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A SUSTENTABILIDADE DA NOTÍCIA EM MEIO AOS INTERESSES DOS

VEÍCULOS DE COMUNICAÇÃO: UMA ANÁLISE SOBRE A


COBERTURA DO JORNAL FOLHA DE SÃO PAULO

Luisa Silva Vinagre Nascimento


Curso de Comunicação Social com ênfase em Jornalismo
Faculdade Regional da Bahia

Resumo
O presente artigo tem por finalidade analisar a cobertura de um dos jornais de maior circulação
do Brasil, Folha de S. Paulo, colocando em questão a sustentabilidade das notícias em meio aos
interesses econômicos e políticos desse veículo. A pesquisa verificará também quais as
consequências do uso de uma linguagem tendenciosa, diante de momentos históricos do país,
como o processo de Impeachment da presidente Dilma Roussef.

Palavras-chave: Imprensa; Impeachment; Cobertura; Folha de S. Paulo.

Abstract
The present article has like finality to analyze the coverage one of newspaper of bigger
circulation of the Brazil, Folha de S. Paulo, calling into question the sustainability of news in
the midst of economic and political interests that vehicle. The research will also verify the
consequences of using a biased before the country's historical moments, such as the
impeachment process of President Dilma Roussef.
Key-words: Press; Impeachment; Coverage; Folha de S. Paulo.

Introdução

O presente artigo é resultado de uma pesquisa sobre a cobertura política do jornal Folha de S.
Paulo, em relação ao impeachment da presidente Dilma Roussef. O objetivo do artigo é mostrar
as consequências que um jornalismo tendencioso pode trazer para a sustentabilidade das
notícias no jornalismo brasileiro e de que forma alguns veículos de comunicação como o Jornal
Folha de São Paulo se manifestam em relação a interesses políticos e/ou econômicos através do
poder da comunicação.
Em momentos históricos como o do processo de Impeachment, o posicionamento da imprensa
pode ser um divisor de águas e ser veiculador de muitos acontecimentos, mas para entender
como isso funciona, é necessário analisar a importância e a influência que a imprensa tem para
os consumidores de informação, bem como a responsabilidade que ela possui com a sociedade
em geral.
Do mesmo modo, é necessário perceber especificamente os veículos cujos interesses são
colocados como prioridade em detrimento da imparcialidade. O Jornal Folha de São Paulo é
um dos veículos que possuem posicionamentos mais claros em relação ao impeachment e, nesse
artigo, serão analisados o histórico do jornal, assim como os artifícios utilizados pelo veículo
para direcionar suas intenções ao leitor.
(Se for necessário, no fim do artigo, eu mexo na introdução)

1. Imprensa e Política: Qual a relação?


1.1. O poder de influência
A Imprensa tem uma grande responsabilidade com a sociedade, em relação tanto ao
fornecimento de informações, quanto à formação de opinião pública. Ela, assim como a mídia
em geral, é uma fonte de influência para o comportamento da sociedade. Um bom exemplo a
ser observado é o das doenças transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti (dengue, febre
chikungunya e zika). Houve uma divulgação massiva sobre o grande número de infectados no
país - só a dengue alcançou um recorde de 1,6 milhões no ano de 2015, segundo o Folha de São
Paulo. E com a grande repercussão desses e de outros casos relacionados, como os de
microcefalia, nos diversos veículos de comunicação, criou-se uma preocupação na sociedade,
mesmo para as pessoas que não tiveram qualquer uma das três doenças. O reflexo dessa
preocupação foi perceptível no comportamento das pessoas: as escolas deram espaço a
campanhas internas de combate ao mosquito em todo o Brasil, para Aloizio Mercadante (2016),
“as escolas são, talvez, a melhor resposta [...] para o combate à doença”, e o consumo de
repelentes, principalmente pelas grávidas, cresceu em 50% até fevereiro de 2016, segundo
Bruno e Glauce (2016), no jornal O Globo.

