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CIV

3011 - ESTUDO ORIENTADO EM ENGENHARIA CIVIL



ANÁLISES PARAMÉTRICAS ATRAVÉS DE MODELAGEM POR ELEMENTOS FINITOS DE


VIGAS DE AÇO CASTELADAS EXPANDIDAS

B. V. Dias, S. A. L. de Andrade
Departamento de Engenharia Civil e Ambiental - Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro

Resumo: Vigas de aço casteladas são vigas com aberturas sequenciais padronizadas na alma, fabricadas a partir
de perfis laminados a quente ou soldados. A principal característica destas vigas é o incremento de resistência
no perfil original, com o aumento da sua altura, sem alteração do peso. Elas apresentam limitações de
dimensões da abertura que estão ligadas à altura do perfil base, geralmente produzindo-se um perfil 50% maior
em altura. Neste trabalho, são estudadas as vigas casteladas expandidas em altura, através da soldagem de
perfis W e WT complementar na alma, no lugar de chapa de expansão, de modo a se obter vigas de maior
inércia, mais leves e com diferentes tipos de aberturas; adicionalmente estudou-se o comportamento destas
vigas com diferentes comprimentos. O presente trabalho aborda os resultados obtidos através da modelagem
por elementos finitos com análise não linear física e geométrica, com vistas a investigação do comportamento
estrutural quanto a resistência da seção transversal e rigidez.
Palavras-chave: Estruturas de aço; Análise não linear; Vigas Casteladas; Vigas Casteladas Expandidas; Ansys.


