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Rodada #8

Direito Penal
Professor Pedro Ivo

Assuntos da Rodada

DIREITO PENAL: Noções Introdutórias. Aplicação da lei penal. Conceitos


básicos da teoria do crime. Imputabilidade penal. Concurso de pessoas.
Espécies de pena. Aplicação da pena. Medidas de segurança. Extinção da
punibilidade. Crimes contra a honra. Crimes contra a fé pública. Crimes
contra a administração em geral (praticados por funcionário público ou por
particular). Crimes contra a administração da justiça. Crimes contra as
finanças públicas. Crimes contra a ordem tributária (Lei nº 8.137/1990 E
alterações). Crimes contra a ordem econômica. Crimes contra o Sistema
Financeiro Nacional (Lei nº 7.492/1986 e alterações). Crimes de "Lavagem"
ou Ocultação de Bens, Direitos e Valores (Lei nº 9.613/1998). Crimes
resultantes de preconceitos de raça ou de cor (Lei nº 7.716/1989 e alterações).
O direito de representação e o processo de responsabilidade administrativa, civil
e penal, nos casos de abuso de autoridade (Lei nº 4.898/1965 e alterações).
Crimes hediondos. Crimes ambientais.
DIREITO PENAL

a. Teoria em Tópicos

1. Um dos aspectos fundamentais para a vida em sociedade é a crença na


veracidade dos documentos, símbolos e sinais que são usados pelo homem
no convívio social. A essa presunção relativa de veracidade dá-se o nome de
fé pública.

2. Falsificação de Selo ou Sinal Público: O delito encontra previsão no art. 296


do Código Penal: Falsificar, fabricando-os ou alterando-os: I - selo público
destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de Município; II -
selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a autoridade,
ou sinal público de tabelião.

3. Trata-se de crime comum podendo ser cometido por qualquer pessoa. Tem
como sujeito passivo o próprio Estado. O delito tem-se por consumado com
a fabricação ou alteração do objeto material. É admissível a tentativa.

4. As condutas equiparadas ao tipo fundamental encontram-se presentes no


parágrafo 1º do art. 296 nos seguintes termos: Incorre nas mesmas penas:
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado; II - quem utiliza indevidamente
o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de outrem ou em proveito próprio ou
alheio. III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos,
siglas ou quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos
ou entidades da Administração Pública.

5. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do


cargo, aumenta-se a pena de sexta parte (Art. 296, § 2º).

6. Falsificação de Documento Público: Com o intuito principal de proteger a fé


pública, no que diz respeito aos documentos de natureza pública, dispõe o

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Código Penal: Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar


documento público verdadeiro.

7. Documento público é aquele elaborado por funcionário público, no exercício


de suas funções. São também considerados documentos públicos os
translados, fotocópias com autenticação e as certidões. Cabe ressaltar que
as cópias não autenticadas não são consideradas documentos para fins
penais.

8. Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de


entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as
ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

9. É crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa. Primariamente


é o Estado o Sujeito Passivo e secundariamente o indivíduo lesado (caso
haja). Consuma-se no momento da falsificação ou alteração. Admite-se a
tentativa.

10. Para a caracterização do delito, a falsificação deve ser capaz de ludibriar a


vítima. Caso seja grosseira inexiste o delito em face da ausência de
potencialidade lesiva.

11. O tipo qualificado do crime de falsificação de documento público encontra


previsão no parágrafo primeiro do art. 297: Se o agente é funcionário

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público, e comete o crime prevalecendo-se do cargo, aumenta-se a pena de


sexta parte.

12. Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir:


12.1. Na folha de pagamento ou em documento de informações que seja
destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não
possua a qualidade de segurado obrigatório;
12.2. Na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em
documento que deva produzir efeito perante a previdência social,
declaração falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;
12.3. Em documento contábil ou em qualquer outro documento
relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência social,
declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado.

13. Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados
acima, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência
do contrato de trabalho ou de prestação de serviços.

14. Quando o falso se exaure no estelionato, sem mais potencialidade lesiva,


é por este absorvido. (Súmula nº 17, do STJ).

15. Falsificação de Documento Particular: O legislador penal, visando


resguardar a fé pública com relação à autenticidade dos documentos
particulares, definiu o crime de falsificação de documento particular que
encontra previsão no art. 298 do Código Penal nos seguintes termos:
Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar documento
particular verdadeiro.

16. Documento é o escrito elaborado por autor certo em que se manifesta a


narração de fato ou a exposição de vontade, possuindo importância jurídica.
Não tem formalidade especial, é feito por um particular, não sofrendo a

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intervenção de funcionário público. Entretanto, o documento público, quando


nulo por vício de forma, é considerado documento particular.

17. Trata-se de crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa.
Tem como Sujeito passivo o Estado e, secundariamente, o indivíduo lesado
(caso haja). Consuma-se no momento da falsificação ou alteração. Admite-
se a tentativa.
18. Para a caracterização do delito, a falsificação deve ser capaz de ludibriar a
vítima. Caso seja grosseira inexiste o delito em face da ausência de
potencialidade lesiva.

19. Falsidade Ideológica: O art. 299 do Código Penal tipifica a seguinte


conduta: Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele
devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da
que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou
alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante: Pena - reclusão, de um
a cinco anos, e multa, se o documento é público, e reclusão de um a três
anos, e multa, se o documento é particular.

20. “Na falsidade material o vício incide sobre a parte exterior do documento,
recaindo sobre o elemento físico do papel escrito e verdadeiro. O sujeito
modifica as características originais do objeto material por meio de rasuras,
borrões, emendas, substituição de palavras ou letras, números, etc. (...) Na
falsidade ideológica (ou pessoa) o vício incide sobre as declarações que o
objeto material deveria possuir, sobre o conteúdo das ideias. Inexistem
rasuras, emendas, omissões ou acréscimos. O documento, sob o aspecto
material é verdadeiro; falsa é a ideia que ele contém. Daí também chamar-
se ideal. Distinguem-se, pois, as falsidades material e ideológica.”

21. Neste sentido, observamos que a falsidade ideológica leva em


consideração o conteúdo intelectual do documento, não a sua forma.

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22. Trata-se de crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa.
Tem como Sujeito passivo o Estado e, secundariamente, o indivíduo lesado
(caso haja). Consuma-se o delito com a omissão ou inserção direta ou
indireta da declaração, no momento em que o documento, já com a
falsidade, se completa Admite-se a tentativa nas condutas de inserir ou fazer
inserir. Na omissão, não se admite a forma tentada.

23. Nota-se que são três as modalidades de condutas praticadas pelo agente
sendo, a de omitir, inserir ou fazer inserir declaração falsa no documento. Na
omissão de declaração o agente deixa de relatar, não menciona, oculta fato
que era obrigado a fazer constar. Na conduta de inserir o agente declara de
forma falsa ou diversa da que devia ser escrita. Já na conduta de fazer
inserir o agente atua de forma indireta, utilizando-se de terceiro para
introduzir no documento a declaração falsa.

24. O tipo qualificado do crime de falsidade ideológica encontra previsão no


parágrafo único do art. 299. Assim, a pena será aumentada de sexta parte
nas seguintes situações:
24.1. Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-
se do cargo;
24.2. Se a falsificação ou alteração é de assentamento de registro civil
(exemplo: inscrições de nascimento, casamento, óbito etc.).

25. Falsidade em Folha em Branco: Se a folha assinada em branco foi


entregue e confiada ao agente pela vítima, seu preenchimento abusivo
configura a falsidade ideológica. Se a folha em branco assinada foi apossada
pelo agente ou obtida por meio da prática de algum crime (ex. furto), seu
preenchimento caracterizará o falso material. também haverá falso material
no primeiro caso quando a autorização anterior dada pela vítima for por ela
revogada.

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26. Uso de Documento Falso: O art.304 define o crime de uso de documento


falso da seguinte forma: Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis
falsificados ou alterados, a que se referem os arts. 297 a 302: Pena - a
cominada à falsificação ou à alteração.

27. A conduta passível de punição é a de fazer uso de documento falso como


se fosse verdadeiro. Assim, incrimina-se o uso de documento público ou
particular material ou ideologicamente falso, de documento com falso
reconhecimento de firma ou letra, de atestado, certidão ou atestado médico
falsos.

28. Para a caracterização do delito a utilização pode ser tanto na esfera


judicial quanto extrajudicial. Exige-se a utilização do documento, não
caracterizando o crime o uso de fotocópia ou cópia.

29. Trata-se de crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa.
Tem como Sujeito passivo o Estado e, secundariamente, o indivíduo lesado
(caso haja). Não se admite a tentativa, pois o simples tentar usar já
caracteriza o crime.

30. O uso de documento que o sujeito sabe ou deve saber falso ou inexato na
prática de crime contra a ordem tributária se encontra descrito no art. 1º, IV
da lei nº 8.137 (Lei que define os crimes contra a ordem tributária.

31. Segundo a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, é irrelevante,


para a caracterização do crime de uso de documento falso, que o agente use
o documento por exigência da autoridade policial.

32. A conduta de atribuir-se falsa identidade perante autoridade policial é


típica, ainda que em situação de autodefesa. (Súmula 522, do STJ).

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33. Supressão de Documentos: Segundo De Plácido e Silva, a supressão de


documentos, notadamente em sentido do Direito Penal, é a subtração do
documento aos efeitos jurídicos pretendidos, na intenção de se favorecer ao
supressor, ou a outrem, em prejuízo de alguém. O crime de supressão de
documentos encontra-se previsto no art. 305 do Código Penal: Destruir,
suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou em prejuízo
alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não podia dispor:
Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos, e multa, se o documento é
público, e reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa, se o documento é
particular.

34. O tipo penal tem como objetivo proteger a fé pública, evitando que seja
atingida, infringida, ofendida com a supressão de determinado documento.
Busca-se, aqui, assegurar a proteção ao documento que, via de regra, é
imbuído de força probante em relação a certo fato.

35. O objeto material deve reunir as condições de documento e ser


verdadeiro. Caso se trate de documento falso, não poderá ser caracterizado
o delito em tela, podendo surgir outro crime como, por exemplo, o
favorecimento pessoal (art. 348) ou fraude processual (art. 347).

36. Trata-se de crime comum, podendo ser cometido por qualquer pessoa.
Tem como Sujeito passivo o Estado e, secundariamente, o indivíduo lesado
(caso haja). O crime é consumado com o ato de destruir, suprimir ou
ocultar. A consumação independe do resultado. É possível a tentativa.

37. Fraudes em certames de interesse público: A Lei nº 12.550/2011 incluiu


no Código Penal o art. 311-A que assim dispõe: Art. 311-A. Utilizar ou
divulgar, indevidamente, com o fim de beneficiar a si ou a outrem, ou de
comprometer a credibilidade do certame, conteúdo sigiloso de:
37.1. I - concurso público;

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37.2. II- avaliação ou exame públicos;


37.3. III - processo seletivo para ingresso no ensino superior; ou
37.4. IV - exame ou processo seletivo previstos em lei:

38. O tipo penal em comento foi criado com o objetivo de tipificar as fraudes
em concursos públicos, vestibulares e outros certames de interesse público,
considerando o vácuo legislativo existente, que impedia a imputação criminal
aos fraudadores dos mesmos. Aliás, já havia posição consolidada sobre o
assunto afirmando serem atípicas condutas nesse sentido, daí a necessidade
da inovação legal.

39. Delitos menos exigidos pela banca (bastando o conhecimento básico das
condutas delitivas com pequenas observações):

CRIME CONDUTA OBSERVAÇÕES

Reconhecer, como Trata-se de crime próprio


verdadeira, no exercício que só pode ser praticado
de função pública, firma por funcionário público.
ou letra que o não seja.
É considerado pela doutrina
FALSO uma modalidade típica de
RECONHECIMENTO DE falsidade ideológica.
FIRMA OU LETRA Consuma-se com o ato do
reconhecimento, indepen-
dentemente de qualquer
resultado.

Atestar ou Certificar Trata-se de crime próprio


falsamente, em razão de que só pode ser praticado
CERTIDÃO OU
função pública, fato ou por funcionário público.
ATESTADO circunstância que habilite
É considerado pela doutrina
IDEOLOGICAMENTE alguém a obter cargo
uma modalidade típica de
FALSO público, isenção de ônus
falsidade ideológica.
ou de serviço de caráter
4público, ou qualquer Atinge sua consumação

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outra vantagem. com a entrega da certidão


falsa ao terceiro.
Se o crime é praticado com
o fim de lucro, aplica-se,
além da pena privativa de
liberdade, a de multa.

Falsificar, no todo ou em Trata-se de crime comum


parte, atestado ou que pode ser praticado por
certidão, ou alterar o teor qualquer pessoa.
de certidão ou de atestado
Se o crime é praticado com
verdadeiro, para prova de
FALSIDADE MATERIAL o fim de lucro, aplica-se,
fato ou circunstância que
DE ATESTADO OU além da pena privativa de
habilite alguém a obter
liberdade, a de multa.
CERTIDÃO cargo público, isenção de
ônus ou de serviço de
caráter público, ou
qualquer outra vantagem.

