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12.2.1.2.6.

Tipos especiais de supositórios

Descrevemos atéaqui 'a preparaç ã o dos supositó rios convencionais, isto é, aqueles que
sã o constituídos por misturas de fármacos e excipientes, moldados pêlos processos
correntes, e apresentados na sua forma mais simples. Entretanto, hádeterminadas circunstâ
ncias que podem obrigar à preparaç ã o de tipos especiais de supositó rios, ou porque a
estabilidade dos fármacos o exige, ou porque se torna necessário evitar incompatibilidades,
ou porque se pretende um efeito terapêutico determinado ou porque, finalmente, é importante
evitar a deformaç ã o do medicamento em climas quentes.

; .. Fig. 19. Má quina de compressã o para obter supositórios.

Assim, por uma ou outra razã o, têm-se procurado modificaç õ es mais ou menos engenhosas,
as quais permitem solucionar as dificuldades ou realizar os interesses do preparador. Estã o
neste caso os supositó rios ocos, estratificados, ã rageificados e de dupla camada, que nos
merecem referências pormenorizadas.

embalagem em placa

Flg. 16. Esquema que representa a série de operaç õ es necessárias para a obtenç ã o de supositó rios
preparados por fusã o.
Segundo A. Denoë l — ob. c/í (1971)
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12.21 2 6 1 Supositó rios ocos

Pode considerar-se relativamente recente a preparaç ã o deste tipo de supositó rios,


exclusivamente feitos de excipientes, nos quais se abriu uma cavidade no sentido longitudinal,
que se enche, posteriormente, com o fármaco ou fármacos a administrar. Procede-se depois à
obturaç ã o da abertura, para o que se usa uma pequena quantidade de excipiente fundido.

sua preparaç ã o pode fazer-se por fusã o e por compressã o, desde que durante a
moldagem se introduza uma peç a no molde, a qual evite o enchimento total do alvéolo. O
formato da cavidade obtida é, evidentemente, o da peç a que se colocou no molde. Em regra,
usam-se pequenas barras metálicas, que se mantêm durante a solidificaç ã o da massa (processo
de fusã o), ou estã o ligadas ao molde (processo de compressã o), e se retiram apó s a formaç ã o
do supositó rio.
A Fíg. 20 mostra, em esquema, os doís sistemas citados.

A B

Fig. 20. Preparaçã o de supositórios ocos.


A — Método da fusã o: 1 barra metá lica que mergulha no molde; 2 alavanca que permite retirar as barras após
solidificaçã o da massa. B — Método da compressã o: 1 orifício por onde entra a massa para o molde, 2 matriz
com barra metá lica.

Quando se trata de obter um pequeno número de supositó rios ocos pode, simplesmente,
partir-se de supositó rios de manteiga de cacau nos quais se fazem cavidades, por exemplo com
uma broca ou, até, com um canivete ou furador. Nas cavidades introduz-se o fármaco ou
fármacos pulverizados ou em soluç ã o, e tapa-se o orifício com um pouco de manteiga de cacau
fundida.
Quando haja necessidade de, urgentemente, se preparem supositó rios, o recurso a este tipo
de forma éútil, embora apresente a desvantagem de, fundido ou disperso o
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excipiente no recto, haver um contacto muito íntimo entre a mucosa e os fármacos, que
eventualmente a podem irritar.
Entre os méritos do sistema figura a protecç ã o total dos fármacos em relaç ã o ao ar,
luz e humidade, podendo ainda considerar-se vantajoso para solucionar incompati-bilidades
entre dois fármacos. Com efeito, pode incorporar-se um dos fármacos no excipiente,
enquanto que o outro é introduzido na cavidade do supositó rio e, por isso, só muito
superficialmente contacta com o primeiro.

12.2 1 2 6 2 Supositó rios estratificados

A existência de incompatibilidades entre vários fármacos a administrar nos mesmos


supositó rios obriga, por vezes, a recorrer a um artifício de técnica que consiste na estratificaç ã o
do supositó rio em diversas camadas constituídas cada uma por um dos fármacos e parte do
excipiente. Assim, para se obter um supositó rio estratificado contendo, por exemplo, ácido
acetilsalicíü co, meprobamato e oxetazaína, que sã o incompatíveis entre si, incorpora-se cada
uma das três drogas em 3 porç õ es do excipiente, vertendo-se as massas fundidas,
sucessivamente, no respectivo molde. Deve deixar-se solidificar cada camada antes da adiç ã o
da seguinte, convindo, até, separá-las por uma pequena porç ã o de excipiente puro, que, do
mesmo modo, se lanç a no estado de fusã o.
Como se compreende, a fabricaç ã o deste tipo de supositó rios érecomendada para escala
industrial, desde que se disponha de máquinas doseadoras das quantidades de massa a adicionar
de cada vez. Com alguma frequência, aparecem no mercado supositó rios estratificados que, por
uma questã o de estética, apresentam as diversas camadas coradas de Cores diferentes.

Suponhamos que pretendemos preparar uns supositó rios contendo,


por unidade, 0,1 g de vitamina C, 0,05 g de cloridrato de tiamina e 0,2 g
de piramido. As três substâ ncias sã o incompatíveis e, por isso, é
conveniente o emprego de supositó rios estratificados, podendo usar-se a
massa Estarinum BB como excipiente. Para corar diversamente as
camadas constituintes, pode empregar-se um corante vermelho,
lipossolúvel, a 0,1%, que localizaráa zona de vitamina C, e um corante
amarelo, conseguido por reacç ã o do amarelo de naftol S com o
cloreto de benzalcó nio, também a 0,1% (ver pág. 66 deste Flg. 21. Representaç ã o esquemática de
um supositó rio formado por estratos
volume), que indicaráa posiç ã o do piramido. A vitamina B^ é
perpendiculares ao seu eixo maior. 1, 3
ape- — camadas contendo as subs- e5
nas incorporada no excipiente, ficando branco o estrato
tâ ncias activas. 2 e 4 — cama-
i i i- j das de separaç ã o, exclusiva-
onde se encontra localizada. . ^.. . . . mente constituídas por excipiente
As quantidades de excipiente podem calcular-se do
modo habitual (densidades aparentes ou factores de deslocamento), convindo que se estabeleç a
uma certa proporcionalidade entre os pesos ou volumes de intermédio e as
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quantidades de fármacos de cada camada. No exemplo vertente, para 3 supositó rios de peso
individual de 2,7 g e admitindo a proporç ã o entre os princípios activos, vitamina B], vitamina
C e píramido, de 1:2:4, teremos que o peso das respectivas camadas seráde 1,16 g, 2,32 g e 4,64
g. Considerando que os factores de deslocamento sejam para qualquer dos fármacos citados
iguais a 0,7, viráque a quantidade de excipiente para cada uma daquelas camadas é,
respectivamente, de 1,125 g, 2,25 g e 4,50 g.
Transformando estes pesos nos volumes que devem ir ocupar no molde, e admitindo que a
densidade da massa éde cerca de 0,93, ter-se-áque para cada molde deve lanç ar-se um volume
de 0,40 ml da camada correspondente à vitamina B,, 0,80 ml da camada correspondente à
vitamina C e 1,60 mí da camada correspondente ao piramido.
Em escala laboratorial, os volumes de cada. camada podem medir-se com pipetas
(previamente aquecidas); em escala industrial utilízam-se máquinas dotadas de válvulas
doseadoras.
A Fig. 21 éuma representaç ã o esquemática de um supositó rio assim obtido.