1. INTRODUÇÃO garantindo resistências mais elevadas. Observou-se
que o ganho de resistência para perfis mais baixos
A construção industrializada presente no Brasil
inicialmente são mais perceptíveis e que do ponto de
tem buscado a racionalização em vários níveis do
vista da deformação, o incremento do rendimento à
processo construtivo. Com o objetivo de obter um
flexão torna as vigas casteladas expandidas mais
melhor aproveitamento do espaço vertical e facilidade
competitivas.
de manutenções futuras nas edificações, torna-se
convencional a execução de aberturas nas vigas para Esta configuração apresentou um ganho em
a passagem de tubulações de serviço. relação as vigas casteladas convencionais na maioria
dos casos, justificando a sua utilização principalmente
Vigas casteladas são alguns exemplos de
se fosse necessário utilizar uma viga de alma cheia
utilização de aberturas. O processo resulta em vigas
com altura elevada.
mais resistentes e menos sensíveis a deformações,
bem como mais leves e indicadas para maiores vãos. O estudo realizado em 2017 [1] confirmou então
que a utilização da configuração castelada expandida
Estas vigas ainda podem ser expandidas em
é vantajosa pois apresenta uma redução considerável
altura, como já estudadas em 2017 [1], através de
do peso com ganho em altura para resistir melhor os
chapa aumentando ainda mais sua inércia e
momentos e ainda apresenta aberturas que facilitam • Viga Castelada Expandida com perfil WT155x10,5,
passagem de tubulações de serviço; e por WT125x11,15 e WT125x12,65 com a mesa
apresentarem alturas excêntricas e paralelas podem voltada para cima e;
garantir inclinação destes elementos caso necessário. • Viga Castelada Expandida com perfil WT155x10,5,
WT125x11,15 e WT125x12,65 com a mesa
A influência desta expansão também foi estudada
voltada para baixo.
por Wissmann [2] para diferentes configurações de
aberturas nas vigas. Que observou uma redução cerca E na segunda análise paramétrica, foi verificado o
de 15% no peso da estrutura e ganho de, em média, comportamento das vigas casteladas expandidas com
44% na resistência devido ao maior distanciamento chapa e com o perfil W150x13, mas com diferentes
entre as mesas comparado à altura de um perfil comprimentos.
expandido.
4. MODELAGEM COMPUTACIONAL
2. OBJETIVOS
4.1. Modelo experimental de calibração
Através do método dos elementos finitos, com o
A calibração do modelo numérico foi idealizada
software Ansys 15 [3], o presente trabalho tem como
baseada nos dados experimentais obtidos através de
objetivo desenvolver modelos numéricos, de forma
ensaios realizados no trabalho experimental de
parametrizada, de vigas de aço casteladas expandidas
Zirakian e Showkati [5].
na alma com a substituição da chapa de expansão por
perfis W e WT presentes no catálogo da Gerdau Zirakian e Showkati [5] elaboraram ensaios
Açominas [4], permitindo, com a colocação de experimentais utilizando perfis laminados IPE12 e
imperfeiçoes geométricas, efetuar uma análise não IPE14 com três variações de comprimento para cada
linear, a fim de simular seu comportamento perfil a fim de estudar a flambagem lateral por torção
estrutural. de vigas de aço casteladas. Na publicação constam
curvas de carga versus deslocamento lateral de vigas
Adicionalmente são estudadas as mesmas
com vão igual a 3600 mm de comprimento formadas
configurações de expansão para as vigas com
a partir de cada perfil.
diferentes comprimentos de vãos.
Para a calibração do modelo numérico de vigas
3. METODOLOGIA
casteladas do presente trabalho, foi adotado o ensaio
Inicialmente foram calibrados modelos de vigas da viga castelada formada com o perfil IPE12
casteladas com modelos experimentais presentes na identificado por Zirakian e Showkati [5] como C180-
literatura. 3600. Este protótipo apresenta as seguintes
propriedades geométricas: 180 mm de altura; 64 mm
Com o modelo calibrado, foram gerados seis
de largura de mesa; 6,3 mm de espessura de mesa e;
modelos em diferentes configurações para um perfil
4,4 mm de espessura de alma. E foram extraídas as
W310x38,7:
seguintes características físicas: 279,31 MPa e 894,35
• Viga na configuração original; MPa para tensão de escoamento e tensão de ruína,
• Viga Castelada e; respectivamente, da mesa e; 233,93 MPa e 892,23
• Viga Castelada Expandida com chapa de 150 mm MPa para tensão de escoamento e tensão de ruína,
de altura; respectivamente, da alma. Este protótipo constitui
uma viga castelada simplesmente apoiada submetida
Feito isto, foram realizadas análises paramétricas a carregamento aplicado no meio do vão.
divididas em duas etapas distintas.
Foram adotados sistemas de travamentos laterais
Na primeira, substituiu-se a chapa de expansão a 165 mm do apoio que incluíam dois membros dos
por diferentes perfis dois lados da viga. Adicionalmente, nos apoios, foram
• Viga Castelada Expandida com perfil W150x13; projetados e soldados enrijecedores apropriados na
alma e nas duas mesas. O arranjo experimental e a
configuração das aberturas das vigas casteladas estão componentes de tensores. Trata-se de um elemento
ilustrados na Figura 4.1 e Figura 4.2, respectivamente. adequado para a modelagem de problemas
estruturais que envolvam análise linear e análise não
linear física e geométrica. Na Figura 4.3, são
mostrados os aspectos do elemento SHELL181.


Figura 4.1 – Arranjo Experimental [5]


Figura 4.3 – Elemento SHELL181 [3]

