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REGIME JURÍDICO ADMINISTRATIVO
- Confere prerrogativas (Princípio da Supremacia do Interesse Público sobre o Particular) e restrições (Pe-
rece da Indisponibilidade do Interesse Público) - São os SUPERPRINCÍPIOS, dos quais decorrem os outros
Princípios.
- Garrido Falla: Denomina tal circunstância de “o Binômio do direito administrativo” (prerrogativas e sujeições).
Maria Sylvia chama de “Bipolaridade do Direito Administrativo”.
Princípios decorrentes desses 02 (dois) Princípios (SUB-PRINCÍPIOS). Art. 37, caput, da CF: Princípios Cons-
titucionais da Legalidade, Impessoalidade, Moralidade, Publicidade e Eficiência.
LEGALIDADE. A Administração Pública só pode atuar conforme a lei, todas as suas atividades estão subordi-
nadas aos comandos legais. Diferentemente da Legalidade no âmbito do Direito Civil, onde o que não está proibi-
do está permitido (art.5°, II, CF). Por outro lado, na Legalidade Administrativa, o administrado só atuará com
prévia autorização legal, sem a qual a Administração não pode agir.
IMPESSOALIDADE (art. 37, § 1º, da CF). A Administração Pública tem que agir objetivamente em prol da
coletividade. Os atos de pessoalidade são vedados, o exercício da atividade administrativa é atribuição da Admi-
nistração e a ela são imputadas todas as condutas dos agentes públicos. Teoria do Servidor (agente público de
fato).
- As publicidades da Administração não poderão conter nomes de administradores ou gestores, serão meramen-
te informativas, educativas ou de orientação social.
- A Impessoalidade é um dos Princípios mais cobrados das provas de tribunais. Vejamos um exemplo.
1. (FCC - TRT - 16ª REGIÃO/MA - Analista Judiciário - Oficial de Justiça Avaliador) O Diretor Jurídico de uma
autarquia estadual nomeou sua companheira, Cláudia, para o exercício de cargo em comissão na mesma entida-
de. O Presidente da autarquia, ao descobrir o episódio, determinou a imediata demissão de Cláudia, sob pena de
caracterizar grave violação a um dos princípios básicos da Administração pública. Trata-se do princípio da
A) presunção de legitimidade.
B) publicidade.
C) motivação.
D) supremacia do interesse privado sobre o público.
E) impessoalidade.
MORALIDADE. Maurice Hauriou, 1927: noção de Administração proba, a Moralidade Administrativa seria um
conjunto de regras extraídas da boa e útil disciplina interna da Administração. Representa um conjunto de valores
que fixam um padrão de condutas que deve ser observado na atividade administrativa, no sentido de que ela atue
com retidão de caráter, ética, honestidade, decência, lealdade, boa-fé.
- Não basta que as atividades da Administração estejam de acordo com a lei, essas atuações têm que ser condu-
zidas com Lealdade, Ética e Probidade.
Art.5°, LXXIII da CF/88 Ação Popular para controlar a Moralidade Administrativa dos agentes públicos.
- Exceções: Assuntos que tratem da segurança nacional; certos interesses sociais, ou de foro íntimo (privacidade,
intimidade).
EFICIÊNCIA. Introduzido pela EC 19/98, antes já era Princípio Infraconstitucional. A atuação da Administração
deve ser:
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Rápida: Dinamismo, celeridade, descongestionar e desburocratizar.
Perfeita: Completa, satisfatória.
Rentável: ótima, máxima com menor custo.
Finalidade Pública Geral. Impõe que a atuação administrativa seja sempre voltada à coletividade, ao interes-
se público, nunca para atender interesses particulares.
Finalidade Pública Específica. Determinados atos devem atingir fins específicos. Se este ato é praticado para
atingir outro fim que não seja o seu fim específico, estará ferindo o Princípio da Finalidade Pública (desvio especí-
fico de finalidade).
Até que se prove o contrário os atos da Administração são legais e legítimos (presunção relativa, juris tantum).
Sua ilegalidade terá que ser provada, e até que se prove os atos serão válidos.
A Administração tem prerrogativa de controlar sua própria atuação para corrigir seus próprios atos. PODERÁ
anular o ato que ela mesma praticou, quando o ato estiver eivado de ilegalidade Súmula 346, STF: “A Admi-
nistração Pública pode declarar a nulidade de seus próprios atos”.
A Administração PODERÁ invalidar seus próprios atos eivados de ilegalidade (dos quais não se originam di-
reitos) e revogar atos por motivos de conveniência e oportunidade. Súmula 473, do STF: ”A Administração
pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem ilegais, porque deles não se originam
direitos, ou revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressal-
vada, em todos os casos, a apreciação judicial”.
Em todos esses casos de invalidação e revogação, o Poder Judiciário poderá ser provocado e deverá apreciar
os atos de invalidação e os de revogação. No entanto, a apreciação judicial restringe-se a aspectos formais, não
havendo controle de mérito, pois não se pode apreciar a conveniência e oportunidade da revogação. Daí o caráter
de não definitividade do autocontrole da Administração, que não faz coisa julgada.
Lei 9.784/99, art. 53 Processo Administrativo Federal: “A Administração DEVE ANULAR seus próprios
atos, quando eivados de vícios de legalidade e PODE REVOGÁ-LOS por motivos de conveniência ou oportunida-
de, respeitados os direitos adquiridos”.
Princípio da Motivação.
Em regra, a Administração deve enunciar as razões que a levaram a expedir determinado ato. Incisos IX e X,
do Estatuto da Magistratura: As decisões administrativas no exercício de função atípica do judiciário devem ser
fundamentadas.
Entende-se por Motivo a razão de fato ou de direito que autorizou ou determinou a prática de um ato. Já a
Motivação se trata da Exigência de explicitação, de enunciação dos motivos.
Exceções ao Princípio da Motivação: A Exoneração ad nutum, que se refere àquela aplicável aos ocupantes
de cargo em comissão, prescinde de motivação. Entretanto, se a Administração motivar ato que poderia não ser
motivado, estará vinculada aos motivos que explicitou. Os motivos vinculam todo o ato, e se não forem respeita-
dos, o ato poderá ser apreciado pelo Judiciário (Teoria dos Motivos Determinantes). Ex. agente destituído por
improbidade, esta deverá ser provada.
Os meios adotados pela Administração, voltados a atingir determinados fins, devem se apresentar como:
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c) Proporcionais, em Sentido Estrito (elemento da proporcionalidade ampla): a Administração deve promover
ponderação entre vantagens e desvantagens, entre o meio e o fim, de modo que haja mais vantagens que des-
vantagens, sob pena de desproporcionalidade do ato.
Princípio da Continuidade.
Estampado no art. 6º, §1º, da lei 8.987/95, define que a atuação administrativa deve ser ininterrupta.
Ressalva 1 – o servidor público tem direito de greve que será exercido nos termos de lei específica. Enquanto
não houver lei específica para regulamentação, fará greve nos moldes da Lei Geral de Greve, no entendimento do
STF.
É cediço que a lei de greve do serviço público ainda não foi regulamentada, mas, após o julgamento no STF do
mandado de injunção 708-DF, DJe 30/10/2008, determinou-se a aplicação das Leis ns. 7.701/1988 e 7.783/1989
enquanto persistir essa omissão quanto à existência de lei específica, nos termos previstos no art. 37, VII, da
CF/1988. Este Superior Tribunal, consequentemente, passou a ter competência para apreciar os processos relati-
vos à declaração sobre a paralisação do trabalho decorrente de greve de servidores públicos civis, bem como às
respectivas medidas acautelatórias, quando as greves forem nacionais ou abrangerem mais de uma unidade da
Federação. Também no citado mandado de injunção, o STF, ao interpretar o art. 7º da Lei n. 7.783/1989, enten-
deu que com a deflagração da greve ocorre a suspensão do contrato de trabalho. Assim, não devem ser pagos os
salários dos dias de paralisação, a não ser que a greve tenha sido provocada por atraso no pagamento ou por
outras situações excepcionais as quais possam justificar essa suspensão do contrato de trabalho. Anotou-se que,
reiteradas vezes, em casos análogos, o STF tem decidido no mesmo sentido. Na hipótese dos autos, os servido-
res em greve pertencentes à carreira da Previdência, da Saúde e do Trabalho buscam a criação de carreira exclu-
siva para o Ministério do Trabalho, disciplinada pela Lei n. 11.357/2006. Consta que os servidores somente defla-
graram a greve após ter sido frustrado o cumprimento do termo de acordo firmado, em 25/3/2008, entre as entida-
des sindicais representativas da classe e o Governo Federal, este representado por secretários. Para não ser
considerada ilegal a greve, antes de deflagrarem o movimento, expediram a comunicação e a devida notificação
extrajudicial ao Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão. Neste Superior Tribunal, em relação a
essa greve, foi interposta medida cautelar preparatória a dissídio coletivo sobre a paralisação do trabalho decor-
rente de greve e petição que cuida de dissídio coletivo, ambas ajuizadas pela Confederação dos Trabalhadores no
Serviço Público Federal (CONDSEF) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores em Seguridade Social da
Central Única dos Trabalhadores (CNTSS/CUT) e outra petição (ação declaratória) ajuizada pela União. O Min.
Relator considerou legal a greve, fazendo uma análise do ordenamento jurídico, da interdependência dos Pode-
res, do direito de greve e do princípio da dignidade humana. Assim, afirmou que, embora o termo de acordo firma-
do não configure acordo ou convenção coletiva de trabalho, não tenha força vinculante, nem seja ato jurídico per-
feito em razão dos princípios da separação dos Poderes e da reserva legal (arts. 2º, 61, § 1º, II, a e c, e 165 da
CF/1988), constitui causa legal de exclusão da alegada natureza abusiva da greve, nos termos do inciso I do pa-
rágrafo único do art. 14 da Lei n. 7.783/1989. Quanto ao pagamento dos vencimentos durante o período de parali-
sação, o Min. Relator ressalvou ponto de vista quanto à natureza da disciplina legal e constitucional do servidor
público, a exigir um mínimo de regramento para a criação de um fundo destinado a fazer frente à não percepção
de vencimentos durante a suspensão do vínculo funcional, o que, pela sua excepcionalidade, poderia justificar a
não suspensão do pagamento. Entretanto, assevera que não há como ignorar a jurisprudência do STF e a nature-
za particular de necessidade da formação desse fundo devido à suspensão do vínculo funcional no período de
greve. Diante desses argumentos, entre outros, a Seção declarou a legalidade da paralisação do trabalho, deter-
minando que a União se abstenha de promover qualquer ato que possa acarretar prejuízo administrativo funcional
e financeiro aos grevistas, mas que haja regular compensação dos dias paralisados sob pena de reposição ao
erário dos vencimentos pagos, nos termos do art. 46 da Lei n. 8.112/1990. Precedentes citados do STF: AI
799.041-MG, DJe 31/5/2010; RE 456.530-SC, DJe 31/5/2010; RE 480.989-RS, DJe 11/5/2010; RE 538.923-PA,
DJe 16/3/2010, e MI 3.085-DF, DJe 1º/9/2010. MC 16.774-DF, Pet 7.920-DF, e Pet 7.884-DF, Rel. Min. Hamilton
Carvalhido, julgados em 22/9/2010 (ver Informativo n. 440).
Ressalva 2 – o art. 6º, §3º, da lei 8.987/95, permite a interrupção do serviço por razões de ordem técnica e por
motivo de inadimplemento do usuário em situações de urgência, ou se houver prévio aviso.
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Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade.
A razoabilidade orienta a atuação administrativa dentro dos padrões de conduta aceitos pela sociedade. Nor-
malmente aplicado na prática de atos discricionários, quando o agente público tem margem de escolha, com base
em critérios de oportunidade e conveniência.
Entende-se que a Proporcionalidade é inerente à Razoabilidade e diz respeito à adequação entre fins e meios
para a prática de atos administrativos. Veja como isso pode ser cobrado em prova de carreiras jurídicas.
Vejamos como estes Princípios Constitucionais foram cobrados em uma prova de Tribunais:
2. (FCC – Analista Judiciário – Área Judiciária - TRT 4/) A atuação da Administração Pública é informada por
princípios, alguns inclusive com previsão constitucional expressa, que se alternam em graus de relevância de
acordo com o caso concreto em análise. Do mesmo modo, a aplicação dos princípios na casuística pode se ex-
pressar de diversas formas e em variados momentos, ou seja, não há necessariamente idêntica manifestação da
influência dos mesmos nas diferentes situações e atividades administrativas. Dessa forma,
A) à exceção do princípio da publicidade, que se expressa pela divulgação dos atos finais praticados, os demais
princípios dependem de análise do caso concreto, para que se possa verificar se foram adequadamente observa-
dos.
B) o princípio da supremacia do interesse público pode ser considerado materialmente superior aos demais, pois
para esses é parâmetro de aplicação, na medida em que a solução mais adequada é sempre aquela que o privile-
gia.
C) enquanto o princípio da eficiência se aplica no curso dos processos e atividades desenvolvidos pela Adminis-
tração, os demais princípios destinam-se ao resultado e aos destinatários finais, não tendo aplicabilidade antes
disso.
D) o princípio da publicidade não incide apenas para orientar a divulgação e a transparência dos atos finais, mas
também permite aos administrados conhecer documentos e ter informações ao longo do processo de tomada de
decisão.
E) o princípio da eficiência é aplicado em conjunto com o princípio da supremacia do interesse público, podendo
excepcionar o princípio da indisponibilidade do interesse
PODERES ADMINISTRATIVOS
CONCEITO
- Conjunto de medidas, meios ou instrumentos dos quais se valem os sujeitos da Administração Pública como
necessários ao desempenho de suas próprias atividades administrativas.
- São Poderes Instrumentais utilizados como meios para satisfação do interesse público, enquanto dever da admi-
nistração, sem os quais a mesma não atuaria, eles são inerentes à Administração Pública, nascem com ela (Po-
der-Dever). São Poderes Jurídicos, criados pelo Direito.
Ao extrapolar o caráter instrumental, ocorre abuso de poder.
Abuso de poder se divide em excesso de poder e desvio de poder.
Excesso de poder – vício de competência.
Desvio de Poder – vício de finalidade.
- Hely Lopes: Poder que a ordem jurídica confere à Administração para expedir atos de sua competência, cujos
elementos e requisitos já vêm previamente estabelecidos por lei. Confere à Administração uma competência para
expedir atos vinculados ou regrados, no âmbito dos quais a Administração não goza de nenhuma liberdade admi-
nistrativa, devendo expedi-los sem ponderações.
- OBS: Alguns autores (Maria Sylvia) negam a autonomia desse Poder, sob o argumento de que ele só impõe
sujeições e limitações à Administração, que não terá liberdade na prática do ato.
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PODER DISCRICIONÁRIO
- Entretanto, a Administração deve adotar, dentre os vários motivos e objetos possíveis, o mais benéfico. Nunca
poderá escolher qualquer objeto ou motivo. É uma liberdade relativa, condicionada.
- OBS: O Judiciário não pode fazer o controle de mérito, mas sim controle de legalidade, inclusive dentro do
contexto dos princípios constitucionais.
PODER HIERÁRQUICO
- Confere à Administração uma capacidade para ordenar, coordenar, controlar, corrigir, delegar (quando conveni-
ente) e avocar suas funções. Este Poder estabelece a relação hierárquica entre órgãos do mesmo âmbito e esca-
lão da Administração e a divisão de competências.
O Poder Hierárquico está presente somente em âmbito interno (poder de organização interna). Entre os órgãos da
Administração Direta e dentro dos próprios órgãos da Administração Indireta. Não há Poder Hierárquico de órgão
da Administração Direta sobre órgão da Administração Indireta, tampouco de uma entidade da Administração
Indireta sobre outra entidade da Administração indireta, já que não há Poder Hierárquico no âmbito externo.
OBS: Não é controle de subordinação o que ocorre da Administração Direta sobre a Indireta. É um controle fina-
lístico (incide sobre os fins e objetivos, nunca sobre os meios) para o qual foi criada a entidade da Administração
indireta: Tutela Administrativa. No âmbito da União: supervisão Ministerial (as entidades da Administração indire-
ta se vinculam a um Ministério).
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PODER NORMATIVO (Gênero) Vale para todos os órgãos da Administração Pública.
O Poder Normativo se traduz no poder conferido à Administração Pública de expedir normas gerais, ou seja, atos
administrativos gerais e abstratos com efeitos erga omnes. Não se trata de poder para edição de leis, mas apenas
um mecanismo para edição de normas complementares à lei.
Poder Regulamentar (Espécie): É atribuído exclusivamente às Chefias do Executivo para executarem fielmente
a lei (regulamento de execução), regular matéria não reservada à lei (regulamento autônomo) ou disciplinar inter-
namente, em caráter geral e abstrato, as atividades cometidas ao Executivo (regulamento administrativo).
PODER DISCIPLINAR
Aplicação de penalidades a todos aqueles que possuam vínculo especial com o Poder Público, como os servido-
res públicos e contratados pela Administração. A aplicação das penalidades depende de respeito ao Devido Pro-
cesso Legal, no qual sejam respeitados o Contraditório e a Ampla Defesa.
PODER DE POLÍCIA
- Conceito Amplo. Toda e qualquer atividade desempenhada pelo Estado e dirigida a se restringir as liberdades
individuais. Alcança os Poderes Executivo e Legislativo. Mesmo uma lei que venha a restringir uma liberdade seria
decorrente do Poder de Polícia.
- Conceito Estrito. O Poder de Polícia é toda atividade administrativa exercida pelas entidades, órgãos e agentes
da Administração Pública para limitar e condicionar o exercício das liberdades individuais e o uso, gozo e disposi-
ção da propriedade, visando adequá-los e conformá-los aos interesses públicos e bem-estar geral da coletividade.
É um Poder de Polícia Administrativa.
- É Poder Jurídico, mera atividade administrativa (Ex. interdição de fábrica poluente).
Objeto do Poder de Polícia. Um bem, direito ou atividade exercida pelo particular, serão limitados pelo Poder
de polícia da Administração que, entretanto, não poderá abolir os direitos dos administrados, apenas limita-los de
modo que não ponham a coletividade em risco.
Motivo: Razão de fato ou de direito que enseja a atuação do Estado.
Manifestação: É uma atividade administrativa manifestada através de atos com destinatários indeterminados,
gerais ou abstratos, individuais ou concretos; de prevenção ou fiscalização.
O Poder de Polícia, em regra, é discricionário. No entanto, a Administração não pode ficar inerte, tem que
exercê-lo, tem o dever de responder, decidir a respeito dos pedidos do administrado. Na hipótese da Administra-
ção manter-se inerte, esta inércia poderá ser apreciada pelo Judiciário. Exceções: As licenças são atos vinculados
quando o particular cumpre todos os requisitos.
Atributos do Poder de Polícia.
3. (FCC – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador - TRT 4/) As prerrogativas concedidas à Adminis-
tração pública e as sujeições impostas aos administrados são objeto de constantes contraposições, servindo os
princípios que norteiam a atuação do Poder Público também como limitadores e garantias aos direitos individuais
dos administrados. O exercício do poder de polícia é exemplo dessa contraposição, havendo situações em que os
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limites das competências administrativas ficam mais evidentes do que em outros. Como adequada forma de inte-
ração do poder de polícia e dos direitos individuais é correto
A) afirmar que o exercício do poder de polícia administrativo é sempre repressivo, assemelhando-se à polícia
judiciária nesse aspecto, sendo garantido ao administrado o exercício do contraditório e da ampla defesa, ainda
que diferido em relação àquela atuação.
B) ressalvar o atributo da auto-executoriedade no exercício do poder de polícia em algumas situações que não se
mostrem imprescindíveis para o atendimento do interesse público e impliquem infringir garantias constitucionais
dos administrados, como a inviolabilidade de domicílio.
C) concluir que a auto-executoriedade é atributo inerente a toda a atuação de polícia da Administração pública,
diferentemente da exigibilidade, prescindível muitas vezes, na medida em que aquela atuação ficaria esvaziada no
caso de depender de interferência do Poder Judiciário.
D) permitir a superação de garantias e liberdades individuais sempre que a Administração pública entender que
assim o interesse público restará melhor atendido, diferindo-se a motivação e a observância do contraditório e da
ampla defesa.
E) limitar a atuação da Administração pública pelos prejuízos financeiros causados aos administrados, de modo
que a atuação coercitiva somente é permitida para fins preventivos e desde que não gere impacto patrimonial na
esfera dos interessados, sob pena de ser obrigatória prévia instauração de processo administrativo.
ORGANIZAÇÃO ADINISTRATIVA
DESCONCENTRAÇÃO. Atividade distribuída dentro do próprio núcleo, da própria Pessoa Jurídica. Há hierarquia,
subordinação.
DESCENTRALIZAÇÃO.
Por Outorga. O Poder Público transfere a titularidade mais a execução do serviço. Só pode ser feita através
de lei e para as Pessoas Jurídicas de Direito Público da Administração Indireta.
Delegação. Transfere somente a execução do serviço, o Poder Público mantém a titularidade. Pode ser feita a
qualquer um (Administração Direta, Indireta, particulares). Pode ser feita por:
a) Lei (Legal). quando for para Pessoas Jurídicas de Direito Privado da Administração Indireta (Empresas Públi-
cas, Sociedade de Economia Mista).
b) Contrato (contratual). quando a delegação for para particulares (concessionárias, permissionárias, organiza-
ções sociais e todos que prestem atividade administrativa).
c)
Não confunda descentralização com desconcentração.