12.2.1.2.6.3. Supositó rios de dupla camada

GEMEU e SUNE, talvez baseados na preparaç ã o de supositó rios ocos, tiveram a ideia de
revestir supositó rios preparados com excipientes lipossolúveis por uma camada de intermédio
hidrodispersível (PEG 1540 e misturas de PEG 1500 + PEG 4000, a 20:80). Tais supositó rios
continham os fármacos incorporados na camada interna (excipiente lipossolúvel), a qual era
protegida do calor ambiente pela película hidró fila, que só fundia a temperaturas mais altas,
sendo por isso aconselháveis para utilizar em climas quentes. Por outro lado, este tipo de
supositó rios poderia ser recomendado sempre que os fármacos diminuíssem acentuadamente a
consistência dos excipientes gordos, já que a cobertura externa conferiria a dureza adequada aos
supositó rios.
Na prática, este processo, além de demorado, tem o inconveniente de provocar atrasos na
cedência dos fármacos, pois a libertaç ã o destes só se verifica apó s dissoluç ã o da cobertura
polietilénica externa. Entretanto, e por isso mesmo, parece-nos que o processo pode servir para
preparar supositó rios de acç ã o prolongada.
O método de fabrico pode ser variado:
Preparar supositó rios ocos de polietilenoglicó is, para o que, antes da massa
solidificar, se mergulham nos moldes hastes ou punç õ es metálicos lubrificados.
Nas cavidades obtidas nos supositó rios lanç ar, entã o, a massa fundida do excipiente
gordo com os fármacos. Obturar, finalmente, a parte superior do supositó rio com excipiente
hidrodispersível fundido;
b} Preparar pequenos supositó rios constituídos por excipiente gordo, no qual se
incorporaram os fármacos. Suspender esses supositó rios dentro de moldes maiores e encher os
alvéolos com polietilenoglicó is fundidos.
Para suspender os supositó rios pode recorrer-se ao uso de alfinetes que se lhes espetam,
segurando-os por aí atéque solidifique toda a massa externa. Este segundo
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processo pode originar supositó rios em que o exctpiente gordo funde, parcialmente, quando
imerso na massa hidrodispersível, que se encontra a temperatura mais elevada. Por outro lado a
dilataç ã o da parte oleossolúvel pode originar o aparecimento de fendas na cobertura dos
polietilenoglícó is.
Como se compreende, e por razõ es diversas da apontada, pode haver vantagem em
preparar supositó rios de dupla camada, sendo a cobertura constituída por exci-piente
lipossolúvel e o supositó rio nuclear formado por intermédio hidrodispersível. É o caso, por
exemplo, de desejarmos supositó rios de acç ã o prolongada, destinando-se a camada externa a
conter os fármacos para efeito imediato, o qual seria sustentado pela cedência mais lenta, devido
à sua libertaç ã o da camada interna. Assim, suponhamos uns supositó rios cuja camada externa
fosse constituída por manteiga de cacau tendo incorporado luminal só dico (fármaco em
suspensã o, para cedência imediata), apresentando o núcleo formado por polietilenoglicó is onde
se encontrasse dissolvido o luminal. Esses supositó rios teriam probabilidades de originar efeito
hipnó tico imediato, o qual seria mantido, devido à cedência mais lenta do barbitúrico pela
camada interna.
PRISTA e colaboradores (1976) prepararam supositó rios de dupla camada, contendo
metapirona e/ou píramido, para se obter uma acç ã o imediata e sustentada. Os resultados que
obtiveram só proporcionaram, no entanto, uma libertaç ã o prolongada atél hora e 30 minutos, o
que leva a considerar que o método nã o éaconselhável para aquela finalidade.

12.2.1.2.6.4. Supositó rios drageificados

Julgamos que foi BlBARD o primeiro investigador que recorreu à drageificaç ao de


supositó rios, segundo a técnica clássica do revestimento de comprimidos. Utilizou supositó rios
de pequeno peso (1,8 g), feitos com excipíente lipossolúvel, os quais foram drageificados do
modo habitual, havendo apenas o cuidado de nã o aquecer demasiadamente (temperaturas
inferiores ao ponto de fusã o da massa) durante as primeiras fases da operaç ã o. A camada de
revestimento pesava em média 1.2 e, o que correspondia a 40% do peso total do supositó rio.
Este processo origina supositó rios que suportam a acç ã o do calor, em climas quentes, sem
abrandamento da consistência.
Entretanto, o método nã o tem ganho adeptos, pois durante a drageifícaç ã o háfusã o
parcial da massa gorda ou pelo menos dilataç õ es que originam fendilhamentos na camada de
revestimento. Por outro lado, torna-se necessário conservar os supositó rios em embalagens
estanques, que nã o permitam que o medicamento absorva humidade, e este só pode aplicar-se
rectalmente depois de humedecido com água.
Outros autores têm proposto técnicas diversas de drageíficaç ã o, como o emprego da neve
carbó nica, mas embora tenham aparecido no mercado especialidades constituídas por supositó
rios revestidos, as preparaç õ es nã o têm tido a devida aceitaç ã o por parte dos médicos e
doentes.
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1 2 . 21 . 2 65 . Supositó rios com grâ nulos revestidos

Tal como para os comprimidos ou para as cápsulas, podem preparar-se supositó rios
contendo os princípios activos sob a forma de granulados revestidos. O processo tem sido
ensaiado para evitar a alteraç ã o de determinados fármacos (como as vitaminas A e D, que
podem apresentar-se microencapsuladas), para impedir o aparecimento de
incompatibilidades entre princípios activos ou a reacç ã o destes com os excipientes, e,
ainda, para obter supositó rios de acç ã o prolongada. CONCILIO et ai. trabalharam no
primeiro aspecto do problema, utilizando acetato de vitamina A revestido com gelatina e aç
úcar, e FUMANERI sugeriu o emprego de grâ nulos desigualmente revestidos, de modo a
que a cedência dos princípios medicamentosos se processasse de forma regular e mantida,
permitindo que os supositó rios desenvolvessem um efeito farmacoló gico prolongado.

12.2.1.2.7. Ensaio de supositórios e excipientes

O controlo dos supositó rios éum conjunto de operaç õ es extremamente importante


que, dentro de certa medida, permite garantir o efeito farmacoló gico esperado. Contudo, ao
farmacêutico nã o só compete executar essa verificaç ã o como deve controlar os
excipientes que empregou.
Em muitos casos (ponto de fusã o, ponto de solidificaç ã o, consistência, velocidade de
dissoluç ã o, etc.) as operaç õ es de controlo sã o comuns ao intermédio e à forma
farmacêutica, mas hávariados ensaios que apenas se executam com o excípiente (índice de
água, índice de íodo, índice de saponificaç ã o, etc.) ou com os supositó rios (peso,
velocidade de cedência dos princípios activos, uniformidade de distribuiç ã o, etc.). Nestas
circunstâ ncias, procuraremos descrever, separadamente, os ensaios que com frequência se
executam com intermédios ou com os supositó rios, assinalando aqueles que lhes sejam
comuns.