A modelagem da viga C180-3600 foi


esquematizada de forma a facilitar o processo de
criação das áreas ao redor das aberturas, para isto,
foram criados pontos, linhas e áreas da região com
Figura 4.2 – Configuração das aberturas [5] 150 mm que compreende o primeiro apoio da viga e
em seguida uma célula que corresponde a primeira
A viga foi instrumentada em três diferentes
abertura adjacente a este apoio. Nesta célula, já
pontos da seção transversal: na mesa inferior, no meio
consta o ponto que dista 165 mm do apoio a fim de
da alma e na mesa superior; de modo a fornecer as
facilitar a colocação das restrições posteriormente.
deformações, tensões, deslocamentos laterais e as
Com este trecho pronto, as linhas da geometria foram
distorções no meio e a um quarto do cão. As vigas
divididas de forma a garantir uma malha refinada
flambaram lateralmente, mas não foi verificada a
nesta região que contém a abertura e a primeira célula
flambagem no montante da alma em nenhum dos
foi replicada longitudinalmente gerando as 20 células
testes. Devido às diferenças nos deslocamentos
que correspondem a 3600 mm de comprimento.
laterais, a distorção verificada na alma foi medida.
Nota-se então, que a medida de uma célula é múltipla
4.2. Modelo numérico de calibração de seu comprimento e equivale a altura do perfil
castelada, facilitando a parametrização.
Com base no estudo de Zirakian e Showkati [5], é
Posteriormente, foi criado o restante da viga que
proposto no presente trabalho, um modelo de
compreende o segundo apoio e os enrijecedores
calibração para a viga castelada com perfil C180-3600.
verticais de apoio. A região do apoio com a primeira
As dimensões, carregamentos, condições de apoio,
características do material e tensões de escoamento e célula da viga C180-3600 esta ilustrada na Figura 4.4.
ruína estão de acordo com os testes realizados.
Os modelos numéricos propostos foram
elaborados de forma parametrizada e são constituídos
de elementos de casca SHELL181 presentes na
biblioteca do software Ansys 15 [3]. O elemento
SHELL181 é adequado para análise de estruturas
caracterizadas por cascas que apresentam espessuras
finas e médias. Este elemento é composto por quatro Figura 4.4 – Geometria do modelo da C180-3600
nós com seis graus de liberdade por nó: translações
Uma vez gerada a geometria da viga C180-3600,
nas direções X, Y e Z e rotações em relação aos eixos
deu-se início ao processo de criação da malha de
X, Y e Z. As formas de deformação são lineares nas
elementos finitos mostrada na Figura 4.5. A divisão e
duas direções em plano e para o movimento fora do
o esquema das linhas foram cuidadosamente
plano, usa-se uma interpolação mista de
estudados para que a malha ficasse de forma
DMX =1.01055

uniforme já que há necessidade de seu refinamento Y

devido a regiões que caracterizem acúmulo de


X
Z

tensões. Com a malha definida, os apoios,


travamentos e o ponto de aplicação de carga das vigas

foram simulados através de restrições dos graus de
liberdade pertinentes. Para representar os apoios, foi Figura 4.7 – Primeiro modo de flambagem da C180-3600

selecionada a linha inferior do enrijecedor vertical de


apoio e restringiu-se o deslocamento conforme
desejado, ou seja, na direção X e Y no primeiro apoio Dissertacao de Mestrado - Vigas Casteladas (C180-3600)

e na direção Y para o segundo apoio, de forma que a


viga fique com a configuração de simplesmente
apoiada, conforme ensaio. Adicionalmente,
selecionou-se pontos da mesa superior e inferior que
distam 165 mm dos apoios para dentro do vão da viga
e também pontos na mesa superior e inferior no meio
do vão, aonde é aplicada a carga, a fim de travar
lateralmente a viga para que não ocorresse
deslocamento de corpo rígido conforme Figura 4.6. Figura 4.8 – Deformação experimental [5]

4.2.1. Resultados
A fim de validar o modelo proposto, foram
comparadas as curvas de deslocamento lateral no
quarto do vão versus a carga aplicada conforme Figura
4.9. As siglas T.7, T.8 e T.9 indicam respectivamente as
leituras dos transdutores de deslocamento no topo,
Figura 4.5 – Malha de elementos finitos para C180-3600 no meio e na base da seção localizada à um quarto do
vão da viga testada experimentalmente e as siglas
UZ_T, UZ_M e UZ_B indicam respectivamente os
deslocamentos na direção Z para topo, meio e base na
mesma seção representada no modelo de elementos
finitos.


