Em algumas áreas observam-se comunicações entre espaços bronquíolos
respiratórios, entre si e com alvéolos, são os canais de Lambert, que apresentam
função na ventilação colateral, importante em quadros obstrutivos, e também podem
ser origem de focos de metaplasia bronquiolar após injúria local.
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proliferação de pneumócitos tipo 2, que nesses casos, apresentam-se hiperplasiados
localmente.Além das células de revestimento, é importante considerar a presença de
macrófagos alveolares, responsáveis pela fagocitose de material aspirado e
depositado no interior do alvéolo; normalmente encontram-se 3 a 5 macrófagos
alveolares por alvéolo, podendo estar aumentados quando há algum tipo de lesão
ou depósito.
Bexiga, ureteres e pelve renal são revestidos por epitélio transicional também
chamado de urotélio, com as células da camada superior de aspecto globoso com
formato de cúpula de guarda-chuva.
Próstata: é constituída por células glandulares e basais; as glandulares apresentam
citoplasma com vacúolos secretores pequenos e abundantes e seu núcleo é
compacto e basalóide; por células basais, que é o componente proliferativo do
epitélio prostático, que se matura em células secretoras e possui raras células
neuroendócrinas demonstráveis à imunohistoquímica.
Mama
As mamas são conjuntos de glândulas exócrinas do tipo tubualveolar composto;
porém são independentes uma da outra (Figura 3).
Estruturas da mama
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A mama é dividida em 15 a 25 lobos por tecido conjuntivo denso e adiposo, que são
denominados freqüentemente como glândulas mamárias.
Cada glândula mamária possui ductos excretores, denominados galactóforos, que
se abrem independentemente na papila mamária ou mamilo.
O aumento do volume das mamas que ocorre na puberdade é devido a um aumento
de ductos galactóforos por proliferação celular e a um acúmulo de tecido adiposo e
ao aumento de tecido conjuntivo. Já na mulher adulta, as glândulas mamárias são
constituídas pelos ductos galactóforos e por porções secretoras tuboalveolares;
próximo à abertura das papilas, os ductos galactóforos dilatam-se formando os seios
galactóforos.
Os ductos galactóforos são revestidos por epitélio estratificado pavimentoso; ao se
aproximar das unidades secretoras o epitélio do ducto se torna cúbico simples; nas
paredes dos ductos existem células musculares simples. Os ductos e parte
secretora, das glândulas mamárias, são sustentados e nutridos pelo tecido
conjuntivo frouxo interlobular, rico em linfócitos e plasmócitos. As papilas mamárias
são revestidas por um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado que repousa
sobre tecido conjuntivo, com fibras musculares lisas.
Portanto, os principais tipos celulares encontrados na mama são: células ductais,
células mioepiteliais, células espumosas e células apócrinas.
A principal função da mama é secretar o leite para nutrir os recém-nascidos.
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Entretanto, somente após os estudos pormenorizados de Sir ASTLEY e COOPER,
em 1829, quando se passou a ter um entendimento mais adequado das lesões
fibrocísticas e dos tumores sólidos da mama. É que BRODIE, ainda na primeira
metade do século XIX, começou a utilizar a punção aspirativa por agulha fina (PAAF)
em massas mamárias, como um teste sistemático para o diagnóstico das lesões
mamárias.
Em seu trabalho, BRODIE descreveu que alguns tumores císticos desapareceram e
que alguns se refizeram após a punção. Ele também observou que alguns tumores
malignos puncionados evoluíram com ulceração cutânea. Sua descrição do exame
físico associado à punção foi bem detalhada. Mostrando que os cistos eram móveis,
bem definidos e geralmente múltiplos e que as lesões serocísticas poderiam ser
facilmente identificadas como carcinomas grosseiros.
Alguns dos critérios por ele estabelecidos continuam sendo utilizados ainda hoje no
diagnóstico diferencial entre nódulos císticos e carcinomas (Figura 4).
