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SISTEMAS DE HIDRANTES E MANGOTINHOS

2.12.4 DIÂMETRO DAS COLUNAS DE INCÊNDIO

O diâmetro da coluna de incêndio é função da:

 vazão;

 pressão dinâmica ou residual mínima requerida nas tomadas de incêndio;

 perda de carga no trajeto.

As colunas de incêndio devem ter os diâmetros mínimos especificados pela NBR 13.714/2000:

 d ³ 50 mm (2”) para o sistema do tipo 1 ( hidrantes ou mangotinhos);

 d ³ 63 mm (2 ½”), para os sistemas tipos 2 e 3 (hidrantes).

A NBR 13.714/2000 já prevê o uso de canalização com diâmetro nominal de 50 mm (2”) nos
sistemas tipo 1, hidrantes ou mangotinhos, desde que comprovado tecnicamente o
desempenho hidráulico dos componentes e do sistema, e aprovado pelo órgão competente
local.

As legislações da quase totalidade dos Estados, capitais e grandes cidades brasileiras, já


prevêem a utilização de canalizações com diâmetro nominal de 50 mm (2”) para as colunas que
alimentam hidrantes, de acordo com a classificação das edificações adotadas no local.

A IT 22/2004, do Corpo de Bombeiros do Estado de São Paulo, já prevê a utilização de


canalização com diâmetro nominal de 50 mm (2”) para sistemas tipos 1 (mangotinhos) e 2
(hidrantes). A revisão da NBR 13.714/2000, que deverá entrar em vigor brevemente, também
deverá contemplar esta decisão.

O diâmetro mínimo da coluna de incêndio é estabelecido por norma, mesmo assim, é


aconselhável fazer uma verificação de sua adequação, pois pode provocar excesso de
velocidade do escoamento da água e, consequentemente, grandes perdas de carga, fazendo
com que, para atender as vazões mínimas nos hidrantes mais desfavoráveis, seja requerida
uma pressão muito elevada. Necessita ser verificado se o diâmetro é aceitável, principalmente,
para a vazão ou vazões nos hidrantes mais favoráveis da instalação.
Recomendação de ordem prática!

Em edificações de uso exclusivamente residencial, tipo 1,


grupo A, recomenda-se que o sistema deve ser
dimensionado para não exceder a pressão de 500 kPa
(50 mca) na ponta do esguicho mais favorável, porque
serão os ocupantes que deverão colocar o sistema em
operação.

Na figura 2.19 são mostrados dois cortes de abrigos de incêndio com uma e duas saídas de
água com todos os seus componentes.

a) Uma saída de água b) Duas saídas de água

LEGENDA

1) Coluna de Incêndio 2) Válvula Angular

4) Mangueira – dois lances de


3) Junta união tipo “Storz”
15 metros

5) Esguicho cilíndrico ou
6) Tampão da válvula angular
tronco-cônico

7) Parte anterior do abrigo 8) Parte posterior do abrigo


(1ª mangueira) (2ª mangueira)

Figura Cortes de abrigos de incêndio com uma e duas


2.19 saídas de água

2.13.4.2.4 Modo de operação das mangueiras de hidrantes

Os sistemas sob comando são instalações hidráulicas manuais destinadas a serem utilizadas
pelos ocupantes, nas edificações de riscos leve e médio, para dar o primeiro combate aos
princípios de incêndios até a chegada do corpo de bombeiros. Para que isso seja possível, eles
devem estar familiarizados e treinados para operar o equipamento ou ter equipe treinada
(brigada de incêndio) para executar as operações de combate ao fogo e comandar a saída com
segurança da edificação. Isto é importante, porque no sistema de hidrantes todos os
dispositivos que devem ser utilizados por ocasião de um incêndio e que se encontram no
interior de um abrigo, como mangueiras de hidrantes e esguichos, não se encontram
conectados e prontos para o uso.

Por sua vez, as formas como as mangueiras de hidrantes são enroladas e acondicionadas nos
abrigos são decisivas na facilidade e rapidez da operação para colocar o hidrante em
funcionamento. O espaço disponível e adequado para desenrolar a mangueira de hidrante
também merece grande atenção, porque a maior parte dos saguões dos pavimentos dos
edifícios, principalmente os residenciais, apresenta espaços bastante restritos e insuficientes.

