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vazão;
As colunas de incêndio devem ter os diâmetros mínimos especificados pela NBR 13.714/2000:
A NBR 13.714/2000 já prevê o uso de canalização com diâmetro nominal de 50 mm (2”) nos
sistemas tipo 1, hidrantes ou mangotinhos, desde que comprovado tecnicamente o
desempenho hidráulico dos componentes e do sistema, e aprovado pelo órgão competente
local.
Na figura 2.19 são mostrados dois cortes de abrigos de incêndio com uma e duas saídas de
água com todos os seus componentes.
LEGENDA
5) Esguicho cilíndrico ou
6) Tampão da válvula angular
tronco-cônico
Os sistemas sob comando são instalações hidráulicas manuais destinadas a serem utilizadas
pelos ocupantes, nas edificações de riscos leve e médio, para dar o primeiro combate aos
princípios de incêndios até a chegada do corpo de bombeiros. Para que isso seja possível, eles
devem estar familiarizados e treinados para operar o equipamento ou ter equipe treinada
(brigada de incêndio) para executar as operações de combate ao fogo e comandar a saída com
segurança da edificação. Isto é importante, porque no sistema de hidrantes todos os
dispositivos que devem ser utilizados por ocasião de um incêndio e que se encontram no
interior de um abrigo, como mangueiras de hidrantes e esguichos, não se encontram
conectados e prontos para o uso.
Por sua vez, as formas como as mangueiras de hidrantes são enroladas e acondicionadas nos
abrigos são decisivas na facilidade e rapidez da operação para colocar o hidrante em
funcionamento. O espaço disponível e adequado para desenrolar a mangueira de hidrante
também merece grande atenção, porque a maior parte dos saguões dos pavimentos dos
edifícios, principalmente os residenciais, apresenta espaços bastante restritos e insuficientes.
A partir disso, chega-se à conclusão que de nada adianta ter um sistema de hidrantes bem
projetado e instalado se não existem pessoas na edificação capazes de utilizá-lo com rapidez e
presteza. O esclarecimento e o treinamento dos ocupantes da edificação para as situações de
emergência por ocasião de um incêndio são de vital importância, porque os primeiros
momentos são decisivos para extinguir ou controlar o fogo até a chegada do corpo de
bombeiros.
Segundo a NBR 13.714/2000 podem se ter três vazões para os hidrantes, 130, 300 e 900 l/min,
exigindo certos cuidados na operação devido às grandes pressões da água. Algumas leis
municipais ou estaduais podem exigir vazões diferentes das preconizadas pela norma
brasileira.
nas vazões maiores, até 300 l/min, a operação deve ser feita da mesma forma como
descrito no item anterior, mas o controle da mangueira deve ser feito por duas
pessoas, bem treinadas;
nas vazões de 300 até 900 l/min a operação somente deve ser feita por brigada de
incêndio profissional ou membros do corpo de bombeiros;
nas vazões acima de 900 l/min a operação deve ser feita com restrição mecânica
devido à grande pressão da água. Essas instalações são de edificações comerciais ou
industriais onde há alto risco de incêndio pela existência de quantidade suficiente de
materiais perigosos, devendo ser operadas, obrigatoriamente, por brigadas de
incêndio especializadas, exclusivas e permanentes, com equipamentos especiais de
proteção, ou por membros do corpo de bombeiros;
para vazões diferentes exigidas por leis locais, valem as recomendações acima,
analisadas por similaridade.
Importante!
Cuidado!
Jamais abrir a válvula angular de um hidrante com
esguicho tipo tronco-cônico se ele não estiver
firmemente imobilizado. Esta providência é importante
porque, caso contrário, pode causar grave acidente.
A NBR 13.714/2000 não apresenta as pressões mínimas que devem ser observadas nas
tomadas de incêndio, porque as mesmas devem ser calculadas a partir das vazões mínimas
exigidas nos pontos mais desfavoráveis da instalação. Algumas leis municipais e estaduais
recomendam pressões mínimas com valores bem diferenciados, algumas vezes insuficientes
para produzir a vazão mínima exigida. Mesmo assim, para cada cidade ou Estado brasileiro,
devem ser observados os valores preconizados pelas legislações locais.
