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QUEM SOU EU USUÁRIO?

METODOLOGIA DO PROJETO
Nelson Tavares Matias

2011
Sumário 
1.  Desenvolvendo Produtos ......................................................................................... 4 
2.  Métodos e Processos para Desenvolvimento de Produtos ..................................... 7 
3.  Potencializando o Desenvolvimento de Novos Produtos ...................................... 13 
4.  Funil de Decisões .................................................................................................... 14 
5.  Matriz de Ansoff ..................................................................................................... 15 
5.1. Penetração do Mercado ...................................................................................... 16 
6.  Desdobramento da Qualidade (Casa da Qualidade) ‐ QFD .................................... 18 
6.1. Aplicação da Casa da Qualidade.......................................................................... 18 
6.2. Conversão das necessidades do consumidor...................................................... 21 
6.3. Análise dos produtos concorrentes..................................................................... 22 
6.4. Fixação das metas quantitativas ......................................................................... 23 
6.5. Priorização das Metas.......................................................................................... 24 
7.  Metas de Qualidade ............................................................................................... 26 
7.1. Exigências dos consumidores (Demandas) ......................................................... 26 
7.2. Exigências dos desenvolvedores (Desejos) ......................................................... 26 
8.  Metas do desenvolvimento de produtos ............................................................... 28 
9.  Modelar Funcionalmente o Produto ...................................................................... 29 
9.1. Funções do Produto............................................................................................. 29 
9.2. Modelagem funcional.......................................................................................... 29 
10.  Associação e Percepção Estética. ....................................................................... 32 
11.  Desenvolvimento da arquitetura ....................................................................... 35 
11.1. Arquitetura Modular ......................................................................................... 35 
12.  Arquitetura Integral............................................................................................ 36 
12.1. Definição da arquitetura ................................................................................... 36 
12.2. Tipos de modularidade...................................................................................... 37 
13.  Matriz Indicadora de Módulos ........................................................................... 38 
13.1. Diretrizes de Modularização.............................................................................. 39 
14.  Metodologia de Projetos – Desenvolvimento de Produtos ............................... 40 
14.1. Problematização ................................................................................................ 40 
14.1.1. Reconhecimento do Problema....................................................................... 40 
14.1.2. Delimitação do Problema ............................................................................... 40 
14.1.3. Formulação do Problema ............................................................................... 40 

2
15.  Levantamento de Dados..................................................................................... 41 
15.1. Fichas dos Similares........................................................................................... 41 
16.  Análise Estrutural ............................................................................................... 42 
17.  Diferencial Semântico ‐ DS ................................................................................. 43 
18.  Mapa de Materiais e Processos.......................................................................... 44 
19.  Perfil do Usuário ................................................................................................. 44 
20.  Enquete ou Questionário ................................................................................... 46 
20.1. Tabulação dos resultados .................................................................................. 50 
21.  Similares ‐ Análise dos Dados ............................................................................. 51 
22.  Mapa Preço x Valor ............................................................................................ 52 
23.  Síntese ................................................................................................................ 54 
24.  Uso ...................................................................................................................... 54 
25.  Aspectos Técnicos............................................................................................... 54 
27.1. Materiais............................................................................................................ 54 
27.2. Processos de Produção...................................................................................... 55 
27.3. Definição dos Requisitos da necessidade do usuário........................................ 55 
26.  Diferenciais do Produto em relação aos similares ............................................. 55 
27.  Geração de Alternativas ..................................................................................... 55 
28.  Caixa Morfológica CM ........................................................................................ 55 
29.  Seleção da Melhor Alternativa ........................................................................... 57 
30.  Matriz de Avaliação ............................................................................................ 57 
32.1. Alternativa Selecionada..................................................................................... 57 
32.3. Modelo Volumétrico.......................................................................................... 58 
31.  Apresentação...................................................................................................... 58 
33.1. Rendering .......................................................................................................... 58 
33.2. Modelo em escala.............................................................................................. 58 
33.3. Relatório completo............................................................................................ 58 
32.  Referências ......................................................................................................... 59 
33.  Apêndice 1 .......................................................................................................... 61 
34.  Apêndice 2 .......................................................................................................... 64 
35.  Anexo 1 ............................................................................................................... 70 
36.  Anexo 2 ............................................................................................................... 73

3
 
1. Desenvolvendo Produtos 
 
Momento  especial,  relacionado  a  esperança  do  novo  e  estratégico  para  uma 
empresa que pretende permanecer no tempo. Não há dúvidas de que o Processo de 
Desenvolvimento  do  Produto  ‐  PDP  é  um  grande  desafio  para  qualquer  empresa.  O 
desafio está nos diferentes momentos, aqueles em que o seu expertise é determinante 
e outros em que a percepção dos futuros usuários e suas demandas é crucial. Moraes 
(2009)  diz  que:  “–  A  próxima  economia  não  é  orientada  pelo  produto.”  Mas,  que  a 
solução para a sustentabilidade serão os serviços, disciplinados pelas novas formas de 
comunicação e interação humanas.  
A  Amazon  Web  Services  tradicional  empresa  no  setor  de  e‐commerce,  hoje, 
oferece  um  vasto  portifólio  para  diversas  demandas  empresariais.  Baseado  nas 
tecnologias  remotas.  Após,  passar  por  dificuldades  nos  períodos  de  grande 
aquecimento  nas  vendas,  como  datas  festivas,  a  Amazon  resolveu  investir  em  um 
robusto  parque  de  hardware,  contudo,  fora  das  datas  comercialmente  mais 
expressivas, os equipamentos permaneciam ociosos (MOREIRA, 2008). Desta maneira, 
desenvolveu uma série de serviços baseados na cloud computing 1 , da simples locação 
de  espaço  virtual  a  um  complexo  sistema  de  comercialização,  ao  uso  de  hardware  a 
distância.  
O que interessa é que a tomada de decisão da Amazon, bem como de outras 
empresas,  nos  indica  um  caminho  para  o  futuro  próximo,  baseando‐se  na  oferta  de 
serviços.  Neste  contexto,  qual  seria  o  real  motivo  de  considerarmos  o 
Desenvolvimento  de  Produto  –  DP  como  ferramenta  estratégica  na  formação  de  um 
gestor? Talvez, por que devemos reavaliar a maneira de como lidamos com a prática 
projetual,  alimentando‐nos  de  um  novo  formato  social  para  a  elaboração  do  que  se 
deseja.  
Reconceitualizar  serviços,  entendendo  o  conceito  de  serviço,  ou 
melhor,  “serviços  padronizados”  para  “serviços  colaborativos”, 
serviços  caracterizados  pela  relação  entre  usuários  passivos  e 
provedores  ativos  para  “serviços  colaborativos”  em  que,  como 
acontece  nas  redes  contemporâneas,  todos  os  agentes  envolvidos 
unam  forças  para  atingir  um  valor  de  reconhecimento  comum 
(MORAES, 2009). 
 
 

1
  Segundo  Moreira  (2008),  “[...]  cloud  computing  pode  ser  definido  como  um  modelo  no  qual  a  computação 
(processamento,  armazenamento  e  softwares)  está  em  algum  lugar  da  rede  e  é  acessada  remotamente,  via 
internet.”  MOREIRA,  Daniela.  Cloud  computing:  entenda  este  novo  modelo  de  computação.  IDG  NOW,  2008. 
Disponível  em:  <http://idgnow.uol.com.br/computacao_corporativa/2008/08/13/cloud‐computing‐entenda‐este‐
novo‐modelo‐de‐computacao/>. Acesso em: 20 abr. 2011. 

4
Rozenfeld et al. (2006) diz que:  
O  processo  de  Desenvolvimento  de  Produtos  (PDP)  situa‐se  na 
interface entre a empresa e o mercado, cabendo a ele identificar – e 
até  mesmo  se  antecipar  –  as  necessidades  do  mercado  e  propor 
soluções (por meio de projetos de produtos e serviços relacionados) 
que atendam as tais necessidades. 
 
Madureira (2009) estabelece alguns conceitos básicos sobre projetos: 
• projeto:  designa  o  conjunto  de  etapas  e  atividades  executadas  para  alcançar  a 
concepção, o desenvolvimento, a implantação, a certificação e a comercialização de 
produtos; 
• produto:  é  o  “objeto”  resultante  do  projeto,  colocado  à  disposição  do  cliente. 
Entende‐se  objeto  como  algo  físico,  mas  também  como  serviços  de  qualquer 
natureza; 
• cliente:  pessoa  ou  entidade  que  adquire,  utiliza  e  descarta  produtos  da  empresa, 
também conhecido por usuário ou consumidor. 
 
Entretanto, em muitos casos, as empresas não se organizam para enfrentar o 
futuro  que  se  antepõe  diante  do  dinâmico  modus  operandi  mundial.  Os  métodos 
projetuais  cartesianos  baseados  nas  experiências  das  equipes  de  projetistas,  apenas, 
dificilmente  terão  chances  de  prever  e  gerenciar  os  novos  formatos  e  exigências  de 
mercado,  entre  outros  aspectos  o  Ciclo  de  Vida  do  Produto 2   poderá  não  trazer 
sustentabilidade para os negócios. 
Por outro lado métodos baseados na Lógica Fuzzy 3 , que possuem a caoticidade 
como base dos estudos são, por vezes, muito complexicos, demandando muito esforço 
e expertise da equipe para aplicar e gerenciar o método projetual.  
Parece  que,  neste  momento,  apoiar‐se  nas  experiências  dos  usuários  é  uma 
boa  estratégia  metodológica,  contudo,  o  ato  gerencial  de  projetos  deverá  prever 
algumas  etapas,  consideradas  especiais,  como  as  propostas  por  Dinsmore;  Cabanis‐
Brewin (2009): 
 
• Gerenciamento de Escopo; 
• Gerenciamento de Tempo; 
• Gerenciamento de Custos; 
• Gerenciamento de Qualidade; 
• Gerenciamento de Recursos Humanos; 
• Gerenciamento das Comunicações; 
• Gerenciamento de Riscos; 
• Gerenciamento de Aquisições. 
 

2
  O  Ciclo  de  Vida  do  Produto  organiza‐se  em  4  etapas  segundo  Kotler  (2006):  Desenvolvimento;  Crescimento;  Maturidade  e 
Declínio.  
3
 Lógica Fuzzy ou Lógica Nebulosa. O que é Lógica Fuzzy: Nebulosa. 2011. Disponível em: <www. 
http://www.teoriadacomplexidade.com.br/textos/logicafuzzy/LogicaFuzzy‐ou‐LogicaNebulosa.pdf>. Acesso em: 4 abr. 2011.  
A Lógica Fuzzy consiste em aproximar a decisão computacional da decisão humana, tornando as máquinas mais capacitadas a seu 
trabalho. Isto é feito de forma que a decisão de uma máquina não se resuma apenas a um "sim" ou um "não", mas também tenha 
decisões "abstratas", do tipo "um pouco mais", "talvez sim", e outras tantas variáveis que representem as decisões humanas. É um 
modo  de  interligar  inerentemente  processos  analógicos  que  deslocam‐se  através  de  uma  faixa  contínua  para  um  computador 
digital  que  podem  ver  coisas  com  valores  numéricos  bem  definidos  (valores  discretos).  Uma  das  principais  potencialidades  da 
Lógica Fuzzy, quando comparada com outros esquemas que tratam com dados imprecisos como redes neurais, é que suas bases 
de conhecimento, as quais estão no formato de regras de produção, são fáceis de examinar e entender. Este formato de regra 
também torna fácil a manutenção e a atualização da base de conhecimento.  

5
Bucci (1992, apud MORAES, 2009) diz que: 
 
[...]  para  projetar  a  oferta  global,  é  necessário  projetar,  conduzir  e 
reger  (no  próprio  sentido  de  regência  encontrado  dentro  do  termo 
“regente  de  orquestra”),  isto  é,  relacionar  todos  os  aspectos 
materiais e imateriais, o serviço, a distribuição e a logística, a imagem 
e a comunicação com o mercado. 
 
Podemos  perceber  que  o  ato  de  DP  requer  conhecimento  cumulativo  das  diferentes 
áreas  científicas  e  habilidade  suficiente  para  que,  em  harmonia,  o  projeto  em  si 
alcance os objetivos traçados. Neste sentido, projeto não é somente o produto, mas a 
complexidade em si do ato de desenvolvimento. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

6
2. Métodos e Processos para Desenvolvimento de Produtos 
 
O  uso  de  modelos  metodológicos  para  o  desenvolvimento  de  Produto  é  de 
caráter particular de cada empresa. Algumas etapas constituintes dos modelos podem 
ser encontradas na maioria dos documentos como, por exemplo, as especificações dos 
objetivos ou a elaboração do conceito. Mas, as etapas podem variar de acordo com as 
características  particulares  de  cada  empresa  e  seus  objetivos  comerciais.  Assim,  o 
desenvolvimento  de  um  produto,  qualquer,  poderá  ser  apenas  a  adequação  deste  a 
realidade  de  uma  determinada  região  ou  país  (nacionalização).  Desta  maneira,  o 
modelo  metodológico  a  ser  adotado  diminuiria  os  esforços  nas  etapas  iniciais  como 
Planejamento do Projeto. 
 
Diferentes projetos mesmos processos 
Diferentes projetos e processos 
 
A  existência  de  um  Modelo  Flexível  para  orientação  do  Desenvolvimento  de 
Produto  organiza  e  orienta  os  diversos  setores  de  uma  empresa.  Nem  sempre  é 
possível a visão global do processo sem um modelo e mesmo com uma referência os 
diferentes setores, muitas das vezes, se interessam apenas pelas suas etapas (Figuras 1 
e 2).  
 
Processo de Desenvolvimento de Produtos 
Análise 
Planejamento  Projeto  Projeto  Projeto  Preparação  Lançamento 
      Pós‐
do Projeto  Informacional  Conceitual Detalhado Produção do Produto 
venda
Parceiro de Risco  Parceiro de Risco  Co‐desenvolvedor  Fornecedor de  Fornecedor de  Fornecedor de  Fornecedor de 
Co‐desenvolvedor  P. Tecnológico.  Serviços  Serviços  Serviços  Serviços 
Fornecedor de     
Peças‐Padrão 
Pré  Desenvolvimento  Pós 
Planejamento 
Acompanhar  Descontinuar 
Estratégico dos  Ações / Gates 
Produto/Processo  Produto 
produtos 
              Pós‐Uso  
 
Fonte: Adaptado de Rozenfeld et al. (2006). 
Figura 1. Visão geral de um processo para desenvolvimento de produtos. 
 
 
Processo de Desenvolvimento de Produtos 
Análise 
Planejamento  Projeto  Projeto  Projeto  Preparação  Lançamento 
      Pós‐
do Projeto  Informacional  Conceitual Detalhado Produção do Produto 
venda
Minuta do Projeto  Especificação das  Co‐desenvolvedor  Fornecedor de  Fornecedor de  Fornecedor de  Fornecedor de 
Metas  Parceiro.  Serviços  Serviços  Serviços  Serviços 
Tecnológico.  Fornecedor de     
Peças‐Padrão 
Escopo do projeto e do  Requisitos com valores‐ Análise dos similares  Desenhos técnicos  Lote Piloto   Estratégias de MKT 
produto  meta, informações extras  Geração de  Modelos  Processo homologado 
Recursos humanos e  qualitativas  Alternativas  Volumétrico/virtual e  Certificação do Produto 
tecnológicos  Concepção do Produto  Funcional 
Prazos Orçamentários  Planejamento Pós‐uso 
Recursos da Qualidade  Projeto de recursos 
Benchmarking 
Risco e indicadores 

Fonte: Adaptado de Rozenfeld et al. (2006). 
Figura 2. Decorrências das etapas do processo. 
 

7
O  resultado  comercial  positivo  de  um  produto  depende  de  vários  fatores 
dentre eles, podemos identificar alguns: 
 
• Reconhecimento das necessidades dos consumidores;  
• Planejamento correto e decisório; 
• Limites da produção e dos aspectos tecnológicos; 
• Recursos Humanos; 
• Logística e distribuição; 
• Estratégias de Marketing / Publicidade. 
 
Segundo Marcio Zukin (1999), o planejamento pode ser comparado ao jogo de 
golf:  o  projetista  é  o  jogador,  os  ‘buracos’  são  os  objetivos  a  serem  atendidos,  e  os 
tacos são os recursos ferramentais ou tecnológicos que serão usados através de uma 
estratégia  dinâmica.  A  organização  é  o  percurso  do  jogo  e  as  tarefas  exigidas  pelo 
entorno são todos os elementos que estão em contato direto com o jogo como, por 
exemplo: o auxiliar no transporte dos tacos, o jogador concorrente o vento e etc. 
 
