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AULA 02

INSTITUTO DE ESTUDOS SUPERIORES DA AMAZÔNIA - IESAM


CURSO: CONTÁBEIS
DISCIPLINA: INTRODUÇÃO À ECONOMIA
PROFESSOR: RINALDO MORAES

Nota: Este texto deve ser entendido como um apêndice, um complemento, das bibliografias
sugeridas em sala de aula para esta disciplina. Aqui só se encontram os aspectos norteadores.
O aluno deve fazer, com efeito, o uso intensivo de livros para um maior aprofundamento, pois
nada o substitui. Leia livros! A leitura – e o estudo - nos livros aumenta a (i) nossa
competência técnica, a (ii) nossa empregabilidade no mercado de trabalho e a (iii) nossa
competitividade individual na resolução de problemas complexos – ou não - neste mundo
globalizado.

AS DEFINIÇÕES DA ECONOMIA: UMA BREVE PERSPECTIVA HISTÓRICA

ÍNDICE:

1. ASPECTOS GERAIS
2. DEFINIÇÕES NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA
2.1 - DE ARISTÓTELES AOS MERCANTILISTAS
2.2 - UMA PERSPECTIVA CLÁSSICA
2.3 - DEFINIÇÕES ATUAIS
3. EXERCÍCIO DINÂMICO
4. BIBLIOGRAFIA

1. ASPECTOS GERAIS

Neste breve texto, trataremos das definições mais usuais da ciência econômica, desde
o período socrástico até o presente. O fato a observar é que a economia corresponde a uma
ciência que está em constante mutação devido, fundamentalmente, ao fato de que as relações
sociais e econômicas são profundamente dinâmicas.

O dinamismo da ciência econômica se faz perceber muito mais neste século. Sem
dúvida, os problemas econômicos se avolumaram, tornaram-se mais complexos, após a
década de trinta. Até então, existia crença de que o mercado podia regular sozinho a economia
sem grandes rigidez de intervenção por parte do Estado. Prevalecia o Estado e as idéias
liberal.

Após a década de trinta a crença liberalizante estacionou e naufragou. O Estado passa


a ser um agente determinante no sistema econômico e, consequentemente, as relações
capitalistas se tornam mais complexas. O mercado e o Estado passam a determinar tanto a
flexibilidade quanto a rigidez de todo o sistema econômico capitalista (do mundo
desenvolvido ou nem tanto ou tão pouco).

Portanto, é dentro dessa perspectiva histórica de modificações/desenvolvimento das


nações que podemos entender a evolução do conceito da ciência econômica, enquanto
variável determinante e determinada pelas sociedades.
2. DEFINIÇÕES NUMA PERSPECTIVA HISTÓRICA

2.1 – DE ARISTÓTELES AOS MERCANTILISTAS

Conforme muitos autores contemporâneos (equipe de professores da USP, por


exemplo), as primeiras definições sobre a economia foram empregadas por Aristóteles. Esse
notável discípulo de Platão, considerado o fundador de muitas outras ciências, entendia que a
economia era considerada a ciência da administração da comunidade doméstica.

Numa definição precisa de Aristóteles, a economia era a ciência do abastecimento, que


trata da arte da aquisição. Portanto, a economia correspondia a um ramo de entendimento
destinado a abranger apenas o campo comunal da atividade econômica, em suas mais simples
funções de produção e distribuição.

Economia = oikonomia (palavra grega)


Oikos = casa
Nomos = lei

Da antigüidade de Aristóteles à Renascença, a dinâmica (ou questão) econômica


tornou-se mais complexa assumindo, consequentemente, aumento gradual de importância na
vida econômica e política da sociedade. A evolução da economia não mais se ajustava ao
primitivo regime de comunidades doméstica de padrão grego.

Note-se que nesse período, da Antigüidade à Renascença, várias questões de relativa


complexidade já eram discutidas, tais como, a arrecadação tributária, o regime de servidão,
comércio inter-regional, entre outras. Mesmo assim, as dimensões para se entender o
pensamento econômico eram modestas.