4. (FCC – Analista Judiciário – Oficial de Justiça Avaliador - TRT 4) A organização administrativa pode ser
implementada por meio de descentralização e desconcentração. Nos dizeres de Maria Sylvia Zanella di Pietro,
quando o Poder Público (União, Estados ou Municípios) cria uma pessoa jurídica de direito público ou privado e a
ela atribui a titularidade e a execução de determinado serviço público, significa que adotou a forma de:
A) descentralização administrativa política, na medida em que outro ente público passa a exercer as atribuições
constitucionalmente atreladas a um ente federado, abrangendo competências legislativas, o que é comumente
implementado pela criação de autarquias.
B) descentralização administrativa territorial, na medida em que a pessoa jurídica criada exerce suas competên-
cias em determinado perímetro geográfico, com ampla autonomia e capacidade legislativa, sendo prescindível a
análise material das atividades para fins de identificação na estrutura de organização administrativa.
C) desconcentração administrativa, pois permite desatrelar do poder central determinadas competências e trans-
feri-las a outras pessoas jurídicas com personalidade jurídica própria e autonomia gerencial, com finalidade de
execução dos serviços públicos cuja titularidade e/ou execução lhe foram transferidas por lei.
D) desconcentração funcional, cujo critério de identificação e repartição é a natureza dos serviços transferidos a
pessoa jurídica criada para essa finalidade, que pode ser tanto uma autarquia, quanto uma empresa estatal.
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E) descentralização administrativa funcional, uma vez que a pessoa jurídica é criada para a finalidade correspon-
dente à execução de determinada atividade material, sendo que no caso das autarquias, também pode abranger a
transferência da titularidade de serviço público.
Teoria do Mandato. O Estado transfere poderes a seus agentes através de um contrato de mandato. Não
serve porque o Estado não pode manifestar vontade, portanto, não pode celebrar contrato de mandato.
Teoria da Representação. O Estado é tratado como incapaz, por isso precisaria de um representante. Não
serve porque, no Brasil, o Estado é responsável por seus atos e de seus agentes, não é incapaz.
Teoria do Órgão ou Teoria da Imputação (Hely Lopes). Utilizada no Brasil, o agente exerce o poder, mani-
festa a vontade do Estado em razão de um Poder Legal, decorre de uma previsão legal. A vontade deve ser impu-
tada ao órgão, não sendo imputada ao agente.
ÓRGÃO PÚBLICO
- Núcleo especializado de competências que serve para prestação de atividade administrativa. Não pode celebrar
contrato. Não têm Personalidade Jurídica, por isso não tem aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações. Mas
pode ir a juízo, desde que preenchidas duas condições (ir em busca de prerrogativas funcionais, sempre como
sujeito ativo). Tem CNPJ. É possível a existência de órgão público na Administração direta e na indireta (Lei
9784/99).
CLASSIFICAÇÃO.
A Independentes. Gozam de independência, estão no ápice de cada um dos poderes. Ex. São as chefias de
cada Poder: Presidência, Câmara Municipal.
BAutônomos. Estão subordinados, diretamente ligados aos órgãos independentes. Ex. secretarias de Estado,
Ministérios.
C Superiores. Ainda possuem poder de decisão, mas estão subordinados aos órgãos autônomos e aos inde-
pendentes. Ex. Procuradorias.
DSubalternos. Não possuem poder de decisão, só executa o que foi mandado pelo órgão independente ou
autônomo. Ex. zeladoria, almoxorifado.
ASimples. Não possuem outros órgãos agregados à sua estrutura. Ex. Gabinetes.
B Compostos. Possuem outros órgãos agregados à estrutura. Ex. Delegacia de Ensino- Escolas ligadas.
c) Quanto à Atuação Funcional:
A Singulares. Compostos por um único agente. Ex. presidência, governadoria.
BColegiados. Compostos por vários agentes. Ex. Assembleia Legislativa.
ADMINISTRAÇÃO INDIRETA:
- Possuem Personalidade Jurídica Própria. Aptidão para ser sujeito de direitos e obrigações, é responsável pe-
los próprios atos e os de seus agentes. Não existe relação de hierarquia entre Administração Direta e Indireta.
- Patrimônio e Recursos Próprios, autonomia técnica, financeira (decide como vai aplicar o dinheiro), admi-
nistrativa. Só não tem autonomia, nem capacidade legislativa. OBS: No máximo poderá regular, complementar,
disciplinar o que está previsto em lei.
Formas de Controle:
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AUTARQUIAS.
Conceito. Pessoa Jurídica de Direito Público que serve para prestação de atividades típicas do Estado, com
autonomia administrativa, técnica e financeira, mas sem capacidade legislativa. São criadas e extintas por lei ordi-
nária específica.
Finalidade vinculada à finalidade para a qual a lei a criou. Não são criadas para visar o lucro.
Atos e Contratos.
Responsabilidade Civil.
a) Conduta + Dano + Nexo (sem necessidade de comprovação de culpa ou dolo). Será Objetiva: quando houver
ação por parte do Estado; Subjetiva: quando em razão de omissão do Estado, e a responsabilidade do servidor
também será subjetiva.
b) OBS: Se a Autarquia não tiver patrimônio, o Estado responderá de forma objetiva, subsidiariamente pelo Dano.
c) Exceção: Nos Casos das PPP´s, a Responsabilidade do Estado é Solidária.
a) Inalienabilidade relativa. Todos os bens públicos são alienáveis de forma condicionada. Para haver aliena-
ção, há um procedimento a ser seguido: (Desafetação- Autorização Legislativa- Licitação).
b) Impenhorabilidade: É vedada a penhora, o arresto (bens indeterminados), o seqüestro (bens determinados).
c) Impossibilidade de Oneração: O Bem Público não pode ser objeto de Direito Real de Garantia (O Penhor, a
Hipoteca e a Anticrese são vedados).
d) Imprescritíveis (prescrição aquisitiva). Bens públicos são insuscetíveis de usucapião, nem do pró-labore,
nem os bens dominicais.
a) Documento através do qual, o Tribunal reconhece débito com procedência transitada em julgado. Os Precató-
rios constituídos até 01º de julho devem ser pagos no exercício financeiro seguinte, se existir disponibilidade or-
çamentária. Podem ser pagos em parcelamentos anuais (10 por ano).
b) Cada Pessoa Jurídica tem a sua própria fila, cada autarquia tem uma fila própria. OBS: Alimentos: Obedecem
ao Precatório, mas têm fila própria dentro da fila geral. Exceção: Há um valor de 60 salários mínimos, no qual a
pessoa estará fora do precatório.
Privilégios Processuais.
a) Prazo para recurso: prazo quádruplo, 60 dias. Contestação: prazo duplo, 30 dias.
OBS: O Novo CPC, no seu art. 183, define que a União, os Estados, o Distrito Federal, os Municípios e suas
respectivas autarquias e fundações de direito público gozarão de prazo em dobro para todas as manifestações
processuais, cuja contagem terá início a partir da intimação pessoal.
OBS: O Novo CPC, no seu art. 493, também aumentou o valor-limite estabelecido para o reexame necessário
(remessa), nos casos de condenações dos Entes Públicos, para mil salários mínimos quando se tratar de União e
suas respectivas autarquias e fundações de direito público, para quinhentos salários mínimos em se tratando de
Estado e suas respectivas autarquias e fundações de direito público e de cem salários mínimos em se tratando de
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público.
b) Duplo grau obrigatório de Jurisdição, reexame necessário: Se o processo não for submetido ao duplo grau
obrigatório, não haverá coisa julgada.
OBS: Quanto ao reexame necessário, a vigência do Novo CPC não alterou os valores limites.
Regime Tributário.
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a) Imunidade Tributária Recíproca somente quanto aos impostos. A imunidade não é absoluta: restringe-se às
finalidades específicas de cada Autarquia, previstas na sua lei de criação. As atividades complementares estão
sujeitas aos impostos.
b) OBS: Há cobrança dos outros tributos.
c) Procedimento Financeiro: Lei 4.320/64 (Lei de Finanças Públicas) e LC 101/2000 (Lei de Responsabilidade
Fiscal).
d) Regime de Pessoal (EC 19 aboliu o Regime jurídico único):
A Estatutário: Para titulares de cargo público (só nas Pessoas Jurídicas de Dir. Público). Preferencialmente,
deve ser adotado o Regime Estatutário, de cargo público.
B Celetista: Para titulares de emprego público.
Antigamente. Natureza de Autarquia. Porém, a Lei 9.649/98, no art. 58, estabelece que os Conselhos de
Classe possuem natureza de Pessoa Jurídica de Direito Privado.
STF, ADIN n. 1717. Como os Conselhos de Classe têm como função principal o Poder de Polícia, fiscali-
zando as atuações profissionais, não podem ser considerados pessoas jurídicas de direito privado. Declarou in-
constitucional o art. 58 da Lei 9.649/98, determinando que os Conselhos de Classe terão natureza de Autarquia.
Concurso Público. Doutrina majoritária entende que o concurso público é obrigatório.
Foro Competente. Súmula 66, STJ: Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública.
Anuidade: Natureza tributária, contribuição.
Controle pelo Tribunal de Contas; Deve Obedecer a Lei 4.320/64 (Lei de Finanças).
Exceção OAB: A contribuição da OAB não tem natureza tributária; Não sofre controle do Tribunal de Contas
e não deve obediência à Lei de Finanças Nacional.
AUTARQUIAS DE REGIME ESPECIAL.
AUTARQUIAS CULTURAIS - Surgiram para conceituar as Universidades Públicas, que têm mais autonomia
e liberdade. Reitor: Tem prazo certo de mandato, só sairá depois da expiração do mesmo. São escolhidos pelo
Presidente da República, através da indicação realizada pelos membros da entidade que formulam uma lista trípli-
ce . Não é cargo de livre nomeação, nem de livre exoneração.
OBS. Banco Central é autarquia em regime especial, mas seu Presidente é nomeado pelo Presidente após
prévia aprovação do Senado.
AGÊNCIAS REGULADORAS (Espécie).
a) Finalidade. Regular, fiscalizar, disciplinar, normatizar determinadas atividades. Não é atividade nova, antes era
exercida diretamente pelo Estado.
OBS: Teoria da captura - De acordo com a referida teoria da captura, a ilegalidade se configura quando a agên-
cia perde sua condição de autoridade comprometida com a realização do interesse coletivo e passa a reproduzir
atos destinados a legitimar a consecução de interesses privados dos segmentos regulados. Com efeito, o fenô-
meno da captura ocorre quando há distorção do interesse público em favor do interesse privado, o que normal-
mente decorre de pressão do poder econômico das empresas reguladas e de grupos de interesses. Indiscutivel-
mente, trata-se de irregularidade na atividade regulatória, uma vez que afeta a imparcialidade das agências regu-
ladoras. Tais atividades são passíveis de controle administrativo e judicial, dada a sua antijuridicidade.
b) Capacidade Legislativa. Não a tem, não podendo, de tal sorte, legislar. Têm o papel de complementar as leis,
com normas técnicas específicas de sua atuação.
c) Regime Especial. Têm mais autonomia, liberdade normativa, liberdade econômica e financeira.
d) Nomeação de Dirigentes. Presidente nomeia com prévia aprovação do Senado. É investidura ou nomeação
especial, porque depende de prévia aprovação do Senado.
e) Mandato com Prazo certo e determinado. A lei de criação de cada autarquia de regime especial irá determi-
nar o prazo do mandato (máximo. de 04 anos). OBS: Já há projeto de lei querendo uniformizar o prazo: 04 anos
para todas.
f) Vedação (Quarentena). Quando o dirigente sai do cargo, deve ficar 04 meses ou 01 ano (a depender da lei da
autarquia especial) sem poder atuar na área de atuação da agência reguladora.
g) Distinções.
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AProcedimento Licitatório.
- Lei 9.472/97: em contrariedade ao disposto na Lei 8.666/93, cada agência teria seu próprio procedimento licitató-
rio, previsto na sua lei de criação. Com modos específicos de licitação (Pregão e Consulta).
- STF, ADIN n. 1.668: Se a agência reguladora é autarquia, terá que seguir a Lei 8.666/93, deixando, entretanto,
que elas tenham as modalidades específicas determinadas pela Lei 9.472/97, Pregão e Consulta.
- O Pregão já tem a Lei 10.520/02, que o estendeu a todos os Entes, não sendo mais modalidade específica das
agências reguladoras. Atualmente, a consulta, que ainda não tem lei lhe regulando, é a modalidade específica das
agências reguladoras.
B Regime de Pessoal.
- Lei 9.886/00. Regime Celetista, com contratação temporária. A doutrina já dizia que o regime da CLT só deveria
ser adotado em situações excepcionais, para funções subalternas ou para contratações temporárias.
-ADIN n. 2.310, STF. Declarou que não era hipótese para contratação temporária, que é excepcional, e que, por-
tanto, não deveria adotar o regime celetista. Declarou a Inconstitucionalidade das 02 regras: regime celetista e
contratação temporária.
- MP n. 155/03 Lei 10.871/04: Determinou o Regime Estatutário, com concurso público, para todas as agên-
cias reguladoras. Os que entraram por contratação temporária sairão depois de findo o tempo do contrato.
h) Exemplos de Agências.
AANS; ANTT; ANTAQ; ANAC; ANP; ANA (bens públicos); ANCINE (fomento).
B Autarquias: ADA (Agência de Desenvolvimento da Amazônia, substituiu a SUDAM), ADENE (Agência de De-
senvolvimento do Nordeste, substituiu a SUDENE) e AEB (Agencia Espacial);
C Serviços Sociais Autônomos: APEX, ABDI. OBS: CVM: deveria ser agência reguladora, mas é autarquia co-
mum.
AGÊNCIAS EXECUTIVAS.
a) São autarquias ou fundações públicas que precisam ser modernizadas, e para isso fazem um planejamento
para reestruturação.
b) Contrato de Gestão. Celebrado entre uma autarquia ou fundação pública e o Poder Público. Serve para dar
mais autonomia ou recurso público. Ex: autarquia A contrato de gestão agência executiva A.
c) O título de Agência Executiva é temporário. Findo o contrato de gestão, o ente que se tornou agência exe-
cutiva temporariamente voltará a ser autarquia ou fundação pública. Ex. de agência executiva: INMETRO.
d) Liberdade Específica (só para agências executivas): Art. 24, §1º, da Lei 8.666/93: Dispensa de licitação.
Regra geral:
e)
AValor de até 10% do convite (até R$ 150.000, se obras ou serviços de engenharia; até R$ 80.000 para os ou-
tros serviços);
BLicitação dispensada (R$ 15.000 ou R$ 8.000).
f) Dispensa para as agências executivas: 20% do valor do convite, ou seja, quando o valor da licitação for até
R$ 30.000 ou R$ 16.000, a agência executiva estará dispensada de licitação. Essa dispensa vale também para:
sociedades de economia mista, empresas públicas e consórcios públicos. Só vale para as autarquias e fundações
públicas, quando qualificadas como agência executiva.
FUNDAÇÃO PÚBLICA.
São instituídas e constituídas pelo Poder Público, fazendo parte da Administração. OBS: Quando forem consti-
tuídas pela iniciativa privada, não serão Fundações Públicas.
FUNDAÇÃO PÚBLICA DE DIREITO PÚBLICO.
a) Natureza Jurídica. Regime de Direito Público. É uma espécie de autarquia e faz parte da Fazenda Pública.
Tem todos os privilégios e obrigações de uma autarquia. OBS: Quando o concurso falar de fundação pública, será
a de Direito Público.
OBS 1: O Novo CPC, no seu art. 493, também aumentou o valor-limite estabelecido para o reexame necessário
(remessa), nos casos de condenações dos Entes Públicos, para mil salários mínimos quando se tratar de União e
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suas respectivas autarquias e fundações de direito público, para quinhentos salários mínimos em se tratando de
Estado e suas respectivas autarquias e fundações de direito público e de cem salários mínimos em se tratando de
Municípios e suas respectivas autarquias e fundações de direito público.
a) Natureza Jurídica: Regime de Direito Privado, derrogado parcialmente por algumas normas de direito públi-
co.
b) Foro Competente (foro privativo): Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública.
c) Privilégio Processual: Não tem prazo especial, porque não faz parte da Fazenda Pública.
d) Tem sua Criação autorizada por lei ordinária. Já a lei complementar deve determinar a finalidade das funda-
ções públicas de direito privado.
e) OBS: Celso Antonio entende que não há essa divisão. Segundo ele, quando se fala em fundação pública, to-
das elas são de Direito Público.
EMPRESAS ESTATAIS Empresas Públicas
Sociedade de Economia Mista
EMPRESAS PÚBLICAS.
a) Pessoa jurídica de direito privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade econômica; sua criação
é autorizada por lei.
b) Têm capital exclusivamente público. Pode ser capital de vários entes da federação. Ressalte-se que podem
participar do capital de uma empresa pública os entes da administração indireta, ainda que possuam personalida-
de de direito privado, como, por exemplo, outras empresas estatais ou, até mesmo, sociedades de economia mis-
ta. Ainda assim, seu capital será integralmente público, somente não se admitindo o investimento de particulares
na formação do capital.
c) Tem livre Constituição. Pode ser constituída por qualquer atividade empresarial.
d) Têm foro privativo. Justiça Federal ou Vara da Fazenda Pública.
a) Pessoa Jurídica de Direito Privado; Podem prestar serviço público ou explorar atividade econômica; criação
autorizada por lei.
b) Têm capital misto. O capital do Ente Público deve ser a maioria do capital votante. Devem ser constituídas,
obrigatoriamente, como sociedades anônimas.
c) Não têm foro privativo. São julgadas na Justiça Estadual.
d) Finalidades:
A Prestar Serviço Público. Quando forem prestadoras de serviço público, haverá prevalência do Direito Públi-
co sobre o Direito Privado.
B Explorar atividade econômica. Quando forem exploradoras de atividade econômica, haverá prevalência do
regime de Direito Privado, com alguma influência do Direito Público.
OBS: Art. 173, da CF (Hipóteses em que o Estado pode explorar atividade econômica):
5. (FCC - TRT - 2ª REGIÃO/SP - Analista Judiciário - Área Judiciária) A propósito de semelhanças ou distin-
ções entre as empresas públicas e as sociedades de economia mista sabe-se que,
A) as empresas públicas submetem-se integralmente ao regime jurídico de direito público, na medida em que seu
capital é 100% público, enquanto as sociedades de economia mista podem se submeter ao regime jurídico de
direito privado, caso a participação privada no capital represente maioria com poder de voto.
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B) as sociedades de economia mista admitem participação privada em seu capital, enquanto as empresas públi-
cas não; ambas se submetem ao regime jurídico típico das empresas privadas, embora possam ter que se subme-
ter à regra de exigência de licitação para contratação de bens e serviços.
C) as duas pessoas jurídicas de direito público integram a Administração indireta e podem ser constituídas sob
quaisquer das formas disponíveis às empresas em geral, distinguindo-se pela composição do capital, 100% públi-
co nas sociedades de economia mista e com participação privada empresas públicas.
D) as duas pessoas jurídicas de direito público submetem-se ao regime jurídico de direito privado, com exceção à
forma de constituição, na medida em que são criadas por lei específica, enquanto as empresas não estatais são
instituídas na forma da legislação societária vigente.
E) ambas submetem-se ao regime jurídico de direito público, não se lhes aplicando, contudo, algumas normas, a
fim de lhes dar celeridade e competitividade na atuação, tal como a lei de licitações e a realização de concurso
público para contratação de seus servidores.
A LICITAÇÃO.
BFALÊNCIA.
01. Antes: Se prestadoras de serviço público não estavam sujeitas à falência; se exploradoras de atividade
econômica estavam sujeitas à falência.
02. Agora (Lei de Falências, 11.101/05, art. 2º). Empresas públicas e sociedades de economia mista, sejam
exploradoras de atividade econômica, sejam prestadoras de serviço público, não estão sujeitas à falência.
OBS: A doutrina critica tal orientação, dizendo que as exploradoras de atividade econômica devem estar sujeitas
à lei de falências, já que estão muito próximas do Direito Privado.
C RESPONSABILIDADE CIVIL.
01. Prestadoras de Serviço Público (art.37, §6º, da CF). A responsabilidade será objetiva, de regra. E a respon-
sabilidade do Estado será subsidiária e objetiva.
02. Exploradoras de Atividade Econômica. A Responsabilidade civil delas será regida pelo Direito Civil, que
determinará os casos em que a responsabilidade será objetiva ou subjetiva. E o Estado não responde subsidiari-
amente.
D REGIME TRIBUTÁRIO.
01. Regra Geral: As empresas públicas e as sociedades de economia mista não têm imunidade tributária recípro-
ca e privilégios não extensíveis à iniciativa privada.
02. Exceção. Quando o bem e as atividades estiverem vinculados à prestação do serviço público, terão imunida-
de tributária.
03. Empresa dos Correios e Telégrafos. Exerce atividade exclusiva e indelegável do Estado (serviço postal), por
isso é tratado como Fazenda Pública. Goza de imunidade tributária recíproca; Tem privilégios processuais (pra-
zos diferenciados); Os seus bens públicos são impenhoráveis, não oneráveis e imprescritíveis; Estão sujeitas ao
regime de precatório. OBS: Isso não vale para as franquias privadas da Empresa.