Dar o médico, no exercício Trata-se de crime próprio


da sua profissão, atestado que só pode ser praticado
falso. por médico.
É considerado pela doutrina
uma modalidade típica de
FALSIDADE DE falsidade ideológica.
ATESTADO MÉDICO Atinge sua consumação
com a entrega da certidão
falsa ao terceiro.
Se o crime é cometido com
o fim de lucro, aplica-se
também multa.

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Atribuir-se ou atribuir a Trata-se de crime comum


terceiro FALSA que se consuma com a
IDENTIDADE para obter falsa atribuição de
vantagem, em proveito identidade.
próprio ou alheio, ou para
FALSA IDENTIDADE Não comete crime quem
causar dano a outrem.
somente silencia a respeito
da errônea identidade que
lhe é atribuída.

Usar, como próprio, Trata-se de crime comum


passaporte, título de que se consuma com o uso
eleitor, caderneta de ou cessão do documento.
USO DE DOCUMENTO reservista ou qualquer
documento de identidade
DE IDENTIDADE
alheia OU ceder a outrem,
ALHEIA para que dele se utilize,
documento dessa
natureza, próprio ou de
terceiro.

40. CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS

41. Os crimes contra as Finanças Públicas foram introduzidos no ordenamento


jurídico penal brasileiro através da Lei n° 10.028, de 19 de outubro de 2000,
ao acrescentar os art. 359-A a 359-H (Título XI, Capítulo IV) no Código
Penal. As condutas típicas definidas no CP são:

41.1. Aumento de despesa total com pessoal no último ano do mandato


ou legislatura; e

41.2. Oferta pública ou colocação de títulos no mercado.

41.3. Prestação de garantia graciosa;

41.4. Assunção de obrigação no último ano de mandato ou legislatura

41.5. Não cancelamento de restos a pagar;

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41.6. Inscrição de despesas não empenhadas em restos a pagar;

41.7. Contratação de operação de crédito

41.8. Ordenação de despesa não autorizada;

42. Para efeito de PROVA é necessário ao menos um conhecimento básico da


nomenclatura das tipificações que compõe os crimes contra as finanças e
muitas vezes a tentativa de “decorar” é um incentivo “AO PÂNICO” dos
concurseiros. Exatamente por isso, a fim de facilitar o aprendizado, basta
que você tenha conhecimento desta expressão: “AO PANICO”, pois,
conforme você pode observar acima ela contém a primeira letra dos delitos
que você precisa saber que compõe o grupo dos crimes contra as finanças.

43. São crimes de ação penal incondicionada e também crimes próprios por
exigir qualidade especial do sujeito ativo (agente público). A descrição
desses crimes no Código Penal representa uma forma de dar efetividade à
Lei Complementar número 101/00, conhecida como Lei de Responsabilidade
Fiscal.

44. CONTRATAÇÃO DE OPERAÇÃO DE CRÉDITO: O delito encontra


previsão no Código Penal nos seguintes termos: Art. 359-A. Ordenar,
autorizar ou realizar operação de crédito, interno ou externo, sem prévia
autorização legislativa: Pena – reclusão, de 1 (um) a 2 (dois) anos.

45. A título de conhecimento, operação de crédito, nos termos do art. 29, III
da LC 101/00 é: “compromisso financeiro assumido em razão de mútuo,
abertura de crédito, emissão e aceite de título, aquisição financiada de bens,
recebimento antecipado de valores provenientes da venda a termo de bens e
serviços, arrendamento mercantil e outras operações assemelhadas,
inclusive com o uso de derivativos financeiros”.

46. A operação de crédito será interna quando tiver como contraparte


instituição financeira, órgão ou entidade nacional e externa se for contratada
com organismo internacional. A autorização legislativa mencionada no

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dispositivo consiste em autorização específica do Poder Legislativo para a


realização da operação.

47. Portanto, visa o dispositivo punir o desrespeito à exigência legal de


autorização legislativa por parte dos agentes responsáveis pelos atos de
gestão financeira.

48. Trata-se de crime de MERA CONDUTA, consumando-se com a ordem,


autorização ou realização da operação de crédito

49. É admissível a tentativa somente na modalidade “realizar”. Quanto aos


verbos “ordenar” e “autorizar”, como é impossível fracionar a conduta,
impossível a tentativa.

50. FORMAS SECUNDÁRIAS: Nos termos do parágrafo único do art. 359-A,


incorre na mesma pena quem ordena, autoriza ou realiza operação de
crédito, interno ou externo:

50.1. Com inobservância de limite, condição ou montante estabelecido em


lei ou em resolução do Senado Federal; e

50.2. Quando o montante da dívida consolidada ultrapassa o limite


máximo autorizado por lei.

51. INSCRIÇÃO DE DESPESAS NÃO EMPENHADAS EM RESTOS A


PAGAR: A descrição típica encontra-se no art. 359-B que define: Art. 359-B.
Ordenar ou autorizar a inscrição em restos a pagar, de despesa que não
tenha sido previamente empenhada ou que exceda limite estabelecido em
lei: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos.

52. O que visa garantir o Código Penal é que a inscrição em restos a pagar
respeite os limites estabelecidos em lei e que sempre haja prévio empenho.

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53. É delito de mera conduta, consumando-se com a vigência da ordem ou


autorização para inscrição de despesa em restos a pagar.Não é admissível a
figura tentada.

54. ASSUNÇÃO DE OBRIGAÇÃO NO ÚLTIMO ANO DO MANDATO OU


LEGISLATURA: Art. 359-C. Ordenar ou autorizar a assunção de obrigação,
nos dois últimos quadrimestres do último ano do mandato ou legislatura,
cuja despesa não possa ser paga no mesmo exercício financeiro ou, caso
reste parcela a ser paga no exercício seguinte, que não tenha contrapartida
suficiente de disponibilidade de caixa: Pena - reclusão, de 1 (um) a 4
(quatro) anos.

55. Esse dispositivo visa impedir atos de gestores do dinheiro público que
resultem em prejuízo para seus sucessores e para a regularidade da gestão
fiscal do Estado.

56. É delito de mera conduta, consumando-se com a ordem ou autorização de


indevida assunção de obrigação. Não é admissível a figura tentada.

57. ORDENAÇÃO DE DESPESA NÃO AUTORIZADA: Para disciplinar a


gestão financeira no tocante à criação de despesas, é necessário a existência
de lei orçamentária. Caso o gestor ordene despesa sem previsão legal estará
cometendo o crime de ordenação de despesa não autorizada. O delito
encontra-se tipificado no art. 359-D do Código Penal nos seguintes termos:
Art. 359-D. Ordenar despesa não autorizada por lei: Pena – reclusão, de 1
(um) a 4 (quatro) anos.

58. É delito de mera conduta, consumando-se a emissão do ato


administrativo de ordem. Não é admissível a figura tentada.

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59. PRESTAÇÃO DE GARANTIA GRACIOSA: O delito encontra-se tipificado


no art. 359-E do Código Penal nos seguintes termos: Art. 359-E. Prestar
garantia em operação de crédito sem que tenha sido constituída
contragarantia em valor igual ou superior ao valor da garantia prestada, na
forma da lei

60. Segundo a lei de responsabilidade fiscal a garantia estará condicionada ao


oferecimento de contragarantia, em valor igual ou superior ao da garantia a
ser concedida, e à adimplência da entidade que a pleitear relativamente a
suas obrigações junto ao garantidor e às entidades por este controladas.

61. Traduzindo isto tudo que foi dito, ou seja, deixando claro para sua PROVA,
o que você precisa saber é que a lei veda as ações “gentis” (graciosas) dos
gestores na hora de prestar garantia em operação de crédito. Assim, o
administrador público não pode confiar em uma suposta adimplência
daqueles que contratam com o poder público devendo constituir
contragarantia em valor igual ou superior ao da garanta prestada.

62. É delito de mera conduta, consumando-se quando o agente concede a


garantia sem constituir a contragarantia exigida por lei. Não é admissível a
figura tentada.

63. NÃO CANCELAMENTO DE RESTOS A PAGAR: Os Restos a Pagar são


as despesas que foram empenhadas e não foram pagas até o fim do
exercício financeiro, ou seja, 31 de dezembro do ano em curso.

64. Dentre estes empenhos distinguem-se os empenhos de despesa já


liquidada e despesa não liquidada. As despesas liquidadas são aquelas onde
o implemento de condição da constituição de obrigação de pagamento já se
cumpriu, enquanto que as não liquidas, ainda pedem deste mesmo
implemento de condição.

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65. Todos aqueles restos a pagar que tiverem origem em despesas assumidas
pelo gestor do mandato anterior, nos últimos dois quadrimestres e que não
tinham provisionamento de caixa em 01 de janeiro do exercício subsequente,
devem ser cancelados pelo atual gestor, sob pena de incorrer no crime
tipificado no art. 359F: Art. 359-F. Deixar de ordenar, de autorizar ou de
promover o cancelamento do montante de restos a pagar inscrito em valor
superior ao permitido em lei: Pena – detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois)
anos

66. É delito omissivo próprio e, portanto, atinge a consumação com a conduta


negativa (omissiva) do agente. Não é admissível a figura tentada.

67. AUMENTO DE DESPESA TOTAL COM PESSOAL NO ÚLTIMO ANO DO


MANDATO OU LEGISLATURA: Situação muito comum antigamente era a
ocorrência de aumentos salariais ao término do mandato. O governante que
estava deixando o cargo deixava todos felizes com o aumento, menos um: o
novo governante que teria que suportar o encargo financeiro.

68. Exatamente para evitar este tipo de situação, hoje, com base na Lei de
Responsabilidade Fiscal, prevê o Código Penal: Art. 359-G. Ordenar,
autorizar ou executar ato que acarrete aumento de despesa total com
pessoal, nos cento e oitenta dias anteriores ao final do mandato ou da
legislatura: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

69. Conforme leciona Damásio: “Tutela-se, pois, a regularidade das contas


públicas, no tocante à rotatividade dos gestores das finanças públicas,
titulares de mandato.”

70. É delito de mera conduta e consuma-se com o ato que ocasiona o


aumento de despesa total com pessoal

71. Não é admissível a figura tentada nas modalidade “ordenar” e “autorizar”.


Diferentemente, com relação ao verbo “executar”, é admitida a tentativa.

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72. OFERTA PÚBLICA OU COLOCAÇÃO DE TÍTULOS NO MERCADO: O


delito encontra previsão no art. 359-H do Código Penal nos seguintes
termos: Art. 359-H. Ordenar, autorizar ou promover a oferta pública ou a
colocação no mercado financeiro de títulos da dívida pública sem que tenham
sido criados por lei ou sem que estejam registrados em sistema centralizado
de liquidação e de custódia: Pena – reclusão, de 1 (um) a 4 (quatro) anos.

73. Torna-se crime, portanto, a ação irregular de administradores na


movimentação do mercado financeiro, por intermédio da emissão de títulos
da dívida pública.

74. No que diz respeito ao ato de ordenar e autorizar, trata-se de delito de


mera conduta, consumando-se com o aperfeiçoamento do ato
administrativo.

75. Com relação à modalidade “Promover”, consuma-se o crime quando o


agente promove a oferta pública ou a colocação de títulos da dívida pública
no mercado financeiro. É delito de mera conduta.

76. Não é admissível a figura tentada nas modalidades “ordenar” e


“autorizar”. Diferentemente, com relação ao verbo “promover”, é admitida a
tentativa.

77. LAVAGEM DE DINHEIRO

78. A velocidade com que o legislador altera as leis penais e processuais


penais é impressionante. A cada mês ou a cada dois meses, surgem
alterações no Código Penal, no Código de Processo Penal e na Legislação
Penal Especial.

79. No caso específico da Lei nº 12.683, de 09 de julho de 2012, as


alterações recaem sobre a Lei de Lavagem de Dinheiro. O objetivo da edição
de tal lei foi de tornar mais “eficiente” a persecução penal.

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DIREITO PENAL

80. Vamos analisar, a partir de agora, a lei de lavagem de dinheiro e suas


alterações: A lei nº. 9.613/98 dispõe sobre os delitos de “lavagem” ou
ocultação de bens, direitos e valores.

81. Mas o que é esta tal de “lavagem de dinheiro”? É uma expressão que se
refere a práticas econômico-financeiras que têm por finalidade dissimular ou
esconder a origem ilícita de determinados ativos financeiros ou bens
patrimoniais, de forma a que tais ativos aparentem uma origem lícita. É dar
fachada de dignidade a dinheiro de origem ilegal.

82. É muito comum a divisão do processo de lavagem em três fases ou


etapas:

82.1. Colocação;

82.2. Ocultação;

82.3. Integração.

83. No processo de colocação, o dinheiro é introduzido no Sistema Financeiro,


através de depósitos ou pequenas compras de ativos.

84. Na segunda etapa, a ocultação, os valores são transferidos


sistematicamente entre contas ou entre as aplicações em ativos de maneira
a despistar o tráfego e ao mesmo tempo, concentrar os valores, aglutinando-
os progressivamente.

85. Finalmente, na integração, os valores são introduzidos na economia


formal, sob a forma de investimentos - geralmente isso acontece em praças
onde outros investimentos já vêm sendo feitos ou estão em crescimento, de
forma a confundir-se com a economia formal.