As dimensões da economia somente se alargariam no período pós-renascentista,


mediante o desenvolvimento dos Estados-nações (Espanha, Portugal e Inglaterra,
particularmente). O grande impulso foi o descobrimento das Américas, que impuseram uma
grande necessidade de se aperfeiçoar a ciência econômica.

Nesse novo período, pós-renascentista, os escritores mercantilistas desenvolveram


diversos estudos sobre a administração dos bens e rendas do Estado, ampliando-se, então, de
forma extraordinária, o campo de ação da economia.

Portanto, devido ao alargamento das dimensões do mundo econômico e à consolidação


da figura política do Estado-nação, a economia torna-se muito mais do que um simples ramo
do conhecimento devotado à administração da comunidade doméstica. Suas funções e
dimensões se ampliariam.

No período mercantilista, a economia seria definida como um ramo do conhecimento


essencialmente voltado para a melhor administração do Estado, sob o objetivo central de
promover o seu fortalecimento.

RESUMO DAS DEFINIÇÕES

2
Antiguidade de Aristóteles Ciência da administração da comunidade
doméstica.

Pós-renascença (Fase Mercantilista) Um ramo do conhecimento essencialmente


voltado para a melhor administração do
Estado, sob o objetivo central de promover o
seu fortalecimento.

2.2 – UMA PERSPECTIVA CLÁSSICA

Em que pese todo o grande esforço despendido por parte dos mercantilistas (pós-
renascentista) para entender a dinâmica econômica, esta somente iria se desenvolver e
ingressar em sua fase científica mediante Quesnay (quadro econômico) e Adam Smith
(Riqueza das nações).

A partir das obras desses dois autores, o pensamento ganha complexidade e status de
ciência e a economia torna-se conhecida como a ciência da formação, distribuição e consumo
da riqueza.

Da formação ao consumo das riquezas, passando pela sua distribuição, toda a atividade
econômica haveria de ser cuidadosamente estudada e submetida a um coerente conjunto de
princípios teorias e leis.

Essa nova concepção indicava que a economia havia definitivamente se libertado dos
padrões pós-renascentistas, deixando de ser uma ciência subjugada pelos objetivos políticos
do Estado-nação.

Na verdade, essa nova definição da economia, baseada na triologia formação-


distribuição e consumo das riquezas, identificava-se com o espírito científico do século XVIII.
Portanto, a partir das aberturas liberais desenvolvidas no século XVIII, a economia cuidaria de
penetrar em cada um dos fatores envolvidos no processo de formação de riquezas,
examinando os aspectos relacionados à sua distribuição e chegando, afinal, a considerar a
etapa última de consumo.

Note-se que os clássicos não se ocupavam com causas específicas como depressão,
inflação e atraso econômico. A preocupação básica era com a riqueza, em sua escala de
formação, distribuição e consumo.

RESUMO DAS DEFINIÇÕES

Antiguidade de Aristóteles Ciência da administração da comunidade


doméstica.

Pós-renascença (Fase Mercantilista) Um ramo do conhecimento essencialmente


voltado para a melhor administração do
Estado, sob o objetivo central de promover o
seu fortalecimento.

3
Idade Moderna (Fase Clássica – Final do Ciência da formação, distribuição e consumo
Século XVIII) da riqueza.

2.3 – DEFINIÇÕES ATUAIS

As definições baseadas na clássica trilogia formação, distribuição e consumo


prevaleceram até as últimas décadas do século XIX, quando uma nova linha conceitual seria
proposta por Alfredo Marshall.

Com Marshall, a economia tem uma nova definição: a economia é a ciência que
examina a parte da atividade individual e social essencialmente consagrada a atingir e a
utilizar as condições materiais do bem-estar.

Note-se que essa simples definição de Marshall é uma linha divisória entre as
definições clássicas e contemporâneas. Os pensadores após Marshall, passam a se preocupar
com as recessões, o problema da escasses em face dos recursos ilimitados e de
desenvolvimento e bem estar entre as povos.