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microscópica de células em fluídos como o escarro, no qual o autor descreveu
algumas alterações no núcleo e na morfologia de diferentes tipos celulares.
Já com a aquisição do conhecimento de várias características das células
neoplásicas, WARD, em 1914, recomendou o uso de aspiração por agulha nos
linfonodos, com o intuito de diagnosticar linfoblastomas.
Para lesões da mama, MARTIN & ELLIS, em 1930, foram os pioneiros da técnica, no
Memorial Hospital de Nova York. Em 1933, STEWART, examinando 500 punções de
mama, defendeu seu uso para a diferenciação entre necrose gordurosa,
fibroadenoma, abscesso e carcinoma.
Apesar desses trabalhos a PAAF ficou restrita a poucos centros nos Estados Unidos,
durante muitos anos, principalmente pelo medo de que tal procedimento pudesse
disseminar células neoplásicas, tanto local quanto sistemicamente.
Embora na América a punção aspirativa por agulha fina (PAAF) tenha demorado a
ser aceita como um método diagnóstico confiável e seguro, na Europa, graças aos
trabalhos de FRANZÉN & ZAJICEK, em 1968, o procedimento foi bastante difundido
durante os anos cinqüenta. Desde então, vem sendo utilizada rotineiramente como
método auxiliar no diagnóstico de tumores sólidos, e, juntamente com o exame físico
e a mamografia, passou a ser conhecido como "diagnóstico tríplice", utilizado no
reconhecimento das neoplasias mamárias.
Hoje, entre os procedimentos invasivos, a punção aspirativa com agulha fina (PAAF)
orientada por ultra-sonografia ou mamografia vem se mostrando um método isento
de complicações e eficiente, pois a acurácia atinge cerca de 90%, além de ser
menos onerosa.
A PAAF (Punção Aspirativa por Agulha Fina) é um método de abordagem direta, de
primeira linha, para avaliação de massas palpáveis como tumores de mama, tireóide
e linfonodos. As técnicas de imagem modernas possibilitam que o método seja
realizado em estruturas mais profundas, como linfonodos pélvicos, no pâncreas e
nas cavidades corporais. É o primeiro passo lógico para obter material diagnóstico
de modo indolor, rápido e de baixo custo, entretanto, muitas vezes é retardado por
exames complementares indiretos, como investigações laboratoriais e radiológicas.
Entretanto, estes exames demorados, de alto custo, muitas vezes ansiogênicos,
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freqüentemente mostram-se desnecessários no momento em que se tem acesso ao
resultado da PAAF.
Este exame visa diagnosticar patologias benignas bem como lesões pré-malignas ou
malignas. A interpretação dos esfregaços baseia-se em aspectos morfológicos
previamente conhecidos. Alguns aspectos morfológicos de graduação das lesões
dependem, até certo ponto, de interpretação subjetiva.
O método possui algumas vantagens importantes que faz o médico optar por este
exame, tais como: trata-se de um método de complicações extremamente baixa;
excelente aceitação pelos pacientes; não produz cicatrizes; não necessita de
anestesia; pode ser repetido no caso de haver necessidade de mais células para
estudos complementares.
O hematoma é outro problema que pode advir com a PAAF. Apesar de não se tratar
de uma complicação grave, ele pode levar a dificuldades no diagnóstico por imagem,
uma vez que o extravasamento de sangue ao redor da lesão pode provocar
distorções ou borramento das margens de lesões, causando confusão diagnóstica.
Apesar de descritas, as complicações são muito pouco freqüentes, fazendo com que
a PAAF possa ser executada ambulatorialmente, com tranqüilidade e segurança, por
diferentes especialistas.
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Tanto a precisão quanto a confiabilidade da PAAF dependem de alguns aspectos
relacionados ao tumor, tais como: o tamanho, a mobilidade e a localização. Esses
fatores atribuem certo grau de dificuldade na realização do exame, o que certamente
pode influenciar sua precisão diagnóstica; não obstante, fundamentalmente, a
acurácia estará diretamente relacionada à boa coleta do material, bem como à
leitura citológica criteriosa.
