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ARTIGO ARTICLE
Instrumento de avaliação das Boas Práticas em Unidades
de Alimentação e Nutrição Escolar: da concepção à validação
Elke Stedefeldt 1
Diogo Thimoteo da Cunha 2
Êneo Alves Silva Júnior 3
Sueli Maria da Silva 2
Ana Beatriz Almeida de Oliveira 4
Abstract The scope of this study was to elaborate Resumo O objetivo deste artigo é elaborar e vali-
and validate an assessment tool for Best Practices dar instrumento de avaliação das Boas Práticas
in School Food and Nutrition Units. For this pur- para Unidades de Alimentação e Nutrição Esco-
pose a survey was conducted in the city of Santos lares. Estudo desenvolvido na cidade de Santos,
(São Paulo – Brazil), in two stages: 1) Prepara- realizado em dois momentos: 1) Elaboração da
tion of a Checklist for Best Practices in School Lista de Verificação das Boas Práticas na Alimen-
Food and Nutrition Units (BPAE checklist). 2) tação Escolar (Lista de Verificação BPAE) e; 2)
Validation of the BPAE checklist. This checklist Validação da Lista de Verificação BPAE com apli-
was applied in 76 public schools along with two cação desta e de outras duas listas de referência
other reference checklists. Sensitivity and speci- em 76 escolas municipais. A sensibilidade e a es-
ficity were estimated using the Receiver Operat- pecificidade foram estimadas por meio da Curva
ing Characteristics (ROC) Curve and the check- ROC - Receiver Operating Characteristics e a lis-
list was evaluated by application of the Likert scale. ta de verificação foi avaliada de acordo com a
The thematic groups received weights to calculate escala de Likert. Os blocos temáticos receberam
the percentage of adequacy. After the application pesos para o cálculo do percentual de adequação.
of the checklists in schools, the area under the curve Após aplicação das listas nas escolas foi observado
value of 0.79 was found for the SS-196 checklist valor de área sob a curva de 0,79 em relação à lista
and 0.85 for the 542/2006 administrative check- SS-196 e 0,85 para a Portaria 542/2006, indican-
1
Departamento de Gestão e list. These values indicate good suitability of the do boa capacidade da Lista de Verificação BPAE
Cuidados em Saúde, Grupo
BPAE checklist to identify inadequacies, and it em identificar inadequações. Esta lista recebeu
de Estudos em Qualidade
dos Alimentos, Universidade also received a positive assessment from the school avaliação positiva dos nutricionistas da alimen-
Federal de São Paulo. R. food nutritionists. It proved that the checklist will tação escolar revelando que a mesma auxiliará
Silva Jardim 136, Vila
assist in decision-making to ensure quality con- na tomada de decisões para o controle de qualida-
Mathias. 11015-020
elke_nutri@hotmail.com trol. Once the BPAE checklist has been fully tested de. A Lista de Verificação de BPAE elaborada e
2
Grupo de Estudos em and validated it should prove an important tool validada pode se constituir em importante ins-
Qualidade dos Alimentos,
for quality control in school nutrition. trumento para o controle de qualidade da alimen-
Universidade Federal de São
Paulo. Key words School nutrition, Food quality, Food tação escolar.
3
Centro de Diagnósticos handling, Validation studies Palavras-chave Alimentação escolar, Qualidade
Laboratoriais.
4
Faculdade de Medicina,
dos alimentos, Manipulação de alimentos, Estu-
Universidade Federal do dos de validação
Rio Grande do Sul.
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Stedefeldt E et al.
Introdução Métodos
Tabela 2. Análise da Curva ROC (Receiever Operating Characteristics) para as listas de verificação da
Resolução SS-196 e Portaria 542/2006 em relação à Lista de Verificação BPAE. Santos, 2011.
Tabela 3. Médias da pontuação definida por nutricionistas nas dimensões de avaliação da Lista de
Verificação de BPAE. Santos, 2011.
Questões Média
Inovação: Traz uma nova forma para verificação das boas práticas em ambiente escolar com novas 3,89
características como: forma de pontuação, conteúdo das perguntas.
Inovação: Se destaca dos outros instrumentos elaborados para esse fim. 3,89
Contemplação: Possui as informações necessárias para avaliar as boas práticas e higiene no ambiente 4,31
escolar.
Benefício: Facilita e justifica a tomada de decisões dos aplicadores quando o assunto for boas práticas 4,34
e higiene.
Benefício: Ao avaliar e respondendo esse questionário, você se sentiu próximo ao processo da elaboração 4,17
da lista de verificação.
Adequação: Respeita a experiência profissional dos aplicadores com informações pertinentes a boas 4,55
práticas no ambiente escolar.
Adequação: Atende a suas necessidades como um instrumento para avaliar as condições de boas 4,27
práticas e higiene no ambiente escolar.
Utilidade: Contribui para resolução dos problemas do nutricionista da alimentação escolar. 3,93
Acessibilidade: Está com perguntas claras, é de fácil entendimento e interpretação. 4,10
Acessibilidade: É facilmente integrável a sua prática profissional 4,24
Igualdade: Pode ser aplicado nos diferentes cenários da alimentação escolar exceto escolas indígenas 4,00
e em remanescentes de quilombos.
Transferência: Tem potencial para influenciar mudanças positivas nas práticas relacionadas a boas 4,20
práticas e higiene no ambiente escolar
Transferência: Possui custo/benefício adequado (baixo custo e alto benefício) para o aplicador no 4,24
ambiente escolar.
Colaboradores Referências
E Stedefeldt, DT da Cunha e EA Silva Junior de- 1. Sturion GL, Silva MV, Ometto AMH, Furtuoso COM,
senvolveram os métodos, instrumentos de aval- Pipitone MAP. Fatores condicionantes da adesão
ao Programa de Alimentação Escolar no Brasil. Rev
iação e são responsáveis pela coleta e análise dos Nutr 2005; 18(2):167-181.
dados e redação do artigo. SM da Silva e ABA 2. Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação
Oliveira participaram da análise dos resultados e [Internet]. Alimentação Escolar – Histórico. [acesso
redação do artigo. 2011 maio 20]. Disponível em: http://www.fnde.
gov.br/index.php/ae-historico
3. Brasil. Resolução de Diretoria Colegiada n° 216 de
15 de setembro de 2004. Dispõe sobre Regulamen-
to Técnico de Boas Práticas para Serviços de Ali-
Agradecimentos mentação. Diário Oficial da União 2004; 16 set.
4. Genta TMS, Mikcha JMG, Matioli G. Hygiene con-
Ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da ditions of the self-service restaurants by evaluating
the microbial quality of the mixed-food prepara-
Educação (FNDE) pelo financiamento do pre- tions. Inst Adolfo Lutz 2009; 68(1):73-82.
sente artigo e ao Prof. Dr. Eduardo Tondo, da 5. Campos AK, Cardonha AMS, Pinheiro LBG, Fer-
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, reira NR, Azevedo PRM, Stamford TLM. Assess-
pelas colaborações. ment of personal hygiene and practices of food
handlers in municipal public schools of Natal, Bra-
zil. Food Control 2009; 20(9):807-810.
6. Gallina D, Simm KCB, Fatel ECS. Qualidade higiê-
nico-sanitária da merenda escolar oferecida no
município de Lindoeste, PR. Hig Aliment 2008;
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