O jogador planeja como ele irá atingir o primeiro buraco, empregando os tacos 
disponíveis,  mapa  do  campo,  força  necessária,  tamanho  da  grama  entre  outras 
informações.  Ao  lançar  a  bola  e  se  aproximar  do  buraco,  para  conferir  a  jogada,  o 
jogador  visualiza  uma  nova  situação,  tornando‐se  mais  clara  e  objetiva,  assim,  o 
jogador poderá focar seu alvo e replanejar, corrigindo se necessário, a rota, a força, o 
taco e etc.. 
 
Somente quando o jogador se aproxima do último lançamento é que ele passa 
a  ter  uma  visão  real  da  situação  geral,  pois  ao  iniciar  o  jogo  ele  possuía  uma  visão 
restrita  ou  de  aleatoriedade.  Assim,  o  jogador,  poderá  com  bases  nos  lançamentos 
anteriores continuar a jogar com mais segurança, pois conhece a situação. Contudo, se 
em vez do golf fosse uma regata e em vez de buracos fossem bóias identificadoras dos 
locais a serem alcançados, a situação seria mais delicada vejamos: o mar é oscilante, 
dificultando  cada  manobra  a  ser  desempenhada,  o  vento  é  inconstante,  alternando 
entre  fortes  e  ausentes,  os  competidores  provocam  coberturas  deixando  um  vento 
‘sujo’  sem  grande  potencial  de  deslocamento,  assim  para  conseguir  alcançar  os 
objetivos, o planejamento deve ser algo flexível e ajustável a cada manobra. 
 
O  desenvolvedor  de  projetos  deve  considerar,  em  seu  método,  maneiras  de 
redirecionamento do processo e dos objetivos traçados, pois isso diminuirá as chances 
de chegar ao final e estar fora do foco. De qualquer forma, pelo fato do método prever 
momentos  e  procedimentos  para  o  replanejamento,  devemos  estar  constantemente 
atentos para evitar a perda do foco. 
 

8
Quando  desenvolvemos  um  produto  esperamos  que  o  resultado  do  processo 
seja algo que atenda o consumidor de maneira apropriada ao seu valor. Observem que 
estamos  apenas  tratando  da  visão  comercial  e  não  sob  o  aspecto  produtivo, 
manutenção  e  etc.  Baxter  (1998)  identifica,  através  de  gráficos,  algumas  situações 
sobre  a  qualidade,  que  é  um  dos  objetivos  a  se  perseguido  pelo  planejamento  do 
produto (Figuras 1 a 5). 
 
 
  Satisfação do consumidor
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Incorporação das características desejadas 
 
 
Fonte: Baxter (1998). 
Figura 3. Modelo simples de qualidade. 
 
Baxter  (1998)  identifica,  ainda  de  forma  linear,  os  resultados  entre  satisfação  e 
incorporação das características desejadas (Figura 02): 
 
 
  Satisfação do consumidor Satisfação
 
 
 
 
 
Algumas  Todas
 
 
  Incorporação das características desejadas 

 
 
 
 
Insatisfação
 
 
 
Fonte: Baxter (1998). 
Figura 4. O nível de incorporação, das características desejadas, melhora a qualidade.

9
Satisfação do consumidor
  Satisfação
 
 
 
 
 
Algumas  Todas
 
 
  Incorporação das características desejadas
  Básico 

 
 
 
Insatisfação
 
 
 
Fonte: Baxter (1998). 
Figura 5. Atendimento básico da qualidade. 
 
As  qualidades  básicas  necessárias  ao  produto.  Por  exemplo:  se  você  vai 
comprar um relógio analógico e este vem sem os ponteiros haverá uma insatisfação, 
pois  você  espera  que  o  relógio  venha  completo,  contudo  se  vierem  2  pulseiras  para 
serem trocadas de acordo com a ocasião, você ficará satisfeito, pois excederam suas 
expectativas (Estado de excitação) (Figura 6). 
 
 
Excitação 
 
 
Satisfação do consumidor Satisfação
 
 
 
 
 
  Algumas  Todas
 
  Incorporação das características desejadas
 
 
 
 
  Insatisfação
 
 
Fonte: Baxter (1998). 
Figura 6. Fatores de excitação. 
 
O  acréscimo  de  melhorias  potencializa  seu  sucesso  diante  do  consumidor  levando  o 
consumidor ao estado de excitação (Figura 7). 

10
 
 
Excitação 
 
 
Satisfação do consumidor Satisfação
  Performance
 
 
 
 
  Algumas  Todas

 
  Incorporação das características 
desejadas  Básico 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Baxter (1998). 
Figura 7. Modelo Kano de Qualidade. 
 
O chamado Modelo Kano 4  de Qualidade (Baxter, 1998), sugere a existência de 
outro  fator  de  satisfação  do  consumidor,  situado  entre  as  expectativas  básicas  e  os 
fatores de excitação ‐ performance. A performance é aquilo que os usuários esperam 
do produto em seu mais amplo e completo sentido. 
 
Kano (s.d. apud BAXTER, 1998) apresenta quatro aspectos para a qualidade do produto 
são eles: 
• Desejos não declarados pelo consumidor 
Alguns desejos não são revelados pelos consumidores, pois não são reconhecidos 
como  tal,  assim  esses  desejos  ocupam  as  categorias  Básicas  e  de  Excitação. 
Podemos identificar os desejos não declarados através de pesquisas estruturadas, 
não estruturadas e verbalizações, mas também podemos analisar a concorrência e 
propor inovações e avanços com base nas expectativas alcançadas pelos produtos 
existentes. 
 
• Atendimento das necessidades básicas 
Atender a necessidade básica é um pré‐requisito, contudo extrapolar em melhorias 
não  garante  um  reconhecimento  favorável  do  consumidor.  Existe  uma  saturação 
na curva das necessidades básicas em relação ao aumento do grau do atendimento 
às necessidades requisitadas pelo consumidor. 
 
• Atendimento aos fatores de excitação 
A  satisfação  do  consumidor  tende  a  crescer,  proporcionalmente,  quando  se 
realizam  os  fatores  de  excitação.  Assim,  quanto  mais  fatores  de  excitação  forem 
4
 Noriaki Kano, Professor japonês que desenvolveu nos anos 80 o Modelo Kano. O modelo oferece uma abordagem técnica para 
orientar os desenvolvedores de produtos a perceberem com mais efetividade a Voz do Consumidor e o que se passa na Mente do 
Consumidor,  através  do  estabelecimento  de  atingimento  das  expectativas  dos  consumidores  em  relação  ao  produto  (BAXTER, 
1998). Para outras explicações acessar: <http://www.kanomodel.com/>.   

11
incluídos  no  produto,  mais  prazer  será  proporcionado.  Mais  fatores  de  excitação 
maior será o destaque do produto. 
 
• Atendimento aos fatores de performance 
A performance aumenta a satisfação dos consumidores, mas não tanto quanto os 
fatores de excitação. Caso o produto alcance certo nível de performance ou seja, 
desempenho exigido ou esperado pelos consumidores, o melhor a fazer é investir 
no fator de excitação. 
 
Exemplos: 
 
Na  década  de  80,  surgem  os  primeiros  micros  portáteis  motivo  para  excitação  dos 
consumidores.  Nos  anos  90,  os  micro  computadores  deixaram  de  ser  motivos  de 
excitação  para  tornarem‐se  motivo  de  performance  e  neste  novo  século,  XXI,  é 
definitivamente um objeto considerado básico. 
 
Baxter (1998) diz: “A criação da qualidade em um produto depende, portanto, de um 
balanceamento adequado entre o atendimento das expectativas do consumidor e uma 
quantidade pequena de excessos.” 
 
 

12
3. Potencializando o Desenvolvimento de Novos Produtos 
 
Aumentar as chances do produto pode depender de como o processo projetual 
será  tratado  pela  empresa  desenvolvedora.  Estudos  realizados  nos  Estados  Unidos, 
Inglaterra  e  Canadá  indicam  a  possibilidade  de  potencialização  se  algumas  relações 
entre os setores forem aprimorados (BAXTER, 1998) (Figura 8).  
 
    Fatores de Sucesso     
Forte orientação para o    Planejamento e especificação    Fatores internos à empresa 
mercado  prévia 
Benefícios  significativos  para    O  produto  deve  ser  definido    Excelência  técnica  e  de 
os consumidores  com precisão;  marketing; 
Valores  superiores  para  os  Especificado  detalhadamente  Cooperação  entre  técnica  e 
consumidores  antes do desenvolvimento.  marketing. 
Fonte: Adaptado de Cooper (1993, apud BAXTER, 1998). 
Figura 8. Fatores de sucesso no desenvolvimento de novos 
 
Segundo  Baxter  (1998)  para  atingir  o  sucesso,  a  equipe  de  projetistas  e  o  próprio 
produto, deverão estar aptos a atender alguns aspectos, como: 
 
• Melhor qualidade entre os concorrentes. 
 
Orientação   • Mais  valor,  5,3  vezes  mais  chances  de  sucesso  do  que  aqueles 
para o mercado  ordinariamente considerados diferentes. 
 
 
• Os  estudos  de  viabilidade  técnica  e  econômica  antes  do  desenvolvimento 
tinham 2,4 mais chances de sucesso. A viabilidade técnica deve abranger a 
disponibilidade de matérias, componentes, processos produtivos e mão‐de‐
Estudos de  obra  qualificada,  enquanto  a  viabilidade  econômica  refere‐se  aos 
investimentos necessários, aos custos e ao retorno esperado.  
Viabilidade e   
Especificação  • Definir  criteriosamente  as  funções  do  equipamento,  dimensões,  potências, 
consumo, manutenção entre outros, tem 3,3 vezes mais chances de alcançar 
resultados positivos. 
 
• Qualidade nas atividades técnicas associadas aos novos produtos aumentará 
as  chances  em  2,5  vezes  e  quando  a  equipe  técnica  é  adequada  às 
necessidades  do  desenvolvimento  do  novo  produto  aumentam  as  chances 
Qualidade do 
para  2,8  vezes.  Entrosamento  entre  Marketing  e  a  equipe  de 
Desenvolvimento  Desenvolvimento  as  chances  aumentam  em  2,3  vezes.  E,  se  o  nível  de 
entrosamento  dos  departamentos  de  Marketing  e  técnicos  for  de  forte 
cooperação as chances ampliam‐se para 2,7 vezes. 

13
4. Funil de Decisões 
 
O  Funil  de  Decisões  é  uma  maneira  gerencial  de  se  analisar  as  abordagens  a 
serem tomadas pelos desenvolvedores e gestores de produtos. Funciona top down, a 
cada nível, na descendente, aproxima‐se dos objetivos de se atingir um produto com 
grande certeza de penetração no mercado consumidor (Figura 9). 
 
Altos Riscos, Grandes Incertezas   
 
Inovar? Sim, Não. 
Estratégia de Negócios 
Todas as oportunidades de inovação possíveis 
Melhor oportunidade de negócios 
Todos os produtos possíveis 
Melhor oportunidade do produto 
Todos os conceitos possíveis 
Melhor conceito 
Todas as configurações possíveis 
Melhor configuração 
Todos os detalhes possíveis 
Protótipo 
Novo Produto 
 
Baixo custo, Mínima incerteza 
Fonte: Baxter (1998). 
Figura 9. Funil de Decisões. 
 
 
“Quando a incerteza for alta, faça apostas baixas; se a 
incerteza diminuir aumente o valor das apostas”.  
(COOPER, 1993, apud BAXTER, 1998). 
 

14
5. Matriz de Ansoff 
 
Seguindo  os  mesmos  princípios,  a  Matriz  de  Ansoff  (Figura  10)  ajuda  a 
identificar  oportunidades  de  crescimento  nas  unidades  de  negócio  de  uma  empresa. 
Segundo Carvalho (2011): 
A partir de dois vetores (produtos e mercados), cada qual com duas 
alternativas (existentes e novos), com base nesta matriz as decisões 
tomadas se preocupam especificamente com a seleção dos produtos 
que  as  empresas  produziram  e  dos  mercados  que  as 
comercializaram.  
 

Componentes do Vetor de Crescimento 
PRODUTOS 
  Tradicionais  Novos 
Tradicionais 

Penetração do Mercado  Desenvolvimento do Produto 
MERCADOS 

Novos 

Desenvolvimento do Mercado  Diversificação 

Fonte: Gonçalves (2010). 
Figura 10. Matriz Ansoff. 
 
A  partir  desse  conceito  há  uma  possibilidade  de  se  prever  o  crescimento  e  o 
rumo dos novos negócios, e a partir disso, a sustentabilidade futura da empresa. Para 
isso, é necessário que 4 alternativas sejam consideradas (CARVALHO, 2011):  
• Penetração de Mercado; 
• Desenvolvimento de Mercado 
• Desenvolvimento de Produtos 
• Diversificação Pura. 
 

15
5.1. Penetração do Mercado  
 
Tem  por  propósito  fidelizar  os  clientes  com  os  produtos  existentes,  ou  seja, 
aumentar sua participação no mercado, ou seja o Market Share.  
Segundo  Ansoff  (1990,  apud  GONÇALVES,  2010)  e  Aaker  (2001,  apud  GONÇALVES, 
2010):  
A penetração de mercado indica a direção de crescimento por meio 
do aumento na participação nos mercados atuais para os produtos já 
existentes. Isso pode ser conseguido, por exemplo, aumentando‐se a 
freqüência  no  uso  do  produto,  ou  aumentando‐se  a  quantidade 
consumida, ou encontrando‐se novas aplicações do produto para os 
atuais usuários. 
 
• Desenvolvimento do Mercado 
Inserção dos negócios e produtos em novos mercados, ou a retomada de alguma 
região  que  se  tenha  deixado  de  explorar  comercialmente,  mas  sem 
necessariamente desenvolver novos produtos. Um bom exemplo é o e‐commerce, 
pois atinge diferentes mercados e reforça as áreas já atendidas e em alguns casos, 
com vantagens. 
 
• Desenvolvimento do Produto  
Estratégia  importante  para  as  empresas  que  se  colocam  diante  de  seus  clientes 
como  aquelas  que  estão  constantemente  atualizando  seu  portifólio  de  produtos, 
criando  novos  produtos  ou  realizando  melhorias  através  do  embarque  de  novas 
tecnologias  nos  produtos  existentes  (ANSOFF,  1991;  AAKER,  2001,  apud 
GONÇALVES, 2010). 
 
• Diversificação  
Segundo Carvalho (2011) é uma atividade considerada de alto risco, pois tem como 
conceito fundamental estratégia da inovação e da criatividade. A empresa apóia‐se 
em  sua  credibilidade  e  diante  de  eventuais  fracassos  é  necessário  desvincular  o 
produto da empresa. 
 
 
Segundo  Ansoff  (1990,  apud  GONÇALVES,  2010)  e  Aaker  (2001,  apud  GONÇALVES, 
2010): 
A  diversificação  é  especial,  pois  tanto  os  produtos,  quanto  os 
mercados  são  novos  para  a  empresa.  A  diversificação  pode  ser 
relacionada ou não relacionada. Na diversificação relacionada, pode‐
se  promover  o  intercâmbio  ou  compartilhamento  de  ativos  ou 
competências  ‐  marca,  habilidades  de  marketing,  capacidade  de 
vendas,  habilidades  de  fabricação,  ou  ainda  buscar  economias  de 
escala.  Na  diversificação  não‐relacionada,  pode‐se  buscar  a 
integração  vertical,  benefícios  tributários,  ou  obter  um  alto  retorno 
sobre investimentos. 
 
 
Segundo Gonçalves (2010) há um elo comum evidente entre as três primeiras 
alternativas,  representado  pelo  conjunto  de  potencialidades  de  marketing,  pela 

16
tecnologia do produto, ou ambos. Já na diversificação, o elo comum é menos evidente 
e certamente mais fraco (ANSOFF, 1990). 

17
6. Desdobramento da Qualidade (Casa da Qualidade) ‐ QFD 5 
 
Através  da  Casa  da  Qualidade  é  possível  estabelecer  relações  entre  as 
demandas apresentadas pelos usuários e os requisitos projetuais. É possível, também, 
analisar  possíveis  inadequações  e  os  aspectos  mais  críticos  da  relação  usuário  x 
projeto.  Conforme  ROZENFELD  et  al.  (2006)  para  estabelecer  parâmetros  avaliativos 
pode‐se empregar o Levantamento de Similares como fonte de informação qualitativa, 
dimensional, funcional, entre outros (Figura 11). 
 