A partir disso, chega-se à conclusão que de nada adianta ter um sistema de hidrantes bem
projetado e instalado se não existem pessoas na edificação capazes de utilizá-lo com rapidez e
presteza. O esclarecimento e o treinamento dos ocupantes da edificação para as situações de
emergência por ocasião de um incêndio são de vital importância, porque os primeiros
momentos são decisivos para extinguir ou controlar o fogo até a chegada do corpo de
bombeiros.

Há quem preconize que a linha de mangueiras do hidrante deva ficar permanentemente


acoplada à válvula angular devido a essa dificuldade operacional. Em contrapartida, essa
sistemática pode ocasionar o apodrecimento da mangueira precocemente quando houver um
vazamento na válvula angular. Novamente a manutenção é vital para o sistema.

Segundo a NBR 13.714/2000 podem se ter três vazões para os hidrantes, 130, 300 e 900 l/min,
exigindo certos cuidados na operação devido às grandes pressões da água. Algumas leis
municipais ou estaduais podem exigir vazões diferentes das preconizadas pela norma
brasileira.

Algumas recomendações de ordem prática merecem ser destacadas:


 nas vazões de 130 l/min a operação pode ser feita por uma pessoa, mesmo assim,
desde que seja treinada e com grande cuidado. Como a pressão é variável de hidrante
para hidrante de acordo com a altura da edificação e o pavimento onde se encontra
localizado, apesar da baixa vazão a sua operação pode se tornar perigosa. Em sistemas
pressurizados por bombas as pressões geralmente são maiores, devendo-se ter
cuidado na operação dos hidrantes localizados mais próximos delas. Após desenrolada,
deve-se conectar o esguicho à mangueira de hidrante e esta à válvula angular. Antes de
acionar o hidrante, o esguicho preso à mangueira deve ser imobilizado firmemente
entre o antebraço e o corpo do operador. Abre-se a válvula angular e se caminha em
direção ao local onde o fogo estiver se desenvolvendo. Se o esguicho for do tipo
agulheta o controle do jato de água é feito na válvula angular, e se for do tipo
regulável, controla-se o jato de água no próprio esguicho, abrindo-o só no local do
incêndio;

 nas vazões maiores, até 300 l/min, a operação deve ser feita da mesma forma como
descrito no item anterior, mas o controle da mangueira deve ser feito por duas
pessoas, bem treinadas;

 nas vazões de 300 até 900 l/min a operação somente deve ser feita por brigada de
incêndio profissional ou membros do corpo de bombeiros;

 nas vazões acima de 900 l/min a operação deve ser feita com restrição mecânica
devido à grande pressão da água. Essas instalações são de edificações comerciais ou
industriais onde há alto risco de incêndio pela existência de quantidade suficiente de
materiais perigosos, devendo ser operadas, obrigatoriamente, por brigadas de
incêndio especializadas, exclusivas e permanentes, com equipamentos especiais de
proteção, ou por membros do corpo de bombeiros;

 para vazões diferentes exigidas por leis locais, valem as recomendações acima,
analisadas por similaridade.

Importante!

Nas caixas de incêndio deve ter um aviso-alerta aos


usuários que, antes de operar as mangueiras de
hidrantes, se devem acionar o alarme de incêndio e
desligar a eletricidade da área atingida.

Cuidado!
Jamais abrir a válvula angular de um hidrante com
esguicho tipo tronco-cônico se ele não estiver
firmemente imobilizado. Esta providência é importante
porque, caso contrário, pode causar grave acidente.

2.13.5 PRESSÕES MÍNIMAS NAS TOMADAS DE INCÊNDIO

A questão-chave de todo o dimensionamento de um sistema de hidrantes ou de mangotinhos


é a relação vazão/pressão. A vazão mínima preconizada pela norma adotada no esguicho do
hidrante ou mangotinho mais desfavorável da instalação é que vai determinar a pressão
mínima necessária para produzi-la.

A NBR 13.714/2000 não apresenta as pressões mínimas que devem ser observadas nas
tomadas de incêndio, porque as mesmas devem ser calculadas a partir das vazões mínimas
exigidas nos pontos mais desfavoráveis da instalação. Algumas leis municipais e estaduais
recomendam pressões mínimas com valores bem diferenciados, algumas vezes insuficientes
para produzir a vazão mínima exigida. Mesmo assim, para cada cidade ou Estado brasileiro,
devem ser observados os valores preconizados pelas legislações locais.

