You are on page 1of 4

FERIDAS E CURATIVOS

Palestrante: Enf.ª Alcione Matos de Abreu


Aluno: Kely Cristina de Cássia Barbosa
1º período Técnico de enfermagem / Faculdade Novo Milênio

- Anatomia e Fisiologia da pele

A pele é o maior órgão do corpo humano e tem a função de proteção contra


vários agentes do meio externo, quando íntegra compõe uma barreira natural. A pele
é protegida pelo manto lipídico que mantem sua oleosidade natural, esse manto é
composto por óleos graxos essenciais. Não se nasce com o manto lipídico e durante
a vida ele se desgasta. Seu ponto máximo ocorre durante a puberdade e vida adulta,
já na velhice quase não é encontrado colocando a integridade orgânica em risco.
Com esse ressecamento o aparecimento de feridas é maior. É importante reforçar
esse manto com o uso de hidratantes e óleos que tenham em sua composição AGE
(ácidos graxos essenciais).

A pele é formada por duas camadas principais: a derme e a epiderme. O


tecido mais externo, epitelial, é a epiderme. O mais interno, conjuntivo, é a derme.
Encontramos na derme os fibroblastos que são responsáveis pela sintetização do
colágeno importante para a cicatrização de feridas. Vale ressaltar também que o pH
da pele é ácido para combater microrganismos, se esse pH sofre alguma alteração
fica-se suscetível à infecções de pele.

- Fases de cicatrização de feridas

O processo de cicatrização pode ser dividido em três fases correlacionadas,


porém muitas vezes estas fases se sobrepõem e ocorrem simultaneamente ou ficam
estagnadas numa determinada fase por não ser utilizado o curativo ideal. São elas:
 Fase inflamatória: Nesta fase a ferida apresenta sangramento, edema,
vermelhidão e dor. O curativo deve ser retirado de forma suave, irrigando a
gaze com água potável ou SF com jato constante e regular, se o curativo for
retirado de forma traumática essa fase pode ser prolongada porque a ferida
será lesionada novamente voltando o processo de cicatrização ao inicio da
fase onde ocorre o sangramento. Uso de Mercúrio, Polvidine e sprays
também estagnam essa fase por ser agentes citotóxicos aos fibroblastos.

 Fase proliferativa: Fase regenerativa caracterizada pela proliferação de


fibroblastos onde pode aparecer tecidos de granulação, tecidos desvitalizados
e tecido necrótico. Esses dois últimos são inviáveis para a cicatrização da
ferida sendo necessário a realização da técnica de desbidramento.

 Fase de maturação: Fase de reparo. É a última fase do processo de


cicatrização. A densidade celular e a vascularização da ferida diminuem,
enquanto há a maturação das fibras colágenas. Ocorre uma remodelação do
tecido cicatricial formado na fase anterior. O alinhamento das fibras é
reorganizado a fim de aumentar a resistência do tecido e diminuir a espessura
da cicatriz, reduzindo a deformidade. Durante esse período a cicatriz vai
progressivamente alterando sua tonalidade passando do vermelho escuro ao
rosa claro.

- Fatores que interferem no processo de cicatrização das feridas:

 Infecção

 Faixa etária

 Doenças crônicas

 Terapia medicamentosa

 Tratamento tópico inadequado


- Tipos de Tecidos presentes no leito das feridas

Existem dois tipos: O viável e o inviável. O tecido e o exsudato. Os tecidos


saudáveis estão propícios ao processo de cicatrização os desvitalizados são
prejudiciais para a evolução da ferida. Para acompanhar a evolução dessa ferida
e seu estadiamento deve-se estar atento aos seguintes sinais do exsudato:
presença, odor e cor. Realizar a mensuração vertical x horizontal e profundidade
utilizando os seguintes passos:

- proceder a limpeza da ferida conforme técnica de soro em jato ou ducha;


- Utilizar régua padronizada pelo serviço;
- traçar uma linha na maior extensão vertical e maior extensão horizontal formado;
- anotar medidas das linhas em cm (no impresso de evolução) para comparações
posteriores.
- multiplicar uma medida pela outra para se obter a área em cm².

- Tipos de desbridamento

1- Desbridamento cirúrgico: Consiste na remoção completa do tecido necrótico , esta


técnica é realizada em centro cirúrgico pelo cirurgião, indicada quando o paciente
necessita de uma intervenção mais urgente e está indicada para necroses de
coagulação e liquefação.

2- Desbridamento instrumental : A remoção do tecido desvitalizado é removido de


forma gradativa e seletiva em diversas sessões, pode ser realizado a beira leito ou
em sala de curativo com a utilização de material cortante como bisturi , tesoura,
pinças e coberturas.
3- Desbridamento enzimático: Consiste na aplicação tópica de substâncias
enzimáticas e proteolíticas que atuam como desbridantes diretamente em tecidos
necróticos, a escolha da enzima deve ser feita após avaliação do tipo de tecido que
se quer desbridar. Recomenda-se proteger a pele saudável para evitar a maceração
do tecido.

Através desse estudo verifica-se a importância do curativo ideal para obter


resultados positivos nos cuidados de feridas. Essa atenção deve começar desde a
avaliação,na escolha do curativo e na técnica utilizada. Para surtir resultados
eficientes é recomendado utilizar produtos a base de Ácidos Graxos
Essenciais (AGE) , Alginato de Cálcio e Sódio, Colagenase e Hidrogel.

You might also like