E REGIME DE BENS.
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F REGIME DE PESSOAL.
01. Celetista. Titular de Emprego (Não é emprego público. Este e o cargo público são exclusivos das PJ´s de
Direito Público).
ENTIDADES DO 3º SETOR
São entes paraestatais, pessoas jurídicas de direito privado que não fazem parte da Administração pública,
mas que cooperam com o Estado na consecução de alguns fins públicos.
a) Privilégios: Recebem recursos orçamentários. Têm capacidade tributária. São beneficiárias da Parafiscalida-
de.
b) Sujeitas aos princípios da licitação previstos na Lei 8.666/93 e à fiscalização do Tribunal de Contas.
OBS: A exigência de licitações, nos termos da lei 8.666/93, foi afastada por entendimento do TCU acerca
da matéria que define a obrigatoriedade destes entes obedecerem aos princípios básicos do procedimento
licitatório sem a necessidade de observância das modalidades definidas na lei geral.
c) OBS: APEX e ABDI são agências com natureza de Serviço Social Autônomo.
ORGANIZAÇÃO SOCIAL.
a) Lei 9.637/98. As organizações sociais servem para prestação de serviços públicos, serviços estes que estão
listados nesta lei. Ex.: meio-ambiente; pesquisa; saúde; desenvolvimento tecnológico.
b) As organizações sociais surgiram como órgãos públicos extintos, que foram transformadas em pessoas jurídi-
cas de direito privado com esta denominação (organização social).
c) Criação das Organizações Sociais: celebração do contrato de gestão: É o vínculo jurídico das organiza-
ções sociais o Estado (“entidade fantasma” segundo Maria Sylvia, já que 01º celebra-se o contrato de gestão, para
que depois as organizações sociais existam no mundo jurídico).
d) A empresa não precisa existir no mundo jurídico, nem ter experiência prévia no ramo em que for atuar para que
celebre o contrato de gestão. Ato administrativo discricionário do Ministério do Planejamento e Gestão, após a
celebração do contrato de gestão, dá o status de organização social.
e) Controle/ Licitação. Art. 24, XXIV, da Lei 8.666/93: Dispensa a Administração de licitar com as organizações
sociais quando o contrato a ser firmado for decorrente de contrato de gestão.
Entretanto, as organizações sociais estão sujeitas às regras de licitação. Estão sujeitas ao controle do Tribunal de
Contas, já que podem receber dotações orçamentárias, cessão de servidores públicos e receber bens públicos.
Ex. Instituto de matemática pura e aplicada.
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OSCIP - ORGANIZAÇÕES DA SOCIEDADE CIVIL DE INTERESSE PÚBLICO.
A A pessoa jurídica precisa existir no mundo jurídico no mesmo ramo de atividade, há pelo menos 01 ano, para
tornar-se uma OSCIP.
B O vínculo jurídico com o Estado é o Termo de Parceria, que tem natureza de contrato administrativo, se-
gundo parte da doutrina.
C Regra Geral: Não há cessão de servidores, não há transferência de bens públicos, nem dotação orçamentária
(não participa diretamente do orçamento, mas recebe recursos públicos via depósito bancário).
D Estão sujeitas às regras de licitação e ao controle dos Tribunais de Contas.
E O Conselho de Administração da OSCIP deve ser formado por particulares, diferentemente das Organizações
Sociais, onde os Conselhos de Administração e Fiscal devem ter em sua composição servidores públicos.
F OBS: O que tem ocorrido é que a Administração contrata as OSCIP´s para, via de regra, burlar o concurso
público, já que os empregados das OSCIP´s não necessitam de concurso.
ENTIDADES DE APOIO.
a) Constituição As Entidades de Apoio podem ser constituídas como Fundação, Associação ou Cooperativas,
criadas por servidores públicos com a finalidade de melhor desenvolver suas atividades.
b) Funcionam ao lado das Universidades Públicas e Hospitais Públicos. São Fundações Privadas que atuam com
a estrutura e o dinheiro do Estado. Vínculo jurídico: convênio que possibilita a cessão de bens e servidores.
Ex: As Entidades de Apoio fazem convenio com a Universidade Pública para organizarem uma pós-graduação, da
qual se poderá cobrar mensalidade.
c) Lei 8.958/94: Entidades de Apoio que atuam junto às Universidades Públicas. Quanto às outras entidades ain-
da não há legislação.
Em 1º de agosto de 2014, foi publicada a lei 13.019/14 que regulamenta duas novas espécies de parcerias que
podem ser firmadas entre o poder público e entidades privadas sem fins lucrativos, quais sejam o termo de cola-
boração e o termo de parceria, definindo regras específicas para as entidades que pretendam assumir esse víncu-
lo com o Estado.
TERMO DE FOMENTO - Planos de Trabalho propostos pela Entidade Privada em regime de mútua coope-
ração.
Organizações da sociedade civil, movimentos sociais e cidadãos poderão apresentar propostas ao poder público
para que este avalie a possibilidade de realização de um chamamento público objetivando a celebração de parce-
ria.
CHAMAMENTO PÚBLICO
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Homologação e adjudicação
PRESTAÇÃO DE CONTAS
1 - Relatório de Execução do Objeto: elaborado pela organização da sociedade civil, assinado pelo seu repre-
sentante legal, contendo as atividades desenvolvidas para o cumprimento do objeto e o comparativo de metas
propostas com os resultados alcançados.
2 - Relatório de Execução Financeira: assinado pelo seu representante legal e o contador responsável, com a
descrição das despesas e receitas efetivamente realizadas.
A OSC possui o prazo de até 90 dias para prestar contas, podendo ser prorrogado por mais 30 dias.
ATOS ADMINISTRATIVOS
- Atos jurídicos, ou não, por meio dos quais a Administração emite uma declaração de vontade para executar a lei
aos casos concretos e fazer prevalecer o interesse público sobre os interesses particulares, no desempenho das
suas atividades.
-Atos Jurídicos Regidos pelo Direito Privado: a Relação Jurídica é horizontal, há igualdade entre os contratan-
tes (administração x particular), a administração não se vale da sua supremacia.
-Atos Materiais = FATO ADMINISTRATIVO. Não são atos jurídicos, apenas realizam, executam uma atividade
do Estado. (Ex. construção de uma estrada, pavimentação).
- Atos Políticos ou de Governo: São de natureza jurídica, editados pelo Estado no exercício de função política
de soberania. Ex. sanção do presidente a um projeto de lei.
Conceito: É um ato jurídico¹ por meio do qual o Estado, ou quem lhe faça as vezes², exprime uma declara-
ção unilateral de vontade, no exercício de suas Prerrogativas Públicas, consistentes em providências jurídicas
complementares da Lei³, a título de lhe dar execução, sujeitas ao controle de legitimidade pelo Judiciário, no
desempenho de atividades essencialmente administrativas da gestão dos interesses coletivos.
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01. É Ato jurídico: tem por fim criar, alterar, extinguir algo no mundo do Direito, no que se diferenciam do fato
administrativo (realizações da administração sem declaração de vontade).
02. Estado (Três Poderes) e Quem lhe faça as vezes (delegatários, concessionários, que atuam em nome do
Estado e podem exprimir declaração de vontade em nome do mesmo, emitindo atos administrativos).
03. Providências jurídicas complementares da Lei: atividade precípua da administração na sua função de exe-
cutar a lei, de ofício, ao caso concreto.
Para que, regularmente, produza efeitos, no mundo jurídico, o ato administrativo deve ultrapassar algumas fases
indispensáveis à sua criação.
A) Perfeição;
B) Validade;
C) Eficácia.
A PERFEIÇÃO
É o cumprimento das etapas necessárias à formação do ato. O ato administrativo é perfeito quando cumpre todos
os trâmites previstos em lei para a constituição, completou o ciclo de formação.
A VALIDADE
É aferida quando todas as etapas realizadas estiverem de acordo com a lei. Logo, ato válido é aquele que foi cria-
do de acordo com o estabelecido na legislação.
A EFICÁCIA
É a aptidão para produção de efeitos concedida ao ato administrativo. Alguns têm eficácia imediata, logo após a
publicação, mas outros podem ter sido editados com previsão de termos iniciais ou condições suspensivas. Por
exemplo, a autorização para realizar uma cerimônia de casamento na praia, no sábado à noite, só produz efeitos
nesta data, ainda que o ato esteja perfeito e válido dias antes.
O ato jurídico válido, bem como o inválido, pode ou não produzir efeitos automaticamente. Um ato jurídico inexis-
tente, como no caso de um ato putativo, produz efeitos no mundo jurídico, embora de forma limitada. Esse é o
entendimento defendido por Marçal Justen Filho ao dizer que:
“...até mesmo um ato jurídico inexistente [...[ pode produzir efeitos jurídicos, tal como se passa no caso do chama-
do casamento putativo. [...[ Essa representação não significa que todos os atos são igualmente eficazes. Não
indica que os atos jurídicos inexistentes produzem efeitos jurídicos idênticos aos decorrentes de atos jurídicos
validos. O que se afirma que os atos jurídicos inexistentes e os jurídicos inválidos podem ser dotados de alguma
eficácia. Portanto, a existência e a validade não são requisitos para alguma eficácia” (fl. 185;186).
Nestes casos, serão denominados de atos administrativos pendentes, todos aqueles que são perfeitos e válidos,
mas ainda não estão aptos a produzirem efeitos.
Presunção de Legitimidade, juris tantum: o ato administrativo presume-se editado de acordo com as normas
e princípios gerais de Direito. Decorre da Legalidade Ampla. O ato vigora enquanto não afastado.
Presunção de Veracidade, relativa: ao conteúdo do ato e aos fatos que o compõe, corresponde à verdade de
fato Fé Pública.
Imperatividade. Não é atributo de todo ato, e sim dos atos que encerram obrigações para os administrados. O
administrado fica constituído em uma obrigação, ainda que contra sua vontade.
Coercitividade. dos atos administrativos, decorrentes da imperatividade: só poderá haver resistência judicial
ao ato, enquanto isso não ocorrer, o particular estará a ele obrigado. Os atos negociais, que apenas permitem
certas atividades ao administrado, não possuem esse atributo.
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Exigibilidade: capacidade de exigir que a obrigação imposta ao administrado seja cumprida, sob pena de a
administração se valer de meios indiretos de coação. Ex. Multa.
Auto-Executoriedade: Esse atributo tem que vir expresso em lei, salvo se não for possível outra solução no
caso concreto. A administração se vale de meios direitos de coação para execução do ato. Ex. demolição de
obra.
Tipicidade: todo ato administrativo está previamente tipificado em lei.
Elementos e Requisitos dos Atos Administrativos: A Doutrina Majoritária aponta cinco elementos, com
base na Lei de Ação Popular, 4.717/65, art. 2°, a falta de um dos requisitos torna o ato inválido (anulável, podendo
ser sanado). Diogo Gasparini e Celso Antônio incluem mais dois elementos (conteúdo e causa).
Competência/Sujeito: Conjunto de atribuições definidas por lei, conferida aos órgãos e agentes públicos para,
em nome do Estado, exprimir a declaração de vontade do mesmo através dos atos administrativos. Decorre sem-
pre da lei, é sempre vinculada, portanto, mesmo quando o ato é discricionário, sem o qual o ato é inválido.
OBS: O Novo CPC continua com a possibilidade de prorrogação de competência relativa no âmbito judicial, mu-
dando só o artigo que trata da matéria.
Finalidade: Ato que foge da sua finalidade específica prevista em lei, mesmo que atenda a uma outra finalida-
de benéfica ao interesse público, estará incorrendo em desvio de finalidade ou desvio de poder, e será inválido. A
finalidade específica de cada ato está sempre prevista em lei, é sempre elemento vinculado, mesmo que ato seja
discricionário. Ex. ato de remoção, a finalidade específica é uma melhor prestação do serviço público.
OBS: Não pode existir ato administrativo Inominado.
Forma: É o revestimento do ato administrativo. Este ato é, em regra, escrito e no idioma nacional, a forma está
prescrita em lei, (requisito vinculado). Exceções à forma prescrita em lei: quando a lei se omitir a respeito da
forma, está será livre, poderá ser oral, através de gestos, placas (ex: sinais de trânsito).
OBS: diferencia-se de Formalidade não é elemento de todo ato administrativo, é uma solenidade especial
para prática de determinados atos que a exigem. O não cumprimento da formalidade torna o ato irregular, já o
vício de forma gera nulidade. Ex. Regulamento (o Decreto é ato administrativo que serve como formalidade para
eficácia do regulamento).
Motivo: Razão de fato ou de direito que autoriza ou determina a prática do ato por parte da Administração (Ex.
Demissão o motivo é a razão que levou a Administração a praticar o ato). O motivo será elemento vinculado
quando o ato for vinculado; será discricionário quando o ato assim o for (ocorre quando a lei não elenca o
motivo, deixando que a Administração o pondere).
Objeto/Conteúdo: É o próprio conteúdo, disposição jurídica do ato (o que o ato dispõe juridicamente). É a
própria essência do ato, a própria Administração vai escolher qual o seu objeto. É elemento discricionário, quando
o ato for discricionário, ou vinculado, quando o ato assim o for. Ex. Remoção (o objeto é a própria remoção).
OBS: Corrente Minoritária (Diógenes Gasparini, Celso Antônio) existem mais 02 Elementos:
Causa: Exigência de correlação, ou relação de pertinência lógica entre o motivo e o conteúdo do ato à luz de
sua finalidade, sobretudo nos atos discricionários. Para Celso Antônio, a causa é pressuposto de Validade lógico.
Conteúdo: (separado do objeto): Seria a própria disposição do ato, enquanto o objeto. Seria aquilo sobre o
qual o conteúdo incide, coisa ou relação jurídica sobre o qual recai o ato. O objeto seria o elemento extrínseco ao
ato e o conteúdo seria o elemento intrínseco.
a) Simples (01 vontade): É todo ato administrativo que decorre de uma única vontade, expressada por um úni-
co órgão ou agente público, a maioria dos atos é simples (ex: nomeação, exoneração). Pouco importa se o ór-
gão é singular ou colegiado.
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b) Complexo (01 + 01 vontade): Ato cuja formação depende de mais 01 ou mais vontade emanada por mais de
um órgão. Ex. Promoção por merecimento dos desembargadores dos TRF´s (o TRF forma uma lista tríplice a
encaminha para o Presidente que escolherá 01 dentre os 03 nomes).
c) Composto (01 + 01 vontade): Decorre de uma única vontade, emanada de 01 único agente ou órgão pú-
blico, mas que depende de uma vontade acessória de outro agente ou órgão para lhe dar eficácia e valida-
de.
O Ato composto depende de aprovação discricionária, prévia ou posterior. Ex. Nomeação de Min. do STF, após a
aprovação do Senado (vontade acessória) posterior nomeação pelo Presidente; Estado de Defesa, Intervenção
Federal (aprovação posterior do Congresso); Estado de Sítio (aprovação prévia pelo Senado).
a) Geral: São Atos Normativos (sempre atos gerais). Têm como destinatários os indivíduos em geral, incertos e
indeterminados.
b) Individuais: Atinge pessoa determinada, ou pessoas determinadas. Ex. nomeação, exoneração.
a) Constitutivo: Decorre sempre do exercício do juízo discricionário por parte da administração. Quando seus
efeitos se prestarem a criar, inovar, construir uma situação jurídica antes inexistente. Ex. Autorização, permissão.
b) Declaratórios: Os efeitos se destinam a reconhecer uma situação jurídica preexistente. Ex. Todos os atos vin-
culados.
c) Enunciativos: Emitem um juízo de conhecimento ou opinião sobre uma situação de fato ou de direito conheci-
da pela Administração Pública. Não constituem, nem declaram, apenas emitem juízo de opinião. Ex. certidões,
declarações.
a) Autorização: Ato administrativo discricionário, unilateral, precário, gratuito ou oneroso, através do qual a
Administração faculta a um terceiro interessado o exercício de uma atividade material ou uso em caráter privativo
de um bem público, ou a prestação em caráter precaríssimo de um determinado serviço público. Ex: autorização
para exercer atividade material táxi, porte de armas; autorização de uso de bem público, quando predominar o
interesse particular; Autorização de serviço público Ex. Rádios comunitárias.
b) Permissão: Discricionário, Precário (menos que a autorização), através do qual a Administração faculta ao
particular interessado o uso privativo de um bem público, ou prestação de um serviço público também em razão
de interesse público, que neste caso é predominante. OBS: Lei 8.987/95, art. 40 Tornou a Permissão para
prestação de serviço público um Contrato Administrativo Bilateral, distinguindo-se da autorização para presta-
ção de serviço público porque esta é ato administrativo unilateral e aquela leva em conta, sobretudo, o interesse
particular. Autorização de uso público X Permissão de uso público: o interesse envolvido na autorização de
uso público, que é bem mais precário, leva em conta o interesse particular; já a permissão de uso público leva em
conta o interesse público predominantemente.
c) Licença: Ato vinculado e definitivo, através do qual a Administração reconhece um direito subjetivo do admi-
nistrado, ora para exercer atividade material, ora para exercer atividade jurídica, condicionadas no seu exercício
ao prévio reconhecimento por parte da Administração (a lei, ao tempo que reconhece um direito ao administrado,
condiciona o seu exercício a esse prévio reconhecimento).
Se houver recusa por parte da Administração em reconhecer o exercício da atividade, desde que o administrado
tenha cumprido todas as exigências, este poderá interpor Mandado de Segurança. Dá-se através do Alvará de
Licença (ato formal vinculado).
d) Admissão: Não é ato de provimento. É ato vinculado, através do qual a Administração reconhece ao adminis-
trado o direito de usufruir um serviço público. Ex. matrícula em escola ou universidade pública.
a) DECRETO (Chefes de Executivo): Só são emanados pelos Chefes de Executivo (prefeito, presidente e go-
vernador) podem expedir decreto p/ formalizar determinado ato administrativo, tendo por destinatários pessoas
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incertas e indeterminadas. Ex. Decreto Expropriatório (formaliza, dá solenidade à desapropriação, sem o decreto a
desapropriação é nula).
OBS 1: Decreto Regulamentar: São 02 atos administrativos, de Competência Privativa dos Chefes do Executivo,
que podem expedir atos gerais, abstratos ou individuais (nomeação de Min. do STF). Servirá sempre como forma-
lidade para outro ato.
OBS 2: O Decreto Lei foi abolido do Brasil com a Constituição Federal de 1988 permanecendo apenas os Decre-
tos Anteriores à Carta Magna que estejam em vigor.
OBS 3: Diferenciam-se do Decreto Legislativo, que é Lei “lato senso”.
OBS 4: Diferenciam-se da Resolução Legislativa, que é Lei “lato senso” de efeitos internos às Casas Legislativas.
Exceção: Possibilidade do Decreto Autônomo (art.84, VI da CF): para Extinguir Cargos Vagos e para Organi-
zação da Administração, desde que não crie novas despesas.
b) RESOLUÇÕES: Atos Administrativos formais que os órgãos colegiados utilizam para exprimirem as suas deli-
berações a respeito de determinada matéria. Ex. Agencias Reguladoras possuem órgãos colegiados que podem
expedir resoluções. A Resolução formaliza o ato do órgão colegiado. Não pode ser expedida por órgão singular.
OBS: Diferenciam-se das Resoluções Legislativas, que são lei em sentido amplo, embora de efeito interno à câ-
mara legislativa.
c) INSTRUÇÕES (Ministros e Secretários): Tem caráter abstrato, são atos formais através dos quais a Adminis-
tração expede normas gerais de orientação interna. Põem em execução os Decretos Executivos, para regulamen-
tar os regulamentos do Poder Executivo.
a) ORDEM DE SERVIÇO: Ato Administrativo que certas autoridades públicas editam para determinarem a im-
plementação ou realização de algum fato material (fato administrativo). Ex. Ordem de construção.
b) PORTARIA (qualquer autoridade administrativa que não seja o Chefe do Executivo). Utilizada para qual-
quer ato que disponha sobre o próprio servidor e sua vida funcional. Ex. Instauração de Inquérito policial (quando
não for instaurado por auto de prisão em flagrante); Instauração de Processo Administrativo Disciplinar, Sindicân-
cia.
c) CIRCULARES (Natureza Concreta, Autoridades Superiores) As autoridades superiores emitem ordens uni-
formes. Dirigentes de órgãos públicos emitem-na aos funcionários do órgão para regulamentar internamente a
execução dos serviços.
1. Sujeito Ativo da Revogação: Só a própria Administração, no âmbito de cada Poder da República. Não é pos-
sível a revogação judicial de um ato administrativo. Os outros Poderes poderão revogar seus próprios atos admi-
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nistrativos. OBS: O Judiciário não poderá revogar ato administrativo no exercício de sua função típica, que é a
função jurisdicional, já que não pode adentrar no mérito administrativo.
2. Objeto da Revogação: Só o Ato Válido poderá ser revogado. Apesar de válido, o ato torna-se inconveniente à
Administração.
3. Fundamento: Existência de uma competência discricionária para rever a conveniência e oportunidade dos atos
anteriormente editados.
4. Limites (atos irrevogáveis são a exceção):
- Atos Vinculados são irrevogáveis: Ex. Revoga-se uma autorização, nunca uma licença.
- Atos que já Exauriram seus Efeitos (atos Consumados).