12.2.1.2.7 1 Ensaio de excipientes

Consideraremos nesta rubrica as verificaç õ es a efectuar com excipientes lipossolú-


veis e hidrodíspersíveis.

12.2.1.2.7.1.1. Excipientes gordos

A maioria destes excipientes, muito particularmente os do tipo éster, é caracterizada


por diversos índices, como os de acidez, iodo, saponificaç ã o, peró xidos e hidro-xilo, e
pelo valor percentual do seu insaponíficável. Esses índices sã o determinados pêlos
processos correntes, habituais para as gorduras alimentares, sendo bem conhecida do aluno
de Farmácia a técnica operató ria seguida.
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Como norma, deseja-se que os excipientes apresentem pequenos índices de icidez e de


iodo, traduzindo o primeiro certo grau de alteraç ã o, especialmente por hidró lise dos ésteres,
enquanto que o segundo diz respeito à capacidade de oxidaç ã o dos corpos gordos, pois indica
o teor de insaturaç ã o que apresentam. O índice de peró xidos, ao contrário do índice de iodo,
játraduz o grau de oxidaç ã o do excipiente, pois o seu valor indica o número de microgramas de
oxigénio peroxídico fixado por grama de produto 0)
Nos excipíentes para supositó rios seria desejável que o índice de peró xidos fosse igual a
zero, mas tal exigência só é possível se o intermédio nã o contiver compostos insaturados, o que
na prática nã o acontece, até porque é necessária uma pequena quantidade daquelas substâ ncias
para que a massa apresente uma consistência adequada. Assim, aceita-se, em regra, como limite
máximo, um índice de peró xidos de 40, considerando-se impró prios os intermédios que
apresentem uma oxidaç ã o equivalente a 50 mcg de oxigénio peroxídico por grama.

A determinaç ã o deste índice vem descrita na F.P. V, podendo recorrer-se também à s


técnicas propostas por LEA, que, com algumas pequenas modificaç õ es, podem encontrar-se
em Farmacopeias, como a Britâ nica e a Francesa.
Outro índice que importa determinar nos excipíentes éo de hidroxilo, que éo número de
miligramas de hidró xido de potássio necessário para neutralizar o ácido acético que se combina
por acetilaç ã o com um grama do produto seco e filtrado. O seu valor habilita ao conhecimento
da proporç ã o de mono e diésteres existentes numa determinada gordura, tendo especial
interesse determiná-lo nos gliceridos semi--sintéticos. Jávimos que, neste último tipo de
excipientes, o IOH condiciona, de certo modo, a capacidade emulgente que apresentam e,
portanto, o teor de água que sã o capazes de absorver.
Finalmente, o insaponificável é outra característica que pode ajudar a definir um
excipiente. Importa lembrar que muitos dos antioxidantes naturais fazem parte do
insaponificável de gorduras c que, portanto, a sua presenç a evita ou minimiza a formaç ã o de
peró xidos, Contudo, vários excipientes comercializados apresentam ínsa-ponificáveis quase
nulos, o que se deve à elevada refinaç ã o que sofreram as gorduras de onde foram obtidos.
FAULÍ eí ai., analisando por cromatografia em papel alguns excipientes comercia-lizados,
puderam evidenciar a presenç a, quase constante, de ferro e níquel, nã o detectando o zinco,
cobre, cró mio ou estanho.
Ao lado das determinaç õ es a que fizemos referência e que quase sã o de índole química,
hácertos ensaios de carácter estritamente físico. Entre eles citamos as determinaç õ es da
densidade, índice de refracç ao e viscosidade, ao lado do controlo da capacidade de retracç ã o
por arrefecimento e do índice de água.
A densidade e o índice de refracç ã o determinam-se pêlos processos vulgares, comuns a
todas as substâ ncias, sendo habitual trabalhar-se a 15-20° C para a primeira

(L) Segundo SULLY, índice de peró xidos éo número de miliequivalentes de oxigénio fixado sob a forma de peró
xidos por um quilograma tie corpo gordo. Esta definiç ã o tem sido adoptada por alguns fabricantes de excipientes.
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destas constantes e a 40° C, ou temperatura ligeiramente superior, para o índice de r ef r


acç ão. A •viscosidade éoutra característica fundamental dos excipientes, jáque o seu valor,
quando aqueles se encontram fundidos, condiciona a sedimentaç ã o dos fármacos
suspensos, sendo responsável, em última análise, pela boa ou má distribuiç ã o dos
princípios nos intermédios.
Em regra, a viscosidade é determinada a 40° C, pois é à fusã o que mais interessa
conhecer o seu valor para um dado excípíente Ü possolúvel. Têm-se empregado visco-
símetros de tipo vulgar (Hoppler, por exemplo) para a sua avaliç ã o, mas o emprego de
viscosímetros rotativos (Ferranti-Snirley, Brookfield, etc.) é mais adequado, pois permite
verificar se as massas apresentam tíxotropia. Esta propriedade étambém importante no que
diz respeito à sedimentaç ã o dos fármacos, pois quanto maior for o grau de tixotropia na
zona de fusã o, maior a facilidade de gelifícaç ã o por repouso e, consequentemente,
menores as possibilidades de os fármacos sedimentarem.
Intimamente relacionados com a viscosidade encontram-se, portanto, os ensaios de
distribuiç ã o dos princípios activos. Pode até dizer-se que para os corpos só lidos a
distribuiç ã o só depende do seu grau de divisã o e densidade, e da viscosidade e tixotropia
que o excipiente exibe na zona de fusã o. Já, porém, as soluç õ es aquosas têm a sua
distribuiç ã o condicionada nã o só pela viscosidade do excipiente fundido, mas também
pelas características emulgentes que aquele apresenta.
claro que para ládestes factores principais háelementos acessó rios, nem por isso
destituídos de importâ ncia. Referimo-nos à temperatura de trabalho, ao estado de fusã o
límpida ou cremosa do excipiente, à agitaç ã o, durante o vazamento nos moldes, etc.
A capacidade suspensora de um excipiente fundido pode apreciar-se de uma forma
prática, inç o r por ando-se-lhe um fármaco insolúvel, dividido em partículas de diâ metro
determinado, e estudando o aspecto dos supositó rios obtidos, em corte longitudinal ou
transversal. BÜ CHI refere alguns ensaios efectuados com manteiga de cacau, na qual se
suspenderam substâ ncias insolúvies, como o ferro reduzido {em partículas de 20M de diâ
metro) e o tiossulfato de só dio (dividido em grã os de 180^ de diâ metro).
A técnica de apreciaç ã o pode consistir em dividir os supositó rios, preparados com
fármacos insolúveis, em três secç õ es transversais, doseando-se os princípios activos em
cada um desses estratos, e concluindo-se da homogeneidade ou heterogeneidade da
distribuiç ã o conseguida.
Mais recentemente, TSCHUDI-STEINER empregou o carbonato de só dio a 3%, que
incorporou em excipientes lipossolúveis, apreciando a distribuiç ã o por meio do papel
embebido em soluç ã o de fenolftaleína, que fazia contactar com secç õ es longitudíaís e
transversais dos supositó rios.
Para apreciar a distribuiç ã o de soluç õ es aquosas em excipientes pode recorrer-se a
técnicas grosseiras, como a preconizada por CZETSCH-LlNDENWALD, que consiste na
preparaç ã o de supositó rios com 10-40% de água corada, observando-se o aspecto dos
seus cortes longitudinais e transversais. Haverá homogeneidade se se formarem emulsõ es
verdadeiras, notando-se aspecto marmoreado ou irregular no caso de se terem originado
pseudo-emulsÕ es.
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FAULÍ e A. DEL POZO propõ em a realizaç ã o de uma ensaio limite de er.iulsífi-caç â o. Em


três tubos de ensaio fundem-se amostras de cerca de 10 g do excipiente em análise, a uma
temperatura ligeiramente superior a 40° C, mantendo-se o aquecimento durante duas horas; a cada
amostra adicíonam-se l ml, 5 ml ou 10 ml de água, aquecida à mesma temperatura, agitando-se,
vigorosamente, durante l minuto; deixa--se repousar a emulsã o formada, mantendo-se o
aquecimento, e observa-se o seu aspecto a intervalos regulares, durante uma hora.