Talvez a pressão mínima exigida pelas leis municipais ou estaduais no hidrante ou mangotinho
mais desfavorável pode ser vista como uma forma de limitar o diâmetro máximo do orifício do
esguicho, pois se pode diminuir sensivelmente a pressão dinâmica ou residual na ponta do
esguicho para uma determinada vazão com o aumento do seu diâmetro. Não item 6.12 são
feitas mais considerações sobre o assunto.

Tem legislação que exige a pressão residual ou dinâmica mínima calculada até a válvula angular
da tomada de incêndio, outra até a extremidade final da linha de mangueiras, enquanto que
outras no requinte do esguicho, considerando a perda de carga em todo o trajeto da água. A
NBR 13.714/2000 requer que as pressões mínimas sejam calculadas na ponta do esguicho, o
que é o correto, porque as grandes perdas de carga estão na mangueira e no esguicho.

Quando o sistema funciona com abastecimento por gravidade, as tomadas de incêndio mais
desfavoráveis estão nos andares mais elevados, sendo a pressão mínima determinada pela cota
do fundo do reservatório superior. A verificação da pressão no hidrante ou mangotinho mais
desfavorável vai indicar se a cota é suficiente, havendo ou não necessidade de se instalar
bombas de reforço no terraço. Essas apenas aumentam a pressão nos hidrantes ou
mangotinhos mais desfavoráveis da instalação, enquanto que os demais, bem abaixo, serão
abastecidos por gravidade, diretamente do reservatório superior.

Quando o sistema é feito com abastecimento por bombas a partir do reservatório inferior,
também as tomadas de incêndio mais desfavoráveis estão nos andares mais altos, sendo elas
os parâmetros para a verificação da pressão residual mínima requerida. Neste caso, o sistema
de bombas deve ser dimensionado para fornecer toda a pressão necessária para vencer o
desnível total da edificação, a perda de carga entre os pontos considerados, mais a pressão
residual mínima exigida na tomada de incêndio mais desfavorável, para produzir a vazão
mínima preconizada pela norma.

Em instalações industriais, as tomadas de incêndio mais desfavoráveis não são as localizadas


em nível mais elevado, necessariamente, mas, talvez, as que estiverem mais distantes do
sistema de bombas, horizontalmente.

É recomendável que junto à tomada de incêndio mais desfavorável hidraulicamente, seja


instalado um manômetro para se verificar a pressão no ponto.

Este assunto será desenvolvido com mais detalhes no capítulo 6.

Importante!

A determinação da pressão residual ou dinâmica mínima


no ponto mais desfavorável da instalação é fundamental
para que se obtenha a vazão mínima exigida por norma.

Cuidado!

Há legislação preconiza uma vazão mínima e, ao mesmo


tempo, uma pressão mínima incompatível para produzi-
la. Considerar sempre a vazão, pois a pressão é
conseqüência. Pode-se atingir a vazão mínima com
pressões bem baixas, aumentando-se o diâmetro do
requinte do esguicho. Este também deve ter limites para
manter a pressão dentro de limites adequados, ver item
6.12.

Um sistema de hidrantes ou de mangotinhos sendo


abastecido por reservatório superior instalado no topo
da edificação, quase sempre terá a necessidade de um
sistema de bombas de reforço para aumentar a pressão
nas tomadas de incêndio mais desfavoráveis da
instalação.

Algumas legislações estaduais, para prescindir da


necessidade de bombas, exigem uma vazão de 70 litros
no hidrante mais desfavorável com esguicho de 13 mm,
conseguida com um desnível de 5 metros da base do
reservatório superior, solução arquitetônica
perfeitamente viável. Ver este dimensionamento no
capítulo 8.

 mangotinhos enrolados em carretel fixo na parede e em forma de oito em dois


suportes fixos tipo meia-lua, ver figura 2.28;

a) Carretel fixo na
b) Em forma de oito
parede

Mangotinhos enrolados em carretel fixo na parede


Figura
e em forma de oito em dois suportes fixos tipo
2.28
meia-lua

 mangotinho enrolado em carretel articulado, em nicho na parede, ver figura 2.30;


Figura Mangotinho enrolado em carretel móvel
2.30 articulado, em nicho

2.18 SISTEMA DE HIDRANTES X SISTEMA DE MANGOTINHOS

Depois dessa exposição sobre a composição e a operação dos dois sistemas, hidrantes e
mangotinhos, pode surgir a indagação:

quando se tem a opção de se usar qualquer um dos dois sistemas sob comando, qual deles é
a melhor escolha?

Será feito aqui apenas um breve cotejo técnico e operacional comparando os dois sistemas,
sem levar em consideração interesses econômicos que podem existir por trás de cada um
deles.