86. BEM JURÍDICO, SUJEITO ATIVO E SUJEITO PASSIVO

87. A lei nº 9.613/98 é a materialização da intenção das autoridades


brasileiras em efetuar, de uma forma rígida, o combate à lavagem de
capitais e todas as atividades com ela relacionadas. Representa a tão

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DIREITO PENAL

esperada regulamentação dos preceitos presentes na convenção de Viena de


1988 que foi inserida em nosso ordenamento jurídico 03 anos depois.

88. Quanto ao bem tutelado pala lei nº 9.613/98 há uma grande discussão
doutrinária. César Antônio da Silva, por exemplo, entende que a lavagem de
dinheiro é crime contra a ordem econômica e, portanto, o bem jurídico
tutelado é a ordem econômica financeira.

89. Há também os que entendem que se há lesão à ordem econômica, há,


também, lesão à ordem social. Assim, afirmam que o bem jurídico tutelado é
a ordem socioeconômica. É o posicionamento de André Luís Callegari e
Willian Terra de Oliveira, por exemplo.

90. Em outro enfoque, alguns doutrinadores pregam que a lesão em questão


é a administração da justiça.

91. O posicionamento majoritário é o exposto por Marco Antônio de Barros


que leciona que a lei nº 9.613/98 teve a “nítida intenção de prevenir a
utilização dos sistemas financeiro e econômico do país para fins ilícitos,
sobretudo com o propósito de impedir a legalização do patrimônio de origem
criminosa, isto é, do produto ou resultado de crimes antecedentes nela
especificados”.

92. No mesmo sentido, Alberto Silva Franco afirma que a lavagem de dinheiro
atinge 02 bens jurídicos tutelados. A ordem socioeconômica e os bens
atingidos pelos crimes antecedentes. Esse é o entendimento que você deve
levar para sua PROVA.

93. Diante do exposto, pode-se afirmar que a lavagem de dinheiro é um


crime acessório, ou seja, depende da prévia ocorrência de outro. Desta
forma, além de a lei tutelar a ordem socioeconômica, inegável que também
visa resguardar os bens juridicamente tutelados nos chamados crimes
antecedentes.

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DIREITO PENAL

94. Assim, se o agente procede à lavagem de dinheiro advindo do tráfico


ilícito, por exemplo, os bens juridicamente atingidos serão a saúde pública
(bem tutelado pela lei de tóxico) e a ordem socioeconômica (atingida pela
inconveniente circulação de ativos ilícitos pelo mercado financeiro).

95. Quanto ao sujeito ativo, para o crime de lavagem de dinheiro, embora


possa estar envolvida pessoa jurídica, ainda que com o fim exclusivo voltado
a atividade criminosa, não se torna diferente a estrutura do crime em sua
essência. Continua o crime sendo entendido no seu conceito clássico como
sendo uma ação humana típica. Trata-se de um crime comum, ou seja, pode
se cometido por qualquer pessoa.

96. No que tange ao sujeito passivo, primariamente teremos o Estado e


secundariamente os indivíduos afetados pela conduta delituosa.

97. CRIMES ANTECEDENTES E ELEMENTO SUBJETIVO

98. O crime de lavagem de capitais é crime acessório, ou seja, depende


necessariamente da ocorrência de crime prévio para que se viabilize sua
ocorrência.

99. Anteriormente o rol era taxativo. Para haver tipicidade formal do crime de
lavagem de dinheiro, era necessária a vinculação com os delitos descritos no
art. 1º.

100. Ocorre que, com a edição da Lei nº 12.683, de 09 de julho de 2012,


passou-se a falar apenas em “infração penal”. Portanto, a origem da
lavagem pode se originar atualmente de qualquer delito.

101. Assim, existe uma verdadeira novatio legis incriminadora, pois se passa a
punir outros tipos de lavagem, como, por exemplo, quando se tratar de
lavagem de dinheiro com origem em delito contra o patrimônio (roubo,
estelionato, furto etc.). A pena é mantida no mesmo patamar.

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DIREITO PENAL

102. Para a caracterização do delito, importa sobremaneira a caracterização do


elemento subjetivo do tipo – o dolo específico. Deve haver indícios
suficientes de que o agente efetivamente pretenda “ocultar” ou “dissimular”,
e não somente “guardar”, o provento do crime.

103. “Mas, professor... Como assim?” Imagine que o agente recebe R$


100.000,00 proveniente de corrupção e o gasta em roupas, restaurantes e
deposita parte em sua conta bancária com o mero intuito de em seguida
gastá-lo. Neste caso, teremos o delito em questão?

104. A resposta é negativa, pois não terá agido com o elemento subjetivo do
tipo. A falta do dolo específico desfigura a prática do crime de lavagem de
dinheiro.

105. Se, ao contrário, apanha o dinheiro e deposita em conta de terceira


pessoa (um parente, amigo ou testa-de-ferro), para depois repassá-lo à sua
própria conta, haverá fortes indícios de que tenha buscado “dissimular” a
verdadeira origem do dinheiro, configurando, em tese, a prática criminosa.

106. CONDUTAS EQUIPARADAS

107. Ainda no art. 1º da lei em questão temos disposição de que incorre na


mesma pena quem, para ocultar ou dissimular a utilização de bens, direitos
ou valores provenientes de infração penal:

107.1. Os converte em ativos lícitos;

107.2. Os adquire, recebe, troca, negocia, dá ou recebe em garantia,


guarda, tem em depósito, movimenta ou transfere;

107.3. Importa ou exporta bens com valores não correspondentes aos


verdadeiros.

107.4. Utiliza, na atividade econômica ou financeira, bens, direitos ou


valores provenientes de infração penal.

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DIREITO PENAL

107.5. Participa de grupo, associação ou escritório tendo conhecimento de


que sua atividade principal ou secundária é dirigida à prática dos crimes
acima citados.

108. Para finalizar, cabe ressaltar que com relação aos delitos até agora
tratados, embora previstos em lei especial, a tentativa é punida nos termos
do parágrafo único do art. 14 do Código Penal segundo o qual se pune a
tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um
a dois terços. Além disso, são efeitos da condenação:

108.1. A perda, em favor da União - e dos Estados, nos casos de


competência da Justiça Estadual -, de todos os bens, direitos e valores
relacionados, direta ou indiretamente, à prática dos crimes de lavagem
de dinheiro, inclusive aqueles utilizados para prestar a fiança, ressalvado
o direito do lesado ou de terceiro de boa-fé.

108.2. A interdição do exercício de cargo ou função pública de qualquer


natureza e de diretor, de membro de conselho de administração ou de
gerência das pessoas jurídicas referidas na lei (ainda veremos), pelo
dobro do tempo da pena privativa de liberdade aplicada.

109. AUMENTO DE PENA

110. Dar-se-á aumento de 1/3 a 2/3 se o crime é cometido de forma reiterada


ou por meio de organização criminosa.

111. Com as inovações legislativas, a expressão “habitual” foi substituída


correta e tecnicamente por “reiterada”.

112. Habitual na técnica penal é a exigência para própria tipificação do crime.


Já reiteração significa que o crime é consumado, mas continua a ser
cometido.

113. DELAÇÃO PREMIADA

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DIREITO PENAL

114. A Lei nº 9.613/98, que dispõe sobre o crime de lavagem de dinheiro


estabeleceu em seu art. 1º § 5º o instituto da chamada delação premiada
nos seguintes termos:§ 5o A pena poderá ser reduzida de um a dois terços
e ser cumprida em regime aberto ou semiaberto, facultando-se ao juiz deixar
de aplicá-la ou substituí-la, a qualquer tempo, por pena restritiva de direitos,
se o autor, coautor ou partícipe colaborar espontaneamente com as
autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração das
infrações penais, à identificação dos autores, coautores e partícipes, ou à
localização dos bens, direitos ou valores objeto do crime.

115. Prevê-se o supracitado parágrafo a redução de um a dois terços da pena,


começando esta em regime aberto ou semiaberto, podendo o Juiz deixar de
aplicá-la ou substituí-la por pena restritiva de direitos.

116. Para que a redução da pena em virtude da delação premiada possa


ocorrer, o autor, coautor ou partícipe devem colaborar espontaneamente
com as autoridades, prestando esclarecimentos que conduzam à apuração
das infrações penais e de sua autoria ou à localização dos bens direitos ou
valores objeto do crime.

117. É importante ressaltar que embora o texto legal traga três possibilidades
de cabimento da redução em virtude da delação premiada, basta um só dos
elementos para caracterizar a colaboração: Ou a facilitação da apuração das
infrações ou sua autoria ou a localização dos bens.

118. PESSOAS SUJEITAS ÀS OBRIGAÇÕES DEFINIDAS NA LEI 9.613/98

119. Neste tópico veremos uma série de pessoas que estão sujeitas a
determinadas obrigações definidas nos arts. 10 e 11 da lei de lavagem de
dinheiro. Aqui, cabe uma leitura atenta, mas não recomendo que tentem
“decorar” tudo nesta reta final, pois creio ser perda de tempo. Não é um dos
temas mais adorados pelas bancas, mas já apareceu em provas.
Normalmente, são questões que não exigem pequenos detalhes, mas um

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DIREITO PENAL

conhecimento geral do tema. Assim, basta ler atentamente e ter uma noção
geral dos indivíduos que são citados no art. 9º da lei em tela.

120. Segundo a lei de lavagem de dinheiro, sujeitam-se às obrigações referidas


nos arts. 10 e 11 as pessoas físicas e jurídicas que tenham, em caráter
permanente ou eventual, como atividade principal ou acessória,
cumulativamente ou não:

120.1. A captação, intermediação e aplicação de recursos financeiros de


terceiros, em moeda nacional ou estrangeira;

120.2. A compra e venda de moeda estrangeira ou ouro como ativo


financeiro ou instrumento cambial;

120.3. A custódia, emissão, distribuição, liquidação, negociação,


intermediação ou administração de títulos ou valores mobiliários.

121. Sujeitam-se às mesmas obrigações:

121.1. As bolsas de valores, as bolsas de mercadorias ou futuros e os


sistemas de negociação do mercado de balcão organizado;

121.2. As seguradoras, as corretoras de seguros e as entidades de


previdência complementar ou de capitalização;

121.3. As administradoras de cartões de credenciamento ou cartões de


crédito, bem como as administradoras de consórcios para aquisição de
bens ou serviços;

121.4. As administradoras ou empresas que se utilizem de cartão ou


qualquer outro meio eletrônico, magnético ou equivalente, que permita a
transferência de fundos;

121.5. As empresas de arrendamento mercantil (leasing) e as de fomento


comercial (factoring);

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DIREITO PENAL

121.6. As sociedades que efetuem distribuição de dinheiro ou quaisquer


bens móveis, imóveis, mercadorias, serviços, ou, ainda, concedam
descontos na sua aquisição, mediante sorteio ou método assemelhado;

121.7. As filiais ou representações de entes estrangeiros que exerçam no


Brasil qualquer das atividades listadas neste artigo, ainda que de forma
eventual;

121.8. As demais entidades cujo funcionamento dependa de autorização de


órgão regulador dos mercados financeiro, de câmbio, de capitais e de
seguros;

121.9. As pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras, que


operem no Brasil como agentes, dirigentes, procuradoras, comissionarias
ou por qualquer forma representem interesses de ente estrangeiro que
exerça qualquer das atividades referidas neste artigo;

121.10. As pessoas físicas ou jurídicas que exerçam atividades de promoção


imobiliária ou compra e venda de imóveis.

121.11. As pessoas físicas ou jurídicas que comercializem joias, pedras e


metais preciosos, objetos de arte e antiguidades.

121.12. As pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de luxo ou


de alto valor, intermedeiem a sua comercialização ou exerçam atividades
que envolvam grande volume de recursos em espécie;

121.13. As juntas comerciais e os registros públicos; (Incluído pela Lei nº 12.683,


de 2012)

121.14. As pessoas físicas ou jurídicas que prestem, mesmo que


eventualmente, serviços de assessoria, consultoria, contadoria, auditoria,
aconselhamento ou assistência, de qualquer natureza, em
operações: (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012).

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DIREITO PENAL

121.14.1. de compra e venda de imóveis, estabelecimentos comerciais


ou industriais ou participações societárias de qualquer
natureza; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)

121.14.2. de gestão de fundos, valores mobiliários ou outros


ativos; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)

121.14.3. de abertura ou gestão de contas bancárias, de poupança,


investimento ou de valores mobiliários; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)

121.14.4. de criação, exploração ou gestão de sociedades de qualquer


natureza, fundações, fundos fiduciários ou estruturas
análogas; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)

121.14.5. financeiras, societárias ou imobiliárias; e (Incluída pela Lei nº


12.683, de 2012)

121.14.6. de alienação ou aquisição de direitos sobre contratos


relacionados a atividades desportivas ou artísticas
profissionais; (Incluída pela Lei nº 12.683, de 2012)

121.15. As pessoas físicas ou jurídicas que atuem na promoção,


intermediação, comercialização, agenciamento ou negociação de direitos
de transferência de atletas, artistas ou feiras, exposições ou eventos
similares; (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)

121.16. As empresas de transporte e guarda de valores; (Incluído pela Lei nº


12.683, de 2012)

121.17. As pessoas físicas ou jurídicas que comercializem bens de alto valor


de origem rural ou animal ou intermedeiem a sua comercialização;
e (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)

121.18. As dependências no exterior das entidades mencionadas neste


artigo, por meio de sua matriz no Brasil, relativamente a residentes no
País. (Incluído pela Lei nº 12.683, de 2012)

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DIREITO PENAL

122. Bom, agora você já sabe quais as pessoas estão sujeitas às obrigações
definidas na Lei de Lavagem de Dinheiro, mas que obrigações são essas?
Vamos conhecê-las também!

