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Acostumado aos Seis Milhões de Judeus mortos no Holocausto, o leitor deve estar
impressionado com este número e precisa se perguntar: por que nunca falam disto?
Por que na China não se relembra isto? A explicação é simples. O comandante e
chefe chinês era o nacionalista Chiang Kai-shek, que ao término da Segunda Guerra
Mundial, começou a ser combatido pelo comandante chinês comunista, Mao
Zedong. Quando Mao venceu e estabeleceu o comunismo na China e Chiang fugiu
para (a hoje) Taiwan, o novo regime, em sua reforma cultural e expurgos considerou
estas 22 milhões de pessoas mortas como um efeito desejável atribuindo a todas
elas a pecha de serem nacionalistas, portanto anti-revolucionárias.
Oficial japonês corta a cabeça de um civil chinês enquanto outro aguarda para ser
morto. Grande multidão de chineses acompanha a selvageria
Outro ponto importante para se deixar o campo de batalha sino-japonês fora dos
livros é o fato de que os Nacionalistas Chineses eram apoiados pela Alemanha
Nazista e as fotos de suas tropas são especificamente inconvenientes, por mostrar
uma resistência contra o Japão utilizando armas e uniformes alemães. Na foto em
Nanjing temos uma grande massa popular e de soldados chineses nacionalistas,
assistindo a execução de um oficial japonês invasor de alta patente. O chinês com
uniforme e capacete nazista, disparando uma pistola Mauser alemã, observado à
esquerda por dois oficiais que parecem mais saídos de Berlim que Pequim é
complicada e incomoda a qualquer um.
Imagem incômoda de soldado nacionalista chinês matando com um disparo de
pistola Mauser um oficial japonês. O uso de equipamento alemão pelos nacionalistas
chineses faz com que não se publique sobre este teatro de guerra.
Se você chegou até aqui, é provável que esteja mudando sua perspectiva sobre as
pobres vítimas japonesas do satan americano. Mas tem mais. Na Birmânia
principalmente, mas também em outros países da região asiática as tropas japonesas
treinavam tiro ao alvo contra prisioneiros civis amarrados em tocos de madeira e
documentavam isso. As fotos estão aqui na matéria. Mas apenas isto não bastava à
raça superior nipônica. Treinamentos com baionetas também eram realizados contra
civis das áreas ocupadas e uma das fotos OFICIAIS mais perversas da guerra é a que
abre esta matéria, com um bebê filipino atravessado na baioneta de um soldado
japonês.
EXPERIÊNCIAS MÉDICAS
Da mesma forma que os nazistas fizeram experimentos médicos bárbaros e terríveis
contra judeus em campos de concentração o Japão estava interessado em
desenvolver armas biológicas e criou a Unidade 731 na China. Suas tarefas básicas
era infectar prisioneiros chineses com as mais diversas doenças para estudar sua
transição, velocidade de propagação e efeitos, a também o que o corpo humano
suportava de altas e baixas temperaturas. Fazia parte do estudo a dissecação das
vítimas que era feita não em cadáveres mais nas vítimas vivas. Cólera, febre tifoide,
disenteria e antrax foram lançadas como testes sobre cidades chinesas e as
epidemias duraram até 1948. Mais de 200.000 pessoas foram mortas.
ANTES DA BOMBA
Em abril de 1944 inicia-se o ataque às Ilhas Japonesas com a invasão de Iwo Jima.
Esta batalha, demonstraria em definitivo o conceito japonês não só de lutar até a
morte, mas de lançar-se a morte sem objetivo militar para morrer e não ser
capturado, além do simples suicídio ritual de soldados que não entraram em
combate e não foram mortos pelo inimigo.
Em 38 dias de batalha por uma pequena ilha de cinzas vulcânicas, praticamente
plana com uma montanha em uma de suas extremidades, os americanos
desembarcaram 70.000 soldados dos quais 26.638 foram baixas, incluindo 7 mil
mortos (10%) da força de ataque. Por seu lado, a defesa contava com 21.000
soldados japoneses, dos quais apenas 1%, 216 homens, foram capturados. 3.000
ficaram escondidos em cavernas e bunkers e foram aparecendo ao longo do tempo
muito depois da batalha terminar e todos os outros morreram. A relação entre
ataque e defesa foi de 3,3 soldados atacando para cada defensor.
Depois disso foi a vez da Ilha de Okinawa, a maior ilha mais ao sul do Japão, com
terreno diversificado, florestas, montanhas população local etc. Apesar desta batalha
ser mais importante para entender a lógica que levou ao emprego das armas
nucleares, Ivo Jima é que é retratada pelo cinema.
