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GEOGRAFIAS DAS METRÓPOLES:

UMA INTRODUÇÃO

É mister iniciar esta introdução com um esclarecimento, uma vez


que a edição desta obra, no momento em que se comemoram os 450 anos
da cidade de São Paulo, estabelece uma comparação imediata com a realizada
pelos professores do Departamento de Geografia quando do quarto
centenário da cidade, sob a coordenação do professor Aroldo de Azevedo.
Apesar de ambas apresentarem uma análise sobre São Paulo, nos momentos
em que ambas as obras se realizaram, cada uma se baseou em um projeto
distinto, tornando a comparação infrutífera.
A obra A cidade de São Paulo, publicada apenas em 1958, surgia de um
projeto pessoal de seu coordenador, como extensão de sua tese e de seu
desejo (também pessoal, pelo menos é o que se depreende da apresentação
que escreve no volume I) de realizar um estudo geográfico sobre a cidade
de São Paulo – em suas palavras “[...] um estudo de geografia urbana o mais
completo e detalhado possível”. O plano do trabalho então definido por
Azevedo tinha, como apoio, uma grande equipe de alunos de várias turmas
do curso de geografia (anos 1950, 51 e 52) e sócios da Associação dos
Geógrafos Brasileiros (AGB) para realizar o trabalho de campo para a coleta
de informações. Na apresentação dessa obra seu coordenador esclarece que
essa se baseou em um projeto coletivo articulado que espelha a preocupação
de produzir uma análise capaz de englobar toda a área da metrópole, inclusive
de seus “subúrbios”, bem como realizar uma análise da evolução urbana,
em uma perspectiva histórica – que é o que demonstram seus quatro volumes.
É assim que no preâmbulo o coordenador apresenta São Paulo como cidade

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trimilionária, debruçando-se sobre o “espetacular crescimento da metrópole


paulista”, para, em seguida, dedicar-se à análise do que chama “a região de
São Paulo” – definida com base em seu sítio, articulada a sua função urbana
(volume I), seguido da evolução urbana (volume II), dos aspectos da
metrópole paulista (o parque industrial, a produção da energia, a área central,
e os bairros da metrópole compondo o volume III) e, finalmente, apresenta
uma análise dos subúrbios paulistanos como conteúdo do volume IV. É
desnecessário lembrar que essa obra espelha, claramente, um modo de
entender a realidade a partir de um modo de fazer geografia específicos de
uma época, superada na geografia urbana atual.
No caso desta obra o caminho foi diferente; a coordenação fez um
convite aos professores do Departamento para escreverem sobre uma faceta da
realidade paulistana segundo suas pesquisas individuais, e não de um projeto
pronto e acabado capaz de articular os artigos, o que permitiu que todos
trabalhassem na mais perfeita liberdade trazendo, como conseqüência, as múltiplas
possibilidades de entendimento sobre a metrópole, assumindo pelo menos
dois riscos, conscientemente: a) não incluirmos segmentos espaciais, temáticos
e temporais; e b) apresentar uma obra sem um fio teórico metodológico único.
Isso porque, quisemos que os livros revelassem nossa prática cotidiana no
Departamento, construída ao longo de sua história, a qual se baseia no
“exercício de liberdade” acadêmica, o que contempla, necessariamente, a
existência de variadas visões e temas, bem como de vertentes teóricas.
Mas os riscos não cessam aí: o conjunto dos artigos produziu uma
análise que nos permite entender o mundo moderno a partir da metrópole
paulistana. A articulação dos artigos permitiu, também, entender que os
problemas atuais postos pela urbanização guardam o sentido do processo
de reprodução da sociedade como um todo, em que as transformações
recentes revelam um processo em curso em todo mundo, o que permite
pensar na universalidade da categoria metrópole. O conjunto dos artigos
indica, a nosso juízo, um entendimento da dinâmica do espaço urbano como
dinâmica do processo de reprodução social, apontando a metrópole como
realidade e devir da sociedade urbana. Nessa direção o processo de
acumulação se generaliza no espaço ao mesmo tempo tornado condição e
produto desse processo, revelando a dimensão social e natural do processo.
Nesse contexto, o conteúdo da urbanização aparece como momento
determinado da reprodução da sociedade em função das novas possibilidades/
necessidades de realizar a acumulação e a reprodução da vida, criando novas
contradições entre elas, recolocando o debate sobre a natureza, sua degradação e
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seu “esgotamento”. Assim o conjunto dos textos também apresenta a articulação


