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Leia atentamente o texto e responda às 46. sível de ação, legal ou ilegal, a quem de
questões. 47. direito: ao senhor do café, ao senhor de
48. engenho e aos seus agenciadores da força
1. Um erudito historiador baiano escreveu,
49. de trabalho, os traficantes.
2. em 1844, um libelo contra a deslealdade
50. Para a classe dominante o óbice maior
3. da Inglaterra que, afetando ser amiga da
51. não vinha, então, do nosso Estado consti-
4. nova nação brasileira, agia em nosso des-
52. tucional, que representava o latifúndio
5. favor impedindo que a lavoura recebesse
53. e dele se servia: o obstáculo era interpos-
6. a preciosa mão-de-obra africana. Trata-se
54. to pela nova matriz internacional, o no-
7. do dr. A. J. Mello Moraes e do seu opús-
55. vo exclusivo, a Inglaterra. Entende-se a
8. culo: A Inglaterra e seos tractados. Me-
56. reivindicação do mais desbridado laissez-
9. moria, na qual previamente se demonstra
57. faire; entende-se a hostilidade que des-
10. que a Inglaterra não tem sido leal até o
58. pertava entre os proprietários o controle
11. presente no cumprimento dos seus trac-
59. da sua nação por um Estado estrangeiro.
12. tados. Aos srs. deputados geraes da
60. Mas como o denominador ideológico co-
13. futura sessão legislativa de 1845. Volta aí
61. mum era o liberalismo econômico, que
14. a indefectível comparação: “Um inglês
62. conhece na época a sua fase áurea, só
15. trata cem vezes pior um criado branco e
63. restava à retórica escravista uma saída
16. seu igual do que nós a um dos nossos es-
64. para o impasse: mostrar que as idéias
17. cravos”. A proposta de Mello Moraes é
65. mestras da doutrina clássica, porque jus-
18. simples e drástica: o gabinete inglês “ou
66. tas, deveriam aplicar-se com justeza às
19. há de abandonar as suas colônias, por
67. circunstâncias, às peculiaridades nacio-
20. não haver gêneros coloniais para consu-
68. nais.
21. mo, ou, se as quiser possuir, há de admi- Alfredo Bosi. Dialética da Colonização.
22. tir a escravidão”. Postulada a íntima re- 3. ed. São Paulo: Cia. das Letras, 1992, p. 209-210.
23. lação entre produtos coloniais e cativeiro,
24. nexo historicamente instituído e consoli-
25. dado por três séculos, o bravo defensor da
26. nossa lavoura exorta os deputados gerais,
Questão 16
27. em campanha eleitoral, a cortar as amar-
28. ras que ligavam o governo imperial ao O texto trata, principalmente, do seguinte:
29. britânico: “O Brasil para ser feliz não tem a) A razão por que Mello Moraes defendia a
30. necessidade de tratados com nação algu- escravidão: ser proprietário de terra.
31. ma, pois basta somente proteger a agri- b) O fato de Mello Moraes ser uma pessoa
32. cultura, animar a indústria manufaturei- simples e drástica, apesar de erudita.
33. ra, libertar o comércio, e franquear seus c) As causas da chamada Nova Abertura dos
34. portos ao mundo inteiro. O Brasil não Portos brasileiros, no século XIX.
35. precisa dos favores da Inglaterra”. Pou- d) As relações entre a elite brasileira, em
36. cas linhas atrás, Mello Moraes via com meados do século XIX, e a escravidão.
37. esperança o aumento das nossas exporta- e) As conseqüências da escravidão para o
38. ções de café para os Estados Unidos. O Brasil da época.
39. espírito de 1808, que rompera com o mo-
40. nopólio português, demandava agora seu alternativa D
41. pleno desdobramento. Nada de entraves.
42. Na esteira do processo de integração O texto enfoca a contradição registrada naquela
época: de um lado, nossa elite defendia ideais li-
43. pós-colonial dos países latino-americanos,
berais; de outro, assumia uma postura escravo-
44. o Brasil deveria realizar o princípio mais crata. Assim, a saída para esse impasse era mos-
45. geral do sistema dando o maior raio pos- trar que as idéias mestras da doutrina liberal de-