Cumpre esclarecer, ainda, que os dois sistemas só podem ser comparados quando a legislação
permitir a opção de escolha, como na:

 NBR 13.714/2000, que corresponde aos grupos e divisões A, B 1, B 2, D, E, F 1, F 2, F 3,


F 4, F 5 e H, da classificação das ocupações das edificações, apresentadas nas tabelas
2.3, 2.8 e no anexo 1;

 IT 22/2004, que corresponde aos sistemas tipos 1 e 2, cuja aplicabilidade é


apresentada nas tabelas 2.4, 2.9 e no anexo 2.

Nos demais grupos, onde o risco de incêndio é maior, é exigido somente o sistema de
hidrantes, que proporciona maior vazão e, consequentemente, deve ter maior reserva técnica
de incêndio.

É importante lembrar, novamente, que os sistemas nas ocupações de risco leve são instalados
para serem operados pelos ocupantes das edificações.

“Grandes reservas de água, vazões e diâmetros de canalizações, de mangueiras de incêndio e


esguichos, não são necessariamente sinônimos de maior segurança, pelo contrário, em
algumas situações é mais conveniente dispor de sistemas mais simples e de menor porte,
porém mais adequados ao perfil dos ocupantes do edifício, proporcionando agilidade e
facilidade às operações de combate”, afirma TOMINA, 2002.

No Rio Grande do Sul, onde o sistema de mangotinhos já é adotado há bastante tempo, carece
ainda de uma aceitação maior por uma questão puramente cultural, mas, realmente, ele
apresenta inúmeras vantagens, entre elas podem ser destacadas que:

 sua operação é:

o mais simples;

o mais rápida;

o mais fácil;

o e menos perigosa, permitindo o combate imediato, porque o mangotinho e o


seu esguicho estão permanentemente acoplados e prontos para serem postos
em operação;

 pode ser operado por uma só pessoa;

 pode ser usado sem estar todo desenrolado;

 sendo semi-rígido mantém sua seção transversal;

 apresenta menos problemas de manutenção;

 tem durabilidade maior;

 seu custo é competitivo com o do sistema de hidrantes;

 a reserva técnica de incêndio e as vazões são bem menores, determinando:

o menor peso na estrutura;

o menores diâmetros das canalizações;

o menor ocupação de espaço físico;

Importante!

As vantagens do sistema de mangotinhos sobre o de


hidrantes tornam a sua escolha a forma mais segura e
econômica de executar uma instalação de combate a
incêndio, quando a classificação da edificação permitir.
Exemplos de Dimensionamento

INTRODUÇÃO

Neste capítulo é proposta a resolução completa de quatro exemplos de dimensionamento de


instalações hidráulicas de combate a incêndio: dois de sistemas de hidrantes e dois de sistemas
de chuveiros automáticos.

Serão baseados em duas edificações convencionais: um edifício residencial para o sistema de


hidrantes e uma edificação destinada a uma loja de departamentos para o sistema de
chuveiros automáticos.

Cada dimensionamento será feito passo a passo, segundo os roteiros apresentados no capítulo
7. Muitos cálculos e decisões tomadas serão justificados na ocasião. Isto é importante porque
determinados cálculos dependem de decisão do projetista, que de acordo com as normas
locais, problemas de obstruções de elementos estruturais, projeto arquitetônico, etc., induzem
a soluções não previstas normalmente.

O objetivo deste capítulo é apresentar todo o dimensionamento o mais detalhado possível, de


tal forma que encaminhe o iniciante a conhecer todo o processo básico de cálculo e, com
algum tempo de prática, possa sistematizar o seu próprio procedimento.

8.2 DIMENSIONAMENTO DE SISTEMAS DE HIDRANTES

Serão apresentados dois exemplos de dimensionamento de sistemas de hidrantes. A edificação


será a mesma, com duas situações de abastecimento de água:
- a partir de reservatório inferiror, com sistema de bombas;
- partir de reservatório superior, por gravidade e/ou com sistema de bombas de reforço.

Importante!

Serão apresentados todos os cálculos, passo a passo,


baseados unicamente nos detalhes visíveis dos cortes
esquemáticos apresentados. Muitos detalhes da
instalação serão omitidos, sem afetar o propósito de
apresentar os principais pontos do dimensionamento de
uma instalação básica de hidran tes.
Para os dois exemplos serem mais gerais será seguida a NBR 13.714/2000, ficando as análises
de cada caso real, como classificação da edificação, vazões mínimas e outras exigências e
particularidades, sujeitas às normas do local.

