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PROJETO DE LEI Nº 006, DE 29 DE JANEIRO DE 2018 (EXECUTIVO Nº 006).

Institui o PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO


RURAL SUSTENTÁVEL.

Art. 1º Fica instituído o PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL


SUSTENTÁVEL do Município de Taquara, RS, nos termos do Anexo da presente Lei.
Art. 2º As ações e políticas públicas voltadas ao meio rural do Município deverão
seguir as diretrizes do PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL.
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
PALÁCIO MUNICIPAL CEL. DINIZ MARTINS RANGEL - Taquara/RS, 29 de janeiro de 2018.

TITO LIVIO JAEGER FILHO


Prefeito Municipal
MENSAGEM AO PROJETO DE LEI Nº 006, DE 29 DE JANEIRO DE 2018.

Colenda Câmara Municipal de Vereadores,


Exma. Senhor Presidente,

É com satisfação que apresentamos o presente Projeto de Lei, que institui o PLANO
MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL do Município de Taquara, RS.
O PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL realizou um
diagnóstico das condições gerais do meio rural de nosso Município, destacando-se que sua
elaboração decorreu de um esforço e colaboração coletiva, na qual participaram diversas instituições,
todas nominadas no respetivo trabalho, além da participação direta e democrática dos cidadãos,
através das várias oficinas de trabalho realizadas diretamente nos distritos rurais.
Neste sentido, o PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL foi
elaborado mediante verdadeiro exercício de democracia participativa, com ampla liberdade de
opinião e importante apoio e estímulo por parte do Poder Legislativo.
Tal esforço comunitário resultou neste diagnóstico, não somente das potencialidades,
mas também das carências e necessidades identificadas para que o Poder Público, e a própria
comunidade, busque ações visando melhorar a vida no meio rural, possibilitando seu
desenvolvimento.
Assim o PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL está sendo
apresentado para compor a legislação municipal, estabelecendo diretrizes com força normativa para
implementação das políticas públicas voltadas ao meio rural, não somente pela atual administração,
mas como diretriz do Município de Taquara, instituindo orientação para a atividade estatal e privada
em prol do desenvolvimento da comunidade rural.
Atenciosamente,

TITO LIVIO JAEGER FILHO


Prefeito Municipal
PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARA
ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PLANO MUNICIPAL DE
DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Período: 2017 a 2037

Taquara, 2017
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARA – RS

COORDENAÇÃO:
Prefeitura Municipal de Taquara Conselho Municipal de
Desenvolvimento Agropecuário EMATER/RS-ASCAR

ELABORAÇÃO:
Prefeitura Municipal de Taquara
Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário
EMATER/RS-ASCAR
Faculdades Integradas de Taquara - FACCAT
Sindicato dos Trabalhadores Rurais
Sindicato dos Produtores Rurais

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL DE TAQUARA

Este Plano foi coordenado, elaborado e redigido por:

ALEXANDRE CZERMAK RICK – PREFEITURA MUNICIPAL DE TAQUARA

FERNANDO ABREU DE CAMPOS – EMATER/RS-ASCAR

Colaboradores diretos:

ROBERTO MACHADO PACHECO – EMATER/RS-ASCAR

CARINE GROSS DE BARROS – EMATER/RS-ASCAR

CARLOS ATÍLIO TODESCHINI – EMATER/RS-ASCAR

PAULO ROBERTO VON MENGDEN – FACCAT

JORGE LUIZ AMARAL DE MORAES – FACCAT

GESTÃO 2017

PREFEITO MUNICIPAL:

TITO LÍVIO JAEGER FILHO

VICE-PREFEITO MUNICIPAL:

HÉLIO CARDOSO NETO

SECRETÁRIO DE DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO, AGRICULTURA E PECUÁRIA:

DIRCINEI ANTONELO

DIRETOR DE AGRICULTURA:

ADAIR ADÉLIO FLESCH

PRESIDENTE DO CONSELHO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO AGROPECUÁRIO:

JOÃO CARLOS DE BRITO

PRESIDENTE DA CÂMARA DE VEREADORES DE TAQUARA:

TELMO VIEIRA

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

SUMÁRIO

1. APRESENTAÇÃO ..........................................................................................................7
1.1. Fundamentação Legal ..............................................................................................8
2. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO.....................................8
2.1. Histórico ..................................................................................................................10
3. DIAGNÓSTICO .............................................................................................................12
3.1. Dados Geográficos, Ambientais e Socioeconômicos ..............................................12
3.2. Meio Ambiente ........................................................................................................13
3.2.1. Hidrografia ...................................................................................................... 14
3.2.2. Clima ............................................................................................................... 15
3.2.3. Solos ................................................................................................................ 15
3.2.4. Flora e Fauna ................................................................................................... 16
3.2.5. Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças Ambientais .......................17
3.3. Economia .................................................................................................................18
3.3.1. Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças para a Economia Rural .....19
3.4. Educação ..................................................................................................................21
3.4.1. Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças para a Educação ...............23
3.5. Qualidade de Vida ...................................................................................................23
3.5.1. Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças da Qualidade de Vida .......25
3.6. Organização Social e Política ..................................................................................26
3.6.1. Conselhos Municipais que Envolvem o Meio Rural .......................................26
3.6.2. Administração Distrital no Meio Rural ........................................................... 27
3.6.3. Organizações Coletivas e Espaços Representativos do Meio Rural ................28
3.6.4. Organizações de Defesa de Direitos ................................................................ 28
3.6.5. Políticas públicas em execução para o meio rural ...........................................29
3.6.5.1. Serviço de Inspeção Municipal (S.I.M.) .................................................. 29
3.6.6. Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças para a Organização
Sociopolítica .................................................................................................... 29
3.7. Infraestrutura ........................................................................................................... 30
3.7.1. Internet ............................................................................................................. 31
3.7.2. Segurança ........................................................................................................ 31
3.7.3. Transporte e Malha Viária ............................................................................... 31
3.7.4. Abastecimento de Água e Saneamento Básico................................................32
3.7.4.1. Sistema de Manejo de Resíduos Sólidos ................................................. 32

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

3.7.4.2. Drenagem Urbana 33


3.7.5. Energia Elétrica...................................................................................................... 33
3.7.6. Telefonia.................................................................................................................. 33
3.7.7. Habitação................................................................................................................ 33
3.7.8. Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças para a Infraestrutura ..........34
3.8. Estrutura Fundiária e Produção Agropecuária do Município de Taquara.................35
3.8.1. Produção Agropecuária......................................................................................... 37
3.8.2. Potencial do Mercado............................................................................................ 41
4. METODOLOGIA DA CONSTRUÇÃO DO PLANO........................................................ 44
4.1. Reavaliação..................................................................................................................... 45
5. DIRETRIZES.......................................................................................................................... 45
6. PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO..................................................................................... 46
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................................ 47
8. REFERÊNCIAS...................................................................................................................... 49
ANEXO I – Convite para as reuniões comunitárias................................................................ 50
ANEXO II – Roteiro das reuniões e apresentações realizadas nas comunidades.................52
ANEXO III – Histórico das reuniões........................................................................................ 65
ANEXO IV – Eixos das diretrizes do Plano............................................................................. 74

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

LISTA DE QUADROS, FIGURAS E TABELAS


Quadros:
Quadro 1 – População do município de Taquara..................................................................... 8
Quadro 2 – Resumo das informações socioeconômicas e geográficas do município...........12
Quadro 3 – Informações sobre o clima do município de Taquara..........................................15
Quadro 4 – Principais necessidades, pontos fortes e fracos na área ambiental.....................17
Quadro 5 – Principais necessidades, pontos fortes e fracos da economia rural....................19
Quadro 6 – Estratificação (nº) de escolas e escolares por tipo de escola..............................22
Quadro 7 – Principais necessidades, pontos fortes e fracos na área de educação ................23
Quadro 8 – Infraestrutura dos serviços de saúde do município.............................................. 24
Quadro 9 – Principais necessidades, pontos fortes e fracos na qualidade de vida................25
Quadro 10 – Principais necessidades, pontos fortes e fracos da organização
sócio-política................................................................................................................................ 30
Quadro 11 – Frota municipal...................................................................................................... 31
Quadro 12 – Redes elétricas, rural e urbana............................................................................. 33
Quadro 13 – Indicadores de habitação do município............................................................... 33
Quadro 14 – Principais necessidades, pontos fortes e fracos da infraestrutura .....................34
Quadro 15 – Estrutura fundiária de Taquara............................................................................ 35
Quadro 16 – Composição média dos estabelecimentos rurais de Taquara............................36
Quadro 17 – Crédito Rural – PRONAF.................................................................................... 36
Quadro 18 – Área, produtividade, produção e VBP das principais lavouras........................37

Figuras:
Figura 1 – Localização do município de Taquara no mapa do Rio Grande do Sul...............9
Figura 2 – Localização do município de Taquara no mapa da região.................................... 9
Figura 3 – Principais cursos de água do município.................................................................. 14
Figura 4 – Mapa do uso e ocupação do solo............................................................................ 17
Figura 5 – Distritos do município.............................................................................................. 27
Figura 6 – Localização e diagrama da estrutura viária............................................................ 30

Tabelas:
Tabela 1 – Principais atividades geradoras de empregos nos municípios da região VP.......42
Tabela 2 – Massa salarial gerada nos municípios da região VP.............................................. 43

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

1. APRESENTAÇÃO

O Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Taquara (PMDRS) é um


documento de utilidade pública que objetiva diagnosticar as condições do meio rural do
município de Taquara, abrangendo as suas características sociais, econômicas, ambientais, os
principais sistemas de produção, suas potencialidades e fragilidades, considerando uma
perspectiva de desenvolvimento para um cenário de longo prazo, subsidiar a implementação de
diretrizes de trabalho para o efetivo desenvolvimento da área rural do município e orientar a
administração pública, a sociedade e as entidades locais para uma série de políticas públicas e
ações voltadas à área rural e às atividades vinculadas a ela.
Participaram da elaboração deste documento:
- Prefeitura Municipal de Taquara
- Associação Riograndense de Empreendimentos de Assistência Técnica e Extensão Rural –
EMATER/RS-ASCAR
- Faculdades Integradas de Taquara - FACCAT
- Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário – COMAGRO e seus
representantes:
ARPLED – Associação Regional de Produtores de Leite e Derivados
ARTAP – Associação Regional Taquarense de Apicultores
ATAF – Associação Taquarense de Produtores da Agricultura Familiar
ATP – Associação Taquarense dos Piscicultores
COTAF – Condomínio Taquarense de Feirantes de Produção Colonial
EMATER/RS-ASCAR Prefeitura
Municipal de Taquara
SEAPI – Secretaria Estadual de Agricultura, Pecuária e Irrigação
SICREDI – Sistema de Crédito Cooperativo
STR – Sindicato dos Trabalhadores Rurais
SPR – Sindicato dos Produtores Rurais
- Parceiros:
Câmara de Vereadores de Taquara
COREDE – Conselho Regional de Desenvolvimento Paranhana-Encosta da Serra
FACCAT – Faculdades Integradas de Taquara
IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
- Representantes das comunidades rurais.

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

1.1. Fundamentação Legal


A fundamentação legal do Plano Municipal de Desenvolvimento Rural tem base na
Constituição Federal de 05/10/1988, na lei nº 8.171 de 17/01/1991 e na portaria do MAPA nº
415, de 16/02/2017.

2. IDENTIFICAÇÃO E CARACTERIZAÇÃO DO MUNICÍPIO


O município de Taquara, no Rio Grande do Sul, localiza-se a 29°39'02" de latitude sul e
50°46'50" de longitude oeste, a uma altitude de 54 metros, possuindo uma área total de 458 km². A
população do município, em 2007, era de 53.428 habitantes e de acordo com o Censo demográfico
de 2010 do IBGE 2010 passou para 54.643 (cinquenta e quatro mil, seiscentos e quarenta e três)
habitantes, dos quais 45.276 eram moradores da zona urbana e 9.377 moradores da zona rural. Já
no ano de 2013, a população total estimada era de 56.896 habitantes. No quadro 1, pode ser
verificada a segmentação da população rural e urbana, por faixa de idade e por sexo.

Quadro 1 – População do município de Taquara


Total Homem Mulher
Categoria
Rural Urbano Rural Urbano Rural Urbano
Crianças (0-11) 1.383 6.197 693 3.257 689 2.947
Jovens (12-18) 1.209 7.933 638 4.031 572 3.901
Adultos (19-59) 5.095 25.618 2.724 12.367 2.370 13.245
Idosos (>60) 1.690 5.518 831 2.325 860 3.193
Total 9.377 42.266 4.886 21.980 4.491 23.286
Fonte: IBGE 2010

A seguir os mapas de localização em relação ao estado do Rio Grande do Sul (Quadro


1) e Situação Geográfica em relação aos municípios vizinhos (Figura 1). Todos os mapas
foram elaborados pelo Setor de Geoprocessamento da Prefeitura.
O município de Taquara está localizado na Encosta Inferior da Serra, a uma distância de 72
quilômetros de Porto Alegre, 40 km de Gramado, 48 km de Canela, 40 km de São Francisco de
Paula, 36 km de Novo Hamburgo e 89 km de Tramandaí. Esta localização favorece o seu perfil com
características de um clima subtropical, mas com microclima diferenciado. Também possui, como
uma de suas principais características, a privilegiada localização geográfica: o município é ponto de
ligação entre importantes regiões do Rio Grande do Sul, como a Serra Gaúcha, Litoral, Região
Metropolitana e Vale dos Sinos (Figura 2).

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Figura 1 – Localização do município de Taquara no mapa do Rio Grande do Sul

Figura 2 – Localização do município de Taquara no mapa da região

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

2.1. Histórico
O topônimo Taquara é proveniente de cerrada vegetação de bambus silvestres
(taquaral) que cobriam as margens do rio dos Sinos. Até a chegada dos primeiros europeus à
região, no século XVI, a mesma era habitada pelos índios carijós. O território de Taquara fez
parte da sesmaria concedida em 1814 a Antônio Borges de Almeida Leães, que, em 20 de
junho de 1845, a vendeu a Tristão José Monteiro e Jorge Eggers. No ano seguinte, em 4 de
setembro de 1846, o território passou a ser propriedade exclusiva de Tristão Monteiro, quando
se iniciou o processo de colonização alemã e outras etnias, através da Colônia de Santa Maria
do Mundo Novo, formada pelas famílias: Família Ritter (alemã); Família Lahm (alemã); Família
Schirmer (alemã); Família Krummenauer (alemã); Família Schäfer (alemã); Família Klein
(alemã); Família Lambert (alemã); Família Laux (alemã); Família Jacoboski (polonesa); Família
Raimondo (Italiana); Família Fischer (alemã); Família Belmonte (Espanhola); Família Petry
(alemã); e Família Korndörfer (alemã).
A colônia se dividia em três seções: Baixa Santa Maria - hoje Taquara, Média Santa
Maria - hoje Igrejinha e Alta Santa Maria - hoje Três Coroas. Foi na Média Santa Maria que
Tristão Monteiro construiu a primeira casa de alvenaria do vale, a chamada "Casa de Pedra".
Esta casa foi construída para instalar a capatazia e o armazém de abastecimento dos primeiros
colonos e do pessoal que procedia a medição das terras do vale.
Taquara do Mundo Novo possuía expressiva atividade mantenedora e integradora do
comércio nascente e diversificado da região agropastoril do Vale dos Sinos com a do rio
Paranhana e a serra, com os centros de São Leopoldo e Porto Alegre. Observando-se o mapa
das estradas e vales dos Sinos e Paranhana, ao fim do século XIX e no início do século XX,
pode-se conferir que Taquara, em sua posição geográfica, naturalmente serviu de
"encruzilhada", uma vez que se situa no cruzamento para a serra, para a capital, litoral e outros
centros.
Os meios de transporte se desenvolveram e se adaptaram em função das condições
geográficas. Como as colônias ficavam distantes umas das outras, na região de planaltos e
montanhas, utilizou-se o tropeirismo. Aproveitou-se, na planície, o rio dos Sinos para
transporte fluvial, onde era escoada a produção da colônia. Verifica-se que o transporte fluvial
foi fundamental para o desenvolvimento da região, uma vez que a produção era transportada
pelo rio, assim como os estabelecimentos comerciais que foram surgindo eram abastecidos
pelo transporte fluvial. A produção de farinha de mandioca, além de Porto Alegre, era
exportada para o nordeste brasileiro, existindo inúmeras atafonas na margem esquerda do rio
do Sinos. Além da farinha de mandioca, eram produzidos na colônia e exportados via rio:
banha de porco, arroz, feijão, milho e batata inglesa.