Se os americanos acharam que os 38 dias de Ivo foram muito, Okinawa levou 82 dias,
terminando no meio de junho de 1944 menos de dois meses antes da Bomba. Os
americanos, desta vez lançaram 250.000 soldados contra ilha, dos quais 5%
morreram (12.520) e outros 82.000 ficaram feridos).
A defesa japonesa foi também um teste para o Império em como defender as ilhas
principais, o passo lógico seguinte na guerra. Havia 77.000 soldados regulares na ilha
e 40.000 civis foram alistados e armados para a defesa. 24 mil deles compuseram
uma milícia chamada Boeitai, 15.000 trabalhadores lutaram sem uniformes, 1.500
alunos de escolas, menores de idade, compuseram uma unidade de combates
chamadas de “Ferro e Sangue”. Sete ataques com aviões kamikaze foram lançados
contra as tropas de invasão envolvendo 1.500 aeronaves. Sem contar com estes
pilotos mortos, os homens em armas no solo chegaram a 117.000, dos quais
somente 6% (7.000) foram capturados. Os outros 110.000 foram mortos ou se
mataram em ataques sem efeito militar ou em rituais de suicídio. Adicionalmente,
150.000 civis morreram.
Okinawa é definidor para compreender as bombas atômicas. Os americanos
lançaram 2,3 soldados no ataque para cada soldado na defesa. Porcentagem
praticamente 50% menor que na batalha anterior.
Os japoneses tinham 3 milhões de soldados para defender suas ilhas principais, mais
o esquema de milícias de adultos e adolescentes, mais mulheres treinadas para
atacar os invasores satânicos com lanças de bambu. Mantida a proporção de
Okinawa, o que é uma estimativa baixa, haveria mais de 5 milhões de soldados e
civis armados à espera das tropas norte-americanas. Para garantir a força de 2,3 para
um, os americanos deveriam obrigatoriamente desembarcar 11,5 milhões de
soldados no Japão, força que não existia, que se existisse não poderia ser nem
transportada nem abastecida. Portanto, pela experiência de Okinawa, mesmo com a
certeza confortável de vencer um inimigo que preferia desperdiçar suas tropas a
obter ganhos reais, um ataque em tal escala era simplesmente impossível.
Ainda assim as baixas ao nível de Okinawa previstas para 37% atingiriam o número
assustador de 4.255.000 americanos, dos quais, 1.100.000 seriam mortos.
Totalmente inviabilizador. Pelo lado japonês as baixas esperadas seriam de
4.700.000 soldados mortos outros 7.000.000 de civis mortos.
Estes números não são exatos, mas simplesmente uma extrapolação estratégica em
relação a última batalha com uma perspectiva OTIMISTA. Numa abordagem
pessimista os números seriam consideravelmente maiores. Conta semelhante foi
realizada tanto pelo comando americano quando pelo japonês, que sentiu-se MUITO
CONFORTÁVEL com a perspectiva, que demonstrava claramente que os americanos
não teriam nem homens nem equipamentos para conquistar o Japão e que este
impacto de 12 milhões de vítimas japonesas nunca se realizaria, mas se fosse
necessário poderia ser absorvido e ainda estava muito longe dos mais de 22 milhões
de civis chineses que os nipônicos mataram.
A SUBMISSÃO PELO ATAQUE AÉREO
Tanto alemães quanto aliados tinham como estratégia de guerra a destruição das
principais cidades uns dos outros imaginando que isso iria gerar um desejo nas
populações civis de depor suas lideranças e terminar a guerra, rendendo-se ao
inimigo. Era o pensamento vigente naquela época. Os alemães jamais construíram
bombardeios capazes de realizar tal missão e apelaram para mísseis. Primeiro com as
bombas voadores V1, depois com as V2. Já os britânicos e americanos
desenvolveram vários modelos capazes de arrasar cidades. Esta estratégia jamais
deu certo pois o atacado sempre usa o ataque contra si, como arma de propaganda
para demonstrar a barbárie e o desprezo pela vida por parte do inimigo, e a
população atingida fica apenas com mais vontade de resistir e levar seu país à
vitória.
Com o Japão não foi diferente. A captura de Ivo Jima, permitiu que os americanos
enviassem caças para escoltar seus bombardeiros contra o Japão. Cidade após cidade
foi bombardeada com milhares de toneladas de bombas. Os americanos utilizavam
napalm e incendiárias de fósforo branco nestes ataques. As construções japonesas
baseadas em madeira e papel eram um alvo perfeito para isso.