Figura 4.6 – Condições de contorno para C180-3600

O carregamento foi aplicado diretamente no nó


situado no mio do vão no sentido negativo de Y e
foram incorporadas imperfeições geométricas através
de uma análise modal de autovalores. O modo de
flambagem correspondente ao primeiro autovalor,
indicado na Figura 4.6, foi adotado para a análise por
fornecer a deformada equivalente à flambagem
lateral caracterizado pelo deslocamento para fora do
plano que ocorre no modelo experimental de Zirakian
e Showkati [5]. Na Figura 4.7 pode ser observada a Figura 4.9 – Deslocamento lateral no quarto do vão versus
deformação que ocorreu na alma, para a metade do carga crítica
vão, durante o teste.
As deformações plásticas no meio do vão para o mm de altura total, 165 mm de largura de mesa, 5,8
modelo de elementos finitos da viga C180-3600 estão mm de espessura de alma e 9,7 mm de espessura de
representadas na Figura 4.10 para uma carga Po mesa.
aplicada no meio do vão de 25,06 kN. Observa-se que
Como o modelo de calibração foi idealizado de
os valores obtidos nos modelos numéricos são um
forma parametrizada, foi necessário somente alterar
pouco mais rígidos, mas o valor da carga máxima é
os parâmetros da geometria para a construção deste
bem próximo do valor obtido experimentalmente.
modelo.
Como o escopo do trabalho é avaliar a capacidade de
carga de vigas casteladas, pode-se confirmar que este A chapa de expansão percorre por todo o vão da
1
NODAL SOLUTION
STEP=1
modelo serve de base para o desenvolvimento de uma
SUB =44
TIME=28.5
DEC 6 2017
00:50:49 viga, e na pesquisa [1] os comprimentos foram
análise paramétrica. limitados a 5 m e com quantidade par de abertura
NLEPEQ (AVG)
RSYS=0
DMX =29.1561
SMX =.01574
para facilitar a colocação do ponto de aplicação de
MX
carga no meio do vão. Como as células possuem o
comprimento igual a altura da viga na configuração
castelada, ou seja, 1,5 vezes a altura total da viga na
configuração original, o perfil W310x38.7 resulta em
células de 465 mm de comprimento, sendo necessário
dez células para que esta configuração fique com
0
.001749
.003498
.005247
.006995
.008744
.010493
.012242
.013991
.01574 comprimento inferior a 5m com número par de
Dissertacao de Mestrado - Vigas Casteladas (C180-3600)
aberturas.
Figura 4.10 – Deformações plásticas no meio do vão para C180-
3600 (Po = 25,06 kN) Tendo em vista que a chapa eleva mais ainda a
altura das vigas, foram adicionados enrijecedores
4.3. Modelos numéricos de vigas casteladas e
transversais no ponto de aplicação de carga com os
vigas casteladas expandidas com chapa
respectivos travamentos para fora do plano.
Estes modelos foram estudados na pesquisa
5. ESTUDOS PARAMÉTRICOS
realizada em 2017 [1] para vinte diferentes bitolas
presentes no catálogo da Gerdau Açominas [4]. A 5.1. Substituição da chapa de expansão
configuração para viga castelada expandida (VCEXP)
Como a execução de chapas apresenta um custo
com chapa de 150 mm é ilustrada na Figura 4.11 junto
elevado de fabricação, optou-se por substituir a chapa
com a viga na configuração original (VORIG) e viga
de 150x6,4 mm, utilizada para expandir as vigas
castelada (VCAST).
casteladas, por um perfil existente no catálogo da
Gerdau Açominas [4].
A primeira substituição da chapa de expansão foi
feita com um perfil W150x13 por apresentar uma
altura bem próxima da chapa utilizada. A seção
transversal da viga castelada expandida com perfil
W150x13 é apresentada na Figura 5.1.


Figura 4.11 – Viga castelada expandida

No presente trabalho foi considerada somente a


VCEXP desmembrada do perfil W310x38,7, como
ilustrado na Figura 4.11 (mesma bitola utilizada para
os perfis de origem das análises paramétricas a serem
apresentadas no Capítulo 5). Este perfil possui 310 Figura 5.1 – Expansão com perfil W150x13
SUB =48 DEC 6 2017
TIME=31.1667 01:13:10
NLEPEQ (AVG)
RSYS=0
DMX =35.0529
SMX =.007306

Como o peso do perfil é quase duas vezes o peso


da chapa de expansão – que pesa cerca de 7,5Kg/m – MX

e o perfil no catálogo escolhido é o que apresenta o


menor peso com a altura mais próxima da chapa,
foram escolhidos outros perfis que cortados no meio 1

da alma desdobrem em perfis de seção T, mas com


NODAL SOLUTION
0
STEP=1
SUB =45
Dissertacao
.812E-03
.001623
.002435
.003247

TIME=29.1667de Mestrado - Vigas Casteladas (W310_ORIGINAL)


.004059
.00487
.005682
.006494
DEC.007306
6 2017
01:38:09

peso reduzido. Começando com um perfil W310x21 NLEPEQ
RSYS=0
(AVG)

DMX =29.6851 (a) VORIG (Pmax = 184,66 kN)


que resulta em um WT de altura próxima a da chapa e
SMX =.079644

estendendo o estudo para perfis W250x22,3 e


W250x25,3 que resultam em perfis WT de alturas
menores que a chapa utilizada, mas com almas mais
grossas. Na Tabela 5.1 são apresentadas as MX

características geométricas de todas as bitolas 1

escolhidas para a expansão.