do entendimento dos elementos da sociedade e da natureza necessários ao
entendimento do processo de urbanização no momento atual. Mas, se na obra
do quarto centenário da cidade, Azevedo exaltava a industrialização que estava
tornando a cidade trimilionária, o processo, atual, saído da industrialização que
fez implodir os bairros e permitiu a extensão das periferias, sinaliza a emergência
de um novo momento do processo de urbanização, com a hegemonia do capital
financeiro e a constituição de uma nova realidade urbana.
A análise da metrópole, atualmente, vai revelando um processo que
contempla a extensão da constituição da sociedade urbana traduzida como
prática socioespacial e, nessa dimensão, a reprodução vai ganhando um
sentido prático. Isto é, revela-se no plano do vivido e do lugar, analisado a
partir dos bairros (e de sua explosão) que compõe a metrópole e da articulação
necessária desse plano com o do mundial, pela mediação da metrópole.
Esse conjunto de transformações abre perspectivas para o entendimento
dos conteúdos do processo de reprodução social em sua totalidade. Assim a
dinâmica urbana indica o processo de reprodução tanto no plano espacial, em
sua dimensão econômica e política-estratégica, quanto no plano da vida cotidiana,
recolocando a produção do espaço como produção da vida na metrópole.
É necessário, finalmente, reconhecer que esta obra coletiva repre-
senta um enorme desafio, o de revelar a metrópole em sua complexidade,
ao mesmo tempo que a produção de um conhecimento sobre São Paulo
em seu dinamismo e possibilidades analíticas, sem a necessidade de cons-
trução de um trabalho exaustivo sobre cada segmento espaço-temporal.

Sobre o livro

Certos da compreensão sobre teoria e método presentes nesta obra,


procurar-se-á, agora, indicar ao leitor os aspectos fundamentais referentes
aos textos que compõem este terceiro volume. O livro contém como temas
aglutinadores as reflexões de caráter teórico-metodológico sobre as
metrópoles, análises sobre cultura, história, natureza, processos econômicos,
texturas e estruturações socioespaciais da metrópole paulistana, além, é
evidente, da abordagem de outras metrópoles mundiais.
O volume foi construído respeitando-se a liberdade com que cada
autor foi produzindo suas reflexões. Não há, além da relativa aglutinação
temática, outra tessitura que não seja o caminho que os autores seguiram no
processo de compreensão das metrópoles. Destacaremos a seguir dos artigos
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um conjunto de aspectos que a coordenação entendeu importante apontar