Segundo Rozenfeld et al. (2006) o QFD permite: 
 
mudanças de projeto. 
ciclo de projetos. 
Reduzir  
custos iniciais da operação, start‐up. 
reclamações de garantia. 
Planejar   garantia de qualidade mais estável. 
integração e comunicação da equipe desenvolvedora do 
produto ‐ Marketing, Engenharia, Design. 
Favorecer  
Potencializando em 2,8 vezes as chances de sucesso do 
produto. 
Traduzir   desejos dos clientes, geralmente pouco específicos e 
  quantitativos – mensuração. 
Identificar   atributos de valor e qualidade ao produto. 
características a serem destacadas em detrimento de 
Estabelecer  
outras. 
Fonte: Rozenfeld et al. (2006). 
Figura 11. Benefícios da aplicação da Casa da Qualidade. 
 
6.1. Aplicação da Casa da Qualidade 
 
Segundo  Cheng;  Melo  Filho  (2007):  “QFD  possui  forte  potencial  inerente  ao 
método que é de ouvir, traduzir e transmitir, de forma priorizada, a voz do cliente para 
dentro  da  empresa”.  Ou  seja,  parte‐se  das  necessidades  do  consumidor  para  se 
estabelecer parâmetros técnicos. 
 
Na sequência, afirmam Cheng; Melo Filho (2007): “QFD é um método indutor 
da  busca  e  da  integração  de  conhecimentos  das  áreas  funcionais  da  empresa,  como 
também de métodos e técnicas de alta relevância para o processo de robustecimento 
do SDP 6  da empresa”. 
 

5
 Quality Function Deployement: Desdobramento da Função Qualidade (CHENG; MELO FILHO, 2007). 
6
 Nota do autor: SDP ‐ Sistema de Desenvolvimento de Produto. 

18
Imagine  o  desafio  de  se  desenvolver  um  pneu  para  carros  esportivos  da 
Fórmula  1  (Figura  12).  Diferentemente  do  pneu  comum,  o  produto  requer 
caracterísitcas bem definidas como: resistencia a grandes esforços (atrito, velocidade e 
força  G),  altas  temperaturas,  além  de  apresentar  configurações  diferentes  em  suas 
ranhuras para adequação as condições do tempo. 
 

 
Fonte: Abra los Ojos 7  (2009). 
Figura 12. Pneus para veículos da Fórmula 1, para cada situação. 
 
Para que isso aconteça temos: 
• uso de novos compósitos, desenvolvimento de materiais; 
• alteração  no  processo  de  produção,  por  exemplo:  aumento  da  temperatura  na 
produção do pneu; 
• hidrodinâmica. 
 
Para  que  uma  empresa  consiga  integrar  os  interesses  técnicos  aos  interesses 
dos  usuários,  neste  caso:  pilotos,  engenheiros,  mecânicos  e  colaboradores,  o  QFD 
poderá colaborar neste planejamento e análise. 
 
Pelo menos quatro estágios são necessários para estabelecer um planejamento de um 
produto segundo Baxter (1995) (Figura 13): 
 
• Desenvolvimento  de  uma  matriz  para  converter  as  características  desejadas  pelos 
consumidores em atributos técnicos; 
• Ordenação  e  taxionomia  dos  produtos  existentes  do  mercado  quanto  ao 
atendimento às satisfações dos consumidores; 
• Metas quantitativas para cada um dos atributos que se procura estabelecer; 
• Priorização das metas para orientar os esforços do novo projeto. 
 

7
 ABRA LOS OJOS.  Que tipo de empresa FI é sua empresa, 2009. Disponível em: <http://www.bing.com/images/search?q=pneu+ 
da+F1&view=detail&id=8BE99CEF48B13BE13D1CB36949C88198024B5B52&first=1&FORM=IDFRIR>. Acesso em: 20 abr. 2011. 

19
 
Fonte: Baxter (1995). 
Figura 13. Matriz da Casa da Qualidade. 
 
Podemos compreender os níveis da Casa da Qualidade através de suas áreas de 
interação (Figura 14).  
 

Fonte: Baxter (1998).  
Figura 14. Níveis da Casa da Qualidade, QFD. 
 

20
6.2. Conversão das necessidades do consumidor  
 
Empresa  fabricante  de  sistemas  destinados  a  fixação  de  folhas  de  papel  em 
quadro  de  aviso  deseja  redefinir  seu  produto,  considerando  os  concorrentes  e  as 
requisições  do  mercado.  Para  tanto,  após  levantamento  realizado  pelo  Marketing, 
informações  críticas  foram  disponibilizadas  ao  setor  de  desenvolvimento  de  produto 
(Figura 15). 
 
Nível Primário  Nível Secundário  Nível Terciário 
1.1. Produto deve ser  1.1.1. Deve possuir 
proporcional  dimensões adequadas a pega 
fina 
1. Produto deve ser de fácil 
1.1.2. Deve ser fácil de 
penetração 
manejar 
1.2. Deve ser afiado  1.2.1. Deve oferecer pouca 
resistência na penetração 
2.1. Produto deve estar apto  2.1.1. O pino não deve dobrar 
a diferentes superfícies  2.1.2. Possuir conexões fortes 
2. Produto deve ser 
entre os subsistemas  
resistente  
2.2. Deve ser resistente  2.2.1. Deve resistir ao suor 
quimicamente 
3.1. Produto deve ter preço  3.1.1. Deve ter mais valor 
3. Produto deve ser barato  compatível aos concorrentes 

Figura 15. Qualidades exigidas pelos consumidores: 
 
Tendo  as  qualidades  exigidas  em  mãos  devemos  pensar  nas  questões  possíveis  que 
poderão viabilizar o atendimento aos requisitos (Figura 16).  

 
 Fonte: Baxter (1998). 
Figura 16. Conversão das necessidades dos usuários e seus parâmetros de importância. 

21
6.3. Análise dos produtos concorrentes 
 
Primeiramente,  os  consumidores  farão  uma  análise  crítica  dos  produtos 
concorrentes,  usando  parâmetros  de  suas  experiências.  Na  sequência,  a  equipe  de 
desenvolvimento  de  produto  avalia  os  produtos  concorrentes  de  acordo  com  os 
requisitos técnicos do projeto.  
 
Dois  produtos  diferentes  e  concorrentes  serão  comparados  ao  produto 
fabricado pela empresa hipotética. A partir disso, foi estabelecida uma Escala do Tipo 
Likert 8 , de 1 a 5, para quantificar o desempenho, sendo o peso 5 indicativo de maior 
importância (Figura 17). 
 
 

Fonte: Baxter (1998). 
Figura 17. Produtos concorrentes em comparação com o produto da própria empresa. 
 
 
 

8
  ESCALAS  DE  LIKERT,  segundo  Brandalise  (2005):  As  escalas  de  Likert,  ou  escalas  Somadas,  requerem  que  os 
entrevistados  indiquem  seu  grau  de  concordância  ou  discordância  com  declarações  relativas  à  atitude  que  está 
sendo medida. Atribui‐se valores numéricos e/ou sinais às respostas para refletir a força e a direção da reação do 
entrevistado à declaração. [...] As escalas podem ir, por exemplo, de 1 a 5, de 5 a 1, ou de +2 a ‐2, passando por 
zero.  [...]  A  pontuação  total  da  atitude  de  cada  respondente  é  dada  pela  somatória  das  pontuações  obtidas  para 
cada afirmação. 

22
6.4. Fixação das metas quantitativas  
 
Os  produtos  foram  comparados  de  acordo  com  as  qualidades  exigidas  pelos 
consumidores.  A  comparação  se  dá  de  forma  técnica  e  através  de  procedimentos 
capazes de quantificar as características (Figura 18), como: resistência e desempenho 
de cada produto (Figura 19). 
 
  Produto da  Concorrente 1  Concorrente 2  Meta fixada 
empresa 
Diâmetro da cabeça  7 mm  10,5 mm  8,5 mm  >10 mm 
Diâmetro do Pino  1,1 mm  0,8 mm  0,9 mm  0,8 mm 
Junção cabeça e pino  55 N  70 N  75 N  > 75 N 
Ponta do pino  0,2 mm  0,1 mm  0,15 mm  < 0,1 mm 
Fonte: Baxter (1998). 
Figura 18. Quantificação das características técnicas dos produtos. 
 
 

Fonte: Baxter (1998). 
Figura 19. Metas propostas x resultados obtidos mediante a comparação dos produtos. 
 
 

23
6.5. Priorização das Metas 
 
Após a fixação das metas devemos saber quais itens são mais importantes para 
os  consumidores  dentre  aqueles  requeridos.  Ou  seja,  quanto  de  esforço  eu  devo 
dispor para resolver cada um dos requisitos solicitados pelos consumidores. 
Vejamos a priorização definida pelos consumidores: 
 
Neste exemplo, avaliações de 0 a 10 foram atribuídas aos requisitos, identificando suas 
prioridades. 
• Facilidade de penetrar = 6; 
• Pino sem dobrar = 3; 
• Preço baixo = 8. 
 
Para completar o cálculo foram atribuídos valores para as forças Positivas e Negativas 
(Figura 20): 
 

Fonte: Baxter (1998). 
Figura 20. Relação entre força e peso. 
 
Exemplo de cálculo de importância do requisito diâmetro da cabeça (Figura 21). 
 
Requisitos do Projeto – Item nº. 1 / Diâmetro da cabeça 

Avaliação do Requisito do  Relação entre requisito do 
consumidor,   consumidor nº. 1 e o requisito  Q 
item nº. 1 = 6    do projeto nº. 1  Positiva Fraca = 3 
(Facilidade de Penetrar) 

Avaliação do requisito do  Relação entre requisito do 
consumidor,  
item nº. 3 = 8 
consumidor nº. 3 e o requisito 
do projeto nº. 1 

Negativa Forte = ‐9 
(Baixo preço) 

Avaliação da importância  Soma dos produtos entre as avaliações do consumidor e 
para o requisito do  os requisitos do projeto. 
projeto item nº. 1.  (6x3) + (8x‐9) = ‐54. 
Fonte: Baxter (1998). 
Figura 21. Resultados parciais. 
 

24
Os resultados (Figura 22) terão a indicação isenta de influências de algum 
membro isolado do projeto. Podemos perceber que prioritariamente as principais 
coisas que devem merecer investimentos e esforços são: 
• ponta Afiada do pino; e (30 pontos positivos, 1ª colocada) 
• fortalecimento da junção cabeça‐pino. (27 pontos positivos, 2ª colocada). 
 

 
Fonte: Baxter (1998). 
Figura 22. Resultados. 
 
 
 
 

25
7. Metas de Qualidade 
 
Segundo Baxter (1998) as metas de qualidade começam a partir da elaboração 
dos  objetivos  comerciais  passando  pelas  metas  técnicas  até  chegar  a  especificação 
para a produção (Figura 23). 
 
Metas de Qualidade  
Especificação 
Objetivos  Metas 
    Para a 
Comerciais  Técnicas 
Produção 
Fonte: Baxter (1998). 
Figura 23. Metas da Qualidade. 
 
7.1. Exigências dos consumidores (Demandas) 
 
• Aparência ou função do produto (características básicas que devem fazer parte 
do produto); 
• Viabilidade comercial (vista sob a ótica do cliente); 
• Atendimento  a  normas  legais  (ruídos,  reciclagem,  consumo,  poluição  e 
segurança); 
• Atendimento  as  exigências,  do  consumidor,  no  ato  da  compra  (Caneta:  testar 
para ver o funcionamento e as circunstâncias); 
• Design (conceito, estilo, cor, acabamento...). Estes itens podem ser considerados 
demandas  para  determinados  nichos  sócio‐econômicos,  mercado  e  produtos. 
Contudo,  em  outras  situações  podem  ser  considerados  apenas  desejos  que 
poderão ser ou não atendidos. 
 
As  exigências  nas  especificações  dos  projetos  podem  ser  entendidas  como 
condições  obrigatórias  do  controle  de  qualidade  e  se  durante  o  desenvolvimento  do 
produto,  algumas  destas  especificações  não  forem  atingidas,  o  produto  deverá  ser 
descartado 9 . 
 
7.2. Exigências dos desenvolvedores (Desejos) 
 
• Diferenciação dos produtos oferecidos no mercado; 
• Adição de valores intangíveis ao produto; 
• Redução de componentes e subsistemas, simplificação da montagem 
(Engenharia); 
• Usabilidade, desempenho ergonômico e materiais alternativos (Desenho 
Industrial); 
• Acréscimo de subsistemas tornando o produto multifunção (Marketing); 
 

9
  Descarte  do  Produto.  Quanto  antes  os  produtos  inadequados  forem  eliminados,  maiores  serão  as  chances  de 
economia. Esta condição pode ser percebida, tanto na etapa de Geração de Idéias quanto no momento do processo 
de  produção.  Baxter  (1998)  diz  que:  “Paradoxalmente,  o  principal  indicador  de  um  bom  procedimento  de 
desenvolvimento  de  novos  produtos  é  justamente  a  quantidade  de  novas  idéias  rejeitadas  e a  rapidez  que  isso  é 
feito”. 

26
O  número  de  desejos  atendidos  pode  funcionar  como  indicador  de  qualidade  do 
produto. Ou seja, uma medida de valor que se adiciona ao produto ultrapassando os 
requisitos considerados básicos.  
 

27
8. Metas do desenvolvimento de produtos 
 
Estabelecer metas (Figura 24) não é uma tarefa difícil, contudo, sua verificação 
e  acompanhamento  sim.  Desta  forma,  estabeleça  metas,  mas  verifique  se  existem 
possibilidades de se atingir as propostas.  
 
Para facilitar o processo de estabelecimento de metas defina um método de análise, 
ou seja, verifique quais as metas não podem deixar de serem atendidas e como serão 
acompanhadas para que sejam plenamente inseridas no produto.  
 
8.1. Metas de desenvolvimento de produtos 
 
 
Seleção  Especificação 
Método  Metas propostas  Ideias  (especificação do  Para a 
projeto)  Produção 
 
Fonte: Baxter (1998). 
Figura 24. Sequência para se estabelecer metas para o desenvolvimento do produto. 
 
Informações  principais  e  as  relações  de  dependências  entre  as  atividades  da  fase  do 
Projeto Conceitual (Figura 25). 
 
 
Atualizar o Plano do 
Especificações‐Meta   
Projeto Conceitual 
 
Modelar  Desenvolver princípios de 
  funcionalmente  solução para as funções 
  Projeto 
Conceitual 
 
Desenvolver as 
  alternativas de solução
 
Definir a 
  Concepção do Produto  arquitetura 
Integração dos princípios de solução 
  (para atender a função total do 
Definir parcerias de  
  produto); 
  Definir a  Analisar  Co‐desenvolvimento 
ergonomia e  SSCs 
  • Arquitetura do produto;  estética 
 
  • Concept, layout e estilo do  Definir plano  
macro processo 
  Produto; 
Selecionar 
 
concepções 
  • Macroprocesso de fabricação e  alternativas  Avaliar  Documentar as 
    montagem;  Fase  decisões 
tomadas e 
  • Lista inicial dos SSCs.  Monitorar  registrar lições 
aprendidas 
  viabilidade  Aprovar 
Modelo conceitual do  econômica  Fase 
 
produto 
 
Fonte: Rozenfeld et al. (2006). 
Figura 25. SSCs é um acrônimo para: sistemas, subsistemas e componentes. 

28
9. Modelar Funcionalmente o Produto 
 
Permite  ao  desenvolvedor  de  produto  propor  e  descrever  um  novo  projeto, 
ainda em situação análoga e abstrata.  
  “Os  modelos  funcionais  permitem  que  o  produto  seja  representado 
por  meio  das  suas  funcionalidades,  ou  seja,  por  meio  das  suas 
funções – tanto aquelas realizadas externamente ao produto em sua 
interação  com  o  ambiente  quanto  as  funções  internas  ao  produto, 
realizadas pelas suas partes.” (ROZENFELD et al. 2006, p. 237). 
 
Visão geral > Plano Abstrato > Soluções melhores 
 
As  funções  de  um  produto  (Figura  26)  descrevem  as  capacidades  de 
desempenho  em  atendimento  as  especificações.  Segundo  Otto;  Wood  (2001,  apud 
ROZENFELD,  2006)  a  modelagem  funcional  apresenta  vantagens  por  permitir  que  os 
esforços  concentrem‐se  sobre  ‘o  quê’  deva  ser  realizado  com  o  apoio  de  um  novo 
conceito  e  não  ‘como’  será  realizado.  Apoiado  nas  requisições  provenientes  dos 
usuários  /  clientes.  A  criatividade  torna‐se  mais  eficiente  quando  os  problemas  são 
decompostos  em  partes  e  desta  forma,  as  soluções  podem  ser  sistematizadas  e 
atendidas. 
 
