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Woody ficou olhando as duas moças até desaparecerem, então tornou a se virar para o irmão.

— Por que não beijou Diana por mais tempo? — perguntou, zangado. — Ela parecia bem
simpática.

— Não faz meu tipo — retrucou Chuck.

— Ah, é? — Mais do que irritado, Woody estava intrigado. — Peitos redondinhos, rosto bonito...
O que ela tem de errado? Eu a teria beijado se não estivesse com Joanne.

— Gosto não se discute.

Os dois começaram a caminhar de volta para o apartamento dos pais.

— Bem, qual é o seu tipo, então? — perguntou Woody.

— Acho que eu deveria lhe explicar uma coisa antes de você planejar mais um encontro para
mim.

— Tudo bem. O que é?

Chuck parou de andar e obrigou Woody a fazer o mesmo.

— Você tem que jurar que não vai contar para o papai e a mamãe.

— Eu juro. — À luz amarela dos postes de rua, Woody observou o irmão. — Que mistério é esse?

— Eu não gosto de garotas.

— Elas são umas chatas, concordo, mas o que há de fazer?

— Para ser mais exato, não gosto de abraçá-las nem de beijá-las.

— Como assim? Deixe de ser bobo.

— Cada um é de um jeito, Woody.

— É, mas nesse caso você teria que ser alguma espécie de maricas.

— Justamente.

— Justamente o quê?

— É isso mesmo que eu sou: um maricas.

— Você é mesmo um fanfarrão.

— Woody, não estou brincando. Estou falando sério.

— Você é bicha?

— É exatamente isso que sou. Não escolhi ser assim. Quando éramos crianças e começamos a
nos masturbar, você pensava em peitos saltitantes e bocetas cabeludas. Eu nunca lhe contei,
mas pensava em paus duros.

— Eca, Chuck, que nojo!

— Não é nojo nenhum. Alguns rapazes são assim. Mais do que você imagina... principalmente
na Marinha.
— Há maricas na Marinha?

Chuck assentiu com vigor.

— Vários.

— Bem... Como você sabe?

— Geralmente sabemos nos reconhecer. Assim como os judeus sempre sabem quem é judeu. O
garçom do restaurante chinês, por exemplo.

— Ele era?

— Não ouviu quando ele disse que tinha gostado do meu paletó?

— Ouvi, mas não dei importância.

— Então pronto.

— Ele ficou atraído por você?

— Acho que sim.

— Por quê?

— Provavelmente pelo mesmo motivo que Diana. Sou mais bonito que você, ora!

— Que conversa mais estranha.

— Venha, vamos para casa.

Os dois seguiram seu caminho. Woody ainda não acreditava no que tinha ouvido.

— Quer dizer que existem chineses maricas?

Chuck riu.

— Claro!

— Sei lá, eu nunca tinha pensado nos chineses assim.

— Lembre-se: nem um pio com ninguém, principalmente com nossos pais. Só Deus sabe o que
papai diria.

Depois de algum tempo, Woody pôs o braço sobre os ombros de Chuck.

— Caramba! Pelo menos você não é republicano.

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