NODAL SOLUTION
0 .017699 .035397 .053096 .070794
STEP=1 .008849 .026548 .044246 .061945 .079644
Dissertacao
SUB =40 de Mestrado - Vigas Casteladas (W310_CASTELADA) DEC 6 2017
TIME=24.3333 02:03:50

(b) VCAST (Pmax = 229,53 kN)


NLEPEQ (AVG)
RSYS=0
Tabela 5.1 – Estudo de perfis DMX =24.7755
SMX =.054672

MX

Bitola d b tw tf
(mm x Kg/m) (mm) (mm) (mm) (mm)
W150x13 148 100 4,3 4,9
WT155x10,5 151,5 101 5,1 5,7
WT125x11,15 127 102 5,8 6,9 1
NODAL SOLUTION

WT125x12,65 128,5 102 6,1 8,4 STEP=1 0


SUB =43
.006075
.012149
.018224
.024299
.030374
.036448
.042523
.048598

Dissertacao de Mestrado - Vigas Casteladas (W310X38.7_CASTELADA-EXP_CHAPA)


TIME=26.8542
DEC 6.054672
2017
02:37:16

NLEPEQ (AVG)

(c) VCEXP-Chapa_150 (Pmax = 335,65 kN)


RSYS=0
DMX =27.4452

Preocupou-se em observar qual seria a SMX =.044186

contribuição da mesa, adotando o perfil WT em duas MX

situações: com a mesa voltada para cima, como


mostrado na Figura 5.2(a); e com a mesa voltada para
baixo conforme ilustrado na Figura 5.2(b).


1 0 .009819 .019638 .029457 .039276
NODAL SOLUTION
.00491 .014729 .024548 .034367 .044186
Estudo
STEP=1 Dirigido (W310X38.7_EXP_PERFIL-T)
SUB =44 DEC 6 2017
08:04:00
(d) VCEXP-I_W150x13 (Pmax = 367,47 kN)
TIME=27.5208
NLEPEQ (AVG)
RSYS=0
DMX =28.3051
SMX =.062634

MX

1
(a) Perfil WT com mesa (b) Perfil WT com mesa
0
NODAL SOLUTION
STEP=1
.006959
.013919
.020878
.027837

Estudo Dirigido (W310X38.7_EXP_PERFIL-T3)


.034796
.041756
.048715
.055674
.062634
DEC 6 2017
voltada para cima voltada para baixo
SUB =35
TIME=21.7708 13:39:01

(e) VCEXP-T_WT155x10,5 (Pmax = 354,04 kN)


NLEPEQ
RSYS=0
(AVG)

DMX =23.4809
Figura 5.2 – Seções expandidas com perfil WT SMX =.071608

MX

5.1.1. Resultados
Inicialmente, foram observados os mecanismos
que ocorreram nas vigas para as diferentes bitolas
adotadas na expansão. A Figura 5.3 apresenta as
deformações plásticas que ocorrerão no meio do vão 0
.007956
.015913
.023869
.031826
.039782
.047739
.055695
.063652
.071608
Estudo Dirigido (W310X38.7_EXP_PERFIL-TI3)

no instante em que as respectivas configurações (f) VCEXP-TI_WT155x10,5 (Pmax = 342,79 kN)