nesta introdução para os leitores. Esses destaques são da inteira responsabilidade
desta coordenação e podem ou não estar de acordo com aqueles que os
autores ou mesmo os leitores têm. O importante é que o jogo do contraditório
esteja, desde o início, presente na interação obra-leitor.
O primeiro capítulo deste terceiro volume contém textos reflexivos
sobre o processo de metropolização e a metrópole; sobre as possibilidades e
limites da gestão compartilhada da região metropolitana e da metrópole em
si; sobre a trajetória histórica comparativa entre Salvador e São Paulo; e um
olhar estrangeiro de um brasileiro sobre a paulicéia desvairada. Dessa forma,
quer por meio da análise por dentro ou por fora, as metrópoles são investigadas
em seus processos de construção ou gestão e suas histórias, revisitadas. Não se
buscou outro caminho que não fosse aquele da permanente crítica e reflexão
sobre a produção do conhecimento da(s) geografia(s) das metrópoles.
Neste primeiro capítulo, MORAES desenvolve um conjunto de notas
metodológicas sobre metropolização e a metrópole paulistana. Sugere a
abordagem da metrópole como “uma forma histórica de organização do
espaço geográfico”, portanto, segundo sua singularidade, pode ser definida
como lugar. Polêmica à parte, esse texto traz também as possibilidades de se
analisar a temática sob múltiplas visões da geografia, podendo-se falar em
uma geografia econômica da metrópole; em uma geografia política; em uma
geografia cultural e, mesmo, em uma geografia nomotética das metrópoles.
Traz por fim à baila, mais uma vez a reatualização da questão centro-periferia
e sua compreensão nos estudos sobre as metrópoles.
RODRIGUES aborda as questões que envolvem as possibilidades e
os limites da gestão compartilhada entre a região metropolitana e da
metrópole paulistana. Recupera a análise e o papel que a Emplasa teve/
tem, ao mesmo tempo que mostra as contradições que a proposta do rodoanel,
promovido pelo setor governamental dos transportes, deixou de lado a
possibilidade do exercício da gestão da região pela empresa metropolitana.
Discute, também, os limites dos planos diretores e as possibilidades do
exercício participativo em uma sociedade que se quer democrática.
Outro texto presente nesse primeiro capítulo é de VASCONCELOS
que busca a comparação aparentemente descabida entre a metrópole Salvador
e a metrópole São Paulo. Sua incursão vai em direção da recuperação das
trajetórias históricas de ambas as metrópoles. Seu mergulho investigativo
busca nas diferenças culturais e no processo de acumulação econômica as
raízes de seu estudo.
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O trabalho de BORZACCHIELLO DA SILVA é, na acepção da pa-


lavra, uma viagem cheia de encanto e ternura na e sobre a paulicéia desvai-
rada como já indicado. Uma espécie de olhar estrangeiro de quem é velho
freqüentador da “casa”. Seu percurso histórico contemplou a cidade e a
imagem, as miragens e as impressões, as constatações que vão da presença
(pouca) da natureza preservada ou mesmo conservada até as catastróficas
questões ambientais. Investiga as virtudes e os defeitos na São Paulo velha e
dos 450 anos. Conclui de forma apaixonada declarando sua afeição por essa
terra bandeirante, inteiramente na máxima de Walter Benjamin que está na
epígrafe do texto: “Eu viajo para conhecer minha geografia”.
O segundo capítulo contém uma espécie de síntese contraditória
entre a tríade: cultura, história e natureza. Os textos navegam nos mean-
dros da metrópole, e neles encontram os povos indígenas guaranis no
interior da metrópole. Encontram cenários de um mundo rural que teima
em resistir às pressões do urbano. Encontram as contradições entre a natu-
reza e a urbanização e as relações biosfera-atmosfera. Navegam também,
por meio das representações da cidade no espaço da história e no tempo
da geografia.
O texto de CASTRO DE OLIVEIRA busca o resgate desses povos
esquecidos propositadamente pela história oficial e pelos diferentes gover-
nos que este país, estado e cidade já tiveram. A recuperação para a história
desses 450 anos de São Paulo dos povos guaranis se faz pelo estudo do
tempo da aldeia no espaço da metrópole. A presença indígena em São Pau-
lo é mostrada nas aldeias Barragem, Krukutu e Jaraguá. Eles continuam
aqui, mesmo que ignorados por muitos, eles são nhandekuery, eles são nossa
gente. Mas têm de continuar lutando, pois, como escreveu o guarani Olívio
Jukupé no texto que está na epígrafe do trabalho:

Por isso não é fácil agüentar tanta pressão da sociedade que nos envolve.
Ainda assim, nosso povo continua firme, resistindo. É claro que há gente que
olha para nós e pensa que somos pobres, miseráveis, porque insistimos em viver
de modo tradicional. Mas essa é nossa forma de mostrar que a vida que a gente
tem é uma opção que fazemos para manter o céu suspenso, como dizem
nossos avós. Isso, só por vontade de Nhanderu.