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

A navegação fluvial conheceu seu auge entre 1870 e 1910, mas continuou com um
movimento satisfatório até 1930. Na década de 40 foi o próprio desenvolvimento criado por
ela que exigiu novos e mais ágeis meios de transportes. Observa-se que a primeira ferrovia
gaúcha foi uma resposta ao crescimento da zona de colonização alemã do Vale do Rio dos
Sinos e à demanda da produção colonial desta região. Construída com tecnologia britânica,
estimulou a produtividade da região, conduzindo para a construção de novos caminhos e
ferrovias, como o prolongamento de Novo Hamburgo à Taquara em 1903, e em 1924 já se
estendia até Canela. Na década de 1950 o Brasil sofreu um processo de industrialização que
provocou um aumento na frota veicular e na malha rodoviária. Como consequência as estradas
de ferro começam a ser desativadas em diversos pontos do país na década de 1960. Em 1963
ocorre a suspensão do tráfego na estrada de ferro entre Taquara e Canela, e em 1964 foi
desativado o trecho entre Taquara e Novo Hamburgo.
Os principais produtos comercializados eram batata inglesa, mandioca, milho, feijão e,
mais tarde, o piretro. Na década de 1930, Taquara figurava entre os maiores produtores de
feijão preto do Estado. O Piretro é uma planta conhecida cientificamente como Chrisanthemun
Cinerariafolium. De suas flores secas extraem-se as substâncias chamadas piretrinas. O auge
da produção aconteceu durante a II Guerra Mundial, quando o bloqueio nazista à África do
Sul impedia que a planta produzida naquele país fosse comercializada com os Estados Unidos,
que passaram a importar o piretro gaúcho. A produção de Taquara chegou a atingir 1,1 milhão
de quilos por ano, tornando-se a maior produtora mundial de piretro. Após a II Guerra
Mundial, o surgimento de inseticidas capazes de substituir o piretro criou uma crise no setor
levando ao decréscimo do cultivo do piretro em Taquara.
De 1940 a 1960 ocorreu a maior expansão econômica e física do município,
contribuindo para este fato, a expansão da agroindústria através, principalmente, da produção
dos moinhos de beneficiamento de milho e mandioca. A fertilidade da região do Vale do
Paranhana, em especial as várzeas dos rios dos Sinos, Paranhana, Rolante e da Ilha, tornou-a
referência para produção leiteira do Estado. Em 1958, foi instalada uma usina de resfriamento
de leite em Taquara. No início da década de 1960 foi instalada a pasteurização e o primeiro
equipamento de desidratação de leite por sistema de evaporação em tachos com azulejos. Nos
anos 1980, a produção teve um rápido declínio, decorrente, entre outros fatores, da baixa
produção individual dos tambeiros, da baixa remuneração do leite e os, constantes atrasos nos
pagamentos mensais da indústria. Outro fator para o declínio da produção local foi a
dificuldade dos pequenos produtores em acompanhar o desenvolvimento tecnológico e o nível
de produtividade necessários para se manter na atividade, cujo mercado passou a ser disputado
cada vez mais pelas grandes empresas privadas.

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Os exemplos evidenciam que Taquara do Mundo Novo esteve totalmente integrada ao


desenvolvimento regional e nacional, sendo que a economia da região, embora tenha
características locais, não pode ser entendida fora deste contexto global, especialmente no que
diz respeito ao processo de industrialização brasileira e à inserção do Brasil no mercado
capitalista mundial a partir de meados do século XX.

3. DIAGNÓSTICO
A seguir serão apresentadas informações em relação à situação atual do município,
abrangendo aspectos ambientais, geográficos, socioeconômicos, políticos, assim como os
aspectos relacionados à educação, qualidade de vida, infraestrutura e à produção agropecuária.

3.1. Dados Geográficos, Ambientais e Socioeconômicos


No quadro-resumo, a seguir, são apresentadas as principais informações
socioeconômicas e geográficas do município de Taquara (Quadro 2). Os municípios limítrofes
ao norte são Igrejinha, Três Coroas e São Francisco de Paula e ao sul são Glorinha e Gravataí,
no leste estão Rolante e Santo Antônio da Patrulha e a oeste estão Parobé, Sapiranga e Novo
Hamburgo.
Quadro 2 – Resumo das informações socioeconômicas e geográficas sobre o município
INFORMAÇÕES SOCIOECONÔMICAS E GEOGRÁFICAS
Item Informação Ano
Região Geopolítica: Encosta Inferior do Nordeste
Altitude (m): 54 m
População (Censo IBGE): 54.643 2010
Rodovias de Acesso: RS 020 - RS 239 - RS 115
PIB pm (R$) 1.139.626.000,00 2014 - IBGE
PIB per capita (R$) 19.968,21 2014 - IBGE
VAB -3,60 2014 - IBGE
VABA 1,72 2014 - IBGE
ICMS do Município 16.880.689,09 2016 - PM
Taxa de Alfabetização (%): 93,89 2010 - IBGE
Taxa de Mortalidade: 11,07 2014
Taxa de Escolarização (%): 97,1 2010 - IBGE
IDH-M (Índice de Desenvolvimento
0,727 2010
Humano municipal)
Posição do IDH-M do município no RS 210º 2010
Idese (Índice de Desenvolvimento
0,7166 2013
Socioeconômico)
Posição do Idese do município no RS 298º 2013 - IBGE
Olericultura, Fruticultura, Orizicultura
Bovinocultura (leite e corte),
Produção agrícola local predominante: 2013 - IBGE
Silvicultura, Apicultura, Piscicultura,
Milho, Mandioca, Cana-de-açúcar
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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Área (km2): 457,881 2010 - IBGE


Densidade demográfica hab/km² 119,35 2010 - IBGE
Módulo Fiscal 18 ha
Número de famílias no CadÚnico 4.693 2016 – PM
Número de famílias no Bolsa Família 1.854 2016 - MDS
Fontes: IBGE (2010), IBGE (2017)

3.2. Meio Ambiente


O município de Taquara possui biodiversidade integrante do bioma Mata Atlântica, com
toda sua riqueza, porém está sujeito a todos os fatores climáticos adversos que estão impactando o
Planeta, como o aquecimento global, recrudescimento de tempestades, enchentes, ventos fortes,
poluição por gases causadores do Efeito Estufa e contaminação de mananciais de água doce, bem
como desequilíbrio ambiental, notado pelo surgimento e ampliação de um número cada vez maior
de pragas, parasitas e doenças causadoras de prejuízos à fauna e flora local, como a mosca-da-fruta
e o carrapato, por exemplo, ou mesmo os prejuízos à saúde e ao bem estar animal devido ao
excesso de calor nos invernos atípicos e verões muito quentes.
A Secretaria Municipal de Meio Ambiente é responsável pela execução das atividades
relacionadas ao licenciamento e a fiscalização ambiental, além da promoção de ações de
educação ambiental, normatização, controle, regularização, proteção, conservação e
recuperação dos recursos naturais. Essa Secretaria executa também a gestão ambiental do
município por meio de habilitação concedida pelo Conselho Estadual do Meio Ambiente —
CONSEMA, para realizar o licenciamento ambiental das atividades de impacto local. A equipe
de licenciamento ambiental do Município de Taquara é composta pelo seguinte corpo de
técnicos e funcionários:
1. Secretário de Meio Ambiente
2. Diretora de Meio Ambiente
3. Licenciador Municipal — Bióloga Municipal (01 bióloga)
4. Agente Administrativo — licenciamento (01 funcionário)
5. Chefia de Divisão de Flora e Fauna - (01 funcionário)
6. Bióloga — Setor de Arborização e Licenciamento de Flora (01)
7. Equipe técnica contratada, constituída pelo seguinte corpo técnico:
a) Engenheiro Químico
b) Geólogo
c) Engenheiro de Minas
d) Engenheiro Agrônomo
8. Fiscalização Ambiental — 02 fiscais municipais

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

3.2.1 Hidrografia
O município de Taquara é banhado pelos rios dos Sinos, Padilha, da Ilha, Paranhana (Santa
Maria) e Rolante e por mais 25 arroios. O município de Taquara pertence a bacia hidrográfica do rio
dos Sinos que tem no rio Paranhana seu principal afluente, que nasce nas encostas da Serra, no
município de Canela, cortando parte daquele município e também o de Três Coroas e Igrejinha.
Entrando no município de Taquara, o rio Paranhana contorna a zona urbana e desemboca na
margem direita do rio dos Sinos. Em sua margem esquerda recebe as águas do Arroio Taquara que
nasce nas imediações da vila Santa Rosa e atravessa toda a cidade.
O rio da Ilha é o de menor porte do município, afluente do rio dos Sinos pela sua
margem direita, nasce também na Serra do Nordeste. Já o rio Rolante nasce no município de
São Francisco de Paula, correndo pelos municípios de Rolante, Riozinho, Santo Antônio da
Patrulha, Taquara e deságua no rio dos Sinos pela sua margem direita. Os cursos d’água do
município totalizam cerca de 682 km de extensão total, sendo 648 km na zona rural e 34 km na
zona urbana.
Figura 3: Principais cursos de água do município de Taquara

Fonte: COMITESINOS, 2010

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

3.2.2 Clima
O clima do município de Taquara, de acordo com a classificação de Wladimir Köppen,
é subtropical tipo cfa com média de temperatura máxima de 26,8°C e média da temperatura
mínima de 13,7°C, com precipitação pluviométrica média anual de 1.459 mm bem distribuídas.
Predominância de ventos de sudeste para noroeste e umidade relativa do ar média de 76%,
portanto, pode-se dizer que o município possui um microclima com características tropicais,
conforme demonstram os principais parâmetros de avaliação do clima (Quadro3).

Quadro 3 - Informações sobre o clima do município de Taquara


Temperaturas
Média da temperatura máxima 26,8°C
Média da temperatura mínima 13,7°C
Média da média compensada 19,4°C
Chuvas
Máxima anual 1.905 mm
Mínima anual 879,8 mm
Média 1.459 mm
Máxima em 24 h 142 mm
Número de dias de chuva anual 110 dias
Demais Parâmetros
Total da Insolação anual 2.329 horas
Média mensal da Radiação Solar Global 361 horas
Ventos predominantes De sudeste para o noroeste
Média mensal da Evapotranspiração 72 mm
Umidade relativa do ar 76%
Fonte: JSB – Serviços Técnicos Ltda., 2002

3.2.3 Solos
Na região do município de Taquara são encontrados os seguintes tipos de solo
predominantes: Os Argissolos Vermelhos-Amarelos (Pva8) e os Cambissolos Háplicos (Ce1). A
seguir serão apresentadas as principais características desses solos.
- Argissolos Vermelhos-Amarelos (Pva8): Este solo é caracterizado por sua textura
arenosa/argilosa, arenosa/média e média/argilosa. O relevo da região é suave ondulado e
ondulado devido ao substrato de arenitos da Formação Botucatu (unidades Pituva e Bom
Retiro);
- Cambissolos Háplicos (Ce1): Possuem textura argilosa e o relevo é plano e
suavemente ondulado. Estes associam-se aos gleissoloseutróficos com textura argilosa e relevo
caracteristicamente plano (unidade Ciríaco).

15
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

3.2.4 Flora e Fauna


A vegetação nativa está diretamente relacionada ao relevo, que são componentes
fundamentais da paisagem, caracterizada ao Norte e no Extremo sul da área pela unidade
Geomorfológica Patamares da Serra Geral, recoberta, principalmente pela mata nativa e capoeiras.
Junto ao rio dos Sinos, na porção central do município, apresenta-se a mata ciliar, formando um
cordão junto à drenagem, circundado ainda pelos campos e pastagens cultivadas.
A mata nativa ocorre principalmente nas encostas de maior declividade, topos de morros e
junto aos cursos d’água sob a forma de mata secundária. A mata ciliar, localizada nas várzeas ao
longo dos arroios e rios, é caracterizada pela presença de Figueiras, Ipês Amarelos, Salsos Crioulos,
Jerivás, Caliandras e Maricás. Nas encostas da Serra Geral destacam-se corticeiras da serra, açoita
cavalos, cecrópias, cinchos, mata-olho e batinga. Segundo Landau (1992) e Porto (1988), a mata
localizada na porção ao sul do Rio dos Sinos é originária da floresta úmida tropical, misturada com
elementos da floresta subtropical, como a Araucária e da floresta da bacia Paraná-Uruguai. Destaca-
se as seguintes espécies florestais: Angico, Caixeta, Camboatá, Cancorosa, Capororoca,
Carvalhinho, Cedro, Chá-de-Bugre, Maria Mole e Pinheiro Brasileiro. Ocorrem ainda muitas
epífitas como os cravos da mata e gravatás. No estrato herbáceo ocorrem gramíneas de sombra e
arbusto como a psychotria sp. Com relação ao Cadastro Ambiental Rural (CAR) foram elaborados
no município 1.530 cadastros até o final de 2017.
Com relação à fauna nativa, verifica-se, nas localidades onde a mata nativa está em
desenvolvimento ou permanece inalterada, um aumento de espécies quase desaparecidas como
bugios, quatis, gatos do mato, veados e tamanduás. Entre as principais espécies encontradas
estão: capivaras, lontras, bugios, graxains, lebres, tatus, gambás, preás, furões, lagartos, etc. O
número de espécies de aves tem aumentado significativamente em razão da diminuição da
caça, diminuição das áreas com agricultura e aumento da vegetação nativa. Antigamente, os
rios eram ricos em espécies de peixes (traíras, dourados, jundiás, lambaris, cascudos, carás,
grumatãs), atualmente esta diversidade diminuiu bastante em virtude da degradação ambiental
ocorrida ao longo dos anos.

16
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Figura 4: Mapa do uso e ocupação do solo

Fonte: Prefeitura Municipal de Taquara. Geoprocessamento, 2009.

3.2.5 Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças Ambientais


A partir das reuniões que foram feitas no município (conforme ANEXO III), utilizando-
se o método Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças (Matriz F.O.F.A.), identificou-se
os pontos fortes, os pontos fracos e as necessidades, todos construídos nas reuniões. Estes
dados levantados ajudaram a construir um diagnóstico municipal. Na área ambiental, os
resultados das reuniões com a população rural indicaram os pontos fortes, os pontos fracos e
as principais necessidades (Quadro 4).

