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FICHAMENTO

RECONSTRUÇÃO EM DOIS NÍVEIS: UM ASPECTO DO MODELO CRÍTICO DE


AXEL HONNETH – AUTOR MARCOS NOBRE

 Qualquer que seja o tema que se tome por objeto nos escritos de Axel
Honneth, a apresentação deverá sempre tratar sobre dois pontos: uma
reconstrução do ponto de vista do social
 Estes dois temas servem de guia não apenas para dar sua própria versão do
desenvolvimento e da história da teoria crítica, como também para vincular a
“reconstrução” com a “presentificação” que pretende emprestar às teorias de
que lança mão.
 Analisando, pode parecer que não existe diferença do pensamento de Honneth
e outros pensadores. Isso porque, se ater a uma visão da sociedade não
centrada no Estado e analisar a vida social concreta do ponto de vista da
essência dos conflitos e da repressão é algo utilizado desde Marx.
 O que destaca a teoria de Honneth é que ele se atem ao paradigma
estabelecido por Horkheimer em 1930, enquanto outros pensadores se
distanciam dos apontamentos inaugurais, seguindo o paradigma da “crítica da
economia política”.
 Em um primeiro sentido, tomar partido do “social” significa tomar partido da
“virada comunicativa” habermasiana contra o modelo da “crítica da economia
política”, o qual o “funcionalismo” econômico não permitia a expressão teórica
do social, entendido como lugar de formação das normas e das orientações
culturais no seio das práticas diárias.
 Assim, Honneth enxerga na “virada comunicativa” a possibilidade de se colocar
no elemento do social e, a partir dele, reconstruir as bases normativas da
sociedade contemporânea.
 Em segundo sentido, Honneth se vira contra aqueles elementos da teoria de
Habermas que, segundo ele, estão sobrecarregados como fardo do paradigma
horkeimeriano.
 Para Honneth, Habermas tem uma visão limitada do conflito e de seu papel
central na essência do social.
 Em suma, Honneth se insurge contra todo modelo crítico que atribua
preeminência e primazia a estruturas ou funções, deixando em segundo plano
a base comunicativa em que se tecem as normas sociais mais fundamentais.
 Tomar por tema e objeto a “reconstrução” em Honneth pressupõe analisar o
“reconhecimento” e “o social”, que não podem ser examinados arbitrariamente
isolados.
 Por outro lado, examinar em separado (mas não isolado) a “reconstrução”, é
possível vincular Honneth não apenas à tradição da teoria crítica, mas, também
ao paradigma crítico de Habermas
 Pode-se falar em um “paradigma crítico” quando um modelo crítico estabiliza
formulações determinadas para os problemas teórico-críticos fundamentais,
formulações que passam a ser, a partir daí, pressupostas por modelos críticos
posteriores.
 Essas formulações estão internamente vinculadas a diagnósticos de tempo
determinados. O que significa dizer, que também os diagnósticos de tempo de
modelos críticos vinculados a um paradigma têm estruturas comuns, ou
formulações pressupostas que cabe explicitar a cada vez.
 O que se pretende no texto é indicar os elementos de continuidade e de
ruptura tanto em relação ao paradigma crítico reconstrutivo de Habermas
quanto as oscilações do próprio Honneth em seus escritos.
 Foram muitas modificações desde o lançamento de Luta por reconhecimento.
O mais recomendável seria aguardar os esclarecimentos da literatura
secundária, ou esperar o próprio Honneth esclarecer seus escritos sobre os
desenvolvimentos desde 1990 com O Direito da Liberdade, em especial das
ideias de “reconhecimento” e a “reconstrução normativa”.
 A proposta de um exame dos elementos específicos do modelo crítico de
Honneth significa também uma apresentação, mesmo que breve, do seu
diagnóstico do tempo presente, já que, no caso da teoria crítica, o vínculo entre
modelo crítico e diagnóstico de tempo é interno.
 A fim de entender a especificidade do modelo reconstrutivo de Honneth, é
necessário cumprir uma série de etapas.

 A “reconstrução” surge na obra de Habermas.