Ambos os passos devem ser realizados por profissionais experientes e afeitos ao
método.
Na mama, por exemplo, a ampla mobilidade de alguns tumores pode fazer com que
o mesmo não seja atingido pela agulha. Isso também tem sido relatado para tumores
pequenos ou localizados em regiões mais profundas da mama.
Por outro lado, já foram bem documentadas a importância da curva de aprendizado
do método, e sua interferência na acurácia do mesmo. Assim, à medida que ambos,
o puncionador e o citologista ganham experiência, há uma melhora progressiva na
acurácia e confiabilidade do exame.
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Protocolo que o médico deve seguir na realização da PAAF
1. O médico deve questionar o paciente ou o médico que o encaminhou, acerca da
história da massa e outros problemas médicos significativos;
2. Exames radiológicos e laboratoriais relevantes devem ser revisados; se
necessário, consultar especialista da área;
3.Examinar a área a ser aspirada;
4. Planejar mentalmente a aspiração quanto à imobilização da massa e o número de
punções necessárias;
5. Organiza-se o material onde a amostra será depositada: lâminas identificadas,
fixadores etc.
6. Deve-se limpar a área da punção com álcool;
7. Proceda a punção, atentando para as áreas características táteis da massa
quando penetrada pela agulha;
8. Realize a sucção do material;
9. Aplique-se pressão no local após retirada da agulha;
10. Distenda-se o material nas lâminas e fixe-as;
11. Anotem-se as características macroscópicas do esfregaço, bem como todos os
dados necessários à sua adequada interpretação pelo citologista ou citopatologista
(história, tempo de evolução, tamanho, localização e relação com estruturas
vizinhas);
12. Sempre se deve inspecionar o sítio da punção (se há hemorragia, edema)
verifique o conforto do paciente antes de deixá-lo.
Metodologia de PAAF
O passo inicial é a localização da massa tumoral a ser puncionada. Dois dedos da
mão não dominante são usados para localizar e fixar a massa, ou seja, o indicador e
o terceiro dedo, com a mão posicionada sobre a massa.
Este procedimento favorece o relaxamento da musculatura da mão e o uso das
polpas digitais na localização de lesões pequenas. A seguir, introduz-se a seringa na
pele, até atingir a lesão, então a sucção é aplicada, desenhando um cone em que a
base está na lesão e o ápice na superfície cutânea.
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Se a agulha for retirada antes que a sucção seja desfeita, o material é aspirado até a
seringa, parte-se em numerosas pequenas gotículas e adere às paredes da seringa,
onde sofre dessecamento e se torna praticamente impossível recolhê-lo intacto.
A ponta da agulha deve tocar a lâmina num ângulo de 45-90 graus, formando uma
pequena gota. Se a agulha não tocar na lâmina, o espécime será espalhado em
spray, formando pequenas gotículas que se dessecarão rapidamente ao espalhar o
material na lâmina. O dessecamento é evitado quando se faz esta única gota, e o
material pode aguardar por alguns instantes até ser distendido, sem prejuízo da
integridade das células (Figura 5).
Técnica de Zajdela
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O método tem maior utilidade em lesões muito pequenas. O modo de empunhar a
agulha proporciona excelente controle dos movimentos, e dá um extraordinário grau
de sensibilidade às modificações texturais ao longo da passagem da agulha. O autor
relata aplicação com sucesso do método em lesões em torno dos lábios e nas
pálpebras. A técnica aspira menos células que o método convencional, entretanto na
maioria dos casos indicados produz amostras diagnósticas favoráveis.