Quadro 4 – Principais necessidades, pontos fortes e fracos na área ambiental


Pontos Fortes Pontos Fracos Necessidades
Água em Falta de água para consumo humano e Desassoreamento do Rio da Ilha
abundância em boa para a produção em algumas Preservação de cursos d’água e
parte do município comunidades nascentes
Presença de muitos Limitações impostas para utilização dos Programa municipal de incentivo à
rios, arroios e recursos hídricos proteção de nascentes com plantio
nascentes Vertentes secas em algumas localidades de espécies nativas e isolamento da
Degradação de alguns córregos, arroios área através de subsídio
e rios Sistemas de armazenamento de água
Possibilidade de represamento do Rio (cisternas, reservatórios)
da Ilha, inundando boa parte da área
de
Rio da Ilha, Padilha e Padilha Velha

17
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Relevo do município Solos degradados em algumas Recuperação do solo


Solo fértil em boa localidades
parte do município
Adaptação de alguns Aquecimento global e mudanças Capacitação dos produtores no
produtores às climáticas desenvolvimento de resiliência às
mudanças
climáticas Eventos climáticos extremos: chuvas adversidades climáticas
Microclima fortes, granizo, geadas, temperaturas
adequado para muito altas, tornados.
diversidade de Falta de estações bem definidas durante
culturas o ano
Enchentes nas regiões de várzea
Cachorros soltos e/ou sem dono Sistema de cadastro de animais
Animais abandonados
Custo muito alto e grande burocracia Fiscalizar e estabelecer condições
para licenciamento das pedreiras ambientais para a exploração e
transporte de minerais
Mosca da fruta e pragas Aplicação de BTI
Borrachudo
Belezas naturais Depósitos clandestinos de lixo Educação sobre o lixo: Campanhas
de conscientização e oficinas de
manejo adequado dos lixos
Programa municipal de controle de
espécies exóticas invasoras
Incentivo à geração de energia
elétrica nas propriedades
Fonte: Resultados de reuniões com a população rural

3.3. Economia
As atividades econômicas que surgiram a partir dos empreendimentos familiares dos
imigrantes, em grande parte de origem germânica, eram ligadas em sua maioria aos setores
industrial e comercial que detém um elevado percentual da economia do município de Taquara.
Este vem se destacando economicamente no Estado do Rio Grande do Sul (RS), uma vez que
o município possui o segundo maior PIB do COREDE Paranhana-Encosta de Serra, com
valores de aproximadamente R$ 804 milhões.
Taquara exerce potencial desenvolvimento nas áreas de comércio, diversificado em
todos os ramos, de prestação de serviços e nos setores de ensino e de saúde. Na área da
educação, além da rede pública, o município possui também estabelecimentos particulares de
grande porte, entre estes, uma instituição de ensino superior, as Faculdades Integradas de
Taquara - FACCAT.
O setor industrial se encaminha para a diversificação, sendo que, atualmente, os segmentos
mais importantes são os de calçados, produtos plásticos e laticínios. O parque industrial abriga
diversos estabelecimentos, predominando as indústrias calçadistas (alguns com expressiva
produção destinada ao mercado externo), beneficiamento de madeira, produtos químicos,
metalúrgicos, eletrônicos e produtos de alimentação (TAQUARA, 2016). Existem,

18
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

também, diversos estabelecimentos comerciais, destacando-se os de eletrodomésticos, tecidos,


miudezas, ferramentas e produtos alimentícios (TAQUARA, 2016).
A produção agrícola, alavanca econômica na época da colonização, ainda ostenta um
razoável desenvolvimento, com destaque para a produção leiteira, piscicultura, criação de gado
de corte, rizicultura, olericultura, fruticultura e silvicultura. Atualmente, Taquara possui
centenas de propriedades rurais, na sua maioria pequenos e médios estabelecimentos
agropecuários de produção diversificada.
No município de Taquara houve, nos últimos 40 anos, um crescimento demográfico
considerável, passando de 31.167 para 54.643 habitantes, configurando um incremento de 57%
em termos de população total. Segundo dados do IBGE estima-se que em 20 anos a população
seja de aproximadamente 71.429 habitantes, um crescimento de 30,7% em relação à atual
situação, pois este é impulsionado pela atividade industrial, de comercio e serviços.
Concomitante ao crescimento populacional, a oferta por novas indústrias e, consequentemente
habitações, será de grande importância para o crescimento econômico da cidade.

3.3.1 Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças para a Economia Rural


A partir das reuniões que foram feitas no município (conforme ANEXO III), utilizando-
se o método Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças (Matriz F.O.F.A.), identificou-se
os pontos fortes, os pontos fracos e as necessidades, todos construídos a partir dos resultados
das reuniões. Estes dados levantados ajudaram a construir um diagnóstico municipal. Na área
econômica, os resultados das reuniões apontaram diversos pontos fortes e fracos e as
necessidades (Quadro 5).

Quadro 5 - Principais necessidades, pontos fortes e fracos da economia rural


Pontos Fortes Pontos Fracos Necessidades
Atividades produtivas Declínio da produção Cursos de capacitação relacionados à produção
vegetais: de leite agropecuária, produção orgânica e gestão da
Silvicultura Preço baixo do leite propriedade rural para produção de baixo custo
Carvão e lenha: acácia
e Preço baixo da carne Organização de Unidades de Referência em
propriedades rurais com temas diversos de
eucalipto Alto custo de acordo
Olericultura produção com demandas do município
Fruticultura Falta de investimento Melhoria no processo de gestão do sistema de
Rizicultura na alimentação do produção / comercialização da unidade de
Cana de açúcar rebanho, manejo e produção familiar
Milho qualidade do pasto Intercâmbios, troca de experiências e mutirões
Aipim Exigências para a para troca de serviços entre produtores
Feijão produção de leite Melhoria tecnológica dos sistemas produtivos
Ácido pirolenhoso Oscilação do mercado Mais incentivo para acesso a insumos
Atividades produtivas Falta de certeza de Produzir para o comércio local: incentivo às
animais: venda e preço cadeias curtas
Gado de Corte Retorno do Programa de Aquisição de Alimentos -
Gado de leite PAA
Ovinocultura
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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Caprinocultura de leite Dificuldade na venda Central Regional de Abastecimento como ponto de


Apicultura de produtos escoamento da produção
Avicultura agropecuários Feiras municipais mais acessíveis e
Piscicultura Dificuldade de desburocratizadas para o produtor rural, com
Agroindústrias escoamento da normas e critérios claros e melhor estabelecidos
legalizadas de produção em grande Ampliação da assistência técnica agronômica
processamento de: parte do interior Incentivo à produção orgânica / ecológica
Peixe Falta local para Incentivo à olericultura
Carne (abate, cortes, armazenamento e Compra de mel, leite e peixe da agricultura
embutidos) beneficiamento de familiar para a merenda escolar
Leite (leite em pó, arroz e outros grãos Fundo de Amparo à Pecuária para incentivar o
UHT) Relevo dificulta a combate à brucelose e tuberculose
Leite de cabra (queijos, atividade agrícola na Melhoria genética do rebanho (corte e leite)
iogurte) região norte do Programa Municipal de Inseminação Artificial
Mel município
Disponibilização de médico veterinário para dar
Agroindústrias Excesso de burocracia
assistência clínica aos pequenos produtores
informais de nos licenciamentos e
Incentivo à Avicultura Colonial
processamento de: acesso às políticas
Cana (melado, açúcar públicas, legalização Incentivo à suinocultura
mascavo, cachaça) de agroindústrias e Incentivo à produção de leite
Leite (queijos) atividades Incentivo para agroindustrialização: produtos de
Carne (cortes, agropecuárias origem animal (gado, porco, frango),
embutidos) Pouca utilização da beneficiamento de cana, beneficiamento de leite,
Mel processamento de vegetais.
Feira da Agricultura
Panificados Familiar na rua Flexibilidade no processo de legalização das
Potencial para produção coberta agroindústrias e isenção de taxas.
orgânica Término repentino da Capacitação dos fiscais
atividade de
Proximidade de grandes indústrias Infraestrutura municipal para processamento de
mercados consumidores em algumas regiões vegetais
Pontualidade da PIÁ no do interior, Programa municipal de abate de gado, suínos e
pagamento prejudicando os aves para pequenos produtores
Experiência e produtores rurais que Local público apropriado para desossa e corte dos
planejaram a
disposição do produtor produção animais abatidos dos pequenos produtores
Assistência técnica de agropecuária de suas Caminhão frigorífico do município para auxiliar o
boa qualidade da propriedades com pequeno produtor no transporte dos produtos de
EMATER/RS base na demanda origem animal
Cursos do SENAR dessas indústrias Ponto de venda de produtos de origem animal
Falta de controle da Micro usina de processamento de leite através de
brucelose parceria entre poder público e
associações/cooperativas de produtores
Estimular a produção de peças de artesanato para
uso dos produtores, como balaios, cestos,
peneiras,
artesanato em lã
Convênio com instituições para pesquisar ácido
pirolenhoso
Outras atividades Faltam oportunidades
econômicas: de emprego
Fábricas de calçados
Fábricas de piscinas
Pedreiras
Metalurgia
Saibreiras
Restaurantes
Padarias
Confeitarias
Postos de gasolina
Serrarias
Esquadrias
Lojas agropecuárias
Artesanato
20
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Nas comunidades mais


próximas da sede do
município, as empresas
ali instaladas usam
mão-de-obra local
Faltam oportunidades Incentivar a abertura de postos de trabalho e
para a juventude alternativas para o jovem rural
Ateliers de calçado e Garantia de renda para o jovem rural como
indústrias de piscina incentivo à sua permanência no campo
absorvem mão-de-
obra da agricultura
Penosidade do
trabalho
Falta de mão-de-obra
para trabalhos nas
propriedades rurais
Existência da Patrulha Falta de informação Melhoria do diálogo entre população rural e
Agrícola sobre políticas entidades, possibilitando mais informações e
Produção de silagem da públicas acesso às políticas públicas
Patrulha Agrícola Falta de Melhoria / Ampliação da Patrulha Agrícola
Existência de Políticas movimentação no Ter mais de um operador por máquina,
possibilitando revezamento e otimizando o
Públicas de fomento à Bloco de Produtor tempo
agropecuária Falta de seguro da máquina na propriedade
Programa Nacional de agrícola Subsídio para pequeno produtor rural no
Alimentação Escolar Patrulha Agrícola pagamento dos encargos trabalhistas de
ruim empregado
Potencial para turismo Incentivo ao turismo rural
rural: paisagem, Criação da Casa do Agricultor para venda de
produtos, história e produtos aos turistas que passam / visitam o
cultura município
Boa localização
geográfica
Fonte: Resultados de reuniões com a população rural em 2017

3.4. Educação
O município passou a ter um Sistema de Ensino no ano de 2006, através da Lei
Municipal n° 3461 de 29 de junho de 2006. Fazem parte do Sistema Municipal de Ensino a
Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes, o Conselho Municipal de Educação, as
Escolas Municipais e as Escolas de Educação Infantil Privadas. Em termos de dados
educacionais, segundo informações do site: http://www.dataescolabrasil.inep.gov.br/
dataEscolaBrasil/, havia no município, no ano de 2016 e pertencentes ao sistema municipal de
educação, 36 escolas municipais, sendo 17 na zona urbana e 19 na zona rural. Do total de
escolas municipais, 9 são exclusivas de educação infantil, sendo que dessas há 7 na zona
urbana e 2 na zona rural. Em 2016, essas 36 escolas atenderam um total de 5.434 alunos.
Atualmente, Taquara conta também com uma escola exclusiva para Educação de Jovens e
Adultos (EJA), a ESTAJA (Escola Taquarense de Jovens e Adultos), com Ensino a Distância,
através de Tutorias e realização de Exames Supletivos, em nível de Conclusão do Ensino
Fundamental e de Ensino Médio (Quadro 6).

21
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

E ainda, no ano de 2016 havia no município 11 escolas estaduais, que juntas atendiam
um total de 4.387 alunos, divididos em 8 escolas urbanas e 3 rurais. Dentre as escolas
estaduais urbanas há a Escola Técnica Estadual Monteiro Lobato – CIMOL, Centro de
Referência Profissional (antigo Colégio Industrial Monteiro Lobato), que está classificado
entre as seis melhores escolas estaduais do Rio Grande do Sul. No que concerne à rede
privada, há 7 escolas, todas urbanas, que atendem um total de 3.418 alunos. O ensino superior
é ofertado pelas Faculdades Integradas de Taquara (FACCAT), instituição privada que conta
com 20 cursos de graduação e de Pós-Graduação (Especialização, MBA, Mestrado).

Quadro 6 - Estratificação (nº) de escolas e escolares por tipo de escola


Escolas (n°) Escolares (n°)
Escolas
Urbana Rural Total Urbana Rural Total
Municipais 17 19 36 4.135 1.299 5.434
Estaduais 8 3 11 4.032 355 4.387
Federal - - - - - -
Particulares 7 - 7 3.418 - 3.448
Fonte: Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esportes de Taquara/RS (2016)

Taquara tem apresentado inúmeras iniciativas de projetos e ações em educação


ambiental com o objetivo de consolidar a institucionalização na rede municipal de educação,
sendo elas:
Coletivo Educador Ambiental: grupo de educadores de diferentes instituições que
atuam em processos normativos nos campos da educação ambiental, educação popular
e mobilização social. Participam 28 escolas municipais numa parceria com as
faculdades integradas de Taquara – FACCAT.
Comissão de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola – COM VIDA: com
420 alunos participantes que realizam uma formação em meio ambiente, resíduos
sólidos e resiliência.
Ações de enraizamento da educação ambiental na escola:
o Projeto Rio do Nosso Bairro: saídas de campo pelos 5 rios do município totalizando
360 alunos/ano, onde houve participação de 1080 alunos desde 2013.
o Sala Verde Itinerante (Ministério do Meio Ambiente – DEA/MMA):
disponibilização e democratização da informação ambiental e a busca por
maximizar as possibilidades dos materiais distribuídos, reflexão e construção do
pensamento/ação ambiental.
Programa Educando com a Horta Escolar e a Gastronomia: tem como objetivo usar a
horta e a gastronomia como eixos geradores da prática pedagógica para promover

22
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

hábitos alimentares saudáveis, valorização de ingredientes e receitas técnicas de


preparo de alimentos. Projeto de cooperação técnica com o Fundo Nacional de
Desenvolvimento da Educação do Ministério da Educação, com adesão de 100% das
escolas municipais, 30 hortas construídas, formação de 60% das merendeiras, 196
professores com formação continuada.
Escola Sustentável: este programa se dá através da alocação de recurso financeiro
para escolas que já desenvolvam ações de educação ambiental voltadas para o COM
VIDA e Agenda 21 Escolar. Foram selecionadas 21 escolas municipais de Taquara para
este programa.

3.4.1 Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças para a Educação


A partir das reuniões que foram feitas no município (conforme ANEXO III), utilizando-
se o método Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças (Matriz F.O.F.A.), identificou-se
os pontos fortes, os pontos fracos e as necessidades, todos construídos nas reuniões. Estes
dados levantados ajudaram a construir um diagnóstico municipal. Na área da educação, os
resultados das reuniões apontaram os principais pontos fortes e fracos e as necessidades
(Quadro 7).