 Em sua configuração fundamental é uma operação que se desdobra em dois
aspectos: “horizontal” e “vertical”, referindo-se a elas como “lógica do conceito”
e “lógica da evolução”.
 A primeira se ocupa da reconstrução dos sistemas de regras
antropologicamente fundamentais (da lógica, da fala, da aritmética e da
mediação).
 A segunda se ocupa dos processos de aprendizagem interna que incorporam,
sob condições empíricas, as diversas competências que o primeiro tipo de
reconstrução busca explicitar.
 Esses processos de aprendizagem se desdobram em duas dimensões
fundamentais, uma filogenética, outra ontogenética, que Habermas examina
segundo os aspectos de uma “lógica evolutiva” e de uma “dinâmica evolutiva”.
 Cada uma dessas dimensões deveria ser investigada por um novo tipo de
ciência, ainda por ser implementada e desenvolvida, que Habermas denomina
“reconstrutiva”.
 A pretensão de Habermas é a de estabelecer ambiciosos programas de
pesquisa no horizonte de uma nova e abrangente Teoria da Racionalidade.
 O objetivo não é simplesmente o de apresentar a gênese de um conjunto de
regras e de normas determinado, mas, para além disso, o de reconstruir as
condições de possibilidade de qualquer conjunto possível de regras e normas,
vale dizer, as estruturas fundamentais geradoras de regras e normas.
 Ocorre que as ciências reconstrutivas tais como propostas em 1970 não
tiveram desenvolvimentos realmente significativos.
 O resultado foi que a própria teoria da ação comunicativa dedicou-se
exclusivamente à reconstrução de conhecimentos e saberes existentes, não se
baseando em novos resultados de um novo tipo de ciência.
 Daí ter surgido nesse livro um outro sentido de “reconstrução”, o de uma
“reconstrução sistemática da história da teoria da sociedade tendo por
finalidade uma teoria da racionalização social”.
 Para Habermas, seria possível alcançar resultados semelhantes ou até mais
precisos aos pretendidos pelo projeto das ciências reconstrutivas mediante o
recurso aos grandes teóricos da sociedade como Weber, Durkheim e Mead.
 Os poucos desenvolvimentos reconstrutivos que Habermas se empenhou
depois da teoria da ação comunicativa se deram no âmbito da Ética do
Discurso (que posteriormente passou a adotar a nomenclatura de “teoria do
discurso”).
 Essa mudança se deve apenas ao fato de que Habermas deixou de subordinar
o direito à moral, tendo de encontrar um “princípio do discurso” neutro em
relação a ambos.
 A partir de 1981, a “reconstrução” passou a ser entendida quase que
exclusivamente em termos de “reconstrução da história da teoria”, o qual é o
sentido que prevalece nos escritos de Honneth desde Luta por
reconhecimento.
 Honneth explicou que uma reconstrução crítica é sempre também e ao mesmo
tempo uma reconstrução em dois níveis.
 Em primeiro nível, trata-se de reconstruir os próprios modelos e paradigmas
críticos de que se parte e que, em última instância, têm sua origem na obra de
Marx.
 Em segundo nível, os resultados obtidos com essa reconstrução inaugural,
primeira, modelar, são então tomados como ponto de partida para
reconstruções de teorias dos mais variados tipos e procedências: teorias
tradicionais, filosofias da modernidade, contribuições de diferentes áreas do
conhecimento e assim por adiante.
 Só assim a reconstrução pode ser considerada uma reconstrução crítica.
 É importante ressaltar que essa distinção entre os dois níveis da reconstrução
não significa que a reconstrução inaugural tenha de ser realizada em primeiro
lugar e de uma vez por todas para que apenas então possa se dar a
reconstrução de segundo nível. Ao contrário, o mais comum é que os dois
níveis de reconstrução se encontrem simultaneamente em cada obra e em
cada momento do percurso de uma teórica crítica ou de um teórico crítico.
 É a partir da reconstrução da teoria de Habermas que Honneth irá proceder à
reconstrução da filosofia de Hegel e de outras teorias.
 E a reconstrução em dois níveis será explicitada por Honneth em um primeiro
momento de sua trajetória intelectual (especialmente em Luta por
reconhecimento) por meio da ideia mais geral de “atualização”, que indica
justamente o segundo nível do processo reconstrutivo.