Recentemente, CESCHEL et ai. retomaram este assunto, sugerindo o emprego do Sudã o III
que, pelas suas propriedades lipó filas, serve de índice para apreciaç ã o da estabilidade da emulsã o
formada.
O teor de água absorvido por 100 g de excipiente é outra das determinaç õ es que há interesse
em efectuar. Denomina-se índice de água e a técnica seguida é idêntica à que descrevemos a propó
sito das Pomadas (ver pág. 309, 2.° volume).
Uma vez que a consistência dos intermédios para supositó rios nã o permite, como no
caso das pomadas, trabalhar a 20° C, é prática corrente, defendida por MÜ HLEMANN e
NEUF.NSCHWANDER, fundir 10 g do excipiente em causa atéfusã o cremosa e, de uma bureta,
adicionar-lhe água, gota a gota, atéque nã o seja possível a incorporaç ã o de mais líquido. O
volume de água gasto, multiplicado por 10, indica o índice de água do excipiente.
Como se compreende, a capacidade de absorç ã o da água é funç ã o da existência de
substâ ncias hidró filas no excipiente, tendo excepcional importâ ncia a presenç a de
agentes emulsivos de A/O. Assim, nos gliceridos semi-sintéticos, o teor de mono e
diésteres condiciona o índice de água, sendo aceitável que o aumento de acidez de um
intermédio possa explicar uma elevaç ã o daquele índice.
Dado que é vantajoso que as massas usadas como excipientes devam contrair-se
suficientemente para que os supositó rios se destaquem dos moldes sem necessidade do recurso a
lubrificantes, tem interesse proceder-se à determinaç ã o do coeficiente de retracç ã o. Este
representa a contracç ã o de volume operada por solidificaç ã o da massa, e exprime-se em
percentagem. Para o calcular procede-se à determinaç ã o dos volumes de dado peso de excipiente,
quando aquecido a uma temperatura superior em 2° C ao ponto de fusã o (V) e quando à temperatura
a que a massa solidificou (V). Sejam d' e d as densidades da massa a cada uma dessas temperaturas.


Entã o, poderemos escrever:
^_ = A v
~ d'
— —
donde V = V X — , ou, se considerarmos V igual a 100, V = 100 X —
d d
A contracç ã o de volume (V-V), expressa em percentagem, será:

lOOd' 100(d-d') ' . (V-V) %


100 - — — — = — — — — — —

fó rmula que nos habilita a saber o valor do coeficiente de retracç ã o.


Os excipientes Hpossolúveis, estando sujeitos a fácil inquinaç ã o por microrganismos c fungos
e bactérias), que podem segregar enzimas susceptíveis de provocar alte-
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raç ã o nos seus constituíres, devem ser ensaiados com o f i m de se apreciar a capacidade
de proliferaç ã o de determinadas espécies, mais correntemente contaminantes. Como
norma é desejável que todos esses excipientes nã o favoreç am o crescimento microbiano,
mesmo quando contenham um teor de água de pelo menos 10%.
BUDDA, em 1927, referiu-se à inquinaç ã o da manteiga de cacau e, posteriormente,
GROSSE e BECKER propuseram o estudo dos excipientes gordos depois de semeados com
Escherichia coli, Bacillus subtillis, Aspergtlltíí niger, Saccaromyces cere-vistae e várias
espécies do género Mucor. Estes ensaios devem fazer-se sobre o excipíente que se vazou em
tubos ou placas, tendo-se previamente incorporado cerca de 10% de água estéril.

12.2.1.2.7.1.2. Excipientes hidrodispersíveis

Pode dizer-se que érelativamente escassa a literatura a respeito do ensaio das massas
hidrodispersíveis. Por um lado, tal aparente desinteresse deriva do facto de se tratar de uma
classe de excipientes quimicamente melhor definidos do que os intermédios gordos, pois,
mesmo quando nã o sã o puros, correspondem a misturas, em determinadas proporç õ es, de
substâ ncias que apresentam certo grau de pureza. Em segundo lugar, a maioria dos ensaios
que devem realizar-se com estes excipientes é comum à s verificaç õ es a efectuar com as
massas lipossolúveis.
Há, porém, um certo número de determinaç õ es a que convém dar especial relevo. É o
caso da densidade, índice de refracç ao, viscosidade, (empo de dissoluç ã o a 370C, pH das
dispersõ es aquosas, acidez e avaliaç ã o do peso molecular médio, o que pode ter interesse,
por exemplo, quando se utilizam polietilenoglicó is.
A densidade é, em regra, referida a 20° C, importando, também, o seu valor quando à
temperatura de fusã o das massas. O tempo de dissoluç ã o deve ser o mais baixo possível,
nã o se tolerando, em nenhum caso, que ultrapasse os 60 minutos.
A viscosidade pode determínar-se no produto fundido (por vezes mantendo a
temperatura a 100° C, como acontece com os PEG 1540 e 4000) ou até nas soluç õ es
aquosas do excipiente, em determinada concentraç ã o.
Para alguns excipientes hidrodispersíveis, como a gelatína-glicerinada e outros geles,
pode apreciar-se indirectamente a viscosidade com aparelhos como o geló metro ou o
malacímetro, jáanteriormente descritos (ver pág. 54 deste volume).
O pH é, habitualmente, determinado em soluç õ es aquosas, a l: 10 ou l :20, do excipiente.
Finalmente, outras determinaç õ es, como os pontos de fusã o e de solidificaç ã o e os
ensaios de consistência, serã o referidos a propó sito do controlo comum aos excipientes e
supositó rios.

12.2.1.2.7.2. Ensaio de supositó rios

O controlo dos supositó rios deve ser efectuado na altura do seu fabrico e ao f i m de
certo tempo de armazenagem, pois háque considerar que para estes, como para outros
medicamentos, o farmacêutico preparador ignora o momento em que se utilizarã o.
93

Entre os ensaios específicos dos supositó rios, sã o de lembrar a apreciaç ã o do seu


aspecto (exame organoléptico), o ensaio do peso, a homogeneidade de distribuiç ã o e o teor
dos princípios activos.

