Programa Integrado de Desenvolvimento Ético nas Organizações
Valor e escolha de vida
As organizações são espaços de relações entre agentes que delas
participam. A cada segundo, esses agentes deliberam a melhor conduta. E agem de acordo com suas deliberações. Ações que poderiam ser outras, preteridas na hora de decidir. Estas escolhas ininterruptas são vitais. São a própria vida da organização.
Para decidir a respeito da melhor conduta é preciso ter critério.
Referência que permite atribuir valor às infinitas possibilidades de vida que, a cada segundo, cogita. Só assim pode escolher a melhor delas. Por isso, no mundo das organizações, esses critérios são denominados “valores”. O prazer é um bom exemplo de valor. Quanto mais prazer, melhor a vida. Muitos outros valores podem permitir a identificação da melhor conduta: disciplina, honestidade, eficácia etc.
Valor e identidade
Para existir em sociedade, relacionar-se com alguém, qualquer
pessoa precisa comunicar quem é. Para que seus interlocutores possam identificá-la. Fazem parte desta definição atributos físicos como tamanho, beleza, agilidade etc. Mas o que vai mesmo definir esta pessoa é a sua história. O que fez e faz da sua vida. Suas escolhas. Bem como as experiências que decidiu não ter.
Quando relatamos nossas opções, sugerimos implicitamente os
critérios que costumamos empregar para viver. Os valores que habitualmente respeitamos. E o mesmo se aplica às organizações. Espaço de convivência que pressupõe o compartilhamento de critérios de conduta. Respeito a valores comuns. Sem os quais não há crença e sensação de pertencimento. Para que qualquer agente de uma organização possa vestir a camisa da empresa sem fingimento, é preciso estar seguro tratar-se de uma segunda pele, cujos valores são os seus.
Tanto quanto uma pessoa, todo coletivo também se define pelas
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Valor e responsabilidade
Como uma organização comunica seus valores? Por meio de
discursos, certamente. Mas não só. Toda conduta comunica valores. Indica os critérios que resultaram naquela escolha. Por isso, em toda organização, qualquer manifestação de um de seus agentes, quando observada, permite inferir que valores efetivamente respeita. E, assim, averiguar a coerência entre seus discursos e suas práticas.
Por isso, todos os agentes da organização, por mais distantes que
estejam de suas instâncias decisórias, são corresponsáveis por esta definição. Pela imagem daquele coletivo. Pela sua identidade. Por seu patrimônio intangível.
Ora, estas poucas linhas permitem concluir que os valores de uma
organização não podem ser considerados apenas uma formalidade. Uma simples lista de critérios que comumente encontramos entre missões e propósitos. Impressa com zelo e qualidade e oferecida em pedágio aos usos e costumes. Oferta padronizada pela pertinência suposta da conduta dominante. Engessada em códigos de ética pouco ou nada efetivos ante às pretensões daqueles que materialmente logram triunfá-las. Por essas e outras, apresentamos nossa iniciativa e suas razões.
Por que o Programa de desenvolvimento ético nas
organizações?
Porque muitos são os valores possíveis. Porque não se equivalem.
Porque podem indicar soluções contraditórias para dilemas existenciais. Porque esses valores não são absolutos e cunhados em alguma rocha de uma estrela distante. Porque resultam da própria vida no coletivo. De um entendimento compartilhado pelos que convivem sobre o justo e o injusto, o certo e o errado. Num debate que não tem fim. Porque serão sempre inéditas as situações de vida
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Porque os valores são o único verdadeiro DNA das organizações.
Porque é preciso identificá-los com clareza máxima. Porque só o respeito intransigente a esses valores possibilita relações confiáveis. Eticamente sadias. Porque a confiança se constrói vivendo e convivendo. Porque muito do que esperam de nós foi por nós mesmos proposto. Porque é preciso conhecer os outros. Identificar como vivem. Quais são seus valores. Para que possamos saber com quem vamos interagir. Ou, se vale a pena continuar a parceria.
Porque no afã de acumular clientes, consumidores e parceiros,
oferecemos identidades à la carte. Ao sabor de expectativas difusas. Apresentamos, como nossos, valores contraditórios. Que nos anulam. Porque não podemos ser ao mesmo tempo um e o seu contrário. E, perdemos, então, a noção de quem somos.
Porque as sempre novas necessidades materiais da vida nos
levaram a adaptações de conveniência imediata. E todos aqueles que confiaram em nós, que acreditaram fôssemos do jeito que, em algum momento, tínhamos parecido ser, sentem-se traídos. Frustrados. E manifestarão sua frustração. Em nosso prejuízo. Como sempre só poderia ser.
O que propomos?