II

 Endossando o projeto embutido na “virada comunicativa”, Honneth pretende


demonstrar como ele se choca na sua base com o caráter excessivamente
abstrato com que Habermas o realizou.
 Se Honneth concorda com Habermas sobre a necessidade de se construir a
teoria crítica em bases intersubjetivas e com marcados componentes
universalitas, defende também, contrariamente a este, a tese de que a base da
interação é o conflito, e sua gramática, a luta por reconhecimento.
 Nesse contexto, a ideia de “reconstrução” ganhará sentido diverso para
Honneth. Pois a reconstrução habermasiana parece a Honneth por demais
abstrata dos conflitos e de suas configurações sociais e institucionais para, a
partir daí, buscar as suas lógicas.
 Habermas, na visão de Honneth, limitou-se a alargar o conceito de
racionalidade e de ação social, acrescentando à dimensão sistêmica uma
outra, ambas operando segundo princípios de integração social opostos. O que
há de comum entre a abordagem da Teoria da ação comunicativa e a Dialética
do esclarecimento é justamente o problema que tinha de ser enfrentado e que
Habermas não enfrentou por inteiro: desde o trabalho inaugural de Horkheimer,
'Teoria Tradicional e Teoria Crítica', vigora nessa vertente intelectual uma
concepção da sociedade que tem dois polos e nada a mediar entre eles, uma
concepção de sociedade posta entre estruturas econômicas determinantes e
imperativas e a socialização do indivíduo, sem tomar em conta a ação social
como necessário mediador. É o que Honneth denomina 'deficit sociológico' da
Teoria Crítica.

III

 Com os meios de uma fenomenologia empiricamente controlada, foi possível


mostrar que a tripartição das formas de reconhecimento efetuadas por Hegel e
Mead não era inteiramente o seu alvo na realidade da vida social, e até mesmo
que ela está em totais condições de uma exploração produtiva da infraestrutura
moral das interações
 Por isso, de acordo com as suposições teóricas dos dois autores, foi possível
atribuir aos diversos padrões de reconhecimento espécies distintas de
autorrelação prática dos sujeitos, ou seja, modos de uma relação positiva com
eles mesmos.
 A partir daí não foi mais difícil distinguir, num segundo passo, as formas de
desrespeito social, conforme a etapa da autorrelação prática das pessoas em
que elas podem influir de maneira lesiva ou mesmo destrutiva.
 Com a distinção, ainda muito provisória, de violação, privação de direitos e
degradação, foram dados a nós os meios conceituais que nos permitem agora
tornar um pouco mais plausível a tese que constitui o verdadeiro desafio da
ideia fundamental partilhada por Hegel e Mead: que é uma luta por
reconhecimento que, como força moral, promove desenvolvimentos e
progressos na realidade da vida social do ser humano.
 Para tanto deve servir num primeiro passo a tentativa de retornar o fio da
presentificação da história das teorias ali onde havíamos deixado com Hegel e
Mead: se nós examinarmos a história do pensamento pós-hegeliano a fim de
verificar se se encontram nela teorias com uma intenção básica análoga,
depararemos com uma série de abordagens nas quais o desenvolvimento
histórico foi pensado, em parte com apoio em Hegel, mas sem nenhuma
referência a Mead, como um processo conflituoso de luta por reconhecimento.
 Percebe-se que a expressão “presentificação da história das teorias” mostra
uma adesão clara ao modelo reconstrutivo de Habermas, em Teoria da ação
comunicativa.
 Não é por outra razão, que Honneth fala em “desenvolvimentos e progressos”
e, nessa etapa de seu percurso intelectual, faz com que a teoria de Mead
opere, como uma alternativa à Teoria da Evolução Social de Habermas.
 Honneth partilha também com Habermas, o abandono do paradigma da
“filosofia da consciência”. Mas Honneth entende que uma teoria da
intersubjetiva não pode se apoiar em uma teoria da linguagem.
 Para Honneth, a questão passa a ser a de investigar as bases morais de uma
intersubjetividade fundada no reconhecimento recíproco, ou seja, nas
experiências de sujeitos humanos nos processos de formação de suas
identidades.
 Parece que o ponto de partida seria as “formas de desrespeito”, que podem
tornar experienciável para os atores sociais, na qualidade de um equivalente
negativo das correspondentes relações de reconhecimento, o fato do
reconhecimento denegado.
 Com isso, compreende-se por que todo o diagnóstico do tempo se desloca em
direção a algo como uma “fenomenologia dos conflitos de reconhecimento”, de
tal maneira que a análise das “relações sociais de comunicação” possa
conduzir à descobertas das “formas estruturais de desrespeito que elas
engendram”, não dizendo mais respeito à “emancipação dos sistemas”.
 Do ponto de vista da “lógica da apresentação”, a reconstrução será então feita
a partir daquele filósofo (Hegel) que produziu uma teoria compatível com os
dois elementos centrais resultantes da reconstrução de primeiro nível, já que ali
o conflito é central e a lógica do conflito é essencialmente moral e não
instrumento (ou seja, não se reduz a uma luta por poder e/ou conservação).
 Essa reconstrução inicial é seguida de uma atualização, mediada por teóricos
posteriores a Hegel, em duas etapas.
 Em primeiro lugar, Honneth opera um redirecionamento empírico do modelo
original hegeliano, com o abandono de suas premissas metafísicas, com auxílio
de Mead.
 Em segundo lugar, Honneth mostra a plausibilidade de novo modelo a partir de
sua concordância com resultados da pesquisa empírica. Esse movimento
levará Honneth a uma atualização do conceito hegeliano de “eticidade”
 O último elemento da tríade reconstrutiva de segundo nível, a “reatualização”,
ocorre quando Honneth tenta reconstruir o “paradigma webero-habermasiano”,
com a tese de que as “esferas sociais de valor” (Weber) da modernidade
podem ser reconstruídas a partir de “uma combinação determinada de
reconhecimento recíproco e autorrealização individual”

