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1 – ANÁLISE COMBINATÓRIA

1. INTRODUÇÃO
As primeiras atividades matemáticas da humanidade estavam ligadas à contagem
de objetos de um conjunto, enumerando seus elementos.

O homem sempre precisou da contagem e isso fez com que as técnicas fossem

aperfeiçoadas.

DEFINIÇÃO: Análise Combinatória é a parte da Matemática que estuda os


problemas de contagem.

Ainda, segundo Morgado (2006), uma definição mais geral seria: A análise
combinatória é a parte da Matemática que analisa estruturas e relações discretas.
Dois tipos de problemas que ocorrem
frequentemente em Análise Combinatória são:
1) Demonstrar a existência de subconjuntos de
elementos de um conjunto finito dados e que
satisfazem certas condições dadas.
2) Contar ou classificar os subconjuntos de um
conjunto infinito e que satisfazem certas
condições dadas.

Embora a Análise Combinatória disponha


de técnicas gerais que permitem atacar certos tipos
de problemas, é verdade que a solução de um
problema combinatório exige quase sempre
engenhosidade e a compreensão plena da situação
descrita pelo problema. Esse é um dos encantos
dessa parte da matemática, em que problemas
fáceis de enunciar revelam-se por vezes difíceis
exigindo uma alta dose de criatividade para sua
solução. (MORGADO, 2006, p.2)

EXEMPLOS:
 Uma mulher possui cinco vestidos, quatro shorts, três casacos e cinco pares de
sapatos. De quantos modos diferentes ela poderá se vestir?
 De quantos modos distintos uma pessoas podem se sentar lado a lado em uma
fila de cinema?
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 Quantas placas de automóveis podem ser formadas sem repetição de letras e de


algarismos
 De quantas maneiras diferentes pode-se definir a chave as chaves de seleções
da primeira fase de uma Copa do Mundo de futebol?

Esses e outros problemas podem ser resolvidos por meio da Análise Combinatória.

Os exercícios de Análise Combinatória muitas vezes são recorrentes, ou seja,


estuda-se os exercícios resolvidos e a partir deles resolve-se os propostos.

2. CONJUNTOS

Certamente o leitor deve estar familiarizado com os rudimentos da Teoria dos


Conjuntos. Assim o propósito deste capítulo é simplesmente revisar rapidamente essas noções
básicas e, ao mesmo tempo fixa a notação que usaremos nos capítulos posteriores.

Letras maiúsculas, como por exemplo A, B,...Y , Z , indicarão conjuntos. A letra grega
W (ômega) representará o conjunto universo em uma situação determinada. Letras

minúsculas a, b,..., x, y , z, indicarão elementos desse conjunto.

A relação de pertencer será indicada pela letra grega �e escrevemos por exemplo,
a �A . O conjunto vazio será representado pela letra grega �. Um conjunto com um número

reduzido de elementos será indicado simplesmente listando seus elementos. Por exemplo, o

conjunto que consiste nos números 1, 2,3 será representado por

A = { 1, 2,3}

{ 1}
representa o conjunto que tem como único elemento o número 1. Um conjunto pode
também ser descrito por uma propriedade p comum a todos os seus elementos, e escrevemos

A = { x x tem a propriedade p }

Por exemplo,

A = { x x = 2k , k = 1, 2,...}

descreve o conjunto dos números inteiros pares positivos. Usaremos o símbolo # A para
representar o número de elementos do conjunto A, isto é, a cardinalidade de A.
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Se todo elemento de um conjunto A é também elemento de um conjunto B, dizemos


que A é um conjunto é um subconjunto de B e escrevemos simbolicamente A �B . Se A �B

mas existe um elemento b �B tal que b �A (b não pertença a A), dizemos que A é um
subconjunto próprio de B. A Figura 1.1 ilustra esta situação.

Observe que o conjunto vazio é subconjunto de qualquer conjunto A.