12.2.1.2.7.2.1. Exame organoléptico

Os supositó rios devem apresentar-se perfeitos, sem deformaç õ es na base, que será plana, sem
fissuras ou chaminés. Quando obtidos por fusã o em moldes de material plástico nã o deve observar-
se, nitidamente, a separaç ã o da sua parte apical, que é feita na secç ã o inferior do molde, que
encaixa na porç ã o restante. Assim, a superfície serálisa, brilhante e homogénea, com cor igualmente
distribuída e sem modificaç ã o da tonalidade ou manchas.
Sã o também de rejeitar os supositó rios que apresentem inquinaç ã o fúngica, o que pode
suspeitar-se a olho nu e confirmar-se mediante raspagem da superfície e observaç ã o ao microscó
pio ou, eventualmente, por cultura em meios apropriados.
Do mesmo modo, nã o devem notar-se cristalizaç õ es superficiais dos princípios activos, nem
exsudatos de líquidos ou transformaç õ es cristalinas dos excipientes. Por vezes, os exsudatos
líquidos sã o de natureza gorda, e noutros casos observam-se manchas brancas ou enrugamentos e
formaç ã o de excrescências superficiais, resultantes da cristalizaç ã o dos constituintes do
intermédio, à volta de núcleos de cristalizaç ã o. A exsudaç ã o de líquidos gordurosos deve-se à
contracç ã o da rede cristalina da massa, durante as transformaç õ es polimó ríicas que sofre quando
existem formas metastáveis líquidas à temperatura de armazenagem. E um fenó meno que aparece
com a manteiga de cacau, geralmente quando os supositó rios sã o conservados a temperaturas
elevadas. A armazenagem a temperatura alta é também aconselhável pelo embranquecimento dos
supositó rios e formaç ã o de excrescências e enrugamentos na sua superfície. A literatura anglo-saxó
nka dáa esta classe de acidentes a designaç ã o de fat-bloom.

A superfície interna dos supositó rios também interessa, devendo, para observaç ã o, proceder-
se ao corte longitudinal e transversal daqueles. Uns supositó rios satisfazem ao'ensaio quando as
duas secç õ es obtidas sã o homogéneas e nã o se apresentam marmoreadas, com grumos ou bolsas
de ar.

12.2.1.2.7.2.2. Ensaio de peso , .

Esta verificaç ã o é indispensável, pelo menos quando se trabalha em escala industrial, devendo
ter-se empregado, no fabrico, moldes perfeitamente calibrados.
Nas condiç õ es assinaladas, énorma pesar-se, com aproximaç ã o atéao mg, um número de
supositó rios suficientemente representativo (em geral 20 supositó rios), determinando-se o peso
individual e o peso médio, o que permite calcular o afastamento padrã o, a partir do qual se
deduzem os limites de tolerâ ncia. A mecâ nica operacional é idêntica à que indicámos para os
comprimidos (ver volume l, pág. 890).
94

Em regra, épossível obter menor variaç ã o de peso em supositó rios do que em cápsulas
ou comprimidos. Assim, a tolerâ ncia habitualmente aceite pelo produtor é de ± 5 % em relaç ã
o ao peso médio. A Farmacopeia Belga manda pesar 20 supositó rios e estipula que 90% (isto
é, 18 supositó rios) nã o apresentem desvios, em relaç ã o ao peso médio, superiores a 5%; 10%
dos supositó rios (2 supositó rios) podem, contudo, apresentar um afastamento compreendido
entre ± 5 e ± 10% do peso médio.
Além da farmacopeia referida estabelecem limites para a variaç ã o do peso as
Farmacopeías Alemã e Russa (tolerâ ncia de ± 5 % ) e a Farmacopeia Nó rdica (tolerâ ncia de ±
10% para 90% dos supositó rios e ± 20% para 10% dos supositó rios).
SETNIKAR e PIETRA estudaram este assunto, propondo coeficientes de variaç ã o a
adoptar para o controlo do peso dos supositó rios e importando-se com os graus de exigência do
produtor e do consumidor.
A F.P. V inscreve um ensaio geral para as preparaç õ es unitárias só lidas, o qual designa
por "Uniformidade de massa".
Para a sua realizaç ã o manda pesar 20 unidades retiradas ao acaso do mesmo lote,
determinando a massa média. Nã o mais de 2 das 20 unidades poderã o diferir da massa média
encontrada em percentagem superior a 5% e em nenhum caso poderáa diferenç a exceder o
dobro dessa percentagem.

12.2.1.2.7.2.3. Identificaçã o e dosagem dos princípios activos

De uma maneira geral, para se fazer a identificaç ã o e dosagem dos princípios activos
torna-se necessário separá-los do excipiente que os veicula, o que é muitas vezes possível,
mediante o emprego de solventes adequados. Estã o neste caso os fármacos lípossolúveis
suspensos em excipientes hidró filos.
A situaç ã o referida nã o é das mais vulgares, havendo, em geral, que jogar nã o só com as
características de solubilidade, mas também, com as de íusïbilidade e volatilidade dos fármacos
e intermédios. Noutros casos, pode recorrer-se à adsorç ã o selectiva dos excipientes ou das
substâ ncias medicamentosas em adsorventes como a alumina. Este produto, depois de activado,
fixa por cada 15 g, cerca de 0,055 g de PEG 4000, 0,850 g de polissorbato 80, 0,5 g de ó leos
hidrogenados, 0,6 g de lanolina, etc. As substâ ncias adsorvidas nã o sã o eluidas com
tricloroetíleno, o que permite a separaç ã o e, principalmente, a purificaç ã o dos fármacos a
identificar ou dosear.
Actualmente, as titulaç õ es por complexometria e em meio anidro vieram simplificar
extraordinariamente o problema da dosagem de muitos fármacos administrados na forma de
supositó rio.
Como norma, aceitam-se desvios do teor em princípios activos em relaç ã o à quantidade
teó rica de ± 10%. As variaç õ es maiores do que estas podem atribuir-se ou ao cálculo errado
dos factores de deslocamento ou à fraca viscosidade das massas à temperatura de fusã o, muito
especialmente se o ponto de solidificaç ã o estádemasiado afastado daquela.
Ao lado destes ensaios, queremos referir o teste de uniformidade na distribuiç ã o dos
princípios activos no excipiente. FONTANI e SETNIKAR efectuaram um estudo
95

sobre este assunto, doseando os fármacos distribuídos em 10 porç õ es (cada uma com o peso
aproximado de um supositó rio), separadas de uma massa que obtiveram homogeneizando 30
supositó rios do mesmo lote de fabrico.
A homogeneizaç ã o nã o se consegue fundindo e misturando os 30 supositó rios, mas apenas
misturando a sua massa, que deve raspar-se previamente.
Os autores deste ensaio concluem que o produtor é, em regra, bastante mais exigente que os
textos oficiais das farmacopeias ou formulários, cuja tolerâ ncia ésuperior à que se permite numa
fabricaç ã o correctamente conduzida.
Na F.P. V menciona-se para os supositó rios o ensaio designado por uniformidade de
teor:
Salvo indicaç ã o contrária ou excepç ã o justificada e autorizada, os supositó rios em que o teor
de princípios activos seja inferior a 2 mg ou aqueles em que o princípio activo represente menos de 2
por cento da massa total devem satisfazer ao ensaio de uniformidade de teor das preparaç õ es
apresentadas em doses unitárias. Se a preparaç ã o contém vários princípios activos, o ensaio nã o se
aplica senã o à queles que correspondem
s condiç õ es indicadas. Quando o ensaio de uniformidade de teor éprescrito para todos os
princípios activos, o ensaio de uniformidade de massa nã o deve ser exigido.