- Atos fontes de Direitos Adquiridos: Nem Emenda Constitucional pode revogá-los. OBS: STF: Não há Direito
Adquiridos a Regime Jurídico. Súm. 473: Poder de Autotutela da Administração. A Administração pode revogar
seus próprios atos, respeitado o dir. adquirido.
-Atos Meramente Enunciativos: Ex. Certidão Negativa de Débito.
5. Motivos da Revogação: Juízo de Conveniência e Oportunidade. O ato deixa de ser conveniente e oportuno.
6. Efeitos da Revogação: Ex Nunc. Impede a produção dos efeitos futuros do ato, permanecendo os efeitos
pretéritos.
1. Conceito: Causa de Extinção ou supressão de Ato Administrativo Inválido ou Viciado, por razões exclusiva-
mente de Legalidade ou Legitimidade.
2. Sujeito Ativo: Administração Pública (Poder de Auto-tutela, Controle Interno) e o Judiciário (controle externo
judicial, quando provocado por terceiros). Só o Judiciário pode Invalidar atos de todos os Poderes.
3. Objeto: Ato Viciado, Ilegal, contrário ao Direito.
4. Motivos: Ilegalidade, Ilegitimidade do Ato.
5. Efeitos: Ex-Tunc para os atos que atinjam pessoas indeterminadas, para atos restritivos dos Direitos dos ad-
ministrados. Para os terceiros de Boa-fé e para os Atos ampliativos dos Direitos do administrado: A Invalidação
terá efeito Ex-Nunc.
6. Prazo Decadencial: A Administração Pública tem 05 anos para declarar a Invalidação do Ato. Passados os 05
anos, a Administração não poderá mais invalida-la Convalidação Temporal. OBS: Ação Judicial p/ Anulação
de Ato Administrativo: Prazo Prescricional de 05 anos.
7. Espécies de Invalidação (Lei 9.784/99, art. 55):
• Podem ser convalidados, racionalmente reeditados. OBS: Doutrinadores defendem que, quando houver possi-
bilidade de convalidação, a Administração está obrigada a Convalidar o ato, apesar de a Lei 9784/99 tratar a con-
validação como faculdade da administração.
• Quando houver vício na competência: desde que o ato seja ratificado pela autoridade competente, Confirmado,
haverá a convalidação.
• Quando houver vício na forma: reedita-se o ato com a forma prescrita em lei.
• OBS. GERAL: Os ATOS INVÁLIDOS NÃO GERAM DIREITO ADQUIRIDO.
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AGENTES PÚBLICOS
CONCEITO
• Todo aquele que exerce função pública, quer seja temporária, quer sem remuneração (Ex: integrantes do júri,
mesário). É a expressão mais abrangente, compreendendo os Agentes Políticos, Servidores Estatais e Agen-
tes Honoríficos.
a) AGENTE POLÍTICO Chefes do Executivo e seus auxiliares imediatos (Secretários e Ministros), Membros do
Legislativo, Membros do Ministério Público (Procurador e Promotor de Justiça) e Poder Judiciário. Seguem Regi-
me Estatutário ou o chamado Regime Legal.
OBS: Há divergência se Ministério Público e Judiciário se enquadrariam nesse conceito. A corrente majoritária
admite seu enquadramento.
b) SERVIDOR ESTATAL Todo aquele que atua no Estado, não sendo necessariamente ‘Funcionário Público’.
CARGO PÚBLICO
cargo em Comissão
● Subdivide-se em cargo Efetivo
cargo Vitalício
OBS: CARGO DE CONFIANÇA ≠ FUNÇÃO de CONFIANÇA A Função é um plus que só pode ser exercido
por cargo efetivo, que ganhara gratificação pela responsabilidade a maior (lei 8.112/90).
b) CARGO EFETIVO Nomeado por Concurso Público, em caráter definitivo, podendo vir a adquirir a estabili-
dade. O cargo é efetivo e não estável, já que essa última qualidade pertence ao servidor.
Quando o servidor se torna estável, só poderá ser demitido via Processo Administrativo, processo Judicial transi-
tado em julgado ou avaliação periódica.
c) CARGO VITALÍCIO só pode haver dispensa via processo judicial transitado em julgado (ex. Ministério Pú-
blico, Juiz, Tribunal de Contas, esse ultimo sequer precisa de concurso publico para contratação)
PROVIMENTO
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Originário Nomeação
• PROVIMENTO Vertical Promoção
Derivado Horizontal Readaptação
Reingresso Reintegração
Recondução
Reversão
a) Provimento ORIGINÁRIO Só ocorre por Nomeação, a qual depende de aprovação em concurso público.
Se nomeado, tem 30 dias para tomar posse. Empossado, terá 15 dias para entrar em exercício.
Se o nomeado não tomar posse nos 30 dias, a nomeação torna-se sem efeito. Perde-se a vaga no concurso. Se
tomar posse, mas não entrar em exercício nos 15 dias, ocorrerá desinvestidura mediante EXONERAÇÃO de
OFÍCIO.
OBS: A desinvestidura também poderá ser pela modalidade de demissão, porém sem aplicabilidade no caso ante-
rior, pois a demissão sempre será uma penalidade disciplinar.
OBS: No provimento Originário, admite-se as seguintes hipóteses de DESNECESSIDADE de CONCURSO PÚ-
BLICO:
Cargo em COMISSÃO;
Hipóteses Constitucionais (Regra do Quinto Constitucional, Ministro do STF, Tribunal de Contas, etc.);
Contratação TEMPORÁRIA (via processo seletivo simplificado);
Agentes Comunitários de Saúde e de Combate a Endemias (via processo seletivo, art. 198, §4º, C.F/88);
b) Provimento DERIVADO
Vertical Promoção
▪ Derivado Horizontal Readaptação
Reingresso Reintegração
Recondução
Reversão
Provimento VERTICAL Ascensão na carreira; ascensão funcional. A única hipótese possível é a Promo-
ção.
Provimento HORIZONTAL Recolocação do Servidor com limitação física (surdez, problemas cardíacos,
etc.). A única hipótese é a READAPTAÇÃO, na qual muda de cargo sem ascender na carreira (ex. professora,
que por problemas de saúde, torna-se atendente de biblioteca).
OBS: Remoção não é provimento, pois é forma de deslocamento de um lugar para outro. A Lei 8.112/90, art.10º
elenca rol taxativo quanto aos casos de provimento.
Provimento por REINGRESSO Servidor retorna à Administração, isso só quando o mesmo gozar de es-
tabilidade (art. 41 da C.F/88).
I) REINTEGRAÇÃO Quando o afastamento se deu por conta de uma ilegalidade contra o servidor (ex. desli-
gamento de estável sem processo administrativo).
II) RECONDUÇÃO São duas hipóteses:
A Quando o antigo ocupante do cargo for Reintegrado.
B Quando houver retorno do servidor estável ao cargo anteriormente ocupado, tendo em vista a sua inabilita-
ção em estágio probatório de outro cargo (art.29, I da lei 8.112/90).
OBS: Quando ocorrer Excesso de Despesa com Pessoal (art.169 da C.F/88). Para tanto, observa-se os limites
de gasto com pessoal impostos no art. 19 da LC 101/00 que estabelece os seguintes índices:
União 50%
art. 19 da LC 101/00 Estado 60%
Município 60%
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Excedido o limite, começa-se a despedir na seguinte ordem:
1º Pelo menos 20% dos CARGOS em COMISSÃO;
2º Servidores NÃO ESTÁVEIS (em estágio probatório);
3° Servidores ESTÁVEIS (só poderão exonerá-los após todos os não estáveis e os 20% dos cargos de confi-
ança). Será por via EXONERAÇÃO (não é demissão, por não ser uma pena), sendo que a Administração só po-
derá se valer desse novo cargo (pois o anterior terá que ser extinto), ou cargo a ele análogo, depois de 04 anos
de sua extinção.
OBS: Se houver dispensa sem observância dessa ordem legal, o servidor é REINTEGRADO, ante a ilegalidade
da conduta administrativa. Daí, se o servidor retorna ao cargo de origem, terá direito a todas as vantagens do
período em que esteve afastado (subsídio/vencimento, tempo para fins de antiguidade, etc.). Dessa forma, o atual
ocupante do cargo pertencente ao servidor, então, reintegrado deverá ser RECONDUZIDO a outro cargo vago.
O reconduzido tem direito a voltar ao cargo de origem desde que VAGO. Se não estiver vago, reconduz para car-
go equivalente vago. Novamente, se não houver vaga, ficará em DISPONIBILIDADE, recebendo proporcional-
1
mente ao tempo de serviço . Pelo instituto do REAPROVEITAMENTO, ele volta ao cargo porventura vago.
A Aposentadoria por Invalidez. Porém, cessada a incapacidade laborativa, retorna aos serviços.
B Retorno espontâneo de aposentado à Atividade (art.25 da lei 8.112/90). Nesse caso, o servidor se apo-
senta, mas depois decide voltar ao trabalho, antes de completar a idade da compulsória. Peticionará um requeri-
mento de reversão à Administração Pública, que poderá, ou não, aceitá-lo.
▪ Penalidades:
OBS: A CASSAÇÃO se opera quando o servidor estiver aposentado ou em disponibilidade e praticar falta grave
à época em que ainda ocupava seu cargo.
OBS 2: A DESTITUIÇÃO ocorrerá sempre que o servidor ocupante de Cargo ou Função em Comissão for ape-
nado com suspensão ou demissão (em qualquer um desses casos).
SINDICÂNCIA
SUMÁRIO ACUMULAÇÃO ILEGAL DE CARGOS
▪ Processo Administrativo Disciplinar
ORDINÁRIO PAD PROPRIAMENTE DITO
1
Com o advento da EC 20/98, todas as outras hipóteses constitucionais mudaram para ‘tempo de con-
tribuição’, excetuando a citada que ainda considera o ‘tempo de serviço’.
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Provimento SUMÁRIO
I) SINDICÂNCIA Serve para investigação prévia. Porém, a lei 8.112/90 a reconheceu como mecanismo ou
processo próprio para apuração de fatos, na hipótese de punição por infração LEVE, ou seja, por: Advertência
ou Suspensão de até 30 dias. Tem prazo para conclusão de 30 dias prorrogáveis por mais 30.
Precisa de contraditório e ampla defesa. Se a infração mais grave for detectada, incumbirá a instauração de Pro-
cesso Administrativo propriamente dito.
ARQUIVA ADVERTÊNCIA
▪ SINDICÂNCIA INFRAÇÃO LEVE SUSPENSÃO por até 30 dias
PAD propriamente dito
II) ACUMULAÇÃO ILEGAL DE CARGOS Art. 133 do Regime Jurídico da União – RJU. Seu prazo é de 30
dias prorrogáveis por mais 15. Se verificada a acumulação, a Administração deve dar a opção ao servidor de
qual cargo quer permanecer, sendo do outro EXONERADO.
Se não houver manifestação do servidor, instaura-se processo administrativo, mas até o prazo da defesa, deve-se
facultar novamente a opção entre os cargos (até esse momento, reconhece-se a boa-fé do servidor). Mantendo-se
silente, por ser pena tida por grave, ele será demitido de AMBOS os CARGOS.
Provimento ORDINÁRIO Corresponde ao processo administrativo disciplinar propriamente dito. Tem prazo
para conclusão de 60 dias, prorrogáveis por mais 60.
Instauração Instrução
▪ Fases Inquérito Administrativo Defesa
Julgamento Relatório
Na segunda fase (Inquérito Administrativo), têm-se o miolo do processo, com instrução, defesa e relatório. O rela-
tório é conclusivo (deve propor um resultado) e o julgamento só poderá contrariá-lo se esse se mostrar incompa-
tível com as provas dos autos.
Havendo recurso administrativo, poderá haver REFORMATIO IN PEJUS, a lei é expressa nesse sentido. Somente
não se admite a Reformatio in pejus em casos de REVISÃO (sempre que surgir fato novo, oponível a qualquer
tempo).
Há vedação legal de o servidor requerer aposentadoria ou exoneração voluntária, quando, contra ele, for instaura-
do um PAD. Porém poderá ser aposentado compulsoriamente¸ uma vez que a lei assim obriga. Se detectada a
infração após a sua aposentadoria, sofrerá pena de Cassação.
Penalidades em geral:
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Competência para aplicação da penalidade: Compe-
tência para aplicação da penalidade: Presidente da
Cassação de República, Presidentes das Casas do Poder Legisla-
Aposentadoria e tivo e dos Tribunais Federais e Procurador-Geral da
Cassação de Dis- República, de acordo com o órgão ou Poder ao qual o
ponibilidade servidor esteja vinculado.
Prazo de prescrição: 5 anos, contados do momento
em que a administração toma conhecimento do fato.
Competência para aplicação da penalidade: auto-
ridade imediatamente inferior àquela que é competen-
te para aplicação da penalidade de demissão, se a
suspensão for por mais de 30 dias. Em casos de sus-
pensão por até 30 dias, o chefe da repartição é com-
petente para aplicação da pena.
Prazo de prescrição: 2 anos, contados do momento
em que a administração toma conhecimento do fato.
Cancelamento do Registro da Penalidade do as-
sentamento individual do servidor: 5 anos após o
cumprimento da pena.
OBS. A suspensão não pode ultrapassar 90 dias e,
no interesse da administração, pode ser substituída
por uma multa de 50% da remuneração do servidor,
Suspensão ficando, nestes casos, o sancionado prestando servi-
ços regularmente.
No caso em que o servidor se recusa a se submeter à
inspeção médica, a lei também determina a penalida-
de de suspensão. Ocorre que a suspensão, neste
caso não tem finalidade punitiva, mas sim coercitiva.
Desta forma, a lei afirma que, se o servidor se sub-
mete à inspeção médica, a qualquer momento duran-
te a suspensão, cessa a penalidade de suspensão
naquele exato momento. Ademais, nestes casos, a
suspensão pode ser aplicada por, no máximo, 15
dias.
Por fim, também se aplica suspensão por até 90 dias
ao servidor que é reincidente em infração punível
com advertência.
Destituição de
Competência para aplicação da penalidade: auto-
Cargo em
ridade que nomeou o agente para exercício do cargo
Comissão e
ou função.
Destituição de
Prazo de prescrição: 5 anos, contados do momento
Função de
em que a administração toma conhecimento do fato.
Confiança
Competência para aplicação da penalidade: chefe
da repartição é competente para aplicação da sanção
de advertência.
Prazo de prescrição: 180 dias, contados do momen-
Advertência to em que a administração toma conhecimento do
fato.
Cancelamento do Registro da Penalidade do as-
sentamento individual do servidor: 3 anos após a
aplicação da pena.
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ESPÉCIES de EXONERAÇÃO:
I) A PEDIDO do Servidor;
VI) REPROVAÇÃO em AVALIAÇÃO PERIÓDICA, apenas possível quando houver Quadro de Carreira.
Falta LC para regulamentar certas carreiras, outras já possuem;
SISTEMA REMUNERATÓRIO
Parcela FIXA
REMUNERAÇÃO Parcela
VARIÁVEL
▪ SISTEMA REMUNERATÓRIO
SUBSÍDIO Parcela ÚNICA
b) SUBSÍDIOS É parcela única que, no latim, significa ‘ajuda de sobrevivência’, mas quem a recebe é o alto
escalão.
Chefes do Executivo;
Auxiliares Imediatos do Executivo (Ministros e Secretários);
Membros do Legislativo;
Magistratura;
Membros do Ministério Público (Promotor e Procurador);
AGU;
Procuradores e Defensores;
Conselheiros dos Tribunais de Contas;
Policiais (Toda a carreira);
Todos os demais estruturados em cargos de carreira;
FIXAÇÃO DA REMUNERAÇÃO
▪ Necessita de lei de iniciativa de quem for pagar a conta. Alguns casos não dependem de lei e sim de Decreto
Legislativo (o qual dispensa a sanção ou veto do Executivo).
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Presidente
▪ CONGRESSO NACIONAL DL Ministro de Estado
Senador e Deputado Federal
Governador
▪ LEI Deputado Estadual
Prefeito
▪ LEI Câmara Deputados Senado Sanção/Veto do Presidente
TETO REMUNERATÓRIO
▪ Ninguém ganha mais que Ministro do STF. Com a EC 41, criou-se Subtetos:
Poder Executivo
UNIÃO Ministro do STF Poder Legislativo
(teto vale para todos) Poder Judiciário
IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA
- A Probidade Administrativa não é novidade no ordenamento jurídico brasileiro, já o Princípio da Moralidade foi
introduzido pela Constituição Federal de 1988. Esse princípio tem conceito vago e indeterminado, por isso muito
doutrinadores misturam moralidade com probidade, porque ambas decorrem da ideia de honestidade.
- Entretanto, a improbidade é muito mais ampla que a moralidade, envolvendo muito mais hipóteses.
CONCEITO:
- É Designativo técnico para definir a corrupção administrativa, como desvirtuamento da administração pública,
com a desobediência às regras de administração pública.
FONTES:
União: Com fundamento no art.22, I, a doutrina atribui competência legislativa exclusiva à União para legislar a
respeito, em razão da natureza das sanções aplicadas pela lei de improbidade (natureza eleitoral, civil, que são de
legislação exclusiva pela União).
- No que tange ao procedimento administrativo a competência é concorrente, ou seja, a União legisla sobre nor-
mais gerais, e os outros entes legislam sobre matérias específicas.
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NATUREZA JURÍDICA:
- Não é ilícito penal. Para que um ato de improbidade seja também considerado ilícito penal, é necessário que
esteja tipificado como tal em Lei Penal.
OBS: Todo crime contra administração é ato de improbidade, mas nem todo ato de improbidade é crime.
- Também não é ilícito administrativo. Mas a Lei 8.112/90, estatuto dos servidores, pode estabelecer que um ato
de improbidade seja também infração funcional, sendo, neste caso, também ilícito administrativo.
- Tem natureza de Ilícito Civil, embora alguns doutrinadores considerem que ela pode ter natureza de ilícito polí-
tico em alguns casos. É apurado pela Ação de Improbidade Administrativa, que tem natureza de Ação Civil Públi-
ca.
OBS: Um Ato de Improbidade que seja ilícito civil, poderá também ser um Ilícito Penal e Ilícito Administrati-
vo, hipótese na qual haverá procedimento para punição nas instâncias civil, administrativa e penal.
- Regra Geral: Incomunicabilidade das Instâncias. Exceções:
a. Sentença Absolutória no Processo Penal por inexistência do fato ou negativa de autoria: Neste caso, há
comunicação das instâncias, e o absolvido no processo penal será absolvido também nos processos civil e admi-
nistrativo.
b. Absolvição por Excludente no Processo Penal: Faz Coisa Julgada no Processo Civil no que diz respeito à
existência da excludente. Contudo, ainda assim, o absolvido por excludente poderá ser condenado no civil.
c. Art.935, CC/02; Arts.65 e 66 do CPP; Art.126, Lei 8.112/90: Outras situações onde há comunicabilidade de
instâncias.
- Não há necessidade de sobrestação dos processos civil e administrativo enquanto correr o processo penal, mas
o ideal é o que o juiz o faça, embora não seja obrigado a fazê-lo.
SUJEITO ATIVO:
a) Agentes Públicos.
OBS: Em decisões recentes o Supremo Tribunal Federal vem firmando entendimento de que os agentes políticos
que respondem por crime de responsabilidade, nos moldes previstos na Carta Magna, não estão sujeitos à lei de
improbidade. Isso porque o crime de responsabilidade estipula sanções de natureza civil e seria bis in idem admitir
as duas punições.
b) Terceiros: Desde que induzam, concorram ou se beneficiem da prática do ato. Entretanto, não responderá por
todas as penas da ação de improbidade.
c) Pessoa Jurídica poderá ser sujeito ativo de improbidade: Também não sofrerá todas as sanções, limitar-se-á
às penas possíveis de serem aplicadas a uma Pessoa Jurídica.
OBS: Alguns autores entendem que mesmo os advogados privados poderão praticar ato de improbidade quando
atuarem em processo judicial, por exemplo. Mas os particulares somente praticam atos de improbidade, juntamen-
te com agentes públicos. Vejamos:
ATOS DE IMPROBIDADE:
Nota-se que o texto legal traz um rol de atos de improbidade, dispostos nos incisos em cada um dos artigos men-
cionados abaixo. Conforme entendimento uníssono, os incisos definem exemplos de atos de improbidade, não
exaurindo as hipóteses de infração.
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a) Atos que geram ENRIQUECIMENTO ILÍCITO (art.9º):
- Sanções:
- Sanções:
I) Ressarcimento dos prejuízos causados.
II) Perda da Função.
III) Suspensão dos Direitos Políticos, de 05 a 08 anos.
IV) Multa Civil: até duas vezes o Dano Causado ao Erário.
V) Proibição de contratar, receber incentivos fiscais e creditícios do Estado, durante 05 anos.
OBS: Poderá haver devolução do acrescido, apenas pelo 3º que cometeu o ato de improbidade juntamente com o
agente, mas não haverá possibilidade de devolução do por parte do agente.
- Não é necessário que a violação seja a Princípio que esteja no rol do art.11.
OBS: Doação: É Limitada às hipóteses do art.17 da Lei 8666/93, que foi alterado pela Lei 11196/05, qualquer
doação fora dessas hipóteses ensejará improbidade.