Demonstração: Com efeito, se isso não fosse verdade, deveria existir algum elemento
x �� tal que x �A , o que é impossível, pois não existe elemento no vazio.

Fig. 1.1

Dados dois conjuntos A e B indicaremos por A �B o conjunto dos elementos que


pertencem a A ou a B, isto é, é o conjunto dos elementos que pertencem a pelo menos um dos
conjuntos A e B. Este conjunto é chamado de união de A com B. Simbolicamente,

A �B = { w �W w �A ou w �B}

A parte sombreada da Figura 1.2 ilustra o conjunto A �B .


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Fig. 1.2

Mais geralmente, a união de n conjuntos A1 , A2 ,...., An é definida analogamente e


representada por

UA
i =1
i

Dados os conjuntos A e B, definimos intersecção de A e B como o conjunto dos


elementos que pertencem simultaneamente a A e a B, ou seja,

A �B = { w �W w �A e w �B}

A parte sombreada da Figura 1.3 ilustra a intersecção de A e B.

Fig. 1.3

Nos casos de termos por exemplo três conjuntos, A, B e C a intersecção é representada

por A �B �C :

A �B �C. = { w �W w �A e w �B e w �C}

A intersecção de n conjuntos A1 , A2 ,... An é representada por


5

I
i =1
Ai

Dizemos que dois conjuntos A e B são disjuntos se A �B = �. Quando temos mais de


dois conjuntos, dizemos que eles são disjuntos quando forem disjuntos tomados 2 a 2. A
figura 1.4 ilustra o caso de três conjuntos disjuntos.

Fig. 1.4

Dados um conjunto A, chamaremos conjunto complementar de A o conjunto dos


elementos de W e que não pertencem a A. Simbolicamente

Ac = { x �W w �A}

A parte sombreada da Figura 1.5 indica o complementar de A.

Fig. 1.5

Dados dois conjuntos A e B, o conjunto


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A �B c = { w �W w �A e w �B}
é chamado de conjunto diferença de A e B, é representado geralmente por
A - B . A parte sombreada da Figura 1.6 mostra a diferença de A.

Fig. 1.6

Se B �A , a diferença A - B é chamada diferença própria.

O Teorema 1, a seguir, lista as propriedades mais importantes que relacionam os


conceitos definidos anteriormente.

Teorema 1.

1. Para todo conjunto A �W , A ��= A , A ��= �


2. Se A �B se e somente se A �B = B .
3. Se A �B se e somente se A �B = A .
A �( B �C ) = ( A �B ) �C
4.
A �( B �C ) = ( A �B ) �C
5.
A �( B �C ) = ( A �B ) �( A �C )
6.
A �( B �C ) = ( A �B ) �( A �C )
7.
8. A �A = W, A �A = �, � = W, W = �
c c c c

9.
(A )
c c
= A; A �B c
, se e somente se B �A
c

( A �B )
c
= Ac �B c
10.
( A �B )
c
= Ac �B c
11.

Obs: Fazer a demonstração dos tópicos desse Teorema 1 que foi deixada como exercício pelo
livro. (31/12/17)
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Introduzimos agora a noção de produto cartesiano de dois conjuntos.

Dados dois conjuntos A e B, chamaremos de produto cartesiano de A por B o conjunto

de pares ordenados ( a, b) , onde a é um elemento de A e b é um elemento de B.


Simbolicamente

A �B = { ( a, b ) a �A e b �B}
A = { 1, 2} B = { 1, 2,3}
Por exemplo, se e resulta que

A �B = { ( 1,1) , ( 1, 2 ) , ( 1,3) , ( 2,1) , ( 2, 2 ) , ( 2,3) }

O produto cartesiano de três conjuntos é definido de forma semelhante tomando

termos em lugar de pares. Em geral, se temos n conjuntos A1 , A2 ,..., An é definido como o

(a1, a2 ,..., an )
conjunto das n-uplas , onde a1 �A1 , a2 �A2 . ..., an �An

A última noção deste capitulo é a de partição de um conjunto.