Dispositivo de autovácuo
No início da década de 90, teve início o seu desenvolvimento, que poderia facilitar
ainda mais o procedimento da punção. A idéia surgiu interpondo-se uma mola entre
as abas laterais de uma seringa descartável e seu êmbolo, de forma que a mola
pudesse exercer uma força sobre o êmbolo tracionando-o distalmente e promovendo
uma pressão negativa no interior da seringa. Esse vácuo seria responsável pela
sucção do material coletado para o interior da agulha. Com isso, o examinador não
necessitaria fazer o vácuo, deixando que o próprio dispositivo o realize. (Figura 6).
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Figura 6 - Punção aspirativa por agulha fina sendo realizada pela técnica de mão livre. B: Punção
aspirativa por agulha fina sendo realizada utilizando a pistola de apreensão de seringa. C: Punção
aspirativa por agulha fina sendo realizada, utilizando-se o dispositivo de autovácuo. Foto 4. A mola
testada na Faculdade de Engenharia Mecânica da Universidade Estadual de Campinas, e suas
características. v (www.google.com.br; dia 20/02/06).
H H
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adequadamente nas células quando os esfregaços são espessos ou com muito
líquido, demorando a secar. Muitos serviços utilizam secador de cabelo para
apressar a fixação, que não é o método recomendável).
Citologia em Base-Líquida
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Figura 7: citologia convencional X citologia a base liquida. (www.digene.com.br; dia 15/04/06)
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da mesma amostra; também a técnica reduz resultados falsos negativos em até 20
% e casos insatisfatórios em até 40 %. Além disso, tem sido advogado que a
citologia de base líquida apresenta vantagens em relação à citologia cervical
convencional, como as características citomorfológicas nítidas e de fácil
interpretação, melhor disposição celular (distribuição homogênea), menor área de
análise. Há, também, evidente redução do número de hemácias, exsudato
inflamatório, muco e preparo de lâminas adicionais do mesmo caso sem ter que
convocar a paciente; e a utilização do material residual para testes moleculares para
identificação de agentes etiológicos, como o HPV.
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O material extracelular estava preservado em quantidade suficiente para
interpretação diagnóstica: leucócitos em fluídos inflamatórios; sobras de eritrócitos
eram visíveis com também eritrócitos fantasmas ou hemoglobina que aparecem em
fluídos hemorrágicos; nuvens de muco em peritonite pseudomonas foram vistas.
Porém, em uma remoção da amostra de hemorragia, o número de células
sangüíneas pode ter causado uma concentração de leucócitos, apresentando-se
assim como uma inflamação aguda.
Como comparação com esfregaços convencionais, a interpretação de camadas
magras era consideravelmente mais fácil, principalmente porque as células foram
bem preservadas em uma concentração de área menor, mostrando-se assim um
fundo limpo.
A avaliação da camada magra foi realizada em menor tempo em esfregaço
convencional. A redução no número de esfregaços preparados de cada fluido
resultou em uma diminuição do tempo dos resultados de cada caso. Na comparação
do desempenho de várias técnicas de citopreparação, foram levados em conta só
fluido suspeito maligno. A LBC alcançou a sensibilidade diagnóstica mais alta (99%)
de todas as técnicas usadas.
Só uma camada magra apresentou falsa negativa, devido à celularidade escassa.
Embora em princípio, toda camada magra pobremente celular deveria ser repetida
para excluir problemas técnicos, ou seja, uma segunda camada magra deve ser
preparada a ar-seco.
Nesta experiência, camadas de “PrepStain” provêem material excelente para
interpretação. As células são acumuladas em uma área pequena que representa
uma vantagem óbvia do método. “PrepStain” é um espetáculo de camada magra
com um rendimento de células mais alto do que a citocentrifugação de amostras e
colheita do mesmo fluido. Houve assim, um aumento significante em recapitulação
de células quando comparado com amostras citocentrifugadas realizada para
“ThinPrep” de LBC de efusões.