OBS: Placa Informativa de obras e serviços públicos: Não ensejam improbidade. Entretanto, placas e publicidades
de promoção de agentes públicos, mesmo quando feita por terceiros, enseja improbidade administrativa.
OBS: Infração ao Princípio da Igualdade no Concurso Pública: Também enseja improbidade.
- Sanções:
I) Perda da Função.
II) Suspensão dos Direitos Políticos de 03 a 05 anos.
III) Multa Civil: Até 100x a remuneração do servidor.
IV) Proibição de contratar e receber incentivos fiscais e creditícios do poder público pelo prazo máximo de 3
anos.
OBS: É possível o ressarcimento dos prejuízos causados, por dano moral ou intelectual, mesmo que não tenha
havido dano econômico.
- Não é possível misturar penas imputadas a mais de um ato de improbidade, quando o agente praticou mais de
uma modalidade. As penas poderão ser aplicadas isoladamente ou em bloco. O juiz deverá levar em conta a gra-
vidade do ato para decidir se aplica uma, algumas ou todas as penas atribuídas à modalidade de improbidade
praticada.
- A Lei de Improbidade leva em conta o que fez o agente público, sem importar o que fez o 3º particular. Se o
agente praticou a conduta A, o particular responderá na ação de improbidade pela conduta A, mesmo que tenha
incorrido em outro tipo de ilícito administrativo que enseje improbidade.
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- As sanções não são necessariamente aplicadas de forma cumulativa, tendo certo o entendimento do STJ, de-
vendo a penalidade ser aplicada de acordo com a gravidade do caso e as suas consequências. Por óbvio, compe-
te ao juiz da causa, motivadamente, definir quais as sanções de improbidade serão aplicadas, em cada caso con-
creto, isoladas ou cumulativamente, de acordo com a gravidade da infração.
Segue esquema:
ATOS QUE
ATOS DE GERAM
ATOS DE CAUSAM ATENTAM CONTRA
ENRIQUECIMENTO
DANO AO ERÁRIO PRINCÍPIOS
ILÍCITO
ADMINISTRATIVOS
indisponibilidade e indisponibilidade e
perda dos bens adqui- perda dos bens adqui-
ridos ilicitamente ridos ilicitamente
multa de até três ve- multa de até duas multa até 100 vezes a
zes o que acresceu vezes o valor do dano remuneração do ser-
ilicitamente causado vidor
impossibilidade de
impossibilidade de impossibilidade de
contratar com o Poder
contratar com o Poder contratar com o Poder
Público nem de rece-
Público e de receber Público e de receber
ber benefícios fiscais
benefícios por 5 anos benefícios por 3 anos
por 10 anos
ELEMENTO SUBJETIVO:
- Art.10: O Ato de improbidade praticado com Dano ao Erário, tipificado no art.10, é a única modalidade que
aceita expressamente que o agente seja punido se agiu com dolo ou culpa.
- Enriquecimento Ilícito e Violação a Princípio da Administração Pública só podem ser praticados na modalidade
dolosa, segundo entendimento do Supremo Tribunal de Justiça e da maioria da doutrina.
- OBS: O Ministério Público entende que mesmo o enriquecimento ilícito e a violação a princípio da administração
pública devem ocorrer na modalidade culposa e dolosa.
AÇÃO JUDICIAL:
Natureza Jurídica
- A Ação de Improbidade tem natureza de Ação Civil Pública. Por ter natureza de ACP, poderá ou não ser pre-
cedida de Inquérito Civil. Esse inquérito servirá como investigação preliminar.
- OBS: Alguns doutrinadores criticam esse entendimento, sob fundamento de que a Lei de Improbidade é própria
e o seu procedimento também é próprio. Por isso, o melhor a fazer numa prova é fazer uma Ação de Improbidade.
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Legitimidade
- Ministério Público e a Pessoa Jurídica lesada do rol do art.1º, que será sujeito passivo do ato de improbida-
de e sujeito ativo de ação de improbidade.
OBS: Se o Ministério Público for o autor da ação, deverá notificar a Pessoa Jurídica lesada para, se ela quiser,
integrar o processo como Litisconsorte do MP. Se a autora da ação for a Pessoa Jurídica lesada, o Ministério Pú-
blico deverá participar da ACP como custos legis.
Competência
- Sempre na 1ª Instância, no foro do local onde ocorreu o dano causado pelo ato de improbidade.
OBS: A Lei 10.628/02 introduziu o §.2º no art.84 do CPP, instituindo foro privilegiado para a autoridade que prati-
casse ato de improbidade. A competência seria da Corte competente para julgar a autoridade no Âmbito penal.
- Contudo, duas ADIN´s interpostas pelo CONAMP (No 27977) e a AMB (2860) declararam a Inconstitucionalidade
deste parágrafo, sob o fundamento de que lei ordinária não pode ampliar competência disposta na Constituição
Federal de 1988. Outro fundamento de que os Tribunais ficariam sobrecarregados e de que o Tribunal ficaria dis-
tante dos fatos.
Vedação
Art.21, Lei 8.429 A Punição por ato de improbidade independe de dano patrimonial. Independe também de
controle do TCU. Mesmo que o TCU aprove as contas da autoridade, esta poderá ser processada em ação de
improbidade.
a. Indisponibilidade de Bens.
b. Cautelar de Sequestro: Apesar de a norma prever o sequestro expressamente, a maioria da doutrina entende
que seria preferível o arresto.
c. Informação de Contas no exterior.
d. Afastamento preventivo da autoridade, enquanto for necessário à instrução do processo, sem prejuízo da re-
muneração.
Prescrição
- Aquele que exerce mandato eletivo ou cargo em comissão: Prazo de 05 anos a partir do momento em que o
agente deixar o cargo.
- Para os demais agentes: O Prazo será o mesmo prazo de prescrição para as infrações funcionais sujeitas a pe-
na de demissão, previstas nos estatutos, 5 anos, geralmente.
Ressarcimento Civil
Vejamos uma questão que aplicou este assunto em uma prova de Tribunais:
6. (FCC - Analista Judiciário – Área Administrativa – TRT 19/) Emerson, agente público, está respondendo a
uma ação de improbidade administrativa movida pelo Ministério Público. Segundo a petição inicial da ação,
Emerson teria deixado de prestar contas quando estava obrigado a fazer. Em razão disso, o Ministério Público
requereu a indisponibilidade de seus bens, o que foi indeferido pelo juiz sob o fundamento de que o ato ímprobo
em questão não causou prejuízo ao erário ou mesmo enriquecimento ilícito. A propósito do tema e nos termos da
o
Lei n 8.429/92,
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A) não está correta a decisão do juiz, pois o ato ímprobo em questão comporta o pedido de indisponibilidade de
bens, não importando se inexistiu prejuízo ao erário ou enriquecimento ilícito.
B) pela descrição da conduta, sequer existe ato ímprobo, logo, o juiz deveria ter rejeitado de plano a petição
inicial.
C) não está correta a decisão do juiz, pois a indisponibilidade de bens é cabível para qualquer ato ímprobo e em
qualquer circunstância, sempre visando o interesse público.
D) está correta a decisão do juiz, pois não é cabível, na hipótese narrada, a medida de indisponibilidade de bens.
BENS PÚBLICOS
CONCEITO:
- São todos aqueles bens, móveis ou imóveis, corpóreos ou incorpóreos, que compõem a dominialidade Pública
do Estado, cuja titularidade é das Pessoas Jurídicas de Direito Público.
OBS: Bens das Sociedades de Economia Mista e Empresas Públicas exploradoras de atividade econômica não
são considerados bens públicos, portanto, são prescritíveis, penhoráveis, alienáveis e oneráveis.
- São todos aqueles bens públicos que se destinam ao uso coletivo de toda a comunidade em condições de igual-
dade. Ex. Praias, avenidas, praças.
- Destinam-se ao uso do próprio Estado para o exercício de duas atividades. Estão vinculados a uma finalidade
específica. Ex. prédios, cemitérios e museus públicos, estádios de futebol públicos.
- Os bens públicos das Pessoas Jurídicas de Direito Privado Prestadoras de Serviço Público, quando vinculados à
prestação do serviço, serão sempre de Uso Especial.
- São todos aqueles bens que, não dispondo de nenhuma destinação pública específica, integram o chamado
patrimônio disponível do Estado, como objeto de Direito Real ou Pessoal. Não têm nenhuma destinação pública
específica. Esses bens podem ser negociados pela Administração, por meio de comodato, locação, venda, etc.
Ex. Terras devolutas, terrenos da marinha.
Bens Públicos Afetados: São todos aqueles que se vinculam a uma destinação específica. São os bens de
uso comum e de uso especial.
Bens Públicos Não Afetados: São todos aqueles que não se encontram vinculados a nenhuma finalidade pú-
blica específica. São os Bens Dominicais ou Dominais.
Afetação: Fenômeno jurídico, através do qual um bem não afetado passar a ser predisposto a um fim público
especial. Ou seja, é transformação de um bem dominical em bem de uso especial ou de uso comum.
Desafetação: Fenômeno jurídico em face do qual o Estado, explícita ou implicitamente, retira, subtrai do bem
afeto, vinculado a uma finalidade, a sua destinação pública específica, de modo a transforma-lo em Bem Domini-
cal, não afetado.
CARACTERÍSTICAS:
a) Inalienabilidade:
- Há uma Inalienabilidade Relativa. Os bens públicos poderão alienados desde que se vinculem às formalidades
legais.
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- Os bens públicos afetados, enquanto preservarem essa condição, porque predispostos a uma finalidade pública,
são absolutamente inalienáveis.
I) Desafetação (essa formalidade só é exigida para os bens afetados). Pode ser feita através de Decreto do Chefe
do Executivo.
II) Autorização Legislativa: Exigível apenas para os Bens Públicos, afetados ou não, pertencentes às Pessoas
Jurídicas de Direito Público. Para alienação de bens pertencentes às Empresas Públicas e Sociedades de Eco-
nomia Mista prestadoras de serviço público não há necessidade de autorização legislativa.
III) Autorização do Presidente da República: Essa formalidade só é exigida no âmbito da União (Lei Federal
9.636/93). Tal exigência é dispensada quando foi o próprio presidente quem pediu a autorização legislativa para
alienação do bem.
IV) Licitação na Modalidade Concorrência. Exceção (artigo 19, da lei 8.666/93) Quando o bem imóvel for
adquiro pelo Estado em procedimento judicial ou em dação em pagamento, a licitação poderá ser por Leilão.
V) Avaliação Prévia.
OBS: Lei 8.666/93, art.17: Traz hipóteses de dispensa obrigatória dessas formalidades para alienação de
bens públicos, nos seus inciso I (bens imóveis) e II (bens móveis) :
Formalidades p/ Alienação de Bem Público MÓVEL:
b) Impenhorabilidade:
- Para cumprimentos de decisões judiciais contra a Administração há o regime de Precatórios, que será dispensa-
do, no âmbito federal, quando o valor cobrado for até 60 sal.mínimos.
c) Imprescritibilidade:
d) Impossibilidade de Oneração:
- Os bens públicos não podem ser gravados por ônus de direito real.
OBS:. Os bens públicos podem sofrer Enfiteuse, que ainda permanece no Direito Administrativo, mas essa enfi-
teuse do Dir. Adm. não é direito real e sim contrato, direito pessoal.
- O Direito Brasileiro autoriza a utilização de bens públicos, em qualquer das suas modalidades, por terceiros par-
ticulares, desde que se cumpram determinadas formalidades.
I) Uso Anormal de um Bem Público: Ocorre quando o bem público é utilizado de forma não compatível com sua
destinação pública, sem, contudo, eliminar essa destinação. Ex. barraca nas praias.
II) Uso Normal de um Bem Público: É o uso compatível com a destinação principal de bem público em tela.
- OBS: Todavia, o uso do bem público ainda se distingue no que diz respeito à sua exclusiva ou não exclusiva
utilização:
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a. Bem de Uso Comum:
- O Uso é franqueado, em igualdade de condições, a todas as pessoas. É o uso para o qual concorrem todas as
pessoas.
I) Uso Comum Ordinário: É aquele, a vista do qual, todos indistintamente, podem utilizar o bem público sem se
sujeitarem a qualquer condição prévia, contemporânea ou a posteriori, ou a qualquer restrição ou limitação.
II) Uso Comum Extraordinário: É aquele que, a despeito de a utilização do bem estar aberta a todos indistinta-
mente, o uso do bem público está sujeito a alguma condição prévia, contemporânea ou a posteriori, ou alguma
restrição ou limitação. Ex.Pagamento de pedágio para utilização de estradas.
- É o uso atribuído em caráter exclusivo a um particular. Todo bem público, independente de ser afetado ou não,
pode ter seu uso atribuído de forma exclusiva a um particular, desde que esse particular tenha um título jurídico
hábil, que lhe possibilite esse uso em caráter exclusivo. Ex. ilhas particulares, terrenos da marinha.
Autorização de Uso: A autorização pode se destinar a possibilitar que o particular exerça uma atividade mate-
rial ou que ele proceda ao Uso exclusivo de um bem público de um bem afetado.
- É uma forma de delegação do Estado. É ato administrativo discricionário, unilateral, e precário, pelo qual o Esta-
do faculta ao particular a possibilidade de uso exclusivo do bem público. É a forma mais precária de delegação
para o particular, porque pode ser revogada a qualquer tempo, sem necessidade de indenização. Na autorização
predomina o interesse do particular.
- Doutrina: Faz distinção entre 02 tipos de autorização:
• Autorização Simples: Não é submetida a qualquer condição, pode ser revogada a qualquer tempo, sem inde-
nização.
• Autorização Qualificada: Submete-se a alguma condição, inclusive a prazo certo. Nesta modalidade, o Poder
Público pode revogá-la a qualquer tempo, mas o particular terá direito à indenização pelos prejuízos que tiver.
Permissão de Uso: é unilateral, Discricionária e Precária, embora menos precária que a autorização, já que,
na Permissão há uma predominância do interesse público e, também, por ser ela precedida por Licitação. A Per-
missão também pode ser revogada a qualquer tempo, mas sempre ensejará indenização, se provado prejuízo. Ex.
banca de revistas e jornais.
OBS: Só não se exige licitação se for caso de dispensa ou inexigibilidade.
Concessão de Uso: É Contrato Administrativo, celebrado por tempo certo ou determinado, no qual a Adminis-
tração faculta ao concessionário o uso de determinado bem público em caráter especial, mediante a paga de de-
terminado valor, que, via de regra, é alto, tendo em vista a natureza de contrato da concessão de uso. Ex. Lojas
em Aeroportos; Cemitérios Privados; Lanchonetes nas rodoviárias.
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Enfiteuse (Dec. Lei 9.760/46, alterado, em parte, pela Lei 9636/98): A Enfiteuse do Direito Administrativo, que
é diferente daquela que existia no CC/16, está adstrita aos terrenos da marinha, que são bens públicos domini-
cais.
• Domínio Direto: A União, enquanto proprietária do bem, detém o seu domínio Direto.
• Domínio Útil: Passa a pertencer ao particular (enfiteuta ou foreiro), que terá as faculdades de gozar, dispor e
reivindicar o bem.
- O Enfiteuta tem que pagar, anualmente, uma taxa de 0.6% sobre o valor do imóvel. Terá, também, que pagar o
Laudêmio, se quiser alienar o domínio útil do terreno por ele utilizado, cuja taxa será de 05% da fração ideal do
terreno sob domínio do particular.
Cessão de Uso (Lei 9.636/98): É Contrato Administrativo, por meio da qual a União faculta, via de regra, em
caráter gratuito, o uso de um bem imóvel seu a um Município, Estado ou a um particular, Pessoa Física ou Jurídi-
ca, que exerça atividade não lucrativa, de natureza social ou assistencial, como forma de auxiliar ou contribuir com
esse propósito.
Cessão do Direito Real de Uso (Decreto Lei 271/67): É contrato administro que transfere a um particular um
Direito Real, submetido a uma condição resolutiva, a explorar terrenos de propriedade da União, com finalidade de
urbanização, industrialização, edificação, cultivo da terra ou outra finalidade social.
- Pode ter por objeto tanto terreno da União como o espaço aéreo que o recobre. É Cessão de tempo indetermi-
nado, transmissível causa mortis, sujeito a autorização legislativa e a Licitação por concorrência, já que se trata de
cessão de um direito real.
Diferencia-se do Contrato de Concessão de Uso: Este é contrato de natureza pessoal, com prazo determinado,
não transmissível causa mortis, não sujeito à autorização legislativa.
- São todos aqueles terrenos banhados pelo mar, ou pelos rios ou lagoas navegáveis que sofram influência das
marés, que entrem até 33 metros da linha do preamar médio, medido em 1831.
- OBS: Os terrenos acrescidos são as áreas de terra que se formam natural ou artificialmente, em complemen-
tação, para dentro do mar, ou lagoas ou rios navegáveis que sofram influência das marés, em seguimento ao ter-
reno da marinha, sem limite de extensão.
EC 46/05 Subtraiu da União as Ilhas Costeiras que forem sede de municípios, que agora não pertencerão à
União, e sim ao município cuja sede se localize nela. Não envolve as Ilhas Oceânicas.
Ação de Discriminação:
- Procedimento Judicial específico para demarcar a extensão da terra devoluta, que deixará de ser terra devoluta
após a demarcação, assumindo o caráter de terra pública stricto senso.
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LICITAÇÃO
CONCEITO:
FINALIDADES:
SUJEITOS:
- Entes da Administração Direta; Entes da Administração Indireta e Entes Controlados direta ou indiretamente pelo
Poder Público (OSCIP´s, Serviços Sociais Autônomos).
OBS: Empresas Públicas e Sociedades da Economia Mista obedecem à Lei 8.666/93. Se explorarem atividade
econômica, poderão ter licitação com regime especial. Enquanto não for criado esse regime especial, continuam
obedecendo a Lei 8.666/93, gozando, entretanto, do direito de dispensa para valores de até 20% do valor do con-
vite.
- Fundo Especial (serve para gestão de interesses ou recursos públicos, que sirvam a um interesse coletivo):
Pode ser órgão público (Administração direta) ou fundação pública (Administração indireta), nestes 02 casos há
necessidade de licitação. Entretanto, o Fundo Especial também pode ser usado como código orçamentário, sem
estrutura ou personalidade jurídica. Neste caso, não haverá necessidade de licitação.
- Tudo o que é relevante para licitação deve estar previsto no edital. Exige que todas as regras a serem a respei-
tadas estejam previstas no edital (não se pode exigir nem menos nem mais do que está previsto no edital). O Edi-
tal ou a Carta-Convite contém as regras da licitação.
- O Edital tem que definir o Tipo de Licitação, não é possível a utilização de qualquer critério subjetivo numa licita-
ção, sob pena de violação a este princípio: (diferencia-se de modalidade).
OBS: Se o edital estabelecer que o tipo de licitação será o de Menor Preço, independentemente de qualquer
motivo, vencerá aquela empresa que, preenchendo os requisitos previstos no edital, ofereça o menor preço, ainda
que o concorrente ofereça um produto com qualidade superior. Havendo empate no preço, haverá desempate nos
critérios do art. 3º, §2º da lei 8.666/93.
OBS: Quando a licitação for de Melhor Técnica e Preço: O Edital deve prever qual o critério para resolver a situ-
ação na qual um concorrente oferece um melhor preço e o outro ofereça melhor técnica (pode ser a média, por
exemplo).
- O Processo de Licitação tem que respeitar todas as formalidades previstas na lei. É um procedimento vinculado.
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IV) Princípio do Sigilo das Propostas (válido inclusive para o pregão):
- As propostas são sigilosas até o momento de sua abertura em sessão pública. Se houver fraude (preços combi-
nados entre concorrentes): crime previsto na Lei de Licitação e improbidade administrativa. Exceção a este prin-
cípio: Leilão (propostas verbais).
- Competência Privativa da União para legislar sobre normas gerais de licitação (art.22, inc.27, C.F/88). Obs.
Norma Geral pode criar nova modalidade de licitação.
OBS: Lei complementar poderá delegar ou transferir aos Estados para legislar sobre normas gerais.
- Quando a União legislar sobre normais gerais a Lei será Nacional; Quando a União legislar sobre normas espe-
cíficas a Lei será Federal, válida somente p/ União. STF/ lei 8666/93 tem normais gerais, mas também pos-
sui normas específicas para a União (art.17).
- Lei 10.520/02 (define o pregão): Também utilizada como Norma geral, com mesmo poder da lei 8.666/93.
- Lei 9.472/97 (institui ANP e ANATEL): Criou o pregão e a consulta, enquanto modalidades específicas das
agencias reguladoras. Não é norma geral de licitação. STF Mesmo não se tratando de norma geral de licita-
ção, a Lei 9.472/97 poderia, como fez, criar a consulta e o pregão.
- OBS: A Lei de Licitação do Estado da Bahia traz os procedimentos das modalidades de licitação totalmente in-
vertidos em relação aos da Lei 8666/93.
OBS: Nos casos das Empresas Públicas e das Sociedades de Economia Mista, a Licitação será inexigível quando
prejudicar a atividade fim da empresa.
DISPENSA DE LICITAÇÃO
São situações em que há viabilidade de competição, no entanto, a lei determina a desnecessidade de realização
do certame. O rol de dispensa é definido em lei de forma taxativa nos art. 17 e 24 da lei 8666/93.