Será feito o dimensionamento considerando que dois


hidrantes serão usados simultaneamente, embora a
alínea c, do item 7do anexo D, da NBR 13.714/2000,
determine que sejam usados quatro hidrantes para uma
edificação com treze pavimentos. Os cálculos relativos
aos 3º e 4º hidrantes de uso simultâneo seguem a
mesma rotina do 2º.

É importante salientar que qualquer projeto pode ser desenvolvido independente da norma
que será adotada, pois os procedimentos serão sempre os mesmos. No caso, a NBR
13.714/2000 está sob processo de revisão, podendo haver mudanças na classificação das
edificações, nos tipos de sistemas de hidrantes com suas respectivas vazões mínimas, etc. mas
os procedimentos de cálculo continuarão os mesmos e detalhá-los é o objetivo deste livro

Em todos os cálculos serão adotados os diâmetros nominais, sempre referenciados com os


diâmetros em polegadas.

8.2.1 DADOS DO PROJETO

Os dados principais necessários para desenvolver os dois projetos de sistemas de hidrantes são
apresentados no quadro abaixo.

Quadro Dados necessários para a elaboração dos dois


8.1 projetos de sistemas de hidrantes

PROJETOS DE SISTEMAS DE HIDRANTES

1. CARACTERÍSTICAS DA EDIFICAÇÃO:

 Número de 13
pavimentos
 Pavimentos-tipo 12

 Cobertura Sim

 Mezanino Não

 Térreo Pilotis

 Subsolos Não

 Área dos pavimentos:

 tipo 20 m x 25 m = 500 m²

 mezanino Não

 cobertura 20 m x 25 m = 500 m²

 térreo 20 m x 25 m = 500 m²

 subsolos Não

 Classificação da edificação:

 grupo A

 ocupação Residencial

 divisão A 1 (NBR 13.714/2000) e A 3 (Dec. Est.


46.076/2001- São Paulo)

 risco Médio (Decreto Estadual


46.076/2001- São Paulo)

2. CARACTERÍSTICAS DO SISTEMA DE HIDRANTES

 Norma adotada NBR 13.714/2000

 Sistema adotado Hidrantes

 Tipo Alternativo do tipo 1 (ABNT) e tipo 5


(IT 22/01)

8.2.2 SISTEMA DE HIDRANTES ALIMENTADOS POR RESERVATÓRIO INFERIOR

No primeiro exemplo, dois hidrantes, o do pavimento mais desfavorável e o imediatamente


inferior, 12° e 11° pavimentos, respectivamente, devem ter condições de atender o combate ao
foco do incêndio, simultaneamente, com a vazão mínima preconizada pela NBR 13.714/2000
para cada um deles, alimentados a partir de um reservatório inferior, de acordo com o corte
esquemático apresentado na figura 8.1. No desenho foi omitida a canalização que liga o
hidrante de recalque à coluna de incêndio, embora na prática seja obrigatória. Para maiores
detalhes ver figura 7.1.

Um corte esquemático mostrando o sistema de acionamento automático dos motores das


bombas do sistema de hidrantes por pressóstatos é apresentado na figura 8.2. Os detalhes da
tomada de incêndio, localizada dentro da caixa de incêndio no saguão de cada pavimento, são
apresentados na figura 8.3.

...

LEGENDA

1 - Bomba 2 - Bomba principal nº3 - Bomba


principal nº 1 2 pressurização (nº 3)

4 - Junta união 5 - Válvula de bloqueio 6 - Válvula de


retenção

7 - Manômetro 8 - Pressostato da9 - Pressostato da


bomba nº 1 bomba nº 2

10 - 11 - Cilindro de pressão12 - Dreno de limpeza


Pressostato da
bomba nº 3

13 - Vem do 12 - Vai para os15 - Comandos dos


reservatório hidrantes motores
inferior

Corte esquemático de sistema de hidrantes com


Figura 8.2 sistema de acionamento automático dos motores
das bombas
LEGENDA

1 – Coluna de 2 – Tê com saída3 – “Nipple”


incêndio lateral

4 – Válvula 5 – Redução p/6 – União p/ engate


angular engate rápido rápido

7 – Mangueira de 8 – Esguicho tronco-9 - Requinte


hidrante cônico

Figura 8.3 Detalhes da tomada de incêndio

O sistema de bombas da instalação deve ser calculado considerando as mesmas condições de


vazão para os dois hidrantes mais desfavoráveis hidraulicamente. Alguns dispositivos, linhas de
controle, etc., serão omitidos no dimensionamento, não interferindo no cálculo, sendo
importantes no detalhamento do projeto de instalação dos equipamentos, como já mostrado
no capítulo 2.

