You are on page 1of 1

ONU Brasil lança campanha pelo fim da violência contra a juventude negra.

A Organização das Nações Unidas no Brasil lança, no próximo


dia 7 de novembro, a campanha “Vidas Negras”, pelo fim da
violência contra jovens negros. A iniciativa, ligada à Década
Internacional de Afrodescendentes, envolve os 26 organismos
da equipe de país da ONU. O objetivo é sensibilizar sociedade,
gestores públicos, sistema de Justiça, setor privado e
movimentos sociais a respeito da importância de políticas de
prevenção e enfrentamento da discriminação racial. Para a
ONU, o racismo é uma das principais causas históricas da
situação de violência e letalidade a que a população negra está submetida. Atualmente, um
homem negro tem até 12 vezes mais chance de ser vítima de homicídio no Brasil que um não
negro, segundo o Mapa da Violência (http://www.mapadaviolencia.org.br/). (...)

No Brasil, sete em cada dez pessoas assassinadas são negras. Na faixa etária de 15 a 29 anos,
são cinco vidas perdidas para a violência a cada duas horas. De 2005 a 2015, enquanto a taxa de
homicídios por 100 mil habitantes teve queda de 12% entre os não negros, para os negros houve
aumento de 18%. “O Brasil é um dos 193 países comprometidos com a Agenda 2030 para o
Desenvolvimento Sustentável. Um dos principais compromissos dessa nova agenda é não deixar
ninguém para trás em relação às metas de desenvolvimento sustentável, incluindo jovens negros.
Com a campanha Vidas Negras, a ONU convida brasileiras e brasileiros a se engajarem e
promoverem ações que garantam o futuro de jovens negros”, comenta o coordenador residente
da ONU, Niky Fabiancic. Segundo pesquisa realizada pela Secretaria Especial de Políticas de
Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR) e pelo Senado Federal, 56% da população brasileira
concorda com a armação de que “a morte violenta de um jovem negro choca menos a sociedade
do que a morte de um jovem branco”. O dado revela o grau de indiferença com que os brasileiros
têm encarado um problema que deveria ser de todos.

A campanha quer chamar atenção para o fato de que cada perda é um prejuízo para o conjunto
da sociedade. Além disso, deseja alertar sobre como o racismo tem restringido a cidadania de
pessoas negras de diferentes formas. Peças e números Segundo dados recentemente divulgados
pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), de cada 1 mil adolescentes brasileiros,
quatro vão ser assassinados antes de completar 19 anos. Se nada for feito, serão 43 mil
brasileiros entre os 12 e os 18 anos mortos de 2015 a 2021, três vezes mais negros do que
brancos. Entre os jovens, de 15 a 29, nos próximos 23 minutos, uma vida negra será perdida e
um futuro cancelado, segundo o Mapa da Violência. A campanha defende que esta morte precisa
ser evitada e, para isso, é necessário que Estado e sociedade se comprometam com o fim do
racismo — elemento-chave na definição do perfil das vítimas da violência.

As peças da campanha abordam diferentes facetas da questão, que vão da discriminação como
obstáculo à cidadania plena; passam pelo tratamento desigual de pessoas negras em espaços
públicos; e pelo vazio deixado pelos jovens assassinados nas famílias e comunidades; chegando
até o problema da filtragem racial (escolha de suspeitos pela polícia, com base exclusivamente na
cor da pele). (...) A campanha, principal ação do Sistema ONU Brasil no mês da Consciência
Negra, não para por aí. Ela seguirá estimulando o debate sobre a necessidade urgente de
medidas voltadas para superação do racismo nos diferentes segmentos da sociedade.

Fonte: https://nacoesunidas.org/onu-brasil-lanca-campanha-pelo-m-violenciacontra-juventude-negra/

ATIVIDADES.
Leia e discuta com seu grupo sobre o problema apresentado no texto: como podemos definir o
Racismo? Quais os efeitos do racismo na vida das pessoas? Como podemos combater o racismo
no dia a dia? E o que o governo pode fazer para reverter tal situação?

You might also like