123. As pessoas acima apresentadas:

123.1. Identificarão seus clientes e manterão cadastro atualizado, nos


termos de instruções emanadas das autoridades competentes;

123.2. Manterão registro de toda transação em moeda nacional ou


estrangeira, títulos e valores mobiliários, títulos de crédito, metais, ou
qualquer ativo passível de ser convertido em dinheiro, que ultrapassar
limite fixado pela autoridade competente e nos termos de instruções por
esta expedidas;

123.3. Deverão adotar políticas, procedimentos e controles internos,


compatíveis com seu porte e volume de operações;

123.4. Deverão cadastrar-se e manter seu cadastro atualizado no órgão


regulador ou fiscalizador e, na falta deste, no Conselho de Controle de
Atividades Financeiras (Coaf), na forma e condições por eles
estabelecidas;

123.5. Deverão atender às requisições formuladas pelo Coaf na


periodicidade, forma e condições por ele estabelecidas, cabendo-lhe
preservar, nos termos da lei, o sigilo das informações prestadas;

123.6. Dispensarão especial atenção às operações que, nos termos de


instruções emanadas das autoridades competentes, possam constituir-se
em sérios indícios dos crimes de lavagem de dinheiro;

123.7. Deverão comunicar ao órgão regulador ou fiscalizador da sua


atividade ou, na sua falta, ao Coaf, na periodicidade, forma e condições
por eles estabelecidas, a não ocorrência de propostas, transações ou
operações passíveis de serem comunicadas;

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123.8. Deverão comunicar ao Coaf, abstendo-se de dar ciência de tal ato a


qualquer pessoa, inclusive àquela à qual se refira a informação, no prazo
de 24 (vinte e quatro) horas, a proposta ou realização:

123.8.1. De todas as transações referidas no inciso II do art. 10,


acompanhadas da identificação de que trata o inciso I do mencionado
artigo.

123.8.2. Das operações referidas no inciso I do art. 11.

124. CONSELHO DE CONTROLE DE ATIVIDADES FINANCEIRAS

125. O Conselho de Controle de Atividades Financeiras - COAF, órgão de


deliberação coletiva com jurisdição em todo território nacional, criado pela
Lei nº. 9.613/98, integrante da estrutura do Ministério da Fazenda. Tem por
finalidade disciplinar, aplicar penas administrativas, receber, examinar e
identificar as ocorrências suspeitas de atividades ilícitas previstas em sua Lei
de criação, sem prejuízo da competência de outros órgãos e entidades.

126. É composto por servidores públicos de reputação ilibada e reconhecida


competência, designados em ato do Ministro de Estado da Fazenda, dentre
os integrantes do quadro de pessoal efetivo do Banco Central do Brasil, da
Comissão de Valores Mobiliários, da Superintendência de Seguros Privados,
da Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, da Secretaria da Receita Federal
do Brasil, da Agência Brasileira de Inteligência, do Ministério das Relações
Exteriores, do Ministério da Justiça, do Departamento de Polícia Federal, do
Ministério da Previdência Social e da Controladoria-Geral da União,
atendendo à indicação dos respectivos Ministros de Estado.

127. O COAF poderá requerer aos órgãos da Administração Pública as


informações cadastrais bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em
atividades suspeitas e quando concluir pela existência de crimes comunicará
às autoridades competentes para a instauração dos procedimentos cabíveis.

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DIREITO PENAL

128. O presidente do COAF será nomeado pelo Presidente da República, por


indicação do Ministro de Estado da Fazenda

129. DISPOSIÇÕES PROCESSUAIS

130. A partir de agora começaremos a tratar dos aspectos processuais


pertinentes ao crime de lavagem de dinheiro. Começaremos tratando de
uma das providências mais pertinentes adotada pelo legislador. Trata-se da
autonomia aos processos relativos à lavagem de dinheiro.

131. Esta autonomia diz respeito independência do processo de apuração do


crime de lavagem de dinheiro em relação aos crimes antecedentes. Observe
o texto legal: Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta
Lei: [...] II - independem do processo e julgamento das infrações penais
antecedentes, ainda que praticados em outro país, cabendo ao juiz
competente para os crimes previstos nesta Lei a decisão sobre a unidade de
processo e julgamento.

132. Segundo a doutrina majoritária tal preceito trata-se de uma faculdade


oferecida ao juiz a fim de garantir o regular andamento do processo. Assim,
não deve ser encarar tal regramento como absoluto, ou seja, ocorrendo o
crime anterior e o crime de lavagem de dinheiro em uma mesma jurisdição,
não há óbice à reunião dos processos até mesmo como medida de economia
processual e coerência.

133. Na realidade, a aplicabilidade maior do regramento em tela diz respeito,


principalmente, ao combate à lavagem de dinheiro de crimes cometidos no
exterior. Para exemplificar a questão, havendo um contrabando de armas
entre nacionais, argentinos e uruguaios, realizado em território paraguaio, e
o dinheiro produto deste crime venha a ser lavado no Brasil, a punição
correspondente ao crime de lavagem de dinheiro independe da condenação
de alguém pelo crime principal.

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DIREITO PENAL

134. Agora, começaremos a tratar da competência para o julgamento dos


crimes de lavagem de dinheiro. Sobre o tema dispõe a lei nº 9.613/98 da
seguinte forma: Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta
Lei: [...] III - são da competência da Justiça Federal: a) quando praticados
contra o sistema financeiro e a ordem econômico-financeira, ou em
detrimento de bens, serviços ou interesses da União, ou de suas entidades
autárquicas ou empresas públicas; b) quando a infração penal antecedente
for de competência da Justiça Federal.

135. Tal dispositivo só reforça preceito previsto no art. 109 da Carta Magna e,
por exclusão, resta à Justiça Estadual a competência residual.

136. REQUISITOS DA DENÚNCIA E RITO PROCEDIMENTAL

137. Leciona o parágrafo 1º do art. 2º que a denúncia será instruída com


indícios suficientes da existência da infração penal antecedente, sendo
puníveis os fatos previstos na Lei, ainda que desconhecido ou isento de pena
o autor, ou extinta a punibilidade da infração penal antecedente.

138. Percebe-se, mais uma vez, a intenção do legislador em deixar clara a


autonomia do crime de lavagem de dinheiro em relação à conduta
antecedente no que se refere aos atos processuais propriamente ditos.

139. Quanto ao rito procedimental, destaca-se o exposto no art. 2º, I, que


dispõe: Art. 2º O processo e julgamento dos crimes previstos nesta Lei: I –
obedecem às disposições relativas ao procedimento comum dos crimes
punidos com reclusão, da competência do juiz singular;

140. Assim, para a sua PROVA, basta que você tenha o conhecimento de que
não há um rito específico para os delitos de lavagem de dinheiro, ou seja, o
processo penal seguirá o regramento geral previsto no Código de Processo
Penal

141. VEDAÇÃO À LIBERDADE PROVISÓRIA E AO DIREITO DE APELAR


EM LIBERDADE

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DIREITO PENAL

142. No texto original o legislador achou por bem restringir os preceitos


atinentes à liberdade provisória e ao direito do recurso judicial em liberdade.
Assim fez constar na lei o seguinte dispositivo: Art. 3º Os crimes
disciplinados nesta Lei são insuscetíveis de fiança e liberdade provisória e,
em caso de sentença condenatória, o juiz decidirá fundamentadamente se o
réu poderá apelar em liberdade.

143. Após as alterações, deve-se seguir o mandamento da Lei nº 12.403/11 e


suas alterações no CPP. O supramencionado art. 3º, da Lei 9.613/98, foi
expressamente revogado. A intenção do legislador foi a de explicitar que
nenhum delito de lavagem de dinheiro, poderia ter vedada a fiança e a
liberdade provisória, seguindo tendência dos tribunais superiores.

144. Contudo, continua a existir a permissão de prisão cautelar no momento


da sentença desde que presentes os requisitos do art. 312 do CPP.

145. CRIMES DE "LAVAGEM DE DINHEIRO"

146. O art. 4º da lei nº 9.613/98, modificado pela lei nº 12.683/12, dispõe


que:

147. Art. 4o O juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou mediante


representação do delegado de polícia, ouvido o Ministério Público em 24
(vinte e quatro) horas, havendo indícios suficientes de infração penal, poderá
decretar medidas assecuratórias de bens, direitos ou valores do investigado
ou acusado, ou existentes em nome de interpostas pessoas, que sejam
instrumento, produto ou proveito dos crimes previstos nesta Lei ou das
infrações penais antecedentes. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

147.1. § 1o Proceder-se-á à alienação antecipada para preservação do


valor dos bens sempre que estiverem sujeitos a qualquer grau de
deterioração ou depreciação, ou quando houver dificuldade para sua
manutenção. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

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DIREITO PENAL

147.2. § 2o O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens,


direitos e valores quando comprovada a licitude de sua origem,
mantendo-se a constrição dos bens, direitos e valores necessários e
suficientes à reparação dos danos e ao pagamento de prestações
pecuniárias, multas e custas decorrentes da infração penal. (Redação
dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

147.3. § 3o Nenhum pedido de liberação será conhecido sem o


comparecimento pessoal do acusado ou de interposta pessoa a que se
refere o caput deste artigo, podendo o juiz determinar a prática de atos
necessários à conservação de bens, direitos ou valores, sem prejuízo do
disposto no § 1o. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

147.4. § 4o Poderão ser decretadas medidas assecuratórias sobre bens,


direitos ou valores para reparação do dano decorrente da infração penal
antecedente ou da prevista nesta Lei ou para pagamento de prestação
pecuniária, multa e custas. (Redação dada pela Lei nº 12.683, de 2012)

148. Vamos analisar o supramencionado dispositivo legal:

149. Uma das formas mais eficazes de combater o crime organizado e a


lavagem de dinheiro é buscar, ainda durante a investigação ou no início do
processo, a indisponibilidade dos bens das pessoas envolvidas, o que faz
com que elas tenham menos poder econômico para continuar com os atos de
delinquência.

150. A experiência mostra que a prisão preventiva sem a indisponibilidade dos


bens é de pouca utilidade nesse tipo de criminalidade porque a organização
criminosa continua atuando. Os líderes, mesmo presos, comandam as
atividades de dentro das unidades prisionais ou então a organização escolhe
substitutos que continuam a praticar os mesmos crimes, considerando que
ainda detêm os recursos financeiros para a prática criminosa.

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DIREITO PENAL

151. Desse modo, é indispensável que sejam tomadas medidas para garantir a
indisponibilidade dos bens e valores pertences ao criminoso ou à organização
criminosa, ainda que estejam em nome de interpostas pessoas, vulgarmente
conhecidas como “laranjas”.

152. O art. 4º da Lei de Lavagem trata justamente dessas medidas


assecuratórias destinadas à arrecadação cautelar e, posterior confisco dos
bens, direitos ou valores do investigado, do acusado ou das interpostas
pessoas.

153. A Lei n.º 12.683/2012 não trouxe mudanças substanciais no caput do art.
4º, tendo sido apenas aprimorada a redação original, que era menos clara
que a atual.

154. A redação original da Lei mencionava que o juiz poderia decretar a


apreensão ou o sequestro de bens, direitos ou valores. Por conta dessa
menção restrita à apreensão e ao sequestro, havia divergência na doutrina
se seria possível o juiz determinar também a hipoteca legal e o arresto.

155. A nova Lei acaba com a polêmica considerando que afirma que o juiz
poderá decretar medidas assecuratórias, terminologia mais ampla que pode
ser vista como um gênero que engloba todas essas espécies de medidas
cautelares.

156. A nova Lei deixa claro que podem ser objeto das medidas assecuratórias
os bens, direitos ou valores que estejam em nome do investigado (antes da
ação penal), do acusado (após a ação penal) ou de interpostas pessoas.

157. Além disso, deixa expresso que somente podem ser objeto de medidas
assecuratórias os bens, direitos ou valores que sejam instrumento, produto
ou proveito do crime de lavagem ou das infrações penais antecedentes.

158. Parágrafo 1º: O § 1º do art. 4º previa que o sequestro e a apreensão


deveriam ser levantadas (perderiam eficácia) se a ação penal não fosse

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DIREITO PENAL

proposta pelo Ministério Público no prazo de 120 dias. Essa previsão foi
retirada pela Lei n.º 12.683/2012.

159. Isso significa que não existe mais prazo para intentar a ação penal, salvo
se a medida assecuratória implementada for o sequestro, pois, nesse caso, o
Código de Processo Penal estabelece prazo de 60 dias, dispositivo que
deverá ter aplicação no caso dos processos por crime de lavagem
considerando que não há mais regra específica na Lei n.º 9.613/98.

160. O § 1º, com a nova redação dada pela Lei n.º 12.683/2012, trata agora
sobre a possibilidade de alienação antecipada dos bens que são arrecadados
por medidas assecuratórias.