No presente exercício, o material das canalizações e das conexões é o cobre.

Passo 5

Determinação da vazão e da pressão mínimas no hidrante mais desfavorável

A vazão e a pressão residual mínimas no esguicho do hidrante mais desfavorável da instalação


são os primeiros elementos a serem determinados no dimensionamento de um sistema de
hidrantes.

b) Determinação da pressão residual mínima no hidrante H 12

A pressão residual ou dinâmica mínima p H12 no esguicho, necessária para produzir a vazão
mínima do hidrante mais desfavorável da instalação (H 12), é calculada com a expressão 7.1:

p H12 = Q H12² / K²
Onde:
p H12 = pressão residual ou dinâmica no esguicho do hidrante H 12, em “kPa” ou “mca”;

v H12 = vazão mínima no hidrante H 12, em “l/min”; K = fator de vazão do esguicho, em


“l/min . kPa -1/2” ou “l/min . mca -1/2”.
Então, a pressão residual no hidrante H 12 é:
p H12 = Q H12² / K² = 130² / (10,3)² = 159,3 kPa @ 15,93 mca

Onde: K = 10,3 l/min .


kPa -1/2 = 32,5 l/min .
mca -1/2, para o esguicho adotado de 13 mm de diâmetro, tirado da tabela 7.4.

p H12 = 159,3 kPa = 15,93 mca

Observação!

Em muitos locais, muitas vezes, determinados


dispositivos, como válvulas angulares e conexões, não
são disponibilizados no comércio em determinados
diâmetros, devendo se usar alternativas como
canalizações e válvulas angulares de 65 mm (2 ½”),com
reduções para conectar as mangueiras de hidrante de 40
mm (11/2”).

Comentário!

A NFPA 20/96 faz a limitação da velocidade máxima em 6,2 m/s na rede de canalizações de
incêndio. Como o dimensionamento está sendo feito pela NBR 13.714/2000, será sempre
observada a limitação de 5,0 m/s.

Passo 7

Determinação da perda de carga no ramal de alimentação do hidrante H 12

A perda de carga hp A12, no ramal de alimentação do hidrante H 12, é igual a perda de carga
ao longo da canalização do ramal, segmento que vai da coluna de incêndio (ponto A) até a
válvula angular, mais as perdas de carga na válvula angular, mangueira de hidrante e esguicho,
usando-se a expressão:

hp A12 = hp c + hp v + hp m + hp esg
Onde:
hp A12 = perda de carga total no ramal de alimentação do hidrante H 12, em “m”;
hp c = perda de carga no segmento de canalização do ramal, em “m”;
hp v = perda de carga na válvula angular, em “m”;
hp m = perda de carga na mangueira de hidrante, em “m”;
hp esg = perda de carga no esguicho, em “m”.

 Perda de carga na mangueira de hidrante

Para se calcular a perda de carga na mangueira de hidrante se usa a fórmula de Hazen-


Williams, já definida pela expressão 6.52, para comprimento de 30 metros e diâmetro nominal
de 40 mm (11/2”):

hp m = 280.000 . Q H12 1,85


Então, a perda de carga na mangueira de hidrante é:

hp m = 280.000 . Q H12 1,85 = 280.000 . (0,002167) 1,85 @ 3,30 mca

 hp m = 3,30 mca

Em vez de se calcular a perda de carga na mangueira de hidrante, o seu valor pode ser tirado
diretamente da tabela 6.11, de acordo com o diâmetro e a vazão mínima requeridas. Esta
tabela fornece os valores das perdas de carga nas mangueiras de hidrantes e mangotinhos,
calculados para os diâmetros nominais recomendados e para as vazões mais adotadas pelas
leis e normas no Brasil.

 Perda de carga no esguicho

Para se calcular a perda de carga no esguicho de jato sólido da mangueira de hidrante, também
se usa a equação 6.36, expressão geral da perda de carga localizada,:

Onde:
hp esg = perda de carga no esguicho, em “m”;
v esg = velocidade na saída do esguicho (diâmetro menor) ou requinte, em “m/s”;
k esg = coeficiente próprio da singularidade (valores encontrados na tabela 6.5);
g = aceleração da gravidade = 9,81 m/s².

