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Coroação da Virgem, Domingos Sequeira

Análise da Obra

Soraia Martins Valente Romão Domingos, nº 6342


História da Arte Portuguesa II, 3ºano, Ciências da Arte e do Património
FBAUL, 2015/2016
Índice

Introdução ..........................................................................................................................2

Ficha Técnica da Obra .......................................................................................................3

Análise da Obra .................................................................................................................3

Contextualização .............................................................................................................11

Conclusão ........................................................................................................................12

Bibliografia ......................................................................................................................13

1
Introdução
Neste trabalho proponho-me a explorar e analisar a pintura de Domingos
Sequeira, Coroação da Virgem datada do séc. XIX, aproximadamente de 1825/30 d.C.,
patente no Museu Nacional de Arte Antiga.

O trabalho encontra-se dividido em duas partes, sendo a primeira a de maior


importância, é referente à leitura da obra em si engloba a Ficha Técnica da Obra e a
Análise da Obra, a segunda parte é a uma contextualização epocal e autoral, bem como
da pintura de transição do neoclássico para o romantismo, onde Domingos Sequeira se
situou.

Logo para iniciar encontra-se a ficha técnica da obra, para se ter acesso às
informações base da mesma. De seguida passo para a análise da obra em si. Aqui
exploro os aspetos formais, materiais, técnicos e compositivos desta pintura.

Por fim, a ultima parte do trabalho é onde se encontra uma breve


contextualização acerca da pintura da época, do percurso de Domingos Sequeira e de
uma temática importante para a História da Arte Portuguesa que é a transição da pintura
neoclássica para a pintura romântica, como referi anteriormente.

2
Ficha Técnica da Obra

Nome: Coroação da Virgem

Autor: Domingos Sequeira

Data: séc. XIX, 1825/1830

Técnica: Óleo

Suporte: Tela

Dimensões: 73 x 94 cm

Museu Nacional de Arte Antiga

Fig.1 Coroação da Virgem, Domingos Sequeira, 1825/1830, Óleo sobre Tela

A obra a analisar intitula-se de “Coroação da Virgem” é de Domingos Sequeira e


embora não se tenha a certeza quanto à datação aponta-se aproximadamente entre 1825
e 1830. É um óleo sobre tela, de médias dimensões (73 cm por 94 cm). Neste momento
encontra-se no Museu Nacional de Arte Antiga. É uma obra classificada de “interesse
nacional”1, pelo facto de se tratar de uma obra de caracter único, exemplar e rara, de
grande “valor testemunhal de cultura ou civilização, relevância patrimonial e qualidade
artística no contexto de uma época”2

Análise da Obra

Este quadro trata-se de uma obra de caracter religioso e de certo modo também
simbólico de celebração e adoração à Virgem Maria, que entrava agora de “corpo e

1
MatrizNet, Ficha de Inventário – Coroação da Virgem. 2010 [Consult. 2016-05-07] Disponível em
<URL: http://www.matriznet.dgpc.pt/MatrizNet/Objectos/ObjectosConsultar.aspx?IdReg=249059>
2
Idem, MatrizNet

3
alma no Céu”3 homenageada pelos “anjos e a corte”4 celeste. Nesta pintura, Domingos
Sequeira pega numa temática tradicionalmente religiosa, a da coroação da Virgem pela
Santíssima Trindade e transforma-a quase numa paisagem metafisica do romantismo de
carácter “irreal e sublime”5.

Ainda que nesta fase da sua vida Domingos Sequeira tenha abandonado o
desenho rigoroso da pintura figurativa, tornando-a “cada vez mais abstrata, ás vezes à
base já só de simples manchas” 6, ainda pode dizer-se que se trata de uma pintura
figurativa uma vez que nos oferece uma narrativa e conseguimos destacar algumas
figuras. Como é o caso da presença da Virgem Maria ao centro, que se prepara para
receber a coroação.

Por cima da Virgem encontram-se no trono superior acima de tudo e todos


Aqueles que a irão coroar, a Santíssima Trindade, composta por Pai, Filho e Espirito
Santo. Por de trás e acima da Santíssima Trindade figura uma “auréola de cores
vibrantes” composta por vários semicírculos de larguras e cores diferenciadas.

À volta da Virgem e da Santíssima Trindade estão inúmeras figuras que rodeiam


estas potencias máximas de poder, dispostas em circulo, no entanto representadas de
forma elíptica devido aos efeitos da perspetiva cónica assente na pintura, veneram e
atentam a celebração, umas de traçado mais definido do que outras mais definidas pela
mancha. No nível inferior a corte celestial figura essencialmente assente sobre rochas ou
então de pé como é o caso dos oito anjos de vestes brancas, próximos da figura da
virgem, que se destacam de entre a multidão para aclamar a Virgem. Separados em
grupos de quatro à esquerda, três á direita com um de maior destaque ao centro
ligeiramente desviado para a esquerda do eixo central da Virgem, estas figuras aladas
recebem no seu reino a figura principal da obra. No nível superior algumas filas
circulares de anjos intercalam-se com filas circulares de nuvens, interrompidas no
centro pelos círculos coloridos.