Áreas grossas estão normalmente ausentes na LBC, embora existam três
configurações dimensionais, que podem assegurar pistas importantes para o
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diagnóstico; permanecem também intactas as camadas magras em “PrepStain”,
confirmando assim, relatos prévios.
São preservadas características celulares e nucleares em “PrepStain”, de camadas
magras, de fluidos serosos, conforme o achado. Na realidade, o detalhe nuclear
encaracolado encontrado ocasionalmente em esfregaços de “PrepStain”, é que
provoca diagnóstico de falso positivo. Em particular, o citopatologista deve ser
cauteloso para não confundir atípia reativa de células mesoteliais com mudanças de
neoplasia no “PrepStain”. Já o processo de “Thinprep”, produziu camadas magras
com uns detalhes de fundo claros, como também apresentou muco em peritonial de
pseudomonas, permanecendo visível em uma quantia suficiente o que permite o
diagnóstico; isto está de acordo com relatórios prévios que descrevem preservação
de outros tipos de materiais extracelulares que são indispensáveis para diagnóstico
por “PrepStain”, como colóide em FNA da tireóide e cristais em amostra de urina.
Células sangüíneas não são observadas em esfregaço de “PrepStain”, a menos que
eritrócitos sejam desintegrados por lise, e as sobras eliminadas através de
centrifugação ou por vários passos de lavagem pelo processador. Porém, em
amostra hemorrágica, as lises de células sangüíneas podem causar uma
concentração de leucócitos, ocasionando uma falsa impressão de inflamação, como
também ocorre no “ThinPrep”. Conseqüentemente, antes de fazer um diagnóstico de
inflamação aguda, uma procura por fantasmas de eritrócitos deve ser realizada.
Devido à precisão de diagnóstico celular e à eliminação de proteínas e artefatos
celulares, a imunocitoquímica pelo “PrepStain” é mais específica do que em
amostras por citocentrifugação. Também foram obtidos resultados imunocitotécnicos
adequados com esfregaços de “ThinPrep” de fluidos do corpo, embora a coloração
de células ainda pareça melhor.
O resultado da introdução do processador de “PrepStain” no laboratório dos autores
deste artigo, foi simplificar a técnica de citopreparação para citologia não-
ginecológica, e obter a melhoria na qualidade de preparação à base-líquida por
camadas magras ao invés da citocentrifugação de amostras cobertas, o que permitiu
uma redução no número de esfregaços preparado de cada amostra de citologia.
Para fluidos da cavidade do corpo, o número de esfregaço por caso reduziu em
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média de 4 para 2. Uma única camada magra por caso passou a ser preparada;
normalmente era pelo tipo ar-seco onde não melhorava a sensibilidade de
diagnóstico, agora permite uma reprodução mais fiel em caso de hemorragia ou
fluidos.
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ansiosas ou aquelas que necessitam mais consistência para essa conduta, o
método menos agressivo é a biópsia aspirativa por agulha fina.
Essa necessidade inclui pacientes com dificuldade de fazer controle pelas condições
geográficas, mulheres desejosas de gravidez e com receio das alterações gravídicas
e suas conseqüências. As que vão se submeter à cirurgia plástica, as que têm
carcinoma contralateral ou ipsilateral, as de alto risco para câncer e, por fim, aquelas
que querem diagnóstico imediato. Se a lesão for hiperdensa, irregular, espiculada,
sugestiva de malignidade e a citologia positiva para câncer confirmando o achado, o
tríplice diagnóstico é praticamente 100% e dá segurança para ambos.
Nos casos da citologia ser incaracterística, material inadequado, suspeito ou seu
resultado incompatível com a imagem, são preferíveis biópsias percutâneas com
agulha grossa, como também para a paciente que exigir o método mais seguro. Com
isso, realiza-se o diagnóstico histológico, evita-se exame por congelação e orienta-
se o indivíduo sobre os procedimentos.
Se o resultado da citologia for benigno, como no fibroadenoma, somente se realiza a
observação; nos malignos, uma conduta cirúrgica ou quimioterápica, conforme o
estadiamento clínico.