9.1. Funções do Produto 
 
Funções do Produto 
Funções Técnicas  Funções Interativas 
Funções  Funções Operativas  Funções  Funções Comunicativas 
Estruturais  Funções de  Funções  Ergonômicas Funções  Funções 
transformações  Adicionais  Sintáticas  Semânticas 
Fonte: Rozenfeld et al. (2006). 
Figura 26. Funções dos produtos. 
 
9.2. Modelagem funcional  
 
Para  representação  da  modelagem  funcional  pode‐se  utilizar  representações 
gráficas denominadas (Diagrama de Blocos) de árvores de funções (Figura 27).  
 
Entradas e saídas > Estados do sistema 
 
 
Energia    Energia 
Material  Função Total  Material 
Sinal    Sinal 
Fonte: Rozenfeld et al. (2006). 
Figura 27. Modelagem funcional. 
 
Para  estabelecer  a  Função  Total  deve‐se  analisar  os  requisitos  funcionais 
contidos na lista de especificações–meta do produto. Segundo Gomes; Ferreira (1997, 
apud ROZENFELD, 2006) pode‐se especificar da seguinte maneira (Figuras 28 a 31): 
29
 
• localizar, dentre as especificações‐meta, aquelas que dizem respeito às funções 
do produto. 
• detectar,  nessas  especificações  funcionais,  as  principais  entradas  e  saídas  do 
sistema em termos de fluxos de energia, material e sinal. 
• estabelecer os estados das principais entradas e saídas; 
• detectar,  dentre  os  fluxos  listados,  quais  os  fluxos  principais  de  entrada  e  de 
saída do sistema; 
• do relacionamento entre os fluxos principais de entrada e de saída do sistema (e 
de seus estados), tentar expressar a função total em termos de um par verbo + 
substantivo. 
• representar os dados em forma de um diagrama de blocos. 
 
 
Energia      Energia 
Material Sinal  Função Total  Material 
Sinal 
         
       
 
Energia 
 
Material Sinal 
 
 
 
Fonte: Rozenfeld et al. (2006). 
Figura 28. Desdobramento da Função total em funções mais simples. 
 

Energia      Energia 
Sabão    Roupa 
Roupa Suja    Limpa 
Água Limpa    Água suja 
Informação (grau   
de lavagem) 
 
Fonte: Rozenfeld et al. (2006). 
Figura 29. Fronteira do Sistema. 
 

30
 
     
Energia            Energia 
Sabão  Roupa 
Roupa Suja  Molhar  Esfregar  Enxaguar  Secar  Limpa 
Água Limpa  roupas  roupas  roupas  roupas  Água suja 
Informação 
(grau de lavagem) 
     
 
Fonte: Rozenfeld et al. (2006). 
Figura 30. Primeiro desdobramento da função total ‘lavar roupas’. 
 
 
Água Limpa     
Sabão  Misturar água e     
  sabão 
     
      Energia 
  Roupa 
Roupa Suja  Molhar  Esfregar  Enxaguar  Secar  Limpa 
roupas 
  roupas 
  roupas 
  roupas 
  Água suja 
 
 
                     
Energia    Produzir  Alternar     
movimento 
  movimento 
       
 
     
Informação     
(grau de 
lavagem) 
 
Fonte: Rozenfeld et al. (2006). 
Figura 31. Estrutura de funções para lavar roupas. 
   
 

31
10. Associação e Percepção Estética. 
 
Objetos  desempenham  a  mesma  função  com  qualidades  iguais  e  podem 
possuir  preço  muitas  vezes  maior  em  função  da  associação  e  percepção  estética  dos 
usuários. 
 
Exemplo: 
Uma  caneta  plástica,  comum,  pode  custar  para  o  consumidor  final  R$1,80,  já  uma 
caneta  carregada  de  conceito  estético,  aparência  destacada  e  materiais  que  se 
apresentem de maneira mais nobre poderão sair, para o consumidor, por não menos 
que  R$180,00.  A  valorização  do  objeto  pode  estar  apoiada  em  novos  conceitos 
tecnológicos,  nos  materiais  empregados,  na  usabilidade  e  ao  design  que, 
desejavelmente, reúne todos os itens anteriores (Figura 32). 
 

 
Figura 32. Canetas com modelos diferentes fazem a mesma coisa. 
 
A  relação  entre  preço  e  valores  estará  diretamente  associado  às  estratégias  de 
marketing condicionadas ao ambiente de mercado em que o produto estará inserido. 
 
Exemplo: C < P < V 
 
C = Custo 
P = Preço 
V = Valor 
 
O custo, C, é o quanto se gasta produzindo o bem material; o P, preço é o quanto a 
empresa fabricante irá cobrar pelo bem e valor, V, é o quanto o cliente acha que vale o 
bem. Assim, para a empresa ter o retorno adequado o C não pode ser maior que P e o 
P não pode ser maior que o V: 
 
Exemplo: C > P > V, este resultado impede o sucesso comercial de um produto. 
 
O  design  é  uma  das  ferramentas  principais  para  se  atingir  o  V  exatamente  por  estar 
diretamente associado ao que o cliente pode achar ou não sobre a justa quantia a ser 
paga por um produto. 
 

32
Para  um  determinado  produto  atingir  o  sucesso  pode‐se  organizar  os  requisitos  da 
seguinte maneira (Figura 33): 
 

 
 
Figura 33. Pirâmide dos sistemas envolvidos no Desenvolvimento de Produtos. 
 
As  relações  entre  as  fases  técnicas  indicadas  na  pirâmide  podem  ser  melhor 
percebidas através diagrama (Figura 34): 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 34. Detalhamento do processo. 
 

33
 
Figura 35. Personalidade do Produto. 
 
A análise da personalidade do Produto (Figura 35) sugere de percebemos o objeto 
através de suas características sejam elas:  
• materiais empregados; 
• forma; 
• textura; 
 
ou a associação que fazemos entre características (Figura 36). 
 
Atributos e oposições perceptíveis nos produtos 
Agressivo  Passivo Extravagante  Austero
Barato  Caro Feminino  Masculino
Clássico  Tendência Formal  Informal
Clínico  Amigável Feito a mão  Produto seriado
Inteligente  Bobo Honesto  Decepcionante
Comum  Exclusivo Humorístico  Sério
Decorado  Enxuto Informal  Formal
Delicado  Rústico Irritante  Amável
Descartável  Permanente Maduro  Juvenil
Elegante  Sexy Nostálgico  Futurístico
Entediante  Excitante    
Figura 36. Percepções dos produtos. 

 
Análise das características do consumidor 
Contexto    
(Uso, ambiente, condições).   
Materiais e Processos (Tecnologia   
disponível).   
Usabilidade    
(Personalidade).   
Figura 37. Complete com a proposta do seu produto. 
 

34
11. Desenvolvimento da arquitetura 
 
É o planejamento de como o produto irá se constituir mediante as características 
funcionais, formais e de uso.  
 
Segundo Rozenfeld et al (2006, p.259): 
 
  O desenvolvimento da arquitetura de um produto envolve a divisão e 
identificação  dos  sistemas,  subsistemas  e  componentes  individuais, 
sua localização e orientação. A arquitetura de  um  produto pode  ser 
classificada em: modular e integral. 
 
11.1. Arquitetura Modular 
 
Tem por característica a existência de sistemas bem definidos e baixa relação entre si. 
 
Exemplo: uma linha de facas pode apresentar um único cabo para diferentes sistemas 
de lâminas. Assim, teremos os módulos: ‘cabo’ e ‘lâmina’. 
 

 
 
Figura 38. Conjunto de facas. 
 
Arranjos  modulares  permitem  alterações  em  seus  projetos  de  forma  independentes. 
Pode‐se  alterar  o  modelo  do  cabo  da  faca  sem  que  se  altere  o  projeto  das  lâminas 
(Figura 37). 
 

35
12. Arquitetura Integral 
 
Caracteriza‐se por apresentar integração dos sistemas modulares, ou seja, existe uma 
grande  relação  entre  eles.  Para  se  obter  uma  determinada  função  é  necessária  a 
distribuição  das  funções  entre  vários  conjuntos  de  componentes,  além  de  exigir  a 
combinação entre si (Figura 38).  
 
Quando  o  produto  apresenta  características  propícias  a  modulação  tende  a 
apresentar‐se  como  a  melhor  possibilidade  de  arranjo  dos  seus  sistemas  funcionais. 
Produtos  mais  complexos  tendem  a  exigir  arquiteturas  integrais,  pois  apresentam 
funções  distribuídas  em  vários  conjuntos  de  componentes  e  as  interações  entre  os 
componentes são mal definidas (ROZENFELD et al. 2006, p. 259). 

 
Fonte: Telecel (2011). 
Figura 39. MP4, produto de arquitetura integral. 
 
12.1. Definição da arquitetura 
 
A  escolha  entre  os  diferentes  modelos  de  arquitetura  passa  pela  estratégia  definida 
para  o  produto,  ou  seja,  se  os  objetivos  definidos  são  para  um  produto  tenha  como 
característica  de  bem  durável  e  baixa  ou  nenhuma  manutenção  a  proposta  mais 
adequada pode ser a arquitetura integral. 
 
Rozenfeld et al. (2006, p 259) apresenta algumas razões para alteração dos produtos: 
 
• atualizações; 
• adições; 
• desgastes de componentes; 
• consumo de materiais; 
• flexibilidade no uso e 
• re‐uso. 
 
Para  estas  razões  a  arquitetura  modular  é  mais  indicada,  pois  atua  de  maneira  a 
minimizar  as  modificações  necessárias  para  se  obter  uma  modificação  funcional  do 
produto, como por exemplo, funcionamento inadequado de um dos sistemas. 
 
A  modularidade  pode  ser  vista  como  uma  propriedade,  ou  seja,  um  produto  poderá 
exibir  mais  ou  menos  modulação  dos  seus  sistemas,  como  afirma  (ROZENFELD  et  al. 
2006, p. 260). 

36
 
12.2. Tipos de modularidade 
 
Segundo Ulrich; Tung (1991, apud ROZENFELD et al. 2006, p. 260) o aproveitamento da 
padronização  de  componentes  para  a  obtenção  de  variedade  de  produtos  permite  a 
classificação de cinco tipos de modulação (Figura 39). 
 
Modularidade – permuta de componentes. Duas ou 
mais alternativas de componentes sobre a mesma 
plataforma de um produto básico. Permite a criação 
de uma variedade de produtos da mesma família. 
Ex.: CPU, som automotivo e residencial. 
 
Modularidade – compartilhamento de 
componentes. 
Padronização de componentes, de forma 
semelhante a permuta de componentes, mas o 
elemento que se repete não é o principal sistema, 
pois apresenta uma função complementar e não 
determinante. 
Modularidade – adaptação à variedade. 
Emprega‐se este tipo de sistema quando se 
necessita de elementos padronizados associados a 
outro componente que pode variar dimensões 
como: terminais elétricos associados aos cabos de 
diferentes comprimentos. 
 
Modularidade através de barramento. 
Capacidade que o componente tem de permitir a 
conexão de diferentes sistemas mediante um 
mesmo ‘berço’ que os integre – elemento de 
conexão. Além de permitir uma variedade e 
quantidade no posicionamento dos componentes 
anexados. Por exemplo: sistemas de racks utilizados 
na montagem de estações comunicação e trilhos 
para gavetas. 
 
Modularidade seccional. 
Arbitrariedade dos elementos que podem ser 
unidos. Exemplo: tubulações, móveis e Lego. 

Fonte: Rozenfeld et al. (2006) 
Figura 40. Tipos de modularidade. 
 

37
13.  Matriz Indicadora de Módulos 
 
A  MIM  permite  correlacionar  os  componentes  e,  a  partir  disto,  perceber  quais 
elementos terão maior potencial para a Modularização. A ferramenta baseia‐se em 12 
diretrizes relacionadas às razões pelas quais um produto deveria ser modularizado. As 
diretrizes  são  critérios  que  contemplam  todo  o  ciclo  de  vida  do  produto.  Assim, 
podem‐se  correlacionar  as  funções  desempenhadas  pelo  produto,  atribuindo‐se 
valores  a  cada  relação.  Os  resultados,  com  maior  valor,  tenderão  a  modularização, 
bem como os grupos de funções que apresentarem forte relacionamento com alguma 
diretriz (Figura 40). 
 

Grupo de
funções com
forte
relacionamento
podem ser
modularizados.

Maior
somatório,
maior
possibilidade
de
modularização.

 
Fonte: adaptado de Rozenfeld et al. (2006, p. 261). 
Figura 41. Exemplo esquemático. 
 

38
13.1. Diretrizes de Modularização 
 
 
 
 
 

A integração entre os sistemas, subsistemas e componentes pode definir‐se por 
meio de interfaces fixas, móveis ou serem um meio de transmissão. Desta maneira 
atribuem ao produto grande flexibilidade no intercâmbio dos sistemas, subsistemas e 
componentes durante o processo de montagem (Figura 41).  
 
 

Desenvolvimento  Multiaplicativo "Carry‐ Uma função pode ser um módulo separado em que a 


de produtos  Over"  solução tecnológica atual poderá ser levada para uma nova 
geração ou família de máquinas. 

  Evolução tecnológica  Uma função pode ser um módulo único se essa possuir 
  uma tecnologia que será superada no seu ciclo de vida. 
  Planejamento de  Uma função pode ser um módulo separado se essa possuir 
  alteração de projeto  características que serão alteradas segundo um plano. 
Variação  Especificação técnica  Poderão ser concentradas alterações para se conseguir 
variantes em um módulo. 
  Estilo  Função pode ser um módulo separado se essa for 
  influenciada por tendências e modas de tal maneira que as 
formas e/ou as cores tenham de ser alteradas. 
Fabricação  Unidade comum  Uma função poderá ser separada em um módulo se essa 
possuir a mesma solução física em todos os produtos 
variantes
  Processo e organização  Razões para separar uma função em um módulo:  
  • Ter uma tarefa específica em um grupo.  
• Encaixar‐se no conhecimento tecnológico da 
empresa.  
• Possuir uma montagem pedagógica. 
• Ter um tempo de montagem que difere 
Qualidade  Testes em separado  d ód l
Uma função poderá ser separada em um módulo 
quando essa função puder ser testada separadamente. 
Aquisição  Compra de produtos  Uma função que pode ser tratada como uma caixa preta 
prontos  causa redução dos custos logísticos. 
Após estar no  Manutenção e  Manutenções e reparos podem ser facilitados se uma função 
Mercado  manutenibilidade  ficar bem em um módulo separado. 

  Atualização  Se for necessário, pode ser facilitada se a função a ser 
  atualizada for um módulo. 
  Reciclagem  Isto pode ser uma vantagem para concentrar materiais 
  poluentes ou recicláveis em um mesmo módulo ou em 
módulos separados, conforme o caso. 
Fonte: adaptado de Rozenfeld et al.(2006, p.262). 
Figura 42. Diretrizes de Modularização. 

39
14. Metodologia de Projetos – Desenvolvimento de Produtos 
 
  Métodos, diferentemente do que se pensa, tendem a permitir a prospecção de 
informações de maneira planejada e também criativa. O rigor aplicado ao processo da 
pesquisa  deve  ser  repleto  de  momentos  permissíveis  à  elaboração  de  sugestões 
criativas e que estimule a quebra dos paradigmas.  
  Os  métodos  não  se  propõem  a  formatar  o  pensamento,  mas  a  organizar 
informações.  As  estratégias  de  obtenção  de  informações,  bem  como  a  etapa  de 
desenvolvimento do produto devem experimentar o inusitado e o inesperado. Assim, 
podemos iniciar o desenvolvimento de um produto a partir dos problemas existentes 
ou através das possíveis demandas percebíveis. Durante a fase inicial do Processo de 
Desenvolvimento  do  Produto  –  PDP,  não  devemos  pensar  em  uma  solução  para  um 
problema que não existe, ou seja, sem que haja um problema percebível. Percebível é 
tudo  aquilo  que  de  uma  forma  expressa  tende  a  emitir  algum  sinal  à  sociedade,  por 
exemplo,  quando  um  usuário  de  ônibus  municipal  procura  acomodar  a  si  e  algo  que 
ele  esteja  transportando.  O  ato  de  acomodação  pode  indicar  uma  demanda,  do 
usuário, por uma oferta de um bagageiro no interior do ônibus.  
 
14.1. Problematização 
 
14.1.1. Reconhecimento do Problema 
O  Reconhecimento  do  Problema  procura  conhecer  as  questões  que  apresentam 
soluções  resolvidas  inadequadamente  ou  parcialmente  não  atendendo  as  reais 
necessidades dos usuários.  
 
