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Resumo
A contabilidade vem evoluindo devido a transformações econômicas, sociais e
tecnológicas. Evolui para atender não só às necessidades econômico-financeiras
dos seus usuários, mas também aquelas de caráter social e ambiental. Em resposta
a uma dessas necessidades de informações econômico-sociais surgiu a
Demonstração do Valor Adicionado – DVA, que objetiva demonstrar a capacidade
de uma entidade produzir riqueza e a forma de sua distribuição aos empregados,
financiadores de recursos, governos e acionistas. No Brasil, esta demonstração
ainda não é obrigatória e sua estrutura, também não está regulamentada. O
presente trabalho objetiva sugerir indicadores que possam facilitar a análise e
interpretação das informações contidas na DVA. Uma vez que, os índices utilizados
pela análise tradicional das demonstrações contábeis não contemplam esta
demonstração. Trata-se esta pesquisa de um estudo de caso que, para demonstrar
a utilidade dos indicadores sugeridos teve como objeto de estudo dados extraídos
dos demonstrativos da empresa Petróleo Brasileiro S/A – Petrobrás.
Introdução
Entretanto, qualquer que seja a estrutura da DVA, podem surgir limitações, pois
sempre se buscará evidenciar nela, informações de finalidades genéricas e que
atendam às exigências do maior número possível de usuários. De maneira geral,
existe uma restrição natural informacional dos modelos de demonstrações contábeis.
Ao sugerir indicadores aplicados à DVA, este trabalho busca permitir aos usuários
dessa demonstração uma análise mais específica e direcionada aos seus interesses
e objetivos.
Com base nestes dados, criou-se uma relação entre contas desses demonstrativos
da Petrobrás, visando evidenciar aspectos relevantes da Demonstração do Valor
Adicionado e ressaltar a utilidade desse demonstrativo para os vários usuários da
contabilidade, pois dado o berço da DVA, ou seja, os movimentos sociais, os
usuários são tentados a percebê-la como um instrumento de comunicação
meramente social.
o que ressalta a utilidade da mesma para todo conjunto de usuários das informações
contábeis.
Evolução da contabilidade
Diante da evolução econômica e social dos últimos tempos e das pressões sociais
surgidas, principalmente, na Europa e nos Estados Unidos, tornou-se necessário
que as empresas evidenciassem para seus empregados, sindicatos e comunidade
em geral, a sua capacidade de gerar e distribuir riqueza.
Valor adicionado representa a riqueza criada por uma entidade num determinado
período de tempo. E a riqueza total de um país pode ser obtida pela soma dos
valores agregados pelos seus agentes econômicos.
VIII Fórum de Estudantes e Profissionais de Contabilidade do Estado do Espírito Santo – O Marketing e a Valorização do
Profissional Contábil - 30/10 a 01/11/2003 no Sesc - Praia Formosa Aracruz - ES
Esta demonstração fornece uma visão abrangente sobre a real capacidade de uma
entidade produzir riqueza (no sentido de agregar ou adicionar valor em seu
patrimônio) e sobre a forma de como distribui essa riqueza entre os diversos fatores
de produção (trabalho, capital próprio ou de terceiros, governo).
Diante do exposto, verifica-se que a DVA possui vários tipos de usuários com
interesses e objetivos específicos. Segundo Iudícibus (2000, p. 22), “nem sempre é
possível ou desejável obter toda a informação relevante para cada tipo de usuário,
em virtude de problemas de mensuração da Contabilidade e das próprias restrições
do usuário, bem como por problemas de custo”, mas o ideal seria que fossem
gerados relatórios direcionados a cada tipo de usuário.
DESCRIÇÃO R$ Mil
1 – RECEITAS
1.1) Vendas de mercadorias, produtos e serviços
1.2) Provisão p/ devedores duvidosos – Reversão / (Constituição)
1.3) Não operacionais
2 – INSUMOS ADQUIRIDOS DE TERCEIROS (inclui ICMS e IPI)
2.1) Matérias-primas consumidas
2.2) Custo das mercadorias e serviços vendidos
2.3) Materiais, energia, serviço de terceiros e outros
2.4) Perda / Recuperação de valores ativos
3 – VALOR ADICIONADO BRUTO (1-2)
4 – RETENÇÕES
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Profissional Contábil - 30/10 a 01/11/2003 no Sesc - Praia Formosa Aracruz - ES
Matarazzo (1998, p. 153) afirma que, “índice é a relação entre contas ou grupo de
contas das Demonstrações Financeiras, que visa evidenciar determinado aspecto da
situação econômica ou financeira de uma empresa”.
Silva (2001, p. 228) completa o significado afirmando que, “os índices financeiros [...]
têm por objetivo fornecer-nos informações que não são fáceis de serem
visualizadas de forma direta nas demonstrações financeiras” (grifo nosso).
Por meio dos índices são estabelecidas relações entre duas grandezas que facilitam
a interpretação de alguns dados.
Por meio desses indicadores citados nos Quadros (1 ao 4), potenciais usuários da
DVA, como empregados, governos, terceiros (instituições financeiras e
fornecedores) e acionistas podem verificar o percentual de suas participações no
total do valor adicionado a distribuir pelas empresas.
Analisando os exemplos citados nas Tabelas (1 a 4), observa-se que quem mais se
beneficiou com a distribuição do valor adicionado da Petrobrás foi o governo
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Este índice indica qual o percentual de retenção do valor adicionado sob a forma de
lucros retidos. Poderá, também, indicar qual o percentual de riqueza gerada será
agregado ao capital próprio.
Percebe-se por meio desse índice que, em 2000, a Petrobrás aumentou a retenção
do valor acionado sob a forma de lucros retidos, ou seja, agregou mais riqueza ao
seu capital próprio.
Os índices indicam que a empresa, por si só, possui uma grande capacidade de
produzir riqueza. Observa-se que essa capacidade aumentou no ano de 2000 em
relação a 1999.
Do total do valor adicionado a distribuir pela empresa, em 2000, 6,47% foram valores
recebidos em transferência (provenientes de participações em investimentos
relevantes e receitas financeiras) e adicionados à riqueza líquida produzida pela
mesma. Em 1999, observa-se que o percentual foi maior.
IAT + Rt Rt = retenções
GCFROE = x100
Rc
Rc = receitas
Este índice indica qual a contribuição per capta dos empregados de uma entidade
na riqueza por ela gerada.
Este índice indica qual o potencial do capital próprio para geração de riqueza de
uma entidade.
Considerações Finais
Bibliografia
IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da contabilidade. 6. ed. São Paulo: Atlas, 2000.
MARION, José Carlos. Contabilidade empresarial. 8. ed. São Paulo: Atlas, 1998.
SILVA, José Pereira da. Análise financeira das empresas. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2001.