apresentaram carga máxima Pmax.
Figura 5.3 – Deformações plásticas no meio do vão
Para as expansões com perfis WT só são indicadas Como o aumento do vão da viga implicou em um
as deformações plásticas obtidas com a bitola aumento do comprimento destravado, as vigas agora
WT155x10,5, onde as siglas T e TI indicam, são travadas a cindo aberturas do apoio,
respectivamente, que a mesa está voltada para cima e caracterizando um travamento à quase 1/3 do vão nas
que a mesa está voltada para baixo. vigas com 16 aberturas e um travamento à ¼ do vão
para as vigas com 20 aberturas.
Feito isto, é exposto na Figura 5.4 um gráfico
comparativo entre as configurações estudadas. Este Os seguintes modelos foram adotados para esta
gráfico apresenta o ganho de cada escolha em relação análise:
a configuração original através de curvas de momento
• Viga na configuração original
normalizado versus deslocamento no meio do vão. Os
• Viga castelada
valores de momento foram divididos pelo momento
de plastificação teórico, Mp das vigas de alma cheia na • Viga castelada expandida com chapa de 150 mm
configuração original, sendo expressos de forma • Viga castelada expandida com perfil W150x13
adimensional para melhor entendimento do Neste trabalho só foi escolhido a expansão com o
incremento de resistência de uma configuração em perfil W150x13, dentre as configurações no estudo
relação a outra. paramétrico anterior, por apresentarem melhores
Ganho em relação à configuração VORIG
resultados e devido ao fato de as análises com WT
2,00 apresentarem problemas de convergência; que ocorre
provavelmente devido a alta não linearidade
geométrica dos modelos.
1,50

5.2.1. Resultados
M/Mp

1,00
Para representar o comportamento das vigas com
diferentes vãos, é exposto, na Figura 5.5, um gráfico
0,50
VORIG
VCEXP-CHAPA_150
VCAST
VCEXP-I-WT150x13
comparativo de carregamento distribuído equivalente
VCEXP-T-WT155x10,5 VCEXP-T-WT125x11,15 qeq versus o cortante referente a este carregamento
VCEXP-T-WT125x12,65 VCEXP-TI-WT155x10,5
VCEXP-TI-WT125x11,15 VCEXP-TI-WT125x12,65
Vref.
Comparativo para variação de altura
0,00
0,00 5,00 10,00 15,00 20,00 25,00 30,00 35,00 40,00 45,00 50,00
n=10
Deslocamento no centro do vão (mm) 160,00
n=10

140,00
Figura 5.4 – Ganho em relação a configuração original
120,00
5.2. Variação do comprimento
n=10
q_eq (kN/m)

100,00

Como as vigas casteladas são indicadas para


n=10

grandes vãos e na pesquisa [1] usada como base para 80,00

n=16
este trabalho só fornecem resultados para vigas 60,00 n=16

limitadas a 5 m de comprimento, faz-se necessário o 40,00


n=16 n=20
VORIG
VCAST
estudo do comportamento destas vigas com
n=16 n=20
VCEXP CHAPA
n=20
VCEXP W150x13
comprimentos maiores. 20,00 n=20

0,00
Já que o modelo foi elaborado de forma 80,00 130,00 180,00 230,00 280,00 330,00 380,00

Vref (kN)
parametrizada, para alterar o comprimento das vigas
foi necessário somente aumentar a quantidade de Figura 5.5 – Comparativo para a variação de altura
aberturas, ou seja, o número de vezes que as células
Para a obtenção deste carregamento, o momento
foram repetidas. Sendo adotados modelos com 16
máximo obtido pela carga no meio do vão obtida
aberturas que originam vigas com aproximadamente
através do incremento de deslocamentos na análise
7,8 m e com modelos com 20 aberturas, originando
não linear dos modelos é substituído na formulação
vigas com 9,5 m.
para momento máximo de vigas com carregamento
distribuído, conforme a Eq. 5.1; e posteriormente Ao variar o comprimento das vigas, observou-se
substituído na formulação para obter o esforço que, os menores comprimentos apresentam valores
cortante indicado na Eq. 5.2. de carregamentos distribuídos admissíveis mais
elevados, conforme esperado. Esta análise também
8𝑀 mostrou a vantagem da utilização das vigas casteladas
𝑞"# = 2 (5.1)
𝐿 expandidas para vãos maiores tanto utilizando uma
𝑞𝐿 chapa de expansão de 150 mm quanto um perfil
𝑉*"+ = (5.2) W150x13.
2
Vale investigar com outros modelos mais
6. PRINCIPAIS CONCLUSÕES fidedignos, o comportamento das vigas sob
No presente trabalho foram realizadas análises carregamento distribuído para verificar a real
paramétricas através de modelos em elementos interferência do mesmo nas vigas com aberturas
finitos de vigas de aço casteladas expandidas com a sequenciais, já que o carregamento centrado
utilização do Software Ansys 15 [3]. apresenta altos valores de esforços cortantes neste
ponto, não sendo interessantes no comportamento
Estas análises foram divididas em dois estudos: destas vigas. Uma outra forma de analisar também os
um em que a chapa de expansão, das vigas casteladas esforços cisalhantes e de flexão de forma simultânea.
expandidas, foi substituída por perfis W e WT; e outro
no qual o comprimento das vigas foi variado. 7. PROPOSTA DE CONTINUAÇÃO DA PESQUISA