Passo 9

Determinação do fator de vazão K do ponto A


Deve-se calcular o fator de vazão K para o ponto A, como se nele tivesse uma válvula angular
de hidrante conectado, com esguicho de 13 mm, vazão de 130 l/min e pressão de 21,78 mca
ou 217,8 kPa, equivalente ao somatório das perdas de carga no ramal A-H 12, mais a pressão
residual calculada para o esguicho do hidrante H 12, com a expressão 8.1:

Então, o fator de vazão K para o ponto A é:

 K = 8,81 l/min . kPa -1/2 = 27,8 l/min . mca -1/2

Sistemas de mangotinhos x Sistemas de hidrantes

26.07.2004

Telmo Brentano*

O Estado do Rio Grande do Sul tem uma legislação recente (1997) que obriga todas as
edificações residenciais coletivas, comerciais, industriais e de localização temporária, como
circos, espetáculos musicais, etc., a terem um Plano de Proteção Contra Incêndio (PPCI). Esta
medida é bem-vinda, embora haja alguns problemas na legislação. Irei me ater apenas nas
instalações hidráulicas de combate a incêndios nas edificações.
A NBR 13.714/2000, Sistemas de Hidrantes e de Mangotinhos, está em processo de revisão,
estando em consulta pública até o dia 30 de julho de 2004 para receber contribuições. Aqui, na
Assembléia Legislativa do Estado do Rio Grande do Sul já está tramitando há várias legislaturas
um novo Código de Proteção contra Incêndios. Espero que não haja um grande incêndio no
Estado para apressar a sua tramitação e aprovação, como está acontecendo no Estado do Rio
de Janeiro.

Mas, neste assunto uma questão tem me preocupado de sobremaneira que é a segurança
contra incêndios das edificações de risco mais baixos, principalmente as edificações
residenciais coletivas. Este tipo de edificação constitui grande parte das edificações das cidades
de médio a grande porte. Pois minha contribuição para o projeto de revisão desta norma, e
talvez para a legislação do Estado do Rio Grande do Sul, procura enfatizar somente um ponto: a
instalação hidráulica recomendada para este tipo de edificação.

Nos últimos anos tenho pesquisado e estudado este assunto e formado uma convicção sobre
ele. De que adianta ter uma instalação hidráulica bem projetada e executada, com grande
vazão, se ela não é adequada ao perfil dos ocupantes da edificação, que certamente não
saberão utilizá-la, principalmente numa situação de pânico? Esta é a principal questão que
analiso a seguir.

Atualmente os prédios residenciais coletivos, que por norma são obrigados a ter instalação
hidráulica de proteção contra incêndio, têm duas opções: sistemas de hidrantes (em Porto
Alegre com vazão mínima de 200 l/min, e no interior, que adota a Norma Brasileira, é de 130
l/min), ou sistema de mangotinhos com vazão mínima de 80 l/min, em ambos os casos.
Defendo que os prédios residenciais somente devam ter sistema de mangotinhos, quando a
norma exigir proteção hidráulica. Quais são os argumentos que fundamentam esta convicção?

O sistema de mangotinhos é constituído por mangueiras semi-rígidas (iguais às das bombas de


gasolina), de diâmetro de 25 mm (as mangueiras de hidrantes têm 40 mm), com vazão de 80
litros/minuto, com somente esguicho regulável que produz o jato de neblina, que tem ação
mais eficaz para o combate a um princípio de incêndio, com isso consumindo menos água e
necessitando menor reserva técnica de incêndio. Ainda, sua operação é mais simples e rápida
(igual a de uma mangueira de jardim), permitindo o combate imediato ao incêndio, pois o
mangotinho e o seu esguicho estão permanentemente acoplados, sempre prontos para o uso,
diferentemente do sistema de hidrantes que é atualmente adotado, que possui uma vazão
muito maior (200 litros/minuto), tem todas as peças separadas e devem ser montadas por
ocasião de um incêndio. Surge, então, a pergunta: como um morador de um prédio residencial,
sem um mínimo de treinamento e em situação de pânico, num saguão de andar que é
geralmente de área muito pequena, irá colocar um sistema de hidrantes em operação? Os
construtores alegam que o custo da instalação de um sistema de mangotinhos é mais caro que
um de hidrantes. Pode-se contrapor com alguns argumentos entre outros já expostos:

 Como não tem demanda, os equipamentos do sistema de mangotinhos, logicamente,


devem ser mais caros;

 Não existe uma cultura de uso dos mangotinhos no nosso meio;

 Afinal, o objetivo dos sistemas de proteção não é preservar as vidas humanas e o


patrimônio. As primeiras têm custo?