12.2.1.2.7.2.4. Ensaios de absorçã o

A eficácia terapêutica dos supositó rios de determinados fármacos pode apreciar-se mediante a
realizaç ã o de provas in -vivo praticadas sobre o homem ou animais de experiência, ou métodos in
vitro, que consistem no estudo da difusã o dos princípios activos a partir dos excipientes, e que, só
em certa medida, podem ajudar o farmacêutico a tirar ilaç õ es correctas.

2 minutos 6 minutos 12 minutos

Fig. 22. Radiografias do homem, mostrando as fases que precedem a absorçã o dos princípios
medicamentosos veiculados em excipientes gordos.
Os ensaios in vivo praticam-se em cobaios, coelhos, cã es, macacos e homens, podendo ser
conduzidos de modo a determinarem-se as concentraç õ es medicamentosa
96

obtidas ao f i m de certo tempo da administraç ã o dos supositó rios. Normalmente, 20-30


minutos apó s a administraç ã o procede-se à recolha do sangue dos pacientes, doseando-se o
fármaco ou fármacos veiculados nos supositó rios. Conseguem-se, assim, gráficos relacionando
concentraç õ es pfasmáticas das substâ ncias medicamentosas e o tempo decorrido apó s a
administraç ã o do supositó rio. Claramente que o processo só dáuma ideia precisa da cinética
da absorç ã o quando realizado com homens, embora, por razoes práticas, seja frequentemente
executado com animais.
Na Fíg. 22 mostram-se várias radiografias do homem apó s administraç ã o dos supositó
rios com excipientes gordos.
Um segundo processo de trabalho experimental consiste no emprego dos fármacos
marcados com elementos radioactivos, determinando-se a importâ ncia da radioacti-vídade
encontrada ao nível de vários ó rgã os ou tecidos. Alguns autores apreciaram os fármacos
absorvidos mediante análises efectuadas na saliva de animais, outros procederam a determinaç õ
es na urina, etc.
Ao lado destas provas, e com a finalidade de ser estudado o comportamento de vários
excipientes, têm-se efectuado testes com fármacos de fácil apreciaç ã o, como o nicotinato de
metilo, proposto por CHARONNAT, ou os barbitúricos, preconizados por NEUWALD e
colaboradores. Efectivamente, em qualquer .dos casos a resposta bioló gica é fácil de apreciar,
com o primeiro fármaco pela vasodilataç ã o proporcionada, e com os barbitúricos pelo tempo
de latência de induç ã o do sono.
IKONOMIDIS et ai, estudaram, também, a absorç ã o rectal recorrendo a fragmentos da
mucosa rectal do rato, previamente separados das partes muscular e serosa. O fragmento da
mucosa rectal é inserido num circuito percorrido pela massa do supositó rio fundido. Procede-se
à irrigaç ã o da face externa do fragmento com líquido de Tyrode oxigenado e doseíam-se os
princípios activos naquele líquido a intervalos regulares.
Na Fig. 23 mostra-se um esquema do dispositivo:

Fig. 23. Representaç ã o esquemática da aparelhagem utilizada por IKONOMIDIS ef aí (m Recta! Therapy. Ed. B.
Glas e C. J. de Blaey, St. Rémy de Provence, 1983) para estudar absorç ã o rectal
97

Os ensaios in vitro podem efectuar-se apreciando-se a velocidade de cedência dos farmacos


a partir dos supositó rios, ou a sua velocidade de difusã o em meios adequados, como a gelose
ou as membranas de celofane. Como se compreende, as técnicas que se baseiam na velocidade
de cedência dos farmacos, em água ou líquidos com composiç ã o aproximada da do muco
rectal, sã o mais imperfeitas do que os processos de difusã o, visto que apenas revelam que a
preparaç ã o tem um potencial termodinâ mico tal que permite a libertaç ã o dos princípios
activos do intermédio. Isso nã o significa que os farmacos seja m absorvidos, mas apenas que foi
satisfeita uma das condiç õ es para que se processe a absorç ã o. Sabemos que esta depende de
inúmeros factores inerentes aos farmacos, como o seu coeficiente de partilha O/A que, por seu
turno, pode ser condicionado pelo pH. Pelo contrário, os métodos de difusã o pretendem
estabelecer condiç õ es semelhantes à s que se verificam no ser vivo, procurando criar
paralelismo entre a difusã o passiva, que se opera no homem e animais, e a difusã o através de
membranas com propriedades parecidas com as de natureza bioló gica.
Entre os métodos de cedência, cita-se o do esgotamento pela água a 37° C, que foi proposto
por KEDVESSY e MEZEY. Consiste em imergir os supositó rios em ensaio em tubos contendo
70 ml de água a 37° C, mantendo o conjunto em banho termo-
-regulado à quela temperatura. De 10 em TO minutos retira-se um dos tubos, arrefece-
-se na geleira, para solidificar o excipiente, e doseiam-se os farmacos na camada aquosa. Pode,
assim, construir-se um gráfico entre quantidades de fármaco cedidas e tempos de aquecimento a
37° C.
Os métodos de difusã o sobre gelose foram preconizados por TlCE e ABRAMS, em 1953,
e só sã o aplicáveis ao estudo da cedência de farmacos dotados de propriedades anti-sépticas ou
antibió ticas. Consistem em colocar uma secç ã o do supositó rio em estudo numa caixa de Petri
contendo gelose, onde foi semeado um microrganismo sensível. Apó s incubaç ã o a 37° C, de
ter minam-se as áreas de inibiç ã o do crescimento dos microrganismos.

Flg. 24. Aparelhagem necessária para apreciaç ã o da velocidade de difusã o


através de uma membrana de celofane.
98

Mais rigorosas que as anteriores e com aplicaç ã o também maíj geral sã o as técnicas de
difusã o através de membranas de víscose e de celofane. O método foi inicialmente proposto
por CEMELI e DEL POZO e tem sido aplicado com algumas modificaç õ es devidas a MÜ
HLEMANN et ai., PLAXCO et ai. e KERKHOFFS e HUIZINGA.

Tempo (minutos) Fig. 25. Curva de


cedê ncia do salicilato de sódio incorporado em supositórios de excipienfô gordo.

A técnica inicial consiste em introduzir o supositó rio num saco de viscose ou de celofane,
que se mergulha num litro de água mantida a 38° C, O banho de água possui um agitador que
favorece a renovaç ã o das camadas líquidas em contacto com o supositó rio. Ao f i m de 10, 20,
40 e 80 minutos de ensaio, retíram-se amostras da água, as quais sã o analisadas. Como nos
processos precedentes, podem construir-se gráficos relacionando quantidades cedidas e tempos.
As Fig, 24 e 25 sã o, respectivamente, um esquema da aparelhagem necessária, segundo
CEMELI, e uma curva de cedência obtida com supositó rios de excipiente lipossolúvel,
contendo salicilato de só dio como único fármaco incorporado.
MÜ HLEMANN e NEUENSCHWANDER empregaram porç õ es de ± 2 g de supositó
rios raspados, que introduziam num tubo dializador, corno o que estárepresentado na Fig. 26.
Aos 15, 30, 45 e 60 minutos retiravam amostras de 10 ml do tubo exterior, substituindo-as por
igual volume de água aquecida a 37° C. Nas amostras retiradas procediam à dosagem dos
princípios activos.
Mais recentemente. KERKHOFFS e HUIZINGA propuseram uma técnica de difusã o,
semelhante à s anteriores, mas cuja eficácia foi comparada com ensaios conduzidos in vivo. O
processo consiste no emprego de uma célula de diáü se., de forma cilíndrica,
99

que estáimersa em banho de água te r mo-regulado a 37° C, cuja temperatura émantida, e


onde existe circulaç ã o de água assegurada por uma bomba (Fig. 27),

• Fig. 26. Tubo de diá lise segundo Mü hlemann e Neuenschwander.

