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LIVRO

“A Santíssima Trindade é a melhor comunidade” de Leonardo Boff. 12a Edição,


Petrópolis, RJ: Editora Vozes, 2011. 168 pp.
AUTOR
Leonardo Boff, nasceu em Santa Catarina em 1938, “ingressou na Ordem dos
Frades Menores em 1959 e foi ordenado sacerdote em 1964. Em 1970, doutorou-se em
Filosofia e Teologia na Universidade de Munique, Alemanha. Lecionou Teologia
Sistemática e Ecumênica no Instituto Teológico Franciscano em Petrópolis - RJ”1. Foi
editor de revistas teológicas e autor de mais de 60 livros. É defensor da Teologia da
Libertação.

DESENVOLVIMENTO
A metade da resenha apresenta um resumo do livro
Boff começa o livro sobre a Trindade com a tese que o Deus Triúno é um
modelo de comunhão que deve ser seguido como paradigma para acabar com a
desigualdade. Assim argumenta:
“Que querem, finalmente, os pobres? Querem mais do que simplesmente o pão, a casa
e o trabalho. Querem uma sociedade que se organize de tal forma que todos com seu
trabalho possam ganhar o seu pão e construir a sua casa. E uma tal sociedade somente
surgirá caso se estruturar sobre a participação do maior número possível de seus
membros, caso se dispuser a superar as desigualdades sociais, quando se propuser a
respeitar as diferenças e decidir realizar a comunhão entre todos e com o Destino
transcendente da história.” (Boff pp.20-21)

Para desenvolver sua tese, Boff argumenta em favor da Trindade e contrasta-a


com modelos de liderança política, eclesiástica e social, ou seja, em todas as esferas
humanas. Assim, afirma que a resolução para o problema da desigualdade, qualquer
que seja, é seguir este modelo mais igualitário no qual todos buscam a comunhão que
sempre houve na Trindade, da qual todos os seres humanos se derivam.
Em seguida a apresentação de sua tese, Boff faz uma defesa da trindade ao
mesmo tempo que expõe certos erros sobre o assunto ao longo da história.
Ele também faz relações entre o ser humano, a família, a sociedade, a igreja e o
mundo com a trindade, entendendo que cada uma dessas “esferas” comunica o Deus
Trino.
No capítulo cinco, Boff aborda a comunhão que há na vida e no amor da
Trindade. O Deus Trino é a vida de um para com o outro. Tem Seu inter-
relacionamento compartilhando entre Si, conquanto são distintos. Sempre existiram
unidos. E, apesar de se expressarem como masculinos, o Deus Trino é “masculino e
feminino”, o que seria demonstrado em ações divinas próprias de mãe. Deles emanam
igualmente todas as coisas.
No capítulo VI Boff propõe tanto a sociedade como a igreja sejam mais
parecidas com a Trindade, com um modelo de liderança norteado pela consideração,
pelo respeito mútuo e participação mútua.
Nos próximos três capítulos Boff se propõe a uma abordagem separada de cada
Pessoa da Trindade, o Pai, o Filho e o Espírito relacionando-Os às mudanças que
entende ser necessárias nas esferas da sociedade, mas sempre focalizando nos

1 https://pt.wikipedia.org/wiki/Leonardo_Boff
injustiçados e marginalizados. Uma ênfase no suposto aspecto feminino da Trindade é
afirmado também aqui para extrair toda e qualquer possibilidade e realidade de
considerar a mulher como intrinsecamente inferior e nivelar valores.

Positivamente Boff propõe a Trindade como modelo para os relacionamentos.


Ele motiva um respeito mútuo e cuidado altruísta. Boff também é feliz, embora nem
sempre preciso biblicamente, em sua tentativa demonstrar que pessoa, família,
sociedade e igreja são reflexos da Trindade, uma vez que todo homem foi criado a
imagem de Deus. Concordo com o fato de o capitalismo e o socialismo não estarem
certos, uma vez que tanto a diversidade quanto a unidade são modelo da Trindade.

Embora o livro de Boff traga muitos problemas teológicos, alguns deles apenas
serão destacados aqui. É de se observar que Boff, como esperado, tem um conceito
errôneo sobre Soteriologia, já que, para ele, todos são “templo da Santíssima
Trindade”. Sua veneração a Maria, como elevada “à altura do divino” faz a ponte entre
o Deus Trino e o ser humano.
E, apesar da família ser um reflexo da Trindade, Boff exagera na analogia,
acrescentando um filho para esse reflexo ser completo, quando as Escrituras afirmam
que marido e esposa são uma só carne, e isso já reflete a Trindade.
Sua ênfase no suposto aspecto feminino da Trindade, embora tenha a intenção
de promover igualdade de valor, não há precedente bíblico algum.

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