Portanto, nessa nova definição, os problemas da escassez e da escolha de fins seriam


definitivamente incorporados à nova definição da economia. Na verdade, aqui já se encontra a
essência do problema econômico.

A economia, então, é a ciência que estuda as formas do comportamento humano,


resultantes da relação existente entre as ilimitadas necessidades a satisfazer e os recursos que,
embora escassos, se prestam a usos alternativos.

A economia é, vale dizer, a ciência da escassez.

Não houvesse escassez nem necessidade de repartir os bens entre os homen, não
existiriam tampouco sistemas econômicos nem economia. A economia é, fundamentalmente,
o estudo da escassez e dos problemas dela decorrentes.

Portanto, a trilogia clássica formação, distribuição e consumo das riquezas foi


contemporaneamente substituída pela dicotomia escassos recursos e necessidade ilimitada.

RESUMO DAS DEFINIÇÕES

Antiguidade de Aristóteles Ciência da administração da comunidade


doméstica.

Pós-renascença (Fase Mercantilista) Um ramo do conhecimento essencialmente


voltado para a melhor administração do
Estado, sob o objetivo central de promover o
seu fortalecimento.

4
Idade Moderna (Fase Clássica – Final do Ciência da formação, distribuição e consumo
Século XVIII) da riqueza.

Momento Contemporâneo (Fase Atual) Ciência que estuda as formas do


comportamento humano, resultantes da
relação existente entre as ilimitadas
necessidades a satisfazer e os recursos que,
embora escassos, se prestam a usos
alternativos.

3. EXERCÍCIO DINÂMICO

A) Defina a Economia na perspectiva clássica. Em que esta difere do pensamento da


antigüidade de Aristóteles. Qual a importância da história da economia?

B) Em sua opinião, qual o motivo da definição da economia clássica, centrada na trilogia (i)
formação, (ii) distribuição e (iii) consumo da riqueza não se ajustar ao pensamento da fase
mercantilista ou pós-renacentista?

C) Analise a conceituação contemporânea da economia. Faça uma relação com os países


ricos e pobres. Se possível, insira o Brasil e a Amazônia nesta discussão.

Nota: preferencialmente, as respostas devem ser de, no mínimo, 10 linhas para cada questão.
A intenção é verificar a capacidade de argumentação do aluno e, também, introduzir a
capacidade de dissertar sobre os problemas econômicos.

FUNDAMENTAL A LEITURA DA BIBLIOGRAFIA ABAIXO

4. BIBLIOGRAFIA BÁSICA
VASCONCELOS, Marco. Fundamentos de economia. São Paulo: Saraiva, 1999.

BIBLIOGRAFIA COMPLEMENTAR
CASTRO, Antonio B. & LESSA, Carlos. Introdução à economia: uma abordagem
estruturralista. Rio de Janeiro: Forense, 1967.
LACERDA, Antônio C (vários autores). Economia brasileira. São Paulo: Saraiva, 2000.
MACHON, Morcillo. Introdução à economia. São Paulo: Nacional, 1984.
MANKIW, N. Introdução à economia. Rio de Janeiro: Campus, 2001.
MONTORO Filho, André F. B. Manual de economia. 17Edição. São Paulo: Saraiva, 1991.
PASSOS, Carlos Roberto Martins. Princípios de economia. São Paulo: Pioneira, 1998.
PINTO, ANÍBAL & FREDES, CARLOS. Curso de economia: elementos de teoria
econômica. 4º ed. Rio de Janeiro: DIFEL, 1977.
ROSSETTI, José P. Introdução à economia. 17ª ed. São Paulo: Atlas, 1988.
SANDRONI, Paulo. Novo dicionário de economia. 4 ed. São Paulo: Best Seller, 1994.
SILVA, César & LUIZ, Sinclair. Economia e mercados – introdução à economia. 16º edição.
São Paulo: Saraiva, 2000.
SOUZA, Nali de Jesus de. Curso de economia. São Paulo: Atlas, 2000.

5
WESSELS, Walter. Economia. São Paulo: Saraiva, 1999.
WONNACOTT, Paul. Economia. 2 ed. São Paulo: Makron Books, 1994.

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