É importante decorar as hipóteses de dispensa, pois caem bastante em prova. Basta o decoreba da lei que trata
de dispensa por urgência, dispensa em razão do valor, entre outros.
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Vejamos como isso costuma ser cobrado:
7. (FCC – Analista Judiciário – Área Administrativa - TRT 3/) Considere duas situações hipotéticas:
I. O Estado de Minas Gerais pretende comprar imóvel para o atendimento de suas finalidades precípuas, cujas
necessidades de instalação e localização condicionem a sua escolha, e desde que o preço do imóvel seja compa-
tível com o valor de mercado, segundo avaliação prévia;
II. A União Federal necessita intervir no domínio econômico para regular preços.
o
Nas hipóteses narradas, e nos termos do que consta na Lei n 8.666/1993, a licitação é
MODALIDADES:
CONCORRÊNCIA
Modalidade muito garantidora da competição, sem limite de ingresso, com o procedimento amplo, abarcando to-
das as fases, desde a análise de documentação, até a escolha das propostas. Qualquer pessoa pode participar da
concorrência.
A) Alienação ou aquisição de imóveis: Quando a administração pública adquire ou aliena imóveis, estas contra-
tações dependem de prévia licitação, sempre na modalidade concorrência, não sendo relevante, nestes casos, o
valor do contrato.
Atenção! se o imóvel a ser alienado tiver sido adquirido por dação em pagamento ou decisão judicial, pode-se
celebrar este contrato de alienação mediante licitação na modalidade concorrência OU leilão. Logo, nestes casos
específicos, a modalidade concorrência não será obrigatória.
Exceção da exceção:
1ª: se o órgão que vai realizar licitação internacional tiver cadastro internacional de licitantes, poderá optar por
fazer licitação na modalidade Tomada de Preço, desde que dentro dos limites desta modalidade.
2ª: se o bem ou serviço a ser contratado não tiver fornecedor no país, o órgão poderá fazer licitação internacional
na modalidade convite (ou tomada de preço), desde que respeitados os limites de valor.
TOMADA DE PREÇO
Participam da competição apenas os licitantes que forem cadastrados no órgão ou aqueles que se cadastrarem
até 3 (três) dias antes da data marcada para a abertura dos envelopes contendo as propostas dos licitantes.
até R$ 1.500.000,00
até R$ 650.000,00
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CONVITE
O convite é a modalidade mais restrita de todas as previstas na lei de licitações. Participarão do certame apenas
os convidados, cadastrados ou não, sendo no mínimo 3 (três) convidados, salvo comprovada restrição de merca-
do, quando então pode se realizar o convite com apenas 2 (dois) convidados. Este é o entendimento expresso do
artigo 22, § 7º da lei 866693, abaixo transcrito, in litteris:
o
Art 22. § 7 Quando, por limitações do mercado ou manifesto desinteresse dos convidados, for impossível a ob-
o
tenção do número mínimo de licitantes exigidos no § 3 deste artigo, essas circunstâncias deverão ser devidamen-
te justificadas no processo, sob pena de repetição do convite.
Se não foi convidado, ainda assim o interessado poderá participar da licitação desde que comprove que, cumulati-
vamente, está regularmente cadastrado no órgão e que apresentou manifestação de interesse em participar da
competição, até 24 horas antes da data marcada para a abertura dos envelopes.
até R$ 150.000,00
IÇOS até R$ 80.000,00
CONCURSO
Não se pode confundir o concurso – procedimento licitatório – com o concurso público para provimento de cargos
públicos. Concurso é modalidade licitatória que serve para escolha de trabalho de técnico, artístico e científico por
parte da administração público.
O licitante vencedor da licitação recebe um prêmio ou remuneração pelo trabalho adquirido pelo ente estatal.
LEILÃO
Esta modalidade licitatória serve para alienação de bens pelo poder público.
A) O leilão pode ser feito para alienar bens imóveis que tenham sido adquiridos por decisão judicial ou dação em
pagamento (todos os outros deverão ser alienados mediante concorrência, obrigatoriamente).
B) Também, é modalidade licitatória para alienação de bens móveis inservíveis, apreendidos e penhorados.
- Bens inservíveis: são os bens que não têm mais serventia pública, são bens desafetados, que não estão sendo
destinados à utilização pública.
- Bens apreendidos: adquiridos, pelo poder público, em decorrência de atos ilícitos.
- Bens penhorados: o legislador se equivocou ao falar em “penhora” quando queria se referir ao penhor. É impor-
tante atentar para o fato de que o leilão administrativo não se confunde com o leilão judicial. Em verdade, quando
se trata de licitação na modalidade leilão, utiliza-se para alienar bens empenhados pelo particular ao ente público.
PREGÃO
O pregão é modalidade licitatória definida para aquisição de bens – por esta razão a doutrina chama de “leilão
reverso” – e serviços comuns. Ressalte-se que serviços e bens comuns são aqueles que podem ser designados
no edital com expressão usual de mercado, conforme disposição legal expressa.
Hoje, quaisquer bens e serviços vêm sendo considerados comuns pela doutrina, não sendo possível a realização
de pregão para obras públicas.
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PROCEDIMENTOS:
CONCORRÊNCIA:
Súmula 473/STF: A ADMINISTRAÇÃO PODE ANULAR SEUS PRÓPRIOS ATOS, QUANDO EIVADOS DE VÍ-
CIOS QUE OS TORNAM ILEGAIS, PORQUE DELES NÃO SE ORIGINAM DIREITOS; OU REVOGÁ-LOS, POR
MOTIVO DE CONVENIÊNCIA OU OPORTUNIDADE, RESPEITADOS OS DIREITOS ADQUIRIDOS, E RESSAL-
VADA, EM TODOS OS CASOS, A APRECIAÇÃO JUDICIAL.
B) HABILITAÇÃO:
Fase de análise da documentação dos licitantes, a fim de verificar se têm idoneidade para contratar com o poder
público. É importante frisar que o edital não pode estabelecer critérios não previstos em lei, evitando, assim, res-
tringir a licitação de forma desarrazoada.
Art. 27. Para a habilitação nas licitações, exigir-se-á dos interessados, exclusivamente, documentação relativa a:
I – habilitação jurídica;
II – qualificação técnica;
III – qualificação econômico-financeira;
IV – regularidade fiscal e trabalhista
V – cumprimento do disposto no inciso XXXIII do art. 7º da Constituição Federal. (Incluído pela Lei nº 9.854, de
1999)
OBS: Microempresas e empresas de pequeno porte: a LC 123/06 estabelece que essas empresas poderão parti-
cipar da licitação ainda que não tenham regularidade fiscal. Ao final da licitação, se forem declaradas vencedoras,
terão o prazo de 05 (cinco) dias úteis, prorrogáveis por mais 5 dias, para fazer o saneamento do débito (quitar o
débito ou de alguma forma tornar o débito inexigível).
O prazo para Recurso da decisão na fase de habilitação é 5 (cinco) dias úteis e este recurso terá efeito suspensi-
vo.
Todavia, na hipótese de todos os licitantes serem inabilitados, a administração poderá conceder o prazo de 8 dias
úteis para que se adéquem ao edital (art. 48, §3º). A doutrina entende que é um poder-dever da administração.
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C) JULGAMENTO e CLASSIFICAÇÃO:
Após a classificação, haverá prazo para interposição de Recurso de 5 (cinco) dias úteis, com efeito suspensivo.
D) HOMOLOGAÇÃO:
Classificadas as propostas, termina o trabalho da comissão, que encaminhará o processo à autoridade do órgão
para homologação.
Embora se chame fase de homologação, se houver alguma irregularidade, não será homologada a licitação. A
própria lei estabelece possibilidade de anulação, por motivo de vício de ilegalidade durante o procedimento ou
também de revogação, desde que amparada por motivos de interesse público superveniente, devidamente justifi-
cados.
A homologação é a regra. Tanto é assim que, se a administração não homologar o procedimento licitatório por
qualquer dos motivos legais, deverá oferecer o prazo de 5 (cinco) dias úteis para interposição de recurso, pelo
licitante interessado. Neste caso, a lei não confere efeito suspensivo à demanda recursal.
E) ADJUDICAÇÃO:
Após a adjudicação, a administração NÃO é obrigada a celebrar o contrato administrativo. Embora não seja obri-
gada a contratar, caso necessite realizar a contratação, só poder fazê-lo com o vencedor da licitação. É por isso
que se diz que a adjudicação tem força vinculante – princípio da adjudicação compulsória.
Já o licitante vencedor é obrigado contratar desde que tenha sido convocado a celebrar o contrato, no prazo de 60
dias da abertura dos envelopes de propostas. O licitante fica vinculado à proposta apresentada pelo prazo de 60
dias, contados da apresentação da proposta e, após esse prazo, a lei presume que ele pode não ter condições de
contratar, nos moldes da proposta apresentada, anteriormente.
PROCEDIMENTOS DIFERENCIADOS:
Tomada de Preço: o procedimento é o mesmo estudado para a concorrência, porém NÃO HÁ FASE DE HABILI-
TAÇÃO, uma vez que os licitantes já estão previamente cadastrados. O cadastro serve como uma habilitação
prévia.
Convite: também segue um procedimento similar ao da concorrência, contudo, não há publicação de edital (a
publicidade da carta-convite é diferenciada) e nem fase de habilitação. A outra diferença diz respeito a prazos. Os
prazos para recursos são de 2 dias úteis (e não de 5 dias como nas outras modalidades). Se forem todos des-
classificados, pode-se abrir o prazo de 3 dias úteis (ao invés de 8 dias úteis) para que se adéquem ao edital.
Lances verbais: a princípio, passam para os lances verbais a melhor proposta (menor preço) e todas as outras
propostas que não ultrapassarem 10% do valor da primeira. Independentemente disso, deve passar para os lan-
ces verbais a melhor proposta mais 2(duas), para completar 3(três) licitantes, no mínimo.
VIII – no curso da sessão, o autor da oferta de valor mais baixo e os das ofertas com preços até 10% (dez por
cento) superiores àquela poderão fazer novos lances verbais e sucessivos, até a proclamação do vencedor;
IX – não havendo pelo menos 3 (três) ofertas nas condições definidas no inciso anterior, poderão os autores das
melhores propostas, até o máximo de 3 (três), oferecer novos lances verbais e sucessivos, quaisquer que sejam
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os preços oferecidos;
O próprio pregoeiro irá adjudicar e o procedimento segue para homologação da autoridade superior, ao final.
O prazo para recurso na modalidade é imediato e ocorre após a declaração do vencedor, ou seja, somente ao
final da licitação. Se o licitante recorrer, a lei concede o prazo de 3 (três) dias para elaboração e apresentação das
razões do recurso.
Pregão eletrônico: cada ente federativo deverá ter o seu decreto específico se quiser utilizar desta forma de licita-
ção. No âmbito federal, foi expedido o Decreto 5450 que regulamenta o pregão eletrônico realizado pela União. O
procedimento é o mesmo do pregão presencial, porque o decreto tão somente regulamentará a lei. O decreto não
traz novidades; o decreto minudencia o texto da lei para facilitar o pregão que será feito na rede.
CONTRATOS ADMINISTRATIVOS
CONCEITO:
- É uma espécie de contrato, um vínculo jurídico em que os sujeitos ativo e passivo comprometem-se a uma pres-
tação visando Criar, Extinguir ou Modificar Direitos na consecução do interesse público, seguindo o Regime Pú-
blico.
CARACTERÍSTICAS:
a) A presença do Poder Público, seja no pólo passivo, no pólo ativo ou nos 02 pólos. O que se exige é a pre-
sença do poder público em pelo menos um dos pólos.
b) É Negócio Jurídico Bilateral.
c) Contrato Consensual, que estará perfeito e acabado no momento em que se manifesta a vontade. Ex. O Con-
trato de compra e venda é consensual, estará perfeito e acabado com a manifestação da vontade. Não importa se
o pagamento não foi descontado.
OBS: Diferencia-se do Contrato Real, que depende da entrega do bem para se tornar perfeito.
d) Contrato Comutativo: As Obrigações são equivalentes e Pré-Determinadas.
OBS: Diferente do Contrato Aleatório, em que as obrigações não são pré-determinadas.
e) Contrato Formal: Deve seguir certas formalidades.
f) Contrato Personalíssimo: Leva em consideração a qualidade pessoal dos contratantes. Via de regra, não
poderá haver transferência.
g) É Contrato de Adesão: Uma das partes monopoliza a relação, a outra adere se quiser. O Contrato está previ-
amente pronto, não há possibilidade de se discutir cláusulas contratuais. Aqui é a Administração quem detém o
monopólio.
OBS: Uma vez publicado o edital do contrato, este deverá ser cumprido nos seus exatos termos, não havendo
possibilidade de alterá-lo.
FORMALIDADES:
h) Contrato Escrito.
Exceções Contratos de pronta entrega, podem ser substituídos por qualquer documento informal, que compro-
ve a entrega.
- Poderá ser verbal quando a lei autorizar. Art.60, Lei 8666/93 (Contratos Verbais): Contratos de compra com
valor até 4 mil reais, desde que seja:
- Se a licitação não for inexigível ou dispensada será necessário utilizar-se do procedimento do art.26.
- O Instrumento do contrato será Obrigatório quando o valor for o da Tomada ou da Concorrência, mesmo que
seja caso de dispensa ou inexigibilidade.
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- Poderá o Instrumento de Contrato ser Facultativo quando o valor for correspondente a Convite e quando for
possível realiza-lo de outra maneira.
- Prazo sempre determinado (art.57, §3º). A duração máxima será compatível com a disponibilidade do crédito
orçamentário: 12 meses (lei orçamentária anual).
- Exceções (prazo maior que 12 meses):
I) Quando o objeto do contrato estiver previsto no Plano Plurianual (PPP, art.166, CF): Prazo máximo do con-
trato administrativo será de 04 anos.
II) Prestação Contínua: Se em razão do prazo o preço for melhor, nos casos de prestação contínua, o prazo
máximo do contrato será de 60 meses.
- OBS: Art.57 Admite-se uma prorrogação em caráter excepcional, mediante fundamentação e autorização da
autoridade superior.
III) Aluguel de equipamentos e programas de informática: Prazo máximo de 48 meses.
IV) Contratos de Concessão ou Permissão de Serviço Público: Podem ter prazos diferenciados, de acor-
do com a lei que cuidar do serviço delegado, a lei que cuida do serviço dará o prazo máximo do contrato de con-
cessão ou permissão.
- Se a alteração é feita bilateralmente, não há cláusula exorbitante. Só a administração pode alterar unilateralmen-
te o contrato.
- OBS: Permissão: é Ato Unilateral: Só há permissão de serviço. Não se faz por contrato, não é contrato, é feita
por ato unilateral.
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- OBS: Se a Administração quiser menos mercadorias e a contratada já tiver adquirido ou produzido as mercado-
rias, a administração terá que pagar pelo que havia estipulado.
- OBS: Para cima ou para baixo, o acréscimo ou decréscimo máximo será de 25%. Exceção: Reforma de Edifí-
cio ou Equipamento: Acréscimo máximo de 50% em relação ao original.
OBS: Em contrato administrativo a Administração só paga ao contratado depois de receber o serviço, obra ou
mercadoria. O Pagamento nunca poderá ser antecipado.
- O Contratado pode pedir a revisão do contrato para manter o equilibro econômico-financeiro. Só haverá revisão
para manter equilíbrio econômico-financeiro se houver fato novo.
Teoria da Imprevisão (gênero):
- Fato superveniente, imprevisto, imprevisível e que onera excessivamente o contrato para uma das partes.
I) Fato do Príncipe: É a atuação geral e abstrata do Poder Público, que atinge o contrato de forma indireta e
reflexa. Ex. alteração de alíquota de imposto.
II) Fato da Administração: Atuação específica, que atinge diretamente o contrato administrativo, atinge o seu
objeto principal.
III) Interferências Imprevistas: Circunstancias que já existiam ao tempo da celebração do contrato, mas só
foi descoberta ao tempo da execução do contrato.
IV) Caso Fortuito e Força Maior.
03ª Hipótese: Alteração Referente à:
I) Correção Monetária: Já está programada no contrato. É apenas a atualização da moeda.
II) Reajustamento de Preços: Há uma alteração no custo do objeto do contrato. É um índice já previsto no con-
trato p/ absorver o aumento de custos.
III) Recomposição de Preços: Também é em razão do aumento de custos, mas não é prevista no contrato,
é utilizada na hipótese de Teoria da Imprevisão. É a revisão p/ busca do equilíbrio econômico-financeiro do contra-
to.
OBS: A Falta de Revisão a pedido da contratada p/ manter o equilíbrio econômico-financeiro do contrato: A Pos-
sibilidade de extinção do contrato só pela via judicial.
- Se quem quer extinguir o contrato é o contratado, só poderá fazê-lo na via judicial, se a Administração não acei-
tar extinguir administrativamente.
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04ª Hipótese: Extinção de Pleno de Direito: Por circunstancias alheias à vontade. Ex. falência.
05ª Hipótese: Anulação: O contrato já nasce ilegal.
- A administração deve designar um agente público que ficará responsável pela fiscalização na execução contra-
tual, aplicando penalidades e exigindo o cumprimento das obrigações pela parte contratada.
I) Advertência;
II) Multa;
III) Suspensão do Direito de Contratar com Poder Público, por, no máximo, 02 anos;
OBS: No caso de suspensão o contratado estará impedido de contratar apenas com o Ente que aplicou a penali-
dade.
OBS: Para aplicação de uma dessas 03 penalidades será feita de forma discricionária pelo administrador, não há
um rol de hipóteses para aplicação de cada uma dessas penalidades.
IV) Declaração de Inidoneidade da Empresa pelo prazo máximo de 02 anos: A Empresa deixa de ser idô-
nea e fica impedida de contratar com todos os entes da administração. Diferencia-se da Suspensão, que é restrita
ao ente com o qual a contratada fez o contrato.
OBS: Para empresa voltar a ser idônea tem que ser reabilitada, para que isso ocorra devem ser preenchidos al-
guns requisitos: Passar o prazo da declaração de inidoneidade; A contratada deve indenizar os prejuízos causa-
dos à administração (requisitos cumulativos).
OBS: Para aplicação da penalidade de declaração de inidoneidade da empresa, o contratado deve ter praticado
conduta que seja tipificada também como crime.
- Para Celso Antonio: Só a declaração de inidoneidade depende de conduta criminosa, a suspensão do direito de
contratar com o poder público não exige conduta criminosa.
- Se a Administração rescinde o contrato por inadimplência da empresa, o fará por processo administrativo e, a
partir da instauração do Processo Administrativo até o seu fim a Administração deverá assumir a continuidade da
prestação do serviço, e se for necessário a Administração poderá ocupar provisoriamente os bens da contratada.
- Se ao final do processo há a Rescisão: A Administração poderá adquirir os bens da contratada através da rever-
são (ocupação – reversão).
Pode se dar em decorrência de vício, declarada pela Administração Pública, com efeitos ex tunc.
Além da celebração de contratos administrativos, a legislação prevê a possibilidade de serem firmados outros ajus-
tes entre os particulares e a Administração Pública. Neste sentido, o art. 116, da lei 8.66/93 estipula que se aplicam
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as disposições deste, no que couber, aos convênios, acordos, ajustes e outros instrumentos congêneres celebra-
dos por órgãos e entidades da Administração.
Diferentemente do que ocorre com os contratos administrativos, na celebração de convênios, as partes que firmam
o ajuste possuem vontades convergentes, não sendo necessária a realização de licitação antes de firmado o acor-
do.
Decreto 6170/07:
1 - convênio - acordo, ajuste ou qualquer outro instrumento que discipline a transferência de recursos financeiros
de dotações consignadas nos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União e tenha como partícipe, de um
lado, órgão ou entidade da administração pública federal, direta ou indireta, e, de outro lado, órgão ou entidade da
administração pública estadual, distrital ou municipal, direta ou indireta, ou ainda, entidades privadas sem fins
lucrativos, visando a execução de programa de governo, envolvendo a realização de projeto, atividade, serviço,
aquisição de bens ou evento de interesse recíproco, em regime de mútua cooperação
2 - contrato de repasse - instrumento administrativo, de interesse recíproco, por meio do qual a transferência dos
recursos financeiros se processa por intermédio de instituição ou agente financeiro público federal, que atua como
mandatário da União.
Da mesma forma, o ente público será o contratante, podendo outra entidade integrante da Administração ou pes-
soa de direito privado sem fins lucrativos atuar como contratado.
3 - termo de execução descentralizada - instrumento por meio do qual é ajustada a descentralização de crédito
entre órgãos e/ou entidades integrantes dos Orçamentos Fiscal e da Seguridade Social da União, para execução
de ações de interesse da unidade orçamentária descentralizadora e consecução do objeto previsto no programa
de trabalho, respeitada fielmente a classificação funcional programática.
- Em 04 de agosto de 2011, foi editada a lei 12.462/11, com a finalidade de definir procedimento específico de
licitação e instrumentalização para os contratos necessários à realização dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de
2016, da Copa das Confederações da Federação Internacional de Futebol Associação - Fifa 2013 e da Copa do
Mundo Fifa 2014.
- A lei referida já sofreu duas alterações, primeiramente, pela lei 12.688/12 que incluiu neste regime as contra-
tações necessárias ao cumprimento das ações integrantes do Programa de Aceleração do Crescimento
(PAC).