Talvez a pressão mínima exigida pelas leis municipais ou estaduais no hidrante ou mangotinho
mais desfavorável pode ser vista como uma forma de limitar o diâmetro máximo do orifício do
esguicho, pois se pode diminuir sensivelmente a pressão dinâmica ou residual na ponta do
esguicho para uma determinada vazão com o aumento do seu diâmetro. Não item 6.12 são
feitas mais considerações sobre o assunto.
Tem legislação que exige a pressão residual ou dinâmica mínima calculada até a válvula angular
da tomada de incêndio, outra até a extremidade final da linha de mangueiras, enquanto que
outras no requinte do esguicho, considerando a perda de carga em todo o trajeto da água. A
NBR 13.714/2000 requer que as pressões mínimas sejam calculadas na ponta do esguicho, o
que é o correto, porque as grandes perdas de carga estão na mangueira e no esguicho.
Quando o sistema funciona com abastecimento por gravidade, as tomadas de incêndio mais
desfavoráveis estão nos andares mais elevados, sendo a pressão mínima determinada pela cota
do fundo do reservatório superior. A verificação da pressão no hidrante ou mangotinho mais
desfavorável vai indicar se a cota é suficiente, havendo ou não necessidade de se instalar
bombas de reforço no terraço. Essas apenas aumentam a pressão nos hidrantes ou
mangotinhos mais desfavoráveis da instalação, enquanto que os demais, bem abaixo, serão
abastecidos por gravidade, diretamente do reservatório superior.
Quando o sistema é feito com abastecimento por bombas a partir do reservatório inferior,
também as tomadas de incêndio mais desfavoráveis estão nos andares mais altos, sendo elas
os parâmetros para a verificação da pressão residual mínima requerida. Neste caso, o sistema
de bombas deve ser dimensionado para fornecer toda a pressão necessária para vencer o
desnível total da edificação, a perda de carga entre os pontos considerados, mais a pressão
residual mínima exigida na tomada de incêndio mais desfavorável, para produzir a vazão
mínima preconizada pela norma.
Importante!
Cuidado!
a) Carretel fixo na
b) Em forma de oito
parede
Depois dessa exposição sobre a composição e a operação dos dois sistemas, hidrantes e
mangotinhos, pode surgir a indagação:
quando se tem a opção de se usar qualquer um dos dois sistemas sob comando, qual deles é
a melhor escolha?
Será feito aqui apenas um breve cotejo técnico e operacional comparando os dois sistemas,
sem levar em consideração interesses econômicos que podem existir por trás de cada um
deles.
Cumpre esclarecer, ainda, que os dois sistemas só podem ser comparados quando a legislação
permitir a opção de escolha, como na:
Nos demais grupos, onde o risco de incêndio é maior, é exigido somente o sistema de
hidrantes, que proporciona maior vazão e, consequentemente, deve ter maior reserva técnica
de incêndio.
É importante lembrar, novamente, que os sistemas nas ocupações de risco leve são instalados
para serem operados pelos ocupantes das edificações.
No Rio Grande do Sul, onde o sistema de mangotinhos já é adotado há bastante tempo, carece
ainda de uma aceitação maior por uma questão puramente cultural, mas, realmente, ele
apresenta inúmeras vantagens, entre elas podem ser destacadas que:
sua operação é:
o mais simples;
o mais rápida;
o mais fácil;
Importante!
INTRODUÇÃO
Cada dimensionamento será feito passo a passo, segundo os roteiros apresentados no capítulo
7. Muitos cálculos e decisões tomadas serão justificados na ocasião. Isto é importante porque
determinados cálculos dependem de decisão do projetista, que de acordo com as normas
locais, problemas de obstruções de elementos estruturais, projeto arquitetônico, etc., induzem
a soluções não previstas normalmente.
Importante!
É importante salientar que qualquer projeto pode ser desenvolvido independente da norma
que será adotada, pois os procedimentos serão sempre os mesmos. No caso, a NBR
13.714/2000 está sob processo de revisão, podendo haver mudanças na classificação das
edificações, nos tipos de sistemas de hidrantes com suas respectivas vazões mínimas, etc. mas
os procedimentos de cálculo continuarão os mesmos e detalhá-los é o objetivo deste livro
Os dados principais necessários para desenvolver os dois projetos de sistemas de hidrantes são
apresentados no quadro abaixo.