MARQUES tece considerações sobre o entorno rural da cidade de


São Paulo. Seu texto é construído com base na análise bibliográfica de alguns
clássicos que estudaram a metrópole. Busca também desvendar as relações
cidade-campo a partir da discussão sobre os subúrbios rurais.
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O espaço da história e o tempo da geografia estão presentes nas


discussões que ALMEIDA faz sobre as representações da cidade de São
Paulo. As diferentes formas que a cartografia registrou a cidade desde sua
origem, estão grafadas em seu texto. Passado e presente misturam-se quan-
do as imagens dos poderosos satélites do “Grande Irmão” fornecem suas
imagens sobre a mais paulista das avenidas da cidade. A plasticidade do texto
nasce do entrecorte entre a arte e a técnica cartográfica.
COLTRINARI escolheu para análise dois bair ros na bacia
sedimentar do Tietê. A história da expansão da urbanização vai sendo des-
velada com os processos de alterações na natureza que leva à sua reação.
Escorregamentos, assoreamentos, destruição da vegetação estão entre os pro-
blemas analisados nesses dois trechos da pobre Zona Leste pobre dessa
metrópole de maioria também pobre. SILVA e ROCHA também mostram
a importância da interação biosfera-atmosfera e do mecanismo de desenvol-
vimento limpo – MDL, já sob influência do protocolo de Quioto.
O terceiro capítulo aglutina os textos que discutem os processos eco-
nômicos da metrópole. O turismo, os centros comerciais, o mercado imobi-
liário e as famosas operações urbanas são investigados. CRUZ mostra os
paradoxos do turismo na cidade de São Paulo, colocando no centro do
debate o próprio conceito de turismo. O parque hoteleiro da cidade e o
turismo de eventos emergem como possibilidade de reflexão no texto.
PINTAUDI analisa as transformações conhecidas pelo comércio na
Região Metropolitana a partir da lógica do centro aos centros comerciais. Revisita
a literatura sobre a história do centro da cidade e mostra a metamorfose ocorrida
em decorrência da presença dos shopping centers, das franquias, dos
supermercados diferenciados e dos fast-foods. Padrão locacional e concentração
financeira territorial são conceitos-chave no desenvolvimento da análise.
PEREIRA escolheu o caminho da história recente para compreender
a reestruturação imobiliária em São Paulo, e elegeu-a como chave para o
desvendamento da metrópole atual. Para o autor, ela segue materializando
os interesses capitalistas, representados na contemporaneidade pelas
corporações e/ou multinacionais, por isso metamorfoseou-se policêntrica.
Assim, a forma metropolitana deriva agora da reestruturação imobiliária, ou
seja, da produção e do consumo de espaço das corporações. Desconcentração,
centralização e internacionalização estão no centro da compreensão do
processo de metropolização.
O texto de BOTELHO procura dar conta da história longa da traje-
tória do mercado imobiliário em São Paulo. Quatrocentos e cinqüenta anos
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(1554/2004) são investigados com base em pesquisa bibliográfica. As opera-