161. Como visto acima, é muito importante para o sucesso do combate à


lavagem de dinheiro que sejam tomadas medidas para tornar indisponíveis
os bens, direitos e valores pertencentes às pessoas envolvidas nos crimes
ainda durante a investigação ou logo no início da ação penal.

162. Ocorre que, após tornar indisponíveis os bens dos investigados, acusados
ou interpostas pessoas, surge um problema prático para o Poder Público: O
que fazer com tais bens enquanto não ocorre o trânsito em julgado de uma
sentença condenatória, quando então haveria o perdimento desses bens em
favor da União?

163. No Brasil, o trânsito em julgado de uma sentença condenatória por


lavagem de dinheiro demora às vezes 10, 12 anos ou até mais. Nesse
período, os bens que objeto de medidas assecuratórias ficam perecendo e,
ao final do processo, não valem nada ou têm seu valor muito reduzido.

164. Tome-se como exemplo um automóvel que seja apreendido. Este veículo,
ao final do processo, ou seja, ao longo de 12 anos em que ficou sem
manutenção, valerá muito pouco.

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DIREITO PENAL

165. A solução que tem sido defendida pelos estudiosos para esses casos,
sendo, inclusive, recomendada pelo Conselho Nacional de Justiça
(Recomendação n.° 30/2010), é a alienação antecipada dos bens.

166. Mas o que é a alienação antecipada de bens?

167. A alienação antecipada é

167.1. A venda,

167.2. Por meio de leilão,

167.3. Antes do trânsito em julgado da ação penal,

167.4. Dos bens que foram objeto de medidas assecuratórias e

167.5. Que estão sujeitos a qualquer grau de deterioração ou depreciação,

167.6. Ou quando houver dificuldade para sua manutenção.

168. O que acontece com o recurso arrecadado com a alienação antecipada?

169. A quantia apurada com a alienação antecipada fica depositada em conta


judicial, até o final da ação penal respectiva. Se o réu for absolvido, os
recursos serão devolvidos a ele. Em caso de condenação, o réu será privado
definitivamente dessa quantia, cujo destino irá variar de acordo com o crime
cometido e com a natureza da apreensão do bem.

170. Ressalta-se que o princípio do devido processo legal não é afrontado,


considerando que a constrição sobre os bens da pessoa não é feita de forma
arbitrária, sendo, ao contrário, prevista na lei que traz os balizamentos para
que ela possa ocorrer.

171. Não há violação ao princípio da presunção de inocência, considerando que


este não é absoluto e não impede a decretação de medidas cautelares contra
o réu desde que se revelem necessárias e proporcionais no caso concreto.
Nesse mesmo sentido, não é inconstitucional a prisão preventiva, o arresto,
o sequestro, a busca e apreensão etc.

35
DIREITO PENAL

172. O direito de propriedade, que também não é absoluto, não é vilipendiado


porque o réu somente irá perder efetivamente o valor econômico do bem se
houver o trânsito em julgado da condenação.

173. ALIENAÇÃO ANTECIPADA: A Lei n.º 12.683/2012 acrescentou o art.


4º-A prevendo o procedimento da alienação antecipada nos processos
envolvendo lavagem de dinheiro.

174. Este novo art. 4º-A é de fundamental relevância na prática, não sendo,
contudo, de grande importância para fins de concurso público.

175. Segue o disposto no art. 4º-A, para uma leitura atenta: Art. 4ºA. A
alienação antecipada para preservação de valor de bens sob constrição será
decretada pelo juiz, de ofício, a requerimento do Ministério Público ou por
solicitação da parte interessada, mediante petição autônoma, que será
autuada em apartado e cujos autos terão tramitação em separado em
relação ao processo principal.

175.1. § 1º O requerimento de alienação deverá conter a relação de todos


os demais bens, com a descrição e a especificação de cada um deles, e
informações sobre quem os detém e local onde se encontram.

175.2. § 2º O juiz determinará a avaliação dos bens, nos autos apartados,


e intimará o Ministério Público.

175.3. § 3º Feita a avaliação e dirimidas eventuais divergências sobre o


respectivo laudo, o juiz, por sentença, homologará o valor atribuído aos
bens e determinará sejam alienados em leilão ou pregão,
preferencialmente eletrônico, por valor não inferior a 75% (setenta e
cinco por cento) da avaliação.

175.4. § 4º Realizado o leilão, a quantia apurada será depositada em conta


judicial remunerada, adotando-se a seguinte disciplina:

36
DIREITO PENAL

175.5. I - nos processos de competência da Justiça Federal e da Justiça do


Distrito Federal:

175.6. a) os depósitos serão efetuados na Caixa Econômica Federal ou em


instituição financeira pública, mediante documento adequado para essa
finalidade;

175.7. b) os depósitos serão repassados pela Caixa Econômica Federal ou


por outra instituição financeira pública para a Conta Única do Tesouro
Nacional, independentemente de qualquer formalidade, no prazo de 24
(vinte e quatro) horas; e

175.8. c) os valores devolvidos pela Caixa Econômica Federal ou por


instituição financeira pública serão debitados à Conta Única do Tesouro
Nacional, em subconta de restituição;

175.9. II - nos processos de competência da Justiça dos Estados:

175.10. a) os depósitos serão efetuados em instituição financeira designada


em lei, preferencialmente pública, de cada Estado ou, na sua ausência,
em instituição financeira pública da União;

175.11. b) os depósitos serão repassados para a conta única de cada


Estado, na forma da respectiva legislação.

175.12. § 5º Mediante ordem da autoridade judicial, o valor do depósito,


após o trânsito em julgado da sentença proferida na ação penal, será:

175.13. I - em caso de sentença condenatória, nos processos de


competência da Justiça Federal e da Justiça do Distrito Federal,
incorporado definitivamente ao patrimônio da União, e, nos processos de
competência da Justiça Estadual, incorporado ao patrimônio do Estado
respectivo;

37
DIREITO PENAL

175.14. II - em caso de sentença absolutória extintiva de punibilidade,


colocado à disposição do réu pela instituição financeira, acrescido da
remuneração da conta judicial.

175.15. § 6º A instituição financeira depositária manterá controle dos


valores depositados ou devolvidos.

175.16. § 7º Serão deduzidos da quantia apurada no leilão todos os tributos


e multas incidentes sobre o bem alienado, sem prejuízo de iniciativas
que, no âmbito da competência de cada ente da Federação, venham a
desonerar bens sob constrição judicial daqueles ônus.

175.17. § 8º Feito o depósito a que se refere o § 4o deste artigo, os autos


da alienação serão apensados aos do processo principal.

175.18. § 9º Terão apenas efeito devolutivo os recursos interpostos contra


as decisões proferidas no curso do procedimento previsto neste artigo.

175.19. § 11. Sobrevindo o trânsito em julgado de sentença penal


condenatória, o juiz decretará, em favor, conforme o caso, da União ou
do Estado:

175.20. I - a perda dos valores depositados na conta remunerada e da


fiança;

175.21. II - a perda dos bens não alienados antecipadamente e daqueles


aos quais não foi dada destinação prévia; e

175.22. III - a perda dos bens não reclamados no prazo de 90 (noventa)


dias após o trânsito em julgado da sentença condenatória, ressalvado o
direito de lesado ou terceiro de boa-fé.

175.23. § 11. Os bens a que se referem os incisos II e III do § 10 deste


artigo serão adjudicados ou levados a leilão, depositando-se o saldo na
conta única do respectivo ente.

38
DIREITO PENAL

175.24. § 12. O juiz determinará ao registro público competente que emita


documento de habilitação à circulação e utilização dos bens colocados
sob o uso e custódia das entidades a que se refere o caput deste artigo.

175.25. § 13. Os recursos decorrentes da alienação antecipada de bens,


direitos e valores oriundos do crime de tráfico ilícito de drogas e que
tenham sido objeto de dissimulação e ocultação nos termos desta Lei
permanecem submetidos à disciplina definida em lei específica.

Parágrafo 2º: O novo § 2º tem agora duas partes:

1ª parte: O juiz determinará a liberação total ou parcial dos bens,


direitos e valores quando comprovada a licitude de sua
origem, (...)

Essa primeira parte, em sua essência, já existia no texto


original.

Após o juiz ter decretado a constrição de bens, direitos e


valores, a pessoa prejudicada poderá formular ao juiz um
pedido de restituição, mas somente conseguirá a
liberação antecipada (antes da sentença) se conseguir
provar que têm origem lícita.

Por isso, alguns autores afirmam que se trata de uma


inversão da prova, considerando que é a parte lesada (e
não o MP) que terá que provar que o bem, direito ou
valor possui origem lícita para que seja liberado antes do
trânsito em julgado.

Vale ressaltar que mesmo se o bem tiver ficado


apreendido durante todo o processo sem que o
interessado consiga provar sua origem lícita, ao final, se

39
DIREITO PENAL

ele for absolvido, a liberação ocorre por força dessa


sentença absolutória. Em outras palavras, essa inversão
do ônus da prova ocorre somente para a liberação antes
do trânsito em julgado.

2ª parte: (...) mantendo-se a constrição dos bens, direitos e


valores necessários e suficientes à reparação dos danos e
ao pagamento de prestações pecuniárias, multas e custas
decorrentes da infração penal.

A novidade está nesta segunda parte.

Mesmo que a parte lesada consiga provar a origem lícita,


ainda assim a constrição continuará a incidir sobre os
bens, direitos e valores necessários e suficientes para
arcar com a reparação dos danos causados pelo crime e
para o pagamento de prestações pecuniárias, multas e
custas decorrentes do processo.

176. Parágrafo 3º: Conforme vimos no § 2º acima, quando o


investigado/acusado ou a pessoa interposta tem seus bens apreendidos por
ordem judicial, ela tem a possibilidade de obtê-los de volta mesmo antes do
resultado final do processo formulando um pedido de restituição dirigido ao
juiz.

177. Neste pedido de restituição, o interessado deverá provar que o bem,


direito ou valor que foi tornado indisponível possui origem lícita. Além disso,
o interessado que formula o pleito de restituição deverá comparecer
pessoalmente em juízo, sob pena do pedido não ser nem conhecido (não ter
seu mérito analisado).

40
DIREITO PENAL

178. Desse modo, se determinado réu encontra-se foragido e, por intermédio


de advogado, formula pedido de restituição de seus bens apreendidos, o juiz
nem irá examinar esse pleito, a não ser que o acusado compareça
pessoalmente em juízo.

179. Enquanto o réu não comparecer pessoalmente para solicitar a restituição


de seus bens, direitos e valores, o juízo deverá determinar a prática de atos
para conservá-los.

180. A Lei n.º 12.683/2012 mantém essa mesma regra, melhorando, contudo,
a redação do dispositivo ao retirar a menção que era feita ao art. 366 do
CPP.

181. Essa remissão causava inúmeras confusões considerando que a Lei de


Lavagem dizia, já em sua redação original, que não se aplicava o art. 366 do
CPP.

182. Tal polêmica, contudo, é passado tendo em vista que o novo § 3º não faz
qualquer referência ao dispositivo, deixando ainda mais claro que ele não se
aplica aos processos por crime de lavagem.

183. Outro ponto digno de nota é que o novo § 3º reafirma a possibilidade de o


juiz determinar a alienação antecipada dos bens apreendidos e que não
forem restituídos.

184. Assim, por exemplo, se o réu foragido formula pedido de restituição de


um carro e não comparece pessoalmente ao processo, o juiz não irá
conhecer do pedido e, como forma de preservar o valor econômico do
automóvel, determinará a sua alienação antecipada em leilão, depositando a
quantia apurada em conta judicial.

185. Parágrafo 4º:A redação original do § 4º previa expressamente a


possibilidade de ser adotada a ação controlada nas investigações envolvendo
Lavagem de Dinheiro.

41
DIREITO PENAL

186. A ação controlada “consiste no retardamento da intervenção policial, que


deve ocorrer no momento mais oportuno do ponto de vista da investigação
criminal ou da colheita de provas” (LIMA, Renato Brasileiro de).

187. A ação controlada continua a ser prevista na Lei de Lavagem?

188. SIM, no entanto, a ação controlada é agora disciplinada no art. 4º-B,


inserido pela Lei n.º 12.683/2012. Desse modo, não houve revogação da
ação controlada na Lei de Lavagem. Ao contrário, a redação do novo art. 4º-
B é praticamente idêntica ao que já era previsto no § 4º do art. 4º:

189. Art. 4º-B. A ordem de prisão de pessoas ou as medidas assecuratórias de


bens, direitos ou valores poderão ser suspensas pelo juiz, ouvido o Ministério
Público, quando a sua execução imediata puder comprometer as
investigações.

190. O novo § 4º supre uma lacuna que existia na Lei anterior e prevê
expressamente a possibilidade de serem decretadas medidas assecuratórias
(apreensão, sequestro, arresto e hipoteca legal) sobre bens, direitos ou
valores para reparação do dano decorrente da infração penal antecedente ou
do crime de lavagem ou ainda para pagamento de prestação pecuniária,
multa e custas do processo.