Quadro 7 - Principais necessidades, pontos fortes e pontos fracos do meio rural, na área
de educação
Pontos Fortes Pontos Fracos Necessidades
Escolas já existentes no Faltam escolas em Escolas de turno integral
meio rural algumas localidades Campanhas de separação e reciclagem de lixo nas
Algumas escolas têm Falta de escolas de escolas
projeto de ensino ensino médio no Escola técnica para jovens
adequado ao meio rural interior do município Projetos escolares com foco na realidade rural
Campus do Instituto Analfabetismo Hortos comunitários nas escolas
Federal de Educação, Faltam creches em Reativação da escola agrícola da Linha Gonzaga
Ciência e Tecnologia do várias comunidades Educação da população urbana sobre consumo de
Rio Grande do Sul em rurais produtos orgânicos
Rolante Falta de escolas Realização de atividades com alunos das escolas
urbanas nas propriedades rurais a fim de
Transporte escolar agrícolas promover
a valorização e incentivo à forma de vida no
meio
rural
Fonte: Resultados de reuniões com a população rural em 2017

3.5. Qualidade de Vida


De acordo com Bertê et. al (2016), a partir de uma análise do Censo Demográfico de 2010,
é possível verificar que o Rio Grande do Sul vem sofrendo uma mudança na composição da sua
estrutura etária. Ao longo dos últimos 40 anos, houve uma redução da proporção de crianças e
jovens e um aumento relativo do número de adultos e idosos na composição da população. É
importante considerar que uma população mais envelhecida nas próximas décadas
23
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

implica inúmeros desafios à sociedade e ao poder público, principalmente nas questões


relativas à saúde e à previdência.
Em 2010, o Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) de Taquara era
0,727, o que situa o município em uma faixa de desenvolvimento humano considerado alto
(IDHM entre 0,700 e 0,799). A dimensão que mais contribui para o IDHM do município é a
longevidade, com índice de 0,880, seguida de Renda, com índice de 0,754, e de Educação,
com índice de 0,579.
Comparando com dados de 2013 da Fundação de Economia e Estatística (FEE) do Rio
Grande do Sul, o município de Taquara possui uma densidade demográfica de
aproximadamente 121,0 hab./km², ou seja, a cidade protagonizou um crescimento de 2,22
hab./km². Ainda, segundo dados do Censo Demográfico do IBGE 2010, as mulheres são
maioria no município, contando com uma população de 27.777 (sendo 23.286 na área urbana e
4.491 na área rural) mulheres contra 26.866 (sendo 21.980 na área urbana e 4.886 na área
rural) de homens.
Taquara possui sistema de saúde que é de responsabilidade da Secretaria da Saúde. À
mesma compete a coordenação, o planejamento, fiscalização e a promoção da saúde da
população no âmbito municipal, em articulação com o Ministério da Saúde e com a Secretaria
e os órgãos estaduais. Segundo o site da Prefeitura, o município possui entre postos de saúde e
clínicas, 34 estabelecimentos de saúde. A Prefeitura mantém 14 postos de saúde localizados em
diversos bairros e distritos. Nos distritos (zona rural) há 05 unidades básicas de saúde com
equipes de saúde da família e 24 agentes de saúde (Quadro 8). O Hospital Municipal em
Taquara oferece atendimento em CTI, restando o encaminhamento dos casos de alta
complexidade para estabelecimentos de maior porte em outras regiões. A cidade contará com
uma UPA, que está em construção. A rede municipal oferece a maior parte dos tratamentos de
média e baixa complexidade, estando em credenciamento a oncologia. Uma série de serviços
privados de diagnóstico oferecem boa oferta de serviços, sendo a maioria deles credenciada no
SUS.
Quadro 8 – Infraestrutura dos serviços de saúde no município
Rural Urbano
Estrutura Total
N° N°
Hospitais - 1 1
Postos de Saúde 5 6 11
Ambulatório - 2 2
Equipes de saúde da família 4 8 12
Número de agentes de saúde no município 24 40 64
Centro de referência de saúde do trabalhador - - -
Fonte: Dados fornecidos pela Secretaria Municipal de Saúde – 2016

24
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

A Diretoria Municipal de Cultura no município de Taquara trabalha com o aspecto da


descentralização cultural levando o Projeto Cultura nos Bairros, onde oportuniza-se os mais
diferentes segmentos culturais de cada localidade a apresentar seus talentos e habilidades.
Juntamente com isso são desenvolvidos contatos e projetos de revitalização das culturas
populares do interior, como Cantos Corais, Tiro de Terno de Ano Novo, Terno de Reis, Bailes
de Kerb, Jogos e Festas Típicas, através da participação, da inserção das ferramentas
tecnológicas para aproximar e preservar estas culturas. Também está sendo feito um Livro
Ilustrativo sobre a História da cidade, o que tratará de forma ampla as questões da economia
rural, além das atrações turísticas do interior do município com seus usos e costumes.
No município, existe uma rede de museus que oferece uma diversidade cultural de
visitação e pesquisa, entre estes o MARSUL (Museu Arqueológico do RS) e o Museu Harald
Alberto Bauer que são referências no Estado do RS e no Brasil, o museu do Instituto
Adventista Cruzeiro do Sul (IACS) e o Museu Histórico Municipal Adelmo Trott que preserva
mais de 2.000 peças do início da colonização alemã no Vale do Paranhana, sendo um dos
pontos culturais de visitação e de pesquisa mais importantes da região. Taquara oferece lugares
e eventos que propiciam lazer para a população, como o Parque do Trabalhador, Rua Coberta,
Praça Beira Rio, Sede Campestre do CTG O Fogão Gaúcho, Praça Marechal Deodoro onde
são realizados os Desfiles de Natal e Praça da Bandeira, Balneário João Martins Nunes,
Cultura de Rua, Expocampo, Festival da Diversidade, Festa da Melancia, Festa de Atiradores
de Ano Novo, Bailes de Kerb.

3.5.1 Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças da Qualidade de Vida


A partir das reuniões que foram feitas no município (conforme ANEXO III), utilizando-
se o método Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças (Matriz F.O.F.A.), identificou-se
os pontos fortes, os pontos fracos e as necessidades, todos construídos nas reuniões. Estes
dados levantados ajudaram a construir um diagnóstico municipal (Quadro 9).

Quadro 9 - Principais necessidades e pontos fortes e fracos em relação à qualidade de


vida
Pontos Fortes Pontos Fracos Necessidades
Diversificação étnica Envelhecimento da população rural
e cultural Êxodo dos jovens – propriedades sem
Comunidades sucessão familiar
populosas na zona Perda da identidade do jovem em
rural relação ao campo
Orgulho de ser colonoDesmotivação da juventude
Falta de incentivo para continuar na
propriedade e à vida na zona rural
Migração da mão-de-obra
para as cidades

25
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Muitos sítios e chácaras de


moradia/lazer, assim como
delimitação de zonas urbanas no
interior do município, reduzindo
área
produtiva
Sistema de saúde no Falta atendimento de médicos Participação de representações do
geral especialistas meio rural no Conselho Municipal
Unidades Básicas de Faltam medicamentos nos postos de de Saúde
Saúde já existentes no saúde Maior frequência da Unidade Móvel
meio rural Faltam farmácias nas comunidades de Saúde nas comunidades pouco
Unidade Móvel de Problemas de saúde na comunidade assistidas
relacionados à idade e às condições
Saúde na maior parte de Farmácia itinerante nas
do interior trabalho comunidades do meio rural
Uso de drogas
Hospital a melhorar
Sociedades e Faltam espaços para diversão Melhoramento dos salões
barracões Faltam opções e espaços de lazer e comunitários já existentes
comunitários cultura para a juventude Construção de salões comunitários
Terno de Reis Trânsito de motos e veículos de trilha nas localidades que não tem essa
Tiro de laço nas vias rurais opção
Grupos de canto Construção de praças e playgrounds
Grupos de tiro no meio rural
Cursos de dança Incentivo para a construção de
espaços adequados para a prática
Canchas de bocha de
Campos de futebol esportes
Campeonatos de Promoção de campeonatos
futebol municipais de esportes
Festas comunitárias Incentivo para atividades culturais:
Grupos de mulheres Grupos de canto, campeonatos
Balneários e campings municipais de canastra, ternos de
na beira dos rios tiro, festas
Maior controle e fiscalização sobre
os locais onde são praticados
esportes com veículos como trilhas
e
corridas de motos, jipes, gaiolas e
afins
Conscientização sobre a utilização
de locais adequados para a prática
de esportes com veículos
Fonte: Resultados de reuniões com a população rural em
2017

3.6. Organização Social e Política

3.6.1 Conselhos Municipais que Envolvem o Meio Rural


Os conselhos municipais ativos que envolvem o meio rural são os seguintes:
- COMAGRO – Conselho Municipal de Desenvolvimento Agropecuário (Lei 2.520/1999)
- COMAS – Conselho Municipal de Assistência Social (Lei 4.723/2010)
- CAE – Conselho Municipal de Alimentação Escolar (Decreto 134/2000)
- COMMADES – Conselho Municipal de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável
(Lei 2.845/2001)
- COMUDE – Conselho Municipal de Desenvolvimento (Lei 3.169/2003)
- CMS – Conselho Municipal de Saúde (Lei 3908/2007)
26
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

3.6.2 Administração Distrital no Meio Rural


A unidade territorial do município compreende 457,88 km², sendo 118,74 km²
somente o perímetro urbano e 339,14 km² do perímetro rural. A estrutura e o sistema de
planejamento local rural do município de Taquara se efetiva com a divisão em seis distritos
(Figura 3):
Distrito de Entrepelado - criado pela Lei Municipal nº 1206/88
Área: 61,85 km²
Localidades: Areia, Arroio Grande, Linha Gonzaga, Linha São João, Morro do Meio,
Mineiro, Passo do Mundo Novo, Pituva, Santa Bárbara e Três Pinheiros.

Distrito de Fazenda Fialho - criado pela Lei Municipal nº 1132/87


Área: 54,30 km²
Localidades: Boa Vista, Figueirão, Morro Negro e Paredão Baixo.

Distrito de Pega Fogo - criado pela Lei Municipal nº 1228/88


Área: 32,96 km²
Localidades: Grota, Morro Pelado, Morro da Pedra, Santa Maria e Passo do Mata
Olho. Figura 5 – Distritos do município de Taquara

Fonte: Prefeitura Municipal de Taquara. Geoprocessamento, 2009.

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Distrito de Padilha - criado pela Lei Municipal nº 1123/87


Área: 68,92 km²
Localidades: Batingueira, Cruzinha, Lajeadinho, Padilha Velha, Passo da Ilha, Rodeio
Bonito e Três Irmãos.

Distrito de Rio da Ilha - criado pela Lei Municipal nº 1127/87


Área: 78,17 km²
Localidades: Açouta Cavalo, Alto Tucanos, Ilha Nova, Quarto Frio, Moquém, Morro
Alto, Olhos D'Agua, Padre Tomé e Vila Teresa.

Distrito de Santa Cruz da Concórdia - criado pela Lei Municipal nº 1232/75


Área: 42,88 km²
Localidades: Alto Santa Cruz, Freguesia do Mundo Novo, Paredão Alto, Passo dos
Ferreiros e Santa Cristina do Pinhal.

3.6.3 Organizações Coletivas e Espaços Representativos do Meio Rural


Os principais grupos de produtores rurais organizados são:
- ARPLED – Associação Regional de Produtores de Leite e Derivados
- ARTAP – Associação Regional Taquarense de Apicultores
- ATAF – Associação Taquarense de Produtores da Agricultura Familiar
- ATP – Associação Taquarense dos Piscicultores
- COTAF – Condomínio Taquarense de Feirantes de Produção Colonial
- Associação Quilombola do Paredão Baixo
- Associações Comunitárias de Ilha Nova, Arroio Grande e Rio da Ilha
Além destes, existem grupos informais de acordo com os distritos ou localidades e com
o apoio de igrejas, sindicatos, EMATER/RS, Prefeitura Municipal e moradores.

3.6.4 Organizações de Defesa de Direitos


As principais organizações de defesa de direitos dos produtores e de inserção em
políticas públicas são:
- Associação Quilombola do Paredão Baixo
- STR – Sindicato dos Trabalhadores Rurais
- SPR – Sindicato dos Produtores Rurais
- EMATER/RS-ASCAR, vinculada principalmente à Secretaria Estadual de
Desenvolvimento Rural

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

3.6.5 Políticas Públicas em Execução Para o Meio Rural


- Luz Para Todos
- PRONAF - Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar
- FEAPER - Fundo Estadual de Apoio ao Desenvolvimento dos Pequenos Estabelecimentos
Rurais
- PRONAMP - Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural
- PROAGRO – Programa de Garantia da Atividade Agropecuária
- DAP – Declaração de Aptidão ao PRONAF
- CAR – Cadastro Ambiental Rural
- PNAE – Programa Nacional de Alimentação Escolar
- PAA – Programa de Aquisição de Alimentos
- Programa Troca-Troca de Sementes
- ATERS – Assistência Técnica e Extensão Rural e Social
- Patrulha Agrícola
- SUSAF - Com relação ao Sistema Unificado Estadual de Sanidade Agroindustrial Familiar
Artesanal e de Pequeno Porte (SUSAF), foi iniciado o processo de credenciamento junto
ao Governo Estadual.

3.6.5.1 Serviço de Inspeção Municipal (S.I.M.)


Implantado em 2015 pela lei municipal 5.684, de 21 de maio de 2015, e decreto 291, de
09 de dezembro de 2015, com atuação em:
- 03 matadouros – frigoríficos
- 01 fábrica de consumo de produtos cárneos
- 01 agroindústria familiar de processamento comercial de pescado
- 01 agroindústria familiar de processamento e beneficiamento de produtos lácteos de
cabra
Esses estabelecimentos são atendidos e fiscalizados por 4 médicos veterinários.

3.6.6 Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças para a Organização


Sociopolítica
A partir das reuniões que foram feitas no município (conforme ANEXO III), utilizando-
se o método Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças (Matriz F.O.F.A.), identificou-se
os pontos fortes, os pontos fracos e as necessidades, todos construídos nas reuniões. Estes
dados levantados ajudaram a construir o diagnóstico municipal (Quadro 10).

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Quadro 10 – Principais necessidades, pontos fortes e fracos da Organização Sócio-Política


Pontos Fortes Pontos Fracos Necessidades
Existência de associações Em geral, faltam união, Melhorar a organização das
de moradores nas organização, mobilização e comunidades
comunidades rurais participação da população rural Formação / melhoria de cooperativas
e associações dentro das
Comunidades unidas para Faltam associações/cooperativas comunidades
determinados eventos, de produtores rurais Capacitação dos produtores rurais
sobre associativismo /
como festas de igreja Pouca atividade na maior parte cooperativismo
Assistência da das associações de moradores Elaboração de calendário de
EMATER/RS, STR e SPR Falta de lideranças atividades das comunidades com
reuniões semestrais para
na documentação Dificuldade de organização de levantamento
grupo para compra coletiva de de necessidades e planejamento de
insumos ações
Fonte: Resultados de reuniões com a população rural em 2017

3.7. Infraestrutura
O município de Taquara está localizado no vale do rio Paranhana, na Encosta da Serra
Gaúcha, nordeste do Estado do Rio Grande do Sul. Tem como limites a Região Metropolitana de
Porto Alegre – RMPA, ao sul, e a Região das Hortênsias (polarizada pelas cidades turísticas de
Canela e Gramado), ao norte. Esta posição confere a Taquara um caráter de transição entre as
conurbações urbanas da região metropolitana e as cidades do interior do Estado. Taquara apresenta
uma área rural bastante significativa, padrões de vida (segurança, tráfego, lazer, etc.) diferenciados,
e baixa densidade populacional se comparada a outras cidades da RMPA.

Figura 6 - Localização e diagrama da estrutura viária

O entroncamento das rodovias estaduais RS 020, RS 239 e RS 115, situado na área


urbana de Taquara, é ponto de ligação entre importantes regiões do Rio Grande do Sul - Serra
Gaúcha, Litoral, Região Metropolitana e Vale dos Sinos. Taquara dista 40 km de Gramado, 89
km de Tramandaí, 72 km de Porto Alegre, e 36 km de Novo Hamburgo.
30
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

3.7.1 Internet
A internet (acesso digital) na área rural é deficiente, sendo um dos fatores mais
lembrados pelos jovens agricultores sobre a vontade de abandonar o campo. Igualmente, o
agricultor familiar necessita de acesso digital para troca de informações, venda dos produtos da
agricultura, novos negócios com vista a diversificação econômica.

