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RESUMO: Este trabalho tem como objetivo mostrar a concepção de Estado em Maquiavel e Hegel.
Maquiavel tinha um grande desejo estabelecer uma nação italiana única e inteiramente independente
da Igreja. Ao pensar o Estado o florentino vai ser o primeiro pensador a romper com a tradição. O Estado
seria a única instituição que poderia garantir a liberdade tanto internamente quanto externamente. Para
realizar estes fins, o príncipe tinha o direito de usar os meios que fossem necessários, ate mesmo a
força, pois ele é soberano para agir. No caso de Hegel, o Estado é uma ideia racional que tem como
principio o universal. Assim como em Maquiavel, Hegelpensa o Estado como o instrumento do universal
e não do particular. Também parece concordar com Maquiavel quanto a questão da soberania,
atribuindo ao príncipe a liberdade da ação. Como soberano o príncipe deve fazer de tudo para garantir a
permanência do Estado.
2. O ESTADO EM MAQUIAVEL
Como sei que muita gente já escreveu a respeito desta matéria, duvido que não
seja considerado presunçoso propondo-me examina-la também, tanto mais
quanto, ao tratar desse assunto, não me afastarei grandemente dos princípios
estabelecidos pelos outros. Todavia, como é meu intento escrever coisa útil para
os que se interessam, pareceu-me mais conveniente procurar a verdade pelo
efeito das coisas, do que pelo que delas se possa imaginar. E muita gente
imaginou republica e principados que nunca se viram nem jamais foram
reconhecidos como verdadeiros. Vai tanta diferença entre o como se vive e o
modo por que se deveria viver, que quem se preocupa com o que se deveria fazer
em vez do que se faz aprende antes a ruina própria, do que o modo de se
preservar; e um homem que quiser fazer profissão de bondade é natural que se
arruíne entre tantos que são maus. (O Príncipe, cap, XV)
3. ESTADO EM HEGEL
Para Hegel a racionalidade do Estado não é mais uma exigência, mas sim
uma realidade e também uma necessidade, pois só pela racionalidade o
Estado pode alcançar o universal, que é sua essência, “a essência do Estado é
universal em si e para si, a racionalidade do querer” (Hegel, § 537).
A noção de Estado hegeliana implica, por outro lado, a compreensão de
homem e dos elementos que expressam. Tais elementos são: o espirito
subjetivo que envolve o homem em sua interioridade, subjetividade, uma
realidade da psicologia humana como desejo, emoção, percepção, inteligência,
imaginação, memoria. São categorias que só se faz presente na interioridade
do homem enquanto individuo. O segundo elemento é o espirito objetivo, onde
o homem se exterioriza. Exteriorização que tem a ver com o que este homem
tem de comum com os outros homens. É o momento coletivo do homem,
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vem antes das partes. Esta referência a unidade não significa a anulação do
interesse particular enquanto tal, nem como inessencial face ao universal.
Quando o individuo cumpre seu dever perante o Estado (universalidade), ele
tem também a satisfação do interesse pessoal (pretensões individuais), na
medida em que recebe direitos dele. A particularidade não deve ser suprimida,
ao contrario, mantendo-se em concordância (particular e universal) teremos a
garantia de que ambos sejam efetivados.
Esta unidade do seu fim último universal e dos interesses particulares dos
indivíduos se expressa no fato de que tem deveres para com o Estado na
mesma medida em que tem direitos contra ele. Esta reciprocidade de direitos e
deveres, portanto, permite que o Estado constitua uma totalidade serena.
Segundo Strauss (2013, p. 659) a particularidade deve adaptar-se ao
universal e à vida coletiva, e a consciência critica não deve por em perigo a
existência de uma autoridade, de um governo, de um Estado organizado.
Na visão de Strauss (2013, p. 661) quando falamos em liberdade temos
que considerar que a mesma ocorreu no Estado moderno porque, por um lado,
o Estado desligou-se e manifestou diferentes momentos e aspectos da
liberdade (liberdade objetiva, liberdade subjetiva e assim por diante); e por
outro, uma vez que a liberdade é agora revelada como essência do homem,
todos os homens no Estado são e sabem que são nele, essencialmente livres.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Referência