ções urbanas estão no centro do texto de SILVA e BAITZ, entendidas como
momentos da valorização do capital.
O quarto capítulo aglutina textos voltados para o estudo sobre as texturas
socioespaciais da metrópole. BOMFIM e ZMITROWICZ discutem a presença
acentuada dos espaços edificados vazios na área central de São Paulo. Analisam,
à luz do conceito de vacância imobiliária, a presença na área central da cidade
de grande número de edifícios vazios em decorrência das rápidas transformações
que essa parte da cidade sofre. O comportamento do capital imobiliário é usado
como instrumento analítico para compreensão desse processo.
TOURINHO também dedica-se a estudar o centro e a centralidade.
Ambos os conceitos são questionados à luz da história e do desenvolvimen-
to recente das metrópoles. Centro principal, subcentro e centro expandido
são instrumentos conceituais que as reflexões contemplam. BURGOS, por
sua vez, dedica-se a estudar os parques urbanos na metrópole paulistana,
diagnosticando a presença dos conflitos socioespaciais no uso de espaços
públicos em áreas residenciais segregadas. Vários parques na Zona Sul e
Oeste da cidade em áreas contrastantes, como no Morumbi e no Capão
Redondo, são investigados sob a ótica das transformações em seus usos im-
postos pelas diferentes classes sociais.
O espaço do carnaval na periferia da cidade de São Paulo está pre-
sente no texto de FRANGIOTTI. A vida cotidiana de uma escola de samba
no bairro de Perus na Zona Norte da cidade é estudada. Múltiplas formas
de apropriação do espaço da festa aparecem como instrumento de realiza-
ção de parte da vida na Região Metropolitana.
O quinto capítulo contém textos que procuram dar conta de processos
e fenômenos sobre as estruturações socioespaciais da metrópole. VIDEIRA,
estudando o processo de concentração financeira no Brasil, analisa São Paulo
como centro de gestão bancária. Entre os resultados da pesquisa está a
concentração econômica no território e as espacialidades de diferentes
agentes do sistema financeiro.
Dois textos entram no debate sobre a política habitacional e habita-
ção na periferia de São Paulo. LAMM e WISSENBACH estabelecem
paralelismo e alteridade na análise das relações entre a cidade do “consenso
mundial” e a política habitacional no município de São Paulo no período
2001-2004. NOGUEIRA, por sua vez, desenvolve estudo que visa ao des-
vendando do habitar no espaço urbano periférico, quando analisa a situação
nos conjuntos de habitação social em Sapopemba, na Zona Leste de São
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Paulo. Dessa forma, políticas e resultados são abordados pelo uso cotidiano
que os moradores fazem dos conjuntos habitacionais.
Completando esse quinto capítulo está o texto de COSTA, anali-
sando a presença de uma unidade da Universidade de São Paulo na Zona
Leste da capital. A região, a sociedade e o meio ambiente são apresentados
como estratégia geopolítica da instalação da unidade. Esse texto tem indica-
dores que certamente deverão tornar-se documentos comprobatórios da
possibilidade histórica dessa unidade de ensino superior caminhar na dire-
ção de ser a USP da Zona Leste e a USP na Zona Leste.
Completando o volume no sexto capítulo estão os textos relativos às
metrópoles mundiais. Ilustres professores estrangeiros foram convidados para
a reflexão internacional sobre as metrópoles mundiais. TELLO analisa o
discurso anacrônico e as práticas globalizadas sobre planejamento urbano.
Pesquisadora da Universidade de Barcelona, traz o olhar europeu sobre o dis-
curso técnico e a realidade paulistana e brasileira. BENACH apresenta em
seu texto as transformações que a metrópole de Barcelona viveu entre 1979 e
2004, quando se metamorfoseou de cidade olímpica em metrópole multicultural.
Os outros três textos desse último capítulo procuram dar conta da
realidade metropolitana de Buenos Aires. O planejamento urbano e a cons-
trução do risco por inundações na cidade de Buenos Aires é apresentado
por GONZÁLEZ. Por outro lado, YANES, BLANCO, DAFFUNCIO
RUFRANO, MACAGNO e QUEIROLO apresentam uma proposta
metodológica para o planejamento do transporte, estudando as novas linhas
de subterrâneos em Buenos Aires. E, por fim, CICCOLELLA e MIGNAQUI
escrevem um estudo crítico sobre a Buenos Aires do século XXI, como
uma metrópole em transição, ou seja, uma cidade sem projeto, que vive
entre a expansão econômica e a crise.
Assim, continuamos esperando que esta obra sobre São Paulo seja
tão estimulante à leitura quanto foi o desafio que enfrentamos para fazê-la.

Ana Fani Alessandri Carlos


Ariovaldo Umbelino de Oliveira

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