3.7.2 Segurança
Taquara conta com o 1º BPaT da Brigada Militar, com unidades do Comando
Rodoviário da Brigada Militar e com unidades de policiamento ambiental. A Polícia Civil
mantém uma delegacia regional e o sistema prisional se faz presente em Taquara com uma
unidade. Com relação à vigilância e combate a incêndios conta com uma unidade do Corpo de
Bombeiros Estadual.

3.7.3 Transporte e Malha Viária


Taquara possui sistema de transporte público que é de responsabilidade da Secretaria de
Segurança e Trânsito. Este também é o órgão municipal responsável pelo sistema de trânsito e de
transporte da cidade. Ele regulamenta e regulariza o sistema de transporte público, gerencia o
trânsito e, através de seus agentes de trânsito, aplica autuações aos motoristas que cometem
infrações. No quadro 11, abaixo, apresenta-se a frota total do município de Taquara. O transporte de
pessoas na área rural é precário em horários e conforto do passageiro, onde existem apenas as
opções e soluções individuais. O município possui cerca de 800 km de estradas em seu interior,
com predominância de estradas não pavimentadas.

Quadro 11 – Frota municipal


Frota Municipal de Taquara (em unidades)
Veículos 34.172
Motos 6.219
Automóveis 20.775
Outros 7.178
Fonte: DENATRAN, 2016

O Município de Taquara não possui transporte hidroviário nem aeroportos em seu


território, porém o Aeroporto Internacional Salgado Filho, em Porto Alegre, está localizado a
cerca de 65,3 km de distância do centro. Ainda conta com um terminal rodoviário, localizado
no Bairro Petrópolis. A cidade é atendida pela ERS-020 (segue para São Francisco de Paula e
Gravataí), pela ERS-239 (para Rolante e Parobé) e pela ERS-115 (para Igrejinha).

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

3.7.4 Abastecimento de Água e Saneamento Básico


O Sistema de Abastecimento de Água – SAA do município, operado pela CORSAN,
conta atualmente com captação no Rio dos Sinos. O sistema está funcionando com certa folga,
pois a cidade não teve um crescimento significativo nos últimos anos sendo os principais
problemas relacionados com a operação, com quebras de rede, perdas de pressão, dentre
outros. A extensão da rede de água na área urbana é de 143,62 km.
No meio rural as soluções sanitárias são todas elas de iniciativa e execução individual.
A população abastece-se de água em fontes e nascentes, boa parte delas com sistema de
proteção, mas descarta-se os dejetos em fossas na propriedade. Considerando-se a pequena
densidade, a solução tem se mostrado satisfatória.
O sistema de coleta e tratamento de esgoto sanitário - SES do município de Taquara é
inexistente, ou seja, o município não possui rede coletora, devendo ser considerados apenas os
tratamentos individuais com fossa e filtro. Praticamente todos os bairros do município possuem
problemas de esgotamento sanitário. Existe no município projeto de rede de esgoto,
elevatórias e estação de tratamento para a parte central proposto pela CORSAN, que ainda
não foram implementados.

3.7.4.1 Sistema de Manejo de Resíduos Sólidos


O sistema de coleta e manejo de resíduos sólidos do município de Taquara opera
através da terceirização dos serviços de coleta e disposição final (São Leopoldo), sendo que
estão disponíveis os dados cadastrados no SNIS, nos anos de 2013 e 2014, e aqueles que
constam no plano de manejo de resíduos sólidos. A destinação final dos resíduos é contratada
junto a Companhia Riograndense de Valorização de Resíduos - CRVR, que possui aterro
sanitário denominado, Central de Tratamento de Resíduos de São Leopoldo, localizada em
uma área de 135 hectares na Estrada do Socorro, no Arroio Manteiga.
O sistema adotado para tratamento do lixiviado utiliza lagoas devidamente
impermeabilizadas para acumulação de líquidos. Em seguida, passa por uma unidade industrial
de osmose reversa, sendo que, no final, os efluentes já tratados são utilizados como água de
reuso nas instalações do empreendimento. O município conta na atualidade com coleta em
100% do perímetro urbano, além de uma usina de reciclagem com uma Cooperativa que
gerencia o mesmo.
Podem ser identificados problemas relacionados aos serviços de limpeza pública, onde
por questões técnicas ainda existem aéreas com depósito irregular de resíduos ao lado das
rodovias, os quais a prefeitura se encarrega de fazer o recolhimento.

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

3.7.4.2 Drenagem Urbana


O município de Taquara sofre com problemas históricos de inundações e alagamentos
em sua área urbana e rural, que em alguns casos são originados das ocupações de áreas
ribeirinhas, sujeitas às elevações sazonais do Rio dos Sinos e afluentes, ou pelas ocupações
indevidas em áreas de risco, e também por drenagens ineficientes ou sem manutenção.

3.7.5 Energia Elétrica


A responsável pelo abastecimento de energia elétrica em Taquara é a Rio Grande
Energia (RGE), sendo que a iluminação pública está presente em toda a área urbana e 99,63%
das residências (incluindo as da área rural). Parte da área rural é atendida pela Certel com 70
km de extensão com predominância da rede trifásica (Quadro 12).
Quadro 12 – Redes elétricas, rural e urbana, de Taquara
Rural
Monofásica 172,5 km
Bifásica 64,1 km
Trifásica 264,4 km
Urbana
Monofásica 3,4 km
Bifásica 0 km
Trifásica 121,2 km
Fonte: RGE, 2017

3.7.6 Telefonia
Há serviços de telefonia fixa e móvel. As principais operadoras de telefonia, segundo a
ANATEL, são: Vivo, Tim, Claro e Oi. A Abrangência dos serviços de telefonia móvel atende a
totalidade da área urbana e de maneira parcial a área rural, sendo que há mais garantia de
prestação do serviço em regiões próximas ao centro urbano.

3.7.7 Habitação
O quadro 13, abaixo, demonstra os indicadores de habitação no município de Taquara
segundo dados do PNUD (2014).
Quadro 13 - Indicadores de habitação do município de Taquara.
Indicadores de Habitação 1991 2000 2010
% da população em domicílios com água 89,41 94,30 96,65
encanada
% da população em domicílios com 96,35 98,73 99,63
energia elétrica
% da população em domicílios com 84,03 96,40 99,38
coleta de lixo (pop urbana)
Fonte: PNUD, 2014.

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Percebe-se um aumento considerável nos indicadores habitacionais nos períodos de


1991 a 2010. O que apresentou o maior crescimento foi em relação a coleta de lixo, com
15,35%, seguido pelos domicílios com água encanada com 7,24 % de desenvolvimento.

3.7.8 Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças para a Infraestrutura


A partir das reuniões que foram feitas no município (conforme ANEXO III), utilizando-
se o método Fortalezas, Oportunidades, Fraquezas e Ameaças (Matriz F.O.F.A.), identificou-se
os pontos fortes, os pontos fracos e as necessidades, todos construídos nas reuniões. Estes
dados levantados ajudaram a construir um diagnóstico municipal (Quadro 14).
Quadro 14 - Principais necessidades, pontos fortes e pontos fracos da infraestrutura
Pontos Fortes Pontos Fracos Necessidades
Recolhimento Falta regularidade no
recolhimento de lixo em
de lixo algumas
satisfatório na localidades
maioria das Faltam lixeiras em muitas
comunidades comunidades do meio rural
rurais
Rede trifásica Rede monofásica de energia Rede trifásica onde falta
elétrica em boa parte do interior Postes de concreto, colocados em lugar
Iluminação Pública a melhorar adequado
Em algumas localidades do
interior há postes de luz de
madeira com vida útil mais
curta
e mais suscetíveis a problemas
em dias de temporal, e postes
na
beira da estrada ou na estrada.
Localização Condições ruins de conservação Estradas com projetos técnicos de engenharia
geográfica que da estrada – falta de ligação adequados para dar conta da realidade local:
possibilita asfáltica trânsito de caminhões com carga pesada
(lenha, pedra, saibro), enxurradas nos
acesso a vários Qualidade do serviço de períodos
municípios da manutenção das estradas de grande precipitação pluviométrica,
região Operadores de máquinas sem declividade nas regiões de morro.
conhecimento técnico para Asfaltamento das principais vias de acesso às
executar as obras e
manutenções comunidades rurais
no interior Fiscalização das estradas, observando
Falta de material, maquinário e regularidade de benfeitorias e distância de
mão-de-obra qualificada para cercas
arrumação das estradas Britadeira em caminhão para britar pedras das
lavouras para colocação nas estradas do
Sistema de drenagem das local
estradas ruim Melhoria do trevo entre ERS 242 e RS 020
Trânsito perigoso e frequente de Condicionar a concessão da exploração de
caminhões pesados e máquinas pedreiras e saibreiras ao fornecimento de
Falta sinalização nas estradas material para benfeitorias nas comunidades
Ponte ruim da Padilha Velha onde estão localizadas
Retorno dos zeladores de estrada
Faltam linhas de ônibus em Concessão de transporte da população rural
várias localidades do interior para vans
Poucos horários das linhas de
ônibus existentes
Telefonia ruim Postos comunitários disponibilizando
Internet ruim computadores, internet, impressora e pessoa
qualificada para instruir produtores no uso
da
informática

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Em muitas comunidades faltam Poços comunitários nas comunidades que não


estabelecimentos comerciais, tem disponibilidade de água potável
como restaurantes, lancherias, Financiamento para construção e reforma de
farmácias, postos de gasolina casas rurais
Faltam postos de correio Ações do castramóvel no interior
Prédios abandonados em Secretaria Municipal de Agricultura
algumas localidades do interior
Faltam secretarias distritais em
várias localidades
Loteamentos clandestinos
Falta de segurança Patrulha Rural da Brigada Militar
Poucos brigadianos Câmeras de vigilância em pontos estratégicos
Tráfico de drogas no interior
Abigeato Melhor comunicação com a Brigada Militar
Falta registro de roubos Cadastro das propriedades rurais com
georreferenciamento e sistema de
Dificuldade e burocracia no identificação
do produtor para facilitar o trabalho da
registro dos delitos Brigada
Militar
Policiamento à noite
Fonte: Resultados de reuniões com a população rural em 2017

3.8. Estrutura Fundiária e Produção Agropecuária do Município de Taquara


No município de Taquara, de acordo com o último Censo Agropecuário realizado, em
2006 existiam 1.231 estabelecimento rurais, que ocupavam uma área de 22.029 hectares (ha),
sendo que 81,6% destes tinham áreas entre 10 ha e 200 ha, predominando a faixa de 20 a 50
ha, com pouco mais de um terço do total dos estabelecimentos do município (Quadro 15).
No quadro 16, apresenta-se a composição estrutural média dos estabelecimentos rurais
de Taquara, em termos de área (em ha). Nesse quadro verifica-se que estabelecimento rural
típico do município, predominantemente familiar, tem uma área total de 17,6 ha, sendo que
quase dois terços (65%) dessa área é formada por potreiros ou pastagem natural (8,3 ha) e
matas nativas (3,1 ha), denotando o seu baixo potencial agrícola, mas significando uma grande
disponibilidade para (ou possibilidade de) usos não agrícolas. Como exemplo, citam-se os
serviços ambientais de conservação de nascentes e de recursos florestais naturais e as
atividades de turismo rural, agroturismo, turismo de aventura, entre outras.

Quadro 15- Estrutura fundiária de Taquara em 2006


Estratificação da área dos Nº de Nº Área Área
estabelecimentos (ha) estabelecimentos % (ha) %
De zero a menos de 1 48 3,9 19 0,1
De 1 a menos de 2 100 8,1 127 0,6
De 2 a menos de 3 101 8,2 218 1,0
De 3 a menos de 4 82 6,7 257 1,2
De 4 a menos de 5 47 3,8 196 0,9
De 5 a menos de 10 246 20,0 1.704 7,7
De 10 a menos de 20 263 21,4 3.577 16,2
De 20 a menos de 50 255 20,7 7.429 33,7
De 50 a menos de 100 60 4,9 3.984 18,1

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

De 100 a menos de 200 24 1,9 3.002 13,6


De 200 a menos de 500 4 0,3 995 4,5
De 500 a menos de 1.000 1 0,1 521 2,4
Total 1.231 100 22.029 100
Fonte: IBGE, 2006
O nível tecnológico da produção agropecuária no município de Taquara é moderado,
com a utilização de máquinas e equipamentos adaptados à topografia e porte das propriedades,
a maioria de orientação colonial tradicional. Graças ao trabalho da extensão rural e de
entidades representativas, os agricultores tem acesso à informação.
Quadro 16 – Composição média dos estabelecimentos rurais de Taquara – em ha
Utilização das terras (área média - em ha) Taquara
Lavouras permanentes 0,6
Lavouras temporárias 2,4
Forrageiras para corte 0,3
Pastagens naturais (potreiros) 8,3
Pastagens plantadas degradadas 0,1
Pastagens plantadas em boas condições 0,4
Matas nativas (inclui APP e/ou Reserva Legal) 3,1
Matas e/ou florestas - florestas c/ essências florestais 1,0
Sistemas agroflorestais - consórcio de florestas, lavouras e pastoreio 0,4
Tanques, lagos, açudes e/ou águas para exploração da aquicultura 0,2
Construções, benfeitorias ou caminhos 0,4
Terras inaproveitáveis p/ agropecuária (pântanos, areais, pedreiras) 0,5
TOTAL 17,6
Fonte: Elaborado com base nos dados do Censo Agropecuário 2006

Como o crédito rural é uma importante ferramenta de política pública para o


desenvolvimento rural e para a agricultura familiar, apresenta-se algumas informações
referentes ao crédito de custeio e de investimento disponibilizados pelo PRONAF para
Taquara. De acordo com informações do escritório local da Emater/RS-Ascar, foram assinados
62 contratos em 2016, totalizando mais de R$ 1,5 milhão (Quadro 17). Com relação a outra
política pública disponibilizada aos agricultores familiares do município, o Programa Nacional
de Alimentação Escolar (PNAE), verificou-se que uma associação do município com 42
associados vendeu, nesse mesmo ano, R$ 458.781,17, como merenda escolar para as escolas
do município, conforme informações fornecidas pelo escritório local da Emater/RS-Ascar
(2017) e Conselho de Alimentação Escolar.
Quadro 17 - Crédito Rural – PRONAF
Créd. Rural PRONAF N° Contratos no Município Valor (R$) - 2016
Custeio 13 98.961,51
Investimento 49 1.405.135,34
Total 62 1.504.096,85
Fonte: EMATER/RS-ASCAR, 2016

36
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

3.8.1 Dados Relativos à Produção Agropecuária


Taquara não pode ser considerado um município essencialmente agrícola ou
agroindustrial, pois se verifica que as atividades agrícolas e agroindustriais (Quadro 18) tem
uma participação relativa na geração de emprego e de renda.