42
DIREITO PENAL

b. Revisão 01

QUESTÃO 01 - ADAPTADA - ANALISTA - TRE-AP - 2015

Sobre os crimes de falsidade documental é INCORRETO afirmar:

a) Está sujeito às penas do crime de falsificação de documento público quem


insere na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado declaração
diversa da que deveria ter sido escrita.

b) Equipara-se a documento particular para caracterização do crime de


falsificação de documento particular o cartão de crédito ou débito.

c) No caso de falsidade ideológica se o agente é funcionário público e falsifica


assentamento de registro civil aumenta-se a pena cominada ao delito de sexta
parte.

d) O médico que dá, no exercício de sua profissão, atestado falso está sujeito
ao crime de falsidade de atestado médico com pena de detenção de um mês a
um ano majorada de 1/3 se o crime for cometido com intuito de lucro.

e) O testamento particular e as ações de sociedade comercial equiparam-se a


documento público para caracterização do crime de falsificação de documento
público.

QUESTÃO 02 - ADAPTADA - JUIZ - TRT - 2015

Alfredo, de posse de cheque em branco do empregador, falsifica a assinatura


deste no título e o utiliza na compra de determinado bem, obtendo vantagem
ilícita em prejuízo do comerciante. Na hipótese, segundo entendimento
sumulado do Superior Tribunal de Justiça, Alfredo responde por

a) falsificação de documento público e estelionato, em concurso formal.

43
DIREITO PENAL

b) estelionato, apenas.

c) falsificação de documento público e estelionato, em concurso material.

d) estelionato e falsificação de documento particular, em concurso formal.

e) falsificação de documento público, apenas.

QUESTÃO 03 - ADAPTADA - JUIZ - TJ-GO - 2015

Falsificar cartão de crédito ou débito é

a) conduta atípica.

b) crime de falsificação de documento particular.

c) crime de falsa identidade.

d) crime de falsidade ideológica.

QUESTÃO 04 - ADAPTADA - ANALISTA - TJ-AP - 2014

Com relação ao crime de falsificação de documento público, é INCORRETO


afirmar:

a) Equipara-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o


título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade
comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

b) Se o sujeito ativo for funcionário público e comete o crime prevalecendo-se


do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

c) A pena é de reclusão, de dois a seis anos, e multa.

d) Incorre na mesma pena desse crime aquele que insere ou faz inserir na
Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que

44
DIREITO PENAL

deva produzir efeito perante a Previdência Social, declaração falsa ou diversa da


que deveria ter sido escrita.

e) Incorre na mesma pena desse crime aquele que insere ou faz inserir na folha
de pagamento, ou em documento de informações que seja destinado a fazer
prova perante a Previdência Social, pessoa que pos- sua a qualidade de
segurado obrigatório.

e) crime de falsificação de documento público, por equiparação.

QUESTÃO 05 - ADAPTADA - JUIZ - TRT-6ªREGIÃO - 2013

Segundo a legislação penal, aquele que, na folha de pagamento, insere ou faz


inserir pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório, comete o
crime de:

a) falsificação de documento particular

b) falsificação de documento público.

c) atentado contra a liberdade de contrato de trabalho.

d) falsidade ideológica.

e) sonegação de contribuição previdenciária

QUESTÃO 06 - ADAPTADA - AGENTE - MPE-AM - 2013

A respeito do crime de falsificação de documento público, é correto afirmar:

a) Os documentos emanados de entidades paraestatais não se equiparam a


documento público.

b) Caracteriza-se a forma culposa do delito, quando o agente alterar documento


por equívoco e sem a intenção de prejudicar quem quer que seja.

45
DIREITO PENAL

c) É desnecessária para a caracterização desse delito que a falsificação


apresente a possibilidade de prejuízo.

d) O testamento particular equipara-se a documento público para os efeitos


penais.

e) Só o funcionário público pode ser sujeito ativo desse delito.

QUESTÃO 07 - ADAPTADA - AGENTE - SEFAZ-SP - 2013

Em relação ao delito de falsificação de documento público, é correto afirmar que

a) também o configura a falsificação do conteúdo do documento, embora


verdadeira a forma.

b) os títulos transmissíveis por endosso podem ser objeto material da infração.

c) a pena deve ser aumentada da sexta parte se o agente é funcionário público,


mesmo que não se prevaleça do cargo.

d) admite a forma culposa.

e) não é absorvido pelo estelionato, ainda que nele se exaure, sem mais
potencialidade lesiva, segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de
Justiça.

46
DIREITO PENAL

c. Revisão 02

QUESTÃO 08 - ADAPTADA - JUIZ - TRT - 1ªREGIÃO - 2012

Para efeitos penais, NÃO se equipara a documento público

a) o cheque.

b) o atestado médico particular.

c) a duplicata.

d) as ações de sociedade comercial.

e) a letra de câmbio.

QUESTÃO 09 - ADAPTADA - JUIZ - TRT - 4ªREGIÃO - 2012

Incorre nas penas cominadas ao delito de falsificação de documento público


quem

a) deixa de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da


empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo
empregador ou pelo tomador de serviços.

b) insere, em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado


com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou
diversa da que deveria ter constado.

c) omite, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações


pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais
previdenciárias.

d) omite de folha de pagamento da empresa ou de documentos de informações


previstos pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário,

47
DIREITO PENAL

trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe


prestem serviços.

e) insere, em documento particular, declaração falsa ou diversa da que devia


ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar verdade
sobre fato juridicamente relevante.

QUESTÃO 10 - ADAPTADA - AUDITOR - PREFEITURA-SP - 2012

No que concerne aos crimes contra a fé pública, é INCORRETO afirmar que

a) não há crime se a falsidade ideológica versar sobre fato juridicamente


irrelevante.

b) não há falsidade ideológica se o conteúdo da declaração retrata a opinião do


agente e não um fato.

c) para a caracterização do crime de falsidade ideológica basta a potencialidade


de um evento danoso.

d) o crime de falsificação de documento particular pode ser praticado na forma


dolosa ou culposa.

e) o testamento particular é considerado documento público para os efeitos


penais.

QUESTÃO 11 - ADAPTADA - ANALISTA - TRE-PE - 2011

O crime de uso de documento falso

a) só se caracteriza se a falsidade do documento for material.

b) é punível a título de culpa.

c) caracteriza-se independentemente do agente ter ciência da falsidade.

48
DIREITO PENAL

d) pode ser cometido com dolo eventual.

e) não pode ser cometido pelo autor da falsificação.

QUESTÃO 12 - ADAPTADA - PROCURADOR - TCE-SP - 2011

No crime de uso de documento falso,

a) a infração não se tipifica no caso de a falsidade do documento utilizado ser


meramente ideológica.

b) a pena cominada é sempre a mesma, independentemente da natureza do


documento.

c) há concurso com o delito de falso, se o agente que usa o documento é o


próprio responsável pela falsificação, segundo amplo entendimento
jurisprudencial.

d) o objeto material pode ser simples fotocópia falsificada, ainda que não
autenticada.

e) a consumação se dá com o efetivo uso do documento, não se exigindo


resultado naturalístico, já que se trata de delito formal.

QUESTÃO 13 - ADAPTADA - PROCURADOR - TCE-SP - 2011

No crime de falsificação de documento público,

a) ser o agente funcionário público é causa de aumento da pena, ainda que não
se tenha prevalecido do cargo.

b) a forma do documento é verdadeira, mas seu conteúdo é falso.

c) o objeto material pode ser testamento particular.

d) a falsificação deve ser integral, não se punindo a meramente parcial.

49
DIREITO PENAL

e) não basta para a tipificação da infração a alteração de documento público


verdadeiro.

QUESTÃO 14 - ADAPTADA - ANALISTA - TRF - 2011

Aquele que falsifica a assinatura de avalista numa nota promissória, da qual é


credor, responderá pelo crime de

a) falsa identidade.

b) falsidade ideológica.

c) falsificação de documento particular.

d) falsificação de documento público.

e) uso de documento falso.

50
DIREITO PENAL

d. Revisão 03

QUESTÃO 15 - ADAPTADA - PROCURADOR - TCE-AP - 2010

Constituem objeto material do delito de falsificação de documento público:

a) as letras de câmbio, mas não o testamento particular.

b) o cheque e o testamento particular.

c) os emanados de entidade paraestatal, mas não as ações de sociedade


mercantil.

d) os livros mercantis, mas não a duplicata.

e) as notas promissórias, mas não o warrant.

QUESTÃO 16 - ADAPTADA - PROCURADOR - TCE-RO - 2010

Inserir ou fazer inserir em documento contábil ou em qualquer outro


documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência
social declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado, tipifica delito

a) contra a ordem tributária.

b) contra a fé pública.

c) praticado por particular contra a administração em geral.

d) contra a administração da justiça.

e) contra as finanças públicas.

QUESTÃO 17 - ADAPTADA - ANALISTA - TRF - 2010

51
DIREITO PENAL

Mário falsificou, em parte, testamento particular. Neste caso, Mário

a) cometeu crime de falsidade ideológica.

b) cometeu crime de falsificação de documento público.

c) não cometeu crime tipificado no Código Penal Brasileiro.

d) cometeu crime de falsificação de documento particular.

e) cometeu crime de supressão de documento.

QUESTÃO 18 - ADAPTADA - PROCURADOR - TCE-GO - 2009

Considere:

I. Carta dirigida ao chefe de repartição pública.

II. Cheque.

III. Testamento particular.

IV. Livro Mercantil.

Equiparam-se a documento público, para os efeitos penais, os indicados


APENAS em:

A) I e III.

B) I, II e IV.

C) I e IV.

D) II e III.

E) II, III e IV.

QUESTÃO 19 - ADAPTADA - PROCURADOR - TCE-SP - 2008

52
DIREITO PENAL

João alterou documento verdadeiro emanado de entidade paraestatal. João


responderá por crime de:

A) falsificação de documento público.

B) falsificação de documento particular.

C) falsidade ideológica.

D) falsificação de selo ou sinal público.

E) supressão de documento.

QUESTÃO 20 - ADAPTADA - PROCURADOR - MPE-PE - 2008

A conduta do agente que altera, em parte, testamento particular, configura


crime de:

A) corrupção ativa.

B) falsificação de documento particular.

C) corrupção passiva.

D) favorecimento pessoal.

E) falsificação de documento público.

QUESTÃO 21 - ADAPTADA

O crime de ordenação de despesa não autorizada pode ser praticado na


modalidade dolosa ou culposa.

53
DIREITO PENAL

QUESTÃO 22 - ADAPTADA

Tipifica crime contra as finanças públicas ordenar, autorizar ou executar ato que
acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos 180 dias anteriores ao
final do mandato ou legislatura.

QUESTÃO 23 - ADAPTADA

O crime de contratação de operação de crédito - "Ordenar, autorizar ou realizar


operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização legislativa" -
pode ser classificado como crime próprio.

QUESTÃO 24 - ADAPTADA

Para que se caracterize a prática do crime de lavagem, é necessário que o


agente percorra todas as etapas, que são a colocação ou introdução do bem,
direito ou valor no sistema financeiro, seguida da ocultação ou dissimulação
desse bem, direito ou valor e a sua integração ao sistema econômico.

QUESTÃO 25 - ADAPTADA

Nos termos da Lei n.º 9.613/1998, a qual versa sobre delitos de lavagem ou
ocultação de bens, direitos e valores, configura crime ocultar ou dissimular a
natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de

54
DIREITO PENAL

bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de qualquer


infração penal.

55
DIREITO PENAL

e. Mapa Mental

CRIMES CONTRA AS FINANÇAS PÚBLICAS

CRIME CONDUTA OBSERVAÇÕES

Ordenar, autorizar ou realizar Incide na mesma pena quem


operação de crédito, interno ordena, autoriza ou realiza
ou externo, sem prévia operação de crédito, interno ou
externo:
autorização legislativa.
I – com inobservância de limite,
CONTRATAÇÃO DE condição ou montante
OPERAÇÃO DE estabelecido em lei ou em
resolução do Senado Federal;
CRÉDITO
II – quando o montante da
dívida consolidada ultrapassa o
limite máximo autorizado por
lei.

Ordenar ou autorizar a RESTOS A PAGAR


inscrição em restos a pagar, Dentre as várias limitações à
de despesa que não tenha sido atividade administrativa
previamente empenhada ou impostas pela LRF, encontra-se
que exceda limite estabelecido a que veda o gestor público
em lei. contrair obrigação de despesa
que não possa ser cumprida
INSCRIÇÃO DE integralmente dentro de seu
DESPESAS NÃO mandato "ou que tenha parcelas
EMPENHADAS EM a serem pagas no exercício
seguinte sem que haja
RESTOS A PAGAR suficiente disponibilidade de
caixa para este efeito”.
Estas obrigações, denominadas
"restos a pagar", têm como raiz
a organização da atividade
financeira.

56
DIREITO PENAL

Ordenar ou autorizar a
assunção de obrigação, nos
dois últimos quadrimestres do
ASSUNÇÃO DE último ano do mandato ou
OBRIGAÇÃO NO legislatura, cuja despesa não
ÚLTIMO ANO DO possa ser paga no mesmo
MANDATO OU exercício financeiro ou, caso
LEGISLATURA reste parcela a ser paga no
exercício seguinte, que não
tenha contrapartida suficiente
de disponibilidade de caixa.

ORDENAÇÃO DE Ordenar despesa não


DESPESA NÃO autorizada por lei.
AUTORIZADA

Prestar garantia em operação


de crédito sem que tenha sido
PRESTAÇÃO DE constituída contragarantia em
GARANTIA valor igual ou superior ao valor
GRACIOSA da garantia prestada, na forma
da lei.