- Na mesma esteira, mediante alteração efetivada pela lei 12.722/12, o Regime Diferenciado de Contratações -
RDC também passou a ser aplicável às licitações e contratos necessários à realização de obras e serviços de
engenharia no âmbito dos sistemas públicos de ensino.
- Por fim, a lei 12.745/12, inserindo nova alteração no texto legal, incluiu no RDC, os acordos firmados para exe-
cução de obras e serviços de engenharia no âmbito do Sistema Único de Saúde - SUS.
- É importante frisar que a opção pela utilização do Regime Diferenciado de Contratações deverá constar de forma
expressa do instrumento convocatório e resultará no afastamento das normas contidas na lei 8.666/93, a qual não
tem aplicação subsidiária, salvo nas hipóteses expressamente determinadas pela lei 12.462/11.
a) Indicação de marcas: Nas licitações realizadas nos moldes do RDC, é admitida a indicação de marcas, desde
qae isso seja especificado e decorra de necessidade de padronização do objeto a ser contratado, ou quando de-
terminada marca ou modelo comercializado por mais de um fornecedor for a única capaz de atender às necessi-
dades da entidade contratante.
b) Critérios de seleção das propostas e critérios de desempate: menor preço ou maior desconto, técnica e preço
melhor técnica ou conteúdo artístico maior oferta de preço, maior retorno econômico.
c) Procedimento da licitação
d) Parcelamento do objeto e contratação simultânea
e) Possibilidade de pré-qualificação
f) Contratação de outra proposta que não a vencedora
g) Remuneração Variável
h) Contratação integrada
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i) Penalidade de suspensão de contratar com o Poder Público por cinco anos
PROCESSO ADMINISTRATIVO
- O Processo Administrativo prévio é requisito para a forma do Ato Administrativo, é elemento deste. O Ato admi-
nistrativo é a “sentença” do Processo Administrativo.
- Processo x Procedimento: A Diferenciação dessas duas denominações tem importância nos Processos Civil e
Penal, que consideram o processo como um conjunto de atos que levam a uma provimento final, enquanto que o
procedimento seria a forma pela qual o processo se realiza. Contudo, essa diferenciação não tem importância
alguma no Direito Administrativo.
OBJETIVOS:
a. Documentação: O Processo Administrativo serve como documentação dos atos e fatos praticados pela Admi-
nistração.
b. Fundamentação: O Processo Administrativo serve como fundamentação dos atos administrativos.
c. Proteção aos Administrados e Servidores: Na medida em que evita arbitrariedades por parte dos adminis-
tradores públicos.
d. Transparência: Na medida em que possibilita a fiscalização da conduta da administração pelos administrados.
PRINCÍPIOS (Além de todos os princípios constitucionais):
- Para o Direito Administrativo a matéria ainda é recente, ao contrário do Processo Penal e do Processo Civil, on-
de este princípio já está sedimentado há muito mais tempo.
- Embora nos Processos Civil e Penal a diferença entre verdade real e verdade formal venha perdendo força, no
Direito Administrativo o Princípio da Verdade Real ainda vige.
c. Princípio da Oficialidade:
- Impulso Oficial: O Processo Administrativo não depende de provocação da parte. A própria administração deve
impulsioná-lo.
- Princípio do Informalismo: Para o administrado o Processo Administrativo é informal. Já o administrador deve
cumprir todas as formalidades.
- STJ Só haverá nulidade do processo administrativo quando ausente alguma formalidade imprescindível. Ape-
nas para o administrador deve ser levada em consideração a prática dos atos com todas as formalidades.
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d. Princípio da Celeridade (Razoabilidade):
- EC 45/05 (art.5º, LXXVIII, CF): Os processos administrativos e judiciais devem ser finalizados em prazo razo-
ável.
Lei 9784/99 regulando o art.5º, inc.LV da CF: Trata das normais gerais para o processo administrativo. Os
demais entes da federação também poderão legislar sobre processo administrativo, sobre normais específicas.
Art.69 A aplicação da lei 9.784/99 é subsidiária, só é aplicada na ausência de normas específicas.
a. Despesas Processuais: No Processo Administrativo é vedada a cobrança de taxas para cobrir despesas pro-
cessuais, salvo se houver norma específica em contrário.
- Tal disposição não impede a cobrança de taxas para outros fins, desde que não sejam para cobrir despesas
processuais.
b. Prazos: Para cada processo há um prazo próprio para prática de cada ato. No Silencio da Regra Específica, o
prazo para recurso será de 10 dias.
- O art. 24 do diploma legal estabelece que o prazo genérico para a prática, pela administração ou pelo particular,
de atos processuais, salvo disposição expressa em contrário, é de 5 (cinco) dias.
- Nos prazos do processo administrativo exclui-se o 1º dia, começando a correr a partir do 1º dia útil seguinte à
intimação para realização do ato, inclui-se o último dia, que será prorrogável para o dia útil seguinte.
OBS: Dia útil será aquele dia em que a repartição funcionar. Quanto ao ponto facultativo, se a repartição estiver
funcionando, será dia útil.
c. Atos de Processo: Os atos do processo só podem ser praticados na repartição e durante o horário de expedi-
ente.
Exceção: Quando o interesse público assim o justificar, o ato poderá ser realizado após o horário do expediente.
d. Intimação: Poderá ser realizada por qualquer forma admitida no Direito, não há uma regra própria para a inti-
mação no processo administrativo.
e. Comparecimento: O Comparecimento da pessoa intimada a participar do processo, qualquer que seja a sua
participação, só poderá ser considerado obrigatório se a intimação foi realizada com três dias de antecedência.
SEQÜÊNCIA DO PROC. ADMINISTRATIVO:
a. Instauração (pela administração pública ou pelo administrado):
- São exemplos de atos que instauram um processo administrativo: Auto de Infração, para o processo administra-
tivo tributário; Portaria para instauração de Inquérito Policial, quando a prisão foi feita em flagrante, ou para instau-
ração de processo administrativo disciplinar.
- A Instauração será feita pela Autoridade Superior que, além de instaurar a comissão que realizará o inquérito
administrativo irá julgar o relatório feito.
- É o resumo do processo. Tem que ser conclusivo, devendo propor um resultado final.
- Via de regra, ele NÃO vinculará o julgamento feito pela autoridade superior. ExceçãoNo Processo Administra-
tivo Disciplinar da Lei 8.112/90, o relatório vincula o julgamento, salvo de o relatório for contrário às provas dos
autos.
OBS: Ao contrário do Inquérito Policial, que é procedimento administrativo prévio ao Processo Penal, o Inquérito
Administrativo é o miolo do Processo Administrativo.
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c. Julgamento: Concluída a instrução, o poder público terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogáveis, desde que
justificadamente, por igual período, para proferir a decisão final no processo, que, nos moldes da lei, deve ser
explícita
- A autoridade que instaurou o processo e a comissão será a competente para julgar o relatório. O Chefe do Exe-
cutivo está vinculado ao julgamento do Processo Administrativo.
- A parte, na peça de interposição do Recurso, deve formular o Pedido de Reconsideração, que consiste em
pedir à que a autoridade julgadora reconsidere o seu julgamento antes de encaminhar o recurso ao seu superior
hierárquico.
- Se a autoridade julgadora não Reconsiderar, deverá encaminhar o Recurso ao seu superior Recurso Hierár-
quico. OBS: O Recurso Hierárquico deverá ser endereçado à Autoridade Julgadora que, após negar o Pedido de
Reconsideração, deverá encaminhá-lo à autoridade superior.
OBS: Se não houver autoridade superior à autoridade julgadora, não haverá possibilidade de recurso hierárquico,
apenas do Pedido de Reconsideração.
Recurso Hierárquico Próprio: A autoridade que vai analisar o recurso hierárquico é do mesmo órgão que a
autoridade julgadora.
Recurso Hierárquico Impróprio: A autoridade que vai analisar o recurso hierárquico é de órgão diferente da
autoridade julgadora.
OBS:. O Recurso poderá atingir até três instâncias de julgamento, a depender da estrutura da administração.
Caução Prévia: Não há necessidade de caução prévia como pressuposto para interposição de recurso, em
regra.
Efeitos do Recurso Administrativo: De regra, só terá efeito devolutivo. Só terá também efeito suspensivo se
houver norma específica nesse sentido.
OBS: O Recurso poderá piorar a situação da parte, ou seja, é admitida a Reformatio in Pejus no Recurso Admi-
nistrativo.
Espécies de Recurso (além do Pedido de Reconsideração e do Recurso Hierárquico):
I) Representação: Utilizado quando a parte quer fazer uma denúncia. Serve como mecanismo de denúncia de
uma ilegalidade. É um equivalente da Ação Popular.
II) Reclamação: O Particular reclama sobre a lesão a um direito específico seu. É uma espécie de Mandado de
Segurança Administrativo.
III) Revisão (é como uma ação rescisória administrativa). Tem, como pressuposto, ter havido a Coisa
Julgada Administrativa, ou seja, a Revisão pressupõe uma decisão administrativa irrecorrível. E só poderá
ocorrer quando surgir FATO NOVO. Prazo: Pode ser interposta a qualquer tempo. OBS: Não admite a Reforma-
tio in Pejus.
PROCESSOS SUMÁRIOS:
SINDICÂNCIA:
- A Sindicância servirá como procedimento autônomo quando instaurada para apurar infração cuja sanção seja de
Advertência ou Suspensão de até 30 dias.
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b) Investigação Prévia:
- A Sindicância servirá como procedimento de investigação prévia ao processo administrativo disciplinar quando
apurar que a infração cometida pelo servidor tiver como sanção Suspensão de mais de 30 dias ou Demissão.
- Neste caso, a sindicância poderá ter sido realizada sem contraditório e ampla defesa, que ficarão para ser res-
peitados no Processo Administrativo Disciplinar que virá a ser instaurado.
1º) Notificação do agente público para quem em 10 dias ele opte por um dos cargos que ocupe. Se optar, será
exonerado do cargo que escolher sair.
2º) Se o agente não fez a opção nos 10 dias: Instaura-se o Processo Administrativo Sumário.
3º) Instaurado o Processo Administrativo Sumário, o Servidor terá o prazo para defesa, e até esse prazo poderá
optar por um dos cargos, sendo exonerado do outro.
4º) Se o servidor não optar por um dos cargos até o prazo de apresentação da defesa: O Processo segue e, sen-
do provada a ilegalidade da acumulação, o agente será Demitido de todos os cargos que ocupar.
Prazo: O Procedimento Sumário deve ser finalizado em 30 dias, prorrogáveis por mais 30.
OBS:. A Verdade Sabida não é mais admitida no Ordenamento Brasileiro, pois é procedimento que não compor-
tava contraditório e ampla defesa.
CONCEITO:
- Obrigação que tem o Estado de reparar os danos causados a terceiros em razão de comportamentos lícitos e
ilícitos ou atividades materiais.
EVOLUÇÃO HISTÓRICA:
- Pregava uma Responsabilidade Subjetiva distinta da Responsabilidade subjetiva do Direito Privado, na medida
em que exigia que se provasse uma Culpa Especial do Estado, e não mais uma culpa individualizada do seu
agente, a culpa não era mais atribuída ao agente pública, e sim uma culpa relacionada ao serviço, que seria a
Culpa Administrativa, Anônima.
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B) Teoria do Risco Administrativo:
- A Atividade do Estado, potencialmente, pode produzir riscos aos administrados. OBS: A Teoria da Culpa Admi-
nistrativa defende que só haveria responsabilidade por atos ilícitos praticados pelo Estado.
- Haveria, então, uma Responsabilidade Objetiva, lastreada apenas em um nexo de causalidade entre a atuação
do Estado e o dano ocorrido, sem a necessidade do elemento culpa, mesmo que o dano seja produzido por Ativi-
dade Lícita do Estado.
- Constituição de 1824 No Brasil a Teoria da Irresponsabilidade do Estado nunca foi adotada. A Constituição de
1824 adotou a Teoria da Culpa Administrativa, na qual a Responsabilidade do Estado só existiria quando prova a
culpa deste.
- Constituição de 1946 consagra-se a Teoria do Risco Administrativo, com a Responsabilidade Objetiva do
Estado.
- Constituição Federal de 1988 Adotou as duas teorias, a do Risco Administrativo e a da Culpa Administrativa.
Jurídico: Produzido em razão de atividade jurídica do Estado. Ex. Decreto expedido por chefe do executivo;
Material: Produzido em razão de atividade material do Estado. A responsabilidade se mantém objetiva, seja a
vítima usuária ou não do serviço público.
- Comportamento Ilícito:
- STF A Responsabilidade do Estado é Subjetiva, fundada na Teoria da Culpa Administrativa. Porém, também
reconhece a Responsabilidade do Estado por Omissão Legislativa, que é inconstitucional.
Responsabilidade do Estado por suas Omissões por Fato da Natureza e por atos de terceiros ou atos de
multidões.
- Se havia o dever do Estado de atuar de forma a evitar danos por fatos da natureza, e aquele não atuou, o Esta-
do será responsabilizado, desde que provado que a sua omissão causou o dano.
Responsabilidade por Ato Propiciatório de Risco (Celso Antônio Bandeira de Melo):
- O Estado, apesar de não ser o causador direto do dano, assume atividade que propicie alto risco. O Estado é
causador indireto do dano, respondendo Objetivamente. Ex. Dano decorrente de fábrica de pólvora instalada em
bairro povoado; Dano causado por defeito em semáforo.
OBS: Terceiro que assuma esse tipo de atividade, sem autorização do Estado: Responsabilidade Subjetiva.
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Direito de Regresso: Direito que assiste ao Estado de cobrar de seu agente público o dinheiro pago à vítima,
quando provado que o agente agiu com dolo ou culpa.
- STF A Vítima poderá ajuizar a vítima contra o Estado, contra o agente ou contra os dois, hipótese na qual
deverá provar que o agente agiu com culpa ou dolo.
OBS: O Novo CPC, prevê a intervenção de terceiro em caso de ação de regresso que passa a se chamar de De-
nunciação em Garantia. Trata-se de dispositivo que admite a intervenção para convocar aquele que está obrigado
por Lei a responder em ação regressiva.
Denunciação da Lide:
- Não é obrigatória, nem cabível a denunciação à Lide do agente público pelo Estado, na ação ajuizada contra
pela vítima. A Denunciação só será obrigatória e cabível quando não trouxer fundamento novo à lide originária.
OBS: Mesmo no caso da Responsabilização por Omissão do Estado, a denunciação da lide poderá não ser cabí-
vel, já que a vítima deve demonstrar dois tipos de culpa diferente, a culpa individual do agente e a culpa adminis-
trativa do Estado. Entretanto, se o próprio autor da ação trata da culpa individual do agente, o Estado poderá de-
nunciá-lo à lide, porque, nesse caso, não há fundamento novo, já que o autor tratou da questão na inicial.
Teoria do Risco:
- Se o Estado demonstra que o serviço funcionou, ou que funcionou bem ou que funcionou de forma célere; Além
das outras excludentes, que também valem para a Responsabilidade Objetiva.
Atividade Legislativa:
- A Atividade Legislativa ensejará responsabilidade do Estado sempre que Inconstitucional e Lesiva a terceiros, ou
quando houver Omissão Inconstitucional do Estado em legislar.
- A responsabilização do Estado por lei inconstitucional poderá ser decorrente de decisão judicial decorrente de
controle concentrado ou difuso de constitucionalidade, desde que seus efeitos sejam ex tunc, se forem ex nunc
não haverá responsabilização do Estado.
- STF Consagrou o direito dos servidores ao reajuste anual dos seus vencimentos, direito este que foi introdu-
zido pela Emenda Constitucional 19/98.
- O STF Exige prévia declaração de Inconstitucionalidade da Lei, ou a prévia declaração de Omissão do Estado
no seu dever de legislar, seja por meio de ADIN por omissão, seja por meio de Mandado de Injunção, para que
possa haver responsabilização do Estado.
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Atividade Jurisdicional: O Estado poderá ser responsabilizado por Atos judiciais lesivos ou por Erros Judiciários.
Haverá direito de regresso contra o magistrado sempre que este tenha agido com dolo ou erro grosseiro.
- Tem que ser dano essencialmente jurídico, ainda que seja um dano não econômico (o dano exclusivamente
econômico, que não for jurídico, não enseja indenização). O Dano será jurídico quando houver direito lesado.
- O Dano tem que ser Real, Concreto, não fictício, não abstrato.
- OBS: Responsabilidade do Estado por comportamentos Lícitos: O Dano, além de ser jurídico, certo e real,
terá que ser também:
a. Especial: Não poderá ser um dano geral, deve ser um dano concreto, que incide sobre pessoa(s) determina-
da(s).
b. Tem que ser Dano Anormal: Faz com que recai sobre indivíduo um ônus impossível de ser suportado.
8. (FGV – Analista Judiciário – Analista Administrativo – TJ – PI) Apesar das sucessivas solicitações formula-
das pelos moradores de uma determinada localidade, o Estado deixou de reforçar a segurança no local. Em razão
dessa omissão, foi praticado novo ilícito em detrimento de um morador, o que lhe causou danos patrimoniais.
Nesse caso, é correto afirmar que eventual responsabilidade do Estado será de natureza:
A) objetiva, desde que demonstrado que o dano decorreu da omissão dos seus agentes;
B) subjetiva, o que exige a prévia condenação do agente público omisso;
C) objetiva, o que pressupõe a demonstração da culpa do agente público e o nexo de causalidade;
D) subjetiva, sendo necessário demonstrar o elemento subjetivo do agir;
E) objetiva, o que significa dizer que deve ser analisada, apenas, possível culpa da vítima.
A) As autarquias respondem pelos danos que seus agentes, nessa qualidade, causarem a terceiros, devendo,
para tanto, estar caracterizado o dolo ou a culpa na hipótese da prática de atos comissivos.
B) A culpa concorrente da vítima, a força maior e a culpa de terceiros são consideradas causas excludentes da
responsabilidade objetiva do Estado.
C) A reparação de danos causados pelo Estado a terceiros pode ser feita tanto no âmbito administrativo, quanto
na esfera judicial. Caso a administração não reconheça desde logo a sua responsabilidade e não haja entendi-
mento entre as partes quanto ao valor da indenização, o prejudicado poderá propor ação de indenização contra a
pessoa jurídica causadora do dano.
D) De acordo com a teoria da culpa do serviço público, não há o dever do ente público de indenizar os terceiros
pelos danos causados pela omissão do Estado.
E) No que tange à evolução da temática relacionada à responsabilidade civil do Estado, a regra adotada inicial-
mente foi a da responsabilidade subjetiva, caminhando-se, posteriormente, para a teoria da irresponsabilidade.
SERVIÇOS PÚBLICOS
CONCEITO.
- Uma das atividades Administrativas prestadas pelo Estado, ou por seus delegados, para satisfazer as necessi-
dades, comodidades e meras conveniências dos administrados.
- São aquelas atividades Administrativas de natureza pública, criadas por Lei, prestadas direta ou indireta-
mente pelo Estado, para atender concretamente as necessidades ou meras comodidades da coletividade e dos
administrados, ou simples conveniências da própria Administração, sujeitas a um Regime Jurídico ora integral-
mente público, ora parcialmente público e parcialmente privado.
OBS: Excluem-se as Atividades Legislativas e Jurisdicionais.
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ELEMENTOS CONSTITUTIVOS DO CONCEITO:
- Elementos Subjetivos.
- Sujeito responsável pela criação ou prestação do serviço público. Sujeito que cria o serviço é sempre o Estado,
por deter a titularidade do serviço Público, criando e extinguindo-o através de Lei. (paralelismo das formas).
OBS: Se a Constituição Federal cria o serviço público, só EC poderá extingui-lo, nunca uma Lei. Se o serviço for
essencial para atender Direito Fundamental, nem Emenda poderá extingui-lo.
Prestação do Serviço Público:
Direta: O próprio Estado, através dos seus órgãos públicos, prestará o serviço público de forma centralizada.
(Forma Desconcentrada: quando mais de 01 órgão presta o serviço. Forma Concentrada: se apenas 01 órgão o
presta).
Indireta (Descentralização):
Outorga: por meio de Lei, é uma descentralização funcional (Autarquias, Fundações Públicas).
Delegação: É feita mediante lei (Empresas Públicas e Sociedades de Economia Mista), contratualmente (Con-
cessionárias, PPP´s e Permissão) ou por ato unilateral, precário e discricionário da Administração (Autorização e
permissão, em alguns casos).
OBS: Todas estas Prestadoras de Serviço Público (Pessoas Jurídicas de Dir. público e privado) responderão obje-
tivamente perante atos lesivos que seus agentes causem a terceiros.
Formas de Prestação do Serviço x Meios de Execução do Serviço:
Meios de Execução Direta: O prestador do Serviço se vale de seus próprios recursos, humanos e materiais.
Meios de Execução Indireta: O Prestador do Serviço, não se valendo dos seus próprios recursos, humanos e
materiais, contrata-os a terceiros.
OBS: Para Fins de Responsabilidade Civil, o Administrado lesado levará em conta o Prestador do Serviço, e não
quem o executa. A Empresa prestadora poderá entrar com Ação de Regresso contra o agente ou empresa que
executava o serviço e causou o dano.
A Responsabilidade do Ente que delegou ou outorgou a Prestação do serviço será subsidiária, ou seja, se o Pres-
tador delegado ou outorgado não tiver bens para responder, o Estado responderá objetivamente.