Quadro 18 - Área, produtividade, produção e VBP das principais lavouras temporárias


e permanentes e da silvicultura do município de Taquara
Cultura Área Rendimento Produção VBP*
(hectares) (kg/ha) (ton) (R$ 1.000)
Arroz 880 6.400 7.040 5.849
Milho 450 4.000 1.800 828
Mandioca 360 15.000 5.400 7.992
Cana-de-açúcar 120 55.000 6.600 1.531
Feijão 92 1.125 96 233
Melancia 30 30.000 900 1.350
Batata 10 30.000 150 599
Laranja + limão + tangerina 145 14.400 1.980 2.257
Banana 70 8.500 595 971
Goiaba 30 20.000 600 1.658
Extração vegetal e 792 50 m³/ha 35.640 m³ 1.782
reflorestamento
TOTAL 2.979 ---------- ----------- 24.928
VBP*= Valor Bruto da
Fonte: IBGE, 2016. Produção

As áreas ocupadas com as principais lavouras permanentes e temporárias, em 2016,


respectivamente, foram de 245 ha e 1.942 ha, sendo que o arroz (880 ha) e o milho (450 ha)
ocupam quase 70% desta área de lavouras anuais. Verificou-se que a área de cultivo e a produção
de mandioca, produto consumido de diversas formas, tanto como alimentação animal, como
principalmente alimentação humana na forma de produto de mesa, farinha ou polvilho, é uma das
principais geradoras de renda agrícola na região (Quadro 18). Essa atividade é realizada em
pequenas áreas por agricultores familiares e representa 32% (R$ 7,99 milhões) da renda bruta total
gerada pelo conjunto das atividades agrícolas e florestais no município.
As principais características, o potencial e as dificuldades de desenvolvimento das
atividades agropecuárias e ou das cadeias produtivas agroalimentares e agroindustriais do
município são descritas a seguir:

37
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

1) Olericultura
Potencial: Cultura tradicional no município, possui forte potencial para a produção
orgânica ou agroecológica. O mercado representa grandes oportunidades a serem exploradas.
Fornecimento pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) adequado e bem
planejado, com resultados consolidados. Há possibilidade de ampliação em feiras, eventos,
mercados, restaurantes, entre outros.
A qualificação da produção, tecnificando-a e melhorando os aspectos produtivos e
ambientais é uma excelente opção de melhoria de renda.
Dificuldades: Falta de planejamento mais adequado ao alto potencial de
comercialização da cidade e região. Alta umidade média relativa do ar, combinado com altas
temperaturas médias, o que favorece o surgimento de doenças. Eventos climáticos isolados,
como granizo, ventos fortes e enchentes. Ausência de consciência maior dos consumidores
para o consumo de produtos locais, o que incentivaria as cadeias curtas.

2) Fruticultura
Potencial: Culturas predominantes de citros (laranja, tangerina e limão com 145
hectares), banana (70 hectares), goiaba (30 hectares), entre outros, como melancia, pêssego,
maçã, uva, maracujá, pitaya, jabuticaba, morango. A produção de goiaba é voltada basicamente
para a indústria de alimentos. Os demais produtos são vendidos nos mercados, feiras e PNAE.
A ampliação dos pomares encontrará ambientes favoráveis para o escoamento da produção via
indústria e abastecimento local e regional.
Dificuldades: Alta incidência da praga da mosca-da-fruta, devido ao clima favorável à
sua proliferação.

3) Bovinocultura de corte
Potencial: O rebanho corresponde a mais de 21 mil cabeças. Outros animais de médio
porte: Ainda há 1.200 equinos, 700 bubalinos, 300 caprinos e 1400 ovinos (SEAPI/RS e
EMATER/RS 2016). O mercado representa grandes oportunidades a serem exploradas.
Dificuldades: Baixo preço pago pelo kg do boi vivo. Há a necessidade de um
abatedouro municipal para eliminar os atravessadores. Propriedades de tamanho médio
reduzido e falta de manejo adequado dos animais e pastagem. Há necessidade da disseminação
e entendimento dos produtores sobre boas práticas de criação, manejo e melhoria em
pastagens. O município necessita serviço de inspeção e credenciamento junto aos sistemas
SUSAF e SISBI para alavancar a produção e comercialização.

38
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

4) Bovinocultura de leite
Potencial: O rebanho corresponde a cerca de 4 mil cabeças leiteiras e a produção gira
em torno de 3 milhões de litros por ano. Há usina particular de beneficiamento de leite no
município.
Dificuldades: Baixa produtividade. Baixa organização coletiva entre os produtores.
Baixo preço recebido pelo produtor. Baixa compatibilidade entre genética do rebanho e
ambiente. Inadequação no manejo das pastagens. Baixa especialização tecnológica e alta
incidência de ectoparasitas. Há necessidade de maior flexibilização do município ao produtor
para a legalização de agroindústrias de laticínios e derivados, como queijos e iogurtes.

5) Silvicultura
Potencial: Empregada em 792 hectares, a silvicultura contempla principalmente acácia,
eucalipto e pinus. Há várias pequenas serrarias no município. Existem tradicionais produtores
de carvão ativos. A madeira atende ao mercado local e o carvão é comercializado em várias
cidades.
Dificuldades: Processos de licenciamento ambiental.

6) Orizicultura
Potencial: O arroz é cultivado em 880 hectares licenciados. Cultura de alta
produtividade e solo propício. Fácil acesso das estradas e proximidade ao maior mercado
consumidor do estado (região metropolitana). Existe o cultivo do arroz sequeiro pela
agricultura familiar em algumas localidades.
Dificuldades: Disponibilidade de água para o arroz irrigado varia de acordo com a
época do ano. Não há estrutura de secagem, armazenamento e beneficiamento. Estes
processos ocorrem em município vizinho. Uma característica da cultura é sua produção em
terras arrendadas.

7) Apicultura
Potencial: O mel produzido na região é de alta qualidade, premiado internacionalmente
em congressos sobre o tema. Esta qualidade é devido à biodiversidade da proximidade da Mata
Atlântica. O mel é exportado para outros países por uma indústria do município. A atividade
agrega renda à agricultura familiar.
Dificuldades: Melhor organização da associação dos apicultores. Safra varia de acordo
com o clima e a floração. Espécies exóticas invasoras representam um risco ambiental e
interferem na qualidade do mel, como a árvore conhecida como uva-do-japão.

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

8) Piscicultura
Potencial: A atividade é desenvolvida em torno de 100 hectares de lâmina de água, em
açudes de água doce. As espécies. O município possui uma agroindústria familiar de
processamento de pescado. O peixe é introduzido na Merenda Escolar. As principais espécies
criadas são carpas (capim, húngara, prateada e cabeça-grande) e tilápia. Há grande consumo na
região, na feira tradicional, em mercados, na Feira da Semana Santa e na Festa da Carpa,
evento tradicional do município.
Dificuldades: Melhor organização da associação dos piscicultores. O município
necessita serviço de inspeção e credenciamento junto aos sistemas SUSAF e SISBI para
alavancar a produção e comercialização. Processos de licenciamento ambiental para abertura,
reforma e conserto de açudes.

9) Cana-de-açúcar
Potencial: Cultura tradicional no município, sua produção corresponde a 120 hectares
de área de cultivo, utilizada tanto para produção de forragem para alimentação animal, quanto
para produção de melado, aguardente e açúcar mascavo.
O clima é favorável ao desenvolvimento da cultura, a qual apresenta boa produtividade
em função das temperaturas médias anuais. Foi e é alternativa importante de alimentação dos
bovinos de leite e de corte do município. O melado é utilizado como insumo para a produção
de doces de agroindústrias de toda a região.
Dificuldades: É uma atividade com características predominantemente artesanais e que
utiliza mão-de-obra não mecanizada, o que implica na penosidade do trabalho. Lavouras não
uniformes, pouco tecnificadas.

10) Mandioca
Potencial: Cultivo tradicional na região, ocupa 360 hectares e é produzida há séculos.
Cultura de alto rendimento, bem adaptada ao clima e solo e de fácil comercialização, vendida
in natura ou descascada congelada, e também na alimentação animal. Há grande consumo em
toda a região.
Dificuldades: Ocasionalmente, excessos de chuva e enchentes podem afetar a produção.

11) Milho
Potencial: É produzido em 450 hectares, para silagem e grão. A produção da silagem é
destinada à alimentação animal e também comercializada a terceiros. Os grãos são utilizados
basicamente para a alimentação animal. Existe uma política pública estadual executada pelo

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Sindicato dos Trabalhadores Rurais que movimenta cerca de 6.500 kg de sementes (Programa
Troca-troca de Sementes).
Dificuldades: Não há moinhos comerciais para beneficiamento do grão no município.

3.8.2 Potencial do Mercado

Foi realizada uma busca de informações sobre a estrutura do mercado de trabalho formal da
região Vale do Paranhana, potencial consumidora de bens e serviços produzidos em Taquara,
levando em consideração o número de empregos formais e a massa salarial gerada por esses
empregos. Com isso, posteriormente, poderá ser estimado o potencial de comercialização dos
produtos agropecuários, alimentares ou energéticos, e dos serviços agroalimentares, ambientais e
turísticos do município de Taquara, baseado em uma estimativa preliminar do potencial gerado pela
massa salarial (formal) da região. Os dados utilizados são de 2013 e foram disponibilizados pelo
sistema RAIS-CAGED, do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). Na tabela 5, a seguir,
apresentam-se os números referentes às principais atividades produtivas geradoras de empregos
formais em cada um dos municípios da região e no total da região.
Para efeito de comparação, apresentam-se também os dados de emprego referentes a
essas mesmas atividades no Rio Grande do Sul, em 2013. Foram apresentadas apenas as
atividades que empregaram, em 2013, mais de 300 pessoas. Verificou-se que o número de
empregados na produção de calçados e seus componentes (couro e material sintético) na
região representa mais de 30% do total dos empregos desse setor no estado, enquanto que o
setor calçadista representa em torno de 50% dos 60 mil empregos gerados na região Vale do
Paranhana (Tab. 1).
Com relação ao número de empregos, verificou-se que nos municípios pertencentes à
região Vale do Paranhana, individualmente, de 50% a 60% do total dos empregos de cada
município são gerados no setor de fabricação de calçados (couro e material sintético) e de
componentes para este produto final. No entanto, em Taquara essa proporção não chega a
20%, porque o município diversificou as suas atividades produtivas, tendo grande importância
as atividades pertencentes aos setores de serviços, com destaque para as atividades de
comércio varejista (Tab. 1). Verifica-se que diversos subsetores do comércio varejista estão
presentes no município, como é o caso de alimentos (supermercados), peças para veículos,
eletrodomésticos e ferragens, juntamente com os serviços de transporte rodoviário de
passageiros, educação superior e restaurantes, mas não há nenhuma atividade produtiva
importante ligada diretamente à agropecuária, à agroindústria ou ao rural.

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Tabela 1 – Principais atividades geradoras de empregos nos municípios da região VP


Atividades - Nº de Igrejinh Parobé RiozinhoRolante Taquara
empregados a T.Coroas VP RS
Total 13.918 15.190 1.623 7.212 11.981 10.639 60.563 3.082.991
Fabricação calçados de
couro 5.237 7.633 837 2.988 1.024 4.957 22.676 73.486
Fabrica calçados de material
sinté 1.846 373 - 906 893 1.056 5.074 17.582
Administração pública em
geral 914 1.428 233 425 1.201 797 4.998 309.254
Fabrica partes para calçados de
qu 493 333 23 578 314 567 2.308 10.533
Varejo alimentos -
hipermercados 203 181 19 79 322 131 935 91.153
Atividades atendimento
hospitalar 167 211 18 142 273 69 880 97.769
Fabrica artefatos de material
plást 282 46 - 3 183 230 744 21.051
Varejo ferragens, madeira e
materi 151 162 5 66 276 70 730 44.166
Transporte rodoviário de
carga 219 99 - 56 214 115 703 75.211
Varejo artigos do vestuário e
acess 165 207 9 33 198 42 654 50.596
Restaurantes e outros
estabelecime 149 89 3 39 235 83 598 68.790
Construção de edifícios 171 132 - 16 158 24 501 61.129
Varejo produtos farmacêuticos
par 83 113 4 43 151 83 477 34.514
Curtimento e outras
preparações d 295 - - - 1 169 465 10.561
Fabrica produtos de metal não
esp 46 276 1 6 8 106 443 15.371
Fabrica malte, cervejas e
chopes 418 - - - - - 418 1.520
Varejo alimentos -
minimercados, 60 112 11 50 121 50 404 25.506
Fabricação de
ferramentas 62 123 192 - 2 6 385 6.727
Transporte rodoviário coletivo
de p 6 13 1 2 351 7 380 31.246
Fabrica estruturas de madeira e
de 10 14 119 152 71 9 375 4.776
Fabrica tênis de qualquer
material - 374 - - - - 374 3.835
Varejo especializado de
eletrodom 34 81 - 43 192 22 372 15.361
Comércio peças e acessórios
para 56 78 - 34 162 21 351 28.439
Varejo combustíveis para
veículos 93 79 3 40 90 38 343 28.362
Educação superior - graduação
ep 1 - - - 332 - 333 31.924
Fabrica calçados de materiais
não 35 21 2 55 55 151 319 2.865
Contabilidade, consultoria e
audito 35 70 - 66 115 32 318 18.260
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do CAGED (MTE,
2014) VP= Vale do Paranhana
A renda gerada pelos salários pagos a esses empregados (massa salarial) é uma variável
muito útil para avaliar o potencial de dinamização do mercado consumidor local ou
oportunidades do mercado local para produtos agroalimentares e turísticos (inclusive turismo
rural). Ou seja, o potencial de consumo desses produtos pode ser representado pelo nível de
renda mensal correspondente à massa salarial gerada em cada uma das atividades nos
municípios da região Vale do Paranhana (Tab. 2).
Como era de se esperar, as atividades de fabricação de calçados de couro e material
sintético e de seus componentes tinham, em 2013, uma participação muito importante na

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

composição da renda gerada pelos salários pagos (massa salarial) pelas empresas desses
setores da região, com essas atividades gerando mais de 43% do total da massa salarial da
região, aproximadamente R$ 41 milhões por mês (Tab.2).
Tabela 2 – Massa salarial gerada nos municípios da região VP em 2013 - em R$
IGREJINH TRES
Setores A PAROBE RIOZINHOROLANTE TAQUARA COROAS VP
94.791.20
Total 22.648.800 23.459.400 2.231.600 9.871.60019.466.600 17.113.200 0
Fabricação de calçados de 1.184.60 30.954.00
couro 7.545.400 10.704.400 943.200 3.344.600 0 7.231.800 0
Administração pública em 3.246.20 12.490.80
geral 2.386.600 3.573.200 410.400 1.022.400 0 1.852.000 0
Fabricação de calçados de material 1.032.80 7.125.80
sintético 2.795.600 473.600 - 1.135.800 0 1.688.000 0
Fabricação de partes para calçados, de 2.950.80
qualq 654.000397.000 24.000 707.000435.200 733.600 0
Atividades de atendimento 1.802.00
hospitalar 284.000429.000 21.800 421.200510.400 135.600 0
Fabricação de malte, cervejas e 1.317.20
chopes 1.317.200 - - - - - 0
Bancos múltiplos, com carteira 1.246.80
comercial 252.200232.800 34.000 115.600437.800 174.400 0
Varejo de alimentos - hipermercados e 1.189.40
supe 263.600207.400 35.000 127.400375.600 180.400 0
Transporte rodoviário de 1.087.40
carga 339.800150.800 - 68.200321.400 207.200 0
Fabricação de artefatos de material 1.079.00
plástico 395.600 62.600 - 3.400272.200 345.200 0
Varejo de ferragens, madeira e materiais 1.069.80
de 223.600243.600 7.600 99.400385.200 110.400 0
Varejo de artigos do vestuário e 860.60
acessórios 216.000267.600 8.600 38.200285.800 44.400 0
Educação superior - graduação e pós- 836.40
gradua 1.400 - - - 835.000 - 0
Fabricação de laminados planos e 791.60
tubulares - - - - - 791.600 0
Fabricação de 790.40
ferramentas 144.400252.600 382.200 - 2.000 9.200 0
Curtimento e outras preparações de 776.00
couro 455.600 - - - 1.000 319.400 0
Fabricação de produtos de metal não 733.80
especi 78.200416.200 600 10.200 10.400 218.200 0
Varejo de produtos farmacêuticos para 711.20
uso 118.200171.600 4.600 57.200242.200 117.400 0
709.00
Construção de edifícios 293.200153.400 - 26.600206.400 29.400 0
Restaurantes e outros estabelecimentos 663.60
de 186.000 94.800 2.000 42.200250.800 87.800 0
Transporte rodoviário coletivo de 631.20
passageir 9.800 19.800 1.400 1.400589.800 9.000 0
Varejo de eletrodomésticos e 623.80
equipamento 61.200153.600 - 79.200282.600 47.200 0
Instalações elétricas 443.400 68.000 - - 70.400 7.000 588.80
0
Varejo de combustíveis para veículos 574.80
autom 168.600125.400 4.400 63.600149.800 63.000 0
Fabricação de estruturas de madeira e 533.40
de ar 14.200 19.400 164.000 215.800 111.800 8.200 0
508.00
Caixas econômicas 82.000122.800 - 77.600145.200 80.400 0
Fonte: Elaborado pelo autor com dados do CAGED (MTE,
2014) VP= Vale do Paranhana

No entanto, Taquara recebia apenas 6,5% desse total de salários gerados na região Vale do
Paranhana. Aparece também, com um valor significativo, o conjunto de salários pagos pela
Administração Pública (bancos estatais, prefeituras e demais unidades locais de órgãos dos
executivos estadual e federal e do judiciário), que abastecem mensalmente os mercados
consumidores locais-regionais com quase R$ 12,5 milhões. Destes, Taquara responde por 26%
desse total, representando a fonte individual de salários mais importante do município, 17% do

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

total. Estas informações sobre a renda gerada pelos salários são importantes porque
representam o potencial de consumo do município e da região.