Definição: Seja A um conjunto finito não vazio. Uma partição de A é uma família de

conjuntos A1 , A2 ,..., Ak , todos não vazios, e tais que:

A1 �A2 ,..., Ak = A
i)
Ai �Aj = �
ii) , se i �j .

Ou seja, os conjuntos A1 , A2 ,..., Ak são disjuntos dois-a-dois e sua união é o conjunto

A. Dizemos também que A foi particionado pelos conjuntos A1 , A2 ,..., Ak .

3. PRINCIPAIS FERRAMENTAS USADAS NA ANÁLISE COMBINÁTORIA

1. Árvore das possibilidades


2. Princípio Aditivo
3. Princípio fundamental da contagem ou Princípio multiplicativo.
4. Fatorial

Discursemos sobre cada um desses tópicos.

3.1 ÁRVORE DAS POSSIBILIDADES:


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É um esquema que facilita o estudo e a sistematização da contagem dos possíveis


agrupamentos.
EXEMPLO:
1) Para eleição da Associação de Pais e Mestres da escola, há três candidatos a
presidente (Arnaldo, Fábio e Carmem) e dois a vice-presidente (Beatriz e Dárcio).
Sendo as eleições de presidente e vice-presidente independentes, quais são os
possíveis resultados dessa eleição?

Solução:

3.2 PRINCÍPIO ADITIVO


MORGADO
3.3 PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO
VER QUAL É MELHOR MORGADO OU FME
4. PRINCIPAIS TÉCNICAS DE CONTAGEM

1. Permutação Simples
2. Arranjo Simples
3. Combinação Simples
4. Permutação com Repetição
5. Arranjo com Repetição
6. Combinação com Repetição.

1.1) PRINCÍPIO FUNDAMENTAL DA CONTAGEM OU PRINCÍPIO


MULTIPLICATIVO

DEFINIÇÃO: Se um evento é composto por duas etapas sucessivas e independentes


de tal maneira que o número de possibilidades na primeira é m e para cada
possibilidade da primeira etapa o número de possiblidades da segunda é n , então o
número total de possibilidades do evento ocorrer é dado pelo produto m∙ n .
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Obs: O produto do número de possibilidades vale para qualquer número de etapas


independentes.

EXEMPLO:

1) Uma pessoa quer viajar de Recife a Porto Alegre passando por São Paulo.
Sabendo que há 5 roteiros diferentes para chegar a São Paulo partindo de
Recife e 4 roteiros diferentes para chegar a Porto Alegre partindo de São Paulo,
de quantas maneiras possíveis essa pessoa poderá viajar de Recife a Porto
Alegre?

2) Num restaurante há dois tipos de salada, 3 tipos de pratos quentes e 3 tipos de


sobremesa. Quais e quantas possibilidades temos para fazer uma refeição com
1 salada, 1 prato quente e 1 sobremesa?

3) Os números de telefone de uma cidade tem 8 algarismos. Qual a quantidade


máxima de telefones a serem instalados, sabendo que os números devem
começar com zero?
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4) Ao lançarmos uma moeda e um dado temos quantas possiblidades para


resultado.

1.2) FATORIAL: Produto de (multiplicação) cujos fatores são números naturais


consecutivos.

Dado um número natural n , definimos o fatorial de n (indicado por n ! )


através das relações:
Obs: n! lê-se: “Fatorial de n” ou “n fatorial”

n !=n∙ ( n−1 ) ∙ ( n−2 ) ∙ … ∙ 3∙ 2 ∙1 1


para sendo n∈∈e n> 1 1

Considera-se 1!=1
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e 0 !=1
3Para explicar isso veja
o Livro Matemática
Fundamental Uma
Nova Abordagem –
Boonjorno. p. 383

Obs:

5! = 5 ����
4 3 2 1 = 120

3! = 3 ��
2 1=6

6! = 6 �����
5 4 3 2 1 = 720

EXEMPLOS
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10 !
1) Calcule o valor de
7!