Temos cinco ações, integradas, que, acreditamos, facilitarão a
reflexão sobre a ética no espaço da organização. Todas só poderão ser implementadas - com o resultado esperado - por nós, agentes externos à organização. Porque toda iniciativa endógena, no mesmo sentido, será maculada de parcialidade e interesse.
Ação 1 – Mapeamento dos valores efetivamente
percebidos pelos colaboradores
Os agentes de uma organização já convivem nela. Interagem.
Recorrem a critérios para decidir suas condutas. Porque todos, muito antes do pertencimento a este coletivo, já foram socializados de alguma forma. O que implica a adoção, mais ou menos
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Pretende-se, com esta ação, identificar quais valores já participam,
de forma efetiva, das relações de trabalho. E, desta forma, denunciar a maior ou menor distância entre o que já vigora e o que se pretende. Entre a moral de fato e a idealizada nos documentos formais da organização. Apontar, assim, para as causas da eventual dificuldade de implementação de uma nova grande de valores, por vezes distante do mundo da vida.
Ação 2 – Consulta de ética aplicada para colaboradores
Como vimos, o certo e o errado na vida em coletivo não são mais
definidos em mundos supra-celestes. Resultam de uma acordo entre seus membros. Para que a convivência seja harmônica é preciso que todos conheçam e aceitem os termos desta definição. Para que possam atribuir valor às condutas nas diferentes situações concretas de vida.
Mas isso nem sempre acontece. É comum, que os agentes de uma
organização não consigam, em casos específicos, identificar a conduta esperada pelo coletivo. Ignorância que imobiliza. Propomos, então, para estes casos, a possibilidade de consulta, identificada ou anônima, on line, por parte de qualquer membro da organização. As respostas respeitarão o sigilo solicitado.
Ação 3 – Ouvidoria ativa - para públicos externos
Habitualmente, a ouvidoria ouve. Fiel aos termos. Quase sempre,
em situações limite, de queixa, frustração ou indignação. É condenada a atuar como bombeiro. Apagando incêndios em meio a sérios danos à organização.
Propomos um deslocamento do momento da sua intervenção. O
ouvidor passa a tomar a iniciativa do diálogo com os mais diversos públicos externos da organização: consumidores, fornecedores e parceiros em geral. Em postura de medicina preventiva. Identificará satisfações, insatisfações ainda não manifestas, antecipando, assim, inconformidades futuras.
Pretende-se, com a adoção deste procedimento, reduzir
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Ação 4 – Pauta cavada – para relação com a mídia
jornalística
A relação das organizações com a mídia jornalística costuma
ensejar preocupação. Habitualmente, a iniciativa da aproximação é jornalística. Quando alguma ocorrência na organização se alinha a critérios de pauta.
Eis o problema. Esses critérios de pauta são, quase sempre,
relacionados a ocorrências negativas para a imagem da organização. Por isso, conservar postura passiva frente à mídia jornalística implica “rezar” para não ser procurado.
Por isso nossa proposta: tomar a iniciativa da relação. Propor uma
aproximação com o mundo jornalístico favorável à organização. E, para isso, oferecer matéria de pauta – jornalisticamente atrativa – alinhada com suas atividades.
Em que diferimos de uma assessoria de imprensa bem feita? No
teor deste alinhamento. Que seja pela ética que a organização venha a ser contemplada com alguma pauta. É pelo respeito efetivo aos valores manifestos que a organização deve se fazer conhecer pelos meios de comunicação.
Ação 5 – Constituição de um comitê de ética
Analisa condutas denunciadas como transgressoras do
entendimento ético do coletivo. O sujeito ativo das denúncias é qualquer cidadão. O passivo é qualquer agente da organização ou que com ela se relacione.
Caberá à direção da empresa definir a constituição do comitê, bem
como os limites da sua competência. E caberá a ele próprio a definição sobre seus trâmites deliberativos.
As deliberações do Comitê de ética devem converter-se em
súmulas. Que, por sua vez, estarão à disposição de qualquer colaborador. Essas suas súmulas devem dialogar e permitir um arejamento do código de ética da organização, oferecendo subsídios Rua Maranhão, 620 – cj. 141 5 CEP: 01240-000 - Higienópolis – São Paulo – SP (11) 3661-7532 www.espacoetica.com.br para novas disposições.
Projeto Pedagógico
Para maior eficácia do programa integrado, sugerimos que a adoção
das mesmas venha acompanhada de um projeto pedagógico de formação ética em workshops.
Workshop: “Fundamentos da reflexão ética”
A ser ministrado pelo Prof. Dr. Clóvis de Barros Filho, ao maior
número possível de colaboradores. A periodicidade dos mesmos dependerá de entendimento com a direção da empresa.
Investimento
Proporcional ao número de colaboradores da organização
Cronograma
Trabalho contínuo e ininterrupto
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