IV

 Estudo da tríade: “presentificação”, “atualização” e “reatualização”


 A “presentificação” caracteriza a primeira parte de Luta por reconhecimento.
Seu sentido mais geral é o de que falta algo à teoria que é objeto de
reconstrução.
 Na primeira parte de Luta por reconhecimento, Honneth introduziu a ideia
original do jovem Hegel no contexto mais amplo da filosofia moderna,
confrontando-a com os modelos até então disponíveis de “luta”, representados
pelas teorias de Maquiavel e de Hobbes, em que se tratava fundamentalmente
de uma luta por poder e/ou autoconservação.
 Para Honneth, as filosofias sociais de Marx, de Sorel e de Sartre representam
os exemplos mais significativos de uma corrente de pensamento que, contra
Hobbes e Maquiavel, carregou teoricamente os conflitos sociais com as
exigências do reconhecimento, mas sem nunca poder penetrar realmente sua
infraestrutura moral.
 Isso mostra que a presentificação histórica tem objetivo duplo de reconstruir a
ideia original de Hegel e de inseri-la no contexto da filosofia moderna e
contemporânea.
 A “atualização” tem caráter sistemático. Ela é uma “reconstrução atualizadora”
 É decisivo papel a ser desempenhado por mediadores (no caso, Mead,
principalmente)
 “reatualização” costuma caracteriza a atualização de teorias que têm como
alguns de seus componentes fundamentais elementos que se tornaram mudos
para o presente.
 Em especial, os conceitos hegeliano de Estado e de Espírito, que se mostram
como as principais objeções a um “recurso atualizador”
 De maneira breve: a “presentificação” destacava o aspecto identificado como
lacunar (a partir da reconstrução de primeiro nível) na teoria a ser reconstruída
(em segunda nível); a “atualização” encontrava os meios (mediadores teóricos)
para preencher essa lacuna; e, por fim, a “reatualização” identificava (sempre a
partir da reconstrução de primeiro nível) aqueles elementos da teoria a ser
reconstruída (em segundo nível) que não eram passíveis de atualização,
necessitando, portanto, de um esforço reconstrutivo especial.
 Ao partir da “história da reconstrução da teoria”, Honneth mostra que um
diagnóstico do presente de intenção crítica depende da explicitação dos
padrões normativos a partir dos quais é possível identificar os bloqueios e
potenciais emancipatórios, tarefa em que se destaca a identificação de
“patologias sociais”.