O tamanho da lesão pode servir de limite na indicação entre as duas técnicas:
biópsia percutânea com agulha grossa e mamotomia.
Para nódulos maiores que 2,0 cm, devemos preferir a biópsia percutânea com
agulha grossa; para menores elege-se a mamotomia. A razão dessa medida é
porque nódulos menores que 2,0 cm podem ser quase ou totalmente extirpados pela
mamotomia. Nessas circunstâncias, é mais apropriado optar por um método que
retire toda a lesão. Por outro lado, lesões menores que 1,0 cm podem trazer
dificuldades na avaliação pela biópsia percutânea com agulha grossa. Além disso,
se esses nódulos, mesmo com resultado benigno experimentarem um crescimento,
em controle posterior, vão para cirurgia excisional, temendo-se os resultados falso-
negativos. Isso pode acontecer com os fibroadenomas, por exemplo, que mais
freqüentemente crescem e se estabilizam em torno de 2,0 cm a 3,0 cm.
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Já para as lesões do tipo microcalcificações, distorção fibroglandular e densidade
assimétrica, a opção é mamotomia através da estereotaxia. O motivo dessa
orientação é o encontro de lesões subestimadas em torno de 56% para hiperplasia
ductal atípica e 20% para carcinoma ductal in situ na biópsia percutânea com agulha
grossa, enquanto que na mamotomia isso ocorre próximo de 25% para hiperplasia
ductal atípica e 11% para carcinoma ductal in situ. Além disso, lesões complexas
como cicatriz radial, papilíferas e as neoplasias lobulares trazem dificuldades para os
patologistas na análise dos fragmentos da biópsia percutânea com agulha grossa.
Resultados falsos negativos ocorrem em torno de 13% na cicatriz radial e 9% nas
lesões papilíferas. Já na neoplasia lobular, a variedade dos achados, desde
hiperplasia lobular até o carcinoma lobular in situ, e a possibilidade de sua extensão
para os ductos, torna ainda mais difícil o diagnóstico dessas lesões em pequenas
quantidades de tecido. Os índices de diagnósticos subestimados em torno de 34% e,
não raramente, a dificuldade de distinção com o carcinoma ductal in situ, tornam a
escolha pela mamotomia ou até mesmo a biópsia excisional mais apropriada.
Citopatologia de mama
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hormônios, pois existem estudos que sugerem que o uso de anticoncepcionais
diminua a hiperplasia epitelial e manifestações clínicas (Figuras 8, 9 e 10).
Figura 8 - Alterações fibrocística. Corte histológicoHE. (cedido por Prof. Bruno Brito Ctenas)
Figura 9 - Alterações fibrocística de mama. (cedido por Prof. Bruno Brito Ctenas)
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cística); por fim, surgirá a fibrose (paucicelularidade); esses três elementos
trabalham em Feedback.
Figura 11 - Punção mama- Células ductais benignas. (cedido por Prof. Bruno Brito Ctenas)
Figura 12 - Punção mama- Células ductais benignas. (cedido por Prof. Bruno Brito Ctenas
Figura 13 - Punção mama- Células mioepiteliais e apócrinas. (cedido por Prof. Bruno Brito Ctenas)
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amplificação do gene HER-2 e conseqüentemente a superexpressão da proteína
HER-2.
Diferente daquela que viveu no início do século XX, a mulher hoje apresenta
menarca mais precocemente, possui uma prole menor, um período menor de
amamentação, planeja filhos após os 30 anos e faz uso de manipulação hormonal
exógena. De tal sorte que, de 30 a 40 ciclos menstruais que a mulher tinha em toda
sua vida no início do século, ela passou a ter de 300 a 400 nos dias atuais. Toda
essa alteração no perfil hormonal feminino acaba por influenciar diretamente o
epitélio mamário, tornando-o mais instável em relação à carcinogênese.