Deixar de ordenar, de
NÃO autorizar ou de promover o
cancelamento do montante de
CANCELAMENTO DE
restos a pagar inscrito em
RESTOS A PAGAR valor superior ao permitido em
lei.

AUMENTO DE Ordenar, autorizar ou executar


DESPESA TOTAL ato que acarrete aumento de
despesa total com pessoal, nos
COM PESSOAL NO
cento e oitenta dias anteriores
ÚLTIMO ANO DO
ao final do mandato ou da
MANDATO OU legislatura.
LEGISLATURA

Ordenar, autorizar ou
OFERTA PÚBLICA
promover a oferta pública ou a
OU COLOCAÇÃO DE
colocação no mercado

57
DIREITO PENAL

TÍTULOS NO financeiro de títulos da dívida


MERCADO pública sem que tenham sido
criados por lei ou sem que
estejam registrados em
sistema centralizado de
liquidação e de custódia.

58
DIREITO PENAL

f. Mapa Mental 02

59
DIREITO PENAL

g. Normas utilizadas

CAPÍTULO III
DA FALSIDADE DOCUMENTAL
Falsificação do selo ou sinal público
Art. 296 - Falsificar, fabricando-os ou alterando-os:
I - selo público destinado a autenticar atos oficiais da União, de Estado ou de
Município;
II - selo ou sinal atribuído por lei a entidade de direito público, ou a
autoridade, ou sinal público de tabelião:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Incorre nas mesmas penas:
I - quem faz uso do selo ou sinal falsificado;
II - quem utiliza indevidamente o selo ou sinal verdadeiro em prejuízo de
outrem ou em proveito próprio ou alheio.
III - quem altera, falsifica ou faz uso indevido de marcas, logotipos, siglas ou
quaisquer outros símbolos utilizados ou identificadores de órgãos ou entidades
da Administração Pública. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 2º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
Falsificação de documento público
Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar
documento público verdadeiro:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.
§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do
cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.
§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado
de entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as
ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.
§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000)

60
DIREITO PENAL

I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja


destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a
qualidade de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em
documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração
falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)
III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado
com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa
ou diversa da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)
§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no
§ 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do
contrato de trabalho ou de prestação de serviços.
Falsificação de documento particular
Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar
documento particular verdadeiro:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.
Falsificação de cartão
Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento
particular o cartão de crédito ou débito.
Falsidade ideológica
Art. 299 - Omitir, em documento público ou particular, declaração que dele
devia constar, ou nele inserir ou fazer inserir declaração falsa ou diversa da
que devia ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou
alterar a verdade sobre fato juridicamente relevante:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público, e
reclusão de um a três anos, e multa, se o documento é particular.
Parágrafo único - Se o agente é funcionário público, e comete o crime
prevalecendo-se do cargo, ou se a falsificação ou alteração é de assentamento
de registro civil, aumenta-se a pena de sexta parte.
Falso reconhecimento de firma ou letra

61
DIREITO PENAL

Art. 300 - Reconhecer, como verdadeira, no exercício de função pública, firma


ou letra que o não seja:
Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é público; e de
um a três anos, e multa, se o documento é particular.
Certidão ou atestado ideologicamente falso
Art. 301 - Atestar ou certificar falsamente, em razão de função pública, fato ou
circunstância que habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de
serviço de caráter público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de dois meses a um ano.
Falsidade material de atestado ou certidão
§ 1º - Falsificar, no todo ou em parte, atestado ou certidão, ou alterar o teor
de certidão ou de atestado verdadeiro, para prova de fato ou circunstância que
habilite alguém a obter cargo público, isenção de ônus ou de serviço de caráter
público, ou qualquer outra vantagem:
Pena - detenção, de três meses a dois anos.
§ 2º - Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se, além da pena
privativa de liberdade, a de multa.
Falsidade de atestado médico
Art. 302 - Dar o médico, no exercício da sua profissão, atestado falso:
Pena - detenção, de um mês a um ano.
Parágrafo único - Se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também
multa.
Reprodução ou adulteração de selo ou peça filatélica
Art. 303 - Reproduzir ou alterar selo ou peça filatélica que tenha valor para
coleção, salvo quando a reprodução ou a alteração está visivelmente anotada
na face ou no verso do selo ou peça:
Pena - detenção, de um a três anos, e multa.
Parágrafo único - Na mesma pena incorre quem, para fins de comércio, faz uso
do selo ou peça filatélica.
Uso de documento falso

62
DIREITO PENAL

Art. 304 - Fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados, a que se
referem os arts. 297 a 302:
Pena - a cominada à falsificação ou à alteração.
Supressão de documento
Art. 305 - Destruir, suprimir ou ocultar, em benefício próprio ou de outrem, ou
em prejuízo alheio, documento público ou particular verdadeiro, de que não
podia dispor:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa, se o documento é público, e
reclusão, de um a cinco anos, e multa, se o documento é particular.

63
DIREITO PENAL

h. Gabarito

1 2 3 4 5

D B B E B

6 7 8 9 10

D B B B D

11 12 13 14 15

D E C D B

16 17 18 19 20

B B E A E

21 22 23 24 25

E C C E C

64
DIREITO PENAL

i. Breves comentários às questões

QUESTÃO 01 - ADAPTADA - ANALISTA - TRE-AP - 2015

Sobre os crimes de falsidade documental é INCORRETO afirmar:

a) Está sujeito às penas do crime de falsificação de documento público quem


insere na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado declaração
diversa da que deveria ter sido escrita.

b) Equipara-se a documento particular para caracterização do crime de


falsificação de documento particular o cartão de crédito ou débito.

c) No caso de falsidade ideológica se o agente é funcionário público e falsifica


assentamento de registro civil aumenta-se a pena cominada ao delito de sexta
parte.

d) O médico que dá, no exercício de sua profissão, atestado falso está sujeito
ao crime de falsidade de atestado médico com pena de detenção de um mês a
um ano majorada de 1/3 se o crime for cometido com intuito de lucro.

e) O testamento particular e as ações de sociedade comercial equiparam-se a


documento público para caracterização do crime de falsificação de documento
público.

Nos termos do art. 302, do CP, que define o crime de falsidade de atestado
médico, se o crime é cometido com o fim de lucro, aplica-se também multa e
não majoração na pena de detenção de um mês a um ano.

65
DIREITO PENAL

QUESTÃO 02 - ADAPTADA - JUIZ - TRT - 2015

Alfredo, de posse de cheque em branco do empregador, falsifica a assinatura


deste no título e o utiliza na compra de determinado bem, obtendo vantagem
ilícita em prejuízo do comerciante. Na hipótese, segundo entendimento
sumulado do Superior Tribunal de Justiça, Alfredo responde por

a) falsificação de documento público e estelionato, em concurso formal.

b) estelionato, apenas.

c) falsificação de documento público e estelionato, em concurso material.

d) estelionato e falsificação de documento particular, em concurso formal.

e) falsificação de documento público, apenas.

Nos termos da súmula nº 17, do STJ, quando o falso se exaure no estelionato,


sem mais potencialidade lesiva, é por este absorvido.

QUESTÃO 03 - ADAPTADA - JUIZ - TJ-GO - 2015

Falsificar cartão de crédito ou débito é

a) conduta atípica.

b) crime de falsificação de documento particular.

c) crime de falsa identidade.

d) crime de falsidade ideológica.

Questão que exige do candidato o conhecimento do artigo 298, parágrafo único,


do Código Penal:

66
DIREITO PENAL

Art. 298 - Falsificar, no todo ou em parte, documento particular ou alterar


documento particular verdadeiro:

Pena - reclusão, de um a cinco anos, e multa.

Falsificação de cartão

Parágrafo único. Para fins do disposto no caput, equipara-se a documento


particular o cartão de crédito ou débito.

QUESTÃO 04 - ADAPTADA - ANALISTA - TJ-AP - 2014

Com relação ao crime de falsificação de documento público, é INCORRETO


afirmar:

a) Equipara-se a documento público o emanado de entidade paraestatal, o


título ao portador ou transmissível por endosso, as ações de sociedade
comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

b) Se o sujeito ativo for funcionário público e comete o crime prevalecendo-se


do cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

c) A pena é de reclusão, de dois a seis anos, e multa.

d) Incorre na mesma pena desse crime aquele que insere ou faz inserir na
Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em documento que
deva produzir efeito perante a Previdência Social, declaração falsa ou diversa da
que deveria ter sido escrita.

e) Incorre na mesma pena desse crime aquele que insere ou faz inserir na folha
de pagamento, ou em documento de informações que seja destinado a fazer
prova perante a Previdência Social, pessoa que possua a qualidade de segurado
obrigatório.

67
DIREITO PENAL

A questão diz que a pessoa que possua a qualidade de segurado obrigatório,


mas na verdade o certo é a pessoa que não possua a qualidade de segurado
obrigatório. (Art. 297 § 3º, I, do CP).

QUESTÃO 05 - ADAPTADA - JUIZ - TRT-6ªREGIÃO - 2013

Segundo a legislação penal, aquele que, na folha de pagamento, insere ou faz


inserir pessoa que não possua a qualidade de segurado obrigatório, comete o
crime de:

a) falsificação de documento particular

b) falsificação de documento público.

c) atentado contra a liberdade de contrato de trabalho.

d) falsidade ideológica.

e) sonegação de contribuição previdenciária

Questão que exige do candidato o conhecimento do art. 297, §3º, do CP. Não é
a primeira vez que a banca traz esse tipo de questão em que muitos candidatos
tendem a pensar na falsidade ideológica. Veja:

Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar


documento público verdadeiro:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do


cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de


entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as
ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

68
DIREITO PENAL

§ 3o Nas mesmas penas incorre quem insere ou faz inserir: (Incluído pela Lei
nº 9.983, de 2000)

I – na folha de pagamento ou em documento de informações que seja


destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a
qualidade de segurado obrigatório;(Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

II – na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em


documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração
falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita; (Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)

III – em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com


as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou
diversa da que deveria ter constado. (Incluído pela Lei nº 9.983, de 2000)

§ 4o Nas mesmas penas incorre quem omite, nos documentos mencionados no


§ 3o, nome do segurado e seus dados pessoais, a remuneração, a vigência do
contrato de trabalho ou de prestação de serviços.(Incluído pela Lei nº 9.983, de
2000)

QUESTÃO 06 - ADAPTADA - AGENTE - MPE-AM - 2013

A respeito do crime de falsificação de documento público, é correto afirmar:

a) Os documentos emanados de entidades paraestatais não se equiparam a


documento público.

b) Caracteriza-se a forma culposa do delito, quando o agente alterar documento


por equívoco e sem a intenção de prejudicar quem quer que seja.

c) É desnecessária para a caracterização desse delito que a falsificação


apresente a possibilidade de prejuízo.

69
DIREITO PENAL

d) O testamento particular equipara-se a documento público para os efeitos


penais.

e) Só o funcionário público pode ser sujeito ativo desse delito.

Nos termos do art. 297, §2º, do CP, para os efeitos penais, equiparam-se a
documento público o emanado de entidade paraestatal, o título ao portador ou
transmissível por endosso, as ações de sociedade comercial, os livros mercantis
e o testamento particular.

QUESTÃO 07 - ADAPTADA - AGENTE - SEFAZ-SP - 2013

Em relação ao delito de falsificação de documento público, é correto afirmar que

a) também o configura a falsificação do conteúdo do documento, embora


verdadeira a forma.

b) os títulos transmissíveis por endosso podem ser objeto material da infração.

c) a pena deve ser aumentada da sexta parte se o agente é funcionário público,


mesmo que não se prevaleça do cargo.

d) admite a forma culposa.

e) não é absorvido pelo estelionato, ainda que nele se exaure, sem mais
potencialidade lesiva, segundo entendimento sumulado do Superior Tribunal de
Justiça.

Exige do candidato o conhecimento do art. 297, §2º, do CP:

Falsificação de documento público

70
DIREITO PENAL

Art. 297, CP - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar


documento público verdadeiro:

Pena - reclusão, de dois a seis anos, e multa.

§ 1º - Se o agente é funcionário público, e comete o crime prevalecendo-se do


cargo, aumenta-se a pena de sexta parte.

§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de


entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as
ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

QUESTÃO 08 - ADAPTADA - JUIZ - TRT - 1ªREGIÃO - 2012

Para efeitos penais, NÃO se equipara a documento público

a) o cheque.

b) o atestado médico particular.

c) a duplicata.

d) as ações de sociedade comercial.

e) a letra de câmbio.

Questão que exige do candidato o conhecimento do art. 297, do CP:

Art. 297 – Falsificar, no todo ou em parte, documento público (é aquele


elaborado por funcionário público, de acordo com as formalidades legais, no
desempenho de suas funções – ex.: RG, CIC, CNH, Carteira Funcional,
Certificado de Reservista, Título de Eleitor, escritura pública etc.), ou alterar
documento público verdadeiro:

(...)

71
DIREITO PENAL

§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de


entidade paraestatal (autarquias, empresas públicas, sociedade de economia
mista, fundações instituídas pelo Poder Público), o título ao portador ou
transmissível por endosso (cheque, nota promissória, duplicata etc.), as ações
de sociedade comercial(sociedades anônimas ou em comandita por ações), os
livros mercantis(utilizados pelos comerciantes para registro dos atos de
comércio) e o testamento particular (aquele escrito pessoalmente pelo
testador).