É perceptível a relação direta entre o que é informado pela mídia e as consequentes ações das
pessoas. Assim como nos casos relacionados ao mosquito, muitas outras notícias influenciam
o comportamento social diariamente, desde informações sobre violência e saúde até
informações aparentemente menos diretas como política. Levando tudo isso em consideração,
é necessário que se dê a devida importância ao posicionamento de alguns veículos de
comunicação. De acordo com o código de ética do jornalismo no Brasil, a imprensa tem um
compromisso com a veracidade das informações, de modo que a imparcialidade é uma
ferramenta imprescindível. O jornalista, enquanto profissional, não pode perseguir ou
discriminar qualquer pessoa, seja por motivos sociais, religiosos, raciais, de orientação sexual
ou políticos. Contudo, nem sempre a ética é colocada como prioridade, quando se trata de temas
específicos como política, de modo que, os interesses particulares de alguns veículos acabam
sendo colocados em primeira instância. E essa postura pode ser bastante prejudicial para o
público leitor/espectador que, muitas vezes, tem os jornais como principal ou, em alguns casos,
única fonte de informação.

(Quero completar com base teórica)

1.2 O Leitor/Espectador
É importante levar em consideração que o grau de conhecimento constitucional do povo
brasileiro não alcança os níveis necessários para um engajamento político da sociedade, de
modo geral. Em pesquisa do DataSenado, de 2013, apenas 5.3 % dos entrevistados possuía
conhecimento aprofundado da Constituição Federal, que por sua vez ainda não é abordada
diretamente nas escolas.

[...] ela deveria ser matéria obrigatória na grade curricular dos anos finais do ensino
fundamental e no ensino médio. Atualmente, há diretriz pedagógica para as escolas
trabalharem temas ligados à cidadania. [...] os conhecimentos geralmente são
superficiais e não são vinculados diretamente à Constituição. (TRINDADE, J.
Pesquisa DataSenado mostra que poucos conhecem realmente a
Constituição. Agência Senado, 25 out. 2013).

Com base nisso, a responsabilidade do jornalismo acaba se tornando maior, visto que, muitas
vezes, é das notícias que o brasileiro retira as informações para formar sua opinião política,
baseando-se nos fatos divulgados diariamente. É através do jornalismo, que grande parte da
população se posiciona em relação aos acontecimentos políticos brasileiros. E é aqui que se
encontra o maior problema, já que alguns veículos são tendenciosos e o público que tem acesso
às informações não possui base constitucional suficiente para compreender com profundidade
muitos dos processos divulgados na imprensa.

(Se for necessário eu posso complementar depois)

2. A Imprensa e o Impeachment
2.1. Manifestações 2013
O pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff paira pelo Brasil desde antes das
eleições de 2014. Em junho de 2013, começaram as manifestações populares nas ruas,
estendidas pelas redes sociais, inicialmente, com o objetivo de contestar o aumento da tarifa de
ônibus em São Paulo e, posteriormente, dando espaço para protestos à saúde, educação e
questões das mais diversas possíveis.

Figura1 - Movimento Passe Livre Figura2 - Protestos por saúde e educação

Fonte: Notícias Uol Fonte: Notícias Uol

Nesse período, em alguns momentos, a expressão “fora Dilma” apareciam soltas em meio ao
turbilhão de reivindicações feitas nas manifestações. O povo demonstrava insatisfação com a
situação do país e, em parte, direcionada ao governo, o que não passou despercebido pelos olhos
da imprensa.

Centenas de milhares de pessoas foram às ruas em 12 capitais do país para protestar


contra aumento das tarifas de transporte, corrupção, gastos da Copa do Mundo e para
reivindicar a melhoria de serviços públicos, como saúde, educação e segurança, entre
outras demandas. Políticos também foram alvos, como a presidente Dilma (PT) [...].
(Milhares vão às ruas ‘contra tudo’. Folha de São Paulo, 18 jun. 2013).

Segundo o colunista do blog “O boqueirão”, Júlio Garcia (2013), a imprensa se aproveitou para
divulgar informações que pudessem prejudicar o governo, visto que, num primeiro momento,
os jornais se posicionavam em relação aos protestos, considerando-os como atos de vandalismo
e, ao perceber que os movimentos poderiam ser de seu interesse, mudaram completamente de
postura. Referindo-se à Globo, ele afirma: “[...] essa emissora, assim como a FSP, Veja
etc. condenava em editoriais e pedia repressão aos mesmos [...]” e depois, ainda fazendo

1
Disponível em:<http://noticias.uol.com.br/album/2013/06/20/protestos-em-sao-paulo.htm#fotoNav=4>.
Acesso em 14 mai. 2016
2
Disponível em <http://noticias.uol.com.br/album/2013/06/20/protestos-em-sao-paulo.htm#fotoNav=123>.
Acesso em 14 mai. 2016
analogia ao mesmo veículo, ele diz: “Como num passe de mágica, quando eles 'perceberam'
que os protestos poderiam ser canalizados contra o governo Dilma e o PT, a Globo [...] começa
a transmitir AO VIVO, também durante o horário das novelas [...]”