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Figura 15 - Carcinoma de mama. Papanicolaou. (Mckee,G.; Citopatologia, 1997)
Figura 17 - Punção mama- Carcinoma papilífero. (cedido por Prof. Bruno Brito Ctenas)
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Os tumores mais freqüentes são os ductais, pois promovem efusões geralmente de
líquido pleural; podemos citar como exemplo, o carcinoma ductal da mama alto grau,
carcinoma ductal da mama de baixo grau e o adenocarcinoma da mama (Figuras 18 e
19).
Figura 18 - Efusões serosas-- A: Carcinoma ductal da mama de baixo grau. B: Carcinoma ductal da
mama de alto grau. Papanicolaou. (Mckee,G.;Citopatologia,1997)
181
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Citopatologia de efusões e líquidos
Figura 20 - Efusões serosas- Histiócito/ macrófago. Papanicolaou. (Takahashi, M.; Atlas colorido de
citologia do câncer, 1982)
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espaços claros denominados janelas. As células mesoteliais descamam nas efusões
e são consideradas em estágio de degeneração (Figura 21, 22,23 e 24).
Figura 23 - Células mesoteliais com a formação de janela entre elas. B: Aglomerado de células
mesoteliais. Papanicolaou. (Mckee,G.; Citopatologia, 1997)
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Figura 24 - Células mesoteliais em formato de folhetos – Lavado Peritoneal. Papanicolaou.
(Mckee,G; Citopatologia, 1997).
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Eosinofilia em efusões pleurais sugere Pneumotórax espontâneo ou traumático,
pneumonia, infarto pulmonar, neoplasia maligna, infestação parasitária por
amebíase, ascaridíase, cisto hidático roto, doenças alérgicas como pericardite
reumática, artrite reumática e vasculite alérgica; nas doenças alérgicas, além de
eosinófilos, irão também aparecer cristais de Charcot-Leyden. A eosinofilia
associada à neoplasia maligna estará presente nos adenocarcinomas pulmonares
(Figura 26 e 27).
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Nas peritonites supurativas (ex. de agentes causadores: Streptococcus,
Stafilococcus, Escherichia coli, pneumococos, gonococos, bacilos anaeróbicos.)
numerosos neutrófilos são evidentes (Figura 28).
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As condições patológicas malignas necessárias para dar origem à formação de
efusões por células malignas são:
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Em relação aos carcinomas de outros órgãos intra-abdominais que poderão
desenvolver efusões, temos como exemplos; o adenocarcinoma do estômago, onde
são observados dois tipos: tubulares ou colunares isolados, que podem apresentar
as células em anel de sinete, porém esta configuração não caracteriza neoplasia. O
carcinoma de ovário que provoca efusões malignas tem como exemplo, o
adenocarcinoma de ovário e o cistadenocarcinoma seroso papilífero; este último é o
mais freqüente na formação das efusões malignas na cavidade peritonial, apresenta
células tubo-papilíferas, com vacuolização dos aglomerados e quando apresenta
corpúsculos psamomatosos apesar de ser raros, são indicativos de tumor (figuras 31
e 32).
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Os carcinomas de pulmão têm grande variedade histológica e apresentam-se nas
efusões como arranjos tubulares e colunares isolados. Os tumores pulmonares
periféricos são geralmente adenocarcinomas, que são capazes de envolver a pleura.
Podem aparecer também, metástases de carcinomas epidermóides pouco ou bem
diferenciadas. Os carcinomas de pequenas células, indiferenciado, tipo oat cell deve
ser diferenciado de linfócitos nas efusões tuberculosas pelo citopatologista.
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Figura 33: Efusões Serosas–
– Mesoteliomas. Papanicolaou. (Mckee,G.;Citopatologia,1997)
Outros tipos de tumores que podemos citar são os linfomas, carcinoma de próstata e
os hepatocarcinomas (Figura 34).
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-----------FIM DO CURSO!-----------
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