4. METODOLOGIA DA CONSTRUÇÃO DO PLANO

A Metodologia aplicada foi submetida e aprovada pelo COMAGRO e constitui-se de 7


etapas, descritas a seguir:

1ª ETAPA:
Planejamento da construção do Plano feita pelo COMAGRO.
2ª ETAPA:
Total de 11 reuniões contemplando toda a área rural do município, considerando a
representatividade das localidades (ANEXO III). O cronograma foi rigorosamente cumprido e
o público total de participantes foi de 400 pessoas, com envolvimento de todos os distritos e
localidades do interior, recebimento de propostas posteriores na EMATER/RS, nos Sindicatos
e Prefeitura. De cada reunião, os participantes elegeram 2 representantes para uma reunião
anterior à audiência pública. Houve participação da Câmara de Vereadores, Secretários
Municipais, Distritais e autoridades do município.
3ª ETAPA:
Os dados das reuniões foram sistematizados e gerados retratos do município como um
todo e das localidades / comunidades.
4ª ETAPA:
Retorno da sistematização ao público através de reunião com os representantes e a
audiência pública.
5ª ETAPA:
Elaboração das diretrizes, metas e ações.
6ª ETAPA:
Apresentação do Plano ao COMAGRO.
7ª ETAPA:
Encaminhamento do PMDRS ao Executivo municipal.

4.1. Reavaliação do Plano

A reavaliação do Plano deverá ser feita a cada 5 anos, correspondendo aos anos de
2022, 2027, 2032 e 2037.

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

5. DIRETRIZES DO PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL


SUSTENTÁVEL DE TAQUARA

As Diretrizes do Plano Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável de Taquara


são as seguintes:
1) Desenvolvimento da Infraestrutura
2) Geração de renda e postos de trabalho
3) Preservação e desenvolvimento do Meio Ambiente
4) Qualificação das atividades agropecuárias
5) Fortalecimento da participação e organização rural
6) Ampliação dos processos educativos para o meio rural
7) Melhoria da qualidade de vida da população

As necessidades apontadas pelas comunidades com base nos diagnósticos foram


organizadas em 6 eixos básicos: Infraestrutura, Economia, Meio Ambiente, Organização,
Educação e Qualidade de Vida, conforme ANEXO IV.
Muitas das ações dentro dos eixos descritos no anexo IV são de competência do Poder
Executivo, e podem ser mais prontamente atendidas sem necessidades de projetos estratégicos.
Todavia, os próximos objetivos descritos no item 6 dependem de aprofundamento de detalhes, de
acordo com projetos específicos a serem elaborados com os fins determinados.
Todo o Plano, em seu desenvolvimento e aplicação, deve ser norteado pela
Sustentabilidade ambiental, econômica e social, conceitos estes sem os quais o equilíbrio,
justiça e bem estar geral dificilmente serão atingidos. Em relação à questão ambiental, não se
trata de mais um elemento a ser levado em conta, mas sim deve ser este um elemento balizador
e norteador de todo o Plano. Merece destaque a questão das mudanças climáticas e a poluição
atmosférica causada por gases do Efeito Estufa. Toda a ação de governo deve levar em conta
as ações de resiliência a estes fatores climáticos, bem como as medidas de adequação dos
agricultores a tais mudanças.

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

6. PLANEJAMENTO E EXECUÇÃO DO PMDRS


DIRETRIZES:
1. Desenvolvimento da infraestrutura 2. Geração de renda e postos de trabalho 3. Preservação e desenvolvimento do Meio Ambiente 4. Qualificação das atividades agropecuárias
5. Fortalecimento da participação e organização rural 6. Ampliação dos processos educativos para o meio rural 7. Melhoria da qualidade de vida da população
Objetivo Eixo Diretrizes relacionadas Meta Resultados Ações e Recursos Prioridade
Universalização da Rede Trifásica Infraestrutura 1,2 100% do município 237 km de substituição da rede Conforme projeto a ser desenvolvido Alta
Melhoria da Iluminação Pública (postes de 30 km de redes de iluminação
Infraestrutura 1,5,7 30 km de redes melhoradas Conforme projeto a ser desenvolvido
concreto e luminárias de led) melhoradas Alta
100 km de estradas
Qualificação das estradas e acessos rurais Infraestrutura 1,7 100 km de estradas melhoradas Conforme projeto a ser desenvolvido
melhoradas Alta

Melhoria no transporte público Infraestrutura 1, 7 Transporte público adequado Linhas de transporte público Conforme projeto a ser desenvolvido Alta
Melhoria na produtividade, na renda do
Ampliação dos serviços de Patrulha Agrícola Infraestrutura 1,2,4,5,7 Todos os distritos atendidos Conforme projeto a ser desenvolvido
meio rural e qualidade de vida Alta
Cobertura em 100% do 10 torres de retransmissão de internet e
Ampliação do acesso à Internet e Telefonia Infraestrutura 1,2,4,7 Conforme projeto a ser desenvolvido
município telefone Alta
Ampliação da assistência técnica agronômica e 100% dos agricultores
Economia 1,2,3,4,5,6,7 Qualificação da assistência agronômica Conforme projeto a ser desenvolvido
veterinária familiares do município Alta
Qualidade de 100% dos agricultores
Melhoria na segurança pública na área rural 1,3,5,7 Segurança para pessoas e propriedades Conforme projeto a ser desenvolvido
Vida familiares do município Alta
100% dos agricultores
Incentivo às cadeias curtas Economia 1,2,4,6,7 Geração de renda para o meio rural Conforme projeto a ser desenvolvido
familiares do município Alta
10% dos agricultores Melhoria na produtividade e na renda
Capacitação em gestão da propriedade rural Economia 2,4 Conforme projeto a ser desenvolvido
familiares do município do meio rural Alta
Criação da Casa do Agricultor e de uma Central de 100% dos agricultores
Economia 1,2,3,4,5,6,7 Geração de renda para o meio rural Conforme projeto a ser desenvolvido
Abastecimento Regional familiares do município Média
Incentivo à melhoria genética e adaptação do 100% dos agricultores
Economia 3,4,7 Geração de renda para o meio rural Conforme projeto a ser desenvolvido
rebanho às condições ambientais do município familiares do município Média
Capacitação e adequação dos produtores no
Meio 100% dos agricultores Melhoria na qualidade de vida no meio
desenvolvimento de resiliência às adversidades 1,2,3,5,7 Conforme projeto a ser desenvolvido
Ambiente familiares do município rural
climáticas Média
Incentivo à geração de energia alternativa nas Meio 100% dos agricultores Melhoria da qualidade de vida no meio
1,2,3,4,5,6,7 Conforme projeto a ser desenvolvido
propriedades rurais Ambiente familiares do município rural e geração de renda Média
Meio 100% dos agricultores Melhoria na qualidade de vida e
Preservação de fontes e saneamento 1,2,3,4,5,6,7 Conforme projeto a ser desenvolvido
Ambiente familiares do município preservação ambiental Média
Formação e capacitação em organização de 100% dos agricultores Melhoria na qualidade de vida no meio
Organização 1,2,3,4,5,6,7 Conforme projeto a ser desenvolvido
comunidades rurais familiares do município rural Média

Ampliação de escolas técnicas e de seus cursos de Melhoria da qualidade de vida no meio


Educação 1,2,3,4,5,6,7, ampliação das vagas em 50% Conforme projeto a ser desenvolvido
formação rural
Média
Oficinas para a população Aproximação entre consumidores e
Divulgação da produção local no meio urbano Educação 1,2,3,4,5,6,7 Conforme projeto a ser desenvolvido
urbana produtores Média
Ampliação das atividades da Unidade Móvel de Qualidade de Melhoria da qualidade de vida no meio
1,2,3,4,5,6,7, Reforma na Unidade Móvel Conforme projeto a ser desenvolvido
Saúde Vida rural Média
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7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
No sul do Brasil, os pequenos e médios municípios com até 50 mil habitantes representam um
alto percentual da população total e um importante percentual da sua população permanece residindo na
área rural. Isso mostra a importância, para esses municípios, da promoção de políticas públicas voltadas
para o fortalecimento da agricultura familiar (DESER, 1997). O desenvolvimento desses municípios é
fundamental para a criação de condições propícias para as populações rurais. Para isso,
é necessário promover estratégias de desenvolvimento diversificadas, adaptadas ao potencial das
zonas rurais, que favoreçam o desenvolvimento endógeno e criem empregos também fora do setor
agrícola.
Com isso, cresce a importância de médias cidades como Taquara, que possuem percentuais
relativamente importantes de população vivendo no meio rural, ao mesmo tempo que a população urbana
representa uma parcela significativa de consumidores locais de produtos agroalimentares e de serviços
ambientais e turísticos, que podem ser fornecidos pela agricultura familiar local-regional. Com isso, a
cidade adquire potencial para se transformar em ponto de referência para redes de suporte ao
desenvolvimento regional-rural, principalmente porque Taquara está localizada no centro do maior eixo
turístico do Rio Grande do Sul, entre Porto Alegre e as cidades de Gramado e Canela.
Foi possível identificar o potencial de mercado local para alguns produtos agroalimentares e de
serviços turísticos principalmente através do levantamento do número de empregados formais e da
estimativa da massa salarial gerada por esses empregos em mais de 600 atividades na região Vale do
Paranhana. Considerou-se que a massa salarial recebida pelo contingente de trabalhadores da região pode
ser uma variável importante na determinação do potencial de consumo local de alimentos e serviços
turísticos (incluindo turismo rural) e, portanto, na avaliação das oportunidades de mercado para esses
produtos agroalimentares e turísticos que poderiam ser produzidos em Taquara.
No entanto, pelas características das cadeias produtivas da região foi praticamente impossível
identificar indícios de um processo de formação de um Arranjo Produtivo Local (APL) no setor de
alimentação na região Vale do Paranhana, como instrumento de política de redução das
desigualdades socioeconômicas e de desenvolvimento regional. Pode-se esperar que exista a
possibilidade de expansão de uma cadeia produtiva específica do setor de produção de calçados ou
componentes, integrado a outra aglomeração produtiva maior do mesmo setor que se expande em
direção aos municípios da região Vale dos Sinos, formando um eixo que passa pelos municípios de
Sapiranga e Novo Hamburgo.
As Diretrizes deste Plano deverão nortear as gestões atual e futuras do município, e deverão
contribuir para uma maior integração de todos os órgãos envolvidos com o meio rural. O atendimento das
demandas e as propostas aqui sugeridas passam obrigatoriamente por um adequado processo de

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

governança, capaz de transformar este documento em um instrumento vivo que contribua para que o
município e região alcancem níveis mais elevados de desenvolvimento econômico e social. À
população, de modo geral, caberá a cobrança efetiva da execução deste Plano de forma organizada,
coerente e interessada. Para o sucesso das ações tabuladas neste documento, torna-se imprescindível
que sociedade, instituições e governos unam esforços, sem que se esquivem de suas obrigações e
apontem uns aos outros como prováveis culpados caso não se contemple as demandas prioritárias.
O entendimento e atendimento deste PMDRS é a forma mais segura de se promover a
sucessão rural na região, a despeito de ações isoladas que não atendem às reais necessidades rurais.

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

REFERÊNCIAS
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Pallotti
Atlas do Desenvolvimento Humano / PNUD, 2010.
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COMITESINOS. Plano da Bacia Hidrográfica do Rio dos Sinos. Disponível em
www.comitesinos.com.br
EMBRAPA. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Sistema Brasileiro de Classificação
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Regional. Taquara: FACCAT, 2017.
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33
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RS, v.2, 2973, 356 p.
KAUTZMANN, Maria Eunice Müller; Raízes, Kautzmann, Kley, Petry – Sander. Porto Alegre:
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KOLIVER, Isete Maria; Taquara do Mundo Novo: Suas ruas, suas casas, genealogia de sua gente.
Porto Alegre: Pallotti, 1996.
MENGDEN, Paulo Roberto de Aguiar von; Plano Estratégico de Desenvolvimento da Região
Paranhana Encosta da Serra 2015-2030. COREDEPES, 2017.
NIMER, Edmon. Clima. Geografia do Brasil. Região Sul. Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística, v. 2, 1990.
PORTAL, Mateus. Taquara, reflexos de um mundo novo. Novo Hamburgo: Simples Assim,
2017.
REINHEIMER, Dalva; Caminhando Pela Cidade: Apropriações históricas de Taquara em seus
125 anos. Porto Alegre: FACCAT, 2011.
SANTOS, E. L. et al. Mapa Geológico do Rio Grande do Sul e Parte do Escudo
Sul-Riograndense. DNPM – 1º Distrito. Porto Alegre, 1989.
SOBRINHO, Paulo Gilberto Mossmann; Barroso, Vera Lucia Maciel; Raízes de Taquara vol. I e
II. Porto Alegre: EST, 2008.
STRECK, Edemar Valdir; Solos do Rio Grande do Sul, 2 ed.. Porto Alegre: EMATER/RS-
ASCAR, 2008.
TAQUARA, Prefeitura Municipal; Secretaria Municipal de Meio Ambiente; Plano de Gestão
Ambiental de Taquara 2008. Taquara: 2008.
TAQUARA, Prefeitura Municipal; Secretaria Municipal de Planejamento; Plano Municipal de
Saneamento Básico – PMSB. Taquara: Beck de Souza Engenharia Ltda., 2017.
TAQUARA. Prefeitura Municipal; Universidade Federal do Rio Grande do Sul; METROPLAN.
Plano Local de Habitação de Interesse Social. Disponível em: www.taquara.com.br TAQUARA.
Prefeitura Municipal; Secretaria Municipal de Educação, Cultura e Esporte. Plano
Municipal de Educação 2017.