 É difícil estabelecer com exatidão qual foi o destino dos termos “atualização” e
“reatualização” em Direito da Liberdade. Tais expressões são ausentes
 Pode ser que isso se deve ao fato de a noção de “reatualização” ser dada
como pressuposto, sem necessidade de maiores explicações.
 Mas, o argumento central aqui não diz respeito à letra dessas expressões, mas
aos aspectos reconstrutivos que elas designam. E esses aspectos foram
mantidos por Honneth
 As tarefas do trabalho são, primeiro, Honneth continua a operar no interior do
“paradigma reconstrutivo” de Habermas, segundo, distingue-se no interior
desse paradigma por sua proposta de “reconstrução normativa”.
 Há diferenças entre a reconstrução normativa de Honneth e a reconstrução
pensada por Habermas
 Na Teoria da ação comunicativa (Habermas), o objeto da reconstrução foi a
apresentação das estruturas do agir e do entendimento inscritas no saber
intuitivo de membros competentes das sociedades modernas
 É possível dizer que o objeto da reconstrução para Honneth não é, como em
Habermas, aquele conjunto de estruturas normativas profundas, geradoras de
normas.
 Em Direito da Liberdade, Honneth pretende reconstruir as “condições históricas
e sociais” que impõem a cada vez os limites do que pode entrar em linha de
conta como “norma”.
 A reconstrução dessas condições limitantes deve permitir também divisar a
extensão que pode potencialmente atingir o campo do normativo, bem como
sua efetiva limitação no tempo presente.
 É de notar de saída que a “presentificação histórica” de Direito da Liberdade
não tem o mesmo caráter nem desempenha o mesmo papel daquela de Luta
por reconhecimento.
 No livro de 1992, a “presentificação histórica” pretendia expor a ideia original
de Hegel, a ideia de uma luta por reconhecimento abandonada a meio caminho
em favor da tentação sistemática própria da filosofia da consciência.
 Tratava-se, portanto, de reconstruir uma ideia que permaneceu em estado
fragmentário. Mas, ao mesmo tempo, tratava-se também de dar a essa ideia
assim reconstruída uma densidade e uma profundidade tais que pudessem
fazer dela uma ideia motriz para apreender a “gramática moral dos conflitos
sociais” no momento presente.
 Já em Direito da Liberdade, essa tarefa foi suprida pela própria “introdução” e
sua mencionada “substituição de premissas”.
 No livro de 2011, a “presentificação histórica” se aplica agora à discussão
moderna e contemporânea sobre a liberdade e seu vínculo com uma teoria da
justiça, culminando com a apresentação da noção de “liberdade social”.
 Em um sentido, entretanto, há uma continuidade da “presentificação histórica”.
O sentido de inserir no debate moderno e contemporâneo a conceituação de
“conflito”.
 Apesar de não comparecerem explicitamente no livro de 2011, “atualizações” e
“reatualizações” (e mesmo um aspecto das “presentificações”) se encontram
presentes sob a forma de resultados que são tomados como pontos de partida
para as análises das premissas enunciadas.

BREVE CONCLUSÃO E PERSPECTIVA

 O pano de fundo da argumentação desenvolvida aqui é o da hipótese de que a


ideia de “reconstrução” hoje não apenas domina parte significativa do campo
crítico, mas se constitui igualmente em sua tendência de desenvolvimento mais
saliente.
 Os escritos de Honneth foram tomados aqui como exemplares de um
“paradigma reconstrutivo” que se apresenta como robusta tendência de
desenvolvimento no campo crítico.
 Em primeiro lugar, Honneth coloca a ideia de “reconstrução”
inequivocadamente no centro de seus esforços teóricos.
 Em segundo lugar, apesar de todas as diferenças, explicita e desdobra
elementos do modelo inaugural de Habermas de uma maneira como apenas
um novo paradigma teórico é capaz.
 Dentre os elementos desdobrados, destaca-se a ideia de “reconstrução em
dois níveis”

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