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domingo, 14 de novembro de 2004 18:55:38
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veriam aplicar-se ao Brasil de acordo com as cir- ou, se as quiser possuir, há de admitir a es-
cunstâncias e peculiaridades nacionais. cravidão (L. 18 a 22).

alternativa E
Questão 17 O nexo historicamente instituído era a relação en-
tre gêneros coloniais e escravidão.
Para ALFREDO BOSI:
a) A Inglaterra procedia legitimamente ao
impedir a importação de escravos africanos Questão 19
pelo Brasil.
b) A Inglaterra cometia um ato de deslealda- Na perspectiva de Mello Moraes, a frase "Um
de ao impedir a importação de escravos inglês trata cem vezes pior um criado branco
africanos. e seu igual do que nós a um dos nossos escra-
c) As palavras de Mello Moraes vinham em vos...", nas linhas 14 a 17, permite concluir,
favor da classe dominante brasileira. naquele trecho do texto, que:
d) As relações com a Inglaterra eram benéfi- a) Os ingleses não tinham autoridade moral
cas para a nova nação brasileira. para dificultar a importação de escravos pelo
e) Como escravista, a Inglaterra assumia Brasil.
comportamento incompatível com suas idéias b) O Brasil deveria ter criados brancos em lu-
liberais de comércio. gar de escravos, como a Inglaterra.
c) Os ingleses deveriam tratar melhor a seus
alternativa C criados brancos.
O historiador baiano alertava que a Inglaterra d) O Brasil deveria abolir a escravatura.
"agia em nosso desfavor impedindo que a lavoura e) Os ingleses deveriam adotar a escravatura.
recebesse a preciosa mão-de-obra africana", por-
tanto, eram escritas em defesa dos proprietários alternativa A
rurais brasileiros que necessitavam da mão-de-
obra escrava. O argumento utilizado por Mello Moraes é o de que
a Inglaterra não teria autoridade moral para defen-
der a liberdade dos escravos, uma vez que “Um in-
Questão 18 glês trata cem vezes pior um criado branco e seu
igual do que nós a um dos nossos escravos”.

Assinale a alternativa que explicita o trecho:


"...nexo historicamente instituído e consolida- Questão 20
do por três séculos..."(L. 24-25).
a) Um inglês trata cem vezes pior um criado O texto faz referência ao seguinte fato:
branco e seu igual do que nós a um dos nos- a) O liberalismo econômico defendia a liber-
sos escravos (L. 14 a 17). dade na comercialização de escravos.
b) ...da Inglaterra que, afetando ser amiga da b) A classe dominante conseguia fazer o que
nova nação brasileira, agia em nosso desfavor quisesse do Estado constitucional brasileiro.
impedindo que a lavoura recebesse a preciosa c) O maior entrave para as pretensões da
mão-de-obra africana... (L. 3 a 6). classe dominante brasileira estava fora do
c) Memoria, na qual previamente se demons- Brasil.
tra que a Inglaterra não tem sido leal até o d) A Inglaterra pretendia que o Brasil esten-
presente no cumprimento dos seus tractados. desse a abertura de seus portos às nações
(L. 8 a 12). amigas.
d) ...o bravo defensor da nossa lavoura exorta e) A Inglaterra pretendia que o Brasil se tor-
os deputados gerais, em campanha eleitoral, nasse uma de suas colônias.
a cortar as amarras que ligavam o governo
imperial ao britânico... (L. 25 a 29). alternativa C
e) ...ou há de abandonar as suas colônias, por A classe dominante, que buscava conciliar libera-
não haver gêneros coloniais para consumo, lismo econômico e escravismo, tinha como princi-