1. CARACTERÍSTICAS DA EDIFICAÇÃO:
Número de 13
pavimentos
Pavimentos-tipo 12
Cobertura Sim
Mezanino Não
Térreo Pilotis
Subsolos Não
tipo 20 m x 25 m = 500 m²
mezanino Não
cobertura 20 m x 25 m = 500 m²
térreo 20 m x 25 m = 500 m²
subsolos Não
Classificação da edificação:
grupo A
ocupação Residencial
...
LEGENDA
Passo 5
A pressão residual ou dinâmica mínima p H12 no esguicho, necessária para produzir a vazão
mínima do hidrante mais desfavorável da instalação (H 12), é calculada com a expressão 7.1:
p H12 = Q H12² / K²
Onde:
p H12 = pressão residual ou dinâmica no esguicho do hidrante H 12, em “kPa” ou “mca”;
Observação!
Comentário!
A NFPA 20/96 faz a limitação da velocidade máxima em 6,2 m/s na rede de canalizações de
incêndio. Como o dimensionamento está sendo feito pela NBR 13.714/2000, será sempre
observada a limitação de 5,0 m/s.
Passo 7
A perda de carga hp A12, no ramal de alimentação do hidrante H 12, é igual a perda de carga
ao longo da canalização do ramal, segmento que vai da coluna de incêndio (ponto A) até a
válvula angular, mais as perdas de carga na válvula angular, mangueira de hidrante e esguicho,
usando-se a expressão:
hp A12 = hp c + hp v + hp m + hp esg
Onde:
hp A12 = perda de carga total no ramal de alimentação do hidrante H 12, em “m”;
hp c = perda de carga no segmento de canalização do ramal, em “m”;
hp v = perda de carga na válvula angular, em “m”;
hp m = perda de carga na mangueira de hidrante, em “m”;
hp esg = perda de carga no esguicho, em “m”.
hp m = 3,30 mca
Em vez de se calcular a perda de carga na mangueira de hidrante, o seu valor pode ser tirado
diretamente da tabela 6.11, de acordo com o diâmetro e a vazão mínima requeridas. Esta
tabela fornece os valores das perdas de carga nas mangueiras de hidrantes e mangotinhos,
calculados para os diâmetros nominais recomendados e para as vazões mais adotadas pelas
leis e normas no Brasil.
Para se calcular a perda de carga no esguicho de jato sólido da mangueira de hidrante, também
se usa a equação 6.36, expressão geral da perda de carga localizada,:
Onde:
hp esg = perda de carga no esguicho, em “m”;
v esg = velocidade na saída do esguicho (diâmetro menor) ou requinte, em “m/s”;
k esg = coeficiente próprio da singularidade (valores encontrados na tabela 6.5);
g = aceleração da gravidade = 9,81 m/s².
Passo 9
26.07.2004
Telmo Brentano*
O Estado do Rio Grande do Sul tem uma legislação recente (1997) que obriga todas as
edificações residenciais coletivas, comerciais, industriais e de localização temporária, como
circos, espetáculos musicais, etc., a terem um Plano de Proteção Contra Incêndio (PPCI). Esta
medida é bem-vinda, embora haja alguns problemas na legislação. Irei me ater apenas nas
instalações hidráulicas de combate a incêndios nas edificações.
A NBR 13.714/2000, Sistemas de Hidrantes e de Mangotinhos, está em processo de revisão,
estando em consulta pública até o dia 30 de julho de 2004 para receber contribuições. Aqui, na
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul já está tramitando há várias legislaturas
um novo Código de Proteção contra Incêndios. Espero que não haja um grande incêndio no
Estado para apressar a sua tramitação e aprovação, como está acontecendo no Estado do Rio
de Janeiro.
Mas, neste assunto uma questão tem me preocupado de sobremaneira que é a segurança
contra incêndios das edificações de risco mais baixos, principalmente as edificações
residenciais coletivas. Este tipo de edificação constitui grande parte das edificações das cidades
de médio a grande porte. Pois minha contribuição para o projeto de revisão desta norma, e
talvez para a legislação do Estado do Rio Grande do Sul, procura enfatizar somente um ponto: a
instalação hidráulica recomendada para este tipo de edificação.