3
Arautos do Evangelho, A Coroação de Nossa Senhora como Rainha do Céu e da Terra. 2009 [Consult.
2016-05-07] Disponível em <URL: http://www.arautos.org/artigo/8682/A-Coroacao-de-Nossa-Senhora-
como-Rainha-do-Ceu-e-da-Terra.html>
4
Idem, Arautos do Evangelho
5
Museu Nacional de Arte Antiga, Coroação da Virgem. 2016 [Consult. 2016-05-07] Disponível em
<URL: http://www.museudearteantiga.pt/colecoes/pintura-portuguesa/coroacao-da-virgem>
6
La Hornacina, Domingos Sequeira. 2016 [Consult. 2016-05-07] Disponível em <URL:
http://www.lahornacina.com/semblanzassequeira.htm>

4
Também no eixo central da pintura num nível mais inferior está uma zona azul
clara que parece quase um “portal” para a terra, que pode funcionar aqui como o
caminho/passagem pela qual a Virgem ascendeu ao céu.

Esta obra apresenta-se, a nível do caracter plástico, fantástica, metafisica e


mística, criando uma atmosférica surreal, infinita e completamente inventiva e
fantasiosa, assente na sensação de transcendente do sublime, perante a qual a figura
humana se sente impotente em relação a algo que provem de um nível superior que a
transcende, esta obra pela forma como a composição está disposta assume mais uma
estética de paisagem do que propriamente uma obra figurativa, abrindo caminho para o
que se praticaria nos tempos seguintes do romantismo, onde a figura humana tornar-se-
ia pequena perante a paisagem, espelhando a sensação do sublime onde a natureza
transcende o Homem e tudo o que por ele é feito.

No que concerne às cores, Domingos Sequeira optou por uma paleta cromática
de tons quentes, o que não é uma prática comum quando se trata da representação do
Céu, essencialmente em tons terra (vermelhos, castanhos, ocres, amarelos, laranjas…),
pontualmente vai dando à pintura uns tons verdes e azuis e mais no eixo central, nas
figuras divinas enche esta obra de luz com tons brancos e azuis claros, em especial na
Santíssima Trindade, também na Virgem e ainda nos anjos de maior destaque que a
ladeiam e no “portal”. Podemos ainda observar a grande aurela composta de várias
cores fortes e contrastantes, onde estão presentes o azul e o vermelho em grande
destaque com várias nuances e diferentes níveis de saturação, esta zona quase que faz
uma quebra na harmonia da obra pelo grande contraste que faz com toda a pintura
circundante pelo uso de cores tão fortes e pelo facto dessa zona ser tão bem delimitada e
marcante.

As cores estão colocadas de forma de forma harmoniosa ainda que com grandes
contrastes de claro/escuro especialmente nas zonas periféricas da pintura evidenciando
ainda mais a perspetiva assente na mesma. Domingos Sequeira foi imaculado no que
concerne à plasticidade da cor especialmente no destaque que dá aos valores lumínicos,
conseguindo criar zonas onde parece emanar realmente luz, devido ao verniz
amarelecido e a zona celestial profundamente iluminada não ser tão extensa, este facto
não é tão percetível como noutras obras.

5
As figuras não são delineadas, são criadas através de manchas, encontramos
algumas mais definidas enquanto que outras são apenas manchas indefinidas que
sugerem membros da corte celestial. É curioso que as figuras da Virgem e da Santíssima
Trindade, que são as figuras de maior importância na pintura, não sejam de facto as
mais definidas e trabalhadas, o destaque é-lhes dado pelo lugar que ocupam, “acima do
trono de Maria só o trono de Jesus”7 aclamados pela corte celestial que Os circunda, e
pelos valores lumínicos. Delineados e delimitados estão sim, os círculos coloridos.

Quanto à iluminação esta é feita ao centro tomando a Santíssima Trindade como


fonte de luz, este facto é percetível através da luz que incide nas roupas da corte
celestial, conferindo-lhe claridade na parte virada para a mesma e pelo lado oposto
apresenta sombra.

Pela forma ritmada como as figuras estão dispostas, como algumas personagens
têm gesticulam de braços no ar, como o fundo enublado se alvoraça e com o ritmo dos
círculos de cores contrastantes esta pintura ganha grande sugestão de ritmo, movimento
e vida. Apesar de haver figuras que se mantêm serenas sem grandes gesticulações, todos
os restantes elementos ganham vida e sobrepõem-se a estas figuras e elementos mais
estáticos.