A célula de diálise (C ) tem 3 orifícios, um dos quais serve para inserir um termó metro
(D), outro para fixar um saco de celofane de 18 mm de diâ metro por 25/i de espessura ( A ) ,
onde se coloca o supositó rio (B ), e um terceiro destinado à recolha do líquido, durante o
ensaio. O saco de celofane deve Ímergir-se na água do banho 15 minutos antes da introduç ã o
do supositó rio; as recolhas do líquido para análise fazem-se ao fim de 30, 60, 90, 120, 150,
180, 210 e 240 minutos, apó s início do ensaio.

Fig. 27. Dispositivo para estudar a cedê ncia in vitro segundo Kerkhoffs e Huizínga

Na célula de diálise, como líquido ao qual o supositó rio cederáos seus princípios
activos, lanç am-se 350 ml da seguinte soluç ã o, que apresenta pH 7,38:

Na2HPO4, 2H2O ................................... 9,50 g


NaH2PO.í, 2H7O . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2,08 g
NaCl . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4,60 g
Polivinilpirrolidona . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 35,00 g
Á gua destilada q.b.p. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1000 ml
100

12.2.1.2.7.3. Ensaios comuns aos excipientes e supositó rios

Entre os ensaios que se executam nã o só com os supositó rios, mas que também
apresentam grande interesse quando realizados com os excipientes, citamos as determinaç õ es
do ponto de fusã o, dos tempos de liquefacç ã o, dos pontos de solidificaç ã o, da consistência e
da tolerâ ncia in vivo.

12.2.1.2.7.3 .1 . Ponto de fusã o ' -

Tratando-se de massas de composiç ã o complexa (nã o só originária das misturas de


fármacos com os excipientes, mas inerente, também, a estes quando isolados) nã o tem interesse
determinar o ponto da fusã o instantâ nea, mas o intervalo de fusã o.
Os processos para realizar este ensaio sã o muito numerosos, podendo usar-se fragmentos
das massas, cujo comportamento se aprecia pela técnica de tubo capilar (tubo recto aberto, tubo
capilar em U ) , por meio da determinaç ã o do ponto de gota (empregando o aparelho de
UBBELOHDE, que permite avaliar o ponto de gota — Tropfpunkt — e o ponto de fluidez —
Fliefípunkt), ou recorrendo à s superfícies aquecidas (platina de KOFFLER, bloco de
MAQUENNE, método de KNAPP).

Tubos capitares

Fig. 28. Aparelho para determinaç ã o do ponto de fusã o ascendente.


101

JÜ1

Fig. 28 representa, em esquema, uma instalaç ã o para determinar os pontos de fusã


o de excipientes (tubo capilar, fusã o ascendente).
Mais de acordo com o que se passa apó s a administraç ã o da forma poderemos citar os
métodos que empregam os supositó rios inteiros (intermédio + fármacos, ou excipíente só ,
moldado à forma de supositó rio), pois a facilidade de fusã o estárelacionada com a acç ã o
medicamentosa.
A Fig. 29 representa um aparelho de UBBELOHDE.
A determinaç ã o do ponto de fusã o executada sobre os supositó rios inteiros pode
efectuar-se pela técnica descrita por POULENC, que consiste em colocar os supositó rios
em tubos de ensaio, que se introduzem em banho de água, cuja temperatura deve elevar-se
num ritmo de 2° C por hora. Deve tomar-se nota da temperatura a que se dáo início do
aluimento do supositó rio e das temperaturas a que desliza no tubo '/4, l/2 e a totalidade do
supositó rio. Tem ainda interesse determinar a temperatura a que se verifica a fusã o
transparente.
Mais prático e dando resultados aceitáveis é o processo que consiste
em aquecer o supositó rio, preso a um termó metro por meio de um
elástico, ou conservado num cesto de rede (vidro, aç o, gaze) num banho
de água cuja temperatura deve elevar-se lentamente. Alguns autores
sugerem uma subida de temperatura de 0,5° C por cada 4 horas e outros
aconselham um aquecimento ao ritmo de 0,5° C por 8 horas.
Nó s pró prios temos tido bons resultados, aquecendo os supositó
rios em vaso com 50 ml de água, por seu turno dentro de outro onde se
lanç ou um volume maior daquele líquido. O aquecimento deve ser
lento, de tal modo que a temperatura a partir de 20° C se
eíeve de 0,5° C em cada duas horas. A fusã o reconhece-se por Fig. 30- Esquema indicando as
toque com uma vareta que pode servir, também, para agitar a condiçõ es operatórias para a deter-
minaçã o do ponto de fusã o de
água durante o ensaio. O supositó rio pode fixar-se ao supositórios.
reservató rio do termó metro por intermédio de um elástico.
A Fig. 30 reproduz, em esquema, as condiç õ es operató rias.
Os supositó rios preparados com excipientes gordos, para os quais tem verdadeiro
interesse proceder à determinaç ã o do ponto de fusã o, devem fundir a temperatura inferior
a 37° C A Farmacopeia Belga tolera, como máximo, 38,5° C (tubo capilar) e a DAB exige
que o ponto de fusã o seja inferior a 36° C

12.2.1.2,7.3.2. Tempos de liquefacçã o •• •

Muito mais importante do que a determinaç ã o da temperatura de fusã o dos supositó


rios parece-nos ser a avaliaç ã o do tempo que levam a liquefazer-se, quando aquecidos a
37° C. Tal ensaio diz respeito nà o só à s massas Hpossolúveis, mas também
102

aos excípientes hidrodispersíveis e, no fundo, permite ajuizar da rapide? de acç ã o dos


supositó rios quando administrados no recto.
Os investigadores têm procurado idealizar técnicas que reproduzam, tanto quanto possível, as
condiç õ es fisioló gicas, compreendendo-se que das técnicas mais simples, em que
supositó rio écolocado em banho de água a 37° C, determinando-se o tempo necessário para que
amoleç a ou se disperse suficientemente, se tenha passado para ensaios em que o supositó rio, ao ser
aquecido, sofra uma dada compressã o. Efectivamente, um supositó rio introduzido no recto é
comprimido pela parede daquele ó rgã o, o que facilita a sua desagregraç ã o e mistura com o muco
rectal. Compreende-se, pois, que os métodos m vitro para estudar o tempo de liquefacç ã o desta
forma farmacêutica tenham vindo a considerar a necessidade de existir uma determinada compressã
o sobre o supositó rio, durante o ensaio, para que este se aproxime o mais possível do que se passa
no ser vivo. Há, assim, duas classes de técnicas para determinar os tempos de liquefacç ã o, podendo
falar-se em métodos nã o compressivos e métodos compressivos.