Nos últimos anos tenho pesquisado e estudado este assunto e formado uma convicção sobre
ele. De que adianta ter uma instalação hidráulica bem projetada e executada, com grande
vazão, se ela não é adequada ao perfil dos ocupantes da edificação, que certamente não
saberão utilizá-la, principalmente numa situação de pânico? Esta é a principal questão que
analiso a seguir.
Atualmente os prédios residenciais coletivos, que por norma são obrigados a ter instalação
hidráulica de proteção contra incêndio, têm duas opções: sistemas de hidrantes (em Porto
Alegre com vazão mínima de 200 l/min, e no interior, que adota a Norma Brasileira, é de 130
l/min), ou sistema de mangotinhos com vazão mínima de 80 l/min, em ambos os casos.
Defendo que os prédios residenciais somente devam ter sistema de mangotinhos, quando a
norma exigir proteção hidráulica. Quais são os argumentos que fundamentam esta convicção?
No caso das edificações comerciais, são exigidos 300 ou 500 litros por minuto, dependendo da
legislação adotada no local, enquanto 200 litros por minuto seriam suficientes. Como este tipo
de edificação não tem classificação escalonada de acordo com o risco real de incêndio, são
exigidos volumes realmente exorbitantes para ocupações de riscos extremamente baixos,
muitas vezes menores que de edificações residenciais, mas como são classificadas de
edificações comerciais caem na vala comum. No caso de riscos mais altos, como em lojas com
materiais plásticos ou outros materiais altamente combustíveis, a vazão dos hidrantes deve ser
maior, logicamente. Nos prédios comerciais e industriais de riscos mais elevados a legislação
pode exigir a utilização de sistemas de hidrantes e chuveiros automáticos (“sprinklers”), em
conjunto. Entre as vantagens dos chuveiros automáticos estão: são ativados somente pelo calor
do fogo (independem da ação do homem), acionam o alarme simultaneamente com a entrada
em operação e tem rápida ação de aspersão de água restrita sobre a área do foco do incêndio.
A legislação do Estado de São Paulo (Instrução Técnica nº 22/2003, do Corpo de Bombeiros) já
exige vazões e reservas de água bem menores, bem dentro de nossa realidade.
O importante nesta questão da proteção contra incêndio nas edificações é conhecer o objetivo,
ou talvez melhor, a “filosofia” do sistema hidráulico de combate a incêndios, que é a ação
imediata contra o “princípio” de incêndio, para que ele seja extinto ou, então, controlada a sua
propagação até a chegada do Corpo de Bombeiros ao local para fazer o combate final ao fogo.
Pensando nisso, o que é de extrema importância no caso? O fator tempo. Então, a instalação
deve ser posta em operação imediatamente após constatado o princípio de incêndio e,
certamente, o sistema de mangotinhos atende melhor a este objetivo.
Para completar o raciocínio deve-se salientar que o primeiro equipamento a ser usado num
princípio de incêndio é o extintor de incêndios, obrigatório em todas edificações,
independentemente de sua classificação de risco.
Outra questão extremamente importante é a verificação da pressão mínima necessária para
produzir a vazão mínima preconizada pela legislação. As instalações de hidrantes das
edificações residenciais em Porto Alegre e no interior do Estado do Rio Grande do Sul, de uma
forma geral, não atendem à vazão mínima determinada pelas legislações e normas porque a
pressão da água é sempre muito baixa. Prédio residencial com reservatório superior que não
possui bombas de reforço no terraço da edificação para aumentar a pressão na rede de
incêndio produz uma vazão equivalente a 30% da vazão mínima necessária, mais ou menos.
Quais são os prédios residenciais que possuem bombas de reforço no terraço?
Embora a legislação exija e a fiscalização está fazendo uma varredura em todas as edificações
do Estado do Rio Grande do Sul para que ela seja cumprida, não há ainda uma preocupação
maior porque os incêndios são raros, tendo como conseqüência um descaso com o
treinamento dos ocupantes das edificações, falta de equipamentos mínimos necessários e com
a manutenção dos existentes. “A legislação estadual obriga que todos os prédios coletivos
tenham o Plano de Proteção Contra Incêndios (PPCI), mas isso não é suficiente porque
depende da conscientização” da população. É a falta da cultura de segurança.
Porque:
Pode ser operado por somente uma pessoa sem maiores dificuldades, desde que
tenha recebido um mínimo de treinamento;
Com esguicho regulável sua ação sobre o foco do incêndio é mais eficaz;