Ao analisar as deformações plásticas nas vigas Para a continuação do trabalho a ser realizado
com diferentes perfis de expansão, nota-se que todos para qualificação, pretende-se estudar o
os casos apresentaram formação de rótulas plásticas comportamento de vigas casteladas expandidas, mas
ao redor das aberturas e que no caso de uma com aberturas mais alargadas, interrompendo o perfil
expansão com perfil W150x13 ocorre uma ou chapa de expansão ao longo da viga. Esta análise
plastificação ao longo da alma do perfil de expansão. será feita a partir do modelo de uma viga de aço
Quando a expansão é feita com um perfil WT as Vierendeel (Figura 7.1).
rótulas plásticas que são formadas no perfil de
expansão não ocorrem nas adjacências das mesas
deste perfil. Acredita-se que essa intensidade de
plastificação ao longo da seção W150x13 ocorre

devido ao fato da mesma apresentar uma alma mais
esbelta. Figura 7.1 – Viga de aço Vierendeel

Com os resultados apresentados em um gráfico Com todos os dados obtidos, sugere-se elaborar
de deslocamento no centro do vão versus a razão do um controle estatístico dos dados obtidos para todos
momento máximo para as vigas na configuração os modelos gerados
original pelo momento de plastificação de cada uma Propõe-se também a realização de um estudo
das vigas nas configurações estudadas, pode-se analítico simplificado (Figura 7.2) para desenvolver
observar que a expansão com o perfil W155x13 formulações de dimensionamento para as vigas
apresentou melhores resultados que as demais casteladas expandidas para comparar com os
configurações e que a expansão com um perfil resultados do mais recente Design Guide 31 – AISC
WT155x10,5 permite um ganho considerável, tanto lançado no início de 2017.
para o perfil com a mesa voltada para cima quanto
para baixo, garantindo praticamente a mesma altura
da chapa escolhida, mas com peso inferior e espessura
de alma mais grossa que a bitola W155x13. Entretanto
acarretaria em um custo a mais para realização do Figura 7.2 – Analogia de viga Vierendeel para vigas alveolares
corte do perfil.
Todo este estudo será estendido para vigas
casteladas e vigas casteladas expandidas mistas de
aço e concreto afim de se obter o melhor modelo para
realização de ensaios experimentais. E por fim,
realizar uma análise econômica da fabricação destas
vigas.

REFERÊNCIAS

[1] Dias, B. V.; Andrade, S. A. L. de; Lima, L. R. O. de L.
Modelagem por elementos finitos de vigas de aço
casteladas e vigas casteladas expandidas. XXXVIII
Iberian Latin-American Congress on Computational
Methods in Engineering. ABMEC. Florianópolis, 2017.
[2] Wissmann, J. A. Estudo de vigas de aço com aberturas
de alma tipo alveolar, Litzka e vigas expandidas em
altura. Dissertação de Mestrado, Departamento de
Engenharia Civil – PUC-Rio. Rio de Janeiro, 2009.
[3] Ansys 15.0®. ANSYS – Inc. Theory Reference. 2013.
[4] Gerdau Açominas. Tabela de Bitolas. Disponível em:
www.gerdau.com.br/perfisgerdauacominas. Acessado
em agosto de 2016.
[5] Zirakian, T.; Showkati, H. Distortional buckling of
castellated beams. Journal of Construction Steel
Research. Elsevier, 2006, p. 863-871.

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