12.2.1.2.7.3.3. Métodos nã o compressivos

O processo mais simples para avaliar os tempos de liquefacç ã o de supositó rios consiste em
imergi-los num banho de água a 37° C, determinando o tempo que levam a liquefazer-se. Se, para
massas densas, como as que têm por base os polietilenogli-có is, o supositó rio nã o tende a vir à
superfície da água durante o ensaio, jápara os supositó rios preparados com os excipientes gordos
hánecessidade de improvisaç õ es que evitem a tendência para a flutuaç ã o. Entre essas improvisaç õ
es citaremos a fixaç ã o do supositó rio ao reservató rio do termó metro, por meio de um elástico,
processo que tem o inconveniente de se exercer sobre o medicamento uma compressã o desigual, e a
utilizaç ã o de uma espécie de cesto (espiral de vidro, rede de aç o inoxidável, gaze, etc), onde o
supositó rio estácontido e que o impede de flutuar. A fábrica Erweka produz um aparelho deste
último tipo (Fíg. 31), que é constituído por um tubo (4) cheio de água a temperatura constante (37°
C), graduado na parte superior, e de uma espiral de vidro ( 3 ) destinada a manter o supositó rio (1)
abaixo do nível de água. A espiral ( 3 ) é fechada, depois da introduç ã o do supositó rio, por meio de
um fino tubo de vidro oco (8) em forma de báculo, que perfura uma rolha ( 7 ) adaptada na parte
inferior do tubo principal. Todo o conjunto é introduzido num cilindro de vidro (6) que é percorrido
por uma corrente de água tépida, de tal modo que o zero da escala do tubo graduado coincida com o
nível da água. Nestas circunstâ ncias, a água circula e contacta com o supositó rio, podendo
determinar-se o tempo que aquele leva a liquefazer-se. Convém ter um termostato acopulado ao
sistema para que a temperatura da água seja de 37° C.

Para certos supositó rios que se nã o liquefazem nas condiç õ es da experiência pode
determinar-se o tempo necessário para o seu amolecimento (tempo de deformaç ã o), o que se
aprecia por toque com uma vareta metálica.
103

O suplemento à F.P. IV indica que os supositó rios devem satisfazer


ao seguinte ensaio: «Suspenda um copo de 100 ml, que contenha cerca de
50 ml de água, dentro de outro, vazio, de 250 ml e coloque este numa
cápsula com água; mergulhe um termó metro (de preferência graduado em
meios graus) no líquido contido no copo e aqueç a a cápsula a calor
brando, de modo a que a temperatura se eleve gradualmente até 36° C.
Introduza 3 supositó rios no líquido aquecido e mantenha-o entre 36 e 37°
C> agitando frequentes vezes; os supositó rios devem fundir
completamente dentro de 15 minutos (quando preparados com excipiente
lipossolúvel) ou dissolver no espaç o de 60 minutos (quando preparados
com excipiente hidrossolúvel)».
A técnica referida, muito fácil de executar, nã o indica, porém, qual o
processo de evitar a flutuaç ã o dos supositó rios pouco densos, e nã o
aceita em nenhum caso que os supositó rios nã o fundam ou se dissolvam
totalmente. Tal exigência parece-nos excessiva, até porque nã o é
necessário, no caso dos supositó rios gordos, que se atinja o estado de fusã
o transparente para assegurar a libertaç ã o dos fármacos, bastando, em
regra, que amoleç am convenientemente.

Flg. 31. Aparelho do tipo Erweka,


Na F.P. V inscreve-se um ensaio de des agr egaç ã o

utiliizado por «Chernische Werke

Witten» para determinar os tempos de


dissoluç ã o dos supositó rios.
estipulando os tempos de 30 minutos e de 60 minutos ,

respectivamente, para as massas lipó filas fundirem e para as

massas hidró filas se dissolverem. O referido ensaio admite

variaç ã o de tempo quando haja libertaç õ es controladas ou acç õ es


locais prolongadas.

12.2.1.2.7.3.4. Métodos compressivos

Mais de acordo do que os anteriores com o que se passa em condiç õ es fisioló gicas, estes
métodos foram propostos por SETNIKAR e FANTELLI em 1962, tendo aparecido desde entã o
numerosas modificaç õ es à técnica primitiva.
Aqueles autores sugeriram o emprego de um sistema constituído por um tubo de vidro onde
circula água a 37° C. No seu interior existe uma espécie de manga díaü sa-dora, feita de
celofane e tendo cerca de 3 cm de diâ metro. O supositó rio em ensaio é colocado no tubo
dialisador, a uma altura, em relaç ã o ao banho, tal que a meio da manga exista uma pressã o de
cerca de 40 cm de água.
A Fig. 32 reproduz um esquema do aparelho de SFTNIKAR e FANTELLI.
O método em causa, além de proporcionar uma pressã o sobre o supositó rio semelhante à
exercida pela parede do recto, permite trabalhar apenas com uma certa quantidade de água que
se difunde por osmose.
104

260

TUBO DE -
CELOFANE

Fig. 32. Aparelho de Setnikar e Fantelli para a determinaç ã o dos tempos de liquefacç ã o.

A casa Erweka constró i um aparelho baseado nos princípios expressos,


que reproduzimos na Fig. 33- Cada supositó rio é colocado dentro de um saco de polieti-leno
impermeável, onde se introduzem 10 ml de água. Os sacos contendo os supositó rios

CD
ooo ooo

Fig. 33. Aparelho de marca Erweka para determinar o tempo de liquefacç ã o de supositó rios
105

sã o imersos em banho de água, a 37° C, sendo movimentados por meio de um sistema que os faz
mergulhar a diferentes profundidades. Nas circunstâ ncias referidas, os supositó rios, além de
contactarem com um pequeno volume de água e de serem aquecidos a 37° C, suportam uma
pressã o hidrostática que pretende estabelecer condiç õ es de paralelismo com o que ocorre
quando administrados no recto.
KROWCZYNSKI propô s, também, um sistema para apreciaç ã o dos tempos de liquefacç ã
o ou de deformaç ã o, o qual foi adoptado pelas Farmacopeia» Polaca (Suplemento III, 1962) e
Húngara. Posteriormente, FAULÍ introduziu algumas modificaç õ es no aparelho descrito por
KROWCZYNSKI. ALBUQUERQUE, por seu turno, idealizou um sistema que consiste numa
modificaç ã o do clássico aparelho de Erweka para determinar os tempos de desagregaç ã o de
comprimidos. A Fig. 34 mostra um pormenor da referida improvisaç ã o.

Roda de ressaltos

Fig. 34. Aparelho de Albuquerque para determinar os tempos de liquefacçã o de supositórios

Entre as modificaç õ es efectuadas por este investigador no aparelho Erweka, con-sideraremos


as seguintes:

— Substituiç ã o da roda de ressaltos por outra que permite um movimento constante, mais
lento (12 oscilaç õ es por minuto), sem golpes bruscos, e mais profundo
{12 mm de amplitude);
— Substituiç ã o do calcador original por uma rede com o peso total de 15 g;
— Adaptaç ã o de um sistema de agitaç ã o da água do copo constituído por um agitador de argola que se
desloca verticalmente com uma frequência de 30 movimentos por minuto

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