- O serviço público é regido por normas de direito público. Fala-se que o regime de prestação do serviço é um
regime público, ainda que prestado por particulares em regime de delegação.
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o Intervenção no Domínio Econômico;
- Em face do qual, a prestação do serviço não pode sofrer qualquer solução de continuidade, não pode ser inter-
rompido, é atividade permanente, contínua da Administração.
- Dá ao Estado o direito de Retomar a Prestação do Serviço, quando a sua prestação delegada a terceiros estiver
comprometida no que se refere a seu desempenho e adequação.
- Mitigação a esse Princípio O Direito de greve do servidor público garantido pela CF de 88 mitiga, em parte,
este Princípio, que deverá ser aplicado em conformidade com o direito de greve. Entretanto, o direito de greve
também deve ser interpretado em conformidade com esse Princípio. Os servidores não poderão paralisar o Servi-
ço totalmente.
OBS: Falta de Pagamento do serviço por parte do usuário: Poderá haver suspensão do serviço após um período,
com a notificação prévia do usuário.
- O Regime Jurídico do Servidor Público pode ser alterado pelo Estado mesmo unilateralmente, sem que os admi-
nistrados, servidores ou concessionários possam contestar a mudança.
- O Regime Jurídico não gera Direito Adquirido. Entretanto, gerará Indenização se essa mutabilidade atingir o
equilíbrio econômico-financeiro. Entretanto, o Equilíbrio Contratual, econômico e financeiro, dever ser mantido nas
relações da Administração com os Prestadores do Serviço (Mitigação).
OBS: O Estado também terá direito ao equilíbrio econômico financeiro, se no decorrer do contrato ocorrer mudan-
ça que favoreça o concessionário e lese a Administração.
c) Princípio da Igualdade:
Serviço Público Próprio: Criados pelo Estado e assumidos por Ele, que os presta direta ou indiretamente.
Serviço Público Impróprio: Refere-se a atividades privadas, prestadas por particulares, mas que atendem ao
interesse coletivo, sem que sejam consideradas essenciais. Não são Serviço Público propriamente dito, porque
não são criados pelo Estado, são apenas autorizados por Ele. Ex. bancos, táxi, previdência privada, planos de
saúde, ONG´s, Serviços Sociais Autônomos, Organizações da Sociedade Civil.
Serv. Público Administrativo: Serve para atender conveniências internas da Administração ou para preparar
outros Serviços públicos.
Serv. Públicos Sociais: Visa a concretizar os postulados do Bem-Estar e da justiça social, mitigando ou elimi-
nando as desigualdades sociais.
Serviços Industriais ou Comerciais: Prestados no âmbito das atividades econômicas, são onerosos, presta-
dos através de delegação contratual (concessionárias ou permissionárias). Ex. Telecomunicações, Serviço Postal.
Serv. Públicos Individuais (singulares, “uti singuli”): Fruídos diretamente pelo usuário. São a maioria dos
serviços públicos. Ex. telecomunicações.
Serviços Gerais (universais, “uti universi”): Usufruídos pela coletividade, o indivíduo os utiliza indiretamente.
Não podem ser onerados por Taxa. Ex. Limpeza Pública, Iluminação.
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d) Quanto à Forma como Concorrem seus Prestadores:
Serv. Público Exclusivo do Estado: Serviços que o Estado detém a titularidade, exercendo-o direta ou indire-
tamente, só o Estado pode prestá-lo.
Serv. Públicos Não Exclusivos: O próprio particular pode prestar o serviço em seu próprio nome, como se
dele fosse, sujeito, entretanto, ao Poder de Polícia do Estado. O Estado poderá prestá-lo concorrentemente com o
particular. Ex. Educação, saúde.
CONTRATO DE CONCESSÃO
Formalização: Através de Contrato Administrativo, com necessidade de Licitação por Concorrência, a mesma
da Lei 8.666/93, com algumas Peculiaridades (art.15, Lei 8987/95).
- Nessa licitação, além dos tipos de menor preço, melhor técnica e melhor técnica e preço, há o tipo do melhor
tarifa p/ o usuário.
- Exceção: Programa Nacional de Desestatização (lei 9074/95): Serviço que estiver no programa de desestati-
zação será concedido por licitação via Leilão.
Prazo: Determinado. O Prazo será fixado pela Lei que cuide do serviço concedido. É possível a prorrogação
do prazo dentro do limite máximo da lei, desde que esteja prevista essa possibilidade no contrato.
- Regra: Responsabilidade Objetiva em face do usuário do serviço. Se o sujeito que sofrer o dano não for usuário
do serviço, a responsabilidade da concessionária, ainda assim, será objetiva (entendimento do STF no RExt n.
591874/2009).
OBS: A Responsabilidade do Estado é subsidiária e Objetiva pelos danos causados pela Concessionária.
Remuneração da Concessionária:
I) Tarifa dos Usuários: Política Tarifária (define o valor da tarifa, índice e data para reajuste) está prevista no
Procedimento Licitatório.
II) Recursos Públicos: É uma faculdade do Administrador. Princípio da Modicidade: A Faculdade que a Adminis-
tração tem em alocar recursos públicos para a concessionária decorre desse princípio.
III) Receitas Alternativas: A Empresa busca outras atividades paralelas ao serviço público com o objetivo de
baratear as tarifas. O Contrato deve prever essas receitas alternativas.
OBS: As tarifas podem ser diferenciadas de acordo c/a capacidade econômica do usuário (Princípio da Isonomia
Material).
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Sub-Contratação ou Sub-Concessão dos Contratos Administrativos:
- A Lei possibilita a sub-concessão do contrato administrativo, apesar de pesadas críticas da doutrina que entende
que a sub-concessão fere a isonomia, viola o dever constitucional de licitar, e fere o caráter personalíssimo do
contrato administrativo.
Extinção da Concessão:
I) Encampação: O Poder Público extingue o contrato por razões de interesse público. Neste caso, há necessida-
de de indenização.
II) Caducidade: Extinção Unilateral do Contrato pela Administração por descumprimento de cláusula contratual
por parte do particular. Neste caso, o particular deve indenizar o Estado.
III) Extinção de Pleno Direito: Extinção do contrato por causas alheias à vontade das partes.
IV) Extinção por Anulação: Extinção em razão de ilegalidade na concessão.
B - CONCESSÃO ESPECIAL:
- Surgiu para definir a natureza jurídica das Parcerias Públicos Privadas (PPP’s).
Fundamento:
- Lei 11079/04. A Concessão Especial é uma concessão comum com algumas peculiaridades, mas é, também,
delegação de um serviço público.
Objetivos:
Modalidades de PPP’s:
I) Concessão Patrocinada:
- Concessão comum em que haverá, necessariamente, tarifa do usuário + recursos públicos (aqui o recurso públi-
co é indispensável, ao contrário da concessão comum). O Percentual de alocação de recursos públicos será pre-
visto no contrato.
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OBS: Para ser concessão especial é necessária a presença de, pelo menos, 02 elementos entre: Obra, serviço e
fornecimento. Necessária também a presença de financiamento privado.
Vedações:
Formalidades:
- A PPP tem como vínculo jurídico o contrato, com necessidade de Licitação por Concorrência. OBS: A Con-
corrência poderá ser a concorrência comum da Lei 8.666/93, ou pode ser também uma concorrência com proce-
dimentos invertidos e lances verbais (não é pregão).
- É necessária a Autorização Legislativa.
- Para fazer a PPP o projeto deve estar previsto no Plano Plurianual.
- É necessária uma consulta pública.
- Necessário estudo de impacto ambiental.
- Só a Permissão de Serviço Público é contrato administrativo, a permissão de uso de bem público se faz por ato
unilateral.
b) Formalidades:
- É Contrato Administrativo de Adesão, sempre com Prazo Determinado (Art.40: Formalidade será dada por con-
trato com prazo e indenização).
OBS: Originalmente era ato unilateral precário, sem prazo determinado, sem indenização, no qual a administração
tinha liberdade para delegar.
- Para Celso Antônio a Permissão continua sendo ato unilateral e precário (minoritária).
- Doutrina Majoritária: É Contrato Precário, que pode ser retomado a qualquer tempo, mas com possibilidade
de indenização.
OBS: É decisão discricionária do Administrador optar por fazer Permissão de Serviço Público ou Concessão de
Serviço Público. Para investimentos mais altos, considera-se mais indicado fazer concessão, porque esta não é
precária.
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- Além do contrato administrativo, é necessária a Licitação por qualquer modalidade, a depender do valor do con-
trato.
OBS:. Não há necessidade de Autorização legislativa para a Permissão. De resto, aplica-se, no que couber, o que
for aplicável à Concessão.
CONSÓRCIO PÚBLICO
- Diferencia-se do Consórcio Público da Lei 8.666/93, sendo uma gestão associada de Entes da mesma espé-
cie (município com município; Estado com Estado).
c) Vínculo Jurídico:
- Contrato, antecedido por um protocolo de intenções.
- O contrato de consorcio pode formar uma Pessoa Jurídica com personalidade de Direito Público ou Privado:
I) Formará uma Pessoa Jurídica de Direito Público: Associações Públicas, art.41 do CC/02. Tem tratamento de
autarquia.
II) Formará Pessoa Jurídica de Direito Privado: Terão tratamento semelhante às Empresas Públicas e Socieda-
des de Economia Mista, com regime jurídico híbrido.
c) Órgãos e Funcionamento:
d) Procedimento Licitatório:
- Qualquer ente público que celebre contrato com o Consórcio terá dispensa na Licitação.
- Quando o Consórcio celebrar contrato com outras Pessoas Jurídicas:
- A Doutrina acha um absurdo este contrato também pode formar nova Pessoa Jurídica de Direito Privado (regime
de Sociedade de Economia Mista ou Empresa Pública). Os entes políticos passariam a ter natureza de direito
privado, o que prejudica a autonomia dos entes políticos consorciados.
f) Podem Fazer:
Convênios/Contratos;
Concessão/Permissão;
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Desapropriação;
Emitir Documentos para Cobrança de Tarifas.
- Críticas Enquanto Pessoa Jurídica de Direito Privado, não deveria ter tanto poder.
10. (Cespe – Cartório – TJ – BA/) No que se refere aos serviços públicos, assinale a opção correta.
A) Extinta a concessão, todos os bens necessários à execução dos serviços passam para a propriedade do poder
concedente, independentemente de previsão contratual.
B) A competência para regular a prestação de um serviço público é sempre do ente federado titular do serviço.
c) A concessão de serviço público deve ser sempre precedida de licitação, exceto nas hipóteses expressamente
previstas em lei.
D) Somente as pessoas jurídicas podem ser concessionárias ou permissionárias de serviços públicos.
E) Em razão do caráter personalíssimo do contrato de concessão de serviços públicos, é vedada a subconcessão.
Direito de Propriedade:
Só é atingido pelo Estado em caráter excepcional, quando previsto na Constituição Federal de 1988 ou em Lei,
só aí será possível a intervenção do Estado na propriedade. Mas, de Regra, não há intervenção.
É o direito de gozar, dispor, usar, usufruir, reaver. Tem caráter: Absoluto, Perpétuo e Exclusivo.
OBS: Na intervenção ora será atingido seu caráter perpétuo, ora o absoluto, ora o caráter exclusivo. Na inter-
venção do Estado o proprietário não perderá a propriedade, salvo na desapropriação, onde há a transferência da
propriedade.
Supremacia do Interesse Público. Prática de ilegalidade, art.243 da CF: Desapropriação Expropriatória, Confis-
catória, em virtude de plantação de psicotrópicos proibidos na propriedade. É uma pena.
Poder de Polícia:
Maioria da Doutrina: Poder de Polícia está sempre presente na limitação administrativa. Alguns doutrinadores
entendem que só na Desapropriação não está presente o Poder de Polícia.
LIMITAÇÃO ADMINISTRATIVA:
Atuação geral e abstrata do Poder Público. O proprietário é indeterminado. Regra Geral: Não há indeniza-
ção.
Finalidade: Busca do bem-estar social, que será buscado através do Poder de Polícia, quando a propriedade
do particular será restringida p/ satisfazer o interesse coletivo. Atinge o caráter absoluto da propriedade, já que
restringe a liberdade do proprietário.
Efeitos: ‘Ex nunc’, para o futuro, não atingindo situações já formadas.
SERVIDÃO ADMINISTRATIVA:
Utilização do patrimônio do particular pelo Estado para prestar serviço público. Regra: É individual, concreta e
com proprietário determinado.
Relação de Dominação: O Serviço Público é o Dominante, e a propriedade do particular á o Serviente. Há a
dominação do serviço público sobre um bem.
OBS: Diferente da Servidão no Direito Civil, onde há a dominação de um bem sobre outro bem.
Indenização: Só se houver dano efetivo.
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OBS: Jurisprudência: Fios de alta tensão impedem o exercício da propriedade, portanto não há servidão nes-
te caso, e sim Desapropriação indireta.
Ocorrerá quando há iminente perigo, o Poder Público poderá requisitar o patrimônio do particular pelo
Tempo que for necessário, até que cesse o iminente perigo. Obs. É possível a requisição tanto em tempo de
paz, como em tempo de guerra.
Indenização: Só se houver dano ao patrimônio do particular. Obs: Há a possibilidade de reintegração do pa-
trimônio na via judicial, se o Poder Público não devolvê-lo.
Objeto: Pode recair sobre bens Móveis ou Imóveis. Atinge o caráter exclusivo da propriedade. OBS: Quando
tratar-se de bens fungíveis, ainda que o dono deixe de ser dono, haverá requisição. Ex. Estado requisita roupas e
frangos de uma fábrica.
Sempre que houver bens fungíveis, e tratar-se de iminente perigo, haverá requisição, e não desapropriação, já
que o poder público pode devolver objetos iguais.
OCUPAÇÃO TEMPORÁRIA:
Maria Sylvia: Ocupação prevista na Lei 8666/93, decorrente de Contrato Administrativo: Se o particular des-
cumpre o contrato administrativo Processo Administrativo Administração extingue o contrato, rescinde-o (ato
administrativo).
Durante o processo administrativo a Administração assume a prestação do serviço que era prestado pela empresa
por contrato administrativo, utilizando-se dos bens da empresa que são necessários à prestação do serviço. Maria
Sylvia entende que há ocupação temporária nestes casos. Ao final do Processo a Administração poderá devolver
os bens à empresa, ou adquiri-los através da Reversão, com direito ou não à indenização. Não é desapropriação.
Para alguns doutrinadores não há ocupação temporária na situação trazida por Maria Sylvia, e sim, ocupação
decorrente do contrato (cláusula exorbitante). Mesmo que não esteja no contrato, ainda assim, não será ocupação
temporária.
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OBS: Se o dono não tiver condições econômicas de conservar o bem, deverá comunicar à entidade que o
tombou para que ela tome as devidas providências. Toda e qualquer conservação tem que ter Autorização do
Instituto próprio.
OBS: O proprietário que faz conservação sem autorização: destruição do patrimônio, crime do art.165 do CP.
A União tem preferência na compra do imóvel tombado, se o particular quiser vendê-lo.
OBS: Poderá haver tombamento total ou parcial: O Tombamento pode ser feito só da fachada do imóvel;
quando o tombamento for sobre todo o imóvel, poderá ser hipótese de desapropriação indireta.
Obrigações Negativas:
Não danificar, Não destruir o patrimônio tombado; impossibilidade de retirá-lo do país, exceto por curto espaço
de tempo.
O vizinho ao patrimônio tombado não pode colocar cartazes, ou qualquer outro instrumento que prejudica a
visibilidade do patrimônio tombado.
Obrigação de tolerar, suportar a fiscalização.
Procedimento do Tombamento:
Indenização: O Tombamento, por si só, não gera direito à indenização. Poderá haver indenização dentro do
Tombamento, se constituída uma obrigação de fazer, se houver dano.
DESAPROPRIAÇÃO
Única forma de intervenção em que o Estado toma o direito de propriedade do antigo proprietário.
É forma de aquisição originária da propriedade, não há vínculo, nem relação jurídica com o antigo proprietário,
a vontade dele não interessa.
Objeto Bens Móveis e Imóveis, inclusive os Bens Públicos. Defeito no Objeto: Vício no Objeto. Ex. Municí-
pio desapropria bem da União.
Regra Geral: Todos os bens podem ser desapropriados. Exceção: Vedada a Desapropriação aos Direitos da
Personalidade. Direitos autorais, direito á imagem, alimentos, direito à vida, não podem ser desapropriados.
Competência Regra Geral - Todos os entes, a depender da órbita de interesse. Para Bens Públicos, res-
peita-se a hierarquia União desapropria de Estados e Municípios; Estado desapropria dos Municípios. Obs.
Defeito na competência: Vício na competência.
Por Necessidade e Utilidade Pública (D. Lei 3365/41) Rol taxativo. O Dec. Lei não distingue necessidade
de utilidade pública, entretanto, a doutrina faz essa distinção: Necessidade há quando a situação exija urgência;
Utilidade há quando não há urgência.
Por Interesse Social (Dec. Lei 4132/62) Rol Taxativo.
OBS: Art.5º, XXIV, da Constituição Federal, justifica essas duas modalidades.
Competência: Todos os entes podem, a depender da órbita de interesses. OBS: Não há vício de competência.
Indenização: Prévia, Justa e em Dinheiro.
Objeto: Qualquer bem pode ser objeto de Desapropriação Ordinária, exceto nos casos previstos no Dec. Lei.
OBS: Só cai na via judicial em algumas circunstâncias.
DESAPROPRIAÇÃO SANCIONATÓRIA
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a) Reforma Agrária (LC 76/93 e Art. 191 da CF):
- Proprietário não cumpre função social da propriedade. Obs. O Poder Público pode fazer reforma agrária mesmo
sem natureza de penalidade, c/ fundamento no interesse social.
- Competência Só a União. Neste caso pode haver vício de competência.
- Objeto Só sobre bens imóveis rurais.
- Indenização TDA´s (Títulos da Dívida Agrária, resgatáveis em até 20 anos), indenizam a terra nua. As benfei-
torias têm que ser pagas em dinheiro.
-Vedação à Desapropriação Sancionatória Propriedades pequenas ou médias, que seja a única do particular
e que seja produtiva.
b) Plano Diretor: Lei que organiza o Município, Lei 10257/01 (Estatuto da Cidade).
- Pode haver expropriação apenas da área onde houve plantação ilegal de psicotrópicas e a exploração de traba-
lho escravo na forma da lei.
- Hipóteses:
- Indenização: Não há. Daí ser chamada de expropriação, espécie de desapropriação sancionatória.
- Competência: União.
DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA:
Acontece quando o Poder Público não observa formalidades necessárias, simplesmente entra no Bem. Ex.
servidão e tombamento disfarçados. É chamado de “esbulho administrativo”.
Ex. quando o particular nada mais pode fazer em sua propriedade.
Desapropriação é possível totalmente na via administrativa, o que não ocorrerá, apenas, se o particular não
aceitar o valor da desapropriação ou se o proprietário for desconhecido.
a) Fase Declaratória:
- Poder Público declara a desapropriação via Decreto Expropriatório emitido sempre pelo Chefe do Executivo.
- Exceção Poder Legislativo: Através de Lei de Efeitos concretos, que é lei com cara de ato administrativo, já
que produz efeitos concretos e individuais. O Legislativo pode declará-la, mas não a executa.
- OBS: Concessionárias e Permissionárias também podem desapropriar, mas somente a partir da Fase Execu-
tiva, nunca na Fase Declaratória.
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b) Fase Executiva:
- O Poder Público vai efetivamente entrar no Bem.
- Condição para fase executiva para entrar no bem, o poder público deve pagar o valor. Se o particular não acei-
ta o valor, necessária a via judicial.
1. Urgência da situação;
2. Depósito do Valor da Indenização Valor estipulado pelo Poder Público. OBS: A Jurisprudência vem enten-
dendo que se o valor depositado for irrisório, o juiz poderá determinar a complementação do valor.
- O Proprietário poderá levantar até 80% do valor depositado pelo Poder Público.
OBS: Em relação aos 100.000 que a decisão judicial estabeleceu a mais, esses serão cobrados da Administração
por meio de precatório.
- Juros CompensatóriosIncidirão sobre a diferença entre o valor levantado pelo particular e o valor determina-
do pela justiça (120.000), e durante o período entre 01/01/04 e 01/01/05.
- Dec. Lei 3365/41, Art.15-A (objeto de ADIN): Determinou a suspensão da parte que determinava os juros com-
pensatórios de até 06%. Atualmente o valor dos juros compensatórios é de 12% ao ano. Essa ADIN fez valer no-
vamente a Súmula 618 do STF, que determinava os juros compensatórios de 12% a partir do depósito até a sen-
tença.
- Juros Moratórios Art.15-B, Dec. Lei 3365/41: Para recompor perdas relativas ao atraso no pagamento. Co-
meçarão a correr a partir de 1º de janeiro do exercício financeiro em que deveria ter sido pago, seguinte ao ano
em que foi proferida a sentença de mérito. OBS: Não há necessidade de a sentença haver transitado em julgado.
- Ex Sentença proferida em 01/01/04 Juros a partir de 01º/01/06 (em 2005 entra no precatório). Ex. Sentença
proferida em 31/07/04 juros a partir 01/01/07 (precatórios em 2006).
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GABARITO:
01. E
02. D
03. B
04. E
05. B
06. D
07. D
08. D
09. C
10. B
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