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pal obstáculo a Inglaterra, a qual pressionava o somente proteger a agricultura, animar a in-
Brasil para acabar com a escravidão. dústria manufatureira, libertar o comércio, e
franquear seus portos ao mundo inteiro. O
Questão 21 Brasil não precisa dos favores da Inglaterra.
d) O Brasil, para ser feliz não tem necessida-
de, de tratados com nação alguma. Pois basta
Na linha 59, nota-se o pronome possessivo
somente proteger a agricultura, animar a in-
sua, em itálico, que se opõe ao pronome nos-
dústria manufatureira, libertar o comércio e
sas (L. 37). Esse uso de sua, no texto, é um
franquear seus portos ao mundo inteiro. O
recurso do autor para demonstrar que os pro-
Brasil, não precisa dos favores da Inglaterra.
prietários:
a) Eram, realmente, os donos da nação. e) O Brasil, para ser feliz não tem necessida-
b) Comportavam-se como se fossem os donos de de tratados com nação alguma, pois basta
da nação. somente proteger a agricultura, animar a in-
c) Como brasileiros, sentiam-se co-proprietá- dústria manufatureira, libertar o comércio, e
rios da nação. franquear seus portos ao mundo inteiro, o
d) Sentiam-se co-proprietários da nação e de- Brasil não precisa dos favores da Inglaterra.
veriam agir como tais.
e) Não deveriam sentir-se co-proprietários da alternativa A
nação, mas deveriam agir como tais.
Esta é a única alternativa em que a expressão ad-
alternativa B verbial intercalada "para ser feliz" aparece marca-
da por vírgulas, o que é obrigatório.
A utilização do sua supõe que os “proprietários”
comportavam-se como “donos da nação”.
Questão 23
Questão 22
Assinale a alternativa em que a palavra pior
Observe a seguinte passagem: “O Brasil para assume significado diferente do dos demais
ser feliz não tem necessidade de tratados com casos.
nação alguma, pois basta somente proteger a a) Ela agiu da pior forma possível.
agricultura, animar a indústria manufaturei- b) Quem fica com a pior parte é sempre quem
ra, libertar o comércio, e franquear seus carrega o piano; quem leva as coisas na flau-
portos ao mundo inteiro. ta acaba sendo beneficiado.
O Brasil não precisa dos favores da Inglater- c) Ele se comportou pior do que seu filho, que
ra” (L. 29 a 35). Em qual das alternativas já não era lá muito das gentilezas.
esse trecho está pontuado de acordo com a d) O pior livro do autor é, sem dúvida, o edi-
norma culta? tado em 2003.
e) O rapaz tinha sempre o pior desempenho
a) O Brasil, para ser feliz, não tem necessida-
entre os alunos da terceira série.
de de tratados com nação alguma, pois basta
somente proteger a agricultura, animar a in-
dústria manufatureira, libertar o comércio e alternativa C
franquear seus portos ao mundo inteiro. O A palavra pior possui valor adverbial (de modo),
Brasil não precisa dos favores da Inglaterra. pois refere-se ao verbo comportar. Nas demais al-
b) O Brasil, para ser feliz não tem necessida- ternativas, possui valor adjetivo.
de de tratados com nação alguma; pois basta,
somente, proteger a agricultura, animar a in-
dústria manufatureira, libertar o comércio, e Questão 24
franquear seus portos ao mundo inteiro. O
Brasil não precisa dos favores da Inglaterra. Assinale a alternativa correta a respeito da
c) O Brasil para ser feliz, não tem necessida- frase “Toninho não era muito caprichoso.
de de tratados com nação alguma, pois basta Vestiu a camisa de trás para a frente e saiu”.

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domingo, 14 de novembro de 2004 18:55:40
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português 4