Nesta pintura a óleo de Domingos Sequeira, a matéria é tratada de forma fluida,


o artista dá toques de luminosidade de forma harmoniosa sem deixar grandes
empastamentos das pinceladas. Revelando-se, desta forma, lisa e uniforme ao toque. As
sombras e reflexos são dados através de pinceladas e duma mudança tonal, nalgumas
zonas de forma mais abrupta e noutras de forma gradual.

Quanto ao material de suporte, o artista não tira partido de nenhuma


característica deste em especial.

A obra liga-se a um tema tradicionalmente religioso, a “coroação da Virgem”


feita pela Santíssima Trindade, tal como aqui é apresentada.

No que concerne aos objetos pintados não há qualquer dúvida de que Domingos
Sequeira se rege pela figura humana e junta a esta composição a figura do circulo, ainda
que este nunca aparece completo.

7
Idem, Arautos do Evangelho

6
Relativamente aos agentes plásticos o artista recorre essencialmente à cor e aos
valores lumínicos através da mancha, conseguindo criar uma atmosfera celestial e uma
encenação irreal e mística de uma temática religiosa onde figuram enumeras figuras de
dimensões reduzidas.

A nível da geometria assente nesta obra fiz alguns estudos e cheguei a duas
leituras possíveis segundo a subdivisão harmónica e quero deixar claro que a parte
superior não irá corresponder a nenhuma leitura uma vez que esta se organiza segundo
linhas circulares que se expandem dos círculos de centrais de cores fortes assumidos na
pintura., no entanto antes de apresentar estes vou mostrar duas leituras que não se
enquadram nesta pintura. Começámos por ver uma prática que teria caído em desuso
para dar lugar à secção de ouro que é a Vesica Piscis (fig.2), e apesar da Santíssima
Trindade estar evidenciada no meio da vesica, a restante composição não fica
enquadrada, por isso esta não oferece uma leitura relevante da obra, visto que apenas as
figuras centrais ficam enquadradas, não fazendo uma leitura coerente do resto da obra,
sem qualquer tipo de proporção ou relação com o resto da composição. Posto isto,
avancei com uma nova análise geométrica, desta vez através Razão/Secção de Ouro do
retângulo da pintura, contudo confirmasse que este não tem as dimensões de ouro
(fig.3).

Fig.2 Coroação da Virgem, Domingos Sequeira, 1825/1830, Óleo sobre Tela. Proposta de leitura
geométrica através da Vesica Piscis
7
Fig.3 Coroação da Virgem, Domingos Sequeira, 1825/1830, Óleo sobre Tela. Proposta de leitura geométrica através
da Razão/Secção de Ouro

Para terminar fiz uma leitura através da subdivisão harmónica e esta parece a ser
aquela que melhor se adequou a esta obra, como já tinha referido. A subdivisão
harmónica é apenas uma, mas para não confundir apresento duas leituras da mesma
subdivisão harmónica com distinção dos traçados a verde e roxo (fig. 4 e 5). Na
primeira subdivisão harmónica pode-se constatar que as figuras centrais se inscrevem
no losango bem como os núcleos de figuras que figuram nos triângulos imediatamente
em baixo do mesmo. Na imagem seguinte pode-se observar a restante subdivisão
harmónica onde comecei por dividir o retângulo da pintura nas suas duas metades
horizontais e verticais (traçado vermelho) que originaram pequenos retângulos que por
sua vez foram subdivididos através do processo anterior (traçado amarelo). Posto isto,
fiz as diagonais de todos os retângulos (traçado roxo), através deste traçado a roxo
podemos observar linhas de força que delimitam núcleos de personagens que se
apresentam praticamente simétricos ao lado oposto que lhe corresponde, que estão
identificados segundo a mesma cor (fig. 6). Após todo este traçado conseguimos ver que
muitos pontos onde todo este traçado se cruza são pontos fulcrais para os quais
possivelmente Domingos Sequeira queria destacar e chamar a nossa atenção.

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De forma a finalizar a análise formal desta obra, podemos afirmar que a obra se
agrupa em 10 grupos distintos (fig. 6), ainda que alguns sejam semelhantes/simétricos
como anteriormente referi. O grupo laranja no topo é referente ao céu e às figuras que o
ocupam, o grupo central vermelho é o das figuras da Santíssima Trindade, que é ladeado
por dois núcleos a azul onde é representada parte da plateia. Por de baixo está o anjo
destacado do restante grupo e o “portal”, no vértice em comum com os núcleos azuis e
vermelho está a Virgem, o que enfatiza o seu papel principal nesta pintura. Depois
existem ainda os núcleos rosas com uma plateia onde a pintura se torna mais diluída em
si mesma e ainda os núcleos verdes onde algumas figuras se posicionam no nosso lugar
de espectadores.