No caso das edificações comerciais, são exigidos 300 ou 500 litros por minuto, dependendo da
legislação adotada no local, enquanto 200 litros por minuto seriam suficientes. Como este tipo
de edificação não tem classificação escalonada de acordo com o risco real de incêndio, são
exigidos volumes realmente exorbitantes para ocupações de riscos extremamente baixos,
muitas vezes menores que de edificações residenciais, mas como são classificadas de
edificações comerciais caem na vala comum. No caso de riscos mais altos, como em lojas com
materiais plásticos ou outros materiais altamente combustíveis, a vazão dos hidrantes deve ser
maior, logicamente. Nos prédios comerciais e industriais de riscos mais elevados a legislação
pode exigir a utilização de sistemas de hidrantes e chuveiros automáticos (“sprinklers”), em
conjunto. Entre as vantagens dos chuveiros automáticos estão: são ativados somente pelo calor
do fogo (independem da ação do homem), acionam o alarme simultaneamente com a entrada
em operação e tem rápida ação de aspersão de água restrita sobre a área do foco do incêndio.
A legislação do Estado de São Paulo (Instrução Técnica nº 22/2003, do Corpo de Bombeiros) já
exige vazões e reservas de água bem menores, bem dentro de nossa realidade.
O importante nesta questão da proteção contra incêndio nas edificações é conhecer o objetivo,
ou talvez melhor, a “filosofia” do sistema hidráulico de combate a incêndios, que é a ação
imediata contra o “princípio” de incêndio, para que ele seja extinto ou, então, controlada a sua
propagação até a chegada do Corpo de Bombeiros ao local para fazer o combate final ao fogo.
Pensando nisso, o que é de extrema importância no caso? O fator tempo. Então, a instalação
deve ser posta em operação imediatamente após constatado o princípio de incêndio e,
certamente, o sistema de mangotinhos atende melhor a este objetivo.
Para completar o raciocínio deve-se salientar que o primeiro equipamento a ser usado num
princípio de incêndio é o extintor de incêndios, obrigatório em todas edificações,
independentemente de sua classificação de risco.
Outra questão extremamente importante é a verificação da pressão mínima necessária para
produzir a vazão mínima preconizada pela legislação. As instalações de hidrantes das
edificações residenciais em Porto Alegre e no interior do Estado do Rio Grande do Sul, de uma
forma geral, não atendem à vazão mínima determinada pelas legislações e normas porque a
pressão da água é sempre muito baixa. Prédio residencial com reservatório superior que não
possui bombas de reforço no terraço da edificação para aumentar a pressão na rede de
incêndio produz uma vazão equivalente a 30% da vazão mínima necessária, mais ou menos.
Quais são os prédios residenciais que possuem bombas de reforço no terraço?
Embora a legislação exija e a fiscalização está fazendo uma varredura em todas as edificações
do Estado do Rio Grande do Sul para que ela seja cumprida, não há ainda uma preocupação
maior porque os incêndios são raros, tendo como conseqüência um descaso com o
treinamento dos ocupantes das edificações, falta de equipamentos mínimos necessários e com
a manutenção dos existentes. “A legislação estadual obriga que todos os prédios coletivos
tenham o Plano de Proteção Contra Incêndios (PPCI), mas isso não é suficiente porque
depende da conscientização” da população. É a falta da cultura de segurança.

Porque o Sistema de Mangotinhos é mais adequado para as edificações residenciais?

Porque:

 Sua operação é mais simples, rápida e fácil que a do sistema de hidrantes;

 Permite o combate imediato porque o mangotinho e seu esguicho estão


permanentemente acoplados, sempre prontos para serem operados;

 Pode ser operado por somente uma pessoa sem maiores dificuldades, desde que
tenha recebido um mínimo de treinamento;

 Com esguicho regulável sua ação sobre o foco do incêndio é mais eficaz;

 Pode ser usado sem estar todo desenrolado;

 Apresenta menos problemas de manutenção e tem durabilidade maior;

 Requer menor reserva de água, menores diâmetros das canalizações e menor


ocupação do espaço físico;

 Como é incompatível com as mangueiras de hidrantes usadas pelo Corpo de


Bombeiros, deve haver uma tomada suplementar acoplada com válvula de hidrante;

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