Essas afirmações podem ser reforçadas, ao analisar as manchetes adotadas pelo G1 e pelo Folha
de São Paulo, em diferentes momentos das manifestações.

Figura3 - Manifestantes vandalizam (12/06) Figura4 - Protesto dá lugar ao vandalismo (12/06)

Fonte: Acervo Folha de São Paulo Fonte:G1.com

Figura5 - Milhares vão às ruas ‘contra tudo’ (18/06) Figura6 - Sai Dilma (20/06)

Fonte: Acervo Folha de São Paulo Fonte: G1.com

2.2. Eleições

3
Disponível em: <http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/2013/06/12/2/>. Acesso em 16 mai. 2016
4
Disponível em:<http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2013/06/sp-protesto-contra-aumento-no-
transporte-da-lugar-ao-vandalismo.html>. Acesso em 16 mai. 2016
5
Disponível em: <http://g1.globo.com/brasil/cartazes-das-manifestacoes/platb/2013/06/20/sai-dilma-o-povo-e-o-
dono-do-brasil/>. Acesso em 16 mai. 2016
6
Disponível em:<http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/2013/06/18/2/>. Acesso em 16 mai. 2016
As eleições de 2014 terminaram com o Brasil dividido, de um lado, pela defesa de que qualquer
pessoa seria melhor que Dilma e, do outro, pela parcela da população que não aceitava deixar
o país, mais uma vez, nas mãos do poder tucano. Mas ainda assim, a presidente Dilma Roussef
foi reeleita com 51,6% dos votos, totalizados em 54 milhões, o que, apesar da disputa acirrada,
foi uma vitória democrática.

[...] a presidenta Dilma Rousseff (PT) foi reeleita neste domingo 26, derrotando o
senador Aécio Neves (PSDB). Com 99,98% das urnas apuradas, a petista conquistou
51,64% dos votos no segundo turno, contra 48,36% obtidos pelo senador tucano.
(Dilma Rousseff é reeleita presidenta do Brasil. Carta Capital, 26 out. 2014.
Disponível em: http://www.cartacapital.com.br/politica/dilma-rousseff-e-reeleita-
presidenta-do-brasil-4178.html. Acesso em: 21 mai. 2016)

Já no primeiro turno, era possível perceber as tentativas de influência do Folha em relação ao


interesse na derrota de Dilma, através de matérias publicadas dias antes das eleições, que
colocavam a presidente numa situação não muito favorável. Por mais que se tentasse parecer
imparcial quanto a seus interesses, o jornal não conseguia disfarçar as investidas nas manchetes.

Figura7 - Capa do dia 29 de setembro Figura8 - Capa do dia 30 de setembro

Fonte: Acervo Folha Fonte: Acervo Folha


“[...] mesmo que de forma discreta, o jornal se posicionou – sem qualquer margem
para dúvidas, se verificarmos as edições publicadas nas semanas anteriores ao pleito
– favorável à candidatura de Aécio Neves e contrário à candidatura de Dilma
Rousseff.” (GUERRA, A. A mídia nas eleições presidenciais: A persuasão discreta da
Folha de S. Paulo. Vitruvius, São Paulo, nov. 2014. Disponível em:
http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/13.155/5349. Acesso em:
18 mai. 2016.)

Logo após sair o resultado do primeiro turno, a postura do jornal não foi muito diferente. Mesmo
com Dilma liderando em relação aos dois outros candidatos, a manchete e os subtítulos da
matéria na capa do dia 06 de outubro não eram favoráveis a ela, ao contrário, traziam uma

7
Disponível em: http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/2014/09/29/2/. Acesso em 18 mai. 2016
8
Disponível em: http://acervo.folha.uol.com.br/fsp/2014/09/30/2/. Acesso em 18 mai. 2016
tentativa de elevação para Aécio. Logo abaixo, o subtítulo tenta “desqualificar” a posição de
Dilma à frente dos outros, enquanto tenta, mais uma vez, enaltecer a posição do tucano.