a) É imprescindível o uso de ele antes de ves- dos meus parceiros. Assinale a alternativa
tiu, para que o sentido não seja prejudicado. que JUSTIFICA o uso do sinal de crase:
b) Normalmente, não se utiliza artigo diante de a) Interpor-se rege preposição a e subenten-
adjetivo. Por isso, cabe artigo antes de trás. de-se um objeto indireto feminino.
c) É comum o uso de artigo diante de subs- b) Interpor-se rege preposição a e dos meus
tantivo e, no caso, cabe artigo antes de parceiros é masculino.
frente. c) Interpor-se rege preposição a e subenten-
d) Se a palavra trás fosse substituída por tra- de-se um objeto direto feminino.
seira, continuaria não devendo ocorrer artigo. d) Interpor-se rege preposição a e o objeto di-
e) O sentido geral do parágrafo permitiria reto explícito é masculino.
iniciar o segundo período por mas. e) Interpor-se é verbo intransitivo e dos meus
parceiros é adjunto masculino.
alternativa C
alternativa A
A palavra frente, substantivo feminino, admite arti-
go. A crase é obrigatória porque a palavra "campa-
Corrigindo as demais: nha" está implícita depois do “a” e o verbo “inter-
a) Fica facilmente subentendido que o agente da por” exige a preposição, portanto o raciocínio se-
ação de vestir é o ser anteriormente mencionado, ria: “(...) interpõe-se a (a campanha) dos meus
Toninho. parceiros”.
b) De trás é locução adverbial e não admite artigo.
d) Traseira é substantivo e poderia vir acompa-
nhado de artigo. Questão 27
e) A relação entre as orações é explicativa e não
adversativa.
Assinale a alternativa correta a respeito das
seguintes frases:
Questão 25 1) Joaquim é um banana.
2) Os médicos, muitas vezes, agimos como
conselheiros dos pacientes.
Leia a frase: “A lei de lucros extraordinários foi
3) Vossa Excelência é o responsável por esse
detida no Congresso”. Assinale a alternativa
tipo de decisão.
que corresponde exatamente a essa frase.
a) Todas as frases são consideradas incorre-
a) O Congresso deteve a lei de lucros extraor-
tas, pois apresentam erro de concordância.
dinários.
b) Na frase 3, a concordância irregular é de
b) Deteu-se no Congresso a lei de lucros ex-
número.
traordinários.
c) Na frase 2, a concordância irregular é de
c) O Congresso deteu a lei de lucros extraor-
número.
dinários.
d) Na frase 2, a concordância irregular é de
d) Deteve-se no Congresso a lei de lucros ex-
gênero.
traordinários.
e) Na frase 1, a concordância irregular é de
e) A lei de lucros extraordinários era detida
gênero.
no Congresso.
alternativa E
alternativa D
Todas as frases estão corretas. Corrigindo as afir-
A frase dada está na voz passiva analítica (foi de- mações falsas:
tida) e a que lhe corresponde é a da voz passiva • Em 2, ocorre silepse de pessoa: (Nós), os mé-
sintética (deteve-se). dicos, muitas vezes, agimos...
• O pronome de tratamento Vossa Excelência,
que pode ser empregado tanto para o masculino
Questão 26 quanto para o feminino, obriga o verbo a ficar na
3ª pessoa do singular.
• Em 1, ressalte-se que o substantivo banana,
Observe a palavra sublinhada na frase: A quando usado informal e pejorativamente na
campanha de meus adversários interpõe-se à acepção de fraco, covarde, etc., pode ser usado

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com dois gêneros: nesse caso, não haveria con-


cordância "irregular" na frase "Joaquim é um ba- Questão 29
nana".

Assinale a alternativa que preenche, de acor-


Questão 28 do com a norma culta, os espaços da frase:
________ 23 anos _________ o golpe fatal no
socialismo de Mitterrand.
Observe a frase:
a) A – aconteceu.
O Brasil e a Argentina, para _______________
b) Ha – aconteceu.
___________ , não ___________ necessidade de
c) À – acontecia.
tratados com nação alguma, _______ somente
d) Há – acontecia.
___________ a agricultura e ___________ seus
e) A – acontecia.
portos ao mundo inteiro.
Assinale a alternativa que, de acordo com a alternativa D
norma culta, completa corretamente a frase
acima. • Há: verbo haver, impessoal, utilizado no sentido
a) Serem – felizes – têm – basta – protegerem de tempo transcorrido;
– franquearem. • Como o golpe situa-se no passado, o uso do
pretérito perfeito (aconteceu) ou do pretérito im-
b) Serem – felizes – têm – bastam – protege- perfeito (acontecia) depende do foco dado pelo
rem – franquearem. falante.
c) Ser – felizes – tem – basta – proteger –
franquear.
d) Ser – felizes – têm – bastam – proteger – Questão 30
franquear.
e) Serem – felizes – tem – bastam – proteger
Assinale a alternativa que preenche correta-
– franquear.
mente o espaço da frase: Descubra ________
alternativa A os bons sofrem.
a) Porquê. b) O porquê. c) Por quê.
• Brasil e Argentina constituem sujeito composto d) Porque. e) Por que.
que leva os verbos e o predicativo a concordarem
no plural: serem, felizes, têm, protegerem e fran-
quearem. alternativa E
• Basta: por apresentar sujeito oracional (prote-
gerem a agricultura e franquearem seus portos Por que: separado e sem acento, podendo ser
ao mundo inteiro), fica na 3ª pessoa do singular. substituído por “motivo pelo qual”.

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