Fig.4 Coroação da Virgem, Domingos Sequeira, 1825/1830, Óleo sobre Tela. Proposta de leitura geométrica
através da Subdivisão Harmónica

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Fig.5 Coroação da Virgem, Domingos Sequeira, 1825/1830, Óleo sobre Tela. Proposta de leitura
geométrica através da Subdivisão Harmónica

Fig.6 Coroação da Virgem, Domingos Sequeira, 1825/1830, Óleo sobre Tela. Proposta de núcleos

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Contextualização

A pintura do neoclassicismo fez-se segundo os princípios da técnica baseada no


na Historia da Grécia e em Roma, desfavorecendo a cor perante o desenho e anulando o
tratamento de claro-escuro e teve dois momentos distintos a acontecer em simultâneo. O
primeiro dependia dos artistas nacionais, ainda que de qualidade mediana, e estrangeiros
que vinham para Portugal que prolongavam o gosto clássico. O segundo momento é
revelado através da autenticidade de dois pintores são eles Domingos Sequeira e Vieira
Portuense, que em tudo ultrapassaram a pintura neoclássica. Viajaram por Itália e
Inglaterra, de forma a absorver as melhores influencias, através das melhores obras de
arte.

Domingos Sequeira acaba por passar por três fases distintas a nível da sua arte, a
primeira é a de afirmação em Roma e perante a corte Joanina e o reino, onde faz pintura
de temática religiosa e retrato. Abraça também os ideais da Revolução Francesa e
dedica-se à pintura relacionada com a politica. No fim da sua carreira a pintura
transforma-se essencialmente em cor e luz, e representa fundamentalmente cenas
místicas. A linguagem pictórica utilizada por Domingos Sequeira altera-se ao longo do
seu percurso, distanciando-se com o passar dos tempos dos cânones e seguindo uma
linguagem de cunho mais pessoal, quase impressionista.

Domingos Sequeira, tal como Vieira Portuense foram dois autores do


neoclássico que fizeram a transição entre a pintura da época para a pintura romântica,
sendo uma espécie de pré-românticos. Domingos Sequeira destacou-se com a pintura da
“Morte de Camões”, visto que apresenta um herói do romantismo português e
precisamente uma das características desse novo período é a representação de heróis e
acontecimentos do passado que exaltem o fervor nacionalista. Também Vieira
Portuense introduz na sua pintura a temática histórica, tal como é feito no romantismo,
bem como a paisagem em grande escala, ainda que recorra a figurinhas humanas
pequenas para habitarem a composição, a pintura da natureza sobrepõe-se perante a
figurativa. Também tem algumas obras onde faz a exaltação do passado nacionalista
através de acontecimentos como é o caso da pintura “D. Filipa de Vilhena Arma os
Filhos Cavaleiros”, onde faz alusão à liberdade portuguesa face ao domínio espanhol.

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Conclusão

Para concluir este trabalho, quero referir que através dele conseguimos perceber
que pertence à fase final da pintura de Domingos Sequeira, onde este se debruça sob a
pintura mística, ainda que tenha uma temática de base religiosa, o tratamento é dado de
forma mística. Esta composição chega até a assemelhar-se quase a uma imagem do
monte do olimpo devido ao seu caracter idílico, irreal e fantástico.

Esta análise feita sobre a pintura “Coroação da Virgem” fez uma leitura
pormenorizada da obra ressalvando as qualidades pictóricas e chamando a atenção para
pormenores que não são notados quando se olha superficialmente para a obra. A mesma
faz valer as qualidades pictóricas deste autor, através do jogo lumínicos e de cores, onde
este consegue apresentar um branco realmente iluminado

Através do estudo da geometria da obra conseguiu-se auferir que a mesma está


estruturada de forma simétrica ainda que a simetria seja apenas aparente, pois não se
trata de uma simetria mimética de ambos os lados.

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Bibliografia
MatrizNet, Ficha de Inventário – Coroação da Virgem. 2010 [Consult. 2016-05-07] Disponível
em <URL:
http://www.matriznet.dgpc.pt/MatrizNet/Objectos/ObjectosConsultar.aspx?IdReg=2490
59>

Arautos do Evangelho, A Coroação de Nossa Senhora como Rainha do Céu e da Terra. 2009
[Consult. 2016-05-07] Disponível em <URL: http://www.arautos.org/artigo/8682/A-
Coroacao-de-Nossa-Senhora-como-Rainha-do-Ceu-e-da-Terra.html>

Museu Nacional de Arte Antiga, Coroação da Virgem. 2016 [Consult. 2016-05-07] Disponível
em <URL: http://www.museudearteantiga.pt/colecoes/pintura-portuguesa/coroacao-da-
virgem>

La Hornacina, Domingos Sequeira. 2016 [Consult. 2016-05-07] Disponível em <URL:


http://www.lahornacina.com/semblanzassequeira.htm>

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