Tóquio, a capital japonesa e onde vivia o Imperador Deus, foi bombardeada de 17 de
novembro de 1944 ao dia da rendição japonesa, 15 de agosto de 1945. O total
estimado de mortos nesta campanha foi de 200.000 e não há dados disponíveis
sobre o total de feridos. Um milhão de pessoas perderam suas casas. Na noite do dia
9 para 10 de março de 1945, 334 aviões de bombardeio B-29 dos quais apenas 279
conseguiram atacar a cidade, lançaram 1.655 toneladas de bombas, incluindo ‘cluster
bombs’ de 230 kg que liberavam 38 bombas menores incendiárias de napalm. Foram
mortas 100.000 pessoas neste único ataque, considerado o mais devastador da
história. Outras 125.000 ficaram feridas. Neste momento Tóquio possuía cerca de 6
milhões de habitantes, portanto as baixas foram de 3,7%. Mesmo com a capital
devastada e alguns militares de alta patente questionando a falta de necessidade
destas mortes indicando a rendição, o grupo militar e político que pretendia a luta a
até a morte e contava com aquelas projeções da ‘invasão impossível’ que você leu
acima prevaleceu.
Kyoto, por ser uma cidade histórica, foi poupada. Posteriormente incluída como
quarta cidade para o ataque nuclear, foi descartada também.
O ATAQUE NUCLEAR
Igualmente, os americanos tinham a certeza de que não poderiam invadir as ilhas. O
que se vende para as pessoas como ‘desculpa’ para o ataque nuclear, é uma
simplificação do conceito de que “lançaram a bomba para salvar vidas americanas”.
Neste estudo, onde apresentamos uma complicação deste conceito, você já
entendeu que as coisas eram diferentes do que as pessoas imaginam que são.
O programa nuclear norte-americano levado da teoria à prática por vários cientistas
judeus, baseados na ‘física degenerada’ de outro judeu, Albert Einstein, cujos
estudos e trabalhos foram queimados na Alemanha Nazista (ainda bem), visava
atacar a Alemanha e não o Japão. Mas a guerra na Europa acabou antes da primeira
bomba estar operacional e ser testada.
Quando o presidente Truman recebeu a informação, ainda durante a Conferência de
Potsdam na Europa de que a bomba de teste, chamada Trinity (Trindade), foi muito
mais bem sucedida que qualquer um pudesse imaginar, ele ordenou a entrega de um
ultimato ao Japão exigindo a rendição. Tal documento foi considerado pelos
japoneses como uma atitude arrogante do ‘inimigo impossível’ e a guerra continuou.
Truman mandou atacar.
No início de agosto de 1945 havia apenas duas cidades classificadas como médias e
grandes no Japão que ainda não tinham sido destruídas por bombardeios
convencionais: Hiroshima e Nagazaki. A imagem que é passada quando se fala
apenas sobre Hiroshima é que teria sido uma escolha aleatória para levar o fogo do
inferno aos civis japoneses. Mas só havia duas escolhas. A terceira cidade, definida
com alvo era Kokura a de menor população entre as três, com 150.000 habitantes
onde havia 2.800 prisioneiros de guerra americanos, ingleses e holandeses. 1.500
deles chegaram de navio na manhã do dia 9 de agosto, portanto o comando
americano nem sabia disto. Kokura possuía um dos arsenais onde eram fabricados os
fuzis e baionetas no exército. A praticamente impossível se definir que qualquer
cidade pequena, média ou grande japonesa deixava de possuir algum alvo militar
legítimo.
Ao contrário da propaganda soviética pós-guerra introjetada no inconsciente
coletivo do mundo até hoje, Hiroshima não era uma cidade civil. No Japão ela era
conhecida como Cidade Exército. É exatamente ao contrário do que a propaganda
afirma. Hiroshima era a base do Segundo Exército Geral e do Exército Regional de
Chugoku. O quartel general dos fuzileiros navais japoneses também se localizava lá.
No momento do ataque nuclear em 6 de agosto de 1945 havia cerca de 350.000
habitantes e militares na cidade. 80.000 foram mortos imediatamente e até o final
de 1945 outros 166.000 morreram em decorrência de ferimentos e radiação. Ainda
assim, 104.000 sobreviveram, 29% da população. 77% dos prédios e casas da cidade
foram destruídos. A cidade era praticamente plana.
Após este ataque novo ultimato para rendição foi enviado ao Japão, mas suas
lideranças políticas e militares consideraram o ataque apenas como um novo
formato com perdas aceitáveis, se bem que ainda não contabilizadas e entendidas
corretamente. Naquele momento nem quem atacou nem quem foi alvo tinha
qualquer ideia dos efeitos da radiação que afetaria os sobreviventes e mataria o
dobro de pessoas em relação as que morreram pela explosão. Dentro da previsão da
“invasão impossível”, o alto comando nipônico decidiu ignorar os americanos e
manter a guerra.
Aspecto de Nagazaki após o ataque nuclear
A foto mais terrível da Segunda Guerra Mundial. Com um golpe de espada um oficial
japonês corta o pescoço de uma jovem mãe chinesa nua e ensanguentada após
cortar a cabeça do bebê dela inutilmente protegido em seus braços.