QUESTÃO 09 - ADAPTADA - JUIZ - TRT - 4ªREGIÃO - 2012

Incorre nas penas cominadas ao delito de falsificação de documento público


quem

a) deixa de lançar mensalmente nos títulos próprios da contabilidade da


empresa as quantias descontadas dos segurados ou as devidas pelo
empregador ou pelo tomador de serviços.

b) insere, em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado


com as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou
diversa da que deveria ter constado.

c) omite, total ou parcialmente, receitas ou lucros auferidos, remunerações


pagas ou creditadas e demais fatos geradores de contribuições sociais
previdenciárias.

d) omite de folha de pagamento da empresa ou de documentos de informações


previstos pela legislação previdenciária segurados empregado, empresário,
trabalhador avulso ou trabalhador autônomo ou a este equiparado que lhe
prestem serviços.

72
DIREITO PENAL

e) insere, em documento particular, declaração falsa ou diversa da que devia


ser escrita, com o fim de prejudicar direito, criar obrigação ou alterar verdade
sobre fato juridicamente relevante.

Questão que exige do candidato o conhecimento das figuras típicas previstas no


Código Penal:

Alternativa “A”  Art.337-A, II, CP: Sonegação de Contribuição Previdenciária.

Alternativa “B”  Art. 297, §3º, III, CP: Falsificação de documento público.

Alternativa “C”  Art. 337-A, III, CP: Sonegação de Contribuição


Previdenciária.

Alternativa “D”  Art. 337-A, I, CP: Sonegação de Contribuição Previdenciária.

Alternativa “E”  Art. 299, CP: Falsidade Ideológica

QUESTÃO 10 - ADAPTADA - AUDITOR - PREFEITURA-SP - 2012

No que concerne aos crimes contra a fé pública, é INCORRETO afirmar que

a) não há crime se a falsidade ideológica versar sobre fato juridicamente


irrelevante.

b) não há falsidade ideológica se o conteúdo da declaração retrata a opinião do


agente e não um fato.

c) para a caracterização do crime de falsidade ideológica basta a potencialidade


de um evento danoso.

d) o crime de falsificação de documento particular pode ser praticado na forma


dolosa ou culposa.

73
DIREITO PENAL

e) o testamento particular é considerado documento público para os efeitos


penais.

O dolo é elemento subjetivo exigido para a configuração de falsidade ideológica,


não havendo previsão na modalidade de natureza culposa.

QUESTÃO 11 - ADAPTADA - ANALISTA - TRE-PE - 2011

O crime de uso de documento falso

a) só se caracteriza se a falsidade do documento for material.

b) é punível a título de culpa.

c) caracteriza-se independentemente do agente ter ciência da falsidade.

d) pode ser cometido com dolo eventual.

e) não pode ser cometido pelo autor da falsificação.

Como vimos, o uso de documento falso caracteriza um crime praticado contra a


fé pública.

O elemento subjetivo exigido é o dolo, consubstanciado na vontade livre e


consciente de fazer uso de qualquer dos papéis falsificados ou alterados a que
se refere o artigo 291 a 302.

É necessário que o agente tenha ciência da falsidade do documento, do


contrário o fato é atípico por ausência de dolo. Para Noronha e Hungria, a
dúvida quanto a falsidade (dolo eventual) não exclui o crime.

74
DIREITO PENAL

QUESTÃO 12 - ADAPTADA - PROCURADOR - TCE-SP - 2011

No crime de uso de documento falso,

a) a infração não se tipifica no caso de a falsidade do documento utilizado ser


meramente ideológica.

b) a pena cominada é sempre a mesma, independentemente da natureza do


documento.

c) há concurso com o delito de falso, se o agente que usa o documento é o


próprio responsável pela falsificação, segundo amplo entendimento
jurisprudencial.

d) o objeto material pode ser simples fotocópia falsificada, ainda que não
autenticada.

e) a consumação se dá com o efetivo uso do documento, não se exigindo


resultado naturalístico, já que se trata de delito formal.

Alternativa “A”  Errada  O uso de documento falso é crime remetido,


uma vez que a descrição típica se integra pela menção a outros tipos legais.
Assim, caracteriza o crime o uso de quaisquer dos documentos falsos descritos
nos art. 297 a 302 do CP, como, por exemplo, do documento material ou
ideologicamente falso.

Alternativa “B”  Errada  A penalização dependerá da natureza do


documento.

Alternativa “C”  Errada  O uso dos papéis falsificados, quando praticado


pelo próprio autor da falsificação, configura, ‘post factum’ não punível, ou seja,
mero exaurimento do crime.

Alternativa “D”  Errada  Exige-se a utilização do documento, não


caracterizando o crime o uso de fotocópia ou cópia.

75
DIREITO PENAL

Alternativa “E”  Correta.

QUESTÃO 13 - ADAPTADA - PROCURADOR - TCE-SP - 2011

No crime de falsificação de documento público,

a) ser o agente funcionário público é causa de aumento da pena, ainda que não
se tenha prevalecido do cargo.

b) a forma do documento é verdadeira, mas seu conteúdo é falso.

c) o objeto material pode ser testamento particular.

d) a falsificação deve ser integral, não se punindo a meramente parcial.

e) não basta para a tipificação da infração a alteração de documento público


verdadeiro.

Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de


entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as
ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

QUESTÃO 14 - ADAPTADA - ANALISTA - TRF - 2011

Aquele que falsifica a assinatura de avalista numa nota promissória, da qual é


credor, responderá pelo crime de

a) falsa identidade.

b) falsidade ideológica.

c) falsificação de documento particular.

d) falsificação de documento público.

76
DIREITO PENAL

e) uso de documento falso.

Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de


entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as
ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

QUESTÃO 15 - ADAPTADA - PROCURADOR - TCE-AP - 2010

Constituem objeto material do delito de falsificação de documento público:

a) as letras de câmbio, mas não o testamento particular.

b) o cheque e o testamento particular.

c) os emanados de entidade paraestatal, mas não as ações de sociedade


mercantil.

d) os livros mercantis, mas não a duplicata.

e) as notas promissórias, mas não o warrant.

Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de


entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as
ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

OBSERVAÇÃO: WARRANT é o instrumento equiparado e considerado com título


de crédito, endossável, que se emite, sob garantia pignoratícia, juntamente
com o conhecimento de depósito de mercadorias nos armazéns-gerais.

77
DIREITO PENAL

QUESTÃO 16 - ADAPTADA - PROCURADOR - TCE-RO - 2010

Inserir ou fazer inserir em documento contábil ou em qualquer outro


documento relacionado com as obrigações da empresa perante a previdência
social declaração falsa ou diversa da que deveria ter constado, tipifica delito

a) contra a ordem tributária.

b) contra a fé pública.

c) praticado por particular contra a administração em geral.

d) contra a administração da justiça.

e) contra as finanças públicas.

A conduta descrita no enunciado da questão está tipificada no art. 297, §3º, III
do Código Penal e caracteriza crime contra a fé pública.

QUESTÃO 17 - ADAPTADA - ANALISTA - TRF - 2010

Mário falsificou, em parte, testamento particular. Neste caso, Mário

a) cometeu crime de falsidade ideológica.

b) cometeu crime de falsificação de documento público.

c) não cometeu crime tipificado no Código Penal Brasileiro.

d) cometeu crime de falsificação de documento particular.

e) cometeu crime de supressão de documento.

78
DIREITO PENAL

Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de


entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as
ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

QUESTÃO 18 - ADAPTADA - PROCURADOR - TCE-GO - 2009

Considere:

I. Carta dirigida ao chefe de repartição pública.

II. Cheque.

III. Testamento particular.

IV. Livro Mercantil.

Equiparam-se a documento público, para os efeitos penais, os indicados


APENAS em:

A) I e III.

B) I, II e IV.

C) I e IV.

D) II e III.

E) II, III e IV.

Conforme o parágrafo 2º, do art. 297, do Código Penal, os livros mercantis, o


testamento particular e os títulos transmissíveis por endosso, como o cheque e
a nota promissória, por exemplo, são equiparados a documentos públicos para
fins penais, o que tornam corretos os itens II, III, IV.

O disposto no item I: “Carta dirigida ao chefe de repartição pública”, não é e


nem equipara-se a documento público, o que torna correta a alternativa “E”.

79
DIREITO PENAL

QUESTÃO 19 - ADAPTADA - PROCURADOR - TCE-SP - 2008

João alterou documento verdadeiro emanado de entidade paraestatal. João


responderá por crime de:

A) falsificação de documento público.

B) falsificação de documento particular.

C) falsidade ideológica.

D) falsificação de selo ou sinal público.

E) supressão de documento.

O crime de falsificação de documento público encontra previsão no art. 297, do


Código Penal, nos seguintes termos:

Art. 297 - Falsificar, no todo ou em parte, documento público, ou alterar


documento público verdadeiro.

Segundo o parágrafo 2º, do supracitado artigo, para os efeitos penais


equiparam-se a documento público:

1. O emanado de entidade paraestatal;

2. O título ao portador ou transmissível por endosso;

3. As ações de sociedade comercial;

4. Os livros mercantis ; e

5. O testamento particular.

Estes documentos equiparados a documentos públicos são constantemente


exigidos em provas e o conhecimento é essencial. Como a questão trata da
falsificação de documento emanado de entidade paraestatal e este equipara-se
a documento público, a resposta da questão é a alternativa “A”.

80
DIREITO PENAL

Complementando o tema:

Comete este crime também quem insere ou faz inserir:

1. Na folha de pagamento ou em documento de informações que seja


destinado a fazer prova perante a previdência social, pessoa que não possua a
qualidade de segurado obrigatório;

2. Na Carteira de Trabalho e Previdência Social do empregado ou em


documento que deva produzir efeito perante a previdência social, declaração
falsa ou diversa da que deveria ter sido escrita;

3. Em documento contábil ou em qualquer outro documento relacionado com


as obrigações da empresa perante a previdência social, declaração falsa ou
diversa da que deveria ter constado.

Também incide no tipo penal definidor da falsificação de documento público


quem omite, nos documentos mencionados acima, nome do segurado e seus
dados pessoais, a remuneração, a vigência do contrato de trabalho ou de
prestação de serviços.

Para efeitos penais, documento público é todo documento expedido na forma


prescrita em lei, por funcionário público no exercício de suas atribuições. Sendo
assim, são considerados documentos públicos, por exemplo, as cópias
autenticadas, as certidões e as fotocópias autenticadas ou conferidas com os
documentos originais.

QUESTÃO 20 - ADAPTADA - PROCURADOR - MPE-PE - 2008

A conduta do agente que altera, em parte, testamento particular, configura


crime de:

A) corrupção ativa.

B) falsificação de documento particular.

81
DIREITO PENAL

C) corrupção passiva.

D) favorecimento pessoal.

E) falsificação de documento público.

Conforme o parágrafo 2º, do art. 297, do Código Penal, o testamento particular


equipara-se a documento público.

§ 2º - Para os efeitos penais, equiparam-se a documento público o emanado de


entidade paraestatal, o título ao portador ou transmissível por endosso, as
ações de sociedade comercial, os livros mercantis e o testamento particular.

QUESTÃO 21 - ADAPTADA

O crime de ordenação de despesa não autorizada pode ser praticado na


modalidade dolosa ou culposa.

Errada. O art. 359-B não prevê a modalidade culposa.

QUESTÃO 22 - ADAPTADA

Tipifica crime contra as finanças públicas ordenar, autorizar ou executar ato que
acarrete aumento de despesa total com pessoal, nos 180 dias anteriores ao
final do mandato ou legislatura.

Certa. Trata-se de crime previsto no Código Penal.

82
DIREITO PENAL

QUESTÃO 23 - ADAPTADA

O crime de contratação de operação de crédito - "Ordenar, autorizar ou realizar


operação de crédito, interno ou externo, sem prévia autorização legislativa" -
pode ser classificado como crime próprio.

Certa. Os crimes contra as finanças são crimes funcionais (Crime Próprio), pois
exige da qualidade de funcionário público para a prática do delito ou a
qualidade de detentor de mandato.

QUESTÃO 24 - ADAPTADA

Para que se caracterize a prática do crime de lavagem, é necessário que o


agente percorra todas as etapas, que são a colocação ou introdução do bem,
direito ou valor no sistema financeiro, seguida da ocultação ou dissimulação
desse bem, direito ou valor e a sua integração ao sistema econômico.

Errada. Segundo entendimento doutrinário e jurisprudencial não é necessário


que percorras as três fases.

QUESTÃO 25 - ADAPTADA

Nos termos da Lei n.º 9.613/1998, a qual versa sobre delitos de lavagem ou
ocultação de bens, direitos e valores, configura crime ocultar ou dissimular a
natureza, origem, localização, disposição, movimentação ou propriedade de
bens, direitos ou valores provenientes, direta ou indiretamente, de qualquer
infração penal.

83
DIREITO PENAL

Certa. A Lei de Lavagem, atualmente, adotou a lei de terceira geração, uma vez
que com a alteração da Lei 12.683/12 admite-se qualquer infração penal
antecedente para a configuração do crime de lavagem.

84

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