MOISÉS. Massaud. A análise literária. 17 ed. São Paulo: Cultrix, 2008.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
O termo análise literária é tão controverso quanto o conceito de literatura,
pois reflete tanto uma filosofia de ciência literária (como analisar) quanto pedagógica (por que analisar). Não há e nem pode haver modelos fixos de análise literária, o que se observa são modelos inacabados de exames, a serem acrescentados e remodelados pelos estudantes, a fim de que a análise possa conduzir à crítica e reflexão.
1. LIMITES DA ANÁLISE LITERÁRIA
O termo análise deriva do grego análysis, “desatar”, ou seja, a dissolução
de um conjunto em suas partes. É, sem dúvida, uma característica de diversas ciências: a investigação por meio da fragmentação, da decomposição e do detalhamento, seguindo conceitos metódicos e sistemáticos. Pode-se entender melhor com a metáfora do tecido. O texto é uma espécie de tecido composto por diversas linhas entrelaçadas e amarradas em várias partes, que estão distribuídas em pedaços costuradas, formando um todo maior. O analista precisa “desmontar” esse tecido, “desamarrar” suas costuras e “desatar seus nós”. É no caos que se encontra a compreensão e o significado. O fato de o texto poder ser sintetizado, dos aspectos menores (palavras, frases, versos), até os maiores (estrofes, parágrafos, capítulos), evidencia os elementos de textualidade, em destaque a coesão e a coerência.