14.1.2. Delimitação do Problema 
Nesta  fase  do  projeto  a  intenção  e  nortear  o  projeto  focando  o  ponto  ou  os  pontos 
identificados como problemáticos.  
 
14.1.3. Formulação do Problema 
Dando  continuidade  ao  reconhecimento  do  problema,  a  formulação  procura  ampliar 
as  questões  delimitadas  na  Delimitação  do  Problema.  A  formulação  expande  a 
observação relativa aos itens apresentados como problemas. 

Metodologia do Projeto Página 40


15. Levantamento de Dados 
 
15.1. Fichas dos Similares 
O conhecimento dos produtos existentes no mercado é um dos grandes trunfos para o 
desenvolvimento  de  qualquer  produto  seja  ele  bi  ou  tridimensional.  Neste  momento 
procura‐se  o  maior  número  de  produtos  que  possam  oferecer  características 
diferentes.  A  busca  deve  reunir  objetos  que  ofereçam  características  relativas  ao 
objeto  que  se  deseja  desenvolver,  entretanto,  podemos  considerar  um  ou  outro 
produto que apresente inovações ou que tenha mais de uma função. Por exemplo: se 
estamos  estudando  um  carro  1.0  devemos  levantar  os  concorrentes  diretos,  mas 
podemos pesquisar carros 2.0, assim, talvez, novas informações possam surgir. Pode‐
se ainda pesquisar produtos diferentes como aviões, barcos, calçados e tudo mais que 
possa trazer informações novas ao projeto. 
 
A ficha dos similares deve apresentar um número de informações que possa orientar a 
futura análise como, por exemplo: 
• fabricante; 
• preço; 
• recursos; 
• consumo; 
• características especiais; 
• dimensões; 
• tipo de manutenção, etc.. 

Metodologia do Projeto Página 41


 
16. Análise Estrutural 
Consiste  em  analisar  um  objeto  similar  identificando  seus  sistemas  principais, 
subsistemas  e  componentes.  Essa  compreensão  inicial  é  fundamental  para  que  o 
desenvolvedor  do  projeto  possa  antever  diferentes  informações  estruturais 
necessárias a elaboração do produto (Figura 42). 
 
 
  Ajuste
  Aeração
 
  Articulação
  Difusor
 
 
 
 
Estrutura
 
 
Acabamento
  Base
 
Figura 43. Análise Estrutural do Objeto. 
 
Os  sistemas,  subsistemas  e  componentes  são  apresentados  de  acordo  com  suas 
funções. Objetos mais complexos devem apresentar uma análise mais profunda. Pode‐
se aplicar a mesma ferramenta para estudos das partes internas e motoras, também 
devem ser analisadas identificando suas funções (Figura 43).  
 
SISTEMAS  FUNÇÃO 
Base  Dar apoio e equilíbrio ao objeto 
Difusor  Orientar o foco de iluminação  
Aeração  Permitir troca de calor 
SUBSISTEMA   
Anel de Acabamento  Dar acabamento entre a estrutura e a base 
COMPONENTES   
Pino articulador (presente na articulação)  Unir e permitir a articulação  
Figura 44. Modelagem Funcional do produto. 
 
17. Diferencial Semântico10 ‐ DS 
 
Nesta fase, conceitos do produto são apresentados para estudos comparativos entre 
os  principais  similares.  Por  exemplo:  após  termos  levantado  um  número  razoável  de 
similares,  fazemos  uma  pré‐seleção  identificando  os  produtos  que  parecem  oferecer 
vantagens e/ou aqueles produtos que possuam diferenças que representem um valor 
agregado ao produto. Tendo um número menor de similares podemos estudá‐los mais 
detalhadamente comparando‐os. 
Para utilizar o DS: 
• relacionar conceitos em forma de pares opostos com valores positivos (forte) e 
negativos (fraco); 
• estabelecer o perfil do produto ideal ‐ Deve ser; 
• comparar o produto ideal aos outros produtos analisados – Ser. 
 
Legenda   
Produto modelo 1 existente   
(real) 
Produto modelo 2 existente   
(real) 
Produto modelo Deve Ser   
(ideal) 
 
Exemplo: 
REQUISITOS  IMPORTÂNCIA  REQUISITOS 
Leve  3  2  1  0  1  2  3  Pesado 
Fácil limpeza                Difícil limpeza 
Resistente                Frágil 
Seguro                Inseguro 
Etc...                Etc... 
Fonte: Baxter (1998). 
Figura 45. Posição de cada um dos produtos existentes e do produto Deve Ser, (ideal). 
 
REQUISITOS  IMPORTÂNCIA  REQUISITOS 
Leve  3  2  1  0  1  2  3  Pesado 
Fácil limpeza                Difícil limpeza 
Resistente                Frágil 
Seguro                Inseguro 
Etc...                Etc... 
Fonte: Baxter (1998). 
Figura 46. Associação por interesse. 
 
O  número  de  produtos  comparados  no  diferencial  semântico  fica  a  critério  do 
responsável pelo projeto. Podemos aumentar ou diminuir este número em função da 
quantidade de diferenças encontradas nos similares (Figuras 44 e 45).  

10
 Segundo Bonfim (1995, p.49) Diferencial Semântico deriva‐se da Teoria dos Campos de Significados concebida por 
Herder e Bihler. Tem por objetivo estabelecer o valor empírico dos objetos reais em relação ao objeto ideal. 

43
O que não devemos fazer é considerar um número de objetos muito pequeno em um 
universo  que  existam  muitos  produtos  similares.  Contudo,  podemos  acrescentar 
produtos  de  outras  categorias  que  possam  trazer  alguma  informação  complementar, 
como uso de materiais diferentes, novas tecnologias entre outros aspectos. 
 
18. Mapa de Materiais e Processos 
 
Serve para listar os materiais encontrados nos similares. Apresenta‐se o material, um 
breve descritivo sobre suas principais características e processos (Quadro 46). 
 
MATERIAL  CARACTERÍSTICAS  PROCESSO 
Polipropileno  Resistência a choques;  Conformação; 
Elevada estabilidade na forma;  Moldagem por injeção; 
Esterilizável.  Sopro. 
Ferro  Resistências a choques;  Laminação; 
Boa resistência mecânica.  Forja. 
Figura 47. Apresentação dos materiais encontrados nos similares. 
 
19. Perfil do Usuário 
 
Cada  produto  é  construído  de  maneira  a  atender  as  necessidades  dos  usuários.  Para 
que  isso  aconteça,  com  eficiência,  devemos  identificar  e  mapear  a  voz  do  usuário  a 
quem  se  destina  como  objetivo  final,  mas  sem  se  esquecer  da  cadeia  de  usuários 
envolvidos nas atividades de uso do produto. 
 
Em  relação  ao  usuário  primário,  aquele  a  quem  se  destina  o  produto,  é  importante 
ouvir  suas  requisições  e  experimentações,  caso  já  existam  com  produtos  similares.  É 
igualmente  fundamental  entender  criteriosamente  o  nicho  de  mercado  no  qual  o 
usuário  primário  está associado.  Órgãos  como  IBGE  possuem  informações  relevantes 
que  poderão  colaborar  neste  sentido,  não  dispensando  as  pesquisas  particulares 
propostas pelo departamento de Marketing próprio ou terceirizado que irá mapear a 
classe social dos usuários primários. 11 
 
Exemplo de Informações básicas sobre os usuários primários: 
Usuários de luminárias 
Idade: a partir de 8 anos. 
Sexo: ambos.  
Classe social: identificar o nicho de mercado. 
Habilidades especiais: saber lidar com eletricidade. 
Necessidades:  realizar  pesquisas  sobre  as  demandas  em  relação  ao  produto  a  ser 
proposto. 
 

11BRESSER, Luis Carlos Pereira. Mobilidade Social: uma avaliação comparativa. Rio de Janeiro: Revista
Administração Empresarial, 1973. Disponível em: <http://www16.fgv.br/rae/artigos/2752.pdf>. Acesso em: 7 set.
2010.

44
Quanto  mais  informações  forem  colhidas  sobre  os  usuários,  suas  características  e 
demandas  aumentarão  as  chances  de  sucesso  do  produto  e  a  conseqüente 
permanência da curva positiva nas vendas do produto. 
 
Durante o projeto devemos nos lembrar de todos os usuários que se relacionarão com 
o  produto,  identificando  e  potencializando  as  funções  a  partir  das  relações  sociais 
existentes: 
• usuário da fabricação: operário que irá produzir e montar o produto; 
• usuário da limpeza: que irá manter o produto; 
• usuário  da  manutenção:  que  irá  reparar  ou  realizar  ações  preventivas  para 
preservação da capacidade funcional do produto; 
• usuário  pós‐uso:  aquele  que  irá  desmontar  o  produto  para  providenciar  a 
reutilização  dos  sistemas.  Subsistemas,  componentes  ou  reaproveitar  a  matéria 
prima; 
• usuário  inesperado:  aquele  que  se  relaciona  em  qualquer  uma  das  características 
sem ter sido previsto como tal. 
 
Esquematicamente temos (Ilustração 1): 
 

 
Ilustração 1. Relação social do produto.

45
 
20. Enquete ou Questionário 
 
A enquete serve para descobrirmos quais são os interesses dos usuários em relação ao 
produto. Podemos listar uma série de perguntas que venham a orientar a construção 
do novo objeto. O questionário pode utilizar imagens de partes do objeto para estudar 
as preferências dos usuários quanto a forma, cor, textura, estilo e funções. 
 
Questionário de Pesquisa de Mercado – Citycar 12 

 
1. SEXO:      M     F 
 
2. IDADE:    18 – 25 ANOS   26 – 40 ANOS       MAIS DE 40 ANOS 
 
3. FAIXA ECONÔMICA:   
 INFERIOR A 4 SALÁRIOS MÍN.     

 ENTRE 4 E 10 SALÁRIOS MÍN.     

 SUPERIOR A 10 SALÁRIOS MÍN. 

 
4. ESCOLARIDADE: 
   1º GRAU INCOMPLETO   2º GRAU INCOMPLETO   3º GRAU INCOMPLETO 
   1º GRAU COMPLETO     2º GRAU COMPLETO     3º GRAU COMPLETO 
  ESPECIALIZAÇÃO    MESTRADO       DOUTORADO 
 
5. VOCÊ OU SUA FAMÍLIA POSSUEM AUTOMÓVEIS?   
 SIM     NÃO 
 
( PERGUNTAS DE 6 A 9 RELEVANTES APENAS PARA CASO AFIRMATIVO NA PERGUNTA ANTERIOR ) 
 
6. QUANTOS?  
 1     2    3     SUPERIOR À 3 
 
7. O AUTOMÓVEL É UTILIZADO PARA DESLOCAR‐SE ATÉ O TRABALHO?                   
 SIM     NÃO 
 
8. VOCÊ E SUA FAMÍLIA ESTÂO SATISFEITOS COM O AUTOMÓVEL?           
 SIM     NÃO 
 
9. O AUTOMÓVEL TEM MOTORIZAÇÃO 1.0?                                                        
 SIM     NÃO 
 
10. QUE TIPO DE PINTURA VOCÊ PREFERE?                                                                       
 SÓLIDA  METÁLICA     PEROLIZADA 
 
11. QUAL TIPO DE COR VOCÊ PREFERE?                                                                           
 CLARA     ESCURA 
 
12. QUAL TIPO DE PÀRA‐CHOQUE VOCÊ PREFERE?                                                        
 PRETO     NA COR DO AUTOMÓVEL 
 
13. QUE TIPO DE VIDRO VOCÊ PREFERE? 
 INCOLOR    VERDE      CINZA     AZULADO 

12
  BOTELHO, Germanna; PRATA, Diego; Rodrigo. Questionário de Pesquisa de Mercado: Citycar. Pesquisa feita sob 
Orientação  da  Profª  Elaine  Torres,  Coorientação  do  Profº  Nelson  T.  Matias.  Uerj,  Campus  Resende:  Projeto  de  Graduação, 
2002. 

46
 
14. QUAL TIPO DE RETROVISOR VOCÊ PREFRE?                                                               
 PRETO     NA COR DO AUTOMÓVEL 
 
15. QUAL TIPO DE FAROL VOCÊ PREFERE? 
  TEXTURA     LISO     MÁSCARA NEGRA 
 
16. EM QUE LOCAL VOCÊ PREFERE A ANTENA DE RÁDIO? 
 EXTERNA AO AUTOMÓVEL  INTERNA AO AUTOMÓVEL FRONTAL 
     
17. NO CASO DE EXTERNA, EM QUE PARTE DO AUTOMÓVEL VOCÊ PREFERE? 
  À ESQUERDA         
 FRONTAL NO TETO DO AUTOMÓVEL                                                                              
 TRAZEIRA NO TETO DO AUTOMÓVEL   
 
18. QUAL TIPO DE RODA VOCÊ PREFERE? 
 DE FERRO     COM CALOTA     OU LIGA LEVE 
 
19. QUANTAS PORTAS VOCÊ PREFERE? 
  2 PORTAS       4 PORTAS 
 
20. QUE TIPO DE AUTOMÓVEL VOCÊ PREFERE? 
 COUPÉ      SEDAN    SW  (PERUA) 
 
21. COMO VOCÊ PREFERE AS LINHAS EXTERNAS DO AUTOMÓVEL? 
 QUADRADAS       ARREDONDADAS 
 
22. QUAL DESSES 3 AUTOMÓVEIS DE MOTORIZAÇÃO 1.0 VOCÊ ESCOLHERIA: 
 FORD ‐ KA     
 VW – GOL 
 FIAT ‐ UNO     
 NENHUM DOS CITADOS 
 
( AS PERGUNTAS À SEGUIR SÃO REFERENTES AO ÁLBUM DE FOTOS ) 
 
23. RELATIVO À FAROL (FRENTE 4): 
 1       2    3   4   5   6   7   8   9 
 
24. RELATIVO À LANTERNA ( TRASEIRA 4): 
 1      2   3   4   5   6   7   8   9 
 
25. RELATIVO À FRENTE 1: 
 1       2    3   4   5   6   7   8   9 
 
26. RELATIVO À FRENTE 2: 
 1     2   3   4   5   6   7   8   9 
 
27. RELATIVO À FRENTE 3: 
  1     2   3   4   5   6   7   8   9 
 
28. RELATIVO AO RETROVISOR (FRENTE 5): 
 1     2   3   4   5   6   7   8   9 
 
29. RELATIVO AO LADO 1: 
 1     2   3   4   5   6   7   8   9 
 
30. RELATIVO AO LADO 2: 
 1     2   3   4   5   6   7   8   9 
 
31. RELATIVO AO LADO 3: 
 1     2   3   4   5   6   7   8   9 
 
32. RELATIVO A TRASEIRA 1: 

47
 1     2   3   4   5   6   7   8   9 
 
33. RELATIVO A TRASEIRA 2: 
 1     2   3   4   5   6   7   8   9 
 
34. RELATIVO A TRASEIRA 3: 
 1     2   3   4   5   6   7   8   9   
 
Paralelo  a  enquete  deve‐se  fazer  uma  Análise  da  Tarefa,  momento  oportuno  para 
conhecermos, in loco, o uso e as variações das aplicações de um determinado objeto. 
Quanto  mais  conheço  as  relações  entre  os  usuários  e  o  objeto,  maiores  serão  as 
chances  de  desenvolver  um  produto  que  atenda  as  necessidades  do  usuário. 
Geralmente, a Análise da Tarefa é feita utilizando‐se recursos fotográficos (Figura 47), 
filmográficos ou ilustrações conforme a possibilidade e requisição de cada atividade.  
 
Durante  a  Análise  da  Tarefa  deve‐se,  também,  fazer  a  pesquisa  ergonômica, 
levantando‐se  as  características  e  tipos  de  usuários  envolvidos  no  uso  do  objeto. 
Identificam‐se  os  perfis  antropométricos 13   e  características  particulares  de  cada  um, 
especialmente aquelas relacionadas aos requisitos de usabilidade e a maneira como se 
utiliza  o  produto.  Por  exemplo:  um  cadeirante  requisita  recursos,  espaços  e 
equipamentos  diferenciados  para  atender  suas  necessidades,  assim  o  ideal  é 
reconhecer as demandas específicas e atuar no projeto do  produto tendo a visão  do 
usuário.  
 
Célula Robótica Solda a Ponto Longarina 

     
(a) Pegar a longarina.  (b) Manusear a longarina.  (c) Transferir a longarina para 
área de acabamento. 

