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— Por que não beijou Diana por mais tempo? — perguntou, zangado. — Ela parecia bem
simpática.
— Ah, é? — Mais do que irritado, Woody estava intrigado. — Peitos redondinhos, rosto bonito...
O que ela tem de errado? Eu a teria beijado se não estivesse com Joanne.
— Acho que eu deveria lhe explicar uma coisa antes de você planejar mais um encontro para
mim.
— Você tem que jurar que não vai contar para o papai e a mamãe.
— Eu juro. — À luz amarela dos postes de rua, Woody observou o irmão. — Que mistério é esse?
— É, mas nesse caso você teria que ser alguma espécie de maricas.
— Justamente.
— Justamente o quê?
— Você é bicha?
— É exatamente isso que sou. Não escolhi ser assim. Quando éramos crianças e começamos a
nos masturbar, você pensava em peitos saltitantes e bocetas cabeludas. Eu nunca lhe contei,
mas pensava em paus duros.
— Não é nojo nenhum. Alguns rapazes são assim. Mais do que você imagina... principalmente
na Marinha.
— Há maricas na Marinha?
— Vários.
— Geralmente sabemos nos reconhecer. Assim como os judeus sempre sabem quem é judeu. O
garçom do restaurante chinês, por exemplo.
— Ele era?
— Não ouviu quando ele disse que tinha gostado do meu paletó?
— Então pronto.
— Por quê?
— Provavelmente pelo mesmo motivo que Diana. Sou mais bonito que você, ora!
Os dois seguiram seu caminho. Woody ainda não acreditava no que tinha ouvido.
Chuck riu.
— Claro!
— Lembre-se: nem um pio com ninguém, principalmente com nossos pais. Só Deus sabe o que
papai diria.