49
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

ANEXO I
Convite com Calendário de Reuniões Comunitárias para a Elaboração do Diagnóstico
Frente

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Convite com Calendário de Reuniões Comunitárias para a Elaboração do Diagnóstico


Verso

51
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

ANEXO II
ROTEIRO DAS REUNIÕES E APRESENTAÇÕES REALIZADAS NAS COMUNIDADES

52
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Fonte da foto: Web

Fonte da foto: Web

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Fonte da foto: Acervo histórico de Taquara

Fonte da foto: Acervo histórico de Taquara

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Fonte da foto: Web

Fonte da foto: Acervo histórico de Taquara

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Fonte da foto: Acervo histórico de Taquara

Fonte da foto: Web

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Fonte da foto: UFRGS

Fonte da foto: Web

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Fonte da foto: Acervo histórico de Taquara

Fonte da foto: Web

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Fonte da foto: Acervo histórico de Taquara

Fonte da foto: Web

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Fonte da foto: Web

Fonte das fotos: Web

61
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Fonte da figura: Web

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

ANEXO III – HISTÓRICO DAS REUNIÕES

65
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

ANEXO III – HISTÓRICO DAS REUNIÕES

- Cronograma rigorosamente cumprido


- Total de 11 reuniões
- Público total: 400 pessoas
- Envolvimento de todos os distritos e localidades do interior
- Recebimento de propostas posteriores na EMATER/RS, nos Sindicatos e Prefeitura
- Houve participação da Câmara de Vereadores, Secretários Municipais, Distritais e autoridades do
município.

REUNIÃO
PADILHA – 11 DE JULHO

REUNIÃO
PEGA FOGO – 13 DE JULHO

66
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

ANEXO III – HISTÓRICO DAS REUNIÕES

REUNIÃO
OLHOS D’ÁGUA – 18 DE JULHO

REUNIÃO
ARROIO GRANDE – 20 DE JULHO

67
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

ANEXO III – HISTÓRICO DAS REUNIÕES

REUNIÃO
ARROIO GRANDE – 20 DE JULHO

REUNIÃO
ILHA NOVA – 25 DE JULHO

68
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

ANEXO III – HISTÓRICO DAS REUNIÕES

REUNIÃO
SANTA CRUZ DA CONCÓRDIA – 27 DE JULHO

REUNIÃO
VILA TEREZA – 01 DE AGOSTO

69
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

ANEXO III – HISTÓRICO DAS REUNIÕES

REUNIÃO
ENTREPELADO – 03 DE AGOSTO

REUNIÃO
ENTREPELADO – 03 DE AGOSTO

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

ANEXO III – HISTÓRICO DAS REUNIÕES

REUNIÃO
QUILOMBO – 07 DE AGOSTO

REUNIÃO
QUILOMBO – 07 DE AGOSTO

71
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

ANEXO III – HISTÓRICO DAS REUNIÕES

REUNIÃO
TUCANOS – 08 DE AGOSTO

REUNIÃO
FAZENDA FIALHO – 10 DE AGOSTO

72
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

ANEXO III – HISTÓRICO DAS REUNIÕES

REUNIÃO
REPRESENTANTES E COMAGRO – 21 DE SETEMBRO

AUDIÊNCIA PÚBLICA – 26 DE SETEMBRO

73
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

ANEXO IV – EIXOS DAS DIRETRIZES DO PMDRS

INFRAESTRUTURA

- CRIAÇÃO DA SECRETARIA MUNICIPAL DE AGRICULTURA


- REDE TRIFÁSICA DE ENERGIA ONDE FALTA
- ILUMINAÇÃO PÚBLICA ADEQUADA (EXEMPLO: POSTES DE CONCRETO)
- ESTRADAS COM PROJETOS TÉCNICOS ADEQUADOS ÀS REALIDADES LOCAIS
- ASFALTAMENTO DAS PRINCIPAIS VIAS DE ACESSO ÀS COMUNIDADES
RURAIS
- RETORNO DOS ZELADORES DE ESTRADA
- MELHORIA DO TREVO ENTRE ERS 242 E RS 020
- BRITADOR MÓVEL EM CAMINHÃO PARA UTILIZAR PEDRAS LOCAIS
- PLACAS DE SINALIZAÇÃO DE TRÂNSITO (VELOCIDADE, TRAVESSIA DE
ANIMAIS, CAMINHÕES, ETC.)
- CONCESSÃO DE TRANSPORTE PARA VANS NO MEIO RURAL
- INVESTIMENTO NA AMPLIAÇÃO DO SINAL DE TELEFONIA E INTERNET
- POSTOS COMUNITÁRIOS COM COMPUTADORES E INTERNET, COM PESSOAS
PARA ATENDIMENTO E AUXÍLIO
- POÇOS COMUNITÁRIOS DISPONIBILIZANDO ÁGUA POTÁVEL
- FINANCIAMENTO PARA CONSTRUÇÃO E REFORMA DE CASAS RURAIS
- RETORNO DA PATRULHA RURAL
- CÂMERAS DE VIGILÂNCIA EM PONTOS ESTRATÉGICOS
- GEORREFERENCIAMENTO DAS PROPRIEDADES E CADASTRO NA BRIGADA
MILITAR
- AMPLIAÇÃO DA DISPONIBILIDADE DE SERVIÇOS DA PATRULHA AGRÍCOLA

ECONOMIA

- INCENTIVOS ÀS CADEIAS PRODUTIVAS: SILVICULTURA, APICULTURA,


CARVÃO, OLERICULTURA, FRUTICULTURA, CULTIVO DE GRÃOS, GADO DE
CORTE E LEITE, PISCICULTURA, AVICULTURA, OVINOCAPRINOCULTURA,
SUINOCULTURA
- INCENTIVOS A AGROINDÚSTRIAS: CARNES, MEL, LEITE, QUEIJO, DERIVADOS
DA CANA, PANIFICADOS, ETC. COM ISENÇÃO DE TAXAS E
DESBUROCRATIZAÇÃO PARA PEQUENOS PRODUTORES

74
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

- ADESÃO IMEDIATA DO MUNICÍPIO AO SUSAF E POSTERIORMENTE AO SISBI


- INCENTIVO ÀS CADEIAS CURTAS (APROXIMAÇÃO ENTRE PRODUTORES E
CONSUMIDORES)
- AMPLIAÇÃO DA ASSISTÊNCIA TÉCNICA AGRONÔMICA
- CURSOS DE CAPACITAÇÃO RELACIONADOS À GESTÃO DA PROPRIEDADE
RURAL
- ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE REFERÊNCIA EM PROPRIEDADES RURAIS
DE ACORDO COM DEMANDAS DO MUNICÍPIO
- INCENTIVO AO ACESSO A INSUMOS
- INCENTIVO À MELHORIA TECNOLÓGICA DOS SISTEMAS PRODUTIVOS
- FUNDO DE AMPARO À PECUÁRIA PARA COMBATE À BRUCELOSE E
TUBERCULOSE E OUTRAS
- INCENTIVO À MELHORIA GENÉTICA E ADAPTAÇÃO DO REBANHO ÀS
CONDIÇÕES AMBIENTAIS DO MUNICÍPIO
- PROGRAMA MUNICIPAL DE INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL
- DISPONIBILIZAÇÃO DE MÉDICO VETERINÁRIO PARA ASSISTÊNCIA AOS
PEQUENOS PRODUTORES
- MELHORAR FEIRAS EXISTENTES E INCENTIVAR A CRIAÇÃO DE NOVAS
FEIRAS
- PROGRAMA MUNICIPAL PARA ABATE E PROCESSAMENTO DE CARNES E
VEGETAIS (INFRAESTRUTURA MUNICIPAL ADEQUADA, VEÍCULO
FRIGORÍFICO PARA TRANSPORTE)
- VIABILIZAR OS SERVIÇOS DE PROCESSAMENTO DE LEITE
- ESTIMULAR PRODUÇÃO DE PEÇAS DE ARTESANATO
- INCENTIVO AO TURISMO RURAL
- ESTÍMULO A OUTRAS ATIVIDADES NÃO AGRÍCOLAS (FÁBRICAS,
RESTAURANTES, PADARIAS, CONFEITARIAS, POSTOS DE GASOLINA, ATELIER,
ETC.) NAS COMUNIDADES
- INCENTIVAR ABERTURA DE POSTOS DE TRABALHO PARA OS JOVENS RURAIS
- CRIAÇÃO DA CASA DO AGRICULTOR E CENTRAL DE ABASTECIMENTO
REGIONAL, PARA FACILITAR ESCOAMENTO DA PRODUÇÃO E APROXIMAR O
PRODUTOR DOS CONSUMIDORES, TURISTAS E ENTIDADES LIGADAS AO MEIO
RURAL
- CAPACITAÇÃO PARA FISCAIS E TÉCNICOS DAS INSTITUIÇÕES

75
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

- INCENTIVO A PRODUÇÃO ORGÂNICA / AGROECOLÓGICA


- CURSOS DE CAPACITAÇÃO RELACIONADOS À GESTÃO DA PROPRIEDADE
RURAL
- ORGANIZAÇÃO DE UNIDADES DE REFERÊNCIA EM PROPRIEDADES RURAIS
DE ACORDO COM AS DEMANDAS DO MUNICÍPIO
- CURSOS E ENCONTROS SOBRE DIVERSIFICAÇÃO DE ATIVIDADES
AGROPECUÁRIAS

MEIO AMBIENTE

- CAPACITAÇÃO E ADEQUAÇÃO DOS PRODUTORES PARA O


DESENVOLVIMENTO DE RESILIÊNCIA ÀS ADVERSIDADES CLIMÁTICAS
(CALOR, FRIO, GEADA, ENCHENTE, VENTOS, GRANIZO)
- FISCALIZAÇÃO E ESTABELECIMENTO DE CONDIÇÕES PARA OS
EMPREENDEDORES SE ADEQUAREM À LEGISLAÇÃO
- PROGRAMA MUNICIPAL DE COMBATE AO BORRACHUDO
- PROGRAMA MUNICIPAL DE COMBATE A PRAGAS DE FORMA
AMBIENTALMENTE CORRETA
- CAPACITAÇÃO DOS PRODUTORES NO MANEJO E CONTROLE DE PRAGAS
- INCENTIVO À GERAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA (EÓLICA, FOTOVOLTAICA,
BIODIGESTORES) NAS PROPRIEDADES
- EDUCAÇÃO SOBRE O LIXO: CAMPANHAS DE CONSCIENTIZAÇÃO E OFICINAS
DE MANEJO ADEQUADO DOS LIXOS
- CAMPANHA DE APROVEITAMENTO DE LIXO ORGÂNICO PARA
COMPOSTAGEM EM TODO O MUNICÍPIO
- INCENTIVO À PROTEÇÃO E RECUPERAÇÃO DA BIODIVERSIDADE
- PROGRAMA MUNICIPAL DE PRESERVAÇÃO DE CURSOS D’ÁGUA E
NASCENTES, E DESASSOREAMENTO DE RIOS
- SISTEMAS DE ARMAZENAMENTO DE ÁGUA (CISTERNAS, RESERVATÓRIOS)
- PROGRAMA DE SANEAMENTO: LIMPEZA DE FOSSAS, FILTROS E SUMIDOUROS
NO MEIO RURAL E URBANO
- RECUPERAÇÃO DO SOLO
- PROGRAMA MUNICIPAL DE CONTROLE DE ESPÉCIES EXÓTICAS INVASORAS

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

ORGANIZAÇÃO

- FORMAÇÃO E MELHORIA DE FORMAS ORGANIZATIVAS DENTRO DAS


COMUNIDADES
- CAPACITAÇÃO DA POPULAÇÃO RURAL SOBRE FORMAS ORGANIZATIVAS
- FOMENTO À LIDERANÇA E EMPREENDEDORISMO
- ELABORAÇÃO DE CALENDÁRIO DE ATIVIDADES DAS COMUNIDADES COM
REUNIÕES PERIÓDICAS

EDUCAÇÃO

- ESCOLAS DE TURNO INTEGRAL


- ESCOLA TÉCNICA PARA OS JOVENS: REATIVAÇÃO DA ESCOLA AGRÍCOLA DA
LINHA GONZAGA E INCENTIVO À ESCOLA HERMÍNIA MARQUES COM FOCO
NA FORMAÇÃO TÉCNICA DE JOVENS EMPREENDEDORES RURAIS – GESTÃO
RURAL
- CURRÍCULOS ESCOLARES ADAPTADOS A REALIDADE RURAL NAS ESCOLAS
DO INTERIOR
- HORTOS COMUNITÁRIOS NAS ESCOLAS
- EDUCAÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA SOBRE CONSUMO DE PRODUTOS
ORGÂNICOS
- EDUCAÇÃO DA POPULAÇÃO URBANA SOBRE CONSUMO DE PRODUTOS
LOCAIS
- REALIZAÇÃO DE ATIVIDADES COM ALUNOS DAS ESCOLAS URBANAS NAS
PROPRIEDADES RURAIS PARA PROMOVER A VALORIZAÇÃO E INCENTIVO À
FORMA DE VIDA DO MEIO RURAL
- CAMPANHA DE SEPARAÇÃO E RECICLAGEM DE LIXO NAS ESCOLAS

QUALIDADE DE VIDA

- SUBSÍDIOS PARA CONTROLE DE ANIMAIS ABANDONADOS (PARCERIAS ENTRE


ONGs, INSTITUIÇÕES E ENTIDADES RESPONSÁVEIS - CASTRAMÓVEL NO
INTERIOR)

77
PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

- MAIOR FREQUÊNCIA DA UNIDADE MÓVEL DE SAÚDE NAS COMUNIDADES


POUCO ASSISTIDAS
- FARMÁCIA ITINERANTE NAS COMUNIDADES DO MEIO RURAL
- CONSTRUÇÃO DE PRAÇAS E PLAYGROUNDS NO MEIO RURAL
- INCENTIVO PARA A CONSTRUÇÃO DE ESPAÇOS ADEQUADOS À PRÁTICA DE
ESPORTES
- MELHORIA DOS SALÕES COMUNITÁRIOS E OU CONSTRUÇÃO DE SALÕES
COMUNITÁRIOS NAS LOCALIDADES QUE AINDA NÃO POSSUEM
- PROMOÇÃO DE CAMPEONATOS MUNICIPAIS DE ESPORTES
- INCENTIVO A ATIVIDADES CULTURAIS: GRUPOS DE CANTO, CAMPEONATOS
MUNICIPAIS DE JOGOS DE CARTAS, TERNOS DE TIRO, FESTAS, JANTAS,
ALMOÇOS, FESTIVIDADES
- CONSCIENTIZAÇÃO E CONTROLE SOBRE UTILIZAÇÃO DE LOCAIS
ADEQUADOS PARA A PRÁTICA DE ESPORTES COM VEÍCULOS (EX.: TRILHAS)
- CRECHES NO MEIO RURAL

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

A Prefeitura Municipal de Taquara/RS e o Conselho Municipal de Desenvolvimento


Agropecuário de Taquara/RS - COMAGRO aprovam este Plano.

Taquara, 15 de Dezembro de 2017.

______________________________________
Tito Lívio Jaeger Filho
Prefeito Municipal de Taquara

______________________________________
João Carlos de Brito
Presidente do COMAGRO de Taquara

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PLANO MUNICIPAL DE DESENVOLVIMENTO RURAL SUSTENTÁVEL

Crédito da foto e arte: Magda Rabie. Prefeitura Municipal de Taquara.

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