4 !+5 !
2) Qual o valor de ?
6!

(n+1) !
3) Resolva a equação =6
(n−1) !

4) Obtenha o valor de x, tal que: (x - 2)! = 720

1.1 PRINCIPAIS TÉCNICAS DE CONTAGEM

n = nº de objetos – elementos 0! = 1 , 1! = 1 e n �p
p = posições

OBSERVAÇÕES:
‘ Ordem Repetição Fórmula
Arranjo Simples Sim Não n!
n , p=¿
( n− p ) !
A¿
Arranjo com repetição Sim Sim p
A n , p =¿n
¿
Combinação Simples Não Não p n!
(¿n )=
( n− p ) ! p !
p
C n =C n , p =¿
Permutação Simples Sim Não n=¿ n!
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1) Combinação: NÃO – A ordem não é importante. Se for Combinação Simples não tem
repetição e a fórmula da Combinação Simples é um Arranjo simples dividido por uma
Permutação simples (considerando p! em vez de n!).
n! n!
Cn , p = Cn , p =
(n - p )!�
p ! ou ( n - p)!
p !�
2) Quando se diz SIMPLES é sem repetição e COM REPETIÇÃO como o nome diz é
com repetição.

3) Demonstração da Fórmula do Arranjo:

DEFINIÇÂO: Dado um conjunto com n elementos distintos, chama-se arranjo dos n


elementos, tomados p a p, qualquer sequência ordenada de p elementos escolhidos
entre os n existentes.

Como encontraremos a quantidade de arranjos formados por p elementos, escolhidos


entre os n disponíveis?

Vamos usar o PFC (Princípio Fundamental da Contagem):

 O primeiro elemento da sequência pode ser escolhido de n formas possíveis.


 O segundo elemento pode ser escolhido de n - 1 maneiras distintas, pois já
fizemos a escolha anterior e não há repetição de elementos.
 Feitas as duas primeiras escolhas, há n - 2 maneiras de escolher o terceiro
elemento da sequência, pois não pode haver repetição.

M M M

 Para escolher o p-ésimo elemento, a partir das p - 1 , escolhas anteriores,

sobram n - ( k - 1) = n - k + 1 opções.
An , p
Assim, pelo PFC a quantidade de arranjos possíveis (indicada por ) é:

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Podemos obter uma expressão equivalente a se multiplicarmos e dividirmos

tal expressão por (n - p )! = (n - p ) �


( n - p - 1) �
K ���
3 2 1 . Temos:

(n - p )!
An , p = n �
(n - 1) �
( n - 2) � ( n - p + 1) �
K �
(n - p )!

n!

(n - p) �
(n - p - 1) �
K ���
3 21
An , p = n �
(n - 1) �
(n - 2) � ( n - p + 1) �
K �
(n - p)!

Notando que o numerador da expressão acima é n ! , obtemos uma

expressão para An,p: (n �p ) .


Portanto:

n!
An , p =
(n - p)!
Atenção: Agora é fazer exercícios e pegar este
conteúdo como os livros que tenho como: Dante (vol.) Gelson Iezzi vol. Único; e
Joamir Souza Matemática Novo Olhar.
Usar principalmente o Livro Matemática Fundamental Uma nova Abordagem –
Bonjorno para montar exemplos de arranjos simples, combinação simples e
permutação simples e com repetição.

REFERÊNCIAS
HAZZAN, Samuel. Fundamentos da Matemática Elementar: combinatória e
probabilidade. 8.ed. São Paulo: Atual, 2013. v.5.

MORGADO, Augusto César et al. Análise Combinatória e Probabilidade: com as


soluções dos exercícios. 9.ed. Rio de Janeiro: SBM, 2006. 371p.
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