Figura9 - Capa do dia 06 de outubro

Fonte: Elaborada pela autora

No segundo turno, o interesse pela vitória de Aécio Neves continuou claro. Enquanto a maioria
das pesquisas apontavam que Dilma permanecia na frente, o jornal insistia em colocar os dois
candidatos em posições iguais, na maioria das vezes, dando a Aécio um caráter de progresso
em relação aos eleitores, permanecendo assim até o dia das eleições. O arquiteto e doutor em
história, Abilio Guerra, traz em seu blog “Vitruvius”, a seguinte análise:

O uso das cores foi também o recurso escolhido para o [...] dia do segundo turno.
Como seria de esperar [...] a foto de Aécio sobre fundo azul está estampado à
esquerda, como favorito à vitória. De nada adiantou para Dilma o fato dela estar 4
pontos à frente: sua foto surge à direita, sobre fundo vermelho! O título reitera o mau-
caratismo da editoria de capa: “Dilma e Aécio chegam ao dia da eleição em empate
técnico”. Ora, qualquer título preocupado com a verdadeira situação em curso traria
as duas informações: Dilma lidera, mas Aécio se aproxima o suficiente para chegar
ao empate técnico, mas dentro da margem maior de erro da pesquisa, que era de 2%
para cima ou para baixo; ou seja, para que o empate fosse efetivo, tudo que tinha que
dar errado beneficiaria exclusivamente o candidato da oposição (e da Folha)! Mas [...]
não termina aqui. As porcentagens de cada um (48% a 52%) aparecem no texto menor
da chamada e dentro de pequenos círculos, no pé das fotos imensas, sem qualquer
impacto visual. Todos os eleitores que passaram apressados, a pé, de automóvel ou de
ônibus, a caminho do posto eleitoral e viram a capa pendurada nas bancas de jornal
tiveram a certeza que Aécio Neves estava na frente na última pesquisa. (GUERRA,
Abilio. A mídia nas eleições presidenciais: A persuasão discreta da Folha de S. Paulo.
Vitruvius, 13 nov. 2014).

Abaixo, a imagem da capa:

Figura10 - Capa do dia 26 de outubro

Fonte: Vitruvius

2.3 Panelaços

Entre outubro de 2014, mês em que Dilma foi reeleita, até dezembro de 2015, quando o então
presidente da Câmara dos deputados, Eduardo Cunha aprovou a abertura do processo de
impeachment, houve muitas discussões e manifestações como as do “panelaço”, formadas pela

10
Disponível em: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/resenhasonline/13.155/5349. Acesso em 22 mai.
2016
parcela da população que não se conformou com a reeleição da presidente e resolveu se
posicionar contra o governo, utilizando elementos como as cores da bandeira brasileira, em
roupas e outros objetos, além do bater de panelas que foi a principal razão para o nome das
manifestações. Esses movimentos tiveram destaque na cobertura de jornais e tiveram apoio de
alguns grupos de oposição.

(Falta inserir uma complementação com referências)

Ao mesmo tempo em que as manifestações aconteciam, as matérias publicadas na primeira


página da Folha se manifestavam contra o governo tanto quanto os cartazes levantados nas ruas.

(Falta Fonte)

(Trarei mais informações e complementação com referências)

2.4 O processo de Impeachment

(Argumentarei, finalmente, sobre a cobertura da Folha no processo de fato, referenciando


com fontes e imagens)

3 O histórico da Folha

(Farei um resumo do histórico da Folha, com sua fundação e trarei coberturas anteriores
como as do golpe de 64 e as eleições de Collor para fundamentar as afirmações sobre os
interesses da Folha)

Conclusão

Referências
(Por favor me lembre se estiver esquecendo alguma coisa.
Se possível analise as questões técnicas da ABNT. Eu to em
dúvida se coloquei tudo de acordo. Antes eu achava que meu
problema seria alcançar as 10 páginas, agora tô achando
que meu problema vai ser não ultrapassar as 15)

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