     
(d) Operar o comando do robô.  (e) Corrigir a trajetória do robô.  (g) Ajustar a trajetória do robô 

13
Três  grupos  de  percentis,  em  geral,  estão  a  disposição  para  estudar  as  dimensões  dos  diferentes 
usuários  são  eles:  1  e  99;  2,5  e  97,5%  e  5  e  95%.  Para  encontrar  a  dimensão  dos  produtos  devemos 
realizar a compatibilização entre os extremos, ou seja, homem grande e mulher pequena (Figura 48). 

48
 
Célula Robótica Solda a Ponto Longarina 

     
(h) Pegar componente ‘a’.  (i) Transportar componente ‘a’.   (j) Colocar componente ‘a’ no 
berço. 

Figura 48. Exemplo de registro da Análise da Tarefa. 
 

 
   
Definição das Variáveis antropométricas 
A. Largura do assento  Maior mulher / 99; 97,5; 95% 
B. Altura do assento  Menor mulher / 1; 2,5; 5% 
C. Altura do espaldar  Maior homem / 99; 97,5; 95% 
 
Maior Homem     
Menor Mulher   
 
Figura 49. Compatibilização entre usuários extremos. 
 

49
A  enquete  deve  considerar  um  universo  expressivo  de  entrevistados,  assim, 
quanto maior o grupo (universo) analisado maiores serão as chances de acertarmos a 
conceito final do produto. Não esquecer os diferentes tipos de usuários especialmente 
aqueles considerados Lead Consumers 14 . Para realizar a busca por informações pode‐
se utilizar o Manual de Técnicas de Conclave 15  proposto pelo DNER. 
 
20.1. Tabulação dos resultados 
 
Os  resultados  obtidos,  através  do  questionário,  devem  ser  identificados  e 
analisados  um  a  um.  Devem  ser  produzidos  percentuais  relativos  às  diversas 
características apresentadas na pesquisa.  
Por exemplo: 
82% dos entrevistados são homens; 
47,9% têm a idade entre 26 e 40 anos; 
22% das pessoas disseram que preferem uma cor moderna como o prata; 
20% das pessoas preferem o verde como cor; 
38% das pessoas não opinaram. 
 
Os  resultados  podem  ser  apresentados  através  de  gráficos  facilitando  a  leitura  e  a 
comparação. 
 
A maneira como se ‘interpreta’ os resultados encontrados deve ser imparcial e atenta 
aos  grupos  de  perguntas  chaves.  Questões  inseridas  no  questionário  que  ajudam  a 
perceber  se  há  coerência  ou  incoerência  nas  informações  apresentadas  numa 
determinada parte da pesquisa. Deve‐se, ainda, tabular os resultados experimentando 
analisar  as  tendências  macro‐positivas  e  macro‐negativas,  momento  em  que  se 
agrupam os resultados reduzindo as opções. Por exemplo: 
10% Muito Bom ‐ MB 
30% Bom ‐ B 
30% Regular ‐ Re 
15% Ruim ‐ R 
15% Muito Ruim ‐ MR 
 
Em  leitura  direta  temos  os  valores  estratificados  encontrados  para  cada  opção 
oferecida  (pergunta  fechada),  mas  podemos  observar  que  40%  (MB+B)  das  pessoas 
entrevistadas gostaram de alguma forma, do produto; 30% (Re) são indiferentes e 30% 
(R+MR) não gostaram de alguma forma, do produto. 

14 Lead Consumers: consumidores guias, líderes, aqueles que utilizam o produto de forma extremada exigindo todas 
ou a maior parte de competências dos produtos. Esta visão pode ser oriunda de usuários de mercado como atletas 
e esportistas ou especialistas na área a qual se destina o produto, por exemplo: equipamentos de informática serão 
testados por grupos de pessoas que exigirão desempenho comparando o produto com os concorrentes. 
 
15
  Brasil. Departamento Nacional de Estradas de Rodagem. Diretoria de Desenvolvimento Tecnológico. Divisão de 
Capacitação  Tecnológica.  Manual  de  técnicas  de  conclaves.  2  ed.  Rio  de  Janeiro,  1996.  Disponível  em: 
<http://www1.dnit.gov.br/ipr_new/..%5Carquivos_internet%5Cipr%5Cipr_new%5Cmanuais%5Cmanual_tecnicas_c
onclaves.pdf> Acesso em: 7 set. 2010. 

50
21. Similares ‐ Análise dos Dados 
 
Os  objetos  devem  sofrer  uma  análise  tanto  sobre  a  sua  forma  quanto  a  sua  função. 
Algumas  ferramentas  devem  ser  utilizadas  para  tal  tarefa  como:  Morfograma.  O 
objetivo  desta  ferramenta  é  analisar,  de  maneira  particular,  a  forma  dos  objetos 
usados  como  referência.  Deve‐se  construir  um  quadro  com  as  partes  dos  principais 
objetos similares. Ao estudar cada subsistema podem‐se avaliar seus objetivos quanto 
a: uso, forma, função e estética (Figura 49). 
 
Similares 
Subsistemas 
Luminária‐1  Luminária‐2  Luminária‐3  Luminária‐4 
Difusor  Imagem do difusor,  Imagem do difusor,  Imagem do  Imagem do 
luminária 1  luminária 2  difusor, luminária  difusor, luminária 
3  4 
Base  Imagem da base,  Imagem da base da  Imagem da base  Imagem da base 
luminária 1  luminária 2  da luminária 3  da luminária 4 
Articulação  Imagem da  Imagem da  Imagem da  Imagem da 
articulação,  articulação,  articulação,  articulação, 
luminária 1  luminária 2  luminária 3  luminária 4 
Figura 50. Não havendo um subsistema deixar em branco ou apresentar o substituto. 
 
Caso não exista um dos subsistemas deixa‐se o espaço em branco ou, em muitos dos 
casos, apresenta‐se o sistema que desempenha a função.  

51
22. Mapa Preço x Valor 
 
Outra  ferramenta  Mapa  Preço  x  Valor  deve  ser  aplicada  na  análise  dos  Similares. 
Permite comparar as características funcionais de desempenho dos objetos. Com esta 
ferramenta  podemos  inclusive  conhecer  qual  produto  apresenta  a  melhor  relação 
custo benefício.  
 
Por  exemplo:  se  queremos  conhecer  qual  é  a  luminária  que  possui  o  melhor 
desempenho devemos comparar vários fatores funcionais, como:  
Consumo; 
Tipo de Lâmpada utilizada; 
Tipos de ajuste; 
Variedade de cores; 
Emissão de calor; 
Área de ocupação; 
Comprimento do fio; 
Tipo de acionamento. 
 
Os objetos analisados deverão ser observados segundo os requisitos de pertinência e 
de  características  relativas  a  classe  do  produto.  Não  posso  exigir  que  uma  luminária 
funcione  com  a  mesma  intensidade  de  uma  lanterna,  mas  devo  comparar  a 
quantidade de luz emitida pelas diversas luminárias estudadas. O comparativo entre os 
produtos  pode  exigir  uma  avaliação  em  partes  dependendo  das  características 
funcionais aplicada. 
 
Características reunidas que se quer comparar (Figura 50). 
 
CARACTERÍSTICAS FUNCIONAIS 
Marca / Modelo  PREÇO 
Consumo  Potência  Ajustes  Acionamento  Informações 
Lumini – Brilho 07  40,00  0.8  60 W  Bom  Muito Bom  Regular 
La Lampe – Sol  43,80  10.0  40 W  Bom  Muito Bom  Bom 
Arteb – K 2000  38,00  0.9  38 W  Muito B  Regular  Regular 
Cinti Lux – Alvorada  35,90  0.9  41 W  Ruim  Ruim  Muito B 
Lumiere ‐ Chaplin  41,90  0.7  41 W  Muito R  Regular  Regular 
Mallorie – Light up  41,00  0.8  40 W  Eliminado por falta de segurança 
Figura 51. Os produtos apresentados são hipotéticos. 
 
Para  avaliarmos  melhor  os  resultados  das  luminárias  apresentadas  estabeleceremos 
parâmetros comparativos e pontuaremos as características analisadas (Figura 51). 
 
Avaliação  Pontos   
Muito Ruim  1  Substituindo as avaliações subjetivas propostas por pesos
Ruim  2 
Regular  3 
Bom  4 
Muito Bom  5   
Figura 52. Legenda e a pontuação sugerida. 
 

52
Para  avaliarmos  a  potência  utilizaremos  informações  normalizadas  pelos  órgãos 
autorizados  como  ABNT,  IPT  e  INMETRO.  Os  produtos  devem  apresentar  certas 
configurações básicas ou legais para o funcionamento, algumas das características são 
regulamentadas pelos órgãos responsáveis (Figuras 52, 53 e 54). 
 
Potência  Avaliação  Pontos 
Muito 
< 40  1 
Ruim 
45 – 50  Ruim  2 
50 – 55  Regular  3 
55 – 60  Bom  4 
Muito 
> 60  5 
Bom 
Figura 53. Transformação das avaliações subjetivas em pontos. 
 

Consumo  Avaliação  Pontos   


Muito  Aplicar os pesos para conversão  
>10.0  1 
Ruim 
10 – 0.9  Ruim  2 
0.9 – 0.8  Regular  3 
0.8 – 0.7  Bom  4 
Muito   
< 0.7  5 
Bom 
Figura 54. Transformação de pontos. 
 

Avaliação  Pontos 
Muito Ruim  1 
Ruim  2 
Regular  3 
Bom  4 
Muito Bom  5 
Figura 55. Score. 
Resultados: 
Marca / Modelo  Preço  CARACTERÍSTICAS 
Consumo  Potência  Ajustes  Acionamento  Informações  VT 
Lumini – Brilho 07  40,00  3  5  4  5  4  21
La Lampe – Sol  43,80  1  1  4  5  4  15
Arteb – K 2000  38,00  2  1  5  2  2  12
Cinti Lux – Alvorada  35,90  2  1  2  2  5  12
Lumiere ‐ Chaplin  41,90  4  1  1  2  2  10
Mallorie – Light up  41,00  Eliminado por falta de segurança 
Figura 56. Cálculo dos valores para as luminárias testadas. VT – Valor Total. 
 
Com os dados (Figura 55) podemos montar um Mapa Preço x Valor para as luminárias 
pesquisadas.  
 

53
 

Figura 57. Mapa Preço x Valor ‐ resultados finais da comparação entre luminárias. 

Com  os  dados  (Figura  56)  podemos  comparar  a  situação  de  cada  produto  em 
relação a concorrência. Neste caso hipotético, o fabricante Lumini apresentou o maior 
valor em relação a concorrência e não foi o de maior preço. Podemos ainda apresentar 
percentuais  das  diferenças  entre  valores  e  preços  aumentando  as  informações  para 
concluirmos com segurança sobre o produto que reúne as melhores características. 
 
Vale lembrar que podemos escolher um determinado produto por uma característica 
funcional específica ou pelo resultado do conjunto. 
 
23. Síntese  
 
É nesta fase que se faz a modelagem verbal do produto listando tudo que se pretende 
do  novo  produto.  Todos  os  dados,  agora,  já  conhecidos  irão  nortear  a  equipe  de 
projetistas a sugerirem como o produto será. 
 
24. Uso 
 
Indicação de como se aplica ao produto inovador as características de uso. 
 
25. Aspectos Técnicos 
Os aspectos técnicos deverão reunir análises que representem com eficiência a 
pesquisa  levantada.  Características  particulares  da  empresa  (capacidade  produtiva, 
mão de obra, tecnologia disponível, parceiros de risco, fornecedores, matérias primas 
entre outros) a qual se destina o projeto são fundamentais para definição do escopo 
técnico a ser estabelecido. 
 
27.1. Materiais 
Apresentação dos materiais a serem aplicados no projeto. 
 

54
27.2. Processos de Produção 
Indicação  dos  processos  envolvidos  considerando  as  possibilidades  da  empresa  que 
contratou o projeto. 
 
27.3. Definição dos Requisitos da necessidade do usuário 
Apresentação das necessidades que serão privilegiadas pelo projeto. 
 
26. Diferenciais do Produto em relação aos similares 
 
Apresentação  dos  pontos  principais  que  o  produto  apresentará  como  diferencial  em 
relação à concorrência pesquisada. 
 
27. Geração de Alternativas 
 
Normalmente a fase mais esperada do processo, aquela em que a equipe de projetos 
inicia a busca para reunir todas as referências estudadas e atingir o objetivo principal. 
 
28. Caixa Morfológica CM16 
 
Para aplicar a CM segundo Bomfim (1995, p.53) deve‐se; 
Identificar os subgrupos de fatores ou funções através do Semi‐grupo Hierárquico; 
Desenvolver alternativas de solução para cada subgrupo identificado; 
Dispor os subgrupos e as alternativas de solução em uma matriz (Figuras 57 e 58). 
 
Subgrupos/Alternativas  A 1  A 2  A 3 
Subgrupo 1: Interruptor  I 1  I 2  I 3 
Subgrupo 2: Tipo de Iluminação  TI 1  TI 2  TI 3 
Subgrupo 3: Resistência  R 1  R 2  R 3 
Subgrupo 4: Material e forma do 
MD 1  MD 2  MD 3 
Difusor 
Subgrupo N  N 1  N2  N3 
Figura 58. Estes são os subsistemas separados e identificados. 
 
Subgrupos/Alternativas  A 1  A 2  A 3 
Subgrupo 1: Interruptor  I 1  I 2  I 3 
Subgrupo 2: Tipo de Iluminação  TI 1  TI 2  TI 3 
Subgrupo 3: Resistência  R 1  R 2  R 3 
Subgrupo 4: Material e forma do  MD 1 
MD 2  MD 3 
Difusor 
Subgrupo N: ......  N 1  N2  N3 
Figura 59. Combinações viáveis de produtos viáveis ou pretendidos. 
 
Exemplo: Luminária. 
 
Identificação de subgrupos de fatores através do Semi‐grupo hierárquico: 

16
Segundo Bonfim (1995, p 53) a Caixa Morfológica tem por objetivo combinar soluções para elementos estruturais ou
funcionais previamente selecionados para um produto. Primeiramente é necessário identificar os grupos de fatores ou funções de
produto, o que pode ser feito através da técnica Semi-grupo Hierárquico.

55
Subgrupo 1: variedade e posicionamento do interruptor; 
Subgrupo 2: tipo de iluminação; 
Subgrupo 3: resistência; 
Subgrupo 4: material e forma do difusor. 
 
Desenvolvimento de alternativas 
Subgrupo 1: variedade e posicionamento do interruptor ( I ) 
A 1: no fio, sobre a mesa; 
A 2: no fio, sobre o chão; 
A3: na cúpula, parte superior externa. 
 
Subgrupo 2: tipo de iluminação ( TI ) 
A 1: fria; 
A 2: combinada; 
A3: incandescente. 
 
Subgrupo 3: resistência ( R ) 
A 1: impactos; 
A 2: quedas; 
A 3: água. 
 
Subgrupo 4: material e forma do difusor ( MD ) 
A 1: metal nobre / semi‐circular; 
A 2: plástico / quadrado;  
A 3: antimônio / cônico. 
 
Disposição dos subgrupos na matriz e identificação das alternativas (Figura 59). 
 
Subgrupos/Alternativas  A 1  A 2  A 3 
Subgrupo 1: Interruptor  no fio, sobre a  no fio, sobre o  na cúpula, parte 
mesa  chão  superior externa  
Subgrupo 2: Tipo de Iluminação  fria  combinada  incandescente 
Subgrupo 3: Resistência  impactos  quedas  água 
metal nobre /  plástico /  antimônio / 
semi‐circular  quadrado  cônico 
     
Subgrupo 4: Material e forma 
 
do Difusor 
 
 
 
Subgrupo N: ......  ....  ....  .... 
Figura 60. Soluções propostas. 

56
 
29. Seleção da Melhor Alternativa 
 
A seleção da melhor alternativa deve sustentar sua escolha nas requisições dos futuros 
usuários.  Pode‐se  utilizar  qualquer  ferramenta  que  permita  a  análise  qualitativa  ou 
quantitativa, como: QFD, Diferencial Semântico, Mapa Preço Valor, etc.. 
 
30. Matriz de Avaliação 
 
Nesta  fase,  podemos  reutilizar  algumas  das  ferramentas  das  etapas  anteriores  como 
Mapa  Preço  x  Valor  ou  considerarmos  outros  conceitos  para  ajudar  a  definir  qual 
dentre uma série de objetos propostos àquele que reúne as melhores vantagens sob o 
aspecto  da  concorrência  e  da  proposta  inicial  (Figura  60).  Os  conceitos  aplicados 
identificam qual dos objetos reúne mais características de produção seriada como: os 
mais  fáceis  de  armazenar,  embalar,  possibilidade  de  desenvolver  uma  família  de 
objetos seguindo o mesmo estilo. 
 
PESO  ALT. ‐ 1  ALT. ‐ 2  ALT. ‐ 3 
CONCEITOS 
(1 a 5) Nota  Pontos  Nota  Pontos  Nota  Pontos 
Resistente  3  4  12  5  15  3  9 
Funcional  5  5  25  4  20  3  15 
Seguro  4  4  16  3  16  3  12 
Fácil Produção  4  3  12  3  12  3  12 
Armazenagem  3  3  9  3  9  3  9 
Embalagem  3  3  9  3  9  3  9 
Eficiente  5  3  15  4  20  4  20 
Família  2  4  8  4  8  5  10 
Total de pontos    106    109    96 
Figura 61. Aplicação dos pesos. 
 
Os  pesos  são  dados  de  acordo  com  a  importância  de  cada  conceito  desejado  ou 
necessário.  Podemos  privilegiar  um  conceito  dentre  outro  ‐  hierarquizar  ou  até 
considerarmos  todos  como  muito  importantes.  O  problema  em  se  considerar  todos 
muito importantes é que os investimentos tornam‐se altos para o desenvolvimento do 
produto  dificultando  a  inserção  no  mercado.  Em  contra  partida,  um  produto  com 
vários  aspectos  de  inovação  podem  aumentar o  tempo  entre  a  empresa  que  lança  o 
produto  e  seus  concorrentes.  Uma  vez  que  para  se  ‘copiar’  um  produto  mais 
complexo, geralmente demora‐se mais tempo. 
 
Pesos diferentes para cada conceito indicado e uma nota para cada alternativa gerada 
assim  faremos  uma  multiplicação  entre  os  valores  obtendo  pontos  parciais.  Ao  final, 
faremos o somatório obtendo o total de pontos de cada alternativa. 
 
32.1. Alternativa Selecionada 
 
A alternativa escolhida deve reunir as características que irão fazer alguma diferença 
positiva em relação ao mercado. Lembre‐se que se o produto não estiver totalmente 
resolvido poderá fracassar ante a concorrência já estabelecida. 

57
 
32.3. Modelo Volumétrico 
 
Antes  de  partirmos  para  o  Detalhamento  Técnico  final,  faremos  um  Modelo  de 
Volume,  sem  nos  preocuparmos  com  a  estética  apenas  privilegiando  as  dimensões 
atribuídas  ao  produto.  Este  modelo  é  confeccionado  em  material  barato  e  de  fácil 
montagem como o papelão, por exemplo. 
 
31. Apresentação 
 
33.1. Rendering 
 
Apresentação  ilustrativa  de  grande  efeito  pode  ser  produzida  manualmente  ou  com 
ajuda  do  computador.  O  importante  é  criar  um  impacto  positivo  perante  o  cliente. 
Valorize  os  detalhes  e  apresente  o  projeto  de  maneira  que  se  possa  compreendê‐lo 
por completo. 
 
33.2. Modelo em escala 
 
Este modelo final deve ser produzido para impactar o cliente, deve ser coerente com a 
proposta apresentada e com excelente acabamento técnico. Poderá ser confeccionado 
em  escala  reduzida  ou  em  escala  1:1  dependendo  apenas  do  tipo  de  produto 
desenvolvido. 
 
33.3. Relatório completo 
 
O  relatório  final  deve  reunir  todas  as  alterações  e  correções  sugeridas  ao  longo  do 
desenvolvimento. Não podemos esquecer que os projetos são ‘vivos’  ou seja, a todo 
instante eu posso ajustá‐lo para evitar enganos. 
Deve apresentar a bibliografia consultada em todos os níveis seja internet, periódicos, 
revistas, livros e etc. 

58
 
32. Referências 
 
ASHBY, Mike; JOHNSON, Kara. The Art of Material Selection. England: Elsevier. 
Materials Today. December, 2003. 
 
BAXTER, Mike. Desenvolvimento de Produtos. São Paulo: Edgard Blücher, 1998. 
 
BOMFIM, Gustavo Amarante. Metodologia para Desenvolvimento de Projetos. João 
Pessoa: Editora Universitária, 1995. 
 
BUIS, Jan. Modelling Product Innovation Processes, from Linear Logic to Circular 
Chaos. USA: Blackwell, 2003. 
 
CARVALHO. Robinson Vander de. Matriz Ansoff, 2010. Disponível 
em:<http://www.artigonal.com/ensino‐superior‐artigos/matriz‐ansoff‐2927967.html>. 
Acesso em: 20 abr. 2011. 
 
CHENG, Lin Chih; MELO FILHO, Leonel Del Rey de. QFD: desdobramento da função 
qualidade na gestão de desenvolvimento de produtos. São Paulo, 2007. 
 
ESTUDOS EM DESIGN V. Design Articles: v 1, n. 2. Associação Estudos em Design do 
Brasil: Rio de Janeiro, 1988. 
 
FAST LANE: The slide. Disponível em: 
<http://www.youtube.com/watch?v=W4o0ZVeixYU&feature=player_embedde 
d#!>. Acesso em: 7 set. 2010.  
 
GONÇALVES,  Marcelo  Neves.  A  Matriz  de  Ansoff,  2006.  Disponível  em: 
<http://photos1.blogger.com/blogger2/4110/36660083434838/1600/Quadros%20Div
ersos_Page_6.jpg>. Acesso em: 20 abr. 2011. 
 
KOTLER, P.; KELLER, K. Administração de Marketing. 12. ed. São Paulo: Pearson 
Prentice Hall, 2006. 
 
LÖBACH, Bernd. Design Industrial: Bases para a configuração dos produtos industriais. 
São Paulo: Edgard Blücher, 2000. 
 
LÓGICA FUZZY OU LÓGICA NEBULOSA. O que é Lógica Fuzzy: Nebulosa. 2011. 
Disponível em: <www. 
http://www.teoriadacomplexidade.com.br/textos/logicafuzzy/LogicaFuzzy‐ou‐
LogicaNebulosa.pdf>. Acesso em: 4 abr. 2011. 
 
MANUAL DE OSLO: Proposta de Diretrizes para Coleta e Interpretação de Dados sobre 
Inovação Tecnológica. Disponível em: <http://www.mct.gov.br/upd_blob/0005/ 
5069.pdf>. Acesso em: 4 abr. 2011. 
 

59
MARKET RESEARCH: product development. Disponível em: 
<http://www.youtube.com/watch?v=qfq7Eeje2BM>. Acesso em: 7 set. 2010. 
 
MATIAS,  Nelson  Tavares.  Método  para  Desenvolvimento  de  Produtos.  Resende: 
Material de apoio, 2000. 
 
MORAES, Dijon de. Metaprojeto: o design do design. São Paulo: Blucher, 2009. 
 
ROZENFELD,  Henrique;  Forcellini,  Fernando  Antônio;  AMARAL,  Daniel  Capaldo; 
TOLEDO, José Carlos de; LUIS DA SILVA, Sergio; ALLIRANDINI, Dário Henrique; SCALICE, 
Régis  Kovacs.  Gestão  de  Desenvolvimento  de  Produtos:  uma  referência  para  a 
melhoria do processo. São Paulo: Saraiva, 2008. 
 
TELECEL. MP4. 2011. Disponível em:<http://telecel2011.webnode.com.br/produtos‐
/mp4‐/>. Acesso em: 20 ago. 2011. 
 
ZUKIN, Marcio. Planejamento Flexível: metodologia de desenvolvimento de produtos. 
v. 7. Rio de Janeiro: Estudos em Design, 1999. 
 
 
Referências Consultadas 
 
LOWE, A. J. QFD. 2000. Disponível em: <http://www.webducate.net/qfd/qfd.html>. 
Acesso em: 29 set. 2010. 
 
MARTIN, Mark. Customer‐Focused Design Using QFD. 2002. Disponível em: 
<http://www.design4x.com/courses/qfd/high/qfd‐preview.html>. Acesso em: 29 set. 
2010. 

60
33. Apêndice 1 
 
Diferencial Semântico 
 
Tomemos como exemplo a comparação entre 3 veículos, sendo 1 modelo deve ser – 
proposta e 2 produtos ser, ou seja existentes. A partir de uma análise subjetiva e 
quantitativa pode‐se encontrar o Desvio Médio entre os produtos ‘ser’ em relação ao 
produto proposto ‘deve ser’. 
 
É importante lembrar que os valores aplicados na análise comparativa estão 
relacionados a perfis de pares opostos, com valor positivo e negativo. O valor pode ter 
sentido forte (valor 3), médio (valor 2), fraco (valor 1) ou não ter significado algum 
(valor 0). 
 
CONCEITOS  IMPORTÂNCIA (Valores)  CONCEITOS
3  2  1  0  1  2  3 
Bonito    J  J      J    Feio
Luxuoso      J    Simples
J      J 
confortável  J  J        J    Desconfortável
Grande      J    J  J    Pequeno
Esportivo    J  J    J      Formal
Representativo    J  J        J  Comum
Barulhento      J    J    J  Silencioso
Seguro  J    J    J      Inseguro
Econômico  J  J        J    Dispendioso
Barato  J   Caro
  J    J     
Resistente    J  J    J      Frágil
 
Veículo: ‘Deve Ser’ ‐ J 
Veículos: ‘Ser’.‐ VW: J e Ford: J 
 
Após termos inserido as avaliações devemos computar os valores atribuídos. É 
importante lembrar que alguns conceitos podem ser parametrizados, pois possuem 
dados quantitativos, assim a indicação do valor estará associado ao comparativo 
técnico.. 
 

61
Assim: 
CONCEITOS  IMPORTÂNCIA (Valores)  CONCEITOS
3  2  1  0  1  2  3 
Bonito    2  1      2    Feio
Luxuoso  1  Simples
          3 

confortável  3  2        2    Desconfortável
Grande      1    1  2    Pequeno
Esportivo    2  1    1      Formal
Representativo    2  1        3  Comum
Barulhento      1    1    3  Silencioso
Seguro  3    1    1      Inseguro
Econômico  3  2        2    Dispendioso
Barato  2  Caro
      1     

Resistente    2  1    1      Frágil
 
Para calcularmos o DM dos produtos – ‘Ser’ temos: 
Item  Ford – Deve Ser  DM/Ford VW – Deve Ser  DM/VW
Módulo  Módulo 
01  1 – 2  1  (‐2) – 2  4 
02  1 – 1  0  (‐3) – 1  4 
03  2 – 3  1  (‐2) – 3  5 
04  1 – (‐1)  2  (‐2) – (‐1)  1 
05  1 – 2  1  (‐1) – 2  3 
06  2 – 1  1  (‐3) – 1  4 
07  1 – (‐3)  4  (‐1) – (3)  2 
08  (‐1) – 3  4  1 – 3  2 
09  (‐2) – 3  5  2 – 3  1 
10  (‐1) – 2  3  2 – 2  0 
11  1 – 2  1  (‐1) – 2  3 
  Totais  23    29 
 
Os parênteses indicam que o valor proposto está no lado, subjetivamente, negativo da 
tabela, assim, ao fazer a soma dos valores considere o sinal de menos. Ao aplicar em 
módulo o número perde o valor negativo restando apenas os valores positivos. 
 
Os valores encontrados deverão ser somados e posteriormente divididos pelo número 
de itens que constituem o Diferencial Semântico, ou seja, 11 pares. 
 
Assim: 
23/11= 2,090909 
29/11= 2,636363 
 
Basta transferir para o gráfico. 
 

62
 
 
Ford: ____ 
2,090909 
VW: ____ 
2,636363 
 
 
 
O gráfico foi construído tomando‐se por base os seguintes parâmetros: 
0 a 5, onde 5 representa o melhor resultado; 
0  a  6,  onde  6  representa  o  somatório  da  quantidade  de  itens  atribuídos  como 
importância, ou seja: 3;2;1;0;1;2;3 = 6 itens, desconsiderando o ‘0’. 
 
 

63
34. Apêndice 2 
 
2. Inovação no Desenvolvimento de Produtos 
 
A inovação dos produtos tem sido uma busca incessante dos pesquisadores e 
filósofos  dos  séculos  XX  e  XXI.  Por  sua  vez  a  inovação  deve  ser  compreendida  de 
maneira ampla e não especificamente associada aos benefícios relacionados ao uso da 
eletrônica 17 .  Assim,  uma  modelagem  organizativa  de  um  modelo  mental  preparado 
para colaborar com o ato projetual e suas requisições também pode ser considerado 
inovador. A inovação está associada ao ato propriamente dito, ou seja, uma atividade 
nova  desenvolvida  é  passível  de  ser  denominada  inovadora.  Contudo  se  o  ato  é 
repetido no mesmo ambiente não mais será considerado uma inovação.  
 
Buis (2003, p. 76) diz que os modelos, atuais, utilizados para a modelagem do processo 
do  produto  apresentam  uma  disposição  diferente  do  passado.  Do  lógico  racional  ao 
circular caótico. A mudança do paradigma está associada a visão de sustentabilidade 
proposta pelas empresas que evoluíram na maneira de desenvolver seus produtos. 
 
2.1. Inovação do Processo ‐ Archer 
 
Archer  (1971,  apud  BUIS,  2003,  p.  77)  foi  professor  em  Ulm,  Alemanha  e  um 
dos  primeiros  a  introduzir  um  modelo  para  o  processo  de  inovação  do  produto.  Seu 
modelo não apresenta a ideia como ponta pé inicial da atividade projetual, na verdade 
o produto deveria encaixar‐se como uma luva as estratégias da empresa (BUIS, 2003, 
p. 77). 
O  modelo  proposto  articula  os  ideais  projetuais  da  engenharia  combinados  com  os 
aspectos  comerciais.  A  combinação  dessa  modalidade  é  perfeitamente  integrada  aos 
objetivos  do  Design  em  todos  os  sentidos,  pois  a  preocupação  maior  com  a  estética 
não  encontra,  no  âmbito  industrial  e  de  serviços,  condições  de  perpetuação.  O 
Designer  deve  projetar  o  produto  ou  a  comunicação  visual  com  um  olhar  crítico  e 
amplo em relação as etapas que constituem o PDP18. 
 

17
  MANUAL  DE  OSLO:  Proposta  de  Diretrizes para  Coleta  e  Interpretação de Dados  sobre  Inovação  Tecnológica. 
Disponível em: <http://www.mct.gov.br/upd_blob/0005/5069.pdf>. Acesso em: 4 abr. 2011. 
18
 PDP – Processo de Desenvolvimento do produto. 

64
2.2. Modelo do Processo 
  Estágios 
1 Formulação da Política 
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO  1. Estabelecimento estratégico dos objetivos; 
2. Definição dos prazos para os orçamentos gerais e as linhas gerais de inovação. 
   
2 Pesquisa Preliminar 
1. Seleção de uma invenção, descobertas, princípios científicos, ideia do produto ou 
uma base tecnológica; 
2. Identificação de uma demanda, visão do marketing, desejo do consumidor, 
deficiência dos produtos ou valor base; 
3. Estabelecimento do estado da arte mediante pesquisas de mercado ou em bases 
PESQUISA  de dados (web, livros, catálogos, TV); 
(orientações sobre: produto, mercado  4. Preparação de um rascunho que identifique verbalmente o produto e suas 
concorrente, materiais, fábrica, diferentes  características (Especificação verbal descritiva 1); 
padrões podem ser aplicados as pesquisas).  5. Identificação das áreas críticas prováveis. 
   3 Estudo de Viabilidade 
1. Estabelecimento da viabilidade técnica (Cálculo Básico); 
2. Estabelecimento da viabilidade financeira (Análise Econômica); 
3. Resolução dos problemas críticos em princípio; 
4. Proposição o rascunho de uma solução geral (Sketch design 1); 
5. Estimativa dos conteúdos do trabalho para as fases 4 e 5 e a previsão de alcançar 
o sucesso. 
   
4 Desenvolvimento do Design 
1. Expansão e quantificação da especificação do desempenho (Especificação verbal 
descritiva 2); 
2. Desenvolvimento detalhamento do projeto / design (Design 2); 
3. Previsão do desempenho técnico; 
4. Preparação da documentação do projeto / design; 
5. Avaliação técnica do projeto e de testes com os usuários. 
5 Desenvolvimento do Protótipo 
1. Construção do protótipo, mock‐ups (Protótipo 1); 
2. Condução de um banco de experimentos com os protótipos; 
PROJETO 
3. Avaliação técnica do desempenho; 
4. Condução de testes com os usuários (Testes 1); 
5. Avaliação do desempenho de uso. 
6 Estudo das possibilidades / trocas 
1. Re‐avaliação do potencial do mercado a luz dos testes; 
2. Re‐avaliação dos custos; 
3. Avaliação do mercado e dos problemas de produção; 
4. Revisão dos objetivos básicos (Plano Estratégico) e o desenvolvimento do 
orçamento; 
5. Revisão do desempenho especificado (Especificação 3) 
   
7 Desenvolvimento da Produção 
1. Desenvolvimento de um modelo para a produção (Design 3); 
2. Execução da documentação para a produção do projeto; 
3. Projeto Técnico para testes com os usuários e o mercado; 
4. Pré‐produção e construção de protótipos (Protótipos 2); 
5. Condução técnica dos testes com os usuários e o mercado (Testes 2); 
DESENVOLVIMENTO 
6. Avaliação dos testes e modificação do projeto. 
8 Planejamento da Produção 
1. Preparação dos Planos de Marketing; 
2. Preparação dos Planos de produção; 
3. Projeto das embalagens, material promocional e manual de instrução; 
4. Projeto dos gabaritos e ferramentas. 
   
9 Preparação do mercado e do Ferramental 
1. Construção dos gabaritos e ferramentas; 
MANUFATURA  2. Construção de lotes de produtos de teste (Protótipo 3); 
MARKETING  3. Aplicação de teste nos lotes de produtos (Testes 3); 
LANÇAMENTO  4. Produção e impressão dos materiais de marketing; 
5. Instalação das ações de marketing; 
6. Instalação do controle das máquinas de produção. 
   
10 Produção e Vendas 
1. Início dos esforços de marketing; 
2. Início da produção e vendas; 
PRODUÇÃO  3. Obtenção das informações do mercado e usuários mantido através da retro 
alimentação; 
4. Recomendações para a execução da 2ª geração do projeto. (Estágios 2 ao 4); 
5.  Recomendações para pesquisa (Estágios 1 ao 5). 
Fonte: Archer (1971) Modelo do Processo para Inovação 

65
3. Modelando o Processo de Inovação 
 
A  Escola  Delft,  ao  longo  de  suas  pesquisas  relacionadas  aos  modelos  de 
inovação  e  desenvolvimento  projetual  identificou,  em  suas  pesquisas,  que  alguns 
representantes de empresas multinacionais negaram os métodos lineares, ou seja, os 
modelos que baseiam‐se em uma seqüência lógica de raciocínio (BUIS, 2003, p. 88).  
Comparando‐se o formato proposto por Archer (1971) aos modelos que se sucederam 
percebeu‐se  uma  mudança  significativa.  Os  modelos  deixaram  a  linearidade  lógica  e 
seqüencial  para  relativizarem‐se  numa  forma  circular  e,  em  alguns  casos,  espiralada.  
Pesquisadores  como:  Isaksen;  Dorval  (1993,  apud  BUIS,  2003,  p.  88),  Cougers  (1995, 
apud  BUIS,  2003,  p.  88)  e  Koen  (2001,  apud  BUIS,  2003,  p.  88)  trouxeram  a  luz  do 
conhecimento  algumas  dessas  proposições  e  cada  uma  oferecia  novas  abordagens 
para o desenvolvimento da inovação projetual. 
Na busca por um modelo que conseguisse atuar de forma mais ampla à atender 
a  maior  parte  das  demandas  e  possibilidades  projetuais  foram  propostos  modelos 
baseados na lógica Fuzzy 19 , ou melhor dizendo, o Fuzzy Front End – FFE (BUIS, 2003, p. 
88),  contudo,  estes  modelos  mostraram‐se  complexos  demais  para  as  práticas 
projetuais, especialmente em ambientes acadêmicos. O processo de desenvolvimento 
do  aluno  está  associado  a  certo  período  de  tempo  o  que  dificulta  uma  abordagem 
pouco previsível como é o caso do FFE. 
 
3.1. Modelos mais eficientes 
 
A  escola  de  Design  Delft  identificou  que  os  modelos  propostos  por  Isaksen; 
Dorval (1993), Cougers (1995) e Koen (2001), sem se esquecer dos resultados obtidos 
mediante  o  uso  do  processo  empírico  ‐  Projeto  de  Inovação  Industrial  –  Pii,  podem 
oferecer  mais  oportunidades  e  qualidades  para  a  elaboração  de  um  novo  modelo 
projetual. 
A  partir  disso,  foi  proposto  um  modelo  circular  que  concentrava  todas  informações 
necessárias  em  4  estágios:  Desenvolvimento  do  Produto,  Formulação  Estratégica,  

19
 LÓGICA FUZZY OU LÓGICA NEBULOSA. O que é Lógica Fuzzy: Nebulosa. 2011. Disponível em: <www. 
http://www.teoriadacomplexidade.com.br/textos/logicafuzzy/LogicaFuzzy‐ou‐LogicaNebulosa.pdf>. Acesso em: 4 
abr. 2011. 
Aristóteles, filósofo grego (384 ‐ 322 a.C.), foi o fundador da ciência da lógica, estabeleceu um conjunto de regras 
rígidas para que conclusões pudessem ser aceitas logicamente válidas. O emprego da lógica de Aristóteles levava a 
uma linha de raciocínio lógico baseado em premissas e conclusões. Como um exemplo: se é observado que "todo 
ser  vivo  é  mortal"  (premissa  1),  a  seguir  é  constatado  que  "Sarah  é  um  ser  vivo"  (premissa  2),  como  conclusão,  
temos  que  "Sarah  é  mortal".  Desde  então,  a  lógica  Ocidental,  assim  chamada,  tem  sido  binária,  isto  é,  uma 
declaração é falsa ou verdadeira, não podendo ser ao mesmo tempo parcialmente verdadeira e parcialmente falsa. 
Esta  suposição  e  a  lei  da  não  contradição  cobrem  todas  as  possibilidades,  formam  a  base  do  Pensamento  Lógico 
Ocidental. 
A Lógica Fuzzy (Lógica Nebulosa) viola estas suposições. Um sim ou um não como resposta a estas questões é, na 
maioria das vezes, incompleta. Na verdade, entre a certeza de ser e a certeza de não ser, existem infinitos graus de 
incerteza.  Esta  imperfeição  intrínseca  à  informação  representada  numa  linguagem  natural  tem  sido  tratada 
matematicamente  no  passado  com  o  uso  da  teoria  das  probabilidades.  Contudo,  a  Lógica  Fuzzy  (Nebulosa),  com 
base  na  teoria  dos  Conjuntos  Fuzzy  (Nebulosos),  tem  se  mostrado  mais  adequada  para  tratar  imperfeições  da 
informação do que a teoria das probabilidades. 
A  Lógica  Fuzzy  encontra‐se  entre  as  técnicas  mais  recentes  de  Inteligência  Artificial,  também  conhecida  como 
Conjuntos Fuzzy. Este termo, a princípio, nos convida a pensar em algo confuso (nebuloso), porém, atualmente, é 
bastante  direto.  Essa  técnica,  muito  usada  no  Japão,  é  fruto  da  tão  esperada  quinta  geração  dos  computadores, 
uma geração que morreu antes mesmo de nascer. 

66
Formulação  do  Briefing  Projetual  e  Lançamento  e  uso  do  Produto.  Todos  os  quatro 
estágios se relacionam de forma intensa e vital e totalmente envolvidos pelo ambiente 
competitivo (concorrência) (Figura 1). 
 
 

 
 
Quadro. 1. Primeira versão do Modelo de Inovação proposto pela Escola de Design 
Delft (2002). Adaptado de Buis (2003). 
 

67
Em decorrência dos estudos realizados a Delft propôs uma reconfiguração do modelo 
(Figura 1), alcançando o Modelo Circular para Processo de Inovação do Produto (BUIS, 
2003), (Figura 2). 
  

 
Quadro. 2. Modelo Circular para Processo de Inovação do Produto ‐ MCPIP. Adaptado 
de Buis (2003). 
 

68
4. Conclusão 
 
Os  modelos  para  desenvolvimento  de  produtos  inovadores  apresentam 
abordagens semelhantes. Os avanços, ao longo do tempo, têm trazido respostas a um 
mercado  constituído  de  empresas  e  usuários  mais  exigentes.  Para  que  o  estudante 
possa  ter  ferramentas  capazes  de  atender  as  novas  requisições  é  importante  que 
conheça os diferentes modelos. As práticas projetuais em ambientes acadêmicos ainda 
estão  mantendo  certa  distância  da  realidade  seja  pela  restrição  do  tempo  ou  até 
mesmo  pela  complexidade  de  alguns  projetos.  Contudo  a  percepção  ampla  de  um 
projeto pode ser percebida e praticada a partir dos ensaios e tarefas reproduzidas.  
 
Modelos  dinâmicos  que  contemplem  informações  como  as  apresentadas 
(Figura  2)  tendem  a  apresentar  maior  eficiência  em  responder  a  todas  as  demandas 
requeridas  pelos  projetos.  Mas  o  modelo  lógico  racional  mais  tradicional  não  está 
descartado  caberá  aos  envolvido  no  projeto  escolherem  dentre  os  modelos  qual  irá 
desempenhar melhor as atividades de desenvolvimento.  
 

69
35. Anexo 1 
 
Matriz de Checagem (Check List) para Estabelecimento de Plano de Marketing   
  
i. Identificação da Tarefa de Marketing: situar o problema. 
ii. Fatores do Produto 
Descrição do produto: o que é, para que serve? 
Formas de apresentação: cores, tamanhos, sabores, etc. 
Embalagem: material, cores, composição gráfica. 
Comportamento da embalagem: empilhamento, manuseio, impactos, impactos 
ambientais. 
A embalagem será imediatamente destruída? 
Onde é guardada a embalagem? Antes do uso? Depois do uso? 
São necessárias medidas protetoras para se garantir a integridade do produto? 
A embalagem faz parte do expositor (display)? Deve ser responsável pela maior parte 
do apelo? 
Como se realiza a identificação de seu conteúdo. 
Marca: (logotipo / nome). 
Tecnologia produto/embalagem: grau de sofisticação. 
Classificação do produto: industrial, consumo, ambos; caracterização. 
Posicionamento do produto: frente ao seu ciclo de vida. 
 
iii. Fatores de Consumo (consumidores) 
Perfil do consumidor que usará o produto: idade, sexo, faixa etária, classe social, etc.  
Quem efetua a compra? Periodicidade. 
Quem especifica o produto? 
Qual (is) o(s) motivo(s) de compra? 
As especificações técnicas são importantes? 
Há variações sazonais de compra? Período. 
Situações normais de uso: onde se usa. 
Situações criativas de uso: onde mais se poderia usar. 
Diferentes formas de uso: como se usa formas normais e criativas. 
Quais os 5 maiores pontos positivos do produto? 

70
Quais os 5 maiores pontos negativos do produto? 
 
iv. Fatores de Preço, Distribuição e Ponto de Venda 
Faixa de preço na qual se situará o produto. 
A política de preço adotada visa: melhor aceitação do produto pelo mercado, 
enfrentar a concorrência, maiores lucros, promover a imagem de qualidade, etc. 
Quais as principais zonas de comercialização: bairros. 
Tipos de loja que deverão vender o produto. 
Qual a melhor localização do produto nas lojas: prateleiras. 
Quem serão os vizinhos de prateleira? 
Deverá ser idealizada uma nova forma de venda/distribuição: mala direta, camelo, 
diferente pontos de venda etc. 
 
v. Fatores de Concorrência 
Quais os principais concorrentes diretos. 
Principais concorrentes indiretos. 
A(s) marca (s) concorrente (s) é (são) estável (is) no mercado? 
Análise dos concorrentes em termos de: qualidade, tecnologia empregada, materiais, 
embalagem e design. 
Preço de comercialização dos concorrentes. 
Apelo promocional: concorrentes. 
Principais pontos positivos e negativos. 
 
vi. Fatores de Divulgação 
Os clientes potenciais estão acostumados ao uso de produtos deste tipo? 
O produto tende a "mexer" com aspectos da: moral, costumes, religião, tradição, etc.? 
Quais serão os apelos de comunicação: mensagem. 
A quem será dirigida às comunicações? 
Quais serão os principais veículos utilizados? Identifique‐os: jornais, revistas, televisão, 
rádios, outdoor, mala direta etc. 
Estratégia promocional: idealizar. 
 

71
vii. Trabalho 
Relatório contendo análise dos itens acima especificados. 
Layout e/ou modelo do produto escolhido ou desenvolvido 
Apresentação do(s) principal (is) concorrente(s) 
Story board. 
Anúncio para: outdoor e revista. 
Idealização de promoção em ponto de venda. 
Jingle. 
 
 

72
36. Anexo 2 
 
Pesquisa (Atualidades) 
 
30 hábitos do novo consumidor 
Pesquisa mapeou preferências dos consumidores e identificou seus hábitos de compra 
Por: Cris Simon / Revista Exame 
 
São Paulo ‐ A pesquisa Retratos do Varejo 2010, da APAS, associação paulista de 
supermercados, flagrou os hábitos e o grau de satisfação dos consumidores de varejo 
na hora da compra. Mostrou ainda como se deu a evolução desses hábitos de 2006 
para 2009. Veja 30 desses pontos. 
  
1) 41% dos consumidores de classe C fazem compras de carro. 
2) 31% dos consumidores de classe C têm cartão de crédito ou de loja. 
3) A maioria dos consumidores de classe C compra mais no início do mês. 
4) 82% dos consumidores de classe AB fazem compras de carro. 
5) 71% de seus gastos são direcionados ao autos‐serviço. 
6) Consumidores de classe AB e C reaproveitam alimentos em igual proporção, assim 
como apresentam uma diferença de apenas 1% no controle do consumo de água. 
7) 65% dos consumidores da classe DE fazem compras a pé. 
8) 48% dos gastos da classe DE são destinados ao autos‐serviço. 
9) Consumidores brancos compram mais nas quartas‐feiras. 
10) Consumidores brancos são responsáveis pelos maiores gastos em hipermercados e 
supermercados. 
11) Consumidores negros e pardos compram mais aos domingos 
12) 21% dos gastos de outras etnias são em canais alternativos como venda porta‐a‐
porta, farmácias, drogarias e atacadistas. 
13) Outras etnias compram mais aos sábados. 
14) 23% das pessoas que moram sozinhas e dos casais sem filhos praticam exercícios 
físicos. 10% a mais do que casais com crianças pequenas. 
15) 31% das pessoas que moram sozinhas ou de casais sem filhos procuram alimentos 
com baixo teor de gordura, contra 15% dos casais que moram com filhos pequenos. 

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16) Casais com crianças pequenas têm uma taxa de separação de lixo para reciclagem 
15% menor do que pessoas que moram sozinhas ou casais sem filhos. 
17) Pessoas que moram sozinhas ou casais sem filhos possuem um tíquete médio 
menor, mas gastam mais em grandes lojas, concentrando suas compras no início do 
mês. 
18) Casais com crianças pequenas compram mais nas segundas‐feiras. 
19) Casais com crianças pequenas fazem mais visitas ao ponto‐de‐venda. 
20) 63% dos gastos de lares com crianças pequenas são voltados ao autos‐serviço. 
21) Casais com crianças pequenas concentram‐se mais na classe C. 
22) Pessoas que moram sozinhas ou casais sem crianças preocupam‐se mais com a 
conservação e o reaproveitamento dos alimentos, preservação do meio ambiente, 
controle de consumo de água. Além disso, também verificam mais a lista de calorias 
dos alimentos. 
23) Casais com crianças pequenas, por sua vez, preocupam‐se mais em fazer e seguir 
listas de compras. 
24) Em 2006, 74% dos consumidores estavam satisfeitos com a limpeza do local de 
compra. Em 2009, essa taxa caiu para 67%. 
25) Entre 2006 e 2009, a satisfação com a qualidade e o frescor de carnes e aves nos 
locais de compra caiu 7%. 
26) Houve um aumento de 5% no incômodo dos consumidores com a demora do 
atendimento no caixa de 2006 para cá. 
27) 12% dos consumidores acham importante ter produtos gourmet à venda, mas 
apenas 3% estão satisfeitos com os produtos gourmet. 
28) 42% dos consumidores acham importante ter vagas especiais para idosos, mas 
apenas 7% estão satisfeitos com as vagas. 
29) Ter seção de produtos para dietas especiais  (diabetes, celíacos, etc.) é importante 
para 34% dos consumidores, mas apenas 6% estão satisfeitos com os produtos. 
30) A maioria dos consumidores de varejo continuam insatisfeitos com fatores básicos 
como limpeza e organização da loja, rapidez no caixa, etc. O que demonstra seu